2004/12/24

De: Carlos Gilbert - "Opiniões sobre RR" 

Diz Pedro Aroso a dada altura na sua última mensagem:
«Com a mesma isenção com que tenho criticado alguns aspectos da gestão do Dr. Rui Rio, também não posso deixar de reconhecer, publicamente, as suas qualidades de político honesto e corajoso, e o seu grande empenhamento nas causas em que acredita.»
Disso não duvido, e quero deixar bem claro (para o caso de S. Exª ler este blog, como parece...) que seria (será?) uma pena o Porto perder um bom autarca, só porque não entende o que é "política" no sentido "puro" do termo: contacto com os seus munícipes, mesmo que pensem de forma diferente.

Dou como exemplo que me foi (e para sempre ficará!) grato, a atitude do falecido Prof. Sousa Franco: quando era ministro das finanças (governo Guterres) não se poupou a responder-me a uma carta de opinião no "Público", sobre evasão fiscal e as medidas a tomar para tentar reduzir este mal da nossa sociedade. E o que foi criticado por isso, por se "rebaixar" a responder a um simples "leitor de jornal"... Pois Sousa Franco entendeu o que era a minha verdadeira intenção com tal carta: dar-lhe a oportunidade de explicar publicamente determinada medida, de forma directa e simples. Um "tabu" para a maioria dos políticos, mas demonstrando uma enorme grandeza de espírito e carácter, ao dar-se ao trabalho de, respondendo a um simples leitor de jornal, mostrar ao país o porquê da dita medida. Assim RR respondesse a alguns munícipes, para todos os outros também ficarem a saber...

Bom Natal a todos, munícipes e autarcas! Bloguistas e outros analistas...

De: Pedro Aroso - "«Customer Care» II" 

No essencial, estou de acordo com o texto do Miguel Barbot, excepto numa passagem :
"RR, ao ignorar a blogosfera e as opiniões postadas em sites como este, ou outros ... está a menosprezar a massa crítica da sua clientela". Isso não será exactamente assim, como ficou provado durante o debate na Universidade Católica. Recordo-me que, quando o Tiago Azevedo Fernandes, antes de lhe colocar uma questão, se apresentou dizendo o nome, o Presidente da Câmara do Porto comentou: "Não me diga que você é o do blog?..." De resto, como já aqui alguém referiu, as nossas opiniões têm sido citadas em reuniões da Assembleia Municipal. O encontro que tivemos com o Dr. Paulo de Morais, vereador do pelouro do Urbanismo foi, na minha opinião, um sinal claro de que alguma coisa está a mudar no relacionamento deste Executivo com os munícipes.

Com a mesma isenção com que tenho criticado alguns aspectos da gestão do Dr. Rui Rio, também não posso deixar de reconhecer, publicamente, as suas qualidades de político honesto e corajoso, e o seu grande empenhamento nas causas em que acredita. Tenho contactado gente espalhada por todo o país e, a ideia generalizada que retenho, é a de que a nossa cidade tem um presidente que é admirado e respeitado pela grande maioria dos portugueses.

De: Alexandre Burmester - "Metro 2" 

A propósito do debate da RTPn, e estando de acordo com o resumo que o TAF, refere no seu post "Quase nas rabanadas", algumas conclusões são demasiado óbvias quanto à introdução do metro na Boavista:

1) Após o erro de cálculo sobre a capacidade do troço da Srª da Hora, haverá que implementar soluções alternativas que passam, talvez, pela linha da Boavista.

2) Esta linha, pretende captar utentes (ninguém diz quantos), da área de Matosinhos, para ir entregá-los à estação da Casa da Música. Não haverá aí igualmente excesso de tráfego, senão de viaturas, mas de pessoas?

3) A solução defendida a ser resolvida pelo Metro, deve-se por este ao andar numa linha endereçada, ser assim mais eficiente. Uma vez que a linha endereçada existe, não é o mesmo que manter os autocarros, eléctricos, ou outro meio de transporte? É pelo menos um investimento mais barato.

4) Tantas indecisões e ziguezagues de projectos, são razão para que se mantenha o actual estado da Av. da Boavista. Se continuar a discussão por mais alguns anos, vamos continuar a ter assim a única avenida da cidade?

5) Será muito difícil de entender que numa malha urbana não deverá haver lugar à superfície de linhas ferroviárias endereçadas? Para isso há o Metro enterrado. À superfície convive-se.

No Urbanismo dos anos 40, também se entendeu dividir funções pelas áreas da cidade, daí resultaram as famosas zonas industriais, de serviços, comerciais e habitacionais. Daí resultaram enormes áreas de zonas fantasmas. Hoje procura-se o contrário, misturar e criar sinergias.

Tiremos partido das infraestruturas existentes na cidade, particularmente dos eléctricos antigos, ou novos, mas das suas linhas, que ainda recentemente se implantaram. A sociedade 2001, não foi composta por idiotas, assim como o não são quem de momento gere a cidade.

Somem-se as qualidades, acrescentem-se as diferenças, e acima de tudo, não se tenha receio de fazer o diálogo. Aqui não há profissionais da crítica, talvez haja é profissionais que estão sempre do contra, e com a mania da perseguição.

Alexandre Burmester

De: Alexandre Burmester - "Metro 1" 

O projecto do Metro do Porto (Leia-se da região do Porto), é o único que pelo seu impacto e dimensão poderá e deverá mobilizar toda a região.

As suas implicações ao nível do desenvolvimento da região são tão claras, quanto sabemos que o estabelecimento, desenvolvimento, e crescimento das populações na criação, histórica, das aglomerações quase sempre se sustentou com base nos seus fluxos e nas condicionantes das suas ligações.

Ainda bem que o Prof. Oliveira Marques, o tem gerido e bem. Mas também sabemos, que a gestão não é tudo. Do ponto de vista estratégico para o desenvolvimento da região, tem andado obrigatoriamente aos ziguezagues das variáveis necessidades dos autarcas, e das suas tribos partidárias.

Sendo este projecto o único capaz de conjugar e unir esforços, deveria ser objecto de um cuidadoso estudo de planeamento urbano, porque será ele o principal orientador do futuro da região.

E custa digerir, pelas palavras proferidas na conferência da Bonjóia pelo O.M., que o governo parece não perceber as suas necessidades, e concluir que os nossos autarcas não são capazes de fazer a pressão capaz de influenciar as suas decisões.

Custa perceber sempre esta falta de unidade e de estratégia conjunta.

Alexandre Burmester,

De: Carlos Gilbert - "«Marketing autárquico»..." 

O artigo do Miguel Barbot veio-me à mente ao ler o "Público" de hoje, na reportagem sobre as ideias de Luis Filipe Menezes se vencer as próximas autárquicas para Gaia. Não quero (nem devo) discutir aqui o perfil de LFM e os zig-zags que tem feito quanto às suas ideias pessoais. O que quero trazer aqui é a diferença abissal no estilo como presidente de câmara comparativamente ao nosso RR. O autarca de Gaia tem uma vasta obra feita (creio que Gaia lhe deve imenso pois está lentamente a transformar-se de uma cidade-subúrbio cinzenta e subalternizada ao Porto, para uma cidade com autonomia e imagem própria, lentamente a emergir para um peso político "perigoso" aqui para o Porto).

