2005/02/19

De: Alexandre Burmester - "Direitos e Deveres" 

Nas ultimas eleições, após a aprovação de um projecto (por birra política contra o PS) elegemos quem governasse e implementasse o seu programa.

Tal como o Administrador de um condomínio, seguindo as decisões da reunião de condóminos, temos esta Presidência com uma Assembleia, a liderar uma equipa, gerindo a cidade do Porto.

Agora imaginemos que o Administrador do condomínio, sem consulta e sem autorização, se lembra de mandar fazer obras, e tomar decisões fora do âmbito do seu Programa. Deveria primeiro convocar uma reunião com a respectiva agenda e apresentar o projecto, pedindo a respectiva autorização. Que faz esta Administração? Inicia obras com as quais muita gente não concorda, pouca concorda e muita outra, menos informada, levanta dúvidas. Decide assim mesmo avançar, destruindo património (obras da 2001que se recusa a acabar, linhas de eléctricos, abate de árvores) e delapidando dinheiros públicos.

Se vivêssemos em condomínio e fossemos uma democracia a sério, convocava-se uma Assembleia, discutiam-se os assuntos, e havendo dúvidas suspendia-se as decisões, havendo consenso assumiam-se as acções, ao contrário com obra feita e sem aprovação, demitia-se e responsabilizava-se a Administração.

Na cidade esta Assembleia é composta pelos Deputados por nós eleitos. Infelizmente, está destituída a Assembleia Municipal desta função, não é tida nem achada para as obras do executivo. E nem com maioria pode destituir o "Administrador". (É caso para perguntar para que votamos, e amanhã é dia, porque infelizmente é a isto que chamamos democracia.)

Mas pode vir qualquer força política pedir uma Assembleia extraordinária para debater este assunto, e espero que o faça.

Caros leitores do Blog, a lista dos Deputados está aqui, espero que conheçam algum e pressionem para que o faça. (Eu também já o fiz)

Devia após discussão do assunto na Assembleia, o seu executivo tomar uma decisão em face da sua votação. Sabemos que os Deputados dos partidos da oposição estão contra, e sabemos que existem deputados da coligação também. No mínimo ficava uma decisão do executivo sem apoio político da maioria.

E ainda podíamos experimentar um pouco de democracia.

Vá lá Sr. Presidente, tenha coragem e experimente.

Podemos nós cidadãos, não colaborar com esta Câmara, tentar contrariar as suas acções, e vir a penalizá-la com o voto nas próximas eleições, apresentar uma Acção Popular, e interpor uma Providência Cautelar.

Podem e devem os Deputados Municipais tomar posição pública, e vir defender os seus eleitores.
Pode qualquer um no futuro, vir a pedir as responsabilidades cívicas e económicas aos responsáveis, provando os erros e reclamando as respectivas compensações.

Não só podemos, mas devemos.
Eu (também) assumo a minha parte.

Alexandre Burmester

De: Miguel Barbot - "Cluster das Artes Plásticas..." 

"... ou Michael Porter para a Autarquia"

“Clusters são concentrações geográficas de empresas, fornecedores especializados, prestadores de serviços, empresas de indústrias relacionadas e instituições associadas (universidades, agências e associações) em determinado sector, que competem, mas também cooperam entre si.”
Michael Porter (1998)

Neste momento podemos constatar a emergência de um competitivo sector na Cidade do Porto: as artes plásticas.

As experiências de concentração das galerias de arte em Cedofeita, começando em Miguel Bombarda e expandindo-se progressivamente para as vias adjacentes são um sinal francamente positivo disto mesmo. O facto de se tratar de um movimento espontâneo, planeado pela Indústria e não pelos governantes, consitui prova da vitalidade e da credibilidade daquele que se poderá tornar um “Cluster” de futuro para a Região.

É de notar, que pela lógica de mercado, o facto de as galerias existirem e se multiplicarem são sinais de duas realidades:
  1. Existe uma resposta positiva do mercado, com a chegada à Cidade em fim-de-semana de inauguração de forasteiros provenientes de todo o País e de Espanha;
  2. Existe uma concentração é benéfica para os “marchands”, que é aproveitada em acções concertadas, como as datas de inauguração e na exploração de um mercado-alvo comum.
Na minha actividade profissional cada vez encontro mais empreendedores, que pelos factores atrás descritos, a primeira escolha de para o investimento é esta zona. O facto de podermos começar a denominar de “Cluster” a concentração de Galerias advém das diversas iniciativas empresariais que tem surgido nesta área que são orientadas a um público comum, como espaços de restauração alternativos, ateliers, lojas de decoração ou lojas de moda, complementando a oferta existente.

Neste fase, deve a Autarquia começar a explorar estrategicamente o potencial criado pelos empresários, criando as sinergias necessárias para a sua afirmação a nível nacional, ibérico e europeu. Estas sinergias poderão ser desenvolvidas em diversos aspectos:
As artes plásticas podem abrir uma verdadeira janela de oportunidade para a Cidade e caberá agora à Autarquia desenvolver um trabalho que transcende as competências dos empresários. Este trabalho poderá passar pelo planeamento de eventos capitalizadores de mercado e geradores de uma imagem positiva da cidade, concretizando-se, por exemplo, numa bienal de arte na Cidade.

Para um evento deste género o Porto tem todos os ingredientes, começando nos empresários, passando pelos artista e terminando nos espaços existentes (Pavilhão Rosa Mota, Palácio do Freixo, Mercado Ferreira Borges, Alfândega).

Um evento destes, a realizar de dois em dois anos, poderia ser um bálsamo para a economia da Cidade, enchendo as ruas de gente e dando um novo fôlego ao sector do turismo, podendo estar a sua promoção apoiada por dois eixos de visibilidade: a visibilidade de Serralves e a notoriedade de Miguel Bombarda.

Quem é adepto de eventos estruturantes e se propõe a realizar corrida de clássicos de dois em dois anos, não deverá ficar indiferente a uma proposta destas.

Fica a sugestão.

(fotografia – Exposição Occhi de Jacopo Foggini patente até 1 de Março na Galeria Arthobler)

De: António Moreira - "É preciso agir, já !" 

Estando de acordo com as análises dos Srs Tiago Fernandes e João C. Costa, parece-me claro que deveremos agir já e de forma determinada.

Parece também claro que a actuação terá que ser, conforme refere o Sr. João C. Costa:
Falta apenas encontrar quem lidere esse processo.
Estou certo que haverá neste forum pessoas com as competencias adequadas (o que não é o meu caso que sou engenheiro mecânico).
Estou certo que haverá neste forum possibilidade de angariar os fundos necessários à acção (naturalmente que estou disposto a assumir a minha parte).

Por favor, quem dá o próximo passo ?

Um abraço
Antonio Moreira

De: TAF - "O Planeamento à portuguesa" 

Ponto prévio, que convém sempre recordar: há alternativas ao actual projecto do Metro na Boavista, a "Linha Laranja". As críticas têm sido também acompanhadas por soluções viáveis (e melhores!) para os problemas que existem, como se pode ler aqui no blog.

Hoje no Notícias vem novamente este debate em grande destaque. Não deixo de ficar espantado com a aparente normalidade com que um gestor competente como Oliveira Marques defende o início imediato das obras na Avenida da Boavista pois "O lançamento da base futura de uma linha do metro Nascente - Poente na Área Metropolitana do Porto é a primeira razão, apresentado pela Empresa do Metro ao Governo, para viabilizar a Linha Laranja."

Então começa-se um troço de uma linha de metro sem saber se ele vai ter a continuação que o justifica?! Sem ter sequer pronto o estudo técnico do local por onde supostamente vai passar o resto da linha (como a própria Metro do Porto reconhece), quanto mais a aprovação governamental?

Não é óbvio que só se devia avançar com os trabalhos depois de ter garantias mínimas de que o plano vai ser implantado numa rede que faça sentido? Não foi precisamente este tipo de "fugas para a frente" que provocou o estrangulamento do troço Trindade / Senhora da Hora? Não aprendemos ainda que é fundamental planeamento sério?

De: João C. Costa - "Partindo..." 

"... do «Em resumo» do TAF e para ser muito franco..."

Aproveitando o resumo feito pelo TAF queria apontar três ou quatro pontos que na minha opinião devem ser a base de actuação relativamente a este assunto.

Introdução

À saída da Tertúlia do Guarani sobre este assunto, comentei:
"... já está decidida e só a postura ou a falta de jeito do Prof. Oliveira Marques é que impede que haja consenso para que seja construida a Linha da Avenida".
Porque francamente, gerar consensos é o que faço diariamente na minha vida profissional (o que vulgarmente se chama, levar a água ao meu moínho ...) e esta questão lançada à opinião pública com jeito teria tido concerteza outro acolhimento.
Não teria sido aceite exactamente como a Metro do Porto quer, mas com cedências nalguns pontos não teria sido difícil chegar a uma solução e resolver o problema de gestão do tráfego da Linha Senhora da Hora - Trindade.

Convencido de que já estava decidido, achei que deviamos ter traçado de imediato as acções a tomar para termos algum tempo para as preparar, partindo dos pontos que o TAF já resumiu.
Mas apenas pensei, mais uma vez achei que era o único a pensar assim...

Premissas da análise:

Previsão para os próximos dois meses partindo destas premissas:
Retiremos lições da situação em que estamos:
Desta forma teríamos antecipado e evitado a situação actual porque mesmo que agora seja avançada esta Acção, como contribuintes iremos pagar a paragem das obras e depois a recuperação ou reformulação das mesmas.
Neste momento pagaremos quer se faça alguma coisa ou não.

