2005/04/02
De: TAF - "O blog n'O Comércio do Porto"
A Baixa do Porto vai ter um espaço permanente n’O Comércio do Porto (versão impressa) preenchido com uma selecção regular de comentários que tenham sido publicados aqui no blog e cujos autores a isso não se oponham. Será criado também um ficheiro PDF correspondente para distribuição livre.
Essa selecção de textos, feita por consenso entre mim e O Comércio do Porto, será devidamente corrigida pelos jornalistas quanto à ortografia e clareza de redacção para garantir a qualidade do português utilizado. Os comentários assim revistos serão validados pelos autores antes de autorizarem a sua publicação.
Esta colaboração terá início a muito curto prazo, dentro de alguns dias. O objectivo não é apenas "passar posts a papel", mas sim criar valor acrescentado pela complementaridade de abordagens no blog e pelos jornalistas nas suas peças, alargando simultaneamente o “público-alvo”.
Dentro da mesma filosofia que tenho vindo a defender quanto à actuação coordenada de vários media (imprensa, net, tv, rádio, tertúlias), O Comércio do Porto já tem realizado tertúlias regulares em colaboração com a Associação Comercial do Porto. Este é mais um passo no mesmo sentido. Já escrevi anteriormente sobre aspectos relacionados com este tema:
Parece-me que esse espaço do jornal beneficiaria em alargar o foco a questões que não sejam exclusivamente locais, pois é importante que haja uma visão global do mundo pelo menos parcialmente "a partir do Porto". Contudo, A Baixa do Porto não deve tornar-se um blog generalista, pois perderia certamente eficácia. Sugeri por isso a O Comércio do Porto que convidasse outro(s) blog(s) que complemente(m) este com um debate mais abrangente.
Acredito que esta exposição acrescida não irá perturbar o modo como decorre a discussão online. Ao contrário, deverá estimular a participação construtiva e a procura de soluções para os problemas da cidade.
É uma promissora celebração do primeiro ano d’A Baixa do Porto e um óptimo sinal da vitalidade da imprensa do Norte. :-)
Essa selecção de textos, feita por consenso entre mim e O Comércio do Porto, será devidamente corrigida pelos jornalistas quanto à ortografia e clareza de redacção para garantir a qualidade do português utilizado. Os comentários assim revistos serão validados pelos autores antes de autorizarem a sua publicação.
Esta colaboração terá início a muito curto prazo, dentro de alguns dias. O objectivo não é apenas "passar posts a papel", mas sim criar valor acrescentado pela complementaridade de abordagens no blog e pelos jornalistas nas suas peças, alargando simultaneamente o “público-alvo”.
Dentro da mesma filosofia que tenho vindo a defender quanto à actuação coordenada de vários media (imprensa, net, tv, rádio, tertúlias), O Comércio do Porto já tem realizado tertúlias regulares em colaboração com a Associação Comercial do Porto. Este é mais um passo no mesmo sentido. Já escrevi anteriormente sobre aspectos relacionados com este tema:
Parece-me que esse espaço do jornal beneficiaria em alargar o foco a questões que não sejam exclusivamente locais, pois é importante que haja uma visão global do mundo pelo menos parcialmente "a partir do Porto". Contudo, A Baixa do Porto não deve tornar-se um blog generalista, pois perderia certamente eficácia. Sugeri por isso a O Comércio do Porto que convidasse outro(s) blog(s) que complemente(m) este com um debate mais abrangente.
Acredito que esta exposição acrescida não irá perturbar o modo como decorre a discussão online. Ao contrário, deverá estimular a participação construtiva e a procura de soluções para os problemas da cidade.
É uma promissora celebração do primeiro ano d’A Baixa do Porto e um óptimo sinal da vitalidade da imprensa do Norte. :-)
De: TAF - "Sábado nos jornais e não só"
- A Linha do Metro Matosinhos-Boavista e o Viaduto Solá-Morales - Neste caso a Câmara tem toda a razão e isto parece uma conversa de surdos. O viaduto está preparado para um metro estilo "eléctrico rápido" mas não para um metro em canal exclusivo. Não há contradição entre o que o projectista diz e o que a Metro do Porto diz.
- Ribeira: Corte do trânsito gera anticorpos nos comerciantes
- Entrevista a Francisco Assis: Rui Rio não foi capaz de ser líder da cidade
- IPPAR nega existência de acordo sobre o túnel
- Localização de herdeiros pode atrasar Carlos Alberto
- Câmara do Porto desconhece intenção da STCP de exigir pagamento de carris
- Licença de funcionamento da Casa da Música sem qualquer problema
- Público espera Casa da Música com programação para todos os gostos
- Ribeira: Corte do trânsito gera anticorpos nos comerciantes
- Entrevista a Francisco Assis: Rui Rio não foi capaz de ser líder da cidade
- IPPAR nega existência de acordo sobre o túnel
- Localização de herdeiros pode atrasar Carlos Alberto
- Câmara do Porto desconhece intenção da STCP de exigir pagamento de carris
- Licença de funcionamento da Casa da Música sem qualquer problema
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De: Evaristo Oliveira - "Cais da Ribeira"
A propósito de uma notícia de o Primeiro de Janeiro, e como portuense, só tenho de congratular-me pela medida, que a ser tomada pela CMP, é daquelas que faz jus ao ditado, “mais vale tarde que nunca”.
Refiro-me à proibição de circulação automóvel no denominado “Cais da Ribeira”.
Estou expectante, quanto à veracidade de tal notícia, e sua implementação.
A sua eficácia e importância são por demais óbvias.Trata-se de fazer com que um espaço nobre da nossa cidade, um dos seus maiores ex-líbris, seja aberto ao lazer, e à contemplação, não só do cidadão do burgo, mas ao turista que nos visita.
Faço aqui um apelo, para que não se ceda aos “interesses” que se irão colocar contra esta medida, penso até pouco ambiciosa, tendo em conta o anúncio que veio a público.
Congratulo-me, pois, com esta medida da nossa Câmara, lamentando outras que têm ficado na “gaveta”.
Evaristo Oliveira
evaroliveira@netcabo.pt
Refiro-me à proibição de circulação automóvel no denominado “Cais da Ribeira”.
Estou expectante, quanto à veracidade de tal notícia, e sua implementação.
A sua eficácia e importância são por demais óbvias.Trata-se de fazer com que um espaço nobre da nossa cidade, um dos seus maiores ex-líbris, seja aberto ao lazer, e à contemplação, não só do cidadão do burgo, mas ao turista que nos visita.
Faço aqui um apelo, para que não se ceda aos “interesses” que se irão colocar contra esta medida, penso até pouco ambiciosa, tendo em conta o anúncio que veio a público.
Congratulo-me, pois, com esta medida da nossa Câmara, lamentando outras que têm ficado na “gaveta”.
Evaristo Oliveira
evaroliveira@netcabo.pt
De: Xavier Neves - "Casa da Música"
A cidade do Porto parece estar cultural e socialmente entorpecida.
A demora em adoptar, como património artístico e arquitectónico, o edifício sem dúvida polémico que é a Casa da Música, pode significar a sua descaracterização a curto prazo.
A falta de reacção pública à anunciada construção, nas traseiras da CM, da sede do BPN, a Vidraria Machado Building, como lhe chama Álvaro Domingues, é um sinal preocupante. Preocupante também, é a construção de uma outra vidraria de gosto duvidoso, ao lado do Estádio do Dragão.
Parece que, arquitectura e urbanismo, são antagónicos. Ao lado de peças de reconhecido valor artístico, surgem outras cuja qualidade é mais do que discutível. E parece que ninguém se importa com isso.
Talvez as CMP ande distraída, ou demasiado ocupada com outros assuntos, para deixar passar estes crimes urbanisticos. É que, depois do mal feito, dificilmente há coragem para o reverter.
Quantas saudades do antigo Palácio de Cristal que não tive a sorte de conhecer! E do Ramalho Ortigão e das suas Farpas!
Seria importante aparecer um movimento cívico e público de pressão que dificultasse a concretização destes projectos. É um apelo que faço a quem tiver condições para o implementar.
Eu, desde já adiro!
Xavier Neves
xneves@xpdesign.pt
A demora em adoptar, como património artístico e arquitectónico, o edifício sem dúvida polémico que é a Casa da Música, pode significar a sua descaracterização a curto prazo.
A falta de reacção pública à anunciada construção, nas traseiras da CM, da sede do BPN, a Vidraria Machado Building, como lhe chama Álvaro Domingues, é um sinal preocupante. Preocupante também, é a construção de uma outra vidraria de gosto duvidoso, ao lado do Estádio do Dragão.
Parece que, arquitectura e urbanismo, são antagónicos. Ao lado de peças de reconhecido valor artístico, surgem outras cuja qualidade é mais do que discutível. E parece que ninguém se importa com isso.
Talvez as CMP ande distraída, ou demasiado ocupada com outros assuntos, para deixar passar estes crimes urbanisticos. É que, depois do mal feito, dificilmente há coragem para o reverter.
Quantas saudades do antigo Palácio de Cristal que não tive a sorte de conhecer! E do Ramalho Ortigão e das suas Farpas!
Seria importante aparecer um movimento cívico e público de pressão que dificultasse a concretização destes projectos. É um apelo que faço a quem tiver condições para o implementar.
Eu, desde já adiro!
Xavier Neves
xneves@xpdesign.pt
2005/04/01
De: F. Rocha Antunes - "Rigor"
Meus Caros, em particular aos também especialmente amigos das árvores, como eu.
O meu problema em responder sem estar mandatado para tal mantém-se, impedindo-me de alimentar qualquer discussão mais aberta.
Paulo V. Araújo tem razão nas imprecisões que menciona acerca do meu post. Que venho aqui corrigir, naturalmente apenas do que foi dito por mim.
O loureiro está, de facto, mais atrás em relação à Rua de Fernandes Tomás, e a culpa da confusão é minha, porque não referi a que fotografia me referia. A fotografia a que me refira é a maior, tirada do Via Catarina, aonde se mostra a araucária com toda a sua imponência. E nessa fotografia aparece a copa de outra árvore, que é o loureiro que mencionei, entre a araucária e o prédio adjacente. O meu desconhecimento de árvores não vai ao ponto de confundir uma Japoneira que está junto do portão de obra com um loureiro, acreditem.
Como poderão imaginar, não é por acaso que o projecto teve o nome que teve: Camélias. E foi proposto por quem desenvolveu a obra, e em tempo, ao IPPAR que se deslocassem temporariamente todas as Japoneiras para um jardim municipal, com a supervisão dos serviços camarários, para impedir que as árvores sofressem desnecessariamente o desgaste que uma obra, por mais cuidados que se tenha, sempre provoca. O IPPAR aprovou a deslocação de várias dessas árvores, que foram transplantadas, com sucesso, para o Jardim Municipal do Covelo, mas impediu que as que lá estão fossem também. Porquê, não sei. Não é o facto de elas lá permanecerem que garante que vai haver Japoneiras em bom estado no fim da construção, como bem se viu no caso das palmeiras da praça dos Leões. É preferível transplantá-las e depois voltar a replantar num local definitivo dentro do projecto, mas isto é a opinião de um promotor imobiliário, não de um especialista.
Quanto aos pormenores do projecto a às posições que o IPPAR foi tomando ao longo do tempo não me posso pronunciar. Só falo de árvores e da forma como eu, e as outras pessoas que estiveram envolvidas no projecto, sempre nos preocupámos com elas.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
O meu problema em responder sem estar mandatado para tal mantém-se, impedindo-me de alimentar qualquer discussão mais aberta.
Paulo V. Araújo tem razão nas imprecisões que menciona acerca do meu post. Que venho aqui corrigir, naturalmente apenas do que foi dito por mim.
O loureiro está, de facto, mais atrás em relação à Rua de Fernandes Tomás, e a culpa da confusão é minha, porque não referi a que fotografia me referia. A fotografia a que me refira é a maior, tirada do Via Catarina, aonde se mostra a araucária com toda a sua imponência. E nessa fotografia aparece a copa de outra árvore, que é o loureiro que mencionei, entre a araucária e o prédio adjacente. O meu desconhecimento de árvores não vai ao ponto de confundir uma Japoneira que está junto do portão de obra com um loureiro, acreditem.
Como poderão imaginar, não é por acaso que o projecto teve o nome que teve: Camélias. E foi proposto por quem desenvolveu a obra, e em tempo, ao IPPAR que se deslocassem temporariamente todas as Japoneiras para um jardim municipal, com a supervisão dos serviços camarários, para impedir que as árvores sofressem desnecessariamente o desgaste que uma obra, por mais cuidados que se tenha, sempre provoca. O IPPAR aprovou a deslocação de várias dessas árvores, que foram transplantadas, com sucesso, para o Jardim Municipal do Covelo, mas impediu que as que lá estão fossem também. Porquê, não sei. Não é o facto de elas lá permanecerem que garante que vai haver Japoneiras em bom estado no fim da construção, como bem se viu no caso das palmeiras da praça dos Leões. É preferível transplantá-las e depois voltar a replantar num local definitivo dentro do projecto, mas isto é a opinião de um promotor imobiliário, não de um especialista.
Quanto aos pormenores do projecto a às posições que o IPPAR foi tomando ao longo do tempo não me posso pronunciar. Só falo de árvores e da forma como eu, e as outras pessoas que estiveram envolvidas no projecto, sempre nos preocupámos com elas.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Paulo V. Araújo - "Imprecisões"
Folgo muito em saber que a preservação da araucária sempre esteve prevista no projecto do Centro de Lazer Camélias. Mas, já que falamos em imprecisões, o Sr. Francisco Rocha Antunes bem poderia ter notado que o texto no "Dias com árvores" que a Manuela Ramos aqui anunciou se baseia inteiramente em notícias publicadas nos jornais (foi até o Comércio do Porto que chamou "centro comercial" ao afinal "centro de lazer"). Os reparos devem ser feitos a quem escreve as notícias e não a quem chama a atenção para elas.
Em todo o caso, sempre gostaria de saber se as outras sugestões do IPPAR (a preservação da sebe de camélias face à rua de Fernandes Tomás, e a manutenção de um espaço de jardim desafogado de construção) foram ou não desde sempre contempladas no projecto.
E já agora, a terceira foto no referido "post" é de uma camélia e não de um loureiro. Há também por lá um loureiro, mas mais no interior do pátio, junto à araucária.
Cumprimentos,
Paulo Araújo
Em todo o caso, sempre gostaria de saber se as outras sugestões do IPPAR (a preservação da sebe de camélias face à rua de Fernandes Tomás, e a manutenção de um espaço de jardim desafogado de construção) foram ou não desde sempre contempladas no projecto.
E já agora, a terceira foto no referido "post" é de uma camélia e não de um loureiro. Há também por lá um loureiro, mas mais no interior do pátio, junto à araucária.
Cumprimentos,
Paulo Araújo
De: F. Rocha Antunes - "Camélias"
Meus Caros,
Uma das regras que impus a mim mesmo foi nunca comentar assuntos que, por razões profissionais, me originassem conflitos de interesse. Faço este comentário sem qualquer procuração dos actuais proprietários uma vez que há um ano deixei de ter responsabilidades profissionais no projecto, e com o respeito integral das minhas obrigações de confidencialidade profissional. Agora, não posso aceitar que num espaço em que eu intervenho sejam feitas declarações que não correspondem à verdade. O silêncio era uma forma de conivência.
Por essa razão, vou apenas limitar-me a comentar o último post de Manuela D. L. Ramos.
Nunca esteve prevista a não manutenção da Araucaria heterophylla, ou North Pacific Pine. Como um dos responsáveis na altura pelo projecto, tirámos algumas folhas e pedimos para o mesmo ser identificado em Londres, uma vez que um dos administradores da altura é membro da Royal Horticultural Society, com o objectivo de saber quais as condições em que essa árvore raríssima deveria ser preservada. Foi-nos explicado que era essencial que se preservasse um cilindro, com o diâmetro equivalente à largura máxima da copa, e que a humidade da terra fosse sempre garantida para que a árvore não fosse afectada durante a construção, para evitar que se repetisse a história das palmeiras dos Leões.
Assim, e em todos os projectos que foram apresentados à CMP, e por consequência ao IPPAR, desde que foi criada a ideia de um centro de lazer, e não de um centro comercial, sempre foi claramente identificada a preservação dessa árvore. Sei que tal facto foi mantido pelos actuais responsáveis.
Descobrir agora que o IPPAR impõe a preservação de uma árvore que nunca ninguém quis deixar de preservar é errado. E alimentar a ideia de que todos os promotores imobiliários querem deitar todas as árvores uma simplificação grotesca. Na fotografia que se mostra do estaleiro das obras a cargo da Metro do Porto, uma vez que as obras do empreendimento não começaram, aparece um loureiro que cresceu junto a uma parede de um prédio.
E por aqui me fico, uma vez que não posso deixar de me limitar ao ponto específico referido no post citado.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Uma das regras que impus a mim mesmo foi nunca comentar assuntos que, por razões profissionais, me originassem conflitos de interesse. Faço este comentário sem qualquer procuração dos actuais proprietários uma vez que há um ano deixei de ter responsabilidades profissionais no projecto, e com o respeito integral das minhas obrigações de confidencialidade profissional. Agora, não posso aceitar que num espaço em que eu intervenho sejam feitas declarações que não correspondem à verdade. O silêncio era uma forma de conivência.
Por essa razão, vou apenas limitar-me a comentar o último post de Manuela D. L. Ramos.
Nunca esteve prevista a não manutenção da Araucaria heterophylla, ou North Pacific Pine. Como um dos responsáveis na altura pelo projecto, tirámos algumas folhas e pedimos para o mesmo ser identificado em Londres, uma vez que um dos administradores da altura é membro da Royal Horticultural Society, com o objectivo de saber quais as condições em que essa árvore raríssima deveria ser preservada. Foi-nos explicado que era essencial que se preservasse um cilindro, com o diâmetro equivalente à largura máxima da copa, e que a humidade da terra fosse sempre garantida para que a árvore não fosse afectada durante a construção, para evitar que se repetisse a história das palmeiras dos Leões.
Assim, e em todos os projectos que foram apresentados à CMP, e por consequência ao IPPAR, desde que foi criada a ideia de um centro de lazer, e não de um centro comercial, sempre foi claramente identificada a preservação dessa árvore. Sei que tal facto foi mantido pelos actuais responsáveis.
Descobrir agora que o IPPAR impõe a preservação de uma árvore que nunca ninguém quis deixar de preservar é errado. E alimentar a ideia de que todos os promotores imobiliários querem deitar todas as árvores uma simplificação grotesca. Na fotografia que se mostra do estaleiro das obras a cargo da Metro do Porto, uma vez que as obras do empreendimento não começaram, aparece um loureiro que cresceu junto a uma parede de um prédio.
E por aqui me fico, uma vez que não posso deixar de me limitar ao ponto específico referido no post citado.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Manuela DL Ramos - "Camélias Parque"
Para se ver do que se está a falar: fotografias do local do futuro centro comercial "Camélias Parque" (que ficará a escassas dezenas de metros do "Via Catarina", do alto da qual foi tirada a fotografia panorâmica).
Saudações cordiais
Manuela D.L Ramos
Saudações cordiais
Manuela D.L Ramos
De: TAF - "Notícias"
(actualizado às 11:25)
- Comunicado da Câmara sobre o Túnel de Ceuta
- Solução acordada para o Túnel de Ceuta ainda com alguns problemas técnicos
- Não há acordo entre Faculdade e Metro
- Faculdade e Metro falham acordo sobre Linha Amarela
- Metro junto ao Hospital de São João nas mãos dos políticos e do tribunal
- Governo e tribunais deverão decidir o futuro do metro junto ao "S. João"
- STCP quer devolução do investimento nos carris
- Carris do viaduto do Parque da Cidade do Porto vão ter de ser pagos duas vezes
- Os trabalhos para o Grande Prémio do Porto
- 1,25 milhões enterrados diante da Casa da Música
Nada disto é novidade, mas não deixa de ser chocante. Alguém vai responder por tanto desperdício? Tomaremos nós consciência de que é preciso organizarmo-nos?
- Cais da Ribeira será pedonal
- Polis e rabelos em conflito - «Portão» pretende classificação
- Julgamento da Pedreira da Trindade adiado para o próximo mês
- Serviços dos CTT abandonam Palácio dos Correios esta semana
- Marina da Alfândega à espera da decisão do Governo para arrancar em pleno
- Stock-Off até domingo no Mercado Ferreira Borges - www.stock-off.com
- Portugal Fashion desfila hoje no Porto
- Árvores - opinião de Rui Sá
- Bono Vox traz êxitos dos U2 ao palco da Casa da Música no dia 13 de Abril - 1º de Abril?
- Desrespeito de alvará deixa Casa da Música sem licença
- Adicais condena legalização apressada da irregularidade
Conclusões:
1) o Porto por vezes tem semelhanças preocupantes com uma República das Bananas;
2) provavelmente os regulamentos são complexos demais para que o esforço no seu cumprimento seja razoável - mudem-se, então.
Por falar em bananas, há algo que me deixa particularmente irritado: o estacionamento selvagem e completamente impune em locais assinalados com proibição de parar ou estacionar. A rua da Constituição está sistematicamente congestionada não só por causa dos veículos em infracção, mas também devido às próprias manobras de estacionamento que chegam descaradamente a interromper as duas faixas que sobram em plena hora de ponta! Não basta cometer a infracção, é preciso também exibi-la com aparato...
- Comunicado da Câmara sobre o Túnel de Ceuta
- Solução acordada para o Túnel de Ceuta ainda com alguns problemas técnicos
- Não há acordo entre Faculdade e Metro
- Faculdade e Metro falham acordo sobre Linha Amarela
- Metro junto ao Hospital de São João nas mãos dos políticos e do tribunal
- Governo e tribunais deverão decidir o futuro do metro junto ao "S. João"
- STCP quer devolução do investimento nos carris
- Carris do viaduto do Parque da Cidade do Porto vão ter de ser pagos duas vezes
- Os trabalhos para o Grande Prémio do Porto
- 1,25 milhões enterrados diante da Casa da Música
Nada disto é novidade, mas não deixa de ser chocante. Alguém vai responder por tanto desperdício? Tomaremos nós consciência de que é preciso organizarmo-nos?
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- Desrespeito de alvará deixa Casa da Música sem licença
- Adicais condena legalização apressada da irregularidade
Conclusões:
1) o Porto por vezes tem semelhanças preocupantes com uma República das Bananas;
2) provavelmente os regulamentos são complexos demais para que o esforço no seu cumprimento seja razoável - mudem-se, então.
Por falar em bananas, há algo que me deixa particularmente irritado: o estacionamento selvagem e completamente impune em locais assinalados com proibição de parar ou estacionar. A rua da Constituição está sistematicamente congestionada não só por causa dos veículos em infracção, mas também devido às próprias manobras de estacionamento que chegam descaradamente a interromper as duas faixas que sobram em plena hora de ponta! Não basta cometer a infracção, é preciso também exibi-la com aparato...
De: Mário G. Fernandes - "POA Crestuma/Lever"
Fui ver o sítio do inag e entretive-me a olhar para os mapas do POA de Crestuma/Lever. Não li qualquer texto além dos excertos que constam no folheto de divulgação da discussão pública e no "power point" de apresentação. Não analisei propostas, nem mesmo ligeiramente. Apesar de ter visto outros, a observação do mapa do folheto bastou-me para não querer ir mais longe. Apenas confirmei, no "Resumo Não Técnico", que , de facto, a área de intervenção foi definida escrupulosamente de acordo com a legislação, ou seja, foi definida com base num "buffer" que atinge o máximo que a lei prevê: o plano de água no nível pleno de armazenamento, mais 500 metros a partir do seu limite. É muito mau sinal quando a área de abrangência dos POAs é delimitada de forma tão linear, permitindo, por exemplo, que uma mesma estrada marginal esteja intermitentemente fora e dentro da área de vigência do plano. A ser assim, o plano dificilmente se libertará da concepção mais restritiva e linear do ordenamento do território, ou seja, do zonamento, da proposta de afectação, neste caso particularmente espartilhada e, também ela, intermitente. Também por isto, duvido que se consiga "gerir a área objecto do plano, num perspectiva dinâmica e interligada", como se afirma no segundo objectivo específico que enquadra a elaboração do plano.
