2005/01/22
De: Carlos Gilbert - "O «Open Source Project», ..."
"... parte II"
Quanto à proposta do Alexandre Burmester, venho acrescentar aqui umas quantas considerações que julgo estarem interligadas ao que propõe (que é o que muitos de nós temos vindo a defender): um "eléctrico" moderno na linha da Boavista. E gostava que a empresa MP lesse estas nossas ideias para ver se há a possibilidade de continuarmos o intercâmbio de ideias que se iniciou na "Tertúlia".
Se a proposta do referido "eléctrico" moderno vingasse, há que pensar na sua integração na rede de transportes globais da cidade, tal como outras personalidades o referem no artigo de hoje no "Público", e como aqui tenho escrito desde início. Há-que sentar todos os responsáveis a uma mesa e delinear-se um "plano global de transportes para a cidade do Porto", que definisse de uma vez por todas que tipo de transportes públicos em que linhas e em que artérias. É que não faz sentido ter-se uma única linha de "eléctrico" (na Boavista), mas sim restabelecer-se pelos menos as linhas existentes até à remodelação que os retirou da avenida: Rotunda da Boavista/Matosinhos, Rotunda/Infante e Infante/Matosinhos, às quais eu acrescentaria ainda Passeio Alegre/Carmo pela rua da Restauração acima. Com que tipo de composições? No fundo com o mesmo tipo das que sempre houve na cidade, só que em versão modernizada. Composições que pudessem circular nas ruas mais estreitas (como os "históricos" sempre conseguiram) mas oferecendo aos passageiros mais comodidade e maior velocidade. E esta solução já iria permitir a sua circulação no viaduto existente na zona poente do Parque da Cidade! Pelo menos podia começar-se por fazer circulá-los numa linha Infante/Matosinhos, como "teste". O investimento era suportável (meia dúzia de composições bastavam e era só ligar os carris que já existem para que a linha ficasse completa). Haverá algo que impeça que assim se proceda?
A este propósito, contudo um alerta: sei por gente cá de casa que tem havido grandes dificuldades para os eléctricos circularem na "linha do Infante" devido a estacionamento selvagem em cima da sua linha. De tal forma assim é que uma filha minha há dias foi reembolsada, junto com outros passageiros, porque teve de abandonar o "eléctrico" e prosseguir a pé até ao Infante devido a veículos estacionados na linha!! Quando é que há uma fiscalização eficaz por parte da PSP que tire de vez a vontade aos prevaricadores? Queixamo-nos de que Portugal é um país que cada vez mais se afasta dos parâmetros europeus, mas se continuarmos à espera que toda a gente aprenda por si só o que é "civismo", podemos "esperar sentados" (neste caso, "a pé"...). Mas por outro lado tal falta de civismo sistemática não pode servir de pretexto para que se pretenda implementar em todo o lado veículos de tracção eléctrica em "canais dedicados". A maioria da rede viária citadina não o comporta. Se há falta de civismo gritante, há-que combatê-la de forma eficaz, e não me venham com argumentos estafados de "caça à multa"!... A quem assim pense respondo com o célebre conceito de democracia, que é que esta acaba onde os direitos da comunidade são espezinhados; ou, por outras palavras, as liberdades democráticas são para quem faz por merecê-las. Desculpem este ligeiro desvio, mas é importante falarmos também nos motivos principais que ocasionam a lentidão dos transportes públicos na nossa cidade, quando têm de circular juntamente com os automóveis, o que no fundo é o que tem desmotivado a população a aderir de forma mais numerosa aos serviços que os STCP proporcionam e deixar os seus automóveis em casa (ou em locais mais longe do centro).
C. Gilbert
Quanto à proposta do Alexandre Burmester, venho acrescentar aqui umas quantas considerações que julgo estarem interligadas ao que propõe (que é o que muitos de nós temos vindo a defender): um "eléctrico" moderno na linha da Boavista. E gostava que a empresa MP lesse estas nossas ideias para ver se há a possibilidade de continuarmos o intercâmbio de ideias que se iniciou na "Tertúlia".
Se a proposta do referido "eléctrico" moderno vingasse, há que pensar na sua integração na rede de transportes globais da cidade, tal como outras personalidades o referem no artigo de hoje no "Público", e como aqui tenho escrito desde início. Há-que sentar todos os responsáveis a uma mesa e delinear-se um "plano global de transportes para a cidade do Porto", que definisse de uma vez por todas que tipo de transportes públicos em que linhas e em que artérias. É que não faz sentido ter-se uma única linha de "eléctrico" (na Boavista), mas sim restabelecer-se pelos menos as linhas existentes até à remodelação que os retirou da avenida: Rotunda da Boavista/Matosinhos, Rotunda/Infante e Infante/Matosinhos, às quais eu acrescentaria ainda Passeio Alegre/Carmo pela rua da Restauração acima. Com que tipo de composições? No fundo com o mesmo tipo das que sempre houve na cidade, só que em versão modernizada. Composições que pudessem circular nas ruas mais estreitas (como os "históricos" sempre conseguiram) mas oferecendo aos passageiros mais comodidade e maior velocidade. E esta solução já iria permitir a sua circulação no viaduto existente na zona poente do Parque da Cidade! Pelo menos podia começar-se por fazer circulá-los numa linha Infante/Matosinhos, como "teste". O investimento era suportável (meia dúzia de composições bastavam e era só ligar os carris que já existem para que a linha ficasse completa). Haverá algo que impeça que assim se proceda?
A este propósito, contudo um alerta: sei por gente cá de casa que tem havido grandes dificuldades para os eléctricos circularem na "linha do Infante" devido a estacionamento selvagem em cima da sua linha. De tal forma assim é que uma filha minha há dias foi reembolsada, junto com outros passageiros, porque teve de abandonar o "eléctrico" e prosseguir a pé até ao Infante devido a veículos estacionados na linha!! Quando é que há uma fiscalização eficaz por parte da PSP que tire de vez a vontade aos prevaricadores? Queixamo-nos de que Portugal é um país que cada vez mais se afasta dos parâmetros europeus, mas se continuarmos à espera que toda a gente aprenda por si só o que é "civismo", podemos "esperar sentados" (neste caso, "a pé"...). Mas por outro lado tal falta de civismo sistemática não pode servir de pretexto para que se pretenda implementar em todo o lado veículos de tracção eléctrica em "canais dedicados". A maioria da rede viária citadina não o comporta. Se há falta de civismo gritante, há-que combatê-la de forma eficaz, e não me venham com argumentos estafados de "caça à multa"!... A quem assim pense respondo com o célebre conceito de democracia, que é que esta acaba onde os direitos da comunidade são espezinhados; ou, por outras palavras, as liberdades democráticas são para quem faz por merecê-las. Desculpem este ligeiro desvio, mas é importante falarmos também nos motivos principais que ocasionam a lentidão dos transportes públicos na nossa cidade, quando têm de circular juntamente com os automóveis, o que no fundo é o que tem desmotivado a população a aderir de forma mais numerosa aos serviços que os STCP proporcionam e deixar os seus automóveis em casa (ou em locais mais longe do centro).
C. Gilbert
De: Alexandre Burmester - "Tolerância?"
Parece que se instalou aqui de repente uma certa tolerância quanto ao Metro na Boavista.
O Carlos Gilbert, vem dizer que os raios das curvas dos trilhos no Castelo do Queijo, não comportam com estas composições, e o Patrício Martins, que aceita a solução do Metro, uma vez que será ele o único capaz de reordenar o transito e requalificar a Avenida.
Ambos tem razão.
Os raios de curvatura que estão executados, não seriam obviamente para estas composições, mas sim para um equipamento mais leve, melhor dimensionado, e à escala da estrutura urbana. Será que não o podemos ter? Terá que ser este metro, que já se provou não caber na Avenida, e que obriga ao derrube das árvores, às faixas de automóveis limitadas, e aos passeios demasiado estreitos? Terá??
A Avenida da Boavista está um caos, sobre todos os aspectos e já há demasiado tempo. Este caos não é só do transito que até se torna difícil de enumerar tantas são as situações insólitas e mal resolvidas - Ondas verdes inexistentes, excesso de sinais, linhas de bus dentro e fora dos corredores, estacionamentos caóticos, mas também dos seus espaços públicos e privados, e dos seus equipamentos urbanos, tais como os passeios, as paragens de autocarros, a falta de passadeiras, a falta de árvores, o caos arquitectónico das construções e dos seus usos, etc...
Mas principalmente o insólito da Avenida é a não resolução de muitas situações que se prolongam por tempos infinitos. Isto é obrigação do Metro? É preciso que seja este que o venha resolver?
Não devíamos confundir responsabilidades. A obrigação da reabilitação da avenida é da Câmara do Porto, e não do metro. (O Metro apenas poderá vir a fazer parte deste trabalho - a sua requalificação)
A teimosia de usar este equipamento que não cabe na avenida, e de não dá as curvas no Castelo do Queijo, tem, com já me cansei de dizer, uma razão - a indemnização à Imoloc.
Vamos ser tolerantes? Então proponho:
Uma vez que a Câmara não tem dinheiro, e o Metro se substitui (deve abundar por lá), para conseguir a reabilitação da avenida e introduzir um transporte moderno e mais eficaz, aceitaria a construção do viaduto no Parque da cidade, e do terminal nos terrenos "alheios", desde que alterassem o projecto de requalificação da avenida, e permitissem o convívio deste transporte com o espaço urbano.
Deixassem em paz os bairros residenciais.
Requalificassem o transito que nada tem a ver com as viragens à espanhola, ou à inglesa.
Que tratassem o espaço público, passeios, arborização, passadeiras, iluminação, etc...
Metessem um equipamento mais pequeno e leve, que coubesse no corredor central.
A gente fazia de conta que necessitava na mesma do viaduto; Que acreditava na substituição dos 60 autocarros/hora na Avenida (principalmente da Fonte da Moura para baixo); E na passagem dos 2.900 carros/hora no viaduto de Matosinhos (Na única faixa que existe).
Vamos ser tolerantes?
(Mas não ignorantes)
Alexandre Burmester
O Carlos Gilbert, vem dizer que os raios das curvas dos trilhos no Castelo do Queijo, não comportam com estas composições, e o Patrício Martins, que aceita a solução do Metro, uma vez que será ele o único capaz de reordenar o transito e requalificar a Avenida.
Ambos tem razão.