Esta é a minha análise da presente situação.
Espero contribuir de alguma forma para que se tomem algumas acções, as que eu preconizo ou outras.
Mas sobretudo que, se concordarem com a minha análise, não repitam a inércia.
A nossa inércia como cidadãos ( e por mim assumo a minha quota parte ) e a nossa divisão de opiniões é o suporte deste tipo de decisões políticas.

João Carvalho e Costa
joao.ccosta@mail.telepac.pt

2005/02/18

De: TAF - "Em resumo" 

A discussão sobre os vários aspectos de um assunto faz por vezes esquecer o essencial.
Recordemos: por que é que não é aconselhável avançar para este projecto de Metro na Boavista?
A decisão é muito simples e não depende de estudos adicionais. Compreendendo isto, é até supérflua a análise do impacto negativo do projecto na zona. Para alternativas, aqui estão as minhas recomendações.

De: António Lopes Dias - "O Metro..." 

"... e a «Organização das Cidades»"

Caros "bloguistas":
Continua interessante esta discussão participada (e diversificada) sobre o "Metro da Boavista", porque vem provar que há pessoas capazes de reflectirem sobre os problemas, sem fundamentalismos, com clareza e contextualização. Eu, que dei o meu pequeno contributo, estava convencido de não voltar "à carga". Mas a qualidade de algumas intervenções, leva-me a insistir na intervenção; Parecem-me exemplares dois artigos publicados a este propósito: "A Linha Negra", do Arquitecto, Prof. Manuel Correia Fernandes, e "A Organização das Cidades", de Cristina Santos.

Por um lado, a destruição da rede de eléctricos levou à conquista do espaço da área metropolitana pelo transporte individual, com os nefastos efeitos nos aspectos da mobilidade, e ambiental (e não vejo muita gente, aqui, grandemente preocupada com isso, apesar da ratificação do "Protocolo de Quioto"...). Por outro lado, a inexistência de uma ideia para a "organização da cidade" (melhor, de uma área metropolitana), que teria necessariamente de incluir uma rede de transportes colectivo e público, diversificada e integrada, gera "incompatibilidades" como as denunciadas por Correia Fernandes.

Continuo, todavia, a pensar que as razões de melhor e maior mobilidade, e de melhor qualidade ambiental (aguardemos o estudo de impacto ambiental) levarão necessariamente à implantação do metro na Avenida da Boavista. Para que seja possível a sua integração, reabilitada, na cidade; para que seja possível a fruição do seu espaço, sem ser por veículos automóveis; para que seja possível a ligação em rede à zona oriental; para que seja possível que o mar possa ser gozado pelos residentes de Campanhã, de de Rio Tinto, de Valongo, e que os actuais "canais de viaturas privadas" na Boavista sejam substituidos por um "canal de transporte público"... rápido, cómodo e muito menos poluente! Apesar de isto colocar questões de "inserção urbana", como bem refere Correia Fernandes.Resolúveis, certamente;lembro Berlim, com os seus "S-Bahn" e "U-Bahn".

Até porque, mais uma vez o digo, não vejo nenhum eléctrico rápido (?) a circular "nesta" Avenida, subindo e descendo, ligando algures a nenhures! A não ser...a não ser que "ressuscitem" a rede de eléctricos. O que não me parece.

Uma última nota: a contradição que transparece entre as razões tantas vezes invocadas simultâneamente, de teor "economicista", por um lado, e de teor "ambientalista" por outro lado...

Com os cumprimentos do
António Lopes Dias
amvldias@hotmail.com

De: António Moreira - "Metro ou Corridas ?" 

As recentes notícias sobre a apressada decisão de avançar com a pretensa "requalificação" da Av. da Boavista (arrancar árvores será requalificar ?), apenas entre o Castelo do Queijo e a entrada Nascente do Parque da Cidade, tem sido analisadas e discutidas, fundamentalmente, à luz do projecto do Metro na Boavista.

A imperiosa necessidade da realização de obras de adaptação da Av. da Boavista (assim como da Av. do Parque da Cidade, Rua da Vilarinha, Est. da Circunvalação e viaduto do Parque da Cidade e Rotundas) para que Sua Excelência o Sr. Presidente da Câmara possa realizar o seu "sonho de criança" de ver corridas de carros antigos na Boavista, apesar de ter sido referida a modos de "efeito secundário" é, em minha opinião a verdadeira e exclusiva razão para esta, extemporânea, decisão de arrancar de imediato com esta obra, sem esperar por decisões governamentais nem garantias de financiamento pela empresa do Metro.

Como já referi anteriormente, sendo um grande apreciador de "automobilismo histórico", considero de grande estupidez e irresponsabilidade, o capricho "desta gente" em efectuar este evento, misto de falta de conhecimentos, desonestidade histórica, infantilidade e campanha eleitoral.

A sua importância seria diminuta no entanto, não fosse o facto de ter sido esse capricho, que, claramente, motivou esta "fuga para a frente", que irá fazer com que a discussão sobre o Metro da Boavista se incendeie, ao ser esta decisão entendida como parte de uma política de facto consumado que, quem se opõe ao projecto do Metro da Boavista, não estará, concerteza, disposto a aceitar.

Será aceitável que seja cometido um, eventual, atentado ambiental e urbanístico ANTES de ser conhecido o resultado do estudo de impacto ambiental que, afinal já foi pedido, por precaução, uma vez que o Ministro do Ambiente já vai ser outro?

In JN "A reabilitação avança sem que o Governo tenha aprovado a execução da linha e sem que o Ministério do Ambiente se tenha pronunciado sobre a dispensa ou não do estudo de impacto ambiental. Uma situação que, em entrevista ao JN em Dezembro do ano passado, o vereador do Urbanismo, Paulo Morais, reconheceu ser "um risco económico calculado".

O CRIME DEVE SER PREVENIDO quando há conhecimento prévio da sua intenção!!!!

Talvez se o risco não fosse apenas económico (o próximo executivo camarário que pague a conta) mas houvesse possibilidade de responsabilizar criminalmente os responsáveis políticos pelos seus crimes, a situação viesse um dia a ser diferente.

O resultado das eleições deste domingo, as suas eventuais consequências no interior do PSD, as, mais do que previsíveis, guerras internas entre Rui Rio e Luis Filipe Menezes pelos despojos do partido, com todas as implicações que isso possa ter para este projecto, são outros factores que poderão vir a pesar nesta balança, mas...

A questão permanece
Seremos só espectadores ou deveremos (e poderemos ?) ser actores ?
Será verdade que estaremos aqui a pregar no deserto ?

(Não fiz, naturalmente, qualquer referência às declarações daquele senhor que manda no metro dado este espaço (e muito bem (?)) pretender manter elevação na linguagem utilizada e, por isso, fiquei sem palavras :D)

Um abraço
António Moreira

De: F. Rocha Antunes - "Orelhas a arder?" 

Meus Caros,

Aí temos finalmente uma posição do Presidente da Comissão Executiva do Metro sobre a linha na Avenida da Boavista.

Primeiro, o estilo. Agarra-se à falta de ética e aos comentários pessoais (como se isso fosse a regra aqui) e depois insinua torpemente. Não vou defender ninguém, porque não é o meu estilo, mas insinuar que o Alexandre Burmester está é com ciúmes de não ter sido convidado para fazer o projecto é elucidativo do tipo de insinuações. O Senhor Professor Dr. Oliveira Marques irrita-se, amua e responde aos críticos dos blogues anunciando que não lê os mesmos blogues. Ou não responde ou não diz que não lê.

Mais uma vez venho fazer um desafio que, quem lê este blogue, sabe que é uma obsessão minha: ninguém deverá alinhar no tom do Senhor Professor Dr. Oliveira Marques.

Vamos a factos, mais uma vez:
  1. Quem pediu o consenso da cidade para o projecto foi o Senhor Professor Dr. Oliveira Marques, em 23 de Novembro do ano passado. Sem se ter preparado para explicar seja o que for. Se não fosse o tal blogue que não lê, nem o projecto estava na página do Metro do Porto.
  2. Só com esta discussão se apercebeu que afinal havia um erro grosseiro de planeamento da rede. Até aí a gestão do Metro era perfeita e intocável.
  3. A questão dos terrenos do Parque da Cidade pode ser esclarecida de forma fácil. Se é uma insinuação torpe, uma calúnia, basta declarar uma coisa simples: que o Metro nunca pagará a indemnização que eventualmente resulta de um diferendo entre a CMP e os proprietários dos terrenos.
  4. É notável que agora seja invocado o autor do projecto do Parque da Cidade, o Arq. Sidónio Pardal que, como se sabe, sempre foi um defensor das construções no mesmo. Como eu, para que fique claro. Quem era contra era a actual CMP.
  5. Que nunca se ouviram especialistas na matéria. O Eng. Álvaro Costa deve ser músico. O que o Eng. Álvaro Costa disse, que a questão do estrangulamento do eixo Senhora da Hora – Trindade não ficava resolvido com a linha pela Avenida da Boavista, deve ser um pormenor técnico. Ah, e deve ser daqui que vem a ideia que alguém quis estrangular o Senhor Professor.
  6. Os dados da procura que agora se anunciam são dados seleccionados. O que não se diz nem prova é qual é a redução da linha azul entre o Senhor de Matosinhos e a Senhora da Hora. Pela quantidade de gente que iria utilizar a linha da Avenida da Boavista, deve estar previsto encerrar esse troço. Mas quem tem obrigação de explicar é o Metro.
  7. O Metro do Porto tem accionistas. Que são, em maioria, as câmaras municipais da AMP. Que terão de prestar contas aos seus accionistas, que são os eleitores de cada concelho, sobre o modo como vigiaram e controlaram a gestão do Metro. E é já em Novembro.
  8. A Autoridade Metropolitana de Transportes, no documento que o Tiago aqui colocou, considera como instrumentos básicos de suporte do Plano de Mobilidade e Transportes a existência de mecanismos de participação pública. Como aqui já defendi, apenas estamos a antecipar uma tendência. Quem vai ter de aprender a lidar com isso é a Metro do Porto.
Eu confesso que não sinto as minhas orelhas a arder. Nem alinho em irritações fáceis como forma de responder a críticas. Esperava que os gestores do Metro estivessem à altura das suas responsabilidades. E que em vez de amuar e falar de falta de paciência, explicassem. É uma das suas obrigações primárias.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Cristina Santos - "Organização das cidades" 