Mário G. Fernandes
Mário G. Fernandes
2005/03/31
De: Alexandre Burmester - "«Rabelos» do Douro"
Este Blog embora dedicado ao Porto, e particularmente à Baixa, não pode e não deve deixar de dar alguma da sua atenção ao "outro lado do Rio" - Gaia. O que nos separa é o mesmo que nos une o Douro. Este Rio que hoje parece votado ao abandono, e cuja utilidade tem servido para escoamento dos nossos esgotos, vive de costas voltadas para o Porto.
Em Gaia, fruto do arranjo da sua marginal, e da animação do seu Cais, vai conseguindo manter com ele alguma relação. Afinal é a partir de Gaia que se tem as melhores vistas do famoso Património Histórico, e ainda é por lá que se mantêm a maioria das poucas actividades Turísticas e piscatórias ligadas com o Rio.
Ontem veio a público a manifestação de um grupo de cidadãos de Gaia que procuram defender a manutenção do único estaleiro de barcos Rabelo existente. Embora chamar de Rabelos a estes "Pubs" aquáticos seja o mesmo que confundir o Via Catarina com Óbidos, a verdade é que será este o último estaleiro existente. E ainda é verdade que se não fossem estes barcos a rasgar as águas do Douro, bem mais nos podíamos questionar para que mais serve o Rio. (Mas este será outro assunto)
A razão da exclusão deste estaleiro deve-se ao projecto da Polis para reconversão da marginal de Gaia, que pretende no seu local colocar um estacionamento (?). A brilhante intenção é retirar aquele estacionamento (cor de rosa) do Cais de Gaia e colocá-lo na margem do Rio.
É caso para dizer, pior a emenda que o soneto.
Venho aqui manifestar a minha solidariedade com o movimento dos cidadãos pela defesa do Estaleiro e com os "Pubs" Rabelo.
Haja Bom senso.
(Sobre o Rio Douro, espero um dia podermos discutir por aqui algumas ideias)
Alexandre Burmester, Arqto.
Em Gaia, fruto do arranjo da sua marginal, e da animação do seu Cais, vai conseguindo manter com ele alguma relação. Afinal é a partir de Gaia que se tem as melhores vistas do famoso Património Histórico, e ainda é por lá que se mantêm a maioria das poucas actividades Turísticas e piscatórias ligadas com o Rio.
Ontem veio a público a manifestação de um grupo de cidadãos de Gaia que procuram defender a manutenção do único estaleiro de barcos Rabelo existente. Embora chamar de Rabelos a estes "Pubs" aquáticos seja o mesmo que confundir o Via Catarina com Óbidos, a verdade é que será este o último estaleiro existente. E ainda é verdade que se não fossem estes barcos a rasgar as águas do Douro, bem mais nos podíamos questionar para que mais serve o Rio. (Mas este será outro assunto)
A razão da exclusão deste estaleiro deve-se ao projecto da Polis para reconversão da marginal de Gaia, que pretende no seu local colocar um estacionamento (?). A brilhante intenção é retirar aquele estacionamento (cor de rosa) do Cais de Gaia e colocá-lo na margem do Rio.
É caso para dizer, pior a emenda que o soneto.
Venho aqui manifestar a minha solidariedade com o movimento dos cidadãos pela defesa do Estaleiro e com os "Pubs" Rabelo.
Haja Bom senso.
(Sobre o Rio Douro, espero um dia podermos discutir por aqui algumas ideias)
Alexandre Burmester, Arqto.
De: Diogo Castelo Branco - "Casa da Música"
Casa da Música
Congratulo-me com a abertura da Casa da Música que vai estar pronta "até ao fim deste ano 2001!".
Bonita ou feia, só o tempo mo dirá. Quem o feio ama, bonito lhe parece. Uma qualidade tem certamente: um volume brutal tem uma leveza impressionante. Parece-se com as massas carnais pintadas por Rubens, que enormes pairam no espaço pictórico - levitam. Espero que a qualidade sonora do interior do edifício seja comparável ao tempo de espera da obra e do seu custo. Seriam mais uns pózinhos para o meu "ama".
Crestuma-Lever
Está em discussão pública o Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma-Lever no site do Instituto da Água - www.inag.pt
Plano de muita importância para a água que iremos beber e para os espaços a usufruir, merece um olhar atento especialmente nas suas componentes lúdicas, espaciais e recreativas. Espaço de descompressão e vilegiatura para o Porto e concelhos vizinhos tem agora o seu futuro em definição. Neste início de Primavera, merece uma visita. Comentários e sugestões até 15 de Abril.
Bom ambiente - melhor vida
Diogo Castelo Branco
Congratulo-me com a abertura da Casa da Música que vai estar pronta "até ao fim deste ano 2001!".
Bonita ou feia, só o tempo mo dirá. Quem o feio ama, bonito lhe parece. Uma qualidade tem certamente: um volume brutal tem uma leveza impressionante. Parece-se com as massas carnais pintadas por Rubens, que enormes pairam no espaço pictórico - levitam. Espero que a qualidade sonora do interior do edifício seja comparável ao tempo de espera da obra e do seu custo. Seriam mais uns pózinhos para o meu "ama".
Crestuma-Lever
Está em discussão pública o Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma-Lever no site do Instituto da Água - www.inag.pt
Plano de muita importância para a água que iremos beber e para os espaços a usufruir, merece um olhar atento especialmente nas suas componentes lúdicas, espaciais e recreativas. Espaço de descompressão e vilegiatura para o Porto e concelhos vizinhos tem agora o seu futuro em definição. Neste início de Primavera, merece uma visita. Comentários e sugestões até 15 de Abril.
Bom ambiente - melhor vida
Diogo Castelo Branco
De: F. Rocha Antunes - "Celebremos"
Meus Caros,
Talvez por deformação profissional tenho uma noção do tempo e dos seus efeitos na criação de obras de impacto que não é a que impera hoje, a do imediatismo das opiniões. E também por isso um respeito enorme por quem consegue concluir uma obra no Porto, cidade particularmente complicada nesta matéria.
As obras quando nascem na cabeça de alguns são ideias muito frágeis que têm que ter muita força para resistirem a tudo o que lhes acontece para vingarem. Sei bem como é enorme a solidão de quem se atreve a desenvolver um projecto. Sei também os gigantescos obstáculos que têm de ser sucessivamente ultrapassados até que uma obra passe a ser de todos.
Há uma injustiça de base, provavelmente incorrigível, no processo de desenvolvimento de uma obra: quando estão concluídas, à disposição de todos e bem sucedidas são tão óbvias que não se imagina o esforço de quem nela tanto trabalhou.
Por isso, hoje dou os meus parabéns a todos, sem excepção, que criaram a Casa da Música. Sou um dos que têm orgulho em terem uma Casa para a Música numa cidade que tanto já deu à mesma Música e muito mais vai poder dar.
Importa que agora funcione o melhor possível, que sejam definitivamente encontrados os métodos e com isso os meios que permitam que cumpra integralmente os seus objectivos.
Celebremos a Música por agora. Da forma mais correcta que é utilizando ao máximo a nossa Casa da Música.
Mas não percamos a oportunidade de, passados os calendários eleitorais, fazer um exercício novo: um balanço exaustivo e rigoroso do que foi este conturbado empreendimento. Não com o intuito de encontrar culpados pelos erros que se cometeram, para isso já existem rotinas que, embora lentas, sempre funcionam. Mas com uma ideia diferente: capitalizar todas as experiências para o futuro. Dar a oportunidade a cada interveniente de, serenamente, explicar as suas opções e o que acha que deveria ser retido de positivo e quais as coisas que se deviam evitar em próximos projectos. Um livro branco como deve de ser. Que depois de elaborado esteja à disposição de todos para com ele aprendermos. Todos merecemos isso.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Talvez por deformação profissional tenho uma noção do tempo e dos seus efeitos na criação de obras de impacto que não é a que impera hoje, a do imediatismo das opiniões. E também por isso um respeito enorme por quem consegue concluir uma obra no Porto, cidade particularmente complicada nesta matéria.
As obras quando nascem na cabeça de alguns são ideias muito frágeis que têm que ter muita força para resistirem a tudo o que lhes acontece para vingarem. Sei bem como é enorme a solidão de quem se atreve a desenvolver um projecto. Sei também os gigantescos obstáculos que têm de ser sucessivamente ultrapassados até que uma obra passe a ser de todos.
Há uma injustiça de base, provavelmente incorrigível, no processo de desenvolvimento de uma obra: quando estão concluídas, à disposição de todos e bem sucedidas são tão óbvias que não se imagina o esforço de quem nela tanto trabalhou.
Por isso, hoje dou os meus parabéns a todos, sem excepção, que criaram a Casa da Música. Sou um dos que têm orgulho em terem uma Casa para a Música numa cidade que tanto já deu à mesma Música e muito mais vai poder dar.
Importa que agora funcione o melhor possível, que sejam definitivamente encontrados os métodos e com isso os meios que permitam que cumpra integralmente os seus objectivos.
Celebremos a Música por agora. Da forma mais correcta que é utilizando ao máximo a nossa Casa da Música.
Mas não percamos a oportunidade de, passados os calendários eleitorais, fazer um exercício novo: um balanço exaustivo e rigoroso do que foi este conturbado empreendimento. Não com o intuito de encontrar culpados pelos erros que se cometeram, para isso já existem rotinas que, embora lentas, sempre funcionam. Mas com uma ideia diferente: capitalizar todas as experiências para o futuro. Dar a oportunidade a cada interveniente de, serenamente, explicar as suas opções e o que acha que deveria ser retido de positivo e quais as coisas que se deviam evitar em próximos projectos. Um livro branco como deve de ser. Que depois de elaborado esteja à disposição de todos para com ele aprendermos. Todos merecemos isso.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Cristina Santos - "Orgulho no Monumento"
A Casa da Música é um monumento, rasga a paisagem e inicia a rota em direcção ao Mar.
Lamento profundamente que alguns Portuenses não demonstrem orgulho neste edifício.
A Casa da Música representará a nossa memória junto das futuras gerações é imponente, abstracta, cega e noiva da Cidade.
Trata-se de uma hipérbole no resto do casco, mas quantas igrejas nasceram no meio dos casebres e ditaram o futuro do ordenamento, não é a alma bairrista uma hipérbole, os Portuenses merecem este exagero, devem orgulhar-se dele.
Não sejamos nós os primeiros a criticar as nossas conquistas, já é demasiado danoso para a nossa imagem que Jornalistas populares o façam em directo num Jornal Nacional.
Que se atrevam a falar de atrasos, adiamentos, e outras coisas que são tão comuns em obras monumentais e que só porque se passam no norte são tratadas com ironia mal classificada.
Depois da obra feita raro é o técnico que não alterava grande parte da concepção, mas por isso é que cada obra é única, e a segunda tende sempre a ser melhor que a primeira, não deixando por isso de merecer interesse, correcção e aperfeiçoamento.
A única coisa que temo sempre que passo em frente a este grandioso monumento, resulta do receio que os sucessivos aditamentos e os inúmeros empreiteiros que lhe deram forma, não tenham calculado e testado os contrapesos, que o amadurecimento do betão não resista a passagem do metro, à trepidação e que consequentemente venha a existir uma rápida fissuração de massas, também tenho duvidas quanto à estanquidade.
Mas isso também não será problema, porque tenho como certo que todos nós vamos contribuir com a nossa presença assídua nos espectáculos, para que a Casa da Música tenha sempre receitas para precaver as manutenções, façamos ainda fé numa gestão eficiente, que de resto é o que mais preocupa.
Lamento profundamente que alguns Portuenses não demonstrem orgulho neste edifício.
A Casa da Música representará a nossa memória junto das futuras gerações é imponente, abstracta, cega e noiva da Cidade.
Trata-se de uma hipérbole no resto do casco, mas quantas igrejas nasceram no meio dos casebres e ditaram o futuro do ordenamento, não é a alma bairrista uma hipérbole, os Portuenses merecem este exagero, devem orgulhar-se dele.
Não sejamos nós os primeiros a criticar as nossas conquistas, já é demasiado danoso para a nossa imagem que Jornalistas populares o façam em directo num Jornal Nacional.
Que se atrevam a falar de atrasos, adiamentos, e outras coisas que são tão comuns em obras monumentais e que só porque se passam no norte são tratadas com ironia mal classificada.
Depois da obra feita raro é o técnico que não alterava grande parte da concepção, mas por isso é que cada obra é única, e a segunda tende sempre a ser melhor que a primeira, não deixando por isso de merecer interesse, correcção e aperfeiçoamento.
A única coisa que temo sempre que passo em frente a este grandioso monumento, resulta do receio que os sucessivos aditamentos e os inúmeros empreiteiros que lhe deram forma, não tenham calculado e testado os contrapesos, que o amadurecimento do betão não resista a passagem do metro, à trepidação e que consequentemente venha a existir uma rápida fissuração de massas, também tenho duvidas quanto à estanquidade.
Mas isso também não será problema, porque tenho como certo que todos nós vamos contribuir com a nossa presença assídua nos espectáculos, para que a Casa da Música tenha sempre receitas para precaver as manutenções, façamos ainda fé numa gestão eficiente, que de resto é o que mais preocupa.
De: António Moreira - "Túnel de Ceuta..."
De: TAF - "Imprensa"
- Casa da Música: concerto inaugural esgotou em três horas
- Casa da Música já tem concertos esgotados
- Corrida aos bilhetes da Casa da Música esgota Lou Reed e Philharmonia Orchestra
- 3511 bilhetes vendidos na Casa da Música - O Festival de Abertura em euros
- www.casadamusica.com um site renovado e funcional
- Couto dos Santos: "Desejo que possa ser gerida sem interferências políticas"
- As formas arquitectónicas do edifício vincam o novo logótipo da instituição
- Conflito judicial envolve o parque da Trindade
- Conflito sobre garagens da Pedreira da Trindade vai hoje a julgamento
- Câmara quer arrecadar três milhões com venda de terrenos hoje
- IPPAR impõe estudo arqueológico para aprovar Camélias Parque
- Autor do viaduto lamenta levantamento dos trilhos - "No total, as obras feitas para permitir a passagem do metro poderão ter ascendido a 500 mil euros."
- Túnel de Ceuta: Acordo depende de solução alternativa
- Prolongamento do Túnel de Ceuta coloca ponto final a braço-de-ferro
- Túnel de Ceuta deverá sair depois do Museu Nacional Soares dos Reis
>> EM DESTAQUE:
Para que não esqueça... ;-)
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2005/03/30
De: TAF - "Um bom exemplo"
Reparei agora que o site da Câmara Municipal de Lisboa tem um espaço próprio da responsabilidade dos partidos da oposição, acessível a partir do menu direito, ao fundo. Que sirva de inspiração para a autarquia portuense. E que a oposição saiba aproveitar de forma construtiva um local equivalente que um dia venha a ser criado no Porto.
De: Carlos Gilbert - "A polémica do metro..."
"... no Hosp. S. João"
Caríssimos,
Estranho não ter havido um comentário sobre o facto de a polémica sobre a fase final da linha do metro junto ao Hospital de S. João ir parar ao tribunal. Gostei de ler da parte do Director da Fac. de Medicina (salvo erro) a constatação que a linha do metro ali à superfície é como uma contínua passagem-de-nível sem guarda... Pode parecer descabido, mas vejam o seguinte paradoxo: o metro para ser eficiente tem de ser rápido, e rápido não pode ser se circular em plena via pública e o respectivo condutor ter sempre em atenção as pessoas que circulam pelo sítio. Tal como em Brito Capelo, diga-se. Acho que melhor exemplo não pode haver para as pessoas distinguirem a principal diferença entre "metro" e "eléctrico moderno" (que até podem ser composições com a mesma bitola de carris). Mas enfim, isto é como tentar contar grãos de areia, pode dar gozo a quem o fizer, utilidade é que não tem nenhuma... os dados estão lançados, só podemos mais tarde criticar as opções escolhidas.
C. Gilbert
Caríssimos,
Estranho não ter havido um comentário sobre o facto de a polémica sobre a fase final da linha do metro junto ao Hospital de S. João ir parar ao tribunal. Gostei de ler da parte do Director da Fac. de Medicina (salvo erro) a constatação que a linha do metro ali à superfície é como uma contínua passagem-de-nível sem guarda... Pode parecer descabido, mas vejam o seguinte paradoxo: o metro para ser eficiente tem de ser rápido, e rápido não pode ser se circular em plena via pública e o respectivo condutor ter sempre em atenção as pessoas que circulam pelo sítio. Tal como em Brito Capelo, diga-se. Acho que melhor exemplo não pode haver para as pessoas distinguirem a principal diferença entre "metro" e "eléctrico moderno" (que até podem ser composições com a mesma bitola de carris). Mas enfim, isto é como tentar contar grãos de areia, pode dar gozo a quem o fizer, utilidade é que não tem nenhuma... os dados estão lançados, só podemos mais tarde criticar as opções escolhidas.
C. Gilbert
De: Pedro Aroso - "O Calhau da Música?"
Subscrevo na íntegra o post de Armando Peixoto a propósito da Casa da Música.
Esta polémica faz-me lembrar aquilo que se passou com o Centro Pompidou, em Paris, e o Centro Cultural de Belém.
É normal as pessoas criticarem as obras antes de as verem acabadas. O que me surpreende, são críticas bacocas vindas de arquitectos...
Pedro Aroso
Esta polémica faz-me lembrar aquilo que se passou com o Centro Pompidou, em Paris, e o Centro Cultural de Belém.
É normal as pessoas criticarem as obras antes de as verem acabadas. O que me surpreende, são críticas bacocas vindas de arquitectos...
Pedro Aroso
De: J. Amorim - "O Calhau da Música"
Parabens ao arq.Pulido Valente, pela clara e destemida analise da Casa da Musica, na sua resposta a Pedro Burmester. Mas voces ainda tiveram sorte com o "calhau". Podiam ter apanhado com uma "bidraceira" tipo libraria de Seattle. Imaginem a trabalheira da Dona de Casa, a limpar os bidrinhos da poeira.
Eu so' conheco o "calhau" via virtual, visto d'aqui, Vancouver Island, mas faz-me tremer....Cool ass !
A proposito de "ass", as cisternas das sanitas, sao Full Flush ou econo'micas?
Altura de poupar agua.
J.amorim .arq.
KimAmorim@shaw.ca
Eu so' conheco o "calhau" via virtual, visto d'aqui, Vancouver Island, mas faz-me tremer....Cool ass !
A proposito de "ass", as cisternas das sanitas, sao Full Flush ou econo'micas?
Altura de poupar agua.
J.amorim .arq.
KimAmorim@shaw.ca
De: Armando Peixoto - "Zona Histórica e ..."
"... Casa da Música"
Relativamente ao centro histórico, julgo que não é solução afastar as pessoas que já lá moram. Para mim, como já anteriormente tinha dito e como o assunto volta novamente à baila, a solução passa pelos estudantes universitários.
É uma zona perfeita para fazer residências universitárias, especialmente agora, com a abertura da nova linha Gaia - S. Joao, que proporciona um transporte rápido para a Asprela. Isto sem esquecer, obviamente, um reforço do policiamento da zona.
Quanto à Casa da Música, bem, eu gosto da Casa da Música. Julgo que haveria certamente uma solução melhor (e não posso deixar de lançar esta "farpa"), especialmente se fosse gizada pelo sr arquitecto Pulido Valente. Quando se diz que "o calhau é da mais indigente falta de imaginação" tenho de concordar, porque quer na cidade, no país, e mesmo no mundo, há imensos edifícios semelhantes. E digo mais, imaginativo seria ter convidado a dupla do costume para desenhar a Casa da Música!
Também me parece estranho criticar a acústica da sala, se foi quase unanimemente considerada das melhores do mundo a esse nível...
Quanto ao edifício que se encontra nas traseiras, agradava-me a solução inicial. Acho que era muito imaginativo corrigir o buraco que foi a gestão deste caso com um buraco no meio do edifício. Seria algo, até, com laivos de memorial...
Relativamente ao centro histórico, julgo que não é solução afastar as pessoas que já lá moram. Para mim, como já anteriormente tinha dito e como o assunto volta novamente à baila, a solução passa pelos estudantes universitários.
É uma zona perfeita para fazer residências universitárias, especialmente agora, com a abertura da nova linha Gaia - S. Joao, que proporciona um transporte rápido para a Asprela. Isto sem esquecer, obviamente, um reforço do policiamento da zona.
Quanto à Casa da Música, bem, eu gosto da Casa da Música. Julgo que haveria certamente uma solução melhor (e não posso deixar de lançar esta "farpa"), especialmente se fosse gizada pelo sr arquitecto Pulido Valente. Quando se diz que "o calhau é da mais indigente falta de imaginação" tenho de concordar, porque quer na cidade, no país, e mesmo no mundo, há imensos edifícios semelhantes. E digo mais, imaginativo seria ter convidado a dupla do costume para desenhar a Casa da Música!
Também me parece estranho criticar a acústica da sala, se foi quase unanimemente considerada das melhores do mundo a esse nível...
Quanto ao edifício que se encontra nas traseiras, agradava-me a solução inicial. Acho que era muito imaginativo corrigir o buraco que foi a gestão deste caso com um buraco no meio do edifício. Seria algo, até, com laivos de memorial...
De: Cristina Santos - "o resto da Cidade"
Venho fazer um «pequeno» comentário em concordância com o post de David Afonso, realmente ontem depois deste pequeno debate on-line com o Francisco Antunes, pensei exactamente nisso no problema social espalhado por toda a Cidade.
Algum tempo atrás o jardim da Praça da República, por falta de manutenção, de iluminação, pela proximidade com um centro de atendimento a Toxicodependentes, pelos arrumadores era equiparado à Praça do Marquês de Pombal, os «marginais» aproveitavam todas estas condições para ali se reunir, a toda a hora, bebendo, fazendo tudo aquilo a que já nos habituamos.
O Dr. Paulo Morais ou outro vereador tomaram providencias, o jardim está limpo, tem nova iluminação, os arrumadores são menos, e agora é possível vermos no local os tradicionais suequeiros, crianças e muita mais gente a atravessar o jardim.
Ora eu pensei que bom, a zona está arejada tem muitas mais condições.
Esqueci-me foi da envolvente, ontem passei lá e o jardim mantém-se como descrevi, só que os «marginais» afinal não desapareceram circulam por ali à espera de oportunidade, há um Pingo Doce em frente onde observei uma coisa para mim importante, a clientela preconiza as condições de vida dos clientes, que devem residir em Mártires da Liberdade e nessas Ruas dai, existe um segurança permanente nesse estabelecimento, as funcionárias seguem todos os movimentos, quem conhecer o pingo doce da Avenida e visitar este na Praça da Republica as diferenças são enormes em tudo, desde um simples roll on estar fechado à chave, este estabelecimento esqueceu as bases de disposição usadas nos supermercados e ali tudo está baralhado e adaptado à situação precária de muitos dos clientes que o visitam.
Infelizmente o mesmo se começa a passar no mesmo estabelecimento sito na Avenida de França, onde a clientela principal são emigrantes de Leste, onde tudo é vigiado, será que o Porto está muito pobre, que as pessoas perderam a educação e o poder de compra?
Bem quanto à Praça da Republica, melhorou, até os tascos em volta melhoraram as condições, se assim se mantiver penso que o Jardim não será atractivo para os ditos marginais, mas caros amigos é impossível, está tudo a cair na Rua Mártires da Liberdade, na Rua Alferes Malheiro, as coisas chegaram a uma ruína tal que quase era necessário reconstruir a cidade e as gentes outra vez.