Os raios de curvatura que estão executados, não seriam obviamente para estas composições, mas sim para um equipamento mais leve, melhor dimensionado, e à escala da estrutura urbana. Será que não o podemos ter? Terá que ser este metro, que já se provou não caber na Avenida, e que obriga ao derrube das árvores, às faixas de automóveis limitadas, e aos passeios demasiado estreitos? Terá??
A Avenida da Boavista está um caos, sobre todos os aspectos e já há demasiado tempo. Este caos não é só do transito que até se torna difícil de enumerar tantas são as situações insólitas e mal resolvidas - Ondas verdes inexistentes, excesso de sinais, linhas de bus dentro e fora dos corredores, estacionamentos caóticos, mas também dos seus espaços públicos e privados, e dos seus equipamentos urbanos, tais como os passeios, as paragens de autocarros, a falta de passadeiras, a falta de árvores, o caos arquitectónico das construções e dos seus usos, etc...
Mas principalmente o insólito da Avenida é a não resolução de muitas situações que se prolongam por tempos infinitos. Isto é obrigação do Metro? É preciso que seja este que o venha resolver?
Não devíamos confundir responsabilidades. A obrigação da reabilitação da avenida é da Câmara do Porto, e não do metro. (O Metro apenas poderá vir a fazer parte deste trabalho - a sua requalificação)
A teimosia de usar este equipamento que não cabe na avenida, e de não dá as curvas no Castelo do Queijo, tem, com já me cansei de dizer, uma razão - a indemnização à Imoloc.
Vamos ser tolerantes? Então proponho:
Uma vez que a Câmara não tem dinheiro, e o Metro se substitui (deve abundar por lá), para conseguir a reabilitação da avenida e introduzir um transporte moderno e mais eficaz, aceitaria a construção do viaduto no Parque da cidade, e do terminal nos terrenos "alheios", desde que alterassem o projecto de requalificação da avenida, e permitissem o convívio deste transporte com o espaço urbano.
Deixassem em paz os bairros residenciais.
Requalificassem o transito que nada tem a ver com as viragens à espanhola, ou à inglesa.
Que tratassem o espaço público, passeios, arborização, passadeiras, iluminação, etc...
Metessem um equipamento mais pequeno e leve, que coubesse no corredor central.
A gente fazia de conta que necessitava na mesma do viaduto; Que acreditava na substituição dos 60 autocarros/hora na Avenida (principalmente da Fonte da Moura para baixo); E na passagem dos 2.900 carros/hora no viaduto de Matosinhos (Na única faixa que existe).
Vamos ser tolerantes?
(Mas não ignorantes)
Alexandre Burmester
De: TAF - "Metro na Boavista: o debate público"
Hoje o Público dá grande destaque ao projecto do Metro na Avenida da Boavista e à polémica que ele tem gerado. Sublinho que a questão não é tanto a existência de Metro em si (embora isso também possa não ser pacífico) na avenida, mas mais este projecto concreto apresentado pela Metro do Porto que lhe reserva o canal central de forma exclusiva, implicando alterações profundas ao trânsito, a construção de um novo viaduto no Parque da Cidade e expropriações de valor ainda desconhecido.
Tenha-se também em consideração a oportunidade de avançar imediatamente com este investimento, quando é consensual que há outros bem mais urgentes na cidade/região e para os quais ainda não estão garantidas as verbas necessárias.
Nesta ocasião convém lembrar as conclusões da tertúlia de há dias. Existem vários textos escritos no passado dia 16 e a minha própria contribuição na madrugada do dia 17. Além de tudo o resto que aqui se tem escrito, claro!
- Uma Obra Pouco Consensual
- E Porque Não no Campo Alegre?
- Noventa Milhões para Mudar a Avenida
- A Requalificação Urbana "à Boleia" do Metro
- Uma "Praça Pública Virtual"
De: José Patrício Martins - "Metro na Boavista. ..."
"... Sou a favor!"
Caros amigos (bloguistas),
Tenho seguido com o maior interesse o debate sobre o Metro na Boavista. Conforme expus em apontamento anterior, nunca emiti uma opinião definitiva sobre o caso em apreço. Considerava ser necessário ouvir os argumentos dos responsáveis para poder ajuizar do que estava em jogo.
Por isso sugeri a realização de um debate público e assisti com o maior interesse à tertúlia no Guarany. Nem sempre ouvi bem as explicações da mesa - o espaço é deficiente para o efeito pretendido. Mas acho que entendi o essencial e, principalmente, fiquei sensibilizado com a disponibilidade e coragem demonstrada pelos responsáveis.
Passo a tecer algumas considerações a propósito.
A grande maioria das opiniões expressas é desfavorável ao projecto. No essencial, as opiniões consideram que a passagem do Metro na Avenida irá desclassificá-la.
Mas será isto verdade? Ou, se quisermos ser mais incisivos, haverá apenas desvantagens? Ou, melhor ainda, pesando vantagens e desvantagens, a balança pende para o lado desfavorável?
Do lado do "contra" (calma!, não estou a fazer um processo de intenções...), os argumentos são, no essencial, de que se está a criar uma "barreira" na Avenida, de que se irá perturbar a circulação automóvel, de que os cruzamentos "à espanhola" vão provocar uma intrusão mecânica em bairros sossegados. Do lado do "a favor", os argumentos apontam para vantagens nos transportes públicos e no ordenamento da circulação automóvel. Há, no entanto, um argumento comum contra: a travessia proposta para o Parque da Cidade. Argumento indiscutível!
E começo por aqui. A travessia com mais um viaduto sobre o Parque da Cidade é, em minha opinião, uma solução infeliz. Recordou-me uma solução proposta pela empresa que fez o primeiro estudo de traçado do Metro, nos idos de 90. Propunha o atravessamento do Douro pela construção de uma nova ponte encostada à de Luís I!!! Felizmente que houve o bom senso de pôr essa ideia de lado e o problema resolveu-se de acordo com o que actualmente está feito, passando o tráfego rodoviário para a nova travessia das Fontainhas.
Será que não há outra solução para resolver aquele problema? Para ir a Matosinhos é necessário descer ao Castelo do Queijo? (Em termos de procura é quase um quilómetro só de muros!...)
Na outra extremidade, troço superior da Avenida, a despeito das opiniões dos projectistas escolhidos, considero um erro não enterrar a linha. Desde a topografia até à eventual continuação da linha para o centro da Cidade (ou, até, de ligá-la à de Gaia-Arrábida), fazia todo o sentido ir para uma solução de enterramento. Argumentou-se com a necessidade de uma vala de 300 metros. A contrapartida oferecida é uma "barreira" de 1000 metros, precisamente na parte da Avenida em que os constrangimentos laterais são maiores! Onde, por exemplo, estaremos reduzidos a uns míseros passeios de 2,25 metros.
Se estes dois troços tivessem uma solução a contento, o problema da "barreira", das viragens à esquerda, dos cruzamentos "à espanhola" e das intrusões mecânicas, estariam reduzidos ao troço entre o Foco e Antunes Guimarães!...
E, aqui, entramos no cerne da questão: a passagem do Metro à superfície. Lamento contrariar as opiniões dominantes mas estou convicto de que a introdução do Metro à superfície é um factor de ordenamento do trafego motorizado, com efeitos largamente positivos na requalificação da Avenida da Boavista.
Os meus argumentos:
Independentemente da sequência que a projectada linha venha a ter no futuro, uma coisa é certa: para já e com a sua construção e para quem viva na parte oriental da Cidade (Campanhã), talvez esta seja a possibilidade de poder desfrutar com alguma frequência desse oásis de paz que é o nosso Parque da Cidade... Neste sentido é um contributo para a coesão social da Cidade.
Em suma, sem descurar alguns impactos negativos e tendo em atenção o que atrás disse sobre as soluções nos troços extremos, sou de opinião de que, acrescentando as obras de requalificação prometidas, com este projecto a Avenida da Boavista será uma artéria mais amigável e agradável. Com a vantagem de a vermos requalificada dentro de um ano e não daqui a dez ou a vinte!
Cumprimentos a todos.
José Patrício Martins
Caros amigos (bloguistas),
Tenho seguido com o maior interesse o debate sobre o Metro na Boavista. Conforme expus em apontamento anterior, nunca emiti uma opinião definitiva sobre o caso em apreço. Considerava ser necessário ouvir os argumentos dos responsáveis para poder ajuizar do que estava em jogo.
Por isso sugeri a realização de um debate público e assisti com o maior interesse à tertúlia no Guarany. Nem sempre ouvi bem as explicações da mesa - o espaço é deficiente para o efeito pretendido. Mas acho que entendi o essencial e, principalmente, fiquei sensibilizado com a disponibilidade e coragem demonstrada pelos responsáveis.
Passo a tecer algumas considerações a propósito.
A grande maioria das opiniões expressas é desfavorável ao projecto. No essencial, as opiniões consideram que a passagem do Metro na Avenida irá desclassificá-la.
Mas será isto verdade? Ou, se quisermos ser mais incisivos, haverá apenas desvantagens? Ou, melhor ainda, pesando vantagens e desvantagens, a balança pende para o lado desfavorável?
Do lado do "contra" (calma!, não estou a fazer um processo de intenções...), os argumentos são, no essencial, de que se está a criar uma "barreira" na Avenida, de que se irá perturbar a circulação automóvel, de que os cruzamentos "à espanhola" vão provocar uma intrusão mecânica em bairros sossegados. Do lado do "a favor", os argumentos apontam para vantagens nos transportes públicos e no ordenamento da circulação automóvel. Há, no entanto, um argumento comum contra: a travessia proposta para o Parque da Cidade. Argumento indiscutível!
E começo por aqui. A travessia com mais um viaduto sobre o Parque da Cidade é, em minha opinião, uma solução infeliz. Recordou-me uma solução proposta pela empresa que fez o primeiro estudo de traçado do Metro, nos idos de 90. Propunha o atravessamento do Douro pela construção de uma nova ponte encostada à de Luís I!!! Felizmente que houve o bom senso de pôr essa ideia de lado e o problema resolveu-se de acordo com o que actualmente está feito, passando o tráfego rodoviário para a nova travessia das Fontainhas.
Será que não há outra solução para resolver aquele problema? Para ir a Matosinhos é necessário descer ao Castelo do Queijo? (Em termos de procura é quase um quilómetro só de muros!...)