Erros na organização urbana geram problemas financeiros graves, que apesar da sua importância não podem condicionar novas opções de desenvolvimento.
A organização de uma cidade não pode depender dos interesses exclusivos dos eleitos locais, não se pode continuar a hipotecar o futuro, para redimir más politicas, ou então o desenvolvimento das Cidades passaria a obedecer a um ciclo vicioso, de pagar dividas e compromissos, com a estagnação refundida de toda a região.

Não podem os Autarcas locais acenar bandeiras, limitar o poder dos cidadãos, com propostas arrogantes que visam tapar buracos imediatos, abrindo grandes cortes no futuro. Não é admissível que se limitem as propostas de desenvolvimento a verbas disponíveis, sem que se procurem outras soluções que permitam alcançar os meios suficientes a um desenvolvimento sustentável.

Da minha parte contínuo sem entender o montante da verba disponível para o Metro na Boavista, continuo sem perceber se essa verba se refere à verba disponível para este mandato, ou se existem formas de conseguir uma verba que nos permita ter meios eficientes de transporte sem hipotecar o espaço livre da nossa Cidade.
Continuo com dúvidas se o Metro do Porto é um metro ou um eléctrico rápido de superfície, continuo sem saber se a proposta foi assente num Porto periférico, ou num Porto cidade núcleo.
Não entendo se os comboios para as periferias serão substituídos pelo dito Metro ou se eventualmente serão aproveitados os trilhos para comboios bala…
Não percebo como ainda não dispomos de um meio de transporte eficiente que rasgue o País de fora a fora, quando na Europa, já se rasgam estados de lés a lés.
Não distingo ainda se no norte, o Metro, o Eléctrico rápido, o Train Tran, o comboio de alta de velocidade são a mesma coisa, sendo a única variável a distância entre os trilhos, ou se as suas diferenças assentam classificação como transporte urbano ou suburbano.

Mas de qualquer das maneiras, as cidades não podem continuar a ser obra exclusiva dos eleitos locais, mesmo que os eleitos representem a maioria da população.
A cidade tem que representar a vontade colectiva, os interesses de uma população activa, esclarecida e informada. A organização da cidade não pode obedecer única e exclusivamente à vontade politica e aos seus interesses financeiros.

Se a maioria dos cidadãos está contra o projecto para a Avenida, isto tem que ser levado em linha de conta, não pode o poder local considerar que os seus eleitores são asnáticos, mesmo que isso tivesse sido provado há três anos atrás.

O poder tem que se habituar à democracia urbana, à participação cívica dos cidadãos, só assim poderá garantir um desenvolvimento sustentável.

Cristina Santos

De: Carlos Gilbert - "Declarações..." 

"... de Oliveira Marques a propósito da Linha da Boavista"

Dos diversos pontos relatados pelo "Público" e atribuídos ao Prof. Oliveira Marques, destaco o seguinte:

Primeiro: "Oliveira Marques considerou calunioso que se diga que o projecto serve para transferir para a Metro a factura do diferendo entre a Câmara do Porto e a Imoloc pelos terrenos da orla do Parque da Cidade. Garantiu que o projectista do parque, Sidónio Pardal, foi ouvido em relação ao novo viaduto previsto para a zona e projectado por Siza Vieira, mas admitiu que poderia ser estudada uma alternativa aventada pelos críticos desta solução específica, o atravessamento em túnel por baixo da zona verde. Uma proposta que tem como inconveniente o impacte visual das trincheiras de entrada e saída desse túnel, disse."

Segundo: Fico desiludido pelo facto de Oliveira Marques ter "metido no mesmo saco" todo o tipo de críticas que foram sendo feitas ao projecto nos últimos tempos. Daqui, da nossa parte, houve uma linguagem limpa, isenta e opiniões bem fundamentadas. Em nenhum lado O.M. faz referência (ou será que os jornais o não retransmitiram?) às alternativas que nós fomos propondo, nem ao facto de esta linha NÃO vir a ser alternativa ao já famoso estrangulamento entre as estações da Srª da Hora e Trindade. E, se de forma um tanto sobranceira, diz que "não leio blogues", como se justifica então a "Tertúlia" promovida no Guarany? E então o Dr. Paulo Morais que é "assíduo" daqui do nosso blogue? Então que faça o favor de nos responder o que vão fazer aos 23.400 passageiros diários que irão desembarcar na sua maioria junto à Casa da Música? Vão apanhar o metro na estação na Avenida da França? Não pode ser, essa linha vai estar saturada daqui a pouco...

Por estes motivos concordo um tanto com as palavras de Emílio Gardé ao qualificar os políticos e gestores da causa pública. E reparem que Oliveira Marques não se coibe de qualificar de "calunioso" ao que o Alexandre Burmester perguntou sobre as permutas de terrenos no Parque da Cidade...

Mas enfim, são pregações no deserto o que aqui fazemos...

Carlos Gilbert

De: TAF - "As novidades de hoje" 

- Linha da Boavista: Metro fez estudo ambiental
- Estudo ambiental da linha da Boavista pronto em Março
- Estudo de Impacte Ambiental na Linha da Boavista por prevenção
- Oliveira Marques irritado com as críticas ao projecto para a avenida portuense
- Estudo de Impacte Ambiental da Linha da Boavista em Execução - «(...) o presidente executivo da EMP deixou com as "orelhas a arder" quase todos os que criticaram a opção da empresa, à excepção dos políticos (...) e dos bloguistas de A Baixa do Porto. "Não leio blogues", justificou (...)»
- "Estamos Aqui para lutar pelo projecto"

- Metro chega a Pedras Rubras
- Linha da Póvoa até Pedras Rubras abre ao público a 5 ou 12 de Março
- Linha Amarela em risco de sofrer atraso
- Nos carris
- Medicina Culpada por Atraso da Linha Amarela
- Diferendo com a Faculdade de Medicina será decidido pelo Tribunal
- Linha de Gaia entre Santo Ovídeo e Laborim só estará pronta em 2007
- Linha Vermelha Abre Até 12 de Março
- Metro do Porto Serve Sobretudo Classe Média
- "A Linha Negra (II)" - opinião de Manuel Correia Fernandes

- Avenida AEP será alargada
- Arquitecto do Museu da Ciência e Indústria defende manutenção do espaço
- Lufthansa com voos semanais do Porto para Munique

Trabalho apresentado num seminário da Universidade de Aveiro:
- Mobilidade na Área Metropolitana do Porto (da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto)

2005/02/17

De: Miguel Barbot - "Também quero férias!" 

O Pedro voltou de férias cheio de vontade!
Alguns posts no seu blog a que devemos dar atenção:

Sobre a Avenida da Boavista...
A obra de Rui Rio
Arre que há pressa!
.. a Quinta de Marques Gomes...
Quinta de Marques Gomes
... A SRU
SRU na Praça Carlos Alberto
e o Aeroporto
Aeroporto Sá Carneiro

De: TAF - "Hoje na imprensa" 

Finalmente o JN de hoje online:
- Requalificação da Boavista avança na próxima semana

- Parecer do IPPAR sobre prolongamento à Rua D. Manuel II ainda não chegou
- Túnel preocupa "Santo António"
- Túnel de Ceuta espera pelo conselho consultivo do IPPAR

- Romanos uniram Porto e Gaia há mais de um milénio
- Grande Prémio da Boavista evocado em exposição no Palácio do Freixo
- Circuito da Boavista no Palácio do Freixo
- Trânsito aliviado na Circunvalação
- Mais de mil milhões em acessos para o distrito do Porto até 2007
- Couto dos Santos apela a pacto para Casa da Música
- Elevador dos Guindais transportou cerca de 240 mil pessoas num ano
- Cinema Batalha Abre as Portas à Moda Alternativa
- Faculdade de Belas-Artes do Porto Faz Hoje 225 Anos

De: Alexandre Burmester - "Sondagens??" 

Pedro:

Confesso que tenho pena, fiquei desiludido porque achei que ia fazer bem melhor. Mas seja a equipe, seja o mau feitio e a falta de diplomacia, a verdade é que de sucesso em sucesso está a ir direito até à derrota final.

Não basta ser eleito e parecer Presidente de Câmara, há que ser.