Nessa Ruas as casas a cair são baratas, há muitas famílias pobres que não tem subsídios de renda, portanto fixam-se nesses locais, como há pela Cidade muitas Ruas como essas, a marginalidade está espalhada, dessa marginalidade nascem filhos que nem sequer tem espaço em casa para poder estudar…
Não tenho solução, a não ser tornar a Cidade um investimento, deitar por terra normas actuais, cativar, dar um pouco de «balda» numa fase inicial, fazer um pouco como Rui Rio, um bocadinho pela margem que está em frente à Lei, mas fazer e rápido, não digo tornar a cidade um paraíso ilegal, mas também não podemos deixa-la tornar-se um paraíso marginal, e neste momento só temos condições para fixar marginais, encontrar um meio-termo entre tantas leis e necessidades, tantos interesses e tantos problemas sociais, não vai ser fácil.
Mas nós estamos aqui para colaborar… pelo menos com análises .
Cristina Santos
Algum tempo atrás o jardim da Praça da República, por falta de manutenção, de iluminação, pela proximidade com um centro de atendimento a Toxicodependentes, pelos arrumadores era equiparado à Praça do Marquês de Pombal, os «marginais» aproveitavam todas estas condições para ali se reunir, a toda a hora, bebendo, fazendo tudo aquilo a que já nos habituamos.
O Dr. Paulo Morais ou outro vereador tomaram providencias, o jardim está limpo, tem nova iluminação, os arrumadores são menos, e agora é possível vermos no local os tradicionais suequeiros, crianças e muita mais gente a atravessar o jardim.
Ora eu pensei que bom, a zona está arejada tem muitas mais condições.
Esqueci-me foi da envolvente, ontem passei lá e o jardim mantém-se como descrevi, só que os «marginais» afinal não desapareceram circulam por ali à espera de oportunidade, há um Pingo Doce em frente onde observei uma coisa para mim importante, a clientela preconiza as condições de vida dos clientes, que devem residir em Mártires da Liberdade e nessas Ruas dai, existe um segurança permanente nesse estabelecimento, as funcionárias seguem todos os movimentos, quem conhecer o pingo doce da Avenida e visitar este na Praça da Republica as diferenças são enormes em tudo, desde um simples roll on estar fechado à chave, este estabelecimento esqueceu as bases de disposição usadas nos supermercados e ali tudo está baralhado e adaptado à situação precária de muitos dos clientes que o visitam.
Infelizmente o mesmo se começa a passar no mesmo estabelecimento sito na Avenida de França, onde a clientela principal são emigrantes de Leste, onde tudo é vigiado, será que o Porto está muito pobre, que as pessoas perderam a educação e o poder de compra?
Bem quanto à Praça da Republica, melhorou, até os tascos em volta melhoraram as condições, se assim se mantiver penso que o Jardim não será atractivo para os ditos marginais, mas caros amigos é impossível, está tudo a cair na Rua Mártires da Liberdade, na Rua Alferes Malheiro, as coisas chegaram a uma ruína tal que quase era necessário reconstruir a cidade e as gentes outra vez.
Nessa Ruas as casas a cair são baratas, há muitas famílias pobres que não tem subsídios de renda, portanto fixam-se nesses locais, como há pela Cidade muitas Ruas como essas, a marginalidade está espalhada, dessa marginalidade nascem filhos que nem sequer tem espaço em casa para poder estudar…
Não tenho solução, a não ser tornar a Cidade um investimento, deitar por terra normas actuais, cativar, dar um pouco de «balda» numa fase inicial, fazer um pouco como Rui Rio, um bocadinho pela margem que está em frente à Lei, mas fazer e rápido, não digo tornar a cidade um paraíso ilegal, mas também não podemos deixa-la tornar-se um paraíso marginal, e neste momento só temos condições para fixar marginais, encontrar um meio-termo entre tantas leis e necessidades, tantos interesses e tantos problemas sociais, não vai ser fácil.
Mas nós estamos aqui para colaborar… pelo menos com análises .
Cristina Santos
De: Pulido Valente - "resposta a Pedro Burmester"
Caro Pedro, gosto de reptos. A resposta que, neste momento, lhe posso dar (por falta de imagens que possa redesenhar - quem as tiver e as possa por à disposição da Baixa é bem vindo) é a seguinte:
1 - a C.M. é um pastel muito mal conseguido. Quer no arranjo interior quer na sua inserção no local;
1.1.- costumava chamar a este tipo de projectos, arquitectura de centro de mesa. Com isso quero dizer que as donas de casa, bem como os presidentes de câmara, quando descobrem que a "sala de jantar" fica o ano todo como parque de estacionamento de mobílias inúteis (onde nem sequer os putos podem desenhar porque riscam o verniz), já que se come sempre na cozinha, as donas de casa...arranjam uma "decoração" para por no centro da mesa de jantar/almoçar para que não fique tão despida e fique mais bonita a área de.
2 - a C.M. vista de fora antes de ser vista por dentro, dava a ideia de que as razões acústicas que devam orientar as salas de música - não ter paredes paralelas é A mais importante - poderiam ter sido o mote da concepção do calhau.
2.1 - não senhor, não foram! as paredes das salas, tanto quanto vi, já existiam, são paralelas duas a duas. Disparate sem nome. Não houve impossibilidade de aprender com outras salas estou a lembram-me da Filarmonia de Berlim do Scharum. Se a forma não foi condicionada pelas necessidades interiores, e não foi, o calhau é uma brincadeira cara, mesmo muito cara (veja-se que a St Gobin teve de fazer vidros de mais de 5 metros em canalete, secção semi-circular, para que as paredes dos fundos fossem não paralelas para efeitos de reflexão e reverberação do som.Parece que há lá um phalo de plástico pelas mesmas razões.
3 - por mim acho que o calhau é da mais indigente falta de imaginação pois as ligações dos vários materiais - vidro sobretudo: janelas, portas etc não é feita de maneira correcta e imaginativa. Nem sequer plástica e tecnicamente satisfatória. Havia ali muito pano para mangas.
4 - Como último reparo faço ver o disparate de fazer o volume entre a C.M. e a avenida em forma de dorso de baleia sem que COM ISSO se tenha resolvido, COMO DEVIA o acesso do peão à entrada para dar adequada solução à movimentação dos condicionados da mobilidade.
Por último estou ao dispor para redesenhar numa tertúlia (de preferência amigável) o volume a partir de plantas e de perspectivas exteriores. Isto porque V. me merece o maior respeito como artista e pretendo que deve haver contactos permanentes entre as várias artes. Estou à espera disso há 45 anos sem ter conseguido, quer na Árvore, quer na Esap criar as condições necessárias para que isso aconteça. Não consegui vender a ideia dessa urgência e da sua imprescindibilidade para combater o analfabetismo nacional.
De: Cristina Santos - "Centro Histórico"
Continuando o debate do Centro histórico e em relação ao Matosinhos há que ver que a iniciativa foi bem sucedida, porque o espaço existente permitiu dispersar pequenas vivendas, por várias freguesias, evitando-se os guetos, as concentrações e movimentos.
Os mesmos preceitos tão a ser utilizados nos novos bairros de Gondomar, constroem se pequenas moradias geminadas, com qualidade, espaços verdes etc.
No complemento dessas acções são ainda edificadas algumas moradias em banda com garagem, que são vendidas a preço de construção, salvo erro ao abrigo do antigo PER.
Posso assegurar que em 1998 em Matosinhos, os processos com pedidos para habitação social ultrapassavam os sete mil, o PER veio facilitar as coisas e permitiu o cruzamento da população, dado que uns compravam as casas a preços controlados, outros pagavam rendas sociais à câmara, mas viviam todos no mesmo bloco de moradias germinadas.
Se não me falha a memória a C M Porto pretendia adoptar o PER para o centro histórico e outras zonas, embora que em restauro não sei se o preço de reconstrução ia ser muito aliciante, dadas as parcas condições para a realização de obras nestas zonas.
Ao mesmo tempo era difícil dispersar alguns residentes actuais e conseguir repor agregados familiares que estivessem interessados em comprar casa lá.
Evidentemente que uma grande parte dos edifícios do centro Histórico não tem valor patrimonial, são apenas antigos, de construção pobre e comum.
Neste caso e mais uma vez os critérios de classificação deixam muito a desejar, realmente arejar a zona seria uma das medidas mais conscientes e frutíferas.
Esta ideia de classificar património por zonas limita o desenvolvimento, confina tudo a uma cerca, que mais não é que um limite que depois se reflecte à escala social.
Perante a imposição de conservação é caríssimo intervir na Sé e não é nem pode ser rentável. Ou se opta por conservar todo o interior, revestir tudo a pladur, polir pavimentos, manter escadas, aumentar (em pouco) as cozinhas e as latrilhas existentes, e isso não são restauros efectivos, mas podem servir e melhorar as condições dos residentes da zona.
Ou se opta por fachadismos que o IPPAR não aceita e que também não seriam rentáveis, se por exemplo pretendêssemos rentabilizar fogos, devido à tal história de conseguir novos residentes, ou ainda podíamos reconverter a maioria dos edifícios em habitações uni-familiares, demolindo alguns criando espaço e praças, neste caso podíamos encontrar novos residentes, mas tínhamos os problemas dos realojamentos em grande escala e a tal injustiça social.
Isto é um «bico de obra», mas não imaginam a quantidade de terreno livre que existe por exemplo por detrás dos edifícios da Rua do Loureiro, aos quais ninguém tem acesso é incrível mas os edifícios são cegos para as traseiras, depois há espécies de acessos no limiar do quarteirão, onde não passa mais que um pessoa, os actuais edifícios foram construídos suponho eu sob talhos de antigas hortas, pelo menos assim parece, existe muito espaço interior que por este andar nunca pode ser aproveitado
Mas meus caros, que ninguém se atreva a sugerir a demolição de quatro paredes ao alto, feitas de pedra tosca e saibro, porque isso é património, até por que o raio do saibro é cada vez mais raro, e do saibro depende muita estanquidade.
A sério nesta onda de ideias que o IPPAR e outros defendem, eu tenho conservado todos os meus pertences, mesmo aqueles que aparentemente custaram há tempos dois tostões, nunca se sabe, esta modernidade de dizer que tudo o que é antigo é histórico, ainda me pode dar lucro, para além de que os meus pertences não correm o risco de se desfazer a qualquer momento, se corresse esse risco pensava duas vezes em dar-lhe um utilidade antes de ficar sem património e sem lucro.
Cristina Santos
Os mesmos preceitos tão a ser utilizados nos novos bairros de Gondomar, constroem se pequenas moradias geminadas, com qualidade, espaços verdes etc.
No complemento dessas acções são ainda edificadas algumas moradias em banda com garagem, que são vendidas a preço de construção, salvo erro ao abrigo do antigo PER.
Posso assegurar que em 1998 em Matosinhos, os processos com pedidos para habitação social ultrapassavam os sete mil, o PER veio facilitar as coisas e permitiu o cruzamento da população, dado que uns compravam as casas a preços controlados, outros pagavam rendas sociais à câmara, mas viviam todos no mesmo bloco de moradias germinadas.
Se não me falha a memória a C M Porto pretendia adoptar o PER para o centro histórico e outras zonas, embora que em restauro não sei se o preço de reconstrução ia ser muito aliciante, dadas as parcas condições para a realização de obras nestas zonas.
Ao mesmo tempo era difícil dispersar alguns residentes actuais e conseguir repor agregados familiares que estivessem interessados em comprar casa lá.
Evidentemente que uma grande parte dos edifícios do centro Histórico não tem valor patrimonial, são apenas antigos, de construção pobre e comum.
Neste caso e mais uma vez os critérios de classificação deixam muito a desejar, realmente arejar a zona seria uma das medidas mais conscientes e frutíferas.
Esta ideia de classificar património por zonas limita o desenvolvimento, confina tudo a uma cerca, que mais não é que um limite que depois se reflecte à escala social.
Perante a imposição de conservação é caríssimo intervir na Sé e não é nem pode ser rentável. Ou se opta por conservar todo o interior, revestir tudo a pladur, polir pavimentos, manter escadas, aumentar (em pouco) as cozinhas e as latrilhas existentes, e isso não são restauros efectivos, mas podem servir e melhorar as condições dos residentes da zona.
Ou se opta por fachadismos que o IPPAR não aceita e que também não seriam rentáveis, se por exemplo pretendêssemos rentabilizar fogos, devido à tal história de conseguir novos residentes, ou ainda podíamos reconverter a maioria dos edifícios em habitações uni-familiares, demolindo alguns criando espaço e praças, neste caso podíamos encontrar novos residentes, mas tínhamos os problemas dos realojamentos em grande escala e a tal injustiça social.
Isto é um «bico de obra», mas não imaginam a quantidade de terreno livre que existe por exemplo por detrás dos edifícios da Rua do Loureiro, aos quais ninguém tem acesso é incrível mas os edifícios são cegos para as traseiras, depois há espécies de acessos no limiar do quarteirão, onde não passa mais que um pessoa, os actuais edifícios foram construídos suponho eu sob talhos de antigas hortas, pelo menos assim parece, existe muito espaço interior que por este andar nunca pode ser aproveitado
Mas meus caros, que ninguém se atreva a sugerir a demolição de quatro paredes ao alto, feitas de pedra tosca e saibro, porque isso é património, até por que o raio do saibro é cada vez mais raro, e do saibro depende muita estanquidade.
A sério nesta onda de ideias que o IPPAR e outros defendem, eu tenho conservado todos os meus pertences, mesmo aqueles que aparentemente custaram há tempos dois tostões, nunca se sabe, esta modernidade de dizer que tudo o que é antigo é histórico, ainda me pode dar lucro, para além de que os meus pertences não correm o risco de se desfazer a qualquer momento, se corresse esse risco pensava duas vezes em dar-lhe um utilidade antes de ficar sem património e sem lucro.
Cristina Santos
De: David Pinto - "Abertura das bilheteiras..."
"... da Casa da Música"
Como devem notar, só gosto de falar de assuntos mais positivos, por isso hoje não posso esquecer a abertura das bilheteiras da Casa da Música e do site www.casadamusica.com. Como interessado por alguns dos eventos notei que este site começou a funcionar por volta das 10:00 e o sistema de venda de bilhetes às 12:00. Alguns minutos depois das 12:00 e ultrapassados alguns problemas menores devido a uma certa lentidão e parcial inoperacionalidade do site, consegui comprar os bilhetes pretendidos e proceder ao pagamento (com cartão de crédito, único meio de pagamento no site).
Como tinha algum tempo livre à hora de almoço e estava bastante perto da Casa da Música decidi ir levantar imediatamente os bilhetes e visitar a área acessível do edifício. Gosto imenso de sentir o tipo de emoção e conversas que se geram neste tipo de aberturas e esta não foi excepção. Na fila, durante cerca de 20 minutos, ouvi conversas acerca da grande quantidade de pessoas que estavam no local desde as 7 da manhã e do grande interesse no concerto de Lou Reed. E acrescento eu: e dos Clã, sff! O momento mais caricato foi quando eu estava prestes a ser atendido e se começou a suspeitar que os bilhetes para esse concerto tinham esgotado. Alguém mais exaltado tentou logo armar barraca, mas facilmente foi acalmada. Coisas que acontecem, nalgum momento tinha acontecer. Ainda bem que eu não queria esses bilhetes. Gostei bastante do que vi no local, embora ainda haja algum trabalho exterior a fazer e limpezas interiores, pelo pouco que pude observar na zona das bilheteiras. A arquitectura e os materiais usados são bastante discutíveis, mas pessoalmente apreciei bastante. Um pequeno defeito que curiosamente notei, foi a falta de intercomunicadores ou furos nos vidros da bilheteira, que forçavam ambos os interlocutores a falar bastante alto para serem ouvidos.
Acredito sinceramente que a abertura da Casa da Música vai ser um grande sucesso e espero que possa manter-se vivo após este período inicial. De destacar, durante o festival de abertura, a multiplicidade de tipos de eventos, visando diversos públicos distintos, tanto a nível de gostos como de possibilidades económicas. Prevejo, desde já, que o concerto de Pluto e Xutos, dia 16 de Março, vai ser uma grandiosa festa, que irá atrair largas centenas ou milhares de pessoas ao local.
Atentamente, David Pinto
Como devem notar, só gosto de falar de assuntos mais positivos, por isso hoje não posso esquecer a abertura das bilheteiras da Casa da Música e do site www.casadamusica.com. Como interessado por alguns dos eventos notei que este site começou a funcionar por volta das 10:00 e o sistema de venda de bilhetes às 12:00. Alguns minutos depois das 12:00 e ultrapassados alguns problemas menores devido a uma certa lentidão e parcial inoperacionalidade do site, consegui comprar os bilhetes pretendidos e proceder ao pagamento (com cartão de crédito, único meio de pagamento no site).
Como tinha algum tempo livre à hora de almoço e estava bastante perto da Casa da Música decidi ir levantar imediatamente os bilhetes e visitar a área acessível do edifício. Gosto imenso de sentir o tipo de emoção e conversas que se geram neste tipo de aberturas e esta não foi excepção. Na fila, durante cerca de 20 minutos, ouvi conversas acerca da grande quantidade de pessoas que estavam no local desde as 7 da manhã e do grande interesse no concerto de Lou Reed. E acrescento eu: e dos Clã, sff! O momento mais caricato foi quando eu estava prestes a ser atendido e se começou a suspeitar que os bilhetes para esse concerto tinham esgotado. Alguém mais exaltado tentou logo armar barraca, mas facilmente foi acalmada. Coisas que acontecem, nalgum momento tinha acontecer. Ainda bem que eu não queria esses bilhetes. Gostei bastante do que vi no local, embora ainda haja algum trabalho exterior a fazer e limpezas interiores, pelo pouco que pude observar na zona das bilheteiras. A arquitectura e os materiais usados são bastante discutíveis, mas pessoalmente apreciei bastante. Um pequeno defeito que curiosamente notei, foi a falta de intercomunicadores ou furos nos vidros da bilheteira, que forçavam ambos os interlocutores a falar bastante alto para serem ouvidos.
Acredito sinceramente que a abertura da Casa da Música vai ser um grande sucesso e espero que possa manter-se vivo após este período inicial. De destacar, durante o festival de abertura, a multiplicidade de tipos de eventos, visando diversos públicos distintos, tanto a nível de gostos como de possibilidades económicas. Prevejo, desde já, que o concerto de Pluto e Xutos, dia 16 de Março, vai ser uma grandiosa festa, que irá atrair largas centenas ou milhares de pessoas ao local.
Atentamente, David Pinto
De: TAF - "As tertúlias"
Várias pessoas me perguntaram onde é que as "Tertúlias do Comercial" são anunciadas e se é preciso convite formal.
Tanto quando percebo, tem havido apenas uma divulgação "informal q.b." por parte da Associação Comercial, via email ou telefone. Presumo que se pretenda manter o carácter de "tertúlia", em que todos os participantes que querem falar conseguem de facto ter tempo para o fazer. Uma divulgação em mais larga escala, com afluência mais numerosa, provavelmente transformaria o evento numa conferência. Mas isto é apenas especulação minha, nunca abordei este assunto com os organizadores.
Como vai haver eleições para a Direcção da Associação Comercial, não se sabe se estas tertúlias vão continuar.
A conclusão a que chego é que são precisas mais iniciativas deste tipo, uma vez que a sociedade civil portuense está a assumir um dinamismo que urge aproveitar. Já em tempos contactei o IRICUP escrevendo o seguinte:
"Há um sentimento geral de que é necessário aumentar a acção da sociedade civil na vida da nossa região. (...) No âmbito deste esforço que todos fazemos para revitalizar o Porto, tenho sugerido a coordenação de actividades entre os diversos intervenientes. Assim, ofereço a colaboração d'A Baixa do Porto para organizar e divulgar projectos ou debates (especialmente no âmbito da Arquitectura e Urbanismo) em conjunto com o IRIC e o Instituto José Marques da Silva."
O Prof. Francisco Ribeiro da Silva já me confirmou a recepção da proposta mas ainda não lhe foi dada sequência. Por isso aqui fica novamente o desafio à Universidade do Porto.
Tanto quando percebo, tem havido apenas uma divulgação "informal q.b." por parte da Associação Comercial, via email ou telefone. Presumo que se pretenda manter o carácter de "tertúlia", em que todos os participantes que querem falar conseguem de facto ter tempo para o fazer. Uma divulgação em mais larga escala, com afluência mais numerosa, provavelmente transformaria o evento numa conferência. Mas isto é apenas especulação minha, nunca abordei este assunto com os organizadores.
Como vai haver eleições para a Direcção da Associação Comercial, não se sabe se estas tertúlias vão continuar.
A conclusão a que chego é que são precisas mais iniciativas deste tipo, uma vez que a sociedade civil portuense está a assumir um dinamismo que urge aproveitar. Já em tempos contactei o IRICUP escrevendo o seguinte:
"Há um sentimento geral de que é necessário aumentar a acção da sociedade civil na vida da nossa região. (...) No âmbito deste esforço que todos fazemos para revitalizar o Porto, tenho sugerido a coordenação de actividades entre os diversos intervenientes. Assim, ofereço a colaboração d'A Baixa do Porto para organizar e divulgar projectos ou debates (especialmente no âmbito da Arquitectura e Urbanismo) em conjunto com o IRIC e o Instituto José Marques da Silva."
O Prof. Francisco Ribeiro da Silva já me confirmou a recepção da proposta mas ainda não lhe foi dada sequência. Por isso aqui fica novamente o desafio à Universidade do Porto.
De: Alexandre Burmester - "Traseiras da C.M."
A propósito do prédio do BNU em questão, da autoria do Arq. Ginestal Machado, haverá aqui três questões base a considerar e que me parecem até muito simples:
Valha-nos o emblemático edificio da C.M. que com as operações de Marketing que se avizinham, e que se as nossas autoridades não politizarem nem aparelharem partidariamente, poderá vir a dar a oportunidade de nos colocar em alguns "Mapas" Internacionais.
Assim espero
Alexandre Burmester, Arqto.
- O Projecto do BNU está nitidamente à altura de quem o executa, à altura da imagem da empresa que o desenvolve, perfeitamente integrado num discurso de continuidade e coerência com o contexto imediato.
- Estará igualmente legal pelas entidades licenciadoras, que não podem e não devem expressar se gostam ou não, apenas fazer cumprir os regulamentos.
- O Arq. Rem Koolhaas defende do ponto de vista conceptual de integração Arquitectónico o principio de "Fucking Context". Aliás o que facilmente é justificável pelo próprio edifício da C.M., que em nada se integra com o local.
- O Projecto do BNU, é uma nódoa, mas bem representativo da qualidade Arquitectónica dos gabinetes "comerciais", e do nível cultural da maioria das Administrações das empresas portuguesas. Será apenas mais um na cidade.
- As entidades licenciadoras, fruto da sua capacidade de intervenção, qualidade dos serviços e capacidade de diálogo prestam o serviço que todos sabemos prestar (bem patente em muitas das intervenções deste Blog). Pior que a sua obrigatória aprovação será a indemnização dos 13,7 milhões de Euros que todos teremos que pagar.
- A Casa da Música em nada ficará prejudicada, uma vez que a força do seu projecto não fica diminuido nem com este edificio, nem com todos os outros, da mesma qualidade, que lhe fazem contexto.
Valha-nos o emblemático edificio da C.M. que com as operações de Marketing que se avizinham, e que se as nossas autoridades não politizarem nem aparelharem partidariamente, poderá vir a dar a oportunidade de nos colocar em alguns "Mapas" Internacionais.
Assim espero
Alexandre Burmester, Arqto.
De: F. Rocha Antunes - "O caso de Matosinhos"
Meus Caros,
A propósito do Centro Histórico e das suas gentes, veio-me à memória um caso de sucesso, o caso de Matosinhos.
Também lá a miséria dominava, com uma forte comunidade de gente ligada quer às pescas quer à indústria conserveira que entretanto desapareceu. Também lá os problemas pareciam insolúveis, mas hoje o panorama é completamente diferente.