Na outra extremidade, troço superior da Avenida, a despeito das opiniões dos projectistas escolhidos, considero um erro não enterrar a linha. Desde a topografia até à eventual continuação da linha para o centro da Cidade (ou, até, de ligá-la à de Gaia-Arrábida), fazia todo o sentido ir para uma solução de enterramento. Argumentou-se com a necessidade de uma vala de 300 metros. A contrapartida oferecida é uma "barreira" de 1000 metros, precisamente na parte da Avenida em que os constrangimentos laterais são maiores! Onde, por exemplo, estaremos reduzidos a uns míseros passeios de 2,25 metros.
Se estes dois troços tivessem uma solução a contento, o problema da "barreira", das viragens à esquerda, dos cruzamentos "à espanhola" e das intrusões mecânicas, estariam reduzidos ao troço entre o Foco e Antunes Guimarães!...
E, aqui, entramos no cerne da questão: a passagem do Metro à superfície. Lamento contrariar as opiniões dominantes mas estou convicto de que a introdução do Metro à superfície é um factor de ordenamento do trafego motorizado, com efeitos largamente positivos na requalificação da Avenida da Boavista.
Os meus argumentos:
- "barreira" existe actualmente: para o peão atravessar a Avenida é uma empresa temerária! Principalmente nas horas de menor tráfego em que aumenta a velocidade dos condutores (a Avenida tem alguns dos piores "pontos negros"
- densidade de atropelamentos- da Cidade).
- congestionamento do trânsito na Avenida é o pão nosso de cada dia. É preciso pôr um travão à densidade de tráfego neste eixo. É necessário introduzir factores de segurança na circulação e diminuir os efeitos ambientalmente nocivos das máquinas. É necessário facilitar a travessia dos peões! Como fazê-lo? Moderando a intensidade e a velocidade do tráfego automóvel.
- viragens à esquerda e cruzamentos "à espanhola": a melhor medida para melhorar a fluidez e ordenar o tráfego, sem recorrer a desnivelamentos. Reduzem-se significativamente os tempos de "vermelho" nos semáforos e, portanto, os períodos de interrupção da circulação.
Independentemente da sequência que a projectada linha venha a ter no futuro, uma coisa é certa: para já e com a sua construção e para quem viva na parte oriental da Cidade (Campanhã), talvez esta seja a possibilidade de poder desfrutar com alguma frequência desse oásis de paz que é o nosso Parque da Cidade... Neste sentido é um contributo para a coesão social da Cidade.
Em suma, sem descurar alguns impactos negativos e tendo em atenção o que atrás disse sobre as soluções nos troços extremos, sou de opinião de que, acrescentando as obras de requalificação prometidas, com este projecto a Avenida da Boavista será uma artéria mais amigável e agradável. Com a vantagem de a vermos requalificada dentro de um ano e não daqui a dez ou a vinte!
Cumprimentos a todos.
José Patrício Martins
De: Mário G. Fernandes - "Caro Alexandre"
Caro Alexandre.
O texto exala claramente a crítica intemporal, mas tem um fundo, um contexto político e social que o tornou (e sempre o fará) inevitável: o início do esgotamento do "rotativismo". Em Oitocentos entre regeneradores e progressistas, agora entre outros dois partidos. Naturalmente, nenhum dos dois quererá falar sobre a reforma do sistema eleitoral durante a campanha, apesar de parecer uma questão vital. Em artigo recente sobre o assunto, no público, António Barreto defendeu a introdução dos círculos uninominais. Defendo o mesmo.
Ah. O Eça também escrevia bem e praticava a crítica social, mas noutro registo. Não escrevia assim, quem o fez foi o Ramalho Ortigão.
Mário G. Fernandes
--
PS: o que escrevi há pouco foi sem confirmar. Continuo sem saber se foi Eça quem escreveu o seu excerto já que não o possuo, mas recordei que de facto Eça escreveu nas Farpas do Ramalho, pode ser que sim. Desculpe se assim for.
De qualquer forma, o que me importa sublinhar é a questão dos círculos uninominais.
O texto exala claramente a crítica intemporal, mas tem um fundo, um contexto político e social que o tornou (e sempre o fará) inevitável: o início do esgotamento do "rotativismo". Em Oitocentos entre regeneradores e progressistas, agora entre outros dois partidos. Naturalmente, nenhum dos dois quererá falar sobre a reforma do sistema eleitoral durante a campanha, apesar de parecer uma questão vital. Em artigo recente sobre o assunto, no público, António Barreto defendeu a introdução dos círculos uninominais. Defendo o mesmo.
Ah. O Eça também escrevia bem e praticava a crítica social, mas noutro registo. Não escrevia assim, quem o fez foi o Ramalho Ortigão.
Mário G. Fernandes
--
PS: o que escrevi há pouco foi sem confirmar. Continuo sem saber se foi Eça quem escreveu o seu excerto já que não o possuo, mas recordei que de facto Eça escreveu nas Farpas do Ramalho, pode ser que sim. Desculpe se assim for.
De qualquer forma, o que me importa sublinhar é a questão dos círculos uninominais.
2005/01/21
De: Carlos Gilbert - "The Open Source project..."
Resolvi dar a este texto um nome diferente do que seria normal, para ver se fujo à rotina que já se instalou a este respeito... é que ao ler o texto de Emílio de Azevedo Campos (mais um "tertuliano", se não me engano) venho aqui dizer a todos o seguinte:
Tive hoje de ir a Matosinhos e escolhi de propósito o trajecto pela parte marítima, pelo viaduto, e constatei (Prof. Oliveira Marques, corrija-me p.f. se estou enganado) que de facto o traçado dos trilhos não é exequível para o Metro pelo menos em dois pontos: para composições que desçam a Boavista e pretendam virar à direita, para o viaduto; e no sentido contrário, vindo de Matosinhos, saindo do viaduto para o lado do "Castelo do Queijo". O raio de curvatura é muito apertado nos dois casos, e estou em crer que só permitirá a circulação de composições de eixos simples (como a maior parte dos eléctricos "históricos") e não de composições dotadas de "bogeys" (eixos duplos acoplados) como é o caso do "Metro" e, já agora, de qualquer tipo de "eléctrico-rápido"!
Se eu estiver certo nesta análise, pergunto: quando se equacionou o dito viaduto e se decidiu que era para permitir também "veículos de transporte colectivo de tracção eléctrica" (estou a fazer a vontade ao Prof. Oliveira Marques ;-) ) em que tipo de composições se pensou na altura? Decerto que não no Metro que temos hoje a circular, pois não? E se o dito viaduto ficou mais caro precisamente para incluir as duas linhas de "veículo de tracção eléctrica" e agora não serve esse propósito, houve grosseiro "erro de cálculo", certo? Só uma pergunta final: não se apuram responsabilidades? Esbanja-se assim dinheiros públicos, para passados poucos anos se dizer candidamente "houve erro de lay-out, agora já não serve para o que se julgou iria ser feito"? De facto, na "Tertúlia" houve da parte dos dois responsáveis presentes uma grande ênfase em sublinhar "os erros que estão feitos, feitos estão, temos é de partir para o futuro". V. Exªs percebem onde quero chegar? Eu explico: se um dia pensarem em proibir na Boavista as já famosas "viragens à esquerda", experimentem agora, num ou noutro cruzamento onde isso possa ser feito sem grandes transtornos. Assim, se "der barraca", é fácil voltar atrás, sem grandes incómodos, e antes de toda a avenida estar requalificada com o pressuposto que a referida proibição é passível de ser implementada de cima a baixo. Já chega de projectos tipo "eu julgava que era possível, juro, e tenho pena de me ter enganado..."
C. Gilbert
PS: Antes que haja mal-entendidos, isto que escrevo não é de forma alguma para desqualificar o trabalho dos técnicos que se debruçaram sobre a exequibilidade da referida opção (de se proibir as viragens à esquerda), um dos quais esteve presente da "Tertúlia" e nos deu algumas explicações sobre como foram feitos os estudos. Só que vamos ser honestos: há inúmeros estudos que na teoria funcionam às mil maravilhas e depois na prática... é o que sabe.
Tive hoje de ir a Matosinhos e escolhi de propósito o trajecto pela parte marítima, pelo viaduto, e constatei (Prof. Oliveira Marques, corrija-me p.f. se estou enganado) que de facto o traçado dos trilhos não é exequível para o Metro pelo menos em dois pontos: para composições que desçam a Boavista e pretendam virar à direita, para o viaduto; e no sentido contrário, vindo de Matosinhos, saindo do viaduto para o lado do "Castelo do Queijo". O raio de curvatura é muito apertado nos dois casos, e estou em crer que só permitirá a circulação de composições de eixos simples (como a maior parte dos eléctricos "históricos") e não de composições dotadas de "bogeys" (eixos duplos acoplados) como é o caso do "Metro" e, já agora, de qualquer tipo de "eléctrico-rápido"!
Se eu estiver certo nesta análise, pergunto: quando se equacionou o dito viaduto e se decidiu que era para permitir também "veículos de transporte colectivo de tracção eléctrica" (estou a fazer a vontade ao Prof. Oliveira Marques ;-) ) em que tipo de composições se pensou na altura? Decerto que não no Metro que temos hoje a circular, pois não? E se o dito viaduto ficou mais caro precisamente para incluir as duas linhas de "veículo de tracção eléctrica" e agora não serve esse propósito, houve grosseiro "erro de cálculo", certo? Só uma pergunta final: não se apuram responsabilidades? Esbanja-se assim dinheiros públicos, para passados poucos anos se dizer candidamente "houve erro de lay-out, agora já não serve para o que se julgou iria ser feito"? De facto, na "Tertúlia" houve da parte dos dois responsáveis presentes uma grande ênfase em sublinhar "os erros que estão feitos, feitos estão, temos é de partir para o futuro". V. Exªs percebem onde quero chegar? Eu explico: se um dia pensarem em proibir na Boavista as já famosas "viragens à esquerda", experimentem agora, num ou noutro cruzamento onde isso possa ser feito sem grandes transtornos. Assim, se "der barraca", é fácil voltar atrás, sem grandes incómodos, e antes de toda a avenida estar requalificada com o pressuposto que a referida proibição é passível de ser implementada de cima a baixo. Já chega de projectos tipo "eu julgava que era possível, juro, e tenho pena de me ter enganado..."
C. Gilbert
PS: Antes que haja mal-entendidos, isto que escrevo não é de forma alguma para desqualificar o trabalho dos técnicos que se debruçaram sobre a exequibilidade da referida opção (de se proibir as viragens à esquerda), um dos quais esteve presente da "Tertúlia" e nos deu algumas explicações sobre como foram feitos os estudos. Só que vamos ser honestos: há inúmeros estudos que na teoria funcionam às mil maravilhas e depois na prática... é o que sabe.