Alexandre Burmester

De: Pedro Aroso - "A Cidade...II" 

Xano:

Estou em total desacordo contigo...! O Governo pode mudar, mas é quase certo que o Rui Rio vai ser reeleito. Pelo menos, foi esse o resultado das duas últimas sondagens encomendadas pelo Partido Socialista. Assim sendo, não vejo qualquer razão para ele não implementar o seu programa.

Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
--
Nota de TAF: Mas o Metro na Boavista também depende do Governo, certo? Não é apenas uma decisão da Câmara. Além disso a autarquia tem que cumprir a Lei. Se ainda não tem todas as garantias de que a obra pode avançar, está a cometer exactamente o mesmo erro que no caso do túnel de Ceuta. Os munícipes podem e devem recorrer às armas que a Justiça lhes dá para fazer valer os seus direitos.

De: Alexandre Burmester - "A Cidade..." 

"... não é "Republica das Bananas", mas os seus responsáveis parecem..."

Esta foi a pergunta que fiz no dia a seguir à Tertúlia do Guarani:
Irá disfarçadamente no próximo mês, a Câmara, encapotada pela organização do Grande Prémio de Formula 1 na Avenida da Boavista, começar o derrube das árvores do trecho entre o Castelo do Queijo e António Aroso, e a retirar os trilhos do viaduto e do castelo do Queijo? Irá começar a obra?

Sabemos hoje (E não tenhamos dúvidas) que os Socialistas (quer queiramos ou não) serão o próximo governo. E sabemos que não irão aprovar o Projecto da linha da Boavista.

O que faz esta Câmara? Fuga para a frente?

Não basta ser eleito, como diz o TAF, para decidir. É obrigatório responder às questões da população, é preciso mais do que ser mandatado, quando se está a ser questionado. É preciso ter a categoria de dar a cara, dando respostas e justificando opções.

Pelas eleições não se ganha o "Poder" indiscriminado, mas sim um Direito de exercê-lo dentro de limites. Mais Poder ganharia esta presidência se viesse a público justificar e provar que tem razão; Ao contrário está a perdê-lo, e sem dúvida estará ainda a ultrapassar para o que foi mandatado. A ditadura já foi Sr. Presidente.

Não valerá a pena insultar ou perder a cabeça, partindo para a ignorância, mantenhamos a calma pois que será sempre preferível seguir pelas vias correctas e institucionais.

Semana que vem irá ser apresentado o Abaixo assinado, depois tentaremos a providência cautelar se fôr necessário. Mas principalmente teremos de dar o exemplo de trazer à responsabilidade a irresponsabilidade de quem governa.

Entretanto façamos desde já o enterro às arvores da Av. da Boavista, e às linhas de electrico da marginal.
Esperemos no futuro fazer o "enterro" aos responsáveis.

Alexandre Burmester

De: António Moreira - "A «Linguagem»..." 

"... e «Os factos»"

Apesar de ninguém (muito menos o Sr. Emídio Gardé) me ter pedido para ser seu advogado, e, de certeza saberá responder melhor do que eu, aqui vai a minha opinião sobre a linguagem.

É preciso de uma vez por todas "chamar os bois belos nomes" e, em minha opinião, ao classificar "esta gente" (Autarcas e Administradores) de "Hipócritas, Mentirosos e Prepotentes", este senhor apenas pecou por ser meigo !!!!!

É tempo, de uma vez por todas, de nos habituarmos a classificar os políticos que nos tem (des)governado pelo que eles realmente são, ou seja, em minha opinião(aqui vou generalizar por isso peço o favor de me indicarem um a quem não se aplique, pelo menos, um destes chapéus): Hipócritas, Mentirosos, Prepotentes, Desonestos, Curruptos, Incompetentes, Ignorantes, Incultos, etc. etc.

Quem tiver uma opinião diferente que esteja à vontade para ir votar!!!!

Quanto aos "Factos" bem, vou-me ficar por aqui, pois entretanto o Sr. Tiago Fernandes já avançou com mais um excelente "post" :-)
Ainda assim aqui fica uma reflexão:

Citando TAF:
"....O executivo ficou na posição do jogador que foi apostar às escondidas no Casino e que já estourou as economias da família. O que fazer?
Voltar para casa, assumir o erro e trabalhar para recuperar as perdas, ou hipotecar o apartamento e voltar a apostar à espera de um milagre?
Nesta altura a hipoteca parece que já vai em 6 milhões de euros... :-("

fim de citação.

Mas afinal este senhor (Rui Rio) não é o mesmo que se veio queixar da situação caótica, sem tostão, cheia de dívidas e compromissos em que o outro senhor (Nuno Cardoso) lhe deixou a câmara ??????

(Para que fiquem claras as minhas preferências, eu metia estes dois senhores num saco e deitava-os ao Rio (Douro)....bem, pensando mais ambientalmente, optava pela co-incineração).
Desculpem lá ser politicamente incorrecto :-(

O que é que o Senhor Emídio Gardé tinha chamado a esta gente ?????
Torno a dizer, foi muito meigo :D

Um abraço
António Moreira

De: TAF - "O Casino" 

Pontos prévios
  1. Estou a dar como verdadeira e rigorosa a notícia do JN que anuncia para a próxima semana o início das obras no troco final (ocidental) da Avenida da Boavista.
  2. O executivo da CMP tem toda a legitimidade para decidir sobre esta matéria. Foi eleito, e a Democracia é isto mesmo. Por mais movimentações e participação cívica que exista, só uma eleição é vinculativa. Por isso, caso o executivo não queira seguir as recomendações de bom senso que surgiram no debate entretanto havido, resta ao “povo” esperar pelas próximas autárquicas.
  3. Atendendo à discussão pública sobre este tema (que foi aliás saudavelmente incentivada também pela autarquia e pela Metro do Porto), espera-se do executivo alguma informação formal sobre a obra que supostamente vai começar. Nem que seja por simples educação e civismo.

Recuemos no tempo. O que se terá passado? Eis a minha visão.

Havia um canal central desaproveitado na Avenida da Boavista. Havia um Metro que interessava expandir, e um troço sobrecarregado que interessava aliviar noutro ponto da rede. À primeira vista, a construção de uma linha nesse canal parecia uma opção óbvia e relativamente simples. À primeira vista.

Contactam-se alguns especialistas de transportes, que fazem estudos sobre o impacto desta solução. Aí a coisa começa a complicar-se: afinal vai ser preciso desviar tráfego para zonas residenciais, afinal vão ser necessárias expropriações que não se sabe quanto custam, o viaduto no Parque da Cidade afinal não serve, o troço Trindade - Senhora da Hora afinal não é significativamente afectado, etc. Mas enfim, aparentemente do mal o menos...

Entretanto já havia outra iniciativa a desenvolver-se: o Grande Prémio da Boavista.
É que a Linha da Boavista vinha mesmo a calhar, pois empurravam-se os custos todos para a Metro do Porto:
Juntava-se o útil ao agradável.

Ao mesmo tempo começam a aparecer uns “profissionais do contra” com visibilidade mediática. Mas apesar de tudo parecia gente relativamente séria… Por isso o executivo pensa: sendo esta opção pela Linha da Boavista correcta, não há nada como um bom debate público, com a ajuda do talento e competência do Prof. Oliveira Marques, para que se “dê a volta” à opinião pública. Até aqui tudo relativamente bem. O mal foi que havia uma série enorme de inconvenientes graves que não estavam devidamente ponderados na Linha da Boavista, e o debate público veio tornar absolutamente evidente que este projecto concreto era completamente desadequado.

O executivo ficou na posição do jogador que foi apostar às escondidas no Casino e que já estourou as economias da família. O que fazer?
Nesta altura a hipoteca parece que já vai em 6 milhões de euros... :-(

De: Emídio Gardé: - "A linguagem" 

Aceito a crítica do Francisco Rocha Antunes; a prudência é boa conselheira.
Mas quando a pisadela nos calos é forte demais, não é normal seleccionarem-se os impropérios...
Para a próxima procurarei ser mais cordato.

Com os meus melhores cumprimentos,
Emídio Gardé
http://ehgarde.no.sapo.pt

De: TAF - "Os factos" 

O que diz a tal notícia do JN é que na próxima semana vai começar a reabilitação urbana entre a Praça S. Salvador e Av. Boavista até à zona do Parque da Cidade, sem colocação de carris, por 6 milhões de euros. Para já a Metro do Porto paga, mas se não for aprovada a linha alguém vai ter que suportar este custo...
Não percebi da notícia se se inclui a construção do viaduto novo já nesta primeira fase, mas por este valor da obra julgo que não. O melhor é mesmo ler a notícia completa do JN.
A obra estará pronta em Junho, a tempo do Grande Prémio.

De: F. Rocha Antunes - "Atenção à linguagem..." 

Meus Caros,

Quem tem a razão não se pode dar ao luxo de a perder, perdendo a cabeça….
Não se pode qualificar as pessoas como fez, por exemplo, Emídio Gardé.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Cristina Santos - "SRU" 

No site da Câmara Municipal do Porto, já existe um link directo para o envio de sugestões à PORTO VIVO, SRU

De: António Moreira - "Hipócritas, ..." 

Cito:
"... mentirosos e prepotentes!"
(...)
Emídio Gardé"

fim de citação

Não tive ainda oportunidade de ler a notícia no Jornal, mas....

Afinal não é preciso estudo de impacto ambiental ? (Será que vão "requalificar" menos de 2000 metros de cada vez ?)
As árvores vão-se embora ?