Através de um bem sucedido movimento cooperativo, em que a capacidade de recriar comunidades em que as regras de convívio urbano são exemplares, foi possível ultrapassar uma situação socialmente muito degradada sem deixar de respeitar as pessoas.
Por isso, e porque sei da capacidade do movimento cooperativo, acho que uma solução possível era definir quarteirões inteiros que pudessem ser entregues a esse movimento, utilizando a enorme experiência de que dispõem na gestão de questões sociais. Poderiam reabilitar as casas, criar novas condições de vida, integrando os seus moradores na vida da cidade.
Temos é que estar preparados para aceitar que se possa em alguns casos, devidamente identificados e estudados, demolir algumas casas de forma a permitir que certas zonas “respirem”, sem afectar a identidade do conjunto. É preciso salvaguardar o património urbano, mas é preciso pôr as pessoas em primeiro lugar.
O que não se pode é prosseguir as receitas anteriores, em que mais de 25 anos de investimento público nada conseguiram.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
A propósito do Centro Histórico e das suas gentes, veio-me à memória um caso de sucesso, o caso de Matosinhos.
Também lá a miséria dominava, com uma forte comunidade de gente ligada quer às pescas quer à indústria conserveira que entretanto desapareceu. Também lá os problemas pareciam insolúveis, mas hoje o panorama é completamente diferente.
Através de um bem sucedido movimento cooperativo, em que a capacidade de recriar comunidades em que as regras de convívio urbano são exemplares, foi possível ultrapassar uma situação socialmente muito degradada sem deixar de respeitar as pessoas.
Por isso, e porque sei da capacidade do movimento cooperativo, acho que uma solução possível era definir quarteirões inteiros que pudessem ser entregues a esse movimento, utilizando a enorme experiência de que dispõem na gestão de questões sociais. Poderiam reabilitar as casas, criar novas condições de vida, integrando os seus moradores na vida da cidade.
Temos é que estar preparados para aceitar que se possa em alguns casos, devidamente identificados e estudados, demolir algumas casas de forma a permitir que certas zonas “respirem”, sem afectar a identidade do conjunto. É preciso salvaguardar o património urbano, mas é preciso pôr as pessoas em primeiro lugar.
O que não se pode é prosseguir as receitas anteriores, em que mais de 25 anos de investimento público nada conseguiram.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: David Afonso - "Plano de Pormenor"
1.Já faz alguns dias que Mário Fernandes questionou com toda a pertinência a dispensa de Plano de Pormenor nas intervenções da SRU. Neste momento, sabe-se que Carlos Alberto foi dispensado dessa formalidade e que o quarteirão do Infante também, mas com a salvaguarda de que este último será alvo de reapreciação caso o plano-base venha a sofrer alguma alteração significativa durante o período de consulta aos interessados. Quanto aos restantes quarteirões ainda não se sabe. Não me parece evidente a razão pela qual o segundo caso é tratado de modo diferente do primeiro e estes dois, porventura, dos restantes que estarão por vir.
Os motivos pelos quais o plano-base do quarteirão Carlos Alberto – o único já em fase de discussão – não se constituiu em Plano de Pormenor são, na minha perspectiva, dois:
1º) Nem a caracterização, nem a proposta têm, afinal, suficiente pormenor. Existem edifícios que não foram alvo de qualquer levantamento, incluindo o do Café Luso que é ao mesmo tempo o lote com maior área e o que detém o estatuto de âncora no processo de reabilitação urbana;
2º) Um Plano de Pormenor teria de passar por um período de discussão pública nunca inferior a 22 dias, anunciado com a antecedência mínima de 10 dias. A Câmara deveria então ponderar as reclamações, observações, sugestões e pedidos de esclarecimento apresentados pelos particulares. Estaria ainda sujeito a um parecer da CCDRN e a aprovação e publicação no DR poderia demorar, no máximo, 6 meses. Em nome da urgência dispensou-se o Plano de Pormenor. Ora, a dúvida que me resta é acerca da natureza desta urgência: Será a urgência da reabilitação urbana ou será a urgência do calendário eleitoral? A SRU propõe-se a iniciar o trabalho de obra já em Abril...
É de recear que a dispensa de Plano de Pormenor contribua para uma indisciplina de actuação, pondo em perigo a coerência e clareza do projecto SRU, gerando desse modo equívocos sobre os seus limites e deveres. O Plano de Pormenor seria mais uma garantia de transparência e um catalisador da participação da comunidade na resolução do seu próprio futuro.
2. Os Marginais
2.1. As margens da sociedade e da cidade nem sempre coincidem: a classe média entre nós ocupa a periferia da cidade e o centro desta é habitado por marginais. Trata-se de uma situação invulgar que nenhum de nós aprendeu nos manuais de geografia, onde não se diz que as cidades também morrem. E morrem justamente a partir de dentro, do centro, como as maçãs, pelo que me pergunto: não existindo centro, como definimos nós a margem? Em último caso somos todos marginais relativamente uns aos outros. Cada fragmento da cidade (freguesia, bairro, rua, casa, indivíduo,...) vive fechado sobre si mesmo, num território patrulhado pela desconfiança do Outro. Existem muitas formas de manifestar agressividade e repulsa pela cidade: uns apedrejam estranhos, outros estacionam o Mercedes na esplanada da Casa da Música. Cada um reconhece apenas a sua tribo e o seu território. Claro que nos poderíamos deportar a todos mutuamente, até transformamos a cidade nunca terra de ninguém. Aliás, as deportações já começaram e há muito tempo.
2.2. Os marginais que expulsaram João Marinho são a consequência de uma cidade rarefeita e sem coesão social e não a sua causa! No entanto, a primeira coisa a tratar num doente são os sintomas da doença, pelo que é necessário começar por pedir mais segurança. Uma esquadra da PSP no bairro seria muito bem vinda por muita gente que lá vive, ou, em alternativa, seria desejável que a Polícia Municipal aí instalasse o seu quartel-general. Mas fazer mais nada do que isso seria condenar as forças policiais a um eterno trabalho de Penélope. Seria necessário retomar em força o trabalho já iniciado pelo CRUARB, entretanto extinto por Rui Rio, mas numa escala muito mais ambiciosa. A reabilitação social é a única solução para a reabilitação urbana (isto vale para toda a espécie de marginais: os dos shoppings, os dos condomínios fechados, os das periferias suburbanas,...), não vale a pena intervir apenas sobre o edificado (como a SRU...). Há que romper o gueto, obrigando a cidade a fazer uso dele. Coisas simples, mas ambiciosas que se poderiam fazer: instalar uma loja do cidadão, uma ou várias residências académicas, um centro de saúde exemplar, agências bancárias, um posto de turismo, mais creches e centros ocupacionais, centros de dia, um centro de formação. E claro que o recrutamento para estes postos de trabalho seria feito preferencialmente dentro do bairro. Acredito que seja difícil, mas não tão difícil como a deportação.
David Afonso
attalaia@gmail.com
Os motivos pelos quais o plano-base do quarteirão Carlos Alberto – o único já em fase de discussão – não se constituiu em Plano de Pormenor são, na minha perspectiva, dois:
1º) Nem a caracterização, nem a proposta têm, afinal, suficiente pormenor. Existem edifícios que não foram alvo de qualquer levantamento, incluindo o do Café Luso que é ao mesmo tempo o lote com maior área e o que detém o estatuto de âncora no processo de reabilitação urbana;
2º) Um Plano de Pormenor teria de passar por um período de discussão pública nunca inferior a 22 dias, anunciado com a antecedência mínima de 10 dias. A Câmara deveria então ponderar as reclamações, observações, sugestões e pedidos de esclarecimento apresentados pelos particulares. Estaria ainda sujeito a um parecer da CCDRN e a aprovação e publicação no DR poderia demorar, no máximo, 6 meses. Em nome da urgência dispensou-se o Plano de Pormenor. Ora, a dúvida que me resta é acerca da natureza desta urgência: Será a urgência da reabilitação urbana ou será a urgência do calendário eleitoral? A SRU propõe-se a iniciar o trabalho de obra já em Abril...
É de recear que a dispensa de Plano de Pormenor contribua para uma indisciplina de actuação, pondo em perigo a coerência e clareza do projecto SRU, gerando desse modo equívocos sobre os seus limites e deveres. O Plano de Pormenor seria mais uma garantia de transparência e um catalisador da participação da comunidade na resolução do seu próprio futuro.
2. Os Marginais
2.1. As margens da sociedade e da cidade nem sempre coincidem: a classe média entre nós ocupa a periferia da cidade e o centro desta é habitado por marginais. Trata-se de uma situação invulgar que nenhum de nós aprendeu nos manuais de geografia, onde não se diz que as cidades também morrem. E morrem justamente a partir de dentro, do centro, como as maçãs, pelo que me pergunto: não existindo centro, como definimos nós a margem? Em último caso somos todos marginais relativamente uns aos outros. Cada fragmento da cidade (freguesia, bairro, rua, casa, indivíduo,...) vive fechado sobre si mesmo, num território patrulhado pela desconfiança do Outro. Existem muitas formas de manifestar agressividade e repulsa pela cidade: uns apedrejam estranhos, outros estacionam o Mercedes na esplanada da Casa da Música. Cada um reconhece apenas a sua tribo e o seu território. Claro que nos poderíamos deportar a todos mutuamente, até transformamos a cidade nunca terra de ninguém. Aliás, as deportações já começaram e há muito tempo.
2.2. Os marginais que expulsaram João Marinho são a consequência de uma cidade rarefeita e sem coesão social e não a sua causa! No entanto, a primeira coisa a tratar num doente são os sintomas da doença, pelo que é necessário começar por pedir mais segurança. Uma esquadra da PSP no bairro seria muito bem vinda por muita gente que lá vive, ou, em alternativa, seria desejável que a Polícia Municipal aí instalasse o seu quartel-general. Mas fazer mais nada do que isso seria condenar as forças policiais a um eterno trabalho de Penélope. Seria necessário retomar em força o trabalho já iniciado pelo CRUARB, entretanto extinto por Rui Rio, mas numa escala muito mais ambiciosa. A reabilitação social é a única solução para a reabilitação urbana (isto vale para toda a espécie de marginais: os dos shoppings, os dos condomínios fechados, os das periferias suburbanas,...), não vale a pena intervir apenas sobre o edificado (como a SRU...). Há que romper o gueto, obrigando a cidade a fazer uso dele. Coisas simples, mas ambiciosas que se poderiam fazer: instalar uma loja do cidadão, uma ou várias residências académicas, um centro de saúde exemplar, agências bancárias, um posto de turismo, mais creches e centros ocupacionais, centros de dia, um centro de formação. E claro que o recrutamento para estes postos de trabalho seria feito preferencialmente dentro do bairro. Acredito que seja difícil, mas não tão difícil como a deportação.
David Afonso
attalaia@gmail.com
De: TAF - "Finalmente a luz?"
- Túnel de Ceuta solucionado com saída mais afastada do "Soares dos Reis"
- Valor fiscal do imóvel fixa aumento da renda
- Isabel Pires de Lima ainda não agendou reunião com fundadores da Casa da Música
- Centro das Camélias avança
- Metro no Hospital S. João descarrila para o tribunal - Vozes
- Metro reúne com Faculdade de Medicina - Alteração não compete à Metro
- Tudo em aberto na Linha Amarela em frente ao Hospital S. João
- Metro e Medicina tentam acordo sobre obras no S. João
- 9,8 milhões andaram de metro
- Linha Azul rendeu 5,3 milhões à Metro em 2004
As autárquicas:
- Concelhia do PS/Porto apoia a escolha de Sócrates
- PS apresenta Assis como candidato à câmara do Porto
- PCP aberto a coligação com PS à Câmara do Porto
- Rui Sá é o "candidato natural" da CDU à Câmara do Porto
- CDU: Coligação de esquerda não está afastada - «O projecto da CDU assenta em quatro traves mestras, a começar pela retoma do protagonismo político “que perdeu”, quer fosse pelo carácter regionalista dos mandatos do PS, quer pelo pendor contemplativo de Rio em relação ao Governo. Em segundo lugar, promete pacificar “o clima de crispação que, por acção da coligação PSD/PP, se instalou na cidade”. Depois, surge a recuperação dos bairros e a erradicação das ilhas. Por fim, a concretização de todos os objectivos exige, para o vereador, “pôr a tónica no aumento das receitas para implementar investimentos”.»
Finalmente alguém começa a falar num programa. Esse simples facto é bom sinal. :-)
A "Tertúlia do Comercial" de segunda feira passada:
- Tantas obras no Porto... ou o debate público de que a cidade precisa
- Teresa Andresen: "Acho que há vergonha do património dos jardins do Porto"
- Paulo Rangel: "Se se quer criticar Rui Rio diga-se isso, não se façam tertúlias"
- Alcino Soutinho: Repavimentação da Boavista "por uma brincadeira de mau gosto"
- A voz dos intervenientes
Já ontem tinha comentado este assunto.
Aproveito para lembrar as "grandiosas comemorações". ;-)
- Valor fiscal do imóvel fixa aumento da renda
- Isabel Pires de Lima ainda não agendou reunião com fundadores da Casa da Música
- Centro das Camélias avança
- Metro no Hospital S. João descarrila para o tribunal - Vozes
- Metro reúne com Faculdade de Medicina - Alteração não compete à Metro
- Tudo em aberto na Linha Amarela em frente ao Hospital S. João
- Metro e Medicina tentam acordo sobre obras no S. João
- 9,8 milhões andaram de metro
- Linha Azul rendeu 5,3 milhões à Metro em 2004
As autárquicas:
- Concelhia do PS/Porto apoia a escolha de Sócrates
- PS apresenta Assis como candidato à câmara do Porto
- PCP aberto a coligação com PS à Câmara do Porto
- Rui Sá é o "candidato natural" da CDU à Câmara do Porto
- CDU: Coligação de esquerda não está afastada - «O projecto da CDU assenta em quatro traves mestras, a começar pela retoma do protagonismo político “que perdeu”, quer fosse pelo carácter regionalista dos mandatos do PS, quer pelo pendor contemplativo de Rio em relação ao Governo. Em segundo lugar, promete pacificar “o clima de crispação que, por acção da coligação PSD/PP, se instalou na cidade”. Depois, surge a recuperação dos bairros e a erradicação das ilhas. Por fim, a concretização de todos os objectivos exige, para o vereador, “pôr a tónica no aumento das receitas para implementar investimentos”.»
Finalmente alguém começa a falar num programa. Esse simples facto é bom sinal. :-)
A "Tertúlia do Comercial" de segunda feira passada:
- Tantas obras no Porto... ou o debate público de que a cidade precisa
- Teresa Andresen: "Acho que há vergonha do património dos jardins do Porto"
- Paulo Rangel: "Se se quer criticar Rui Rio diga-se isso, não se façam tertúlias"
- Alcino Soutinho: Repavimentação da Boavista "por uma brincadeira de mau gosto"
- A voz dos intervenientes
Já ontem tinha comentado este assunto.
Aproveito para lembrar as "grandiosas comemorações". ;-)
De: TAF - "Demolição do shopping"
Uma pequena adenda à resposta que dei a JPV sobre o Shopping do Bom Sucesso: ao defender uma alternativa à demolição não estou a sugerir que se diminua o peso da penalização para os responsáveis pela ilegalidade (promotor, câmara e, pessoalmente, os intervenientes no processo); procuro é um melhor uso dos recursos financeiros. Os culpados devem sempre suportar todos os custos, directos e indirectos, que uma demolição implicaria, mas agora sob a forma de indemnização à cidade pela presença do "mamarracho". É fácil e rápido encontrar uma estimativa desse valor. O cumprimento integral da pena num prazo relativamente curto (só possível deste modo, sem um leque de processos judiciais subsequentes) serviria como exemplo educativo.
2005/03/29
De: Pedro Burmester - "Traseiras da C.M."
E que tal uma opinião sobre o descabido projecto de Ginestal Machado para as traseiras da Casa da Música? O “Dream Team” evitou pronunciar-se habilmente na altura própria. Parece haver consenso generalizado sobre a qualidade do projecto de Rem Koolhaas mas sobre a qualidade e propósito arquitectónico de Ginestal Machado ninguém se pronuncia. Que tal Senhores arquitectos Pulido Valente e Alexandre Burmester?
De: Mário G. Fernandes - "registo civil"
"Centro histórico"
Este texto, da Cristina Santos, é um excelente contraponto às intervenções de pendor securitário e radicadas no medo que aqui recentemente foram expressas. Já agora, apenas mais uma defesa daquelas gentes, ressalvando que para registar, "orgulhosamente", os seus filhos na freguesia de residência, não é necessário "embrulhar" ninguém: a lei permite, já há alguns anos, que o registo civil dos descendentes seja feito na freguesia de nascimento ou na de residência, à escolha dos progenitores.
Mário Fernandes
Este texto, da Cristina Santos, é um excelente contraponto às intervenções de pendor securitário e radicadas no medo que aqui recentemente foram expressas. Já agora, apenas mais uma defesa daquelas gentes, ressalvando que para registar, "orgulhosamente", os seus filhos na freguesia de residência, não é necessário "embrulhar" ninguém: a lei permite, já há alguns anos, que o registo civil dos descendentes seja feito na freguesia de nascimento ou na de residência, à escolha dos progenitores.
Mário Fernandes
De: Cristina Santos - "Centro histórico"
Caro Francisco
As vezes é difícil decidir se o que vem primeiro é a pobreza ou o carácter.
No último post tentei demonstrar a visão do centro Histórico, por parte de quem lá habita, isso não significa que concorde ou que discorde, é apenas uma tentativa de trazer à discussão o outro lado do problema.
Verifiquei por exemplo que os hábitos de trabalho e outros métodos de socialização, não constam dos interesses daqueles moradores, ou trabalham na sé ou não trabalham, mas a Sé não é mais que o primeiro bairro social do Porto, é uma vivência particular e afastada dos nossos conceitos, as famílias evoluem dentro daquele espaço confinado, a maioria não tem ambições para além dos muros e das cercas do centro histórico, limitam-se a ter aquilo que sempre tiveram e não se atrevem a querer mais, porque ali são todos iguais, não há essa necessidade de conseguir ir mais além ou transpor os muros.
É como diz é a pobreza, mas para eles isso não é pobreza, não é necessidade, não conhecem outra realidade, se são todos pobres – são todos ricos não há diferenças.
Mas independentemente das condições sociológicas e dado que estas põem em causa todos os outros cidadãos, tem que ser impostas regras no que diz respeito ao investimento público, tudo o que seja restaurado ou edificado deve ser preservado, a Câmara e as autoridades devem tomar medidas nessa matéria, a venda de estupefacientes deve ser ainda mais fiscalizada com vista à sua total eliminação, os doentes devem ser encaminhados para centro de apoio, os idosos devem ter assistência médica de fácil acesso, tudo isso tem que ser feito ou aliás refeito.
A Sé tem que ser aproximada da Cidade, como qualquer outro gueto.
Podíamos então optar por levar novos habitantes para o centro histórico, mas o Francisco acha que há pessoas interessadas em residir no centro histórico, nem em zonas novas da cidade isso está a acontecer, quanto mais num espaço restrito sem acessos Um verdadeiro beco junto ao Rio, se me falar em Mouzinho da Silveira acredito, agora na Sé tenho muitas dúvidas, não só devido aos moradores, mas também devido à geografia e condições do espaço.
Por enquanto a melhor solução será incentivar os turistas tentando melhorar as condições de vida de quem está disposto a viver na Sé, essa atitude tem que partir do sector público, tem que existir animação em dias como o Domingo de Páscoa, tem que existir acompanhamento e fiscalização, contacto directo com os comerciantes sediados colocar ao seu dispor verbas que lhe permitam melhorar os espaços.
A única maneira de melhorar o centro histórico é aproveitar as valias de quem ainda lá quer morar, esperar mais alguns anos para o cruzamento de gerações, tentando estagnar os índices de pobreza, tendo sempre presente que erradicar fenómenos com décadas, é um processo moroso, com factura alta para todos nós.
M. cumprimentos,
Cristina Santos
As vezes é difícil decidir se o que vem primeiro é a pobreza ou o carácter.
No último post tentei demonstrar a visão do centro Histórico, por parte de quem lá habita, isso não significa que concorde ou que discorde, é apenas uma tentativa de trazer à discussão o outro lado do problema.
Verifiquei por exemplo que os hábitos de trabalho e outros métodos de socialização, não constam dos interesses daqueles moradores, ou trabalham na sé ou não trabalham, mas a Sé não é mais que o primeiro bairro social do Porto, é uma vivência particular e afastada dos nossos conceitos, as famílias evoluem dentro daquele espaço confinado, a maioria não tem ambições para além dos muros e das cercas do centro histórico, limitam-se a ter aquilo que sempre tiveram e não se atrevem a querer mais, porque ali são todos iguais, não há essa necessidade de conseguir ir mais além ou transpor os muros.
É como diz é a pobreza, mas para eles isso não é pobreza, não é necessidade, não conhecem outra realidade, se são todos pobres – são todos ricos não há diferenças.
Mas independentemente das condições sociológicas e dado que estas põem em causa todos os outros cidadãos, tem que ser impostas regras no que diz respeito ao investimento público, tudo o que seja restaurado ou edificado deve ser preservado, a Câmara e as autoridades devem tomar medidas nessa matéria, a venda de estupefacientes deve ser ainda mais fiscalizada com vista à sua total eliminação, os doentes devem ser encaminhados para centro de apoio, os idosos devem ter assistência médica de fácil acesso, tudo isso tem que ser feito ou aliás refeito.
A Sé tem que ser aproximada da Cidade, como qualquer outro gueto.
Podíamos então optar por levar novos habitantes para o centro histórico, mas o Francisco acha que há pessoas interessadas em residir no centro histórico, nem em zonas novas da cidade isso está a acontecer, quanto mais num espaço restrito sem acessos Um verdadeiro beco junto ao Rio, se me falar em Mouzinho da Silveira acredito, agora na Sé tenho muitas dúvidas, não só devido aos moradores, mas também devido à geografia e condições do espaço.
Por enquanto a melhor solução será incentivar os turistas tentando melhorar as condições de vida de quem está disposto a viver na Sé, essa atitude tem que partir do sector público, tem que existir animação em dias como o Domingo de Páscoa, tem que existir acompanhamento e fiscalização, contacto directo com os comerciantes sediados colocar ao seu dispor verbas que lhe permitam melhorar os espaços.
A única maneira de melhorar o centro histórico é aproveitar as valias de quem ainda lá quer morar, esperar mais alguns anos para o cruzamento de gerações, tentando estagnar os índices de pobreza, tendo sempre presente que erradicar fenómenos com décadas, é um processo moroso, com factura alta para todos nós.
M. cumprimentos,
Cristina Santos
De: F. Rocha Antunes - "Fé?"
Cara Cristina,
Tudo o que relatou se passa em qualquer zona do país aonde a esmagadora maioria das pessoas é pobre. Mais nada.
Eu não consigo achar graça à pobreza, nem vislumbrar o que a pobreza pode ter de típico.
A ideia de auto-exclusão não é voluntária. É apenas um mecanismo de reforço de identidade, de pertença, que dá ao conjunto um sentido. Porque em zonas muito pobres todos sabem que dependem muito do conjunto para sobreviver. Mas não é uma opção.
A prova é simples de tirar. Basta perguntar a quem lá mora o que aconteceu aos que se conseguiram libertar do ciclo da pobreza. Aposto que a maioria aproveitou para mudar de ares.
O turismo pode ser uma das formas de libertar muitos dos habitantes da pobreza. E de melhorar toda a zona. Esta mania de que o lucro é uma coisa horrível só ajuda a eternizar a dependência dos subsídios que se vão inventando para evitar que a explosão social se verifique. É a velha história da cana de pesca ou do peixe.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Tudo o que relatou se passa em qualquer zona do país aonde a esmagadora maioria das pessoas é pobre. Mais nada.
Eu não consigo achar graça à pobreza, nem vislumbrar o que a pobreza pode ter de típico.