De: Alexandre Burmester - "133 anos depois..."
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»
Isto foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.
Será congénito?
Alexandre Burmester
Isto foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.
Será congénito?
Alexandre Burmester
De: F. Rocha Antunes - "Economia eventual"
Meus Caros,
Há alguns amigos meus que defendem, com argumentos sólidos, que o País só avança com a criação de eventos que se imponham, pela sua força, à inércia instalada.
Os grandes argumentos a favor dessa economia puxada pela realização de eventos são simples:
Trata-se assim de recorrer a “choques vitamínicos” para estimular uma economia incapaz de, por si só, gerar dinamismos geradores de crescimento.
É nessa perspectiva que, defendem, se devem apoiar todos os eventos que tenham algum impacto, desde as Olimpíadas Columbófilas às corridas de carros do próximo mês de Junho.
Eu, que não deixo de reconhecer os méritos desses argumentos, fico sempre com um ligeiro “amargo” de boca quando vejo que o enorme esforço que foi dispendido (escrevo isto no dia seguinte ao o Estado assumir os 100 milhões de euros da Casa da Música) não é incorporado como lição para os eventos seguintes. As enormes expectativas que eu tive no efeito de imitação posterior pelas câmaras municipais das lições positivas que resultaram da experiência da parque expo no licenciamento das obras foram goradas.
Lembro-me perfeitamente de, quando foi anunciada a Porto Capital Europeia da Cultura, de muitos se terem referido a esse evento como um desafio à capacidade empreendedora do Porto. Não sendo dos que alinham no coro de que tudo foi mau, acho que a nota final não foi boa. Do exame que foi à capacidade de gestão conseguimos, no máximo, um suficiente menos. Em termos da escala do meu tempo, um 9 que, por simpatia, acabou de ser promovido a 10 para assegurar, por um qualquer regulamento, uma passagem administrativa.
A revisão da matéria, a correcção do teste e sobretudo as conclusões sobre o que falhou e o que se deve aprender para que, na próxima vez, não se volte a tirar negativa, não foram feitos. A única coisa a que assistimos é a acusações mútuas de copianço.
Acho que os eventos têm uma importância decisiva na animação da economia. E se vierem, seja lá por que razão for, 200.000 pessoas à cidade, isso é sem dúvida bom. Agora, seria bom que se pudesse aprender mais alguma coisa. Por exemplo, como é importante agilizar os processos para que os eventos menos mediáticos mas mais sustentáveis que outros querem desenvolver possam beneficiar com as lições que os diferentes responsáveis deveriam tirar para o seu funcionamento no dia a dia.
Utilizando uma comparação automobilística, as corridas servem de teste a soluções limites que só fazem sentido económico para as marcas que nelas participam se depois forem capazes de incorporar nos carros normais o que aprenderam nas pistas e assim beneficiarem todos os consumidores dessa marca.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Há alguns amigos meus que defendem, com argumentos sólidos, que o País só avança com a criação de eventos que se imponham, pela sua força, à inércia instalada.
Os grandes argumentos a favor dessa economia puxada pela realização de eventos são simples:
- O estado actual de letargia da nossa sociedade só é mobilizável para acções concretas se houver alguma coisa que tem mesmo de se realizar, num determinado momento do tempo, senão ficamos todos mal na fotografia.
- Essa pressão do tempo obriga que todos os intervenientes se mobilizem e sobretudo que não compliquem como habitualmente se faz.
- Assim, o resultado da pressão para a realização de qualquer evento permite furar, ainda que ocasionalmente, a verdadeira teia de leis, poderes instalados e regulamentos que se apoderou da nossa sociedade
- O que resulta desses eventos é sempre melhor do que o deixa andar do costume
- Os sacrifícios que se fazem e o dinheiro que movimentam permitem que as empresas mais dinâmicas tenham acesso a mercados alternativos, já que os mercados correntes estão completamente enredados no situacionismo vigente
Trata-se assim de recorrer a “choques vitamínicos” para estimular uma economia incapaz de, por si só, gerar dinamismos geradores de crescimento.
É nessa perspectiva que, defendem, se devem apoiar todos os eventos que tenham algum impacto, desde as Olimpíadas Columbófilas às corridas de carros do próximo mês de Junho.
Eu, que não deixo de reconhecer os méritos desses argumentos, fico sempre com um ligeiro “amargo” de boca quando vejo que o enorme esforço que foi dispendido (escrevo isto no dia seguinte ao o Estado assumir os 100 milhões de euros da Casa da Música) não é incorporado como lição para os eventos seguintes. As enormes expectativas que eu tive no efeito de imitação posterior pelas câmaras municipais das lições positivas que resultaram da experiência da parque expo no licenciamento das obras foram goradas.
Lembro-me perfeitamente de, quando foi anunciada a Porto Capital Europeia da Cultura, de muitos se terem referido a esse evento como um desafio à capacidade empreendedora do Porto. Não sendo dos que alinham no coro de que tudo foi mau, acho que a nota final não foi boa. Do exame que foi à capacidade de gestão conseguimos, no máximo, um suficiente menos. Em termos da escala do meu tempo, um 9 que, por simpatia, acabou de ser promovido a 10 para assegurar, por um qualquer regulamento, uma passagem administrativa.
A revisão da matéria, a correcção do teste e sobretudo as conclusões sobre o que falhou e o que se deve aprender para que, na próxima vez, não se volte a tirar negativa, não foram feitos. A única coisa a que assistimos é a acusações mútuas de copianço.
Acho que os eventos têm uma importância decisiva na animação da economia. E se vierem, seja lá por que razão for, 200.000 pessoas à cidade, isso é sem dúvida bom. Agora, seria bom que se pudesse aprender mais alguma coisa. Por exemplo, como é importante agilizar os processos para que os eventos menos mediáticos mas mais sustentáveis que outros querem desenvolver possam beneficiar com as lições que os diferentes responsáveis deveriam tirar para o seu funcionamento no dia a dia.
Utilizando uma comparação automobilística, as corridas servem de teste a soluções limites que só fazem sentido económico para as marcas que nelas participam se depois forem capazes de incorporar nos carros normais o que aprenderam nas pistas e assim beneficiarem todos os consumidores dessa marca.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Cristina Santos - "Exposição..."
"... aos candidatos políticos"
Caros amigos,
Nesta fase pré-eleitoral, acho que se mendigássemos a algum dos candidatos ao poder, um dinheiro e uma ajuda para obtermos linhas de metro subterrâneas que interligasse toda a Cidade, acho que éramos bem sucedidos.
Que acham de fazermos uma fundamentação com os objectivos que pretendíamos para a cidade em termos de mobilidade e apresentarmos aos candidatos, nomeadamente ao Sr. José Sócrates ou até ao Sr. Santana?
Para eles era bandeira politica e para nós investimento… devíamos aproveitar esta fase, a sério, existem probabilidades de o assunto tomar outras dimensões e obtermos mais investimento. Que acham?
Caros amigos,
Nesta fase pré-eleitoral, acho que se mendigássemos a algum dos candidatos ao poder, um dinheiro e uma ajuda para obtermos linhas de metro subterrâneas que interligasse toda a Cidade, acho que éramos bem sucedidos.
Que acham de fazermos uma fundamentação com os objectivos que pretendíamos para a cidade em termos de mobilidade e apresentarmos aos candidatos, nomeadamente ao Sr. José Sócrates ou até ao Sr. Santana?
Para eles era bandeira politica e para nós investimento… devíamos aproveitar esta fase, a sério, existem probabilidades de o assunto tomar outras dimensões e obtermos mais investimento. Que acham?
De: Emílio Campos - "Linha da Boavista"
Prezado Tiago Azevedo Fernandes,
Embora tardiamente as minhas sinceras felicitações pela iniciativa em realizar um encontro para discutir o interesse em que haja uma linha de Metro pela Av. da Boavista vinda de Matosinhos.
Quando o Prof. Oliveira Marques afirma que devem ser mais de 60 autocarros em cada sentido a percorrer a Avenida está a deturpar uma eventual verdade. Os tais 60 autocarros por hora (!) andam entre a Guerra Junqueira e Pinheiro Manso, Gomes da Costa e Antunes Guimarães.
Servem as milhares de pessoas que vivem em Ramalde, no Viso, nos vários bairros em Gomes da Costa, na Pasteleira, etc.etc. Para Matosinhos só segue a linha n.º19 com uma frequência de 4 por hora! Com o Metro naquela zona da Av. da Boavista os autocarros não têm por onde andar, não podem virar à esquerda e será o pandemónio que houve em tempos antes de em boa hora a C.M.P. ter criado o canal BUS entre Antunes Guimarães e Bessa Leite.
Uma alternativa para as pessoas que moram em Matosinhos seria um eléctrico rápido utilizando os muitos trilhos colocados quando da Porto 2001, que só precisam de ser unidos e que seguem actualmente, pela Foz, até ao Carmo ou até ao Infante.
Evidente que estou de acordo se isso for economicamente viável, a colocação ao centro da Av. da Boavista de um canal para eléctricos e autocarros, para já até à Rotunda da Boavista e mais tarde, quem sabe, até ao centro.
Gostaria de saber quando estará a circular o abaixo assinado contra o Metro de Superfície pela Av. da Boavista.
Os meus cumprimentos,
Emílio Herculano Costa de Azevedo Campos
ehcampos@eacampos.pt
Embora tardiamente as minhas sinceras felicitações pela iniciativa em realizar um encontro para discutir o interesse em que haja uma linha de Metro pela Av. da Boavista vinda de Matosinhos.
Quando o Prof. Oliveira Marques afirma que devem ser mais de 60 autocarros em cada sentido a percorrer a Avenida está a deturpar uma eventual verdade. Os tais 60 autocarros por hora (!) andam entre a Guerra Junqueira e Pinheiro Manso, Gomes da Costa e Antunes Guimarães.
Servem as milhares de pessoas que vivem em Ramalde, no Viso, nos vários bairros em Gomes da Costa, na Pasteleira, etc.etc. Para Matosinhos só segue a linha n.º19 com uma frequência de 4 por hora! Com o Metro naquela zona da Av. da Boavista os autocarros não têm por onde andar, não podem virar à esquerda e será o pandemónio que houve em tempos antes de em boa hora a C.M.P. ter criado o canal BUS entre Antunes Guimarães e Bessa Leite.