O que gostava de sublinhar é precisamente o tal "marketing" positivo que LFM faz da sua cidade, em perfeito contraste com RR, anunciando abertamente que, agora que as infra-estruturas vitais estão concluídas ou em fase final, há-que dar aos gaienses melhor qualidade-de-vida no futuro. E não me admirava que com esse conceito venha arrebatar facilmente a vitória, pois obra-feita é coisa que não lhe falta no concelho... e não me consta que tenha um "background" político duvidoso, como acontece com diversos autarcas do distrito do Porto.

Se diversas opiniões aqui expressas vão no sentido de que RR até tem feito uma gestão autárquica positiva, eu iria até ao ponto de perguntar: para quê mudar de novo? Só é pena que provavelmente RR vá estragar tudo precisamente pelo "zero" que é na divulgação da sua gestão e no contacto com os cidadãos da sua cidade.
Rui Rio, você não entende isto??? Agora que é visível que já arrancou uma mudança de mentalidades e de aitudes em relação à Baixa, porque não faz um esforço e estuda "marketing autárquico", homem? Dê a volta pela positiva e mostre menos rigidez no seu porte como autarca! Afinal somos todos seres humanos e vivemos também de emoções, não só de números de economia e de listagens de obras concluídas (tipo folheto de jornal a mostrar as contas do país!).

De: Carlos Gilbert - "De: Miguel Barbot..." 

"... - «Customer Care»"

É caso para dizer, também com um "sorrisinho no canto dos lábios": RR "care" lá saber da opinião dos que se pronunciam...

Já agora, umas quantas perguntas sobre este assunto:

- Alguém sabe se RR equaciona recandidatar-se ao cargo?
- Alguém sabe como RR reage a ideias não-coincidentes com as suas (refiro-me na sua esfera mais íntima, entre amigos, não em locais ou sites públicos)?

Quanto ao exemplo do Miguel Barbot, acrescento só isto: enquanto na sociedade livre de mercado aberto ("open market society") os tais clientes podem mudar de empresa, se aquela da qual são clientes não lhes servir, nós só temos duas opções: PSD/CDS-PP ou PS. É um quase-monopólio! E como não temos hipótese alguma de mudar este estado-de-coisas, que mais nos resta senão "barafustar", clamar, re-clamar, opinar, mas sabendo que os políticos no fundo, lá bem no fundo, se estão a rir de nós!... Os últimos anos têm-nos mostrado que chegue a "cabala" que é o mundo actual da politica, inclusivé (talvez até maioriatariamente) a autárquica. Exemplos não têm faltado. E o resultado, com honrosas excepções, está à vista.

De: TAF - "Quase nas rabanadas..." 

- 25% dos prédios do Porto não estão ligadas à rede de esgotos
- Faltam esgotos em 25% das casas
- Terreno do Salgueiros vendido em Janeiro para pagar dívidas
- Terreno cedido ao Salgueiros utilizado para pagar dívidas

Consegui hoje ver na RTPN a repetição do debate sobre o Metro com Alcino Soutinho, Rio Fernandes, Francisco Rocha Antunes e Álvaro Costa. Sublinhe-se a elevação e qualidade das intervenções. Foi muita pena a Metro do Porto e a STCP não terem mostrado interesse em ir pois isso teria permitido esclarecer várias questões técnicas que me parecem decisivas neste assunto.
Exemplos:

1) Os veículos actuais do Metro podem ou não podem circular nos carris "para eléctrico" que estão a ser implantados na cidade? Oliveira Marques tinha há pouco tempo afirmado que existia compatibilidade eléctrica e de carris.

2) Admitindo que o troço Trindade - Sra. da Hora precisa de ser "aliviado" de tráfego, quais são os custos e benefícios de outras alternativas que não o Metro na Boavista?

3) Já que o Metro na Boavista implica um percurso significativo a pé para ligação ao resto da rede na Rotunda, então por que não outro transporte diferente do Metro? Por exemplo autocarros na via central, reservada para esse efeito e para táxis, ambulâncias, polícia, etc.? O custo adicional do Metro traz compensações suficientes?

4) Como vai em detalhe ser resolvido o problema dos atravessamentos na Avenida da Boavista? Ao que parece há já estudos completos sobre isso, só que não foram divulgados...

5) Se bem percebi, o problema do viaduto junto ao E.T. na frente do Parque da Cidade é que não existe uma via reservada para o Metro. Mas podia existir uma via exclusiva para autocarros que evitasse novo viaduto? Quais as implicações disso no resto do tráfego (que na prática agora só usa a faixa alcatroada)?

Está prevista para princípio de Janeiro uma "tertúlia" num café da Baixa com Oliveira Marques e Paulo Morais. Talvez lá haja respostas e/ou se considerem alternativas. O espírito de Natal irá certamente ajudar. ;-)

2004/12/23

De: Miguel Barbot - "Customer Care" 

Caros,

Querendo retomar temáticas de posts recentes, gostaria de deixar algumas reflexões antes das rabanadas.

A minha formação de base é a Gestão de Marketing. Quase não é preciso referir o facto de ter passado 5 anos com um bando de entendidos a matraquear-me conceitos teóricos, bastante úteis por sinal.

Uma das questões sobre as quais me debrucei mais afincadamente durante esse período foi o "Customer Care", sendo um dos pontos fundamentais a procura incessante de informação no mercado.

Esta informação, serve acima de tudo para melhorar a qualidade do serviço, com o objectivo de "encantar" e fidelizar os clientes actuais, criando barreiras à sua saída do circulo de influência das organizações.

O que tem isto a ver com o Baixa do Porto, perguntam vocês.

"Imaginemos um empresa com x clientes. De um momento para o outro, alguns deles começam a reclamar seguindo os meios formais e postos à disposição pela empresa. O gestor, sabe que as opções que tomou são correctas e não tarda a desvalorizar as suas intervenções, achando-as disparatadas, pois sabe que faz o melhor para a empresa. Tem a consciência tranquila.

Passado uns tempos perde clientes importantes, o administrador decide intervir e o nosso gestor passa rapidamente a um número do Centro de Emprego da sua zona de residência.

Chega a casa, reflecte, e descobre, que se tivesse lido as reclamações daqueles que até então tinham confiado nos seus serviços, poderia facilmente introduzir medidas correctivas no negócio e preparado uma resposta eficaz para os seus concorrentes."

Chama-se a isto "Marketing Miopia".

O que me choca neste executivo camarário não é a obra ou falta dela, as traquinices políticas ou o diz que fez ou que não fez, a obra dos outros parada ou a circular. O que me choca são os indícios de "Marketing Miopia".