A ideia de auto-exclusão não é voluntária. É apenas um mecanismo de reforço de identidade, de pertença, que dá ao conjunto um sentido. Porque em zonas muito pobres todos sabem que dependem muito do conjunto para sobreviver. Mas não é uma opção.
A prova é simples de tirar. Basta perguntar a quem lá mora o que aconteceu aos que se conseguiram libertar do ciclo da pobreza. Aposto que a maioria aproveitou para mudar de ares.
O turismo pode ser uma das formas de libertar muitos dos habitantes da pobreza. E de melhorar toda a zona. Esta mania de que o lucro é uma coisa horrível só ajuda a eternizar a dependência dos subsídios que se vão inventando para evitar que a explosão social se verifique. É a velha história da cana de pesca ou do peixe.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: António Moreira - "Parabéns ;-)"
Caro Tiago Fernandes
E caros amigos
É com grande satisfação que leio a vontade fazer o balanço do primeiro ano d"A Baixa do Porto" e, sobretudo, de estudar qual o passo seguinte para tentar que as decisões (e consequentes acções) sobre a Nossa Cidade sejam tomadas de forma mais transparente, mais séria e, acima de tudo, mais ajustadas à conciliação dos diferentes interesses geralmente envolvidos.
É minha convicção, já diversas vezes aqui expressa, que uma grande parte do problema se prende com o próprio funcionamento do nosso sistema político, que acrescenta a cada situação em concreto mais um factor, que, em meu entender, não deveria fazer parte da análise, o INTERESSE PARTIDÁRIO.
Explico:
Cada situação concreta, seja ela "A requalificação da Av. da Boavista"/"Linha Laranja do Metro", seja o "Túnel de Ceuta", seja a "Requalificação da Av. dos Aliados", seja outro qualquer exemplo concreto, para além de ser analisado com base nas suas vertentes de mobilidade, trânsito, ambiental, patrimonial, financeira, arquitectónica, etc., é, ainda, avaliado quanto à forma pela qual as decisões quanto à sua implementação, custeio, "paternidade", "timings", etc. irá afectar, positiva ou negativamente, os interesses das diversas formações partidárias, estejam elas no poder ou na oposição.
Suponho que já se tornou claro, para a maioria de nós, que estas considerações quanto ao INTERESSE PARTIDÁRIO, se sobrepõe, na maioria dos casos, à generalidade dos outros factores em análise, ou seja:
Na maioria das situações as decisões quanto aos projectos e soluções na Nossa Cidade, são tomadas com base, fundamentalmente, no INTERESSE PARTIDÁRIO e não no resultado da conciliação ideal (ou possível) entre os diferentes factores (ou interesses) envolvidos.
Isto tem levado, inclusivamente, a que se continue a assistir ao lamentável espectáculo de projectos inacabados e alterados ou destruídos por um executivo não estar de acordo com as orientações do anterior, com o consequente esbanjamento de recursos, obras que se eternizam, etc.,)
Ora eu entendo que o INTERESSE PARTIDÁRIO é um factor que não deveria, nunca, fazer parte deste tipo de análises (e penso que, neste aspecto, será possível encontrar algum consenso).
Qual será então o caminho a seguir caso se pretenda alterar esta situação?
Penso que "A Baixa do Porto" foi (é) um excelente primeiro passo.
No seu formato de "Blog" aberto permite que a informação chegue aos cidadãos interessados, permite que sejam expostas as mais diversas opiniões pelos interessados, conseguiu assim chamar a atenção dos meios de comunicação tradicionais e, também por essa via, interessar mais cidadãos nos assuntos que afectam a sua cidade e levá-los a discutir e, fundamental, a exigir.
Conseguiu também alertar os poderes instituídos (mesmo os que "não lêem Blogs") para que a impunidade com que tem actuado estará a ser ameaçada por uma nova atitude dos cidadãos, mais informada, mais atenta e mais "irreverente".
Penso também que este formato apresenta algumas limitações que derivam fundamentalmente de assentarem exclusivamente no esforço de uma só pessoa, aqui a minha homenagem ao Sr. Tiago Fernandes, com a, inerente, escassez de meios financeiros e temporais.
As principais limitações que verifico tem a ver com a não possibilidade organização e arquivo das discussões por assunto, tornando difícil o seu acompanhamento, assim como a, compreensível, demora na inserção de contribuições e a sua, eventual, censura prévia.
Assim sou de opinião que se deveria evoluir para o formato de "fórum" que permitiria ultrapassar as limitações referidas.
Esta opção poderia incluir uma muito eficaz ordenação dos temas, com entrada múltipla por especialidade (trânsito, habitação, desporto, ambiente, cultura, etc.) e por freguesia(s).
Permitiria a publicação directa das contribuições de cada membro, sendo a sua moderação posterior efectuada por moderadores voluntários. Permitiria a inclusão de áreas temáticas diversificadas (havendo até lugar a temáticas partidárias), encaminhando os utilizadores para as suas áreas de interesse.
Permitiria a realização fácil de sondagens de opinião entre os membros/utilizadores.
Acima de tudo penso que permitiria, se devidamente estruturada, atingir dois objectivos fundamentais:
A criação de uma base de membros/utilizadores com dimensão significativa (penso ser possível ambicionar alguns milhares) Com base nesse universo alargado de membros/utilizadores estabelecer-se, de pleno direito, como um instrumento de "pressão" sobre os poderes (autárquicos e outros) e ainda criar serviços (publicitários e não só) que gerassem as receitas necessárias à sua sustentabilidade e ao desenvolvimento de acções.
Naturalmente que não é fácil, em poucas linhas, descrever o tipo de "fórum" que proponho, mas estou disponível para aprofundar esta discussão caso haja interesse.
Quanto à forma de actuação proposta pelo Sr. Tiago Fernandes para se vir a atingir, no fundo, um "Estado de Direito", estou, globalmente, de acordo.
É urgente encontrar os meios que permitam acabar com esta situação em que os "poderes" decidem e actuam com absoluto desprezo pelas normas aplicáveis aos "comuns mortais", sem sentirem a obrigação de informar ou justificar as suas decisões ou os seus actos, com um sentimento de absoluta impunidade institucional e pessoal, entendendo que, apenas no final do seu mandato deverão ser "julgados" e, mesmo aí, esse julgamento será apenas político ou seja, sem consequências pessoais de maior.
Mais, convencionou-se que uma "cura de oposição" equivale a uma "himenoplastia" (ou um acto de contrição e penitência, para os mais devotos), pelo que todas as "malfeitorias" praticadas num mandato anterior, já anteriormente "castigado nas urnas" não deve ser relevante para escolhas futuras…..
É assim necessário criar uma cultura de responsabilidade que permita penalizar adequadamente todos aqueles que sejam responsáveis por decisões ou actos que lesem o "bem público".
Mas é também necessário prevenir, evitando que esses actos sejam praticados, quando o seu conhecimento é público em tempo oportuno, ou limitando os seus danos, conseguindo a sua interrupção o mais cedo possível, quando já iniciados, com a necessária reposição dos bens lesados e punição dos responsáveis.
Assim as prioridades, seriam EVITAR, LIMITAR e RESPONSABILIZAR.
Para isso será necessário obter INFORMAÇÃO, nos moldes preconizados pelo Sr. Tiago Fernandes, divulgar e discutir essa informação, neste Blog, na comunicação social ou no "fórum" que propus.
DECIDIR onde, quando e como actuar, de forma mais ou menos "democrática".
Obter os MEIOS FINANCEIROS que sustentem a ACÇÃO.
AGIR.
PS. Não tendo informação completa sobre este assunto, penso que o assunto do "Túnel do Marquês" é um excelente exemplo das consequências de não ter sido possível (?) EVITAR ou LIMITAR os danos, da forma que expus anteriormente.
Infelizmente não será também possível, com certeza, RESPONSABILIZAR os autores do "crime", pelo que, no final, restarão apenas os prejuízos imensos para todos os afectados pelo arrastar das obras e a ideia, popular, da "culpa" do único cidadão com RAZÃO e CORAGEM para afrontar o poder.
Melhores Cumprimentos
António Moreira
E caros amigos
É com grande satisfação que leio a vontade fazer o balanço do primeiro ano d"A Baixa do Porto" e, sobretudo, de estudar qual o passo seguinte para tentar que as decisões (e consequentes acções) sobre a Nossa Cidade sejam tomadas de forma mais transparente, mais séria e, acima de tudo, mais ajustadas à conciliação dos diferentes interesses geralmente envolvidos.
É minha convicção, já diversas vezes aqui expressa, que uma grande parte do problema se prende com o próprio funcionamento do nosso sistema político, que acrescenta a cada situação em concreto mais um factor, que, em meu entender, não deveria fazer parte da análise, o INTERESSE PARTIDÁRIO.
Explico:
Cada situação concreta, seja ela "A requalificação da Av. da Boavista"/"Linha Laranja do Metro", seja o "Túnel de Ceuta", seja a "Requalificação da Av. dos Aliados", seja outro qualquer exemplo concreto, para além de ser analisado com base nas suas vertentes de mobilidade, trânsito, ambiental, patrimonial, financeira, arquitectónica, etc., é, ainda, avaliado quanto à forma pela qual as decisões quanto à sua implementação, custeio, "paternidade", "timings", etc. irá afectar, positiva ou negativamente, os interesses das diversas formações partidárias, estejam elas no poder ou na oposição.
Suponho que já se tornou claro, para a maioria de nós, que estas considerações quanto ao INTERESSE PARTIDÁRIO, se sobrepõe, na maioria dos casos, à generalidade dos outros factores em análise, ou seja:
Na maioria das situações as decisões quanto aos projectos e soluções na Nossa Cidade, são tomadas com base, fundamentalmente, no INTERESSE PARTIDÁRIO e não no resultado da conciliação ideal (ou possível) entre os diferentes factores (ou interesses) envolvidos.
Isto tem levado, inclusivamente, a que se continue a assistir ao lamentável espectáculo de projectos inacabados e alterados ou destruídos por um executivo não estar de acordo com as orientações do anterior, com o consequente esbanjamento de recursos, obras que se eternizam, etc.,)
Ora eu entendo que o INTERESSE PARTIDÁRIO é um factor que não deveria, nunca, fazer parte deste tipo de análises (e penso que, neste aspecto, será possível encontrar algum consenso).
Qual será então o caminho a seguir caso se pretenda alterar esta situação?
Penso que "A Baixa do Porto" foi (é) um excelente primeiro passo.
No seu formato de "Blog" aberto permite que a informação chegue aos cidadãos interessados, permite que sejam expostas as mais diversas opiniões pelos interessados, conseguiu assim chamar a atenção dos meios de comunicação tradicionais e, também por essa via, interessar mais cidadãos nos assuntos que afectam a sua cidade e levá-los a discutir e, fundamental, a exigir.
Conseguiu também alertar os poderes instituídos (mesmo os que "não lêem Blogs") para que a impunidade com que tem actuado estará a ser ameaçada por uma nova atitude dos cidadãos, mais informada, mais atenta e mais "irreverente".
Penso também que este formato apresenta algumas limitações que derivam fundamentalmente de assentarem exclusivamente no esforço de uma só pessoa, aqui a minha homenagem ao Sr. Tiago Fernandes, com a, inerente, escassez de meios financeiros e temporais.
As principais limitações que verifico tem a ver com a não possibilidade organização e arquivo das discussões por assunto, tornando difícil o seu acompanhamento, assim como a, compreensível, demora na inserção de contribuições e a sua, eventual, censura prévia.
Assim sou de opinião que se deveria evoluir para o formato de "fórum" que permitiria ultrapassar as limitações referidas.
Esta opção poderia incluir uma muito eficaz ordenação dos temas, com entrada múltipla por especialidade (trânsito, habitação, desporto, ambiente, cultura, etc.) e por freguesia(s).
Permitiria a publicação directa das contribuições de cada membro, sendo a sua moderação posterior efectuada por moderadores voluntários. Permitiria a inclusão de áreas temáticas diversificadas (havendo até lugar a temáticas partidárias), encaminhando os utilizadores para as suas áreas de interesse.
Permitiria a realização fácil de sondagens de opinião entre os membros/utilizadores.
Acima de tudo penso que permitiria, se devidamente estruturada, atingir dois objectivos fundamentais:
A criação de uma base de membros/utilizadores com dimensão significativa (penso ser possível ambicionar alguns milhares) Com base nesse universo alargado de membros/utilizadores estabelecer-se, de pleno direito, como um instrumento de "pressão" sobre os poderes (autárquicos e outros) e ainda criar serviços (publicitários e não só) que gerassem as receitas necessárias à sua sustentabilidade e ao desenvolvimento de acções.
Naturalmente que não é fácil, em poucas linhas, descrever o tipo de "fórum" que proponho, mas estou disponível para aprofundar esta discussão caso haja interesse.
Quanto à forma de actuação proposta pelo Sr. Tiago Fernandes para se vir a atingir, no fundo, um "Estado de Direito", estou, globalmente, de acordo.
É urgente encontrar os meios que permitam acabar com esta situação em que os "poderes" decidem e actuam com absoluto desprezo pelas normas aplicáveis aos "comuns mortais", sem sentirem a obrigação de informar ou justificar as suas decisões ou os seus actos, com um sentimento de absoluta impunidade institucional e pessoal, entendendo que, apenas no final do seu mandato deverão ser "julgados" e, mesmo aí, esse julgamento será apenas político ou seja, sem consequências pessoais de maior.
Mais, convencionou-se que uma "cura de oposição" equivale a uma "himenoplastia" (ou um acto de contrição e penitência, para os mais devotos), pelo que todas as "malfeitorias" praticadas num mandato anterior, já anteriormente "castigado nas urnas" não deve ser relevante para escolhas futuras…..
É assim necessário criar uma cultura de responsabilidade que permita penalizar adequadamente todos aqueles que sejam responsáveis por decisões ou actos que lesem o "bem público".
Mas é também necessário prevenir, evitando que esses actos sejam praticados, quando o seu conhecimento é público em tempo oportuno, ou limitando os seus danos, conseguindo a sua interrupção o mais cedo possível, quando já iniciados, com a necessária reposição dos bens lesados e punição dos responsáveis.
Assim as prioridades, seriam EVITAR, LIMITAR e RESPONSABILIZAR.
Para isso será necessário obter INFORMAÇÃO, nos moldes preconizados pelo Sr. Tiago Fernandes, divulgar e discutir essa informação, neste Blog, na comunicação social ou no "fórum" que propus.
DECIDIR onde, quando e como actuar, de forma mais ou menos "democrática".
Obter os MEIOS FINANCEIROS que sustentem a ACÇÃO.
AGIR.
PS. Não tendo informação completa sobre este assunto, penso que o assunto do "Túnel do Marquês" é um excelente exemplo das consequências de não ter sido possível (?) EVITAR ou LIMITAR os danos, da forma que expus anteriormente.
Infelizmente não será também possível, com certeza, RESPONSABILIZAR os autores do "crime", pelo que, no final, restarão apenas os prejuízos imensos para todos os afectados pelo arrastar das obras e a ideia, popular, da "culpa" do único cidadão com RAZÃO e CORAGEM para afrontar o poder.
Melhores Cumprimentos
António Moreira
De: Cristina Santos - "Centro histórico"
O centro histórico, nomeadamente a Sé do Porto, tem um carisma que merecia ser estudado ao nível da sociologia e dos grupos.
Na Sé do Porto encontramos gerações completas, que aí se mantiveram e aí gostam de morar, na Sé do Porto todos se conhecem, todos são família, a Sé é a casa de todos eles.
Para estes moradores a Sé é muito mais que um centro Histórico, é uma ideologia, um modo de vida, uma política à parte do resto da Cidade.
Os mais jovens são entusiastas do espírito da gente da Sé, onde tudo falta e onde tudo se partilha, na Sé a principal assistência social é dada entre vizinhos, partilham-se casas de uma só assoalhada, presta-se assistência médica aos idosos e até a Farmácia fia medicamentos aos doentes.
É uma comunidade auto-excluída, que faz face às suas próprias necessidades.
Os bebes da Sé são orgulhosamente registados como naturais dessa freguesia, quando na maioria das vezes nascem na Maternidade e até noutros locais do País, os pais, a maioria jovens, em prol da defesa do espírito da Sé embrulham os registos civis afirmando que os seus bebes nasceram em casa, em qualquer rua da Sé do Porto.
Infelizmente quando um prédio ameaça ruína e os residentes são transplantados para Bairros Sociais, não conseguem adaptar-se ou integrar-se na sua nova morada. O que acontece é que voltam para a Sé onde passam os dias, regressando à sua nova casa quando o sol se põem, os filhos ficam com os avós na Sé, nas Fontainhas, ou na Cordoaria.
Na Sé os jogos de sorte, as rifas e as taludas dão alimento a muitas famílias, o euromilhões é jogado por todos e todos compartilham o sonho de ganhar e assim comprar casa na Sé, aqueles que foram deslocados sonham com isso todos os dias, com a oportunidade de regressar às origens.
Amam o centro histórico como ninguém ama.
Às vezes a união desta gente, o amor à Freguesia leva-nos a reflectir sobre os nossos próprios ideais de vida, faz-nos pensar se estes munícipes não têm direito a viver isolados, auto excluídos, se temos o direito de intervir no seu modo de vida, que nos parece tão pobre, tão inculto, tão marginal.
Para eles o que interessa aos políticos e outros, não são as gentes, mas sim os lucros e o turismo, que a Sé pode oferecer, sentem-se ofendidos por alguém tentar mudar as suas crenças com o exclusivo propósito de fazer dinheiro.
No Domingo de Páscoa muitos foram os turistas que visitaram a Igreja da Sé, só não desceram ao Centro histórico porque os edifícios degradados, que iniciam as ruas não convidam a essa visita, (em contrapartida servem de pouso a muitos doentes de toxinas), porque as calçadas (recentes) já estão levantadas, porque os cafés e tascos têm uma aparência insalubre, porque a visão descendente só nos permite ver telhados velhos e os poucos telhados novos que existem por defeitos de construção acumulam lixos e aguas nos calões que dão a ideia de que tudo está prestes a ruir.
Mas principalmente porque nesse domingo não haviam roteiros disponíveis para indicar aos turistas os pontos de interesse, porque no centro da Sé não existem grandes monumentos, mas sim casas muito antigas, porque nesse domingo ninguém se lembrou de contratar animação de Rua que motivasse a caminhada, que transmitisse alguma segurança, esqueceram-se ainda de ter algum policiamento de serviço em frente à Catedral, nesse Domingo não havia qualquer placa a convidar a visita ao interior da Sé, nem sequer existia rasto de algum dia ter existido uma..
São os becos onde não existe alma viva, que causam medo e afastam os transeuntes, - não são as pessoas que desmotivam o acesso ao centro histórico, mas sim a falta delas.
Cristina Santos
Na Sé do Porto encontramos gerações completas, que aí se mantiveram e aí gostam de morar, na Sé do Porto todos se conhecem, todos são família, a Sé é a casa de todos eles.
Para estes moradores a Sé é muito mais que um centro Histórico, é uma ideologia, um modo de vida, uma política à parte do resto da Cidade.
Os mais jovens são entusiastas do espírito da gente da Sé, onde tudo falta e onde tudo se partilha, na Sé a principal assistência social é dada entre vizinhos, partilham-se casas de uma só assoalhada, presta-se assistência médica aos idosos e até a Farmácia fia medicamentos aos doentes.
É uma comunidade auto-excluída, que faz face às suas próprias necessidades.
Os bebes da Sé são orgulhosamente registados como naturais dessa freguesia, quando na maioria das vezes nascem na Maternidade e até noutros locais do País, os pais, a maioria jovens, em prol da defesa do espírito da Sé embrulham os registos civis afirmando que os seus bebes nasceram em casa, em qualquer rua da Sé do Porto.
Infelizmente quando um prédio ameaça ruína e os residentes são transplantados para Bairros Sociais, não conseguem adaptar-se ou integrar-se na sua nova morada. O que acontece é que voltam para a Sé onde passam os dias, regressando à sua nova casa quando o sol se põem, os filhos ficam com os avós na Sé, nas Fontainhas, ou na Cordoaria.
Na Sé os jogos de sorte, as rifas e as taludas dão alimento a muitas famílias, o euromilhões é jogado por todos e todos compartilham o sonho de ganhar e assim comprar casa na Sé, aqueles que foram deslocados sonham com isso todos os dias, com a oportunidade de regressar às origens.
Amam o centro histórico como ninguém ama.
Às vezes a união desta gente, o amor à Freguesia leva-nos a reflectir sobre os nossos próprios ideais de vida, faz-nos pensar se estes munícipes não têm direito a viver isolados, auto excluídos, se temos o direito de intervir no seu modo de vida, que nos parece tão pobre, tão inculto, tão marginal.
Para eles o que interessa aos políticos e outros, não são as gentes, mas sim os lucros e o turismo, que a Sé pode oferecer, sentem-se ofendidos por alguém tentar mudar as suas crenças com o exclusivo propósito de fazer dinheiro.
No Domingo de Páscoa muitos foram os turistas que visitaram a Igreja da Sé, só não desceram ao Centro histórico porque os edifícios degradados, que iniciam as ruas não convidam a essa visita, (em contrapartida servem de pouso a muitos doentes de toxinas), porque as calçadas (recentes) já estão levantadas, porque os cafés e tascos têm uma aparência insalubre, porque a visão descendente só nos permite ver telhados velhos e os poucos telhados novos que existem por defeitos de construção acumulam lixos e aguas nos calões que dão a ideia de que tudo está prestes a ruir.
Mas principalmente porque nesse domingo não haviam roteiros disponíveis para indicar aos turistas os pontos de interesse, porque no centro da Sé não existem grandes monumentos, mas sim casas muito antigas, porque nesse domingo ninguém se lembrou de contratar animação de Rua que motivasse a caminhada, que transmitisse alguma segurança, esqueceram-se ainda de ter algum policiamento de serviço em frente à Catedral, nesse Domingo não havia qualquer placa a convidar a visita ao interior da Sé, nem sequer existia rasto de algum dia ter existido uma..
São os becos onde não existe alma viva, que causam medo e afastam os transeuntes, - não são as pessoas que desmotivam o acesso ao centro histórico, mas sim a falta delas.
Cristina Santos
De: Pulido Valente - "Demolição do «shopping»"
Caro, caríssimo amigo, a sua obra é notável e as comemorações imprescindíveis se trouxerem conclusões da experiência havida. Estou ao inteiro dispor para o que for preciso e já estou a pensar qual será o local - Rosa Mota - para receber TANTA gente.
Hoje venho contrariar uma afirmação sua que é errada SEM DESCULPA. V. diz que a demolição do "shopping" não deve ser feita para poupar dinheiro à CMP. Errado. A responsabilidade, como venho dizendo há muito sem que v. tenha ouvido ou aceite (nesse caso não me fez beneficiar do seu melhor conhecimento do assunto) é de quem construiu ilegalmente o edifício. Não esquecer que a licença só "cobre" os últimos quatro meses de construção altura em que os lojistas já estariam a instalar-se. Portanto TODO o edifício foi construído sem licença e " À CONFIANÇA" sabendo o promotor - SODEL - que tinha o presidente da câmara como aliado pois que este tinha sido avisado pelo menos duas vezes pelo fiscal para embargar a obra; o que ele não fez exactamente para proteger o promotor, infringindo a lei e não cumprindo com o seu dever. As razões aduzidas pelo fiscal eram válidas.