Uma alternativa para as pessoas que moram em Matosinhos seria um eléctrico rápido utilizando os muitos trilhos colocados quando da Porto 2001, que só precisam de ser unidos e que seguem actualmente, pela Foz, até ao Carmo ou até ao Infante.
Evidente que estou de acordo se isso for economicamente viável, a colocação ao centro da Av. da Boavista de um canal para eléctricos e autocarros, para já até à Rotunda da Boavista e mais tarde, quem sabe, até ao centro.
Gostaria de saber quando estará a circular o abaixo assinado contra o Metro de Superfície pela Av. da Boavista.
Os meus cumprimentos,
Emílio Herculano Costa de Azevedo Campos
ehcampos@eacampos.pt
De: Cristina Santos - "Circuito da Boavista"
As referências à requalificação da Avenida proposta pela CMP estão sempre associadas à linha laranja do metro. A requalificação tanto quanto se sabe visa isso mesmo, recuperar o espaço destinado ao eléctrico, para circulação do metro, transplantar as árvores para passeios a efectuar em basalto, fazer uma casinha de chá na rotunda, aliás naquele jardim que fica no meio de engarrafamento circular, reorganizar cruzamentos e tanto quanto sei a requalificação resume-se a isso - à adaptação ao novo meio de transporte, aproveitando para realizar a pavimentação das vias e novos passeios.
Ora é exactamente contra alguns destes factores que os participantes deste blog, muito mais habilitados que eu, apresentam as suas sugestões e propostas, contra a linha laranja e não contra o circuito (uma actividade ocasional).
Portanto se a requalificação tem que estar terminada até Maio, pode ser para preparar uma melhor recepção à corrida, mas em especial destina-se aos preparativos para a instalação da linha laranja, caso esta venha a ser realizada à superfície e de acordo com os actuais projectos, ou seja, se eventualmente não vier a surgir nenhum estudo ou parecer, ou até movimento que impeça essa realização.
Infelizmente começa a ser rotina adiantar obras antes de se obterem os devidos pareceres, mas é normal, e penso que doravante os empreiteiros deviam ir iniciando as suas obras, acreditando nos seus projectos, fazendo slides, invocando poupanças e depois da obra a meio é que obtinham licenciamento definitivo.
Bem mas isso não impedia de verem posteriormente os seus investimentos embargados ou demolidos…. pela CMP.
Se todos concordassem com a proposta do metro, linha laranja, estas acções 3/1 eram até sinónimo de grande orientação, o mal é que o projecto desta linha não está bem justificado, nem fundamentado com os pareceres exigidos, portanto por muito que nos queiram fazer acreditar – ainda não é definitivo.
Mas que a corrida é um evento dignificante, é sem dúvida, era óptimo que a nossa cidade tivesse uma disposição urbana contínua e agradável para os visitantes.
Era bom que da panorâmica os nossos turistas avistassem um centro histórico uniforme em conservação, o mar, o edifício transparente com uma tribuna, a Rua de Costa Cabral e outras devidamente pavimentadas, as ruas iluminadas…
Estas iniciativas promovem a cidade, não podem ser contrapostas.
Quanto aos visitantes poderem espezinhar o parque da cidade, não vamos por aí, ainda no outro dia se aumentou a equipa de cantoneiros, os promotores do evento com certeza financiam a limpeza, de resto não temos no parque seres vivos raros ou espécies protegidas, não exageremos.
A corrida merece um voto a favor, a intenção até pode ser as eleições ou a imposição da linha laranja, mas quanto a esta última acima da CMP existem entidades nacionais hierarquicamente superiores, não existe razão para oposição aos 200Km/hora, de maneira nenhuma.
Ora é exactamente contra alguns destes factores que os participantes deste blog, muito mais habilitados que eu, apresentam as suas sugestões e propostas, contra a linha laranja e não contra o circuito (uma actividade ocasional).
Portanto se a requalificação tem que estar terminada até Maio, pode ser para preparar uma melhor recepção à corrida, mas em especial destina-se aos preparativos para a instalação da linha laranja, caso esta venha a ser realizada à superfície e de acordo com os actuais projectos, ou seja, se eventualmente não vier a surgir nenhum estudo ou parecer, ou até movimento que impeça essa realização.
Infelizmente começa a ser rotina adiantar obras antes de se obterem os devidos pareceres, mas é normal, e penso que doravante os empreiteiros deviam ir iniciando as suas obras, acreditando nos seus projectos, fazendo slides, invocando poupanças e depois da obra a meio é que obtinham licenciamento definitivo.
Bem mas isso não impedia de verem posteriormente os seus investimentos embargados ou demolidos…. pela CMP.
Se todos concordassem com a proposta do metro, linha laranja, estas acções 3/1 eram até sinónimo de grande orientação, o mal é que o projecto desta linha não está bem justificado, nem fundamentado com os pareceres exigidos, portanto por muito que nos queiram fazer acreditar – ainda não é definitivo.
Mas que a corrida é um evento dignificante, é sem dúvida, era óptimo que a nossa cidade tivesse uma disposição urbana contínua e agradável para os visitantes.
Era bom que da panorâmica os nossos turistas avistassem um centro histórico uniforme em conservação, o mar, o edifício transparente com uma tribuna, a Rua de Costa Cabral e outras devidamente pavimentadas, as ruas iluminadas…
Estas iniciativas promovem a cidade, não podem ser contrapostas.
Quanto aos visitantes poderem espezinhar o parque da cidade, não vamos por aí, ainda no outro dia se aumentou a equipa de cantoneiros, os promotores do evento com certeza financiam a limpeza, de resto não temos no parque seres vivos raros ou espécies protegidas, não exageremos.
A corrida merece um voto a favor, a intenção até pode ser as eleições ou a imposição da linha laranja, mas quanto a esta última acima da CMP existem entidades nacionais hierarquicamente superiores, não existe razão para oposição aos 200Km/hora, de maneira nenhuma.
De: António Moreira - "Ainda as corridas"
Caro Sr. Carlos Gilbert
Cito:"Não tenho nada a ver com a organização do evento que trouxe aqui para o blog, nem de forma directa, nem indirecta."
A minha preocupação tinha apenas a ver com o facto de algumas das minhas observações o puderem, eventualmente, melindrar :-)
Também continuo a entender que há muitas questões que mereciam análise mais profunda.
A ver se mais alguém contribui, ou se o assunto morre por aqui.
Saudações e obrigado
Cito:"Não tenho nada a ver com a organização do evento que trouxe aqui para o blog, nem de forma directa, nem indirecta."
A minha preocupação tinha apenas a ver com o facto de algumas das minhas observações o puderem, eventualmente, melindrar :-)
Também continuo a entender que há muitas questões que mereciam análise mais profunda.
A ver se mais alguém contribui, ou se o assunto morre por aqui.
Saudações e obrigado
De: Carlos Gilbert - "Brincar às corridas..."
Caro engº António Moreira,
Não tenho nada a ver com a organização do evento que trouxe aqui para o blog, nem de forma directa, nem indirecta. Se reparar no que escrevi, verá que manifestei de forma clara a minha grande surpresa quando tomei conhecimento da organização do mesmo... e as reticências que coloquei quanto a alguns aspectos.
Quanto ao que escreve: "Não referiu (não reparou?) que dizem também "Assim, nas zonas em que mais se justificar, o piso será re-asfaltado e os trilhos dos eléctricos retirados."……. Pergunto eu, o tal novo viaduto para o Metro, não terá nada a ver com isto?......", dir-lhe-ei: claro que reparei. O que terá de ser reasfaltado será mais do que certo o troço da rua da Vilarinha entre a igreja de Aldoar e a Circunvalação. Quanto aos trilhos do eléctrico, parece-me óbvio que os irão retirar, uma vez que a empresa MP já veio dizer publicamente que os que estão colocados no viaduto existente não servem... No que diz quanto à reabilitação da avenida até Maio, a pergunta que coloca parece-me pertinente, mas - como disse de início - não sei se serei eu a pessoa mais qualificada para lhe responder. Há aqui neste blog membros bem mais qualificados que eu (arquitectos, promotores imobiliários, o próprio T.A.F.) para lhe poder dar respostas mais concretas. Eu só lhe posso dar a minha opinião pessoal (que, repito, continua a ser de uma certa incredulidade...), mas gostava de não ser exclusivamente eu a dar-lhe resposta a este respeito.
Cumprimentos,
C. Gilbert
Não tenho nada a ver com a organização do evento que trouxe aqui para o blog, nem de forma directa, nem indirecta. Se reparar no que escrevi, verá que manifestei de forma clara a minha grande surpresa quando tomei conhecimento da organização do mesmo... e as reticências que coloquei quanto a alguns aspectos.
Quanto ao que escreve: "Não referiu (não reparou?) que dizem também "Assim, nas zonas em que mais se justificar, o piso será re-asfaltado e os trilhos dos eléctricos retirados."……. Pergunto eu, o tal novo viaduto para o Metro, não terá nada a ver com isto?......", dir-lhe-ei: claro que reparei. O que terá de ser reasfaltado será mais do que certo o troço da rua da Vilarinha entre a igreja de Aldoar e a Circunvalação. Quanto aos trilhos do eléctrico, parece-me óbvio que os irão retirar, uma vez que a empresa MP já veio dizer publicamente que os que estão colocados no viaduto existente não servem... No que diz quanto à reabilitação da avenida até Maio, a pergunta que coloca parece-me pertinente, mas - como disse de início - não sei se serei eu a pessoa mais qualificada para lhe responder. Há aqui neste blog membros bem mais qualificados que eu (arquitectos, promotores imobiliários, o próprio T.A.F.) para lhe poder dar respostas mais concretas. Eu só lhe posso dar a minha opinião pessoal (que, repito, continua a ser de uma certa incredulidade...), mas gostava de não ser exclusivamente eu a dar-lhe resposta a este respeito.
Cumprimentos,
C. Gilbert
De: António Moreira - "Vamos brincar às corridas?"
Caro Sr. Carlos Gilbert
Sou visitante assíduo do site que referiu razão pela qual já conhecia o seu nome.
Não sei se estará de alguma forma directa ou indirecta a colaborar com os organizadores ou promotores deste evento, por isso desde já peço desculpas se de alguma forma as minhas opiniões o venham, eventualmente, a melindrar.
Sou também um grande aficionado pela história do automobilismo (não exactamente do automobilismo dito "histórico" que refere) e por isso, se compreendo perfeitamente o seu entusiasmo quanto a este evento, gostaria que, como eu, tentasse dar um passo atrás, de forma a analisar este assunto, sem paixão.