Não há ninguém no Porto para avançar com uma providência cautelar ?
(Depois queixamo-nos que só há coisas boas em Lisboa)

Afinal a nossa mítica "sociedade civil" só serve para discutirmos os assuntos, sem tirar consequências ?

Quem organiza a defesa ?

Um abraço triste
António Moreira

--
Nota de TAF: Da notícia do JN - "A reabilitação avança (...) sem que o Ministério do Ambiente se tenha pronunciado sobre a dispensa ou não do estudo de impacto ambiental". (...) Paulo Morais reconheceu ser «um risco económico calculado»."

De: Emídio Gardé: - "Quioto, o gás e a memória" 

Paulo Pimenta, autor da notícia abaixo e datada da véspera do dia da entrada em vigor do Protocolo de Quito, esquece-se de referir que a STCP acabou, em 27 de Dezembro de 1997, com os únicos veículos colectivos que, efectivamente, contibuiam para a redução dos gases de efeito de estufa: os troleicarros. (Ver, a propósito, http://ehgarde.no.sapo.pt/trolleybus/ptpt.htm).
"Sobra-nos" Coimbra, a única cidade da Península que soube preservar tais ecológicos veículos. Honras lhe sejam feitas!

Porto já tem um terço dos autocarros a gás natural

Com os meus melhores cumprimentos,
Emídio Gardé
http://ehgarde.no.sapo.pt

De: Miguel Barbot - "Mais STOP" 

Destaque a este artigo no DN (já com uns meses):
Centro comercial 'renasce' como viveiro de bandas

“Há uns anos em franco declínio, o centro comercial STOP, na Rua do Heroísmo, parece ter encontrado uma nova vocação: hoje, quando a actividade comercial que ali existe se resume praticamente ao piso de entrada, boa parte das lojas dos andares superiores serve de sala de ensaio para uma nova geração de bandas portuenses.”

”Repórter Estrábico e Pluto (dos ex-Ornatos Violeta Manuel Cruz e Peixe) são, por enquanto, a ponta do iceberg, mas há uma série de revelações na calha (...). A diversidade de estilos (pop, rock, jazz, funk, metal e por aí fora) não obsta a que o convívio se processe de um modo salutar, no pressuposto de que a união faz a força..”

E aqui temos o início da questão levantada pela Cristina:
“Outro problema tem a ver com a segurança do material, já que o simples abrir de uma porta pode revelar os instrumentos que se encontram na sala. (...) O receio, longe de traduzir um ensimesmamento dos grupos não significa também desconfiança na competência da equipa de seguranças, mas tão-só a consciência de que «pode haver tentativas de assalto». Por esse motivo é que «ninguém faz seguros de instrumentos no STOP»”

As soluções propostas:
“Nesse contexto, importa reter algumas das sugestões avançadas pelos músicos para a diversificação dos serviços ali prestados. «Os dois cinemas [STOP 1 e 2] podiam dar origem a uma boa sala de espectáculos e um excelente estúdio de gravação», propõe Azevedo, dos Mosh. «É um desperdício aquilo estar fechado». Num ápice, Chico dispara outra ideia: «Fazia jeito uma biblioteca de música. E, claro, havia aqui público para isso»”

De: Emídio Gardé: - "Hipócritas, ..." 

"... mentirosos e prepotentes!"

Ao ver a foto de meia-primeira página do JN de hoje com a chamada para a notícia do início, na próxima semana, das obras de requalificação da Av. da Boavista "pagas pelo Metro" e "indiferente à polémica", veio-me à memória tudo o que foi dito e discutido na Tertúlia do Guarany sobre o assunto e as discussões e textos daí subsequentes. E só me apeteceu gritar bem alto: - VIVO NUM PAÍS DE AUTARCAS E ADMINISTRADORES HIPÓCRITAS, MENTIROSOS E PREPOTENTES!
Apetece-me emigrar para um qualquer país civilizado; mas tenho a certeza de quem está a mais em Portugal não sou eu.

Cumprimentos,
Emídio Gardé
--
Nota de TAF: Fui agora comprar o JN, pois a não está online a edição de hoje. A notícia diz que a Linha da Boavista ainda não está aprovada pelo Governo e que "a obrigação do Metro do Porto contribuir financeiramente para a execução da obra fica condicionada à aprovação da linha do metro". Ou seja, isto é uma tentativa de "fuga para a frente" para viabilizar a realização do Grande Prémio da Boavista e "depois logo se vê". Mais tarde voltarei a este assunto.


2005/02/16

De: Miguel Barbot - "A propósito do STOP" 

A propósito da discussão do CC STOP, dou um exemplo positivo da reconversão de um espaço semelhante: O Centro Comercial Sírius na Rua 5 de Outubro.

O Sírius era uma estrutura, que embora de menor dimensão que o STOP, que esteve semi-abandonada até há bem pouco tempo. Sofria dos mesmos problemas, se calhar numa escala menos “perigosa”, mas estruturalmente e potencialmente, os mesmos problemas.

O Gestor de Condomínio do Sírius, a dada altura, decide inverter a situação e promoveu uma feira de artesanato e produtos regionais temporária, tendo como base as lojas abandonadas do CC. Após este período e dado o sucesso da iniciativa, convenceu uma série de comerciantes e artesãos a fixarem-se neste centro, como forma de criar uma âncora para outros comerciantes do sector se fixarem neste espaço beneficiando do efeito de concentração.

Assim, o Sirius para fazer face à adversidade e à concorrência, não ficou à espera do famigerado subsídio ou do proteccionismo das autoridades, e seguiu uma estratégia proactiva, tendo criado um posicionamento para o seu espaço e procurado explorar um segmento específico do mercado, tendo surgido o 1º CENTRO DE ARTESANATO NACIONAL

Paralelamente, a responsável começou a negociar a possibilidade de abrir uma passagem nas traseiras para a Estação da Casa da Música, criando um corredor entre esta e a 5 de Outubro, gerando movimento indispensável tanto para o comércio como para gerar vida e afastar os possíveis frequentadores indesejáveis.

Relativamente à relação entre estas duas situações, podemos ler isto no DN:
“A especialização é vista com bons olhos por parte de administração, dando até como exemplo o Sirius, centro comercial da Rua 5 de Outubro, que optou por dedicar a sua actividade ao artesanato. E embora José Ferreira da Silva não esteja muito seguro sobre «se a música dará para tantas lojas» - são mais de 140 -, a verdade é que, «se calhar, uma das soluções passa por encarar o STOP mais para as bandas que aqui fazem ensaios». Até porque, na sua opinião, «quanto mais pessoas se dedicarem ao mesmo, melhor. Atrás de uns vêm os outros».”

--
Nota de TAF: Apesar de aparecer a data de hoje nesta página do JN, a notícia em si não é de agora.

De: Cristina Santos - "Recuperação/investimento" 

Caro João Ferreira, em bom português (o que me é difícil):

Não sejamos generalistas, alguns desses Centro comerciais já recuperaram da crise, optaram por criar alternativas e manterem-se actualizados.

O Centro Comercial de Cedofeita repôs as condições de segurança exigidas, se bem que tenha que manter Extintores, Mangueiras, Cinzeiros presos com cadeados às paredes onde se encontram afixados.
O Centro comercial Cedofeita é pequeno, tem um segurança permanente, lojas de telecomunicações, sapateiros, alfarrabistas, chaveiros, botique, quiosque/tabacaria, café, restaurante, lojas de presentes, desde que as condições de uso e segurança foram repostas, só um dos escritórios está desocupado.

No Brasília optou-se por contratar equipa de seguranças externa, encerrou-se o estabelecimento «Gama» , alugaram-se lojas a Indianos, as condições de segurança e prevenção são cumpridas, há pequenos espectáculos de colectividades locais ao fim de semana, tem diversas lojas e desde há cinco anos para cá está a recuperar da crise que se havia instalados após a abertura do Cidade do Porto e do via Catarina.

O Stop pode ter que especializar-se no investimento:
ou opta por espaços fechados sem acesso ao público (como locais de ensaio para bandas) ou manter lojas abertas ao publico. As duas não serão compatíveis, ninguém aluga uma loja, quando ao lado tem uma de vidros pretos, tipo armazém donde resulta um barulho ensurdecedor.

Pode realmente optar pela primeira, mudando os usos e reconvertendo o espaço num centro de instalação de pequenas bandas, permitindo ainda pequenas lojas de artigos musicais e uma discoteca, o investimento pode ser por aí, contudo segundo a administração este tipo de investimento e vedação ao acesso público não tem sido rentável.

Pode fazer muitas opções, é isso que se pretende que seja um local rentável e que cumpra a regulamentação em vigor.

Dou a questão por encerrada e aproveito para felicitar a C.M. Porto pelo Gabinete do Munícipe, a transformação do local foi feita de forma dinâmica, com recurso a materiais acessíveis e resultou num excelente serviço.

Cristina Santos

De: Lino Cabral - "desculpas..." 

"... a João C. Costa e aos outros da Rádio Delírio"

Assumo publicamente a falta de rigor, no meu último post sobre a Rádio Delírio, e a falta de aspas no ”grupelho de vândalos…” é injustificável, pelo lapso, mil desculpas.

Mas a ideia mantenho-a. O carácter espontâneo de muitas iniciativas que vão surgindo na nossa cidade passam ao largo de muitas cabeças bem pensantes que, numa suspeita hiperfixação em relação à capital, insistem em ignorar e muitas vezes abafar.

Lino Cabral

De: João Paulo Ferreira - "STOP.... the bullshit!" 

Passei pelo Stop, num dia à tarde, poucos dias antes do episódio narrado pela Cristina Santos...
O ambiente realmente é deprimente, decadente, uma espécie de "the day after...", um cenário digno de um "Mad Max" candidato ao "Fastasporto"... o que lhe confere também um certo fascinio de marginalidade... passeei pela escuridão dos corredores vazios, subi e desci escadas mas não fui assaltado....

O Stop esvaziou-se do comércio dito tradicional (que tantas vezes é bem mais marginal, pela "lavagem de dinheiro" que proporciona), porque surgiram novos "shoppings" na cidade, mais organizados e modernos de uma nova geração que potenciou outro conceito de comércio (graças a "experts" vindos do Brasil e dos EUA) que "mataram" essa 1ª geração, onde a única permissa era a especulação e o lucro fácil com lojas exiguas ...

Este sim foi o verdadeiro problema do STOP, do Dallas, do Brasilia, do CC Cedofeita, do Sírius, apenas para nomear alguns... Que fazer com estes mausoléus, é a questão principal? O Dallas continua fechado, o Sirius fez um up-grade para espaços de artesãos e até já conquistou um saída/entrada alternativa para a estação de metro, o STOP deu guarida aos músicos que não têm "amigos" nas rádios, nem nas editoras, ou que simplesmente gostam de tocar nos tempos livres, em vez de ir ao ginásio ou passear pelo Parque da cidade e pela Foz aos fins-de semana...

Mas conotar o STOP, com banditismo, antro de marginais, etc.... é um exagero que devemos evitar, pois a delinquência e a violência não nasceram no STOP, mas sim no seio desta sociedade de consumo desenfreado, de gritantes disparidades entre ricos e pobres, de desemprego e miséria que não estamos a conseguir debelar (talvez até se esteja a agravar...) apesar de 30 anos de sonhos e democracia que o 25 de abril nos possibilitou...

João Paulo Peixoto Ferreira
aquiperto@netcabo.pt

De: Cristina Santos - "Porto nos media" 

Relativamente à comunicação social, já aqui referi o caso do nosso JN no Porto, que numa posição por vezes marcadamente Politica, não faz uma cobertura abrangente dos acontecimentos da cidade.
Dedica ao Grande Porto duas ou três páginas, eu sinto-me lesada ao comprar um jornal completo, que é um plágio da televisão, e ainda por cima só ler 3 páginas.
O caso do Jn é grave porque é um jornal editado localmente, está a disposição de milhares de Munícipes nos cafés da Cidade e dá extrema importância a Lisboa, em detrimento da nossa Capital do Norte.
Nem sempre foi assim….

Quanto à restante imprensa escrita não atinge um terço do mercado Portuense, e também é muito «25 de Abril».

Relativamente à Rádio, ouço todos os Domingos na «Festival», as entrevistas aos políticos do Norte.
Só que sinceramente esta rádio, que cumpre o seu dever com a cidade, ao mesmo tempo, assemelha-se a uma rádio local do fim de século, não atinge os Jovens.

A nível nacional a imagem televisiva do norte é divulgada (o Porto em especial), sempre em forma de notícia dos subúrbios. O que não ajuda em nada à nossa imagem, ao investimento, ao credito, à sedentarização.

Esta situação tem lesado a imagem do Porto, pelo menos o serviço público devia assegurar a cobertura dos acontecimentos do norte, mesmo que apenas cingindo-se a factos políticos, não o faz, mas o seu funcionamento é em grande parte garantido pelo Povo Nortenho.
Os nosso Políticos não tem reconhecimento a nível nacional, porque a sua actividade não é divulgada, chegam à assembleia como Políticos do norte, que ninguém conhece como activos, é extremamente injusto.
Hoje em dia a comunicação é importantíssima, mas ao mesmo tempo é um serviço público nacional que não serve o norte do país.

Agrada-me saber, através deste Blog, que finalmente se tomou consciência dos danos que a comunicação social tem causado ao norte, ou que pelo menos já se pensa nessa hipótese.

A imagem do norte depende em muito da imagem que a comunicação social difunde, e desta acaba por depender a imagem do próprio nortenho.
O Norte pode ser um mercado favorável se a comunicação social vier ao encontro da curiosidade dos nortenhos, e se simultaneamente levar os nortenhos até ao resto do país.

Espero que dessas tertúlias resultem atitudes, espero que à comunicação social sejam exigidos critérios únicos de informação territorial, que se integre no jornalismo nacional cidades tão importantes como o Porto, divulgando-se diariamente notícias e acontecimentos nortenhos - isto faria bem ao país e ao Porto em especial.

Comprometo-me desde de já: Se a comunicação social começar a prestar mais atenção ao Norte, eu também passo a ter mais atenção à comunicação social.

Cristina Santos
--
Nota de TAF: Hoje O Comércio do Porto traz em grande destaque a última "Tertúlia do Comercial", mas só na sua edição em papel. Vamos lá apoiar a imprensa que dá destaque ao que interessa! ;-)
PS: Via Ponto Media - As fontes anónimas :-)

De: Cristina Santos - "Noções de investimento" 

Será que as bandas de garagem também não necessitam de protecção?
«O preço das lojas em questão rondam os 100€», isso é motivo suficiente para que a administração do Stop, se furte a precaver as normas de segurança?
Não deveriam ser tomadas medidas que permitissem o rendimento necessário a um funcionamento legal?

Claro que se compreende, que os frequentadores do C.C. Stop gostam de hábitos que ainda consideramos marginais, também é verdade que existem muitos espaços destes por exemplo em Inglaterra, tudo é aceitável, desde que a liberdade desses não ponha em causa a liberdade dos outros.

Fumar haxixe numa esplanada pública, reuniões de bandas de garagem, pode até ser uma atitude juvenil de luta, de imposição, de rebeldia, um movimento de defesa a outras culturas, uma forma de estar.

Agora, violência gratuita, estabelecimentos abertos com a porta fechada à chave, roubos, agressões, isso já não se enquadra em nenhum tipo de movimento.

Não podemos considerar que as agressões partem das Bandas de Garagem, embora seja certo que pelos Shopping onde vão passando os assaltos aumentam, até concordo que seria uma boa ideia reconverter o espaço para usos musicais, culturais tudo isso.

O que não é admissível é a inexistência de regras de funcionamento, de segurança, de protecção civil, isso é que não é admissível num mercado mesmo que esse mercado vise apenas servir Bandas de Garagem. É até um caso de concorrência desleal com outros shopping´s. Não se pretende o encerramento da superfície, mas sim a sua normalização, a sua reconversão, o aproveitamento para que seja uma estrutura rentável para a Cidade, e não um estrutura falida.

Se os administradores não encontram forma de virar o leme, peçam ajuda, apresentem-se projectos dedicados à musica, com as devidas alterações de uso, com prospecções que lhe permitam investir com retorno, que permitam a viabilização do uso do espaço.
Afirmar que os rendimentos não permitem repor as normas de segurança, e optar por continuar com um ambiente de insegurança e de abuso civil, não vai com certeza ajudar.

Os espaços não tem clientes nem novas lojas, exactamente pela conotação com a violência, isso facilita o mercado para as bandas de garagem? Não sei, mas com certeza não beneficia novos investimentos no local.


Porque razão o Stop é violento (digamos assim)? porque no local não existem regras, esse é o factor determinante, para a permissão de actos de violência. Tal como nos Bairros Sociais, sabemos bem, que existem ladrões de automóveis que fogem para dentro de bairros quando perseguidos pela Policia, dentro do Bairro encontram protecção para os seus actos, as multidões adensam-se e raramente o ladrão é apanhado dentro desses locais.

Não estão em causa as Bandas de Garagem, o que está em causa é a Administração de um Centro Comercial se sentir à vontade a afirmar que não existem regras ou normas de segurança, porque o rendimento não o permite, e simultaneamente não tomam atitudes de melhorar~e garantir a segurança dos possíveis clientes do espaço.
E Sr. Lino Cabral se essas situações alvitram novas culturas e costumes, então aproveitemos desde já por não cumprir com o IRS, porque é normal...o rendimento não nos PERMITE....

Cristina Santos

(Os «Betinhos da Foz» tem direito a ir a qualquer local, sem temerem ameaça, ou o racismo já chegou à cor da roupa, e à freguesia?- isso sim é discriminação)

De: TAF - "Notícias frescas" 

- Intervenção em Carlos Alberto: SRU já pode avançar
- Reabilitação de Carlos Alberto já com aval
- Reabilitação de Carlos Alberto far-se-á sem plano de pormenor
- Reabilitação de Carlos Alberto Poderá Arrancar a Partir do Mês de Junho

- A Sociedade Protectora dos Animais e o PPA
- Resolver problemas do metro no terreno
- Novo aeroporto em Outubro
- Obras no aeroporto
- Movimento de Passageiros Disparou em Pedras Rubras

De: João C. Costa - "Rádio Delírio" 

Percebo a ideia, mas por favor tendo sido eu um dos membros da Direcção da Rádio Delírio, devo acrescentar a favor do seu bom nome que nada do que descreve é verdade.

Inicialmente realmente eram uns amadores embora bem intencionados que se encontravam no Majestic e que fundaram a Rádio Caos, essa sim a primeira.

Mas precisamente porque havia quem encarasse a iniciativa com seriedade, os dissidentes fundaram a então Rádio Delírio - Cooperativa de Radiodifusão.
Não éramos carolas (havia profissionais com carteira), não eramos tipo vândalos (nunca houve uma única queixa dos vizinhos), nem sequer clandestinos (os Serviços RadioEléctricos visitavam-nos regularmente com agentes da PSP, apreendiam equipamento, levantavam os Autos, mas deixavam o equipamento em serviço, digamos que era uma forma de nos obrigarem a cumprir a então Regulamentação em vigor).

E foi graças a esse bom nome, é que juntamente (e julgo eu à luz dos anos que já passaram, justamente) com a Radio Antena Livre de Abrantes, ficaram inscritas por mérito próprio por exemplo nas Memórias do Séc.XX Português do jornal Público, pela iniciativa, profissionalismo e indices de audiência que atingiram até Dezembro de '86.

Mas repito, percebo a ideia embora a analogia não tenha sido muito feliz: quando alguma iniciativa diferente aparece há que sempre regulamentar ... e rapidamente não vá de repente o que é diferente tornar-se vulgar !

João Carvalho e Costa
joao.ccosta@mail.telepac.pt
--
Nota de TAF: Confirmo que a Rádio Delírio não tinha de facto esse ar de "festa" e que, pelo contrário, era extraordinariamente discreta num apartamento no alto da torre da Raione. Lembro-me que cheguei a ser entrevistado (terá sido pelo Mário Moutinho nos tempos do FAOJ?), já não sei a que propósito, e que por isso tive que visitar as respectivas instalações.


2005/02/15

De: Lino Cabral - "Mais 1 vez o Stop" 

É evidente que o Stop não é um sítio recomendável a toda a gente. Locais semelhantes são sempre muito instáveis e imprevisíveis que devem ser vigiados de forma a não calcarem o risco. Mas o que para muitos é um fenómeno de vandalismo, infelizmente para poucos é uma oportunidade, como por exemplo, a MTV nasceu precisamente num ambiente de obscuras bandas de garagem e seus seguidores. A obsessão de planificar e direccionar esconde muitas vezes a espontaneidade e a criatividade.

Há cerca de 20 anos, surgiu no Porto a Rádio Delírio (lembram-se?). Um grupelho de carolas tipo vândalos do Stop, decidiram emitir clandestinamente a partir de uma torre na Raione. Sucesso total. Bateram todas as audiências! Sem apelo nem agravo. Programas como “O Pinguim Ponderado” ou “Música para Camionistas” e muitos outros ainda hoje são recordados. Mas, como sempre, lá vieram os planificadores profissionais ordenar o espectro sonoro, acabar com a bandalheira hertziana.

Admira-me que poucos tenham aprendido a lição.

De: F. Rocha Antunes - "A Baixa" 

A propósito do último post de Lino Cabral fiquei com uma dúvida. De que festa se fala?

Será que se entende por festa o que aqui foi descrito? Assaltar e espancar alguém que vai comprar tabaco? É festa? E já agora, aonde acaba a festa? Nos “legítimos” apalpões? Ou nas tentativas de violação em grupo?

Definitivamente, esta ideia de festa transcende-me.

Uma coisa é fazer a apologia da liberdade, outra é aceitar como boa a ausência de regras mínimas de convívio. Se é um sítio à porta fechada, podem fazer o que quiserem lá dentro. Agora, num espaço aberto, achar que a “malta” tem direito a chatear violentamente os que passam e não estão na mesma “onda”, só tem um nome: vandalismo.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: TAF - "A voz do Porto" 

Ontem realizou-se mais uma “Tertúlia do Comercial”, desta vez sobre a Comunicação Social no Porto. Estiveram presentes bastantes jornalistas num ambiente carregado de fumo (literalmente, não é em sentido figurado…) na “Sala do Presidente” do Palácio da Bolsa. Amanhã haverá certamente um relato pelo menos n’O Comércio do Porto.

Constataram-se as dificuldades em impor uma presença significativa da voz do Porto quando o acesso aos meios de difusão (como é o caso de um canal na TV Cabo) está dependente do interesse de terceiros. A sugestão que eu dou é: estas “forças de bloqueio” combatem-se com dinheiro. Se o capital disponível no Norte não for suficiente para nos tornarmos autónomos em relação aos centros de decisão de Lisboa, então que se recorra a parcerias com investimento estrangeiro. Contra capital, capital e meio… ;-)

Não acredito em estratégias isoladas de um único meio de comunicação social. Uma televisão precisa de ser acompanhada por um jornal e por uma presença online. Eventualmente também por rádio. Por seu lado, um jornal precisa da divulgação proporcionada pela televisão. Já existem no Porto dois jornais com tradição, embora de implantação actualmente reduzida: O Comércio do Porto e O Primeiro de Janeiro. Existe também o Jornal de Notícias, que em termos de audiência "joga noutro campeonato".Façam-se acordos de colaboração, aquisições amigáveis ou hostis, expansão de actividades com recursos próprios. Mas faça-se alguma coisa sem reinventar a roda: aproveite-se o que existe, complementando o que for conveniente complementar.

Para transmitir o sinal de televisão (recomendo o cabo) existe a TvTel, a Bragatel, etc.. Têm pouca quota de mercado? Comprem-se as empresas e expandam-se com o auxílio de capital espanhol, inglês ou chinês, aproveitando sinergias com a disponibilização pela mesma via de acesso à Internet, “voz sobre IP”, “video on demand”, … A simples existência de competição credível com os famigerados “poderes de Lisboa” é só por si uma evolução positiva. Não devemos protestar contra Lisboa. O que precisamos é de ignorar Lisboa e procurar parceiros internacionais.

O estado geral da Comunicação Social é tão mau, as notícias são geralmente tão fúteis, que até é bom sinal o Porto aparecer pouco a nível nacional. ;-)
Isto é uma óptima oportunidade de marcarmos a diferença. Existem jornalistas competentes que, devidamente enquadrados numa estratégia de negócio com a envergadura indispensável, não teriam dificuldades em criar conteúdos de qualidade num ambiente que actualmente quase não tem concorrência. Se até o Expresso e o Público se têm notabilizado pela escandalosa falta de qualidade de algumas das peças que publicam!

O mercado-alvo não pode ser só o Norte do país. Tem que ser Portugal inteiro, e se calhar até algumas regiões de Espanha e a comunidade de emigrantes em França, Suíça, Estados Unidos. Os conteúdos adaptam-se com facilidade aos meios de difusão para cada classe de destinatários.

Há que fazer melhor. Uma estratégia de comunicação nos dias de hoje implica, além dos meios convencionais, manter uma “rede” de participação cívica. A actividade coordenada de blogs, tertúlias “ao vivo” e jornais tem dado bons exemplos do impacto que é possível conseguir mesmo com recursos escassos.
Não haverá entre nós quem tenha talento para ultrapassar as nossas habituais dificuldades de comunicação?
;-)

De: Lino Cabral - "A «ordem» do costume!" 

Tudo que nasça espontâneo tem que ser enquadrado, legalizado, fiscalizado. O Stop não foge à regra. A rapaziada do Stop devia estar bem vestidinha de copo na mão num bar de preferência na Foz, desenhado por arquitecto com todas as regras de segurança.

Aconteceu o mesmo nos idos anos 80 com o lendário Iodo (Lodo para os amigos) em Francelos, onde centenas de gajos feios e mal vestidos comungavam a mesma vontade de desatinar. Logo a GNR veio enquadrar e fiscalizar.

Aconteceu o mesmo com o boom fantástico das rádio pirata no Porto há uns bons anos atrás. Logo as autoridades vieram enquadrar e fiscalizar.

Preparem-se rapaziada do Stop, que a régua, o esquadro e a autoridade vão acabar com a vossa festa !

Lino Cabral

De: TAF - "Imprensa hoje" 

- Lojas e bares estacionam no parque da Alfândega - Pormenores
- Plano de intervenção da Porto Vivo
- SRU poderá intervir em Carlos Alberto sem plano de pormenor
- Carlos Alberto em discussão

2005/02/14

De: Cristina Santos - "Onde pára a fiscalização?" 

No Stop o que acontece é que tudo é ilegal. O funcionamento, o licenciamento, as normas de segurança etc.…

Em caso de incêndio não existem equipamentos de alerta, de controlo de incêndio ou sequer saídas de emergência.

A violência e os assaltos são uma constante, desde alguns anos para cá, os seguranças furtam-se a qualquer medida de auxílio aos clientes ou lojistas, e inquiridos sobre os acontecimentos negam qualquer ocorrência, até lhes ser apresentado o número do auto-policial, a comprovar que existiu violência no local. (as equipas de segurança são contratadas pela administração...).
Nem sequer as escadas de acesso cumprem a lei em vigor.

A polícia teme agir, porque tal como já foi relatado, os grupos (que os administradores conhecem bem), fazem frente às autoridades.
Estranhamente em todas as abordagens feitas no âmbito de casos de violência e furtos ocorridos no local, a primeira averiguação que a Policia ou a Administração do Centro fazem é :
- Mas é cliente habitual?!

Os clientes habituais são conotados como violentos, pertencentes aos mesmos grupos, conhecedores do ambiente e portanto vão ao C. Comercial por sua conta e risco.
Quanto aos restantes têm «azar» …

A administração nega responsabilidades, na medida em que não pode impedir o acesso de determinados grupos ou responsabilizar-se pelos seus actos, mesmo que esses grupos sejam conotados com inúmeros casos de violência no local, que segundo afirma Carlos Freire o espaço é público e o acesso livre, é impossível evitar desacatos nas noites de mais afluência, até porque segundo parece «não é só no Stop em Gaia também acontece»?????.

Os proprietários dos cafés também não podem ser eles próprios a chamar as autoridades quando na sua esplanada há imensa gente a fumar haxixe, provavelmente porque é esta abertura de espírito comercial, o único motivador para certo tipo de clientela.
Chegam ao cúmulo de negar quaisquer acontecimentos anómalos.

O que se estranha é que a fiscalização, esqueça, como esquecem outras autoridades o que se passa dentro das grades do Stop.
O C. C. Stop tem que ser urgentemente renovado, impostas as condições de segurança e salubridade necessárias, tem que ser vigiado por profissionais de segurança competentes, tal como foi exigido a outros C. Comerciais (Cedofeita, Brasília).

Como é possível aceitar, que um espaço público não cumpra as normas de segurança em Vigor?

Em caso de incêndio num sábado à noite, parece ser um dia de grande afluência, depreende-se que a identificação dos danos obedecerá a critérios básicos
- Lista de mortos A - Clientes Habituais - (bem mortos)…
- Lista de Mortos B - Clientes Eventuais - (Mortos por acaso)
…Lista de Danos colaterais - Vítimas da responsabilidade da Autarquia e outros agentes de fiscalização...


Cristina Santos

De: Pulido Valente - "resposta a pergunta..." 

"... do Carlos Gilbert"

Vamos lá tentar ajudar a lembrar o que foi a Escola do Porto.
Vim ao Porto em 1955 fazer exame de admissão à ESBAP porque era considerada a melhor escola em confronto com a de Lisboa. Aqui mandava o Carlos Ramos que tinha cinco assistentes que o apoiavam em todo o curso na cadeira de arquitectura: Arnaldo de Araújo, Octávio Lixa Filgueiras, Mário Bonito, Fernando Távora e J.C.Loureiro:

Além destes havia o João Andresen no urbanismo e o Artur Nobre de Gusmão (Pais da Silva a seguir quando o Gusmão foi para a Gulbenkian). Era esta a nata da Escola do Porto. Havia também os eng.ºs Brito, José e António, nas estruturas e geometria o arq. Sequeira Braga na urbanologia e os professores dos desenhos e modelação que eram os dos cursos de pintura e escultura.
Esta era a escola do Porto.
Em Lisboa havia o Cristino da Silva que com o "Cunha Bruto" (se é que não erro) eram execrados pelos alunos pela sua pouca qualidade pedagógica, sensibilidade e empatia.

Aqui as instalações eram melhores e o Carlos Ramos fez um ensino voltado para uma outra realidade pois que foi abandonando os estilos romanos e gregos e foi fazendo valer aquilo que é importante nos dias de hoje (há meio século): foi a altura do Inquérito à arquitectura popular portuguesa e das movimentações no Sindicato dos arquitectos onde a reforma de 59 foi discutida na presença do C.R. e dos alunos da ESBAP/arquitectura.
Claro que nem todos os assistentes tinham a mesma qualidade sendo manifestamente pior o JCL. O que veio a ser confirmado com o concurso para preenchimento de um lugar de professor em que o Filgueiras foi o escolhido. O Tavora ficou em segundo e mais tarde veio a ser professor por ter preenchido os quesitos no primeiro concurso e só ter perdido por mérito relativo para o Filgueiras. Não fez, portanto mais nenhum concurso.

Passaram os anos e nos anos setenta já a escola tinha uma dezena e meia de professores/assistentes vindos da escola C.R. Com a entrada do Siza a escola do Porto passou a ser a do Siza e sus muchachos. E aí se estragou tudo. Porque deixou de haver criatividade e diálogo para se passar à moda Siza e mais tarde Souto Moura, seu discípulo dilecto que muito tem protegido.

Portanto há, afinal, duas Escolas do Porto a primeira e a segunda. A boa e a má. A da criação e da busca de arquitectura moderna portuguesa e a dos modelos internacionais e do desenho de moda de arquitectura.

Eis. jpv

De: David Pinto - "MULTIMAX Batalha" 

Este site está relacionado com a reabilitação do cinema Batalha e já é relativamente antigo. Como só agora o descobri e achei bastante interessante, deixo aqui o link para quem ainda não o conheça e pretenda comentar:

http://multimax-batalha.com/


De: David Pinto - "Stop - Broadway..." 

"... à moda do Porto"

Afinal o CC Stop está mais movimentado do que parece à primeira vista. Não deve demorar muito tempo para que se comecem a fazer nesse espaço autênticos musicais e outros concertos, ao melhor estilo da Broadway. Compreende-se que para já ainda estejam numa fase de ensaios, mas parece que já estou a imaginar aquele shopping daqui a algum tempo. Vai relegar a Casa da Música para um 2º plano, no panorama musical do Porto.

Reparem que até tem 2 salas de espectáculos (cinemas) disponíveis para realizar estes grandes eventos. Para que precisamos nós duma Casa da Música, do Batalha ou do Águia d’Ouro? Há que ter uma visão estratégica e investir num local que ainda vai dar muito que falar num futuro próximo. Aproveitem enquanto “as salas de ensaios” ainda estão baratas.

PS: Desculpem lá a insistência no CC STOP, mas acho que esta vale a pena.
Benvindo ao Stop
Centro Comercial Stop no Porto. Este que é talvez o maior viveiro de bandas de garagem em Portugal, recebe os seus visitantes com um "Benvindo" de boca cheia! Para bom entendedor, "qualquer" palavra basta! Lol”

David Pinto

De: Jorge Azevedo - "Pousada..." 

"... no Palácio do Freixo?"

Não tenho nada contra, apenas o facto de, segundo li, o contrato a estabelecer entre a CMP e o gestor das pousadas prever nos primeiros 3 anos uma renda mensal de 3 000 euros, (sim três mil euros!) e a partir daí a renda passaria para 2 000 euros (será que li bem?) ! Para mim, aqui é que está a questão! Mas que valores são estes? É caso para dizer, isto não é o INATEL!

Jorge Azevedo
jomaz@mail.telepac.pt

2005/02/13

De: Pedro Lopes Dias - "Sobre o projecto..." 

"... de metro na Avenida da Boavista"

A entrevista do Eng.º Álvaro Costa ao jornal “PUBLICO” (suplemento “Local Porto”), de 06/02/05, vem eliminar dúvidas que pudessem subsistir em relação ao facto de a concepção ou o desenho inicial da rede de metro do Porto padecer de um defeito que, aparentemente, urge resolver: o risco de estrangulamento no troço da Linha Azul compreendido entre a Senhora da Hora e a Trindade, o qual, na expressão do entrevistado, “funciona como um gargalo do sistema”. Aliás, o próprio fala em “erros de nascença”.

Na verdade, só passados dois anos sobre o início da exploração comercial da Metro do Porto, o público em geral – por força do debate em torno da chamada “Linha da Boavista” -, veio a ser confrontado com a existência de tal problema.

Parece, todavia, inútil, vir agora defender que aquele troço não deveria suportar o tráfego decorrente de quatro linhas de metro, pois neste ponto já não será possível recuar.

Surge assim o projecto da linha de metro na Avenida da Boavista como uma possível solução para um problema de natureza técnica da própria rede.

Não exclusivamente com esse objectivo, pois, como julgo ser praticamente consensual, uma Avenida como a da Boavista, não pode continuar mergulhada na decadência terceiro-mundista a que foi votada, em particular da Fonte da Moura para baixo, onde actualmente tem mais afinidades com a Via Norte do que propriamente com a cidade de um país pertencente à União Europeia...

Como pessoa não habilitada do ponto de vista técnico, na matéria em discussão, parece-me que a mesma deve ser objecto de estudo, incluíndo, naturalmente, o confronto de possíveis alternativas à “Linha da Boavista”. É que, infelizmente, vivemos num país de muita “verve” e pouco estudo - algo que dá trabalho e não assegura dividendos políticos imediatos (nem, por vezes, mediatos).

Mas também não se caia no erro de rejeitar in limine um projecto que poderá beneficiar a mobilidade e a qualidade de vida dos portuenses – tendo em vista, nomeadamente, a facilidade de acesso ao Parque da Cidade, através de um meio de transporte não poluente -, só porque tal projecto é patrocinado pelo actual Presidente da Câmara Municipal do Porto.

E para que fique bem claro, o autor destas linhas assume-se como opositor à gestão autárquica de Rui Rio.

Pedro Lopes Dias
Porto
pedro.lopes.dias-6513p@adv.oa.pt
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Nota de TAF: Bem vindo ao blog! Sobre este assunto recomendo a leitura de alguns posts anteriores que o colocarão melhor no contexto e deixarão claro que a contestação está muito longe de ter origem em disputas partidárias. Já em 28 de Abril de 2004, no quarto dia de vida d'A Baixa do Porto, Alexandre Burmester chamava a atenção para o tema. Para um brevíssimo sumário, sugiro a minha nota ao fundo do comentário de Patrício Martins do passado dia 8.

De: TAF - "Lido hoje" 

- Batalha de novo na moda durante um fim-de-semana
- É possível que haja casas a esconder restos da muralha
- Ruas da Afurada mudam com o Polis
- Faria e Almeida passa a presidente da Fundação da Zona Histórica

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