Depois entrou o meu processo no tribunal afirmando que, por outras razões, o projecto era ilegal e o licenciamento nulo. O tribunal demorou cinco anos o que deu tempo a que a construção se fizesse fora da lei. Marginal como agora se diz. Se imputarmos responsabilidades à câmara e não ao vereador que, por delegação do presidente, deferiu aquela enorme especulação, temos também de chamar à pedra as várias instâncias do tribunal. Não me parece correcto, apesar de tudo. Em todo o caso o facto de a CMP ter emitido uma licença nula é um assunto para ser tratado entre a CMP e a Sodel que é a verdadeira responsável pelo monstro ilegal por ter construído sem licença. Ninguém ainda sabe se a CMP iria partilhar as despesas. E será necessário saber quais elas seriam. As indemnizações a quem comprou ou alugou? Não. Essas são da inteira responsabilidade da Sodel. As da demolição? No caso de o tribunal vir a responsabilizar, também, a CMP essas seriam para dividir a meias entre as duas responsáveis - câmara e promotora - e, espero, que a CMP tenha a possibilidade de transferir essa responsabilidade financeira para os políticos. Ou a lei não viu isso? Parece que aquele artigo da lei que v. citou ontem confirma essa necessidade. Não confundir com possibilidade.
Portanto meu caro Tiago o "shopping" deve mesmo ser demolido para que se saiba que o país não é uma palhaçada e que a lei é para cumprir.
Caso contrário a malta vai convencer-se ainda mais que a lei só às vezes e com os pequenos é que funciona bem. Parabens pelo aniversário do início do seu esforço militante pelo PORTO.
--
Nota de TAF: Eu compreendo esta posição mas não concordo com ela. Primeiro porque parece ser inevitável (e justo) que a CMP venha a ser co-responsabilizada. Segundo, porque acho mais saudável exigir do promotor uma indemnização em dinheiro que reverta a favor da cidade, em vez de destruir o edifício. Os montantes em causa dariam certamente, por exemplo, para suportar os custos de habitação alternativa para quem ainda vive no Baixo de S. João de Deus ou no Aleixo. Ou para investir na zona da SRU.
Hoje venho contrariar uma afirmação sua que é errada SEM DESCULPA. V. diz que a demolição do "shopping" não deve ser feita para poupar dinheiro à CMP. Errado. A responsabilidade, como venho dizendo há muito sem que v. tenha ouvido ou aceite (nesse caso não me fez beneficiar do seu melhor conhecimento do assunto) é de quem construiu ilegalmente o edifício. Não esquecer que a licença só "cobre" os últimos quatro meses de construção altura em que os lojistas já estariam a instalar-se. Portanto TODO o edifício foi construído sem licença e " À CONFIANÇA" sabendo o promotor - SODEL - que tinha o presidente da câmara como aliado pois que este tinha sido avisado pelo menos duas vezes pelo fiscal para embargar a obra; o que ele não fez exactamente para proteger o promotor, infringindo a lei e não cumprindo com o seu dever. As razões aduzidas pelo fiscal eram válidas.
Depois entrou o meu processo no tribunal afirmando que, por outras razões, o projecto era ilegal e o licenciamento nulo. O tribunal demorou cinco anos o que deu tempo a que a construção se fizesse fora da lei. Marginal como agora se diz. Se imputarmos responsabilidades à câmara e não ao vereador que, por delegação do presidente, deferiu aquela enorme especulação, temos também de chamar à pedra as várias instâncias do tribunal. Não me parece correcto, apesar de tudo. Em todo o caso o facto de a CMP ter emitido uma licença nula é um assunto para ser tratado entre a CMP e a Sodel que é a verdadeira responsável pelo monstro ilegal por ter construído sem licença. Ninguém ainda sabe se a CMP iria partilhar as despesas. E será necessário saber quais elas seriam. As indemnizações a quem comprou ou alugou? Não. Essas são da inteira responsabilidade da Sodel. As da demolição? No caso de o tribunal vir a responsabilizar, também, a CMP essas seriam para dividir a meias entre as duas responsáveis - câmara e promotora - e, espero, que a CMP tenha a possibilidade de transferir essa responsabilidade financeira para os políticos. Ou a lei não viu isso? Parece que aquele artigo da lei que v. citou ontem confirma essa necessidade. Não confundir com possibilidade.
Portanto meu caro Tiago o "shopping" deve mesmo ser demolido para que se saiba que o país não é uma palhaçada e que a lei é para cumprir.
Caso contrário a malta vai convencer-se ainda mais que a lei só às vezes e com os pequenos é que funciona bem. Parabens pelo aniversário do início do seu esforço militante pelo PORTO.
--
Nota de TAF: Eu compreendo esta posição mas não concordo com ela. Primeiro porque parece ser inevitável (e justo) que a CMP venha a ser co-responsabilizada. Segundo, porque acho mais saudável exigir do promotor uma indemnização em dinheiro que reverta a favor da cidade, em vez de destruir o edifício. Os montantes em causa dariam certamente, por exemplo, para suportar os custos de habitação alternativa para quem ainda vive no Baixo de S. João de Deus ou no Aleixo. Ou para investir na zona da SRU.
De: TAF - "As grandiosas comemorações"
Ao aproximar-se a data do primeiro aniversário d’A Baixa do Porto (24 de Abril) importa fazer um balanço e, principalmente, preparar o futuro. Como me falta o tempo para meditações longas, vou directo ao que me parece mais importante.
Este blog tem cumprido a sua função: fazer com que se ouça a voz de quem se quer pronunciar sobre “A recuperação da Baixa e os problemas que os serviços de Urbanismo da Câmara causam à cidade”. Mérito dos participantes, tornou-se uma referência informativa e formativa. Executivo e Oposição estão expostos à crítica e à sugestão. Os media observam por aqui o sentir de parte significativa da cidade. O munícipe comum tornou-se “opinion maker”. :-)
Verificámos também que, apesar das diferentes opiniões (tantas vezes contraditórias) que assim se exprimem, há um consenso quanto à necessidade de pensar o Porto de forma alargada: o problema da Baixa não se resolve olhando só para a Baixa.
Contribuímos fortemente para que diminuísse o nível de “politiquice” na política local: os nossos representantes sabem que posições indefensáveis e irresponsáveis dificilmente passam agora despercebidas à opinião pública. Os erros são aqui construtivamente denunciados. Propostas de solução são aqui apresentadas. É um passo em frente na direcção da política “open source”, mas muito falta ainda fazer.
Um balanço deve dar atenção também aos pontos negativos mas, com franqueza, não consegui encontrar nenhum que mereça destaque… Talvez apenas o tempo que A Baixa do Porto nos toma, mas ainda assim isso deve ser visto como um investimento na cidade. :-)
Importa fazer mais e melhor.
É sabido que em Portugal a Lei é para “cumprir de vez em quando”. Em grande parte a culpa é dos cidadãos, que não fazem sequer valer os seus direitos perante o Estado porque actuam isoladamente. Os custos de preparar processos judiciais são elevados, as demoras enormes, a incompetência dos intervenientes é frequentemente escandalosa. Tudo isto faz desistir o comum mortal. Mas quem insiste consegue resultados: veja-se o notável caso de Pulido Valente, que com persistência, sentido de missão e graves prejuízos pessoais tem insistido com sucesso nas vias legais para combater os abusos da Administração Local.
Há outra razão para que a sociedade civil não actue: muitas dos intervenientes que poderiam agir têm “telhados de vidro” e/ou receio de represálias por parte do poder local. Num ambiente em que a honestidade e coragem são qualidades pouco frequentes, quase ninguém faz nada.
Falta também muitas vezes uma postura construtiva, com “diplomacia musculada”, por parte de quem saiba que os meios de protesto só devem ser utilizados para atingir fins sensatos. Uma causa destas só tem sentido se contribuir para o bem comum. Apesar de não conhecer bem o caso, arriscaria como exemplo negativo os processos contra o Túnel do Marquês, em Lisboa, cujo arrastar das obras apenas prejudicou a cidade. Ainda como exemplo cá no Porto, uma eventual demolição do Shopping do Bom Sucesso seria má política. Deve-se lutar pela atribuição de responsabilidades institucionais e pessoais, com as correspondentes exigências de indemnizações. Mas invista-se o esforço e dinheiro públicos em prioridades mais altas do que deitar abaixo “mamarrachos”: a cidade tem que aprender a viver com as cicatrizes dos erros do passado.
Ao contrário, outras medidas dariam certamente frutos bem visíveis:
Poder-se-iam escolher, através da participação aqui no blog, alguns casos significativos de desrespeito pelos cidadãos. O processo de selecção seria semelhante ao de aceitação de comentários: tenta-se o consenso; não sendo possível, o moderador tem a palavra final. :-) Seguidamente seriam contratados serviços a profissionais com a qualificação adequada (e aqui os “standards” têm de ser altos) para preparar queixas formais e levá-las até ao fim pelas vias judiciais. Todo o decorrer do processo iria sendo tornado público e discutido no blog e na imprensa.
Isto não é fácil e, principalmente, é bastante caro. Vamos ser realistas: não será com a contribuição de pessoas individuais que se reúnem os fundos necessários. Terão que se procurar patrocínios junto de entidades com interesse especial em que a cidade funcione bem e, simultaneamente, capacidade financeira. Os apoios seriam destinados globalmente à iniciativa, e não a nenhum processo em particular. Era igualmente útil suporte “em géneros”, como apoio jurídico gratuito.
A minha proposta concreta é: verifiquemos se é possível angariar apoios para um ano de actividade. Devo ser franco: estou muito céptico... Mas de qualquer modo é importante tentar, pois a sociedade civil deve ser confrontada com as suas responsabilidades. Atendendo aos contactos que em conjunto todos temos (sociedades de construção civil, promoção ou mediação imobiliária, fundações, …), há apesar de tudo alguma esperança. Gostava de ter as vossas opiniões, seja aqui no blog ou em privado para o meu email pessoal.
PS: Em teoria, a própria autarquia seria uma das principais interessadas em patrocinar a iniciativa. É uma boa sugestão para o programa do próximo executivo. ;-)
Este blog tem cumprido a sua função: fazer com que se ouça a voz de quem se quer pronunciar sobre “A recuperação da Baixa e os problemas que os serviços de Urbanismo da Câmara causam à cidade”. Mérito dos participantes, tornou-se uma referência informativa e formativa. Executivo e Oposição estão expostos à crítica e à sugestão. Os media observam por aqui o sentir de parte significativa da cidade. O munícipe comum tornou-se “opinion maker”. :-)
Verificámos também que, apesar das diferentes opiniões (tantas vezes contraditórias) que assim se exprimem, há um consenso quanto à necessidade de pensar o Porto de forma alargada: o problema da Baixa não se resolve olhando só para a Baixa.
Contribuímos fortemente para que diminuísse o nível de “politiquice” na política local: os nossos representantes sabem que posições indefensáveis e irresponsáveis dificilmente passam agora despercebidas à opinião pública. Os erros são aqui construtivamente denunciados. Propostas de solução são aqui apresentadas. É um passo em frente na direcção da política “open source”, mas muito falta ainda fazer.
Um balanço deve dar atenção também aos pontos negativos mas, com franqueza, não consegui encontrar nenhum que mereça destaque… Talvez apenas o tempo que A Baixa do Porto nos toma, mas ainda assim isso deve ser visto como um investimento na cidade. :-)
Importa fazer mais e melhor.
É sabido que em Portugal a Lei é para “cumprir de vez em quando”. Em grande parte a culpa é dos cidadãos, que não fazem sequer valer os seus direitos perante o Estado porque actuam isoladamente. Os custos de preparar processos judiciais são elevados, as demoras enormes, a incompetência dos intervenientes é frequentemente escandalosa. Tudo isto faz desistir o comum mortal. Mas quem insiste consegue resultados: veja-se o notável caso de Pulido Valente, que com persistência, sentido de missão e graves prejuízos pessoais tem insistido com sucesso nas vias legais para combater os abusos da Administração Local.
Há outra razão para que a sociedade civil não actue: muitas dos intervenientes que poderiam agir têm “telhados de vidro” e/ou receio de represálias por parte do poder local. Num ambiente em que a honestidade e coragem são qualidades pouco frequentes, quase ninguém faz nada.
Falta também muitas vezes uma postura construtiva, com “diplomacia musculada”, por parte de quem saiba que os meios de protesto só devem ser utilizados para atingir fins sensatos. Uma causa destas só tem sentido se contribuir para o bem comum. Apesar de não conhecer bem o caso, arriscaria como exemplo negativo os processos contra o Túnel do Marquês, em Lisboa, cujo arrastar das obras apenas prejudicou a cidade. Ainda como exemplo cá no Porto, uma eventual demolição do Shopping do Bom Sucesso seria má política. Deve-se lutar pela atribuição de responsabilidades institucionais e pessoais, com as correspondentes exigências de indemnizações. Mas invista-se o esforço e dinheiro públicos em prioridades mais altas do que deitar abaixo “mamarrachos”: a cidade tem que aprender a viver com as cicatrizes dos erros do passado.
Ao contrário, outras medidas dariam certamente frutos bem visíveis:
- a apresentação pública sistemática da documentação relativa aos processos de licenciamento de obras;
- a divulgação dos estudos encomendados por entidades públicas sobre urbanismo e transportes na cidade e na região;
- a determinação de responsabilidades de casos conhecidos de negligência ou gestão danosa de recursos públicos;
- a publicação dos valores escriturados de transacção de propriedades;
- etc.
Poder-se-iam escolher, através da participação aqui no blog, alguns casos significativos de desrespeito pelos cidadãos. O processo de selecção seria semelhante ao de aceitação de comentários: tenta-se o consenso; não sendo possível, o moderador tem a palavra final. :-) Seguidamente seriam contratados serviços a profissionais com a qualificação adequada (e aqui os “standards” têm de ser altos) para preparar queixas formais e levá-las até ao fim pelas vias judiciais. Todo o decorrer do processo iria sendo tornado público e discutido no blog e na imprensa.
Isto não é fácil e, principalmente, é bastante caro. Vamos ser realistas: não será com a contribuição de pessoas individuais que se reúnem os fundos necessários. Terão que se procurar patrocínios junto de entidades com interesse especial em que a cidade funcione bem e, simultaneamente, capacidade financeira. Os apoios seriam destinados globalmente à iniciativa, e não a nenhum processo em particular. Era igualmente útil suporte “em géneros”, como apoio jurídico gratuito.
A minha proposta concreta é: verifiquemos se é possível angariar apoios para um ano de actividade. Devo ser franco: estou muito céptico... Mas de qualquer modo é importante tentar, pois a sociedade civil deve ser confrontada com as suas responsabilidades. Atendendo aos contactos que em conjunto todos temos (sociedades de construção civil, promoção ou mediação imobiliária, fundações, …), há apesar de tudo alguma esperança. Gostava de ter as vossas opiniões, seja aqui no blog ou em privado para o meu email pessoal.
PS: Em teoria, a própria autarquia seria uma das principais interessadas em patrocinar a iniciativa. É uma boa sugestão para o programa do próximo executivo. ;-)
De: TAF - "A revista de imprensa"
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- Águas do Douro e Paiva com lucro de 1,08 milhões
- Águas do Douro e Paiva apresentou resultado positivo de um milhão
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- Kasa da Praia aguarda razões do IPPAR para o parecer negativo
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- Polícia insiste em multar obras do metro - E faz muito bem! Não é suposto pedirem-se autorizações para este efeito?
- Trilhos do viaduto retirados sem terem sido estreados - Excelente, está o viaduto pronto para acolher autocarros! ;-)
- Crescimento da cidade através da Universidade - Exposição ontem especialmente recomendada por Teresa Andresen não só pelo seu conteúdo, mas como exemplo de fruição do espaço público, neste caso no interior de um edifício.
Na "Tertúlia do Comercial" de ontem falou-se das obras em curso no Porto. Como é natural, existe algum ressentimento contra quem tem o poder executivo e resolve "não dar cavaco ao povo" sobre as obras que gere, frequentemente mal preparadas, sem fazer parte de uma estratégia coerente e queixando-se (mesmo que com alguma razão) de que é o peso do passado. Nem Rui Rio nem a oposição perceberam ainda que a cidade só ganhará nova vida se a Câmara actuar em complemento da sociedade civil, e nunca à sua margem ou mesmo contra ela.
A exposição pública dos projectos e do decorrer da sua concretização é fundamental para obter alguma qualidade nos resultados. Caso contrário o executivo fica à mercê de uma máquina autárquica bafienta. Ou entrega-se como refém de arquitectos tão brilhantes que nem tratam de assegurar uma implantação tecnicamente competente das ideias geniais que deles brotam. Um exemplo: o granito proposto para as faixas de rodagem da "nova" Avenida dos Aliados. Isto é uma manifestação de incompetência (porque é colocar a estética acima da segurança e em conflito com a função, ou seja, é má arquitectura) e deve ser claramente denunciado. Construtivamente, mas sem "paninhos quentes": um curriculum justamente admirado não chega para tornar infalível um homem.
Por fim, diga-se que temos os políticos que merecemos: falamos agora de candidatos às autarquicas mas nem nos lembramos de perguntar quais os respectivos programas...
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Na "Tertúlia do Comercial" de ontem falou-se das obras em curso no Porto. Como é natural, existe algum ressentimento contra quem tem o poder executivo e resolve "não dar cavaco ao povo" sobre as obras que gere, frequentemente mal preparadas, sem fazer parte de uma estratégia coerente e queixando-se (mesmo que com alguma razão) de que é o peso do passado. Nem Rui Rio nem a oposição perceberam ainda que a cidade só ganhará nova vida se a Câmara actuar em complemento da sociedade civil, e nunca à sua margem ou mesmo contra ela.
A exposição pública dos projectos e do decorrer da sua concretização é fundamental para obter alguma qualidade nos resultados. Caso contrário o executivo fica à mercê de uma máquina autárquica bafienta. Ou entrega-se como refém de arquitectos tão brilhantes que nem tratam de assegurar uma implantação tecnicamente competente das ideias geniais que deles brotam. Um exemplo: o granito proposto para as faixas de rodagem da "nova" Avenida dos Aliados. Isto é uma manifestação de incompetência (porque é colocar a estética acima da segurança e em conflito com a função, ou seja, é má arquitectura) e deve ser claramente denunciado. Construtivamente, mas sem "paninhos quentes": um curriculum justamente admirado não chega para tornar infalível um homem.
Por fim, diga-se que temos os políticos que merecemos: falamos agora de candidatos às autarquicas mas nem nos lembramos de perguntar quais os respectivos programas...
2005/03/28
De: Pulido Valente - "Não, não é irrelevante"
Sr. Vereador, V.Ex.ª terá dito que a sentença que suspende o seu despacho por ilegal é irrelevante política e urbanisticamente. Errado! e Falso. Veja só o que essa afirmação implica:
Ou será que V.Exª não sabe ao certo o que irrelevante quer dizer e usou a palavra querendo dizer outra coisa?
Do mal o menos e que seja um lapso de quem tem muito mais, infelizmente, em que pensar, é o que espero que tenha acontecido. Se assim for V.Exª. não obrigará a que o processo principal continue, encerrará aqui a instância, e mandará emitir o mais rapidamente possível, os alvarás de autorização há muito tempo DEVIDOS.
Só mais um pequeno reparo: V.Exª. reparou que com o seu despacho, ilegal nunca é demais dizer, criou uma situação em que o requerente NÃO PODE AGIR?
Sim. O parecer/informação do jurista diz textualmente que os projectos RESPEITAM o alvará de loteamento (depois deste ter sido emitido em 27 de Julho do ano passado). Respeitam e com o deferimento tácito ocorrido no mês seguinte, os processos estão em ordem. Se estão em ordem NÃO HÁ RAZÃO PARA CONTINUAR COM O PROCESSO PRINCIPAL e é a CMP que DEVE emitir os alvarás de autorização. Não havendo nada mais a fazer por parte do requerente.
Com os cumprimentos devidos
José Pulido Valente
- que V.Ex.ª, e o presidente, que não o chamou à pedra por estar a comprometer a CMP com despachos ilegais, consideram que o facto de o Tribunal dizer que V.Ex.ª ERROU e FEZ UM DESPACHO ILEGAL não tem relevância para a gestão que, EM NOSSO NOME, estão a fazer da coisa pública. Gravíssimo. Se os tribunais não servem para orientar a acção dos gestores da coisa pública porque estes não consideram relevante os ENSINAMENTOS que daqueles recebem, as coisas vão mesmo muito mal e o autismo e auto-suficiência, alicerçados em não se pode saber qual fundamento, são os posicionamentos dos responsáveis pelo executivo. Posicionamento esse que ninguém em seu perfeito juízo pode subscrever. Portanto politicamente o acto do tribunal é relevante. Direi mesmo que tem relevância extrema. Assim o compreendam e aceitem V.as Exas.
- Urbanisticamente pelas mesmíssimas razões, a sentença tem também relevância. Reparem V.as Exas. que os processos em que a CMP está envolvida e em que virá a breve trecho estar, são inúmeros e, muitos deles, da maior gravidade para a gestão urbanística da cidade/concelho. Normas Provisórias, Medidas Preventivas, PDM, "Shopping" do Bom Sucesso, Altis, Parque da Cidade, Alameda 25 de Abril, BNP, Adicais, e muitos ou muitíssimos mais, serão irrelevantes?
- E aqueles processos que foram despachados, por V.Exª ou por outrem em nome da CMP, que são igualmente ilegais mas que não são conhecidos do cidadão comum, não lhe causam problemas de consciência? É V.Exª imune à CULPA e ao REMORSO? Não se importam com o mal que têm feito a pessoas - penso que serão muitíssimas - vitimas da falta mais elementar de competência que leva à ilegalidade?
- V.Exª não sente que cometeu erro grave consubstanciado num despacho ilegal que subscreve pareceres e despachos idiotas (que não são capazes de coordenar ideias; Lello Popular) e não sabe ainda como e porque foi enganado, ao ponto de o obrigarem a cometer a falta grave de dar um despacho ilegal? Não foi verificar que o parecer jurídico transcreve todo o despacho do Eng.º Director da Fiscalização MENOS os dois últimos pontos em que o prazo para ocorrer o deferimento tácito foi SUSPENSO?
Ou será que V.Exª não sabe ao certo o que irrelevante quer dizer e usou a palavra querendo dizer outra coisa?
Do mal o menos e que seja um lapso de quem tem muito mais, infelizmente, em que pensar, é o que espero que tenha acontecido. Se assim for V.Exª. não obrigará a que o processo principal continue, encerrará aqui a instância, e mandará emitir o mais rapidamente possível, os alvarás de autorização há muito tempo DEVIDOS.
Só mais um pequeno reparo: V.Exª. reparou que com o seu despacho, ilegal nunca é demais dizer, criou uma situação em que o requerente NÃO PODE AGIR?
Sim. O parecer/informação do jurista diz textualmente que os projectos RESPEITAM o alvará de loteamento (depois deste ter sido emitido em 27 de Julho do ano passado). Respeitam e com o deferimento tácito ocorrido no mês seguinte, os processos estão em ordem. Se estão em ordem NÃO HÁ RAZÃO PARA CONTINUAR COM O PROCESSO PRINCIPAL e é a CMP que DEVE emitir os alvarás de autorização. Não havendo nada mais a fazer por parte do requerente.
Com os cumprimentos devidos
José Pulido Valente
De: Cristina Santos - "Aliados..."
"... e Metro de superfície"
Avenida dos Aliados:
Todos os projectos são discutíveis, todas as obras recebem aprimoramentos no seu desenrolar, todos os projectos concluídos merecem análise, todos os erros e discussões resultam em experiências e conhecimento para os seus autores.
Devemos partir do princípio que arquitectos como Siza ou Souto Moura desenvolveram ao longo dos anos muitos projectos, que depois de finalizados lhe mereceram reparos, que tornam quase perfeitos os seus últimos trabalhos, com todos os profissionais é ou devia ser assim.
O que estava mal no projecto avenida dos aliados era a proposta inicial de investir uns milhares de contos para instalação de um auditório subterrâneo, estava mal porque temos imensos espaços, e agora a casa da musica, disponíveis para a função de auditório, pelo que seria supérfluo criar mais um, prolongar as obras etc.
Criar um parque subterrâneo era até um bom projecto, contudo deitava por terra o tal uso do espaço pelo automóvel ou bem que se pretende diminuir o tráfego privado ou bem que se incentiva.