O que se passou em Vila Real foi um evento turístico/comercial no qual, aproveitando a inauguração de um centro comercial, se realizou uma exposição e desfile de alguns carros antigos, alguns dos quais com história de alguma forma relacionada com o circuito de Vila Real, o lançamento de um livro sobre a história do circuito e umas sessões de autógrafos com pilotos (nacionais e estrangeiros) que tinham corrido no circuito.
Podia ter sido melhor organizado, mas enfim, também não tinha grandes pretensões.
Esse evento apenas provocou algumas horas de transtorno à população, que, estou convencido, agradeceu esta oportunidade de reviver por algumas horas a memória dos tantos fins-de-semana de "glamour" e boas corridas, que o avanço civilizacional inexoravelmente fez terminar. Não foi necessário efectuar quaisquer obras ou alterações nos percursos, pois não se tratava de corridas.
A cidade de Vila Real nada sofreu.
O que estes senhores pretendem fazer no Porto é algo de completamente diferente, querem fazer corridas de automóveis, dentro da nossa cidade !!!!
Sabe com certeza que o tipo de viaturas previsto permitirá atingir velocidades muito acima dos 200 kmh em diversos locais do circuito (nomeadamente Av. Da Boavista e Circunvalação)
Está de certeza tão (se não mesmo mais) consciente que, para se conseguir atingir os níveis mínimos de segurança, para pilotos e espectadores, indispensáveis à autorização por entidades federativas internacionais para a realização de competições automóveis, mesmo se "históricos", num traçado como o que se pretende utilizar implicará certamente muito mais do que "a montagem/desmontagem de "rails triplos ou muros em cimento de um metro de altura, vedação de rede de arame dos dois lados da pista, com 2,5m de altura e com cabos horizontais em aço... bem como barreiras de pneus em zonas estratégicas" que refere.
Não referiu (não reparou?) que dizem também "Assim, nas zonas em que mais se justificar, o piso será re-asfaltado e os trilhos dos eléctricos retirados."…….
Pergunto eu, o tal novo viaduto para o Metro, não terá nada a ver com isto?......
Não referiu, como a CMP também não refere, o que irá ser feito em relação a passeios (existem larguras mínimas de pista a respeitar) e relativamente às árvores da Av. da Boavista e, eventualmente da Circunvalação). Será que sendo por causa do Metro não se podem abater as árvores, mas se for para as corridas já se pode?
E o facto da CMP afirmar que o projecto de requalificação da Av. da Boavista ter que estar concluído até Maio, no que se refere à parte a utilizar nas corridas, ou seja entre a rotunda do Castelo do Queijo e a entrada nascente do Parque da Cidade?
Então isto não deve ser discutido?
Ou já está tudo decidido?
Repetindo as perguntas da minha intervenção anterior:
Que requalificação da Av. da Boavista é essa, que tem que estar pronta até Maio?
Já foi tudo discutido e decidido?
Já há projectos, já houve concursos públicos para adjudicação das obras?
E na Av. do Parque da Cidade, o que vai ser feito?
E na Rua da Vilarinha e na Circunvalação?
E já agora, será que dos tais 200 mil espectadores esperados (fonte CMP) alguns não irão contribuir para espezinhar o Parque da Cidade, ou será que, como é costume, "está tudo previsto"?
O que vai ser feito para proteger o Parque da Cidade?
Eu peço novamente desculpa, mas entendo que estes assuntos devem ser discutidos e parece-me que não o estão a ser….
Parece-me que muitas pessoas levadas por um entusiasmo ou paixão por "automobilismo histórico" (que em grande medida partilho) estão dispostas a "fechar os olhos" ao óbvio:
Trata-se de um evento que pouco ultrapassará uma mera iniciativa de campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas.
O facto de o actual presidente da CMP "gostar muito de corridas de automóveis desde pequenino" não justifica que venha "brincar com os carrinhos" para a Nossa Cidade.
A argumentação pretensamente histórica que tem vindo a ser utilizada revela, sobretudo, um grande desconhecimento (inúmeros exemplos se poderiam apresentar mas não é este o fórum adequado para tal).
A utilidade turística do evento é, em meu entender, mais do que discutível.
O pretensiosismo de eventuais comparações com o Circuito do Mónaco ou mesmo com os eventos realizados em Goodwood revelam apenas ignorância e provincianismo, senão pior.
Espero ter lançado mais achas para a fogueira.
Entendo que este assunto deve ser discutido, ainda há tempo mas já não é muito
Obrigado
Sou visitante assíduo do site que referiu razão pela qual já conhecia o seu nome.
Não sei se estará de alguma forma directa ou indirecta a colaborar com os organizadores ou promotores deste evento, por isso desde já peço desculpas se de alguma forma as minhas opiniões o venham, eventualmente, a melindrar.
Sou também um grande aficionado pela história do automobilismo (não exactamente do automobilismo dito "histórico" que refere) e por isso, se compreendo perfeitamente o seu entusiasmo quanto a este evento, gostaria que, como eu, tentasse dar um passo atrás, de forma a analisar este assunto, sem paixão.
O que se passou em Vila Real foi um evento turístico/comercial no qual, aproveitando a inauguração de um centro comercial, se realizou uma exposição e desfile de alguns carros antigos, alguns dos quais com história de alguma forma relacionada com o circuito de Vila Real, o lançamento de um livro sobre a história do circuito e umas sessões de autógrafos com pilotos (nacionais e estrangeiros) que tinham corrido no circuito.
Podia ter sido melhor organizado, mas enfim, também não tinha grandes pretensões.
Esse evento apenas provocou algumas horas de transtorno à população, que, estou convencido, agradeceu esta oportunidade de reviver por algumas horas a memória dos tantos fins-de-semana de "glamour" e boas corridas, que o avanço civilizacional inexoravelmente fez terminar. Não foi necessário efectuar quaisquer obras ou alterações nos percursos, pois não se tratava de corridas.
A cidade de Vila Real nada sofreu.
O que estes senhores pretendem fazer no Porto é algo de completamente diferente, querem fazer corridas de automóveis, dentro da nossa cidade !!!!
Sabe com certeza que o tipo de viaturas previsto permitirá atingir velocidades muito acima dos 200 kmh em diversos locais do circuito (nomeadamente Av. Da Boavista e Circunvalação)
Está de certeza tão (se não mesmo mais) consciente que, para se conseguir atingir os níveis mínimos de segurança, para pilotos e espectadores, indispensáveis à autorização por entidades federativas internacionais para a realização de competições automóveis, mesmo se "históricos", num traçado como o que se pretende utilizar implicará certamente muito mais do que "a montagem/desmontagem de "rails triplos ou muros em cimento de um metro de altura, vedação de rede de arame dos dois lados da pista, com 2,5m de altura e com cabos horizontais em aço... bem como barreiras de pneus em zonas estratégicas" que refere.
Não referiu (não reparou?) que dizem também "Assim, nas zonas em que mais se justificar, o piso será re-asfaltado e os trilhos dos eléctricos retirados."…….
Pergunto eu, o tal novo viaduto para o Metro, não terá nada a ver com isto?......
Não referiu, como a CMP também não refere, o que irá ser feito em relação a passeios (existem larguras mínimas de pista a respeitar) e relativamente às árvores da Av. da Boavista e, eventualmente da Circunvalação). Será que sendo por causa do Metro não se podem abater as árvores, mas se for para as corridas já se pode?
E o facto da CMP afirmar que o projecto de requalificação da Av. da Boavista ter que estar concluído até Maio, no que se refere à parte a utilizar nas corridas, ou seja entre a rotunda do Castelo do Queijo e a entrada nascente do Parque da Cidade?
Então isto não deve ser discutido?
Ou já está tudo decidido?
Repetindo as perguntas da minha intervenção anterior:
Que requalificação da Av. da Boavista é essa, que tem que estar pronta até Maio?
Já foi tudo discutido e decidido?
Já há projectos, já houve concursos públicos para adjudicação das obras?
E na Av. do Parque da Cidade, o que vai ser feito?
E na Rua da Vilarinha e na Circunvalação?
E já agora, será que dos tais 200 mil espectadores esperados (fonte CMP) alguns não irão contribuir para espezinhar o Parque da Cidade, ou será que, como é costume, "está tudo previsto"?
O que vai ser feito para proteger o Parque da Cidade?
Eu peço novamente desculpa, mas entendo que estes assuntos devem ser discutidos e parece-me que não o estão a ser….
Parece-me que muitas pessoas levadas por um entusiasmo ou paixão por "automobilismo histórico" (que em grande medida partilho) estão dispostas a "fechar os olhos" ao óbvio:
Trata-se de um evento que pouco ultrapassará uma mera iniciativa de campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas.
O facto de o actual presidente da CMP "gostar muito de corridas de automóveis desde pequenino" não justifica que venha "brincar com os carrinhos" para a Nossa Cidade.
A argumentação pretensamente histórica que tem vindo a ser utilizada revela, sobretudo, um grande desconhecimento (inúmeros exemplos se poderiam apresentar mas não é este o fórum adequado para tal).
A utilidade turística do evento é, em meu entender, mais do que discutível.
O pretensiosismo de eventuais comparações com o Circuito do Mónaco ou mesmo com os eventos realizados em Goodwood revelam apenas ignorância e provincianismo, senão pior.
Espero ter lançado mais achas para a fogueira.
Entendo que este assunto deve ser discutido, ainda há tempo mas já não é muito
Obrigado
De: TAF - "Sexta-feira"
A propósito deste comentário do Francisco, ainda está online o fórum do PDM promovido em 2003 pela Câmara. Vale a pena ler os posts dele sobre os mecanismos de perequação. "A Baixa do Porto" surgiu quando a autarquia desistiu de "experiências de debate" e encerrou de vez esse fórum... Antes disso ainda houve uma troca engraçada de mensagens com Rui Rio num dia em que ele reservou algum tempo para responder a perguntas.