Neste blog intervêm um número considerável de pessoas, que mal se conhecem, que representam as tipologias de clientes que mais podem interessar a uma CM... Pessoas interessadas e apaixonadas pela cidade, que sem pretensões a tachos ou panelas e com o sonho de uma cidade melhor reflectem sobre os assuntos que a ela dizem respeito, contribuindo com um Output fantástico, tanto mais sendo isento e independente.

É um grupo heterogéneo de pessoas, nas suas formações e vocações, que podem investir e gerar investimentos, podem atrair novos "clientes" passando a palavra através de discursos inflamados entre amigos e com uma palavra de optimismo para os mais cépticos.

São pessoas apaixonadas que não se escondem atrás de interesses, que insistem em dar a sua opinião sabendo que a mesma cai em saco roto, que não vale nada. São os clientes mais valiosos.

RR, ao ignorar a blogosfera e as opiniões postadas em sites como este, ou outros como o Portuense, Cabo Raso, o quase extinto Avenida dos Aliados, o extinto Cerco do Porto ou o Fonte das Virtudes (do autor do anterior) está a menosprezar a massa crítica da sua clientela.

RR pensa que os seus clientes são apenas a meia dúzia de "Amadores a Favor", que ele refere com um sorrisinho no canto dos lábios e desperdiça informação de mercado grátis: caso a quisesse procurar por outros meios gastaria com empresas de sondagens e estudos de mercado uns milhares que chegavam para pagar muitos Pais Natais e carros de corrida.

Eu, no que me toca, até me sinto satisfeito com esta gestão camarária, identifico-me com os valores que defende e com boa parte das grandes opções, mas este não é o sentimento geral e eu próprio ainda não me sinto encantado enquanto cliente.

Sinto que a cidade perdeu muito do seu carisma e competitividade, que algumas opções são inexplicáveis pelo bom senso e que uma outra gestão, seguindo as opções da actual, poderia fazer muito melhor, desde que conseguisse comunicar bilateralmente e ter mais "clientes encantados" e activos em carteira, que gerassem valor para o bem comum.

Até sou um cliente fácil, vou esperar para ver, mas irão os outros fazer o mesmo?

Caros amigos,

Desejo a todos um excelente Natal, um bolo rei sem favas e muitas prendinhas (com tantos pais natais na rua este ano vamos ter fartura à certa).

De: Carlos Gilbert - "De: José Pedro Lima..." 

"... - «Portistas e portuenses parte IV»"

Parabéns! Está tudo dito e mais não há a acrescentar. É pena RR não conseguir ler críticas construtivas...

PS: E que me dizem dos rasgados elogios de PC a Alberto João Jardim? Não tem nada a ver com "promiscuidade" de futebol com política, pois não? E diziam que PC ia fazer campanha pelo PS...

De: José Pedro Lima - "Portistas e portuenses parte IV" 

Em primeiro lugar queria aproveitar para desejar a todos os bloguistas um Feliz Natal e que 2005 nos continue a permitir manter as discussões que aqui temos mantido, com um nível superior a quase tudo o que se vê na blogosfera.

Quanto ao subject do post propriamente dito, tenho a dizer que sou portuense e - como o Tiago bem sabe - portista, e é com pena que vejo a câmara da minha cidade e o meu clube de costas voltadas.

A base da questão, recorde-se não é nenhuma questão de opção politica de gestão na Câmara. A questão é o famoso PPA - Plano de Pormenor das Antas. E aqui claramente, Rui Rio não tem razão. Não tem razão porque, ao menos que eu saiba ou tenha visto, nunca Rui Rio disse uma única palavra sobre o chumbo do PPA quando em campanha eleitoral. E isso para mim não é um pormenor, é decisivo. Se RR tem falado a seu tempo - e podia tê-lo feito - teria a razão do seu lado porque tinha essa opção legitimada pelo voto, desde que agindo dentro dos limites da legalidade. Não o fazendo, era ou porque achava que era uma questão menor (e então não se entende o tratamento dado ao tema pelo próprio RR) ou porque preferiu deixar essa questão deliberadamente fora da campanha, o que é no minimo intelectualmente desonesto.

Eu acho que podemos discutir as verbas dadas ao futebol pelas autarquias, como podemos discutir a diferença entre a actual e antiga zona do Estádio, incluindo a alameda que RR tanto gosta de incluir no seu Balanço de obras feitas e que não se dispensou de inaugurar pessoalmente. Temos é que ser sérios. Se o PPA é mau, é sempre mau independentemente de se dar à posteriori 1 milhão de contos à D. Laura (que sempre ficarei sem perceber em que medida contribuíram para modernizar o comércio tradicional). Recorde-se que desde aí já abriu o Parque Nascente e ninguém viu a D. Laura protestar.

Discordo portanto de RR no facto e na forma. E a forma aqui não é de somenos importância uma vez que na minha opinião foi uma manobra de baixíssima politica. Calado durante a campanha, ataca-se à falsa fé.

Depois quanto à separação que RR tanto gosta de apregoar entre a política e o futebol é na sua essência uma coisa boa. Eu concordo com ele no que respeita ao excesso de protagonismos do futebol face a outros temas se calhar mais importantes. Concordo que muitos políticos se encostam em demasia aos clubes para disso tirarem dividendos. Mas como tudo deve haver bom senso. E o Dr. RR teve o "azar" de ver o Porto conquistar praticamente tudo o que havia para conquistar em 2003 e 2004, levando assim bem longe o nome da cidade. O que é que ele fez? Em vez de reconhecer o mérito a quem indiscutivelmente o tem, alheou-se completamente. Enquanto isso o Porto era recebido pelo Alcaide de Sevilha na final da Taça Uefa e o Alcaide da Corunha promovia a sua cidade engalanando-a com as cores do Deportivo antes da meia final da Liga dos Campeões. Nenhum destes dois senhores (e há muito mais exemplos) está "refem" do poder do futebol, antes aproveitaram os feitos do clube da cidade para a promover ainda mais.

O Porto deve, nas restantes actividades atingir o destaque que o FC Porto tem no futebol e não tentar minorar esses feitos como se tratasse de alguma actividade menor! O futebol é uma indústria como outra qualquer, que gera milhares de empregos e deve ser promovida e tratada como outra qualquer! Ninguém pede a RR que vista um cachecol e vá gritar pelo Porto para o Estádio. Pede-se, apenas um mínimo de isenção no tratamento a uma das maiores instituições da cidade, goste ou não dela. Em resumo sou portuense e portista mas pergunto se Rui Rio é apenas presidente da câmara dos não portistas ou dos não adeptos de futebol!

O comentário que até aqui já foi postado que compara (deem lá as voltas que derem) Tapie a Pinto da Costa pode ter sido só 10 segundos de uma intervenção de meia hora, mas foram 10 segundos de uma deselegância indisfarçável. Afinal meus caros, quanto tempo demora a dizer "profissionais do contra"?

De F. Rocha Antunes: "Mínimos de governabilidade" 

Meus Caros,

Sobre a questão que o Tiago levanta, do PDM, parece-me evidente que é preferível este PDM ao regresso inevitável ao PDM anterior caso este não entre em vigor. Sem qualquer dúvida. Sobre o actual texto, só falarei depois de o digerir.