Isto era o que estava mal e foi alterado, quanto a estes ataques cerrados, sem razão de ser, que mais não são que exageros para uma discussão que se pretende fecunda, quanto a mim não ajudam, se pelo menos se perguntasse para onde se vão transplantar algumas das estatuas, a calçada que existia, isso até já fazia sentido, agora o resto, penso que não há argumentos.
Metro superfície:
Quanto ao metro de superfície, todas as cidades desenvolvidas não tem só metro de superfície (eléctrico moderno) como tem o subterrâneo, como tem o automóvel, bus, etc..
E tem todos esses meios porquê? Porque as cidades têm se desenvolvido e trazido gente, os meios crescem conforme a população cresce e manifesta essa necessidade.
Ocupar a superfície é começar por um crescimento ao contrário, criam-se limitações, ou seja ao invés de ser um agente catalizador, passa a ser um obstáculo.
O trânsito de todo o tipo tem que fluir e depois quando a população cresce aumentam-se os meios, não se começa por impedir as viaturas.
Só se impedem ou limitam as viaturas quando a cidade tem um nível de sendentarização que lhe permite dar-se a esse luxo.
Se nós facilitarmos a deslocação com várias vias, metro subterrâneo, vamos conseguir atrair mais pessoas, localizá-las, obter dividendos, aumentar a qualidade de vida, depois disso aumentamos os meios quando for necessário fazendo em último caso uso da superfície.
O que não podemos é reduzir os acessos, os meios. Condicionar os acessos a uma cidade em crise é matá-la, urge complementar os meios de mobilidade não substitui-los, todos os que existem fazem falta, principalmente na Avenida da Boavista, trocar uns pelos outros não é evoluir, mas sim estagnar, criar cercas, cercas que possibilitam e delimitam os tais motivadores da marginalidade e outros factores sociais.
PS- A. Burmester aquele aparelho que nos apresentou era estritamente necessário ou o processo construtivo podia ter o mesmo efeito, a compra do aparelho resulta de algum pormenor que não foi previsto ou sempre constou do orçamento inicial? (obrigado)
Cristina Santos
Avenida dos Aliados:
Todos os projectos são discutíveis, todas as obras recebem aprimoramentos no seu desenrolar, todos os projectos concluídos merecem análise, todos os erros e discussões resultam em experiências e conhecimento para os seus autores.
Devemos partir do princípio que arquitectos como Siza ou Souto Moura desenvolveram ao longo dos anos muitos projectos, que depois de finalizados lhe mereceram reparos, que tornam quase perfeitos os seus últimos trabalhos, com todos os profissionais é ou devia ser assim.
O que estava mal no projecto avenida dos aliados era a proposta inicial de investir uns milhares de contos para instalação de um auditório subterrâneo, estava mal porque temos imensos espaços, e agora a casa da musica, disponíveis para a função de auditório, pelo que seria supérfluo criar mais um, prolongar as obras etc.
Criar um parque subterrâneo era até um bom projecto, contudo deitava por terra o tal uso do espaço pelo automóvel ou bem que se pretende diminuir o tráfego privado ou bem que se incentiva.
Isto era o que estava mal e foi alterado, quanto a estes ataques cerrados, sem razão de ser, que mais não são que exageros para uma discussão que se pretende fecunda, quanto a mim não ajudam, se pelo menos se perguntasse para onde se vão transplantar algumas das estatuas, a calçada que existia, isso até já fazia sentido, agora o resto, penso que não há argumentos.
Metro superfície:
Quanto ao metro de superfície, todas as cidades desenvolvidas não tem só metro de superfície (eléctrico moderno) como tem o subterrâneo, como tem o automóvel, bus, etc..
E tem todos esses meios porquê? Porque as cidades têm se desenvolvido e trazido gente, os meios crescem conforme a população cresce e manifesta essa necessidade.
Ocupar a superfície é começar por um crescimento ao contrário, criam-se limitações, ou seja ao invés de ser um agente catalizador, passa a ser um obstáculo.
O trânsito de todo o tipo tem que fluir e depois quando a população cresce aumentam-se os meios, não se começa por impedir as viaturas.
Só se impedem ou limitam as viaturas quando a cidade tem um nível de sendentarização que lhe permite dar-se a esse luxo.
Se nós facilitarmos a deslocação com várias vias, metro subterrâneo, vamos conseguir atrair mais pessoas, localizá-las, obter dividendos, aumentar a qualidade de vida, depois disso aumentamos os meios quando for necessário fazendo em último caso uso da superfície.
O que não podemos é reduzir os acessos, os meios. Condicionar os acessos a uma cidade em crise é matá-la, urge complementar os meios de mobilidade não substitui-los, todos os que existem fazem falta, principalmente na Avenida da Boavista, trocar uns pelos outros não é evoluir, mas sim estagnar, criar cercas, cercas que possibilitam e delimitam os tais motivadores da marginalidade e outros factores sociais.
PS- A. Burmester aquele aparelho que nos apresentou era estritamente necessário ou o processo construtivo podia ter o mesmo efeito, a compra do aparelho resulta de algum pormenor que não foi previsto ou sempre constou do orçamento inicial? (obrigado)
Cristina Santos
De: Pulido Valente - "C. Gilbert"
Caro C.G., v. não percebeu bem, julgo, o que proponho:
E, p.f., não me trate como se eu fosse político em exercício. De excelência só tenho a militância persistente e, se calhar, absolutamente estúpida.
- dar real e efectiva prioridade ao peão;
- permitir a circulação de motorizados SÓ de um dos lados da avenida - proponho o poente
- tratar TODO o pavimento de modo tal que a circulação motorizada não seja identificada pelo pavimento mas pela sinalização;
- exigir que a circulação normal de veículos seja condicionada pelo peão e não lhe dar q.q. prioridade sobre este;
- permitir os atravessamentos de emergência que sejam necessários;
- Estudar o que está feito nas proximidades para decidir o que se deve fazer ali: se em Sá da Bandeira pode haver três faixas para subir e descer porque não nos Aliados?
- desviar o trânsito das cotas altas: via Boavista, Álvares Cabral; a paralela à Constituição de que não lembro o nome, Gonçalo Cristóvão; subir a Rampa da Escola Normal, também, etc. etc. de modo a desanuviar os Clérigos e as outras vias que desaguam nos Aliados.
E, p.f., não me trate como se eu fosse político em exercício. De excelência só tenho a militância persistente e, se calhar, absolutamente estúpida.
De: Cristina Santos - "Responsabilidades"
Porque nunca se usa o n+umero 1 do artigo 97 da Lei n.º 169/99 de 18 de Setembro
Artigo 96.º Responsabilidade funcional
1 - As autarquias locais respondem civilmente perante terceiros por ofensa de direitos destes ou de disposições legais destinadas a proteger os seus interesses, resultante de actos ilícitos culposamente praticados pelos respectivos órgãos ou agentes no exercício das suas funções ou por causa desse exercício.
2 - Quando satisfizerem qualquer indemnização nos termos do número anterior, as autarquias locais gozam do direito de regresso contra os titulares dos órgãos ou os agentes culpados, se estes houverem procedido com diligência e zelo manifestamente inferiores àqueles a que se achavam obrigados em razão do cargo.
Artigo 97.º Responsabilidade pessoal
1 - Os titulares dos órgãos e os agentes das autarquias locais respondem civilmente perante terceiros pela prática de actos ilícitos que ofendam direitos destes ou disposições legais destinadas a proteger os interesses deles, se tiverem excedido os limites das suas funções ou se, no desempenho destas ou por causa delas, tiverem procedido dolosamente.
2 - Em caso de procedimento doloso, as autarquias locais são sempre solidariamente responsáveis com os titulares dos seus órgãos ou os seus agentes.
Artigo 96.º Responsabilidade funcional
1 - As autarquias locais respondem civilmente perante terceiros por ofensa de direitos destes ou de disposições legais destinadas a proteger os seus interesses, resultante de actos ilícitos culposamente praticados pelos respectivos órgãos ou agentes no exercício das suas funções ou por causa desse exercício.
2 - Quando satisfizerem qualquer indemnização nos termos do número anterior, as autarquias locais gozam do direito de regresso contra os titulares dos órgãos ou os agentes culpados, se estes houverem procedido com diligência e zelo manifestamente inferiores àqueles a que se achavam obrigados em razão do cargo.
Artigo 97.º Responsabilidade pessoal
1 - Os titulares dos órgãos e os agentes das autarquias locais respondem civilmente perante terceiros pela prática de actos ilícitos que ofendam direitos destes ou disposições legais destinadas a proteger os interesses deles, se tiverem excedido os limites das suas funções ou se, no desempenho destas ou por causa delas, tiverem procedido dolosamente.
2 - Em caso de procedimento doloso, as autarquias locais são sempre solidariamente responsáveis com os titulares dos seus órgãos ou os seus agentes.
De: Cristina Santos - "Participação cívica"
Inicialmente este espaço primava por opiniões sugestivas e construtivas ao trabalho da autarquia. O grupo densificou-se deixando claro, que existem muitos portuenses com aptidão e vontade de participar civicamente nas decisões da cidade.
De um modo geral o povo só se manifesta quando está insatisfeito, e quando está insatisfeito tende a retirar os poderes concedidos aos órgãos autárquicos, reclamando para si o poder de decisão.
Estas manifestações quando acontecem geralmente invocam um só assunto ou uma só medida. Neste espaço, nós abordamos uma série de assuntos, medidas, projectos, abordamos todo o desenvolvimento da cidade.
Por isso e não sendo a nossa manifestação reduzida a um só critério, não podemos traduzir a nossa acção em força de bloqueio ou oposição a tudo o que acontece, devemos sim tentar inteiramo-nos, sugerir, questionar, colaborar, demonstrar a opinião pública, sem descair para a crítica fácil que nos retira a credibilidade.
Devemos ter presente que o nosso dever cívico começa com a eleição das assembleias de freguesia, dos Presidentes de Freguesia, da assembleia municipal e do presidente da autarquia.
Nesse momento nós elegemos aqueles que vão ser nossos representantes durante 4 anos.
Aqueles a quem é dada a oportunidade de escolher entre as medidas propostas, nós não podemos exigir que nos sejam cedidas informações claras dos projectos em vista, a assembleia é o órgão competente para esse efeito.
Leio por aqui muitas vezes que a autarquia não é transparente, mas se a Autarquia não o é, então a assembleia, a oposição, as freguesias também não o são, porque todos eles participam nessas decisões, eles foram os eleitos para representarem e defenderem os nosso interesses.
Nas sessões da assembleia municipal participam os cidadãos que encabeçaram as listas mais votadas na eleição para as assembleias de freguesia da área do município.
Mesmo que os cidadãos proponham assuntos ou medidas estas só vão a discussão, caso a assembleia assim o delibere.
Nestes termos e não sendo nenhum de nós eleito, ou membro desses eleitos, a nossa participação, deve visar todos os órgãos, de forma construtiva e sugestiva, sabemos que muitas coisas foram decididas sem que a maioria dos munícipes tivesse conhecimento, mas na verdade isso resulta do deficiente trabalho que a assembleia e a oposição tem desenvolvido.
Se estes órgãos aprovaram projectos como a Avenida, sem o nosso conhecimento, estavam no seu pleno direito, nós elegemos estes representantes, mau seria que todas as medidas tivessem que receber o voto da população em massa e não do círculo eleito.
Portanto doravante a melhor cidadania será o voto consciente, o conhecimento completo das listas e das posições dos candidatos, votar naqueles que à partida terão posições transparentes, que trarão à comunicação as informações dos processos em discussão.
Este voto consciente começa pela eleição dos membros da assembleia de freguesia e assim sucessivamente, a nossa participação deve partir da exigência de conhecer todos os programas e candidatos, só depois poderemos exigir o cumprimento.
Cristina Santos
--
Nota de TAF: Cara Cristina - o debate aqui tem sido democrático, no sentido de que executivo e oposição têm sido todos criticados... ;-)
Por mim falo: veja-se por exemplo o apontador que está logo no topo do blog. Ainda assim, precisamente pelo facto de ter sido eleito, o executivo tem uma responsabilidade muito maior do que a oposição no que de bom ou mau é feito.
PS: Caro Tiago
A oposição também foi eleita, o executivo actual tem interesse em fazer valer os seus pontos de vista, se estes estão em discordância com os interesses da Cidade a oposição deve exercer o seu direito e representar-nos, a assembleia deve requer uma extraordinária, etc.
É natural que o executivo pretenda ver os seus projectos aprovados sem grande ressonância. Esse é o seu papel, o da oposição e o da assembleia é tentar manter a qualquer custo a transparência, a discussão, o equilíbrio e a democracia dos interesses.
Cristina Santos
De um modo geral o povo só se manifesta quando está insatisfeito, e quando está insatisfeito tende a retirar os poderes concedidos aos órgãos autárquicos, reclamando para si o poder de decisão.
Estas manifestações quando acontecem geralmente invocam um só assunto ou uma só medida. Neste espaço, nós abordamos uma série de assuntos, medidas, projectos, abordamos todo o desenvolvimento da cidade.
Por isso e não sendo a nossa manifestação reduzida a um só critério, não podemos traduzir a nossa acção em força de bloqueio ou oposição a tudo o que acontece, devemos sim tentar inteiramo-nos, sugerir, questionar, colaborar, demonstrar a opinião pública, sem descair para a crítica fácil que nos retira a credibilidade.
Devemos ter presente que o nosso dever cívico começa com a eleição das assembleias de freguesia, dos Presidentes de Freguesia, da assembleia municipal e do presidente da autarquia.
Nesse momento nós elegemos aqueles que vão ser nossos representantes durante 4 anos.
Aqueles a quem é dada a oportunidade de escolher entre as medidas propostas, nós não podemos exigir que nos sejam cedidas informações claras dos projectos em vista, a assembleia é o órgão competente para esse efeito.
Leio por aqui muitas vezes que a autarquia não é transparente, mas se a Autarquia não o é, então a assembleia, a oposição, as freguesias também não o são, porque todos eles participam nessas decisões, eles foram os eleitos para representarem e defenderem os nosso interesses.
Nas sessões da assembleia municipal participam os cidadãos que encabeçaram as listas mais votadas na eleição para as assembleias de freguesia da área do município.
Mesmo que os cidadãos proponham assuntos ou medidas estas só vão a discussão, caso a assembleia assim o delibere.
Nestes termos e não sendo nenhum de nós eleito, ou membro desses eleitos, a nossa participação, deve visar todos os órgãos, de forma construtiva e sugestiva, sabemos que muitas coisas foram decididas sem que a maioria dos munícipes tivesse conhecimento, mas na verdade isso resulta do deficiente trabalho que a assembleia e a oposição tem desenvolvido.
Se estes órgãos aprovaram projectos como a Avenida, sem o nosso conhecimento, estavam no seu pleno direito, nós elegemos estes representantes, mau seria que todas as medidas tivessem que receber o voto da população em massa e não do círculo eleito.
Portanto doravante a melhor cidadania será o voto consciente, o conhecimento completo das listas e das posições dos candidatos, votar naqueles que à partida terão posições transparentes, que trarão à comunicação as informações dos processos em discussão.
Este voto consciente começa pela eleição dos membros da assembleia de freguesia e assim sucessivamente, a nossa participação deve partir da exigência de conhecer todos os programas e candidatos, só depois poderemos exigir o cumprimento.
Cristina Santos
--
Nota de TAF: Cara Cristina - o debate aqui tem sido democrático, no sentido de que executivo e oposição têm sido todos criticados... ;-)
Por mim falo: veja-se por exemplo o apontador que está logo no topo do blog. Ainda assim, precisamente pelo facto de ter sido eleito, o executivo tem uma responsabilidade muito maior do que a oposição no que de bom ou mau é feito.
PS: Caro Tiago
A oposição também foi eleita, o executivo actual tem interesse em fazer valer os seus pontos de vista, se estes estão em discordância com os interesses da Cidade a oposição deve exercer o seu direito e representar-nos, a assembleia deve requer uma extraordinária, etc.
É natural que o executivo pretenda ver os seus projectos aprovados sem grande ressonância. Esse é o seu papel, o da oposição e o da assembleia é tentar manter a qualquer custo a transparência, a discussão, o equilíbrio e a democracia dos interesses.
Cristina Santos
De: F. Rocha Antunes - "Exportação"
Meus Caros,
13,7 Milhões de euros dava para:
Pagava-se-lhes a viagem para Londres, com vindas a casa todas as semanas, e melhorava-se o intercâmbio entre as duas cidades. Os ingleses já estão habituados a lidar com meliantes e nós ficávamos com condições para relançar o turismo na cidade. Eles certamente arranjavam forma de subsistir por lá e “aliviavam” os ingleses no local de origem, em vez de esperarem por eles cá, e a coisa diluía-se, enquanto o Porto ficava temporariamente mais seguro. É apenas uma variante de programa de terapia ocupacional, como já se inventaram muitos, com a vantagem de aprenderem inglês correcto e deixarem a cidade temporariamente mais segura.
Correndo o risco de haver as “cunhas” do costume, acho que mesmo assim valia a pena a experiência. Só seriam admitidos os meliantes que já tivessem sido identificados pela PSP pelo menos 3 vezes nos últimos 6 meses, e imediatamente libertos a seguir. Mal fossem libertados eram encaminhados para Pedras Rubras. E teriam que ser residentes no Porto há mais de 5 anos. Para evitar a importação de concelhos vizinhos. Se quiserem, que organizem para os deles. Só para chatear, os menores de 18 anos não poderiam aderir ao programa, pela mesma razão que não podem ser presos.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
13,7 Milhões de euros dava para:
- Comprar 195.714 bilhetes para Londres na Ryanair, ao preço médio de 70 €
- Pagar o transporte aéreo Porto – Londres – Porto a 7.257 “turistas” durante 6 meses
Pagava-se-lhes a viagem para Londres, com vindas a casa todas as semanas, e melhorava-se o intercâmbio entre as duas cidades. Os ingleses já estão habituados a lidar com meliantes e nós ficávamos com condições para relançar o turismo na cidade. Eles certamente arranjavam forma de subsistir por lá e “aliviavam” os ingleses no local de origem, em vez de esperarem por eles cá, e a coisa diluía-se, enquanto o Porto ficava temporariamente mais seguro. É apenas uma variante de programa de terapia ocupacional, como já se inventaram muitos, com a vantagem de aprenderem inglês correcto e deixarem a cidade temporariamente mais segura.
Correndo o risco de haver as “cunhas” do costume, acho que mesmo assim valia a pena a experiência. Só seriam admitidos os meliantes que já tivessem sido identificados pela PSP pelo menos 3 vezes nos últimos 6 meses, e imediatamente libertos a seguir. Mal fossem libertados eram encaminhados para Pedras Rubras. E teriam que ser residentes no Porto há mais de 5 anos. Para evitar a importação de concelhos vizinhos. Se quiserem, que organizem para os deles. Só para chatear, os menores de 18 anos não poderiam aderir ao programa, pela mesma razão que não podem ser presos.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: TAF - "Vamos lá acordar a cidade..."
13,7
milhões de euros
milhões de euros
Foi quanto isto nos custou. Vejamos se Rui Rio já teve tempo de estudar o dossier.
De: F. Rocha Antunes - "O preço"
Meus Caros,
Eu também li o artigo de Luís Costa no Público, sobre a inacreditável história dos 13,7 milhões de euros que a CMP vai pagar por entregar um terreno para compensar um promotor num contrato que não foi capaz de cumprir.
Primeiro, esclareço que acho que a CMP tem de pagar, pois se assinou um contrato o mesmo tem de ser cumprido. A informação prestada pelo Presidente da CMP, de que os serviços não foram capazes de responder em tempo ao que era um desejo da própria autarquia é a confissão mais completa do estado actual dos serviços do urbanismo: o bloqueio total.
Queria contudo chamar à atenção para um facto novo: desta vez o número existe, e é só nisso que a actual situação é original. Ou seja, desta vez é pacífico que o prejuízo causado se pode medir objectivamente: 13,7 milhões de euros.
A pergunta que faço é a seguinte: qual é o total da factura que este e os executivos anteriores provocaram a quem quis investir na cidade? Quantos postos de trabalho não se perderam, quantos impostos não se deixaram de arrecadar, quantas pessoas não deixaram de utilizar a cidade, que redução da actividade económica não se provocou, quantas empresas não faliram, quantos anos se andou para trás na atracção de investimento?
Há toda a legitimidade de se alterar a política de urbanismo da cidade. O que não se pode é deixar de perceber que, ao bloquear completamente os serviços de urbanismo, é a cidade que pára. Há tempo para tudo. Não há é todo o tempo para nada acontecer.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Eu também li o artigo de Luís Costa no Público, sobre a inacreditável história dos 13,7 milhões de euros que a CMP vai pagar por entregar um terreno para compensar um promotor num contrato que não foi capaz de cumprir.
Primeiro, esclareço que acho que a CMP tem de pagar, pois se assinou um contrato o mesmo tem de ser cumprido. A informação prestada pelo Presidente da CMP, de que os serviços não foram capazes de responder em tempo ao que era um desejo da própria autarquia é a confissão mais completa do estado actual dos serviços do urbanismo: o bloqueio total.
Queria contudo chamar à atenção para um facto novo: desta vez o número existe, e é só nisso que a actual situação é original. Ou seja, desta vez é pacífico que o prejuízo causado se pode medir objectivamente: 13,7 milhões de euros.
A pergunta que faço é a seguinte: qual é o total da factura que este e os executivos anteriores provocaram a quem quis investir na cidade? Quantos postos de trabalho não se perderam, quantos impostos não se deixaram de arrecadar, quantas pessoas não deixaram de utilizar a cidade, que redução da actividade económica não se provocou, quantas empresas não faliram, quantos anos se andou para trás na atracção de investimento?
Há toda a legitimidade de se alterar a política de urbanismo da cidade. O que não se pode é deixar de perceber que, ao bloquear completamente os serviços de urbanismo, é a cidade que pára. Há tempo para tudo. Não há é todo o tempo para nada acontecer.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Carlos Gilbert - "Marginalidade"
De F. Rocha Antunes:
"Eu já ouvi coisas inacreditáveis: que é necessário preservar as pessoas que lá moram porque a classificação de património da Humanidade assim o implica! Que a autenticidade dessas zonas se perderia se as pessoas fossem obrigadas a comportarem-se de outra maneira! Que só essas pessoas podem morar nessas zonas para manter um estilo de vida típico do velho e autêntico Porto!"
Meu caro,
Quem foram essa bestas (desculpem-me o termo) que com esse discurso vêm sugerir que as gentes do Porto de outrora eram arruaceiros, marginais e drogados??? Estilo de vida típico do velho e autêntico burgo? Pois eu "antigamente" (mais uma vez, mas por outras razões, desculpem-me o termo) andava tranquilamente de noite pelas ruelas da Baixa do Porto fora, e bem perto da zona aqui em questão, nos Aliados, na Batalha, na Ribeira e no Barredo, seja quando saíamos dos cinemas, da revista no Sá da Bandeira ou de qq outro acontecimento que nos levasse àquelas bandas. E era sempre depois da meia-noite (quantas vezes altas horas da madrugada!) quando se saía do Ginjal, do Transmontano, do Bebobos e sei lá que nomes mais se frequentava... Nunca, mas nunca, temi pela minha integridade pois nada ocorria que nos fizesse sequer pensar em tal tema!
Ainda bem que trouxe este assunto para aqui, Rocha Antunes, que parece que ainda vai dar que falar.
Cordialmente,
C. Gilbert
"Eu já ouvi coisas inacreditáveis: que é necessário preservar as pessoas que lá moram porque a classificação de património da Humanidade assim o implica! Que a autenticidade dessas zonas se perderia se as pessoas fossem obrigadas a comportarem-se de outra maneira! Que só essas pessoas podem morar nessas zonas para manter um estilo de vida típico do velho e autêntico Porto!"