- Casa da Música: Festival de Abertura
- "O primeiro andamento de uma grande sinfonia"
- Dez dias repletos de música variada celebram abertura da Casa da Música
- Fundação e Cartaz de Abertura em Dia Cheio para a Casa da Música
- Estado assumiu passivo da Casa da Música
- Criada a Fundação da Casa da Música
- O Palácio do Freixo
- Palácio e museu acolhem pousada
- Villa Bessa: Reclamação ao PDM entregue ontem
- Andante já chegou a Valbom
- Autocarros da Gondomarense aderem ao Andante em Valbom
- Linhas da Trofa e da Póvoa com mais estacionamento junto às estações
- SRUs e RGEU - opinião de Manuel Correia Fernandes
- Casa da Música: Festival de Abertura
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- Villa Bessa: Reclamação ao PDM entregue ontem
- Andante já chegou a Valbom
- Autocarros da Gondomarense aderem ao Andante em Valbom
- Linhas da Trofa e da Póvoa com mais estacionamento junto às estações
- SRUs e RGEU - opinião de Manuel Correia Fernandes
2005/01/20
De: Carlos Gilbert - "Preocupações devido ao..."
"... Circuito da Boavista"
Caro Engº António Moreira,
Vem levantar uma questão que nem sei se serei eu a pessoa mais indicada para lhe responder... Porque sou a 100% um "aficionado" do automobilismo dito "histórico"! A primeira prova de competição que vi na minha vida foi precisamente um dos «GP do Porto», aquele em que correu o von Trips e a Maria Teresa de Filippis, tinha eu 10 anos... Depois, a partir de 1966, tornei-me "viciado" em provas de automobilismo, e o resultado poderá ver no seguinte site: http://sportscargt.com.sapo.pt/index.htm , no sub-capítulo "GT & P". Por conseguinte, quando soube que ia haver uma reedição do "Circuito da Boavista", primeiro nem quis acreditar! Pareceu-me algo de impossível de concretizar... Mas, depois do que vimos em Vila Real (sim, também lá estive...), comecei a acreditar que iria ser possível incluir a nossa cidade do Porto no circuito europeu de competições de automóveis históricos. Com uma característica: o Porto tem o seu antigo circuito intacto mais ou menos a 90%! E é sabido como são hoje-em-dia raros os circuitos citadinos de outrora!
É evidente que um projecto desta envergadura vai causar incómodos a todos os que vivem na zona do circuito, sobretudo quando passados tantos anos se perdeu a "tradição" das corridas aqui no Porto. E é também credível que se pergunte se corridas "a sério" serão exequíveis, como pergunta, e se desfiles mais ou menos "em ritmo de competição" não poderiam ser suficientes. Claro que me tenho questionado tudo isto desde que tomei conhecimento do projecto, sobretudo como se vai fazer passar os bólides pela estreita rua da Vilarinha, e como irá ser a montagem/desmontagem de "rails triplos ou muros em cimento de um metro de altura, vedação de rede de arame dos dois lados da pista, com 2,5m de altura e com cabos horizontais em aço... bem como barreiras de pneus em zonas estratégicas", como vem descrito na revista "Porto sempre" nº7, pág. 13 (da C.M.P.), pois se no Mónaco a cidade está habituada a este "circo" todos os anos (por ocasião do "Grand Prix" de F1, e uma semana antes pelo "GP de F1 Históricos"), aqui no Porto a coisa é bem diferente...
Do ponto-de-vista turístico, o evento promete enorme sucesso. Se houver por trás disto uma estratégia de fazer doravante incluir a nossa cidade todos os anos (ou de dois em dois) nos eventos anuais de "Grand Prix" históricos, é de saudar. Por parte de quem gostar de automobilismo, claro. Vamos a ver como a cidade em si responde à ideia...
C. Gilbert
Caro Engº António Moreira,
Vem levantar uma questão que nem sei se serei eu a pessoa mais indicada para lhe responder... Porque sou a 100% um "aficionado" do automobilismo dito "histórico"! A primeira prova de competição que vi na minha vida foi precisamente um dos «GP do Porto», aquele em que correu o von Trips e a Maria Teresa de Filippis, tinha eu 10 anos... Depois, a partir de 1966, tornei-me "viciado" em provas de automobilismo, e o resultado poderá ver no seguinte site: http://sportscargt.com.sapo.pt/index.htm , no sub-capítulo "GT & P". Por conseguinte, quando soube que ia haver uma reedição do "Circuito da Boavista", primeiro nem quis acreditar! Pareceu-me algo de impossível de concretizar... Mas, depois do que vimos em Vila Real (sim, também lá estive...), comecei a acreditar que iria ser possível incluir a nossa cidade do Porto no circuito europeu de competições de automóveis históricos. Com uma característica: o Porto tem o seu antigo circuito intacto mais ou menos a 90%! E é sabido como são hoje-em-dia raros os circuitos citadinos de outrora!
É evidente que um projecto desta envergadura vai causar incómodos a todos os que vivem na zona do circuito, sobretudo quando passados tantos anos se perdeu a "tradição" das corridas aqui no Porto. E é também credível que se pergunte se corridas "a sério" serão exequíveis, como pergunta, e se desfiles mais ou menos "em ritmo de competição" não poderiam ser suficientes. Claro que me tenho questionado tudo isto desde que tomei conhecimento do projecto, sobretudo como se vai fazer passar os bólides pela estreita rua da Vilarinha, e como irá ser a montagem/desmontagem de "rails triplos ou muros em cimento de um metro de altura, vedação de rede de arame dos dois lados da pista, com 2,5m de altura e com cabos horizontais em aço... bem como barreiras de pneus em zonas estratégicas", como vem descrito na revista "Porto sempre" nº7, pág. 13 (da C.M.P.), pois se no Mónaco a cidade está habituada a este "circo" todos os anos (por ocasião do "Grand Prix" de F1, e uma semana antes pelo "GP de F1 Históricos"), aqui no Porto a coisa é bem diferente...
Do ponto-de-vista turístico, o evento promete enorme sucesso. Se houver por trás disto uma estratégia de fazer doravante incluir a nossa cidade todos os anos (ou de dois em dois) nos eventos anuais de "Grand Prix" históricos, é de saudar. Por parte de quem gostar de automobilismo, claro. Vamos a ver como a cidade em si responde à ideia...
C. Gilbert
De: F. Rocha Antunes - "Último dia"
(Actualizado com apontadores)
Meus Caros,
Para não pensarem que os velhos hábitos morrem depressa, cá venho eu, no último dia do prazo da terceira discussão pública do PDM do Porto falar sobre o assunto.
Como acho que sobre este assunto já está dito o essencial, vou apenas referir algumas das alterações que se verificaram entre a anterior versão do Regulamento e da actual, para além das já conhecidas e públicas (capacidade de construção atribuída pela Assembleia Municipal aos terrenos do Boavista (esta nossa capacidade inventiva não tem mesmo limites) e a desclassificação do Bairro da Fábrica da Areosa).
A primeira é a introdução de um novo e importante ponto no preâmbulo do Regulamento, no Capítulo IV, que diz que, “para facilitar a execução do Plano e regular o mercado de terrenos, o Município deve constituir reservas de solo.”
Se a primeira parte da intenção ainda passa, isto é, para facilitar a execução do Plano, por ser necessário para a execução dos mecanismos de perequação que a lei obriga, já a segunda parte, a de regular o mercado de terrenos, é uma intenção que não tem qualquer cabimento. A Câmara do Porto, como qualquer câmara, já dispõe de mecanismos mais do que suficientes para intervir no valor dos terrenos, e por essa via no mercado dos mesmos. Esta ideia de constituir reservas de solo com essa intenção terá que vir a ser muito melhor explicada.
Depois, são feitas uma série de alterações que se destinaram a permitir que, nomeadamente na zona histórica, o regulamento seja exequível. Boa ideia.
Verificou-se uma clarificação e simplificação na definição das áreas verdes, e uma distinção nova entre as áreas com interesse urbanístico e arquitectónico e os imóveis de interesse patrimonial. Ficou melhor arrumado.
Na parte da definição dos sistemas de transporte e de mobilidade há uma redefinição, mais exaustiva desta vez, da Rede Ferroviária Ultraligeira (o eléctrico que ninguém quer, digo eu) a implantar na cidade. Houve também uns acertos nas definições das condições em que a criação de diferentes tipos de estacionamento é obrigatória.
Na definição do SIM – sistema que vai dar direitos de construção transferíveis a quem investir na Baixa há uma clarificação do que é a protecção dos direitos dos residentes (isto aplica-se especialmente nas operações de reabilitação) em que se regula que deverá ser afecto um rácio mínimo de 10% a habitação a custos controladas nas unidades mais carenciadas. Se não for aplicado indiscriminadamente, ou seja, se não for imposto aonde já não havia residentes, parece-me bem.
Também importante é a introdução de uma nova alínea no artigo em que se define o âmbito dos critérios de perequação, tornado evidente uma obrigação que a Lei já impunha que é a de que todos os planos municipais que se vierem definir terão, eles também, que prever mecanismos de perequação. (sobre este palavrão já aqui escrevi alguma coisas. Se o Tiago fora capaz de localizar os post’s não era pior...)
No seguimento disso, criam-se as excepções aos índices médios de utilização e de cedência média para as duas UOPG’s dos dois grandes parques, o Ocidental (ou da Cidade) e o Oriental. Perfeitamente adequado, dado predominar o verde.
São feitos alguns acertos na definição das UOPG’s (Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – no fundo, bocados da cidade que serão sujeitos a operações urbanísticas próprias, dada a sua relevância ou dimensão):
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
--
Nota de TAF: Os posts sobre a perequação não foram aqui no blog, mas sim no fórum da Câmara que o antecedeu e ainda está online neste endereço. Já acrescentei o link directo acima também.
Meus Caros,
Para não pensarem que os velhos hábitos morrem depressa, cá venho eu, no último dia do prazo da terceira discussão pública do PDM do Porto falar sobre o assunto.
Como acho que sobre este assunto já está dito o essencial, vou apenas referir algumas das alterações que se verificaram entre a anterior versão do Regulamento e da actual, para além das já conhecidas e públicas (capacidade de construção atribuída pela Assembleia Municipal aos terrenos do Boavista (esta nossa capacidade inventiva não tem mesmo limites) e a desclassificação do Bairro da Fábrica da Areosa).
A primeira é a introdução de um novo e importante ponto no preâmbulo do Regulamento, no Capítulo IV, que diz que, “para facilitar a execução do Plano e regular o mercado de terrenos, o Município deve constituir reservas de solo.”
Se a primeira parte da intenção ainda passa, isto é, para facilitar a execução do Plano, por ser necessário para a execução dos mecanismos de perequação que a lei obriga, já a segunda parte, a de regular o mercado de terrenos, é uma intenção que não tem qualquer cabimento. A Câmara do Porto, como qualquer câmara, já dispõe de mecanismos mais do que suficientes para intervir no valor dos terrenos, e por essa via no mercado dos mesmos. Esta ideia de constituir reservas de solo com essa intenção terá que vir a ser muito melhor explicada.
Depois, são feitas uma série de alterações que se destinaram a permitir que, nomeadamente na zona histórica, o regulamento seja exequível. Boa ideia.
Verificou-se uma clarificação e simplificação na definição das áreas verdes, e uma distinção nova entre as áreas com interesse urbanístico e arquitectónico e os imóveis de interesse patrimonial. Ficou melhor arrumado.
Na parte da definição dos sistemas de transporte e de mobilidade há uma redefinição, mais exaustiva desta vez, da Rede Ferroviária Ultraligeira (o eléctrico que ninguém quer, digo eu) a implantar na cidade. Houve também uns acertos nas definições das condições em que a criação de diferentes tipos de estacionamento é obrigatória.
Na definição do SIM – sistema que vai dar direitos de construção transferíveis a quem investir na Baixa há uma clarificação do que é a protecção dos direitos dos residentes (isto aplica-se especialmente nas operações de reabilitação) em que se regula que deverá ser afecto um rácio mínimo de 10% a habitação a custos controladas nas unidades mais carenciadas. Se não for aplicado indiscriminadamente, ou seja, se não for imposto aonde já não havia residentes, parece-me bem.
Também importante é a introdução de uma nova alínea no artigo em que se define o âmbito dos critérios de perequação, tornado evidente uma obrigação que a Lei já impunha que é a de que todos os planos municipais que se vierem definir terão, eles também, que prever mecanismos de perequação. (sobre este palavrão já aqui escrevi alguma coisas. Se o Tiago fora capaz de localizar os post’s não era pior...)
No seguimento disso, criam-se as excepções aos índices médios de utilização e de cedência média para as duas UOPG’s dos dois grandes parques, o Ocidental (ou da Cidade) e o Oriental. Perfeitamente adequado, dado predominar o verde.
São feitos alguns acertos na definição das UOPG’s (Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – no fundo, bocados da cidade que serão sujeitos a operações urbanísticas próprias, dada a sua relevância ou dimensão):
- Baixou-se o índice bruto da Área Empresarial do Porto de 3,0 para 2,8
- Efectuaram-se algumas alterações ao texto em que se definem os parâmetros urbanísticos do Parque Ocidental
- Reescrevem-se as definições de várias UOPG’s na área do ambiente (Dr Rui Sá oblige, parece-me)
- Confere-se à UOPG do Parque Oriental um índice bruto de construção máximo de 0,8, o que indica uma ideia de deixar construir de forma a financiar o desenvolvimento do Parque (as voltas que o mundo dá…)
- É redefinida a UOPG 24, que passará a ter como objectivo a deslocação das unidades fabris de curtumes, passando a dispor de um índice de construção de 1,2
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
--
Nota de TAF: Os posts sobre a perequação não foram aqui no blog, mas sim no fórum da Câmara que o antecedeu e ainda está online neste endereço. Já acrescentei o link directo acima também.
De: António Moreira - "Grande Prémio do Porto..."
"... - Vamos brincar às corridas, ou ?"
Exmos Senhores
Tomei conhecimento deste Blog apenas há dias, pesquisando sobre Metro na Boavista.
Li um grande número de opiniões aqui expressas (não todas) e, no geral, fiquei muito satisfeito com o grau de correcção com que as opiniões são expressas bem como com o nível de fundamentação que a maioria dos intervenientes demonstra.
É assim um bocado assustador escrever aqui, pela primeira vez, ainda por cima consciente da minha falta de preparação quanto às matérias aqui debatidas, não tendo qualquer formação em áreas de arquitectura, urbanismo, jurídicas ou outras relevantes a uma eficaz fundamentação das minhas opiniões, pelo que peço desde já desculpa.
Tenho isso sim, como todos os que aqui contribuem, uma grande preocupação quanto ao que se faz, não faz ou pode fazer à nossa cidade, ou seja, fundamentalmente à nossa qualidade de vida enquanto cidadãos do Porto.
Tenho também, como penso que todos os que aqui opinam, a consciência que é já tempo de os cidadãos intervirem activamente, nem que seja opinando, como forma de tentar criar alguma consciência aos que detêm o poder, que esse poder conquistado legitimamente (?) nas urnas eleitorais, não pode nem deve ser absoluto, não pode nem deve ser impune.
Sendo morador da zona afectada, positiva e/ou negativamente, pela construção, ou não, da linha de Metro da Boavista, tenho sentimentos divididos quanto a esse projecto, ou seja, anseio pelas suas vantagens, receio pelas suas consequências, não vou assim entrar, por agora, nesse debate, dado que em nada contribuiria para ele.
Gostaria isso sim de abrir um outro debate, talvez relacionado, que, estranhamente tem estado alheado destas discussões, o projectado Grande Prémio do Porto, a realizar já em Julho.
Então como é?
As obras e alterações necessárias à realização deste evento não são objecto de discussão?
Vão se retirar apenas alguns paralelos e trilhos do eléctrico (na Rotunda do Castelo do Queijo, Praça Cidade de Salvador e Viaduto do Parque da Cidade) ou vai-se já aproveitar para abater as árvores da Av. da Boavista que assim o assunto já fica adiantado?
Que requalificação da Av. da Boavista é essa, que tem que estar pronta até Maio?
Já foi tudo discutido e decidido?
Já há projectos, já houve concursos públicos para adjudicação das obras?
E na Av. do Parque da Cidade, o que vai ser feito?
E na Rua da Vilarinha e na Circunvalação?
Eu faço estas perguntas realmente porque não sei, se calhar até está tudo certo…. Mas, por favor, se alguém souber, esclareça, se mais alguém estiver preocupado então acho que vale a pena discutir, que o tempo já é pouco.
E já agora, será que dos tais 200 mil espectadores esperados (fonte CMP) alguns não irão contribuir para espezinhar o Parque da Cidade, ou será que, como é costume, "está tudo previsto"?
Peço desculpa se este assunto não é de interesse, mas Eu até gosto imenso de automóveis, principalmente clássicos, fui, em Outubro passado a Vila Real, assistir ao "revival" onde apenas houve desfile das viaturas, pelo que resta do circuito original. O trânsito foi cortado umas horas, mas não foi cometido nenhum atentado contra a Cidade.
Estaria de acordo que o mesmo fosse feito no Porto, o que até permitiria utilizar o traçado verdadeiro do Circuito da Boavista em vez de inventar uma alternativa à volta do Parque da Cidade.
Agora corridas dentro da cidade? Com as obras e adaptações que terão que ser feitas para que se possam realizar as corridas de acordo com os critérios de segurança exigíveis para tal?
As vossas opiniões por favor.
Melhores cumprimentos
António Moreira (blimpe@gmail.com)
Engenheiro
Exmos Senhores
Tomei conhecimento deste Blog apenas há dias, pesquisando sobre Metro na Boavista.
Li um grande número de opiniões aqui expressas (não todas) e, no geral, fiquei muito satisfeito com o grau de correcção com que as opiniões são expressas bem como com o nível de fundamentação que a maioria dos intervenientes demonstra.
É assim um bocado assustador escrever aqui, pela primeira vez, ainda por cima consciente da minha falta de preparação quanto às matérias aqui debatidas, não tendo qualquer formação em áreas de arquitectura, urbanismo, jurídicas ou outras relevantes a uma eficaz fundamentação das minhas opiniões, pelo que peço desde já desculpa.
Tenho isso sim, como todos os que aqui contribuem, uma grande preocupação quanto ao que se faz, não faz ou pode fazer à nossa cidade, ou seja, fundamentalmente à nossa qualidade de vida enquanto cidadãos do Porto.
Tenho também, como penso que todos os que aqui opinam, a consciência que é já tempo de os cidadãos intervirem activamente, nem que seja opinando, como forma de tentar criar alguma consciência aos que detêm o poder, que esse poder conquistado legitimamente (?) nas urnas eleitorais, não pode nem deve ser absoluto, não pode nem deve ser impune.
Sendo morador da zona afectada, positiva e/ou negativamente, pela construção, ou não, da linha de Metro da Boavista, tenho sentimentos divididos quanto a esse projecto, ou seja, anseio pelas suas vantagens, receio pelas suas consequências, não vou assim entrar, por agora, nesse debate, dado que em nada contribuiria para ele.
Gostaria isso sim de abrir um outro debate, talvez relacionado, que, estranhamente tem estado alheado destas discussões, o projectado Grande Prémio do Porto, a realizar já em Julho.
Então como é?
As obras e alterações necessárias à realização deste evento não são objecto de discussão?
Vão se retirar apenas alguns paralelos e trilhos do eléctrico (na Rotunda do Castelo do Queijo, Praça Cidade de Salvador e Viaduto do Parque da Cidade) ou vai-se já aproveitar para abater as árvores da Av. da Boavista que assim o assunto já fica adiantado?
Que requalificação da Av. da Boavista é essa, que tem que estar pronta até Maio?
Já foi tudo discutido e decidido?
Já há projectos, já houve concursos públicos para adjudicação das obras?
E na Av. do Parque da Cidade, o que vai ser feito?
E na Rua da Vilarinha e na Circunvalação?
Eu faço estas perguntas realmente porque não sei, se calhar até está tudo certo…. Mas, por favor, se alguém souber, esclareça, se mais alguém estiver preocupado então acho que vale a pena discutir, que o tempo já é pouco.
E já agora, será que dos tais 200 mil espectadores esperados (fonte CMP) alguns não irão contribuir para espezinhar o Parque da Cidade, ou será que, como é costume, "está tudo previsto"?
Peço desculpa se este assunto não é de interesse, mas Eu até gosto imenso de automóveis, principalmente clássicos, fui, em Outubro passado a Vila Real, assistir ao "revival" onde apenas houve desfile das viaturas, pelo que resta do circuito original. O trânsito foi cortado umas horas, mas não foi cometido nenhum atentado contra a Cidade.
Estaria de acordo que o mesmo fosse feito no Porto, o que até permitiria utilizar o traçado verdadeiro do Circuito da Boavista em vez de inventar uma alternativa à volta do Parque da Cidade.
Agora corridas dentro da cidade? Com as obras e adaptações que terão que ser feitas para que se possam realizar as corridas de acordo com os critérios de segurança exigíveis para tal?
As vossas opiniões por favor.
Melhores cumprimentos
António Moreira (blimpe@gmail.com)
Engenheiro
De: TAF - "Ainda a «Griffe»"
Retomando a opinião de