Não podemos achar que rebentar com tudo é solução para alguma coisa. Isso é uma irresponsabilidade maior que os resultados do PDM entrar em vigor. Admitindo que não é um bom PDM, o que para mim não é linear.

A questão da falta de resposta às questões apresentadas na discussão pública é séria, mas sanável com as próprias respostas. Por isso, quem não obteve resposta deve exigir que as mesmas sejam dadas. Eu apresentei propostas de alteração que foram incorporadas na segunda versão, por isso não tenho nenhuma razão de queixa.

Quanto ao PDM, e como já disse, quando acabar de fazer o trabalho de casa vou partilhá-lo aqui.

Ontem à noite participei num debate, a convite da RTP N, com o Arq. Alcino Soutinho, o Prof. Rio Fernandes e o Prof. Álvaro Costa, sobre o Metro na Avenida da Boavista. Foi no programa Fórum País, às 22h. E que vai ser retransmitido hoje, no mesmo canal apenas acessível a quem tem Tv Cabo, desta vez às 20h. Como presumo que a maioria das pessoas não o viu ontem, prefiro fazer os meus comentários amanhã. Assim também aproveito para rever o que foi dito.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
--
Nota de TAF: coloquei em destaque a informação sobre a retransmissão do Fórum País.
Quanto à possível impugnação do PDM, e sem ter ainda meditado com calma sobre o assunto, tendo a concordar com o Francisco. A menos que haja algo realmente muito grave na proposta actual, parece-me que é melhor ter um PDM fraquinho do que não ter PDM nenhum, como já tenho aliás escrito.
Aproveito para desejar BOM NATAL aqui no site, evitando o "bombardeamento" de mensagens de Boas Festas nesta altura do ano. :-)


De: Pedro Aroso - "Somos Portistas ou Portuenses?! III" 

Caro Miguel Barbot

Eu julgava que o assunto "Rui Rio versus FCP" já estava esclarecido e ultrapassado mas, como voltaste a falar nele, recomendo vivamente a notícia mais recente publicada no site da CMP.

O problema que atormenta o Dr. Rui Rio não é o F.C Porto, mas sim a promiscuidade entre os clubes de futebol e o Poder Autárquico. Repara que o envolvimento do anterior Executivo com o Salgueiros não é menos preocupante, e deveria merecer alguma reflexão por parte de todos os portuenses... A mim custa-me ver os nossos impostos esbanjados desta maneira, sabendo que depois o dinheiro não chega para tapar os buracos nas ruas.

Pedro Aroso

De: Miguel Barbot - "Somos Portistas ou Portuenses?! II" 

Cristina,

Comentando o seguinte parágrafo, permita-me referir os seguintes pontos:

“Na maioria concordam que Rui Rio tem apresentado obra, concordam que tem sido um gestor exemplar dos meios financeiros, até aceitam que o metro é um projecto que data de 1992 e que nunca tinha chegado a vias de facto, admitem que o Bairro São João de Deus era um custo de segurança e meios para toda a cidade, anuem que o Porto 2001 lesou imensamente a Cidade, bem como outros negócios etc...”

A maioria das pessoas não concorda com o facto de RR ter apresentado obra... De facto, pouco existe que seja de sua autoria.

Não podemos afirmar que RR sido o dinamizador do Metro... Apenas chegou no timing certo. O projecto já rolava quando RR nem sonhava chegar a Presidente e creio que poucos o identificam como dinamizador da mesma.

O caso de S. João de Deus é realmente um bom caso, que trará bastantes votos, mas relembro o estado de sítio a que a Sé chegou logo após o Euro.

O caso do Porto 2001 não é tão linear assim. As pessoas admitem que o projecto prejudicou a cidade, mas creio que todos concordam que houve mais valias e contrapartidas tangíveis.

O grande problema de Rui Rio não é o FCP. O caso FCP é apenas reflexo da falta de habilidade política que leva a que o Sr. Presidente tenha atitudes pouco populares que culminam na arrogância do “eu quero, posso e mando”.

É esta mesma falta de habilidade, que leva à sensação de perca de capital político que os portuenses sentem, em contraponto com lideranças carismáticas com que se identificam como o passado de Gomes, Menezes, Narciso ou Pinto da Costa.

Na globalidade até gosto deste presidente, pelo menos nas àreas a que sou mais sensível, e considero que os serviços de urbanismo estão realmente a funcionar (pelo menos para as áreas prioritárias, das quais sou utente), admiro a proposta para o PDM, admito que existem coisas bem feitas e que também existe coerência entre o discurso e a acção. Podemos ver investimento privado na baixa, e nunca foram vistos tantos pedidos de licenciamento para reconstrução como agora.

A única coisa que aponto, é a referida falta de habilidade política, que leva a que o seu discurso não seja levado a sério.

Exemplificando, no debate de ontem na RTPN, depois de ver o risinho trocista a acompanhar a já célebre classificação de “Profissionais do Contra (as mesmas iniciais de Pinto da Costa, coincidência!!! ” na repetição da peça de há poucos dias, verificamos que existiu unanimidade entre os participantes relativamente às fragilidades do projecto da linha da Boavista, sendo que a única justificação apresentada pelos seus pretensos apoiantes foi a necessidade de resolver uma calinada do projecto original, que pelos vistos não deveria ter a primeira linha inaugurada.

A pouca habilidade e arrogância (ou receio) foram também reflectidas na “falta de comparência” dos responsáveis da Metro do Porto, CMP ou STCP no debate, perdendo assim a oportunidade de explicar, principalmente aos profissionais do contra (muito bem representados por Rio Fernandes e Rocha Antunes) as reais vantagens do projecto e alguns (grandes) pormenores de planeamento, como a circulação dos outros transportes alternativos, estacionamento, atravessamentos ou como referido pelo Arq. Alcino Soutinho, a interligação com a estação da Av. De França.

O problema eleitoral do Sr. Presidente é mesmo este: pouco comunica, e quando o faz, ou é para o fazer mal, ou para dizer mal do FCP, criando a sua própria fragilidade e expondo-se a combates mediáticos que não pode ganhar face à sua falta de jeito para a coisa, em contraponto com a grande habilidade de pessoas como Pinto da Costa ou Menezes, autênticos profissionais da imagem.

De: TAF - "De novo visível!" 

Devido a um problema de rede nos Estados Unidos, o tráfego que entrava pela Costa Este para o servidor d'A Baixa do Porto (que está fisicamente na Flórida) não estava a ser devidamente encaminhado até há pouco. O problema persistiu durante cerca de 12 horas e meia tendo afectado também os visitantes do site a partir de Portugal, mas já deverá estar completamente resolvido.

O email também foi afectado. Apesar de em princípio não se perder e ser entregue mais tarde, aqui fica o aviso para eventuais extravios.


2004/12/22

De: Pedro Aroso - "Os prós e os contras..." 

"... de impugnar o PDM-II"

Em resposta ao desafio lançado pelo Tiago Azevedo Fernandes, a minha posição sobre o novo PDM é a seguinte:

1 - Este plano traduz, de forma muito clara, as opções políticas do Dr. Rui Rio (em quem eu votei) sufragadas nas últimas eleições autárquicas. Em linhas gerais, "reprime" a construção fora da Baixa do Porto, reduzindo para metade os índices máximos de construção. Como o preço dos terrenos não acompanhou a desvalorização resultante, quem os comprar, vai ter que pagar o dobro. Em termos práticos, isto significa que, de futuro, o Porto vai ser uma cidade reservada aos muito ricos.

2 - Até à data, a implementação desta estratégia tem-se revelado um perfeito fiasco, uma vez que não se notam indícios de um aumento significativo de intervenções na Baixa.

Diz o Povo que "aquilo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita" e o mesmo ditado se aplica ao novo PDM. No entanto, se dependesse de mim, aprovava-o já; caso contrário, continua aberta a porta para o livre arbítrio e, pior do que isso, uma total indefinição das regras do jogo. É preferível termos um PDM anoréxico, como lhe chamou o Nuno Portas, a não termos PDM nenhum.

Pedro Aroso

De: TAF - "Os prós e os contras de impugnar o PDM" 

Há quem proponha que se impugne o PDM por, entre outras razões, as reclamações/sugestões surgidas nos períodos de discussão pública não terem recebido resposta adequada (e muito menos acolhimento) por parte da autarquia.

A proposta actual (que ainda não li) sofreria provavelmente de um conjunto de defeitos graves que tornariam preferível a manutenção de uma situação transitória enquanto não se prepara um PDM totalmente reformulado e com mais sentido.

Eu não tenho opinião formada e gostaria de ouvir quem já tenha pensado sobre o assunto.

1) O PDM proposto é "suficientemente mau" para que se justifique tentar uma solução que impeça a sua aplicação? Ou será aceitável que entre em vigor e que só mais tarde (quando?) seja reformulado?

2) Vamos imaginar que se conseguia de facto concretizar a impugnação. O que se passaria então? As "Medidas Preventivas" actuais são válidas? Poderiam ser prolongadas até ao aparecimento de outra proposta de PDM? Ou voltaríamos ao PDM anterior?

3) Quais concretamente as principais características diferenciadoras de um eventual PDM melhor do que o que agora é proposto?

De: TAF - "PDM em discussão pública" 

From: Gabinete Munícipe CMP
To: Tiago Azevedo Fernandes
Date: Wed, 22 Dec 2004 13:03:15 -0000
Subject: Re: PDM em discussão pública

Estimado Munícipe,

Na sequência do e-mail que encaminhou para este gabinete, cumpre-nos informar que a 3.ª Discussão Pública do Plano Director Municipal (PDM) teve início a 22 de Dezembro (hoje) e termina a 20 de Janeiro de 2005 (22 dias úteis).

A consulta poderá ser efectuada no Gabinete do Munícipe, sito Praça General Humberto Delgado, n.º 266 4000-286 Porto à Segunda, Terça, Quinta e Sexta-Feira das 9H00 às 17H00 e à Quarta-feira das 9H00 ás 20H00.

Com os melhores cumprimentos,
Gabinete do Munícipe
Serviço de Apoio ao Atendimento


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From: Tiago Azevedo Fernandes
To: Gabinete Munícipe CMP
Sent: Wednesday, December 22, 2004 2:31 PM
Subject: Re: PDM em discussão pública

Obrigado pela resposta.
Gostaria de ter acesso à versão digital da proposta de PDM agora em discussão. Ela vai ser colocada online no site da Câmara?
Se não for, agradeço que me disponibilizem urgentemente essa informação por email ou em CD.

Os meus agradecimentos antecipados.


PS: A proposta de PDM já está disponível online aqui. :-)


De: Cristina Santos - "Somos Portistas ou Portuenses?!" 

Tenho me que apercebido que os portuenses continuam a conotar Rui Rio como opositor de Pinto da Costa.

Esta conotação não resulta apenas da falta de ética dos profissionais da comunicação, resulta do comportamento do presidente, que ao não explicar ao povo, que a sua única oposição ao FCP se prende com discordância de conceder subsídios excessivos a uma entidade riquíssima em detrimento da cidade e doutras entidades, permite que se faça deste acto um preconceito.

Os Portuenses nem sequer percebem ou se interessam se outros governantes lesaram financeiramente a Cidade, o seu único objectivo é demonstrar que o não se admite a nenhum edil, oposição ao F.C. Porto.

Na maioria concordam que Rui Rio tem apresentado obra, concordam que tem sido um gestor exemplar dos meios financeiros, até aceitam que o metro é um projecto que data de 1992 e que nunca tinha chegado a vias de facto, admitem que o Bairro São João de Deus era um custo de segurança e meios para toda a cidade, anuem que o Porto 2001 lesou imensamente a Cidade, bem como outros negócios etc..

Mas para a grande maioria dos cidadãos não contam factores como a estabilidade, a obra, o resultado o projecto, a extorsão, o endividamento, as verbas do governo central, nada, não tem conhecimento, não é explicado, portanto não conta não é relevante.

Depois de meses a ouvir estas opiniões gerais, só se pode concluir -
A MAIORIA DOS MUNÍCIPES SÃO PORTISTAS E NÃO PORTUENSES, quando podiam ser as duas coisas em simultâneo.

De: Miguel Barbot - "Por falar em eventos" 

Relembro o Euro 2004 e a animação das praças na Baixa por essa altura.

  

De: TAF - "Na imprensa" 

- Casa da Música - Estado assume o passivo
- Estado reassume 100 milhões de passivo da Casa da Música
- Passivo da Casa da Música gerou crise entre Rui Rio e o Governo
- Governo Assume Passivo Total da Casa da Música

- Lojistas de Cedofeita concorrem com preços baixos dos outlets e dos chineses
- Boa a Baixa do Porto - opinião de Paulo Morais
- Grande Área Metropolitana do Porto em pleno só em 2006

- Debate sobre o Metro na Boavista logo à noite, pelas 22:00, no Fórum País da RTPN (antiga NTV)

2004/12/21

De: Carlos Gilbert - "O desfile dos Pais Natal..." 

"... e mais animação!"

Escreve F. Rocha Antunes:
«Quanto à sugestão de transformar o desfile dos pais natais num evento cada vez melhor organizado não podia estar mais de acordo. É uma ideia que tem um enorme potencial de desenvolvimento. Convinha é que a Associação dos Comerciantes, uma das entidades organizadores, conseguisse convencer um número maior dos seus associados que deviam estar abertos nessa altura. Já foram mais do que em anos anteriores, mas deveriam ser quase todos. Podiam até perceber dessa maneira o que não parecem perceber das outras: que têm um problema muito sério com os seus horários de funcionamento.»

Com todo o respeito que me merece toda a opinião construtiva, eu não ia por aí. Não aproveitaria o desfile para chamar clientes para dentro das lojas, pelo menos não faria o desfile com esse intuiito, se me permite, "materialista". Aproveitava, isso sim, para chamar gente à "Baixa" e - relembro este ponto, para mim fundamental - criar hábitos na população que na "Baixa" há animação. Para isso tem de haver espaços apropriados, como sugeri no meu texto, e música, muita música! Nada de alto-falantes aos berros, como infelizmente é hábito muito português, mas mini-eventos bem localizados (cada um numa praça), feitos com gosto e de forma a cativar as pessoas. Já agora, que estamos a falar de música num evento destes, devo confessar que abomino a ideia que música que cative gente tem de ser ou do género "pimba", ou "música jóvem", do género festival rockeiro. Quer uma, quer outra, têm os seus locais próprios e seguidores fiéis. Não, ao que me refiro é a uma organização global por altura do Natal, mas sub-dividida em zonas do tal "micro-cosmos" citadino a que Rocha Antunes se refere no seu texto.

Agora, que escrevo isto, veio-me outra ideia, que seria interessante estudar: organizar um evento bi-anual verdadeiramente apelativo, que consistiria fazer nas duas margens do Douro (Porto e Gaia) uma enorme "feira romântica" que seria uma recriação durante um fim-de-semana da vida na zona p.ex. em meados do séc. XIX! Recriava-se a parte mercantil, com barcos rabelos na sua azáfama do transporte do Vinho do Porto, gente de todos os ofícios e estratos sociais vestidos a rigor indo aos seus afazeres da época, bancadas de comes-e-bebes, actos teatrais localizados recriando peças dos autores da época, coisas parecidas com as "feiras medievais" que já se organizam em abundância pelo País fora, e que nas duas margens do Douro teriam um palco privilagiado. Lembram-se da animação que houve há uns anos aquando da visita dos veleiros ao Porto (os "tall-ships")? É evidente que estes majestosos veleiros teriam de ser convidados de novo nessa altura (tal como se faz por essa Europa fora com estrondoso sucesso). Acham que isto que escrevo é realizável, ou é utopia?

De: F. Rocha Antunes - "A Cultura das 9 às 5 e a Baixa" 

Meus Caros,

Chamo à atenção para o último post de Carlos Gilbert, para a parte em que relata o comentário que a filha fez, especialmente para a surpresa que manifestou. A Baixa precisa de ser vista com olhos de hoje. Eu moro e trabalho na Baixa e não me revejo em muitas das opiniões que leio por serem desfasadas da realidade. Há que olhar para a realidade e perspectivar o futuro a partir da realidade.

Já em tempos o Tiago chamou à atenção para um erro de análise que é comum e que resulta da concentração excessiva de comentários numa escala macro e a falta de comentários à escala micro. Toda a gente sabe que um espaço é afectado com decisões que normalmente extravasam a sua escala limitada, mas as percepções criam-se com base em impressões numa escala mais pequena.

Por exemplo, a renovação do tecido comercial da Rua de Santa Catarina, com algumas extensões pontuais, desde que o Via Catarina abriu é simplesmente notável. O número de marcas internacionais e nacionais de prestígio que calmamente se têm instalado mostra que o rejuvenescimento comercial é consistente. Hoje já não é difícil convencer os mais exigentes e implacáveis consumidores, os adolescentes, a ir fazer compras à Baixa porque a oferta já é minimamente qualificada. Portanto, já não é só de comerciantes antiquados que podemos falar. Ainda são uma minoria, mas aposto que mesmo assim já vendem muito mais que os outros.

Li mais algumas conclusões de um estudo da Faculdade de Geografia, através dos jornais, e há um dado que me parece particularmente interessante: quanto mais elevado é o nível cultural das pessoas, maior é a apetência para viverem na Baixa. Aqui temos material para ajudar a enquadrar o sentido com que devem ser feitas as coisas na Baixa do futuro.

Mas enquanto continuarmos a ter uma Baixa em que tudo o que é público continua a ter horário de repartição pública não vamos conseguir que a qualidade de fruição da Baixa seja maior. A Baixa administrativa, e a mentalidade que dai decorre, não é a Baixa do futuro. Pelo menos não pode ser com essa visão que ela se vai regenerar.

Dou dois exemplos que considero emblemáticos: a Biblioteca Almeida Garrett, nos jardins do Palácio de Cristal, e a fiscalização do estacionamento na via pública.

A Biblioteca é um equipamento notável, que tem uma adesão enorme do público. Mas que fecha às 6 da tarde e ao Domingo. Já se pensou o que seria se a Biblioteca estivesse aberta até à meia-noite, todos os dias? Nós somos especialistas neste tipo de incoerências: temos uma taxa de desemprego elevadíssima quando comparada com a média nacional, pagamos dezenas de milhares de subsídios de desemprego, e depois não temos gente para trabalhar num local tão agradável como uma biblioteca. E uma âncora daquelas fica fechada. A Cultura é prioridade ou não?

O outro caso é o do estacionamento na via pública que só é fiscalizado à semana. O problema é que toda a gente já percebeu isso, e portanto o estacionamento à volta do Hospital de Santo António, por exemplo, é completamente selvagem à noite e ao fim de semana. Com enormes prejuízos para a circulação, que já de si não é fácil. Vejam o que acontece nessa altura: uma empresa de transportes públicos acha normal, provavelmente porque os lugares em que o podia fazer estavam ilegalmente ocupados, bloquear durante meia hora uma das principais artérias da cidade. Claro que se perguntarem a alguém que tenha ficado 20 minutos para circular à volta do Hospital num sábado o que acha da Baixa que essa resposta não vai ser favorável. E que a vontade de repetir a experiência desaparece.

A questão é que alguém um dia vai ter de perceber que a gestão desta parte da cidade tem de ser ininterrupta, não das 9h às 5h dos dias úteis.

Quanto à sugestão de transformar o desfile dos pais natais num evento cada vez melhor organizado não podia estar mais de acordo. É uma ideia que tem um enorme potencial de desenvolvimento. Convinha é que a Associação dos Comerciantes, uma das entidades organizadores, conseguisse convencer um número maior dos seus associados que deviam estar abertos nessa altura. Já foram mais do que em anos anteriores, mas deveriam ser quase todos. Podiam até perceber dessa maneira o que não parecem perceber das outras: que têm um problema muito sério com os seus horários de funcionamento.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De TAF: "As leituras habituais" 

- Câmara Pode Fixar Prazo para Reabilitação dos Prédios a Alienar no Centro do Porto
- Concertos alusivos à época festiva abundam no Porto até ao início do próximo ano

- Britânicos perdem 'estatuto' de colónia com peso no Porto
- Já nem o vinho do Porto é dos ingleses
- Comércio dinamizou relação de séculos

2004/12/20

De: Carlos Gilbert - "Actividades festivas..." 

"... e outros pensamentos"

Hoje ao jantar fiquei a saber que o já tradicional desfile de "Pais Natal" neste passado fim-de-semana foi um espectáculo digno de se ver. Animou a cidade, desde a Rotunda da Boavista até à "baixa", e foi bem secundado por entidades "à priori" estranhas ao evento, como a CP. De louvar. Agora imaginem os meus amigos o seguinte cenário: num evento futuro juntava-se este desfile com aquiilo que se vê na dita "Electric Parade", só que com outra finalidade: num autocarro descapotável um "conjunto de pais Natal" tocava música folclórica da região, duzentos metros mais atrás vinha outro com "pais Natal" a tocar "Dixieland jazz", depois outro a tocar "tangos argentinos" e "musica caribeña", outro com música brasileira, outro com cabo-verdianos a tocar as suas "mornas", e assim por aí diante. No fim, os diferentes conjuntos seriam distribuidos por pontos previamente fixados na "baixa" como p.ex. a Praça dos Leões, a zona frontal à antiga "Cadeia da Relação", a Av. dos Aliados e a Praça de D. João I, cada local com bares montados em cabanas apropriadas (eventualmente concessionadas com prioridade a cafés da zona) e com esplanada e palco para dança a quem tal apetecesse... Era uma festa! Só dispensava o "espectáculo" dos "motards" com as alarves aceleradelas e "ratés"... e falo como motociclista, note-se. São iniciativas destas que a cidade precisa, sobretudo concentradas na "Baixa"!

A propósito, fiquei embasbacado com uma "saída" de uma filha minha que tem escritório montado num dos mais emblemáticos edifícios da zona inferior da "baixa" (o do "Araújo & Sobrinho"), quando comentou no final da conversa acima que quando precisava "ia ali ao lado, à FNAC". "Ali ao lado, onde?", indaguei, perplexo. "Na Santa Catarina, pai!", foi a resposta pronta, pressupondo total evidência... "Ao lado??", ainda retorqui, tentando fazer prevalecer o meu ponto-de-vista de rigor geográfico, nos tempos actuais de GPS montados nos "tabliers" dos automóveis... "Claro, pai, não fazes ideia as vezes aque vou lá acima a pé e nem demoro nada". Pronto, está bem, pensei, deste-me mais um tópico para pôr na "Baixa do Porto"...

De: Carlos Gilbert - "A Cidade e a Política" 

Sendo certo que neste espaço temos a difícil tarefa de analisar actos políticos sem contudo debater "política", sou levado a comentar algumas passagens da última contribuição da Cristina Santos, atitude que gostava (muito) de ver alargada a outros membros deste blog, pois o futuro da nossa cidade depende totalmente de "actos políticos". A falta deles, e o erro estratégico de alguns dos mais recentes, é que a levou à estagnação actual!

«Sugestões à parte, o que se comprova é que a estratégia politica é um mal necessário.»

É pena quando assim é! Não digo que seja (ou não) o nosso caso, aqui no Porto (C. Santos acha que sim), só que não há presidente de câmara que possa servir bem a sua cidade sem uma estratégia política. O que se exige é que essa estratégia seja conducente ao tal "bem servir" e seja previamente bem explicada aos eleitores! Tão simples quanto isto.

«As últimas promessas de eventos festivos, a adopção de uma imagem mais positiva, tem reanimado a Cidade, tem transmitido ao Porto o incentivo que faltava.»

Claro que é legítimo que se duvide das reais intenções, precisamente porque sempre faltou ao actual presidente um plano, um fio condutor, uma estratégia para a cidade, excepto a consolidação financeira, que me lembre o único ponto assumido desde início. Ah, claro, e a tal separação entre política e futebol...

«O facto é que os Portuenses gostam de lamentar a sua Cidade, mas não aceitam que outros a vitimizem (...)»

Claro! Eu como portuense tenho todo o direito de dizer o que me vai na alma relativamente à minha cidade, por pior que seja (desde que correspondendo aos factos) mas se vier alguém de fora defendo-a com unha e dentes! Que direito tem alguém de fora de dizer mal de nós? Da mesma forma que eu não digo mal dos de Guimarães, Santarém ou Elvas... Assuntos internos de cada cidade aos da mesma dizem respeito, assuntos regionais e nacionais é que dizem respeito a todos nós.

E "política" é (em termos autárquicos) saber gerir isto tudo com sapiência, conduzindo a cidade com segurança e confiança aos (melhores) destinos que ela merece. Mas obriga a que se tenha de ter nascido com esse dom...

De: Manuel Martins: "Re: Serão de Bonjóia..." 

"... e tarifário do Metro do Porto"

Caro T.A.F.:

Agradeço-lhe a publicação da mensagem que lhe enviei e, abusando da sua paciência, venho comentar o seu comentário.

Não cronometrei as intervenções do prof. Oliveira Marques no Serão da Bonjóia, mas não sei onde foi encontrar os "cinco minutos já com favor". O promotor imobiliário, F.Rocha Antunes, curiosamente, por cima do seu comentário, caracteriza a minha intervenção como "a sua longuíssima questão". O prof. O.M., respondeu directamente à questão do tarifário do Metro e depois esteve sempre a fazer alusões à minha intervenção, ressentido por eu ter considerado a sua posição nesta matéria como sem pés nem cabeça.

Foi exactamente por isso que, no fim, voltei a intervir para esclarecer que ninguém pode considerar-se ofendido quando, num debate, se diz de um argumento que "não tem pés nem cabeça", expressão por mim utilizada não contra O.M. a quem, como então afirmei, reconheço mérito no arranque do Metro do Porto, mas ao seu argumento. A ser assim, teria também de ficar ressentido consigo, T.A.F., por escrever que usei termos pouco educados (argumento "sem pés nem cabeça" é falta de educação?) e ainda com F.R.Antunes que me aconselha a "ser cordato". Não tive necessidade de sustentar a tese. O próprio Prof. O.M a sustenta com os números que deu: - no Porto, o Metro cobra 11 cêntimos por passageiro ao quilómetro; em Lisboa, 4,5 cêntimos. Pelo critério das validações por passageiro, o valor é de 53 cêntimos no Metro do Porto e 19 no de Lisboa!!!

Fico estarrecido com a tese de O.M. e, agora confirmo, a vossa, do tarifário com valores próximos do custo do serviço social de transporte urbano. Agora sou eu que digo, façam bem as contas e avaliem quanto custa em perda de produtividade, em desgaste de material, em gastos evitáveis a falta de mobilidade nos grandes centros urbanos. Em muitas metrópoles, está sempre a questionar-se se não é de tornar gratuito o transporte urbano; a C.M. de Aveiro instalou um serviço gratuito de bicicletas e, claro, tudo isto é, na vossa tese, um "sorvedouro de dinheiro" e um "endividamento insustentável do Estado". Ocorre-me o que aprendi nas aulas de Finanças do saudoso Prof. Teixeira Ribeiro onde soube que a CP passou desde 1959 a dar prejuízos sempre crescentes e o Estado não tem outra solução que os cobrir sob pena de perda de um importante serviço social.
Pelos vistos, T.R. não sabia fazer contas. Não, o correcto não é baixar os preços aqui, mas subir os de Lisboa!!!

A terminar, relato que, no final do serão, fui cumprimentar o prof. O.M., felicitá-lo pelo debate e referir-lhe que não entrava na controvérsia do Metro da Boavista mas, disse-lhe, se há dotação, então que se aplique primeiro na linha de Gondomar, região muito desfavorecida, como o próprio O.M. sublinhou na sua intervenção.

Cordiais cumprimentos.
a) M. Gaspar Martins - PORTO
--
Nota de TAF: Quanto ao pormenor do tempo que menciona acima, não há contradição. Eu referi-me ao tempo usado por Oliveira Marques, ao passo que F. Rocha Antunes comentava a intervenção de Manuel Martins. ;-)
De qualquer modo o ponto principal eram as contas sugeridas por Oliveira Marques, incluindo o custo de todos os transportes desde casa ao emprego que são pagos com o Andante.


De: Cristina Santos - "Rui Rio está a mudar..." 

Rui Rio como Presidente da Câmara Municipal do Porto, negou sempre a imagem pública que o conotasse como Politico.
Trabalhou uma «imagem» de afronta, de luta, de imposição, que se traduzia na vontade de governar e não de agradar.
Rui Rio sempre defendeu, que o seu principal objectivo era a Cidade e não a sua eleição ou estima pública.

Mas durante dois anos o cenário não passou disso mesmo, do veicular de uma imagem.

Nos últimos tempos as políticas e acções locais tem adquirido uma dinâmica e um ritmo acelerado.
As afrontas e as imposições parecem fazer parte de um passado.
O executivo tem vindo a promover iniciativas regulares, a por em pratica vários projectos em simultâneo e a prometer uma série de acções futuras, que reflectem uma actividade que não se verificou nos dois anos antecedentes.

Repare-se que durante dois anos, Rui Rio lamentava a condição da nossa Cidade, parece que agora mudou de opinião, deixou ele próprio de ser bairrista, ou porque considera que em dois anos mudou a Cidade ou porque simplesmente chegou à conclusão que para ser presidente, tem antes que ser um Politico demagogo.

Esta recente mudança pode sugerir para muitos uma pré-campanha politica, para outros pode apenas sugerir, que foram necessários dois anos para planear e organizar a estratégia executiva.

Sugestões à parte, o que se comprova é que a estratégia politica é um mal necessário.


As últimas promessas de eventos festivos, a adopção de uma imagem mais positiva, tem reanimado a Cidade, tem transmitido ao Porto o incentivo que faltava.

A paginas tantas o povo começa a encarar Rui Rio com benevolência, esqueceu o passado e começa a acreditar num Homem, que finalmente demonstra acreditar na Cidade do Porto, no Bairrismo que lhe é intrínseco.

O facto é que os Portuenses gostam de lamentar a sua Cidade, mas não aceitam que outros a vitimizem, por vezes é suficiente uma corrida mítica, para vigorizar as mentes e os investimentos, para aclarar memorias e conceitos, este povo precisa de pouco - para produzir muito, assim sejam dados incentivos.

Cristina Santos

De: TAF - "O Orçamento da CMP" 

A promessa que Rui Rio me fez foi cumprida: o orçamento da Câmara para 2005 já está online em PDF. :-)

De: Carlos Gilbert : "Y Ping Chow no JN" 

Recomendo a leitura da (longa) entrevista a Y Ping Chow no JN de hoje. Mostra, para quem quiser ler nas entrelinhas, a contradição de cidadãos do Porto se queixarem de desemprego e chineses acharem a nossa cidade excelente para o negócio... A título de curiosidade posso acrescentar o facto de os três filhos de Y Ping Chow terem frequentado (até ao fim!) o Colégio Alemão! Coisa que, com uma honrosa excepção, nem os meus conseguiram...

Um abraço,
Carlos Gilbert

De: Carlos Gilbert - "A distinção do FCP" 

A Baixa do Porto (toda a cidade, se quisermos) vive das pessoas, e estas de emoções. Assim sendo, e como corolário ao que foi escrito por mim e por Pedro Aroso sobre o FCP, entendo que é de justiça que venha aqui dizer que me regozijo de pleno "coração de portuense" pelo facto de o governo de Portugal distinguir o clube das Antas, verdadeiro "ex-libris" da cidade por tudo quanto é mundo, vindo hoje o Primeiro-Ministro em pessoa conferir essa distinção ao clube.
E bem gostava que o presidente da câmara soubesse distinguir também que uma coisa é separar as águas entre política autárquica e futebol, planos-de-pormenor urbanísticos de uma zona e a essência citadina de um clube, outra coisa é reconhecer os méritos de um conjunto de homens que têm levado o nome da nossa cidade a níveis outrora impensáveis. E que bom era que as claques do FCP soubessem também distinguir fervor clubista de manifestações alarves desprestigiantes. Mas também ninguém lhes explica isso...

C. Gilbert

PS: Bem gostava de pensar no meu íntimo que esta distinção fosse mesmo sincera, com a unica finalidade de distinguir por mérito um clube que tem honrado as cores nacionais e o nome da cidade como nenhum outro...

De: TAF - "Leituras de segunda-feira" 

- Sugestão de L F Vieira do Cabo Raso: Dizer mal
- Pinto da Costa nega oferta de apoio ao PS
- Os concertos de Natal do Porto
- A SRU de Gaia
- os acessos ao Porto - Revolução Viária na Forja em Gaia (ver outros apontadores no final da página)

2004/12/19

De: TAF - "Notícias de Domingo" 


Pretendo que A Baixa do Porto não se distraia do essencial: os problemas da cidade, as soluções concretas para os resolver, os projectos para o futuro. O importante neste espaço são os programas e não as pessoas. O facto de referir notícias sobre as movimentações para as autárquicas não deve constituir um pretexto para que nos desviemos do rumo que temos seguido no nosso debate.
- Rui Rio reclama obra feita
- PS não quer falar de autárquicas
- Pinto da Costa e Rui Moreira poderão ser peças-chave na campanha do PS
- Rio diz que os críticos não engoliram vitória
- Rio ataca oposição portuense na celebração da vitória autárquica e Concelhia só aceita recandidatura de Rio
- Sócrates em pré-campanha no Porto
- "Se o PSD me convidasse aceitaria ser candidato independente", diz Rui Moreira
- Assis vê como eventual trunfo político disponibilidade do presidente da ACP
- Rui Rio Faz Tabu Sobre Recandidatura à Câmara Municipal do Porto

- Câmara coloca à venda prédios degradados
- Tirar carros parados da VCI
- Remoção rápida de viaturas na VCI vai funcionar como caso-piloto
- Veículos removidos em 15 minutos
- VCI Ganha Sistema de Remoção Rápida de Viaturas Após Acidentes
- Foi através do rio Douro que a cidade se desenvolveu
- "Nem sempre a concorrência no Rio Douro tem sido leal" - entrevista a Mário Ferreira

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