Meu caro,
Quem foram essa bestas (desculpem-me o termo) que com esse discurso vêm sugerir que as gentes do Porto de outrora eram arruaceiros, marginais e drogados??? Estilo de vida típico do velho e autêntico burgo? Pois eu "antigamente" (mais uma vez, mas por outras razões, desculpem-me o termo) andava tranquilamente de noite pelas ruelas da Baixa do Porto fora, e bem perto da zona aqui em questão, nos Aliados, na Batalha, na Ribeira e no Barredo, seja quando saíamos dos cinemas, da revista no Sá da Bandeira ou de qq outro acontecimento que nos levasse àquelas bandas. E era sempre depois da meia-noite (quantas vezes altas horas da madrugada!) quando se saía do Ginjal, do Transmontano, do Bebobos e sei lá que nomes mais se frequentava... Nunca, mas nunca, temi pela minha integridade pois nada ocorria que nos fizesse sequer pensar em tal tema!
Ainda bem que trouxe este assunto para aqui, Rocha Antunes, que parece que ainda vai dar que falar.
Cordialmente,
C. Gilbert
De: TAF - "O aniversário"
A Baixa do Porto vai fazer um ano no próximo dia 24 de Abril. :-)
Por sugestão de vários "bloguistas", era um bom pretexto para nos juntarmos num jantar comemorativo. Esse dia é um Domingo, e o dia seguinte é feriado. Aceitam-se sugestões para a data e local do evento. Em breve irei também escrever um comentário sobre outra "iniciativa comemorativa" complementar.
Um dos temas que poderão ser conversados no jantar é precisamente a marginalidade focada pelo Francisco e antes por João Marinho.
Se há situação em que bastam poucos para fazer diferença, esta (pela negativa) é uma delas. Meia dúzia de marginais em "roda livre" pode estragar completamente a qualidade de vida numa zona da cidade. Dadas as características "fechadas" que a Sé possui, a ausência de respeito pelas regras normais de convívio em sociedade torna-se um exemplo contagiante que degrada radicalmente o tecido social.
Mas isto funciona para os dois lados: controlando-se a fonte dos problemas, o exemplo positivo também se alastra. Só que construir esta "requalificação social" dá muito mais trabalho (e exige muito mais competência de gestão urbana) do que aquele que lá tem sido investido...
Por sugestão de vários "bloguistas", era um bom pretexto para nos juntarmos num jantar comemorativo. Esse dia é um Domingo, e o dia seguinte é feriado. Aceitam-se sugestões para a data e local do evento. Em breve irei também escrever um comentário sobre outra "iniciativa comemorativa" complementar.
Um dos temas que poderão ser conversados no jantar é precisamente a marginalidade focada pelo Francisco e antes por João Marinho.
Se há situação em que bastam poucos para fazer diferença, esta (pela negativa) é uma delas. Meia dúzia de marginais em "roda livre" pode estragar completamente a qualidade de vida numa zona da cidade. Dadas as características "fechadas" que a Sé possui, a ausência de respeito pelas regras normais de convívio em sociedade torna-se um exemplo contagiante que degrada radicalmente o tecido social.
Mas isto funciona para os dois lados: controlando-se a fonte dos problemas, o exemplo positivo também se alastra. Só que construir esta "requalificação social" dá muito mais trabalho (e exige muito mais competência de gestão urbana) do que aquele que lá tem sido investido...
De: F. Rocha Antunes - "Marginalidade"
Meus Caros,
Este post de João Marinho toca num dos problemas mais sérios da Baixa, o vandalismo e a marginalidade.
As várias intervenções que até agora têm sido feitas partem sempre de um pressuposto errado: preservar ao máximo as pessoas que neste momento moram lá, custe o que custar.
As correntes ideológicas predominantes elogiam sistematicamente a tipicidade e a originalidade dos moradores actuais, como se de uma espécie em vias de extinção se tratasse e cujo habitat deva ser preservado a todo o custo.
Ninguém tem coragem de dizer a verdade: a Baixa está dominada, em muitas das suas zonas, por marginais. E que é preciso tratar os marginais como marginais que são. O discurso intelectual predominante não pode apoiar, nem que seja por omissão, esses comportamentos marginais.
É evidente que existem muitas razões sociológicas que explicam o que lá se passa. Mas não existe maior demissão do sentido de cidade que abandonar as pessoas que lá moram às regras que os marginais impõem. O que é preciso é assumir claramente que há esse problema. E utilizar todas as ferramentas para o resolver.
Eu já ouvi coisas inacreditáveis: que é necessário preservar as pessoas que lá moram porque a classificação de património da Humanidade assim o implica! Que a autenticidade dessas zonas se perderia se as pessoas fossem obrigadas a comportarem-se de outra maneira! Que só essas pessoas podem morar nessas zonas para manter um estilo de vida típico do velho e autêntico Porto!
A marginalidade é só isso: marginalidade. Não se pode fazer o seu elogio e muito menos a apologia da sua manutenção. Não há direito de abandonar quem quer ter regras de vida decentes à sua sorte ou à contingência de ter de mudar de rua ou de zona para proteger os filhos ou os pais. O resto é impostura intelectual. Assassina da cidadania plena.
A regeneração faz-se atraindo novos habitantes de todo o género. E para isso é fundamental que os marginais sejam controlados. Nem que seja à força. Se os milhões que são gastos em coisas inúteis fossem gastos em controlar e regenerar o tecido urbano, disciplinando os comportamentos e reprimindo o vandalismo, o retorno global era muito superior.
Já sei que vem aí o discurso anti-polícia. Mas ao discurso façam favor de juntar soluções melhores. Senão, apenas são coniventes no que se passa.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Este post de João Marinho toca num dos problemas mais sérios da Baixa, o vandalismo e a marginalidade.
As várias intervenções que até agora têm sido feitas partem sempre de um pressuposto errado: preservar ao máximo as pessoas que neste momento moram lá, custe o que custar.
As correntes ideológicas predominantes elogiam sistematicamente a tipicidade e a originalidade dos moradores actuais, como se de uma espécie em vias de extinção se tratasse e cujo habitat deva ser preservado a todo o custo.
Ninguém tem coragem de dizer a verdade: a Baixa está dominada, em muitas das suas zonas, por marginais. E que é preciso tratar os marginais como marginais que são. O discurso intelectual predominante não pode apoiar, nem que seja por omissão, esses comportamentos marginais.
É evidente que existem muitas razões sociológicas que explicam o que lá se passa. Mas não existe maior demissão do sentido de cidade que abandonar as pessoas que lá moram às regras que os marginais impõem. O que é preciso é assumir claramente que há esse problema. E utilizar todas as ferramentas para o resolver.
Eu já ouvi coisas inacreditáveis: que é necessário preservar as pessoas que lá moram porque a classificação de património da Humanidade assim o implica! Que a autenticidade dessas zonas se perderia se as pessoas fossem obrigadas a comportarem-se de outra maneira! Que só essas pessoas podem morar nessas zonas para manter um estilo de vida típico do velho e autêntico Porto!
A marginalidade é só isso: marginalidade. Não se pode fazer o seu elogio e muito menos a apologia da sua manutenção. Não há direito de abandonar quem quer ter regras de vida decentes à sua sorte ou à contingência de ter de mudar de rua ou de zona para proteger os filhos ou os pais. O resto é impostura intelectual. Assassina da cidadania plena.
A regeneração faz-se atraindo novos habitantes de todo o género. E para isso é fundamental que os marginais sejam controlados. Nem que seja à força. Se os milhões que são gastos em coisas inúteis fossem gastos em controlar e regenerar o tecido urbano, disciplinando os comportamentos e reprimindo o vandalismo, o retorno global era muito superior.
Já sei que vem aí o discurso anti-polícia. Mas ao discurso façam favor de juntar soluções melhores. Senão, apenas são coniventes no que se passa.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: TAF - "Domingo e Segunda"
- Cerca de 60 carros antigos e clássicos passearam pelo Porto
- Carros antigos animam Baixa e dão descontos a condutores
- Consultório Urbanístico d'O Comércio do Porto
- Cidade gasta um milhão de flores todos os anos
- Ippar chumba Kasa da Praia
- Nova sede de Metro e STCP na Baixa continua adiada
- Os sustos são diários
- Salgueiros e empreendimentos: Viana e Rio reúnem-se hoje
- Perda de poder de compra preocupa famílias da Área Metropolitana do Porto
Luís Costa escreve ontem no Público que a cidade parece um pouco adormecida quanto às asneiras feitas pela Câmara no caso das traseiras da Casa da Música. Não tenho seguido este assunto com pormenor, mas pelo que percebi isto resume-se ao seguinte:
Que a culpa não morra solteira também neste caso. À atenção de Rui Rio.
PS: São tantos os casos... Eu acrescentaria ao rol dos "semi-esquecidos" a misteriosa estação de Metro dos Aliados.
- Carros antigos animam Baixa e dão descontos a condutores
- Consultório Urbanístico d'O Comércio do Porto
- Cidade gasta um milhão de flores todos os anos
- Ippar chumba Kasa da Praia
- Nova sede de Metro e STCP na Baixa continua adiada
- Os sustos são diários
- Salgueiros e empreendimentos: Viana e Rio reúnem-se hoje
- Perda de poder de compra preocupa famílias da Área Metropolitana do Porto
Luís Costa escreve ontem no Público que a cidade parece um pouco adormecida quanto às asneiras feitas pela Câmara no caso das traseiras da Casa da Música. Não tenho seguido este assunto com pormenor, mas pelo que percebi isto resume-se ao seguinte:
- a autarquia podia ter adquirido há tempos um terreno para libertar as vistas da Casa da Música, mas não o fez;
- entretanto esse terreno estava ocupado pela autarquia, que ficou obrigada desde o tempo de Nuno Cardoso a um brutal indemnização por cada dia de atraso na entrega ao proprietário;
- como houve de facto um atraso enorme, que nem o próprio Rui Rio conseguiu ainda explicar, a indemnização atingiu um montante equivalente ao preço do terreno.
Que a culpa não morra solteira também neste caso. À atenção de Rui Rio.
PS: São tantos os casos... Eu acrescentaria ao rol dos "semi-esquecidos" a misteriosa estação de Metro dos Aliados.
De: João Marinho - "O Centro Histórico..."
"... e a sua negação"
Caros Confrades
O tempo passa e os problemas persistem para além de todas as operações de "cosmética reconstructiva".
Em 1997 indagamos sobre a possibilidade de alugar um espaço no centro histórico do Porto, para inicio de um projecto conceptual ligado á Psicologia e Artes, há semelhança do que fomos apreendendo cá e em outros paises. Para além da vertente empresarial incluia a complementaridade educacional.
O nosso interesse pelo Centro Historico, deveu-se também ao facto de poder-mos promover de uma forma indirecta, a Cidade que muito amamos, e na sequência do facto de estar-mos em permanente intercâmbio com instituições de outros paises.
O ex-CRUARB na pessoa do Arquitecto Rui Losa, foi o receptor do nosso projecto, depois de muitos meses a tentar obter informações e a lidar com pessoas mal formadas e ignorantes, especialmente na CMP. A resposta era sempre a mesma e tipicamente nacional ou seja: Não sei...!
O Cruarb lá analisou o projecto, gostou da ideia e lançou-nos um desafio : O Bairro da Sé.
Ficamos algo assustados, dado a mediatização negativa que todos conhecemos desse bairro, mas embalados na euforia dos discursos do então Presidente Fernando Gomes e posteriormente o seu delfim Nuno Cardoso, e a recuperação arquitectonica que estava em curso na área, seduziu-nos, e daí alugamos o espaço que nos foi proposto depois de varios anos de atraso na sua reconstrução. A filosofia que nos foi garantida pelo arquitecto Rui Losa, era de que muitos novos projectos iriam ser instalados lá, e o conceito de gueto do Bairro iria terminar. Para isso o melhor não seria irradicar quem lá vive, mas sim miscelanizar . Péssima ideia dizemos nós, porque lá estivemos, e foi um sofrimento coabitar com muita gente que acham que são donos daquele pedaço de mundo. O nosso interlocutor seguinte, o Engº António Borges, director do Projecto Piloto da Sé, e agora Presidente da Camara de Resende, foi um elemento que nos fez perceber o que é a politica neste país, e que num país minusculo territorialmente, existem varias sociedades. A civil e a fos oportunistas mal formados.
Bem ficamos instalados no Largo do Colegio nº 9. Investimos e foi um rombo. Não pelo nosso trabalho que esse teve sucesso como ainda tem, mas sim pela interdependente promiscuidade que vimos que existe no Centro Historico. Em 2 anos que la estivemos, foi dramatico. O vandalismo gratuito era uma constante. Varias vezes levamos turistas ao hospital, que eram surpreendidos com pedradas, sem qualquer razão. Na Viela do Anjo, a Adega Vila Meã então lá instalada também, foi vandalizada, só porque advertiu uns filhos mal educados que estavam a querer partir-lhe os vidros com a bola. O vandalismo era uma constante e surpreendeu-nos a titude desse Antonio Borges, que respondia sempre que era inquirido que situações dessas eram naturais num local daqueles.Depois organizamos eventos. Durante um seminario com um Professor frances, solicitamos as instalações do Espaço Polivalente então criado, sito ao Largo do Colégio. Os custos foram zero para a autarquia, FDZ, CRUARB, RTC., porque todos os patrocinios e publicidade, foram privados e tivemos 48 participantes, de Portugal, Hungria, França, Polonia e Espanha.
Bom a vergonha que foi ao ponto do professor ter questionado se o Porto seria mesmo patrimonio cultural da humanidade.
Estivemos a suportar musica pimba da pior qualidade noite e dia, pela rua de santana acima. O mais caricato disto, é que um tal Sr. Orlando responsável pelo Centro Cultural da Sé, que tanto aparece nos jornais a exigir, teve o desplante de de inventar uma forma de nos extorquir dinheiro para que nos facultar a chave, como se fosse ele o proprietário, e depois de ter-mos a autorização do Cruarb. Este é só um detalhe promiscuo de entre muitos outros, que nos conduziria a escrever um texto sem fim.
Meus caros, todos nós amamos esta cidade que por direito próprio é Patrimonio Cultural da Humanidade, mas realistas, que essa mesma cidade não tem gente ao nivel da imagem de modernidade, que esta cidade pretende projectar. Os Centro Historico, só será um espaço vivo e atractivo, quando muita daquela gente que lá vive for irrdaicada para outras paragens, porque bairrismos provincianos já não são compativeis com o investimento que tem sido feito. Esses Porcos, Feios e Maus, ociosos e oportunistas, que só exigem mas são os 1ºs a destruir o que é reconstruido, como muitas vezes observamos. Vi aqui alguém falar nos espaços que estão devolutos. Também já lemos que isso também será uma justificação para o vandalismo. Quem assim fala nunca conviveu directamente com essa área e com os bastidores sociais. Nós e outros mais tinha-mos os espaços activos, e quando chegava-mos até tiros de bala tinha-mos nos vidros. Enfim, palavras levam-nas o vento. Porém o que nós falamos, não são palavras lançadas ao vento, nem meros exercicios de opinião, porque provamos pela vivencia factual, e pela experiencia o que escrevemos.
Dos muitos projectos que se iniciaram nesse local, as pessoas sairam por vontade própria. Largaram os espaços. Ainda tivemos tempo de participar num debate que aconteceu posteriormente na ex FDZH, que organizava programas de inserção de ociosos, bêbados e drogados, que se mantinham ainda mais dependentes da droga com o dinheiro que recebiam. O tema era: Centro Historico como Dinamizar. Bom estavam as individualidades do costume: Cruarb, FDZH, e até a Directora do Museu Nacional de Fotografia estava. A chique que até vive na Foz, mas achava que se deveria continuar a mandar sacos de bosta aos turistas, porque até no tempo dos pais que viviam na Rua das Flores era assim. Muito típico. Esta senhora chegou ao ridiculo de numa mescla de anedotas, cria analogias entre Porto eSeul, não porque conhecia Seul, mas porque o filho conhecia e disse-lhe. Este debate, parecia um grupo de amigos que decidiram ir tomar café após o jantar. Enfim é com gente desta que os destinos desta cidade terá que avançar, na sua maioria mal formados, e que nem sequer conheciam o Porto antes de virem para aqui, defender os lugares que ocupam. Sim são os "titulos" que os preocupam, porque recebem um Golias e mostram que pariram migalhas, com os muitos milhões que lhes foram oferecidos de bandeja ( leia se CEE), e nem se apercebem que isso não é virtude mas sim defeito. O que se tem parido são defeitos, veja-se o buracão da Porto-2001(seria outro assunto).
Enquanto os interesses da sociedade civil maioritaria, se submeter aos interesses pessoais e politicos de umas minorias mal formadas, ou Diplomados Ignorantes, o Porto continuará a ser uma cidade adiada e ultrapassada, com muita pena de quem vive esta cidade de verdade. As pessoas fogem porque existem outros locais com melhor qualidade de vida, na área Metropolitana do Porto, essa é a realidade. Ninguém de bom senso investe no Porto, no estado em que a cidade se encontra hoje e ainda.
João Martins
Psicologo, Professor e Empresario
jmarinhofpp@netcabo.pt
Caros Confrades
O tempo passa e os problemas persistem para além de todas as operações de "cosmética reconstructiva".
Em 1997 indagamos sobre a possibilidade de alugar um espaço no centro histórico do Porto, para inicio de um projecto conceptual ligado á Psicologia e Artes, há semelhança do que fomos apreendendo cá e em outros paises. Para além da vertente empresarial incluia a complementaridade educacional.
O nosso interesse pelo Centro Historico, deveu-se também ao facto de poder-mos promover de uma forma indirecta, a Cidade que muito amamos, e na sequência do facto de estar-mos em permanente intercâmbio com instituições de outros paises.
O ex-CRUARB na pessoa do Arquitecto Rui Losa, foi o receptor do nosso projecto, depois de muitos meses a tentar obter informações e a lidar com pessoas mal formadas e ignorantes, especialmente na CMP. A resposta era sempre a mesma e tipicamente nacional ou seja: Não sei...!
O Cruarb lá analisou o projecto, gostou da ideia e lançou-nos um desafio : O Bairro da Sé.
Ficamos algo assustados, dado a mediatização negativa que todos conhecemos desse bairro, mas embalados na euforia dos discursos do então Presidente Fernando Gomes e posteriormente o seu delfim Nuno Cardoso, e a recuperação arquitectonica que estava em curso na área, seduziu-nos, e daí alugamos o espaço que nos foi proposto depois de varios anos de atraso na sua reconstrução. A filosofia que nos foi garantida pelo arquitecto Rui Losa, era de que muitos novos projectos iriam ser instalados lá, e o conceito de gueto do Bairro iria terminar. Para isso o melhor não seria irradicar quem lá vive, mas sim miscelanizar . Péssima ideia dizemos nós, porque lá estivemos, e foi um sofrimento coabitar com muita gente que acham que são donos daquele pedaço de mundo. O nosso interlocutor seguinte, o Engº António Borges, director do Projecto Piloto da Sé, e agora Presidente da Camara de Resende, foi um elemento que nos fez perceber o que é a politica neste país, e que num país minusculo territorialmente, existem varias sociedades. A civil e a fos oportunistas mal formados.
Bem ficamos instalados no Largo do Colegio nº 9. Investimos e foi um rombo. Não pelo nosso trabalho que esse teve sucesso como ainda tem, mas sim pela interdependente promiscuidade que vimos que existe no Centro Historico. Em 2 anos que la estivemos, foi dramatico. O vandalismo gratuito era uma constante. Varias vezes levamos turistas ao hospital, que eram surpreendidos com pedradas, sem qualquer razão. Na Viela do Anjo, a Adega Vila Meã então lá instalada também, foi vandalizada, só porque advertiu uns filhos mal educados que estavam a querer partir-lhe os vidros com a bola. O vandalismo era uma constante e surpreendeu-nos a titude desse Antonio Borges, que respondia sempre que era inquirido que situações dessas eram naturais num local daqueles.Depois organizamos eventos. Durante um seminario com um Professor frances, solicitamos as instalações do Espaço Polivalente então criado, sito ao Largo do Colégio. Os custos foram zero para a autarquia, FDZ, CRUARB, RTC., porque todos os patrocinios e publicidade, foram privados e tivemos 48 participantes, de Portugal, Hungria, França, Polonia e Espanha.
Bom a vergonha que foi ao ponto do professor ter questionado se o Porto seria mesmo patrimonio cultural da humanidade.
Estivemos a suportar musica pimba da pior qualidade noite e dia, pela rua de santana acima. O mais caricato disto, é que um tal Sr. Orlando responsável pelo Centro Cultural da Sé, que tanto aparece nos jornais a exigir, teve o desplante de de inventar uma forma de nos extorquir dinheiro para que nos facultar a chave, como se fosse ele o proprietário, e depois de ter-mos a autorização do Cruarb. Este é só um detalhe promiscuo de entre muitos outros, que nos conduziria a escrever um texto sem fim.
Meus caros, todos nós amamos esta cidade que por direito próprio é Patrimonio Cultural da Humanidade, mas realistas, que essa mesma cidade não tem gente ao nivel da imagem de modernidade, que esta cidade pretende projectar. Os Centro Historico, só será um espaço vivo e atractivo, quando muita daquela gente que lá vive for irrdaicada para outras paragens, porque bairrismos provincianos já não são compativeis com o investimento que tem sido feito. Esses Porcos, Feios e Maus, ociosos e oportunistas, que só exigem mas são os 1ºs a destruir o que é reconstruido, como muitas vezes observamos. Vi aqui alguém falar nos espaços que estão devolutos. Também já lemos que isso também será uma justificação para o vandalismo. Quem assim fala nunca conviveu directamente com essa área e com os bastidores sociais. Nós e outros mais tinha-mos os espaços activos, e quando chegava-mos até tiros de bala tinha-mos nos vidros. Enfim, palavras levam-nas o vento. Porém o que nós falamos, não são palavras lançadas ao vento, nem meros exercicios de opinião, porque provamos pela vivencia factual, e pela experiencia o que escrevemos.
Dos muitos projectos que se iniciaram nesse local, as pessoas sairam por vontade própria. Largaram os espaços. Ainda tivemos tempo de participar num debate que aconteceu posteriormente na ex FDZH, que organizava programas de inserção de ociosos, bêbados e drogados, que se mantinham ainda mais dependentes da droga com o dinheiro que recebiam. O tema era: Centro Historico como Dinamizar. Bom estavam as individualidades do costume: Cruarb, FDZH, e até a Directora do Museu Nacional de Fotografia estava. A chique que até vive na Foz, mas achava que se deveria continuar a mandar sacos de bosta aos turistas, porque até no tempo dos pais que viviam na Rua das Flores era assim. Muito típico. Esta senhora chegou ao ridiculo de numa mescla de anedotas, cria analogias entre Porto eSeul, não porque conhecia Seul, mas porque o filho conhecia e disse-lhe. Este debate, parecia um grupo de amigos que decidiram ir tomar café após o jantar. Enfim é com gente desta que os destinos desta cidade terá que avançar, na sua maioria mal formados, e que nem sequer conheciam o Porto antes de virem para aqui, defender os lugares que ocupam. Sim são os "titulos" que os preocupam, porque recebem um Golias e mostram que pariram migalhas, com os muitos milhões que lhes foram oferecidos de bandeja ( leia se CEE), e nem se apercebem que isso não é virtude mas sim defeito. O que se tem parido são defeitos, veja-se o buracão da Porto-2001(seria outro assunto).
Enquanto os interesses da sociedade civil maioritaria, se submeter aos interesses pessoais e politicos de umas minorias mal formadas, ou Diplomados Ignorantes, o Porto continuará a ser uma cidade adiada e ultrapassada, com muita pena de quem vive esta cidade de verdade. As pessoas fogem porque existem outros locais com melhor qualidade de vida, na área Metropolitana do Porto, essa é a realidade. Ninguém de bom senso investe no Porto, no estado em que a cidade se encontra hoje e ainda.
João Martins
Psicologo, Professor e Empresario
jmarinhofpp@netcabo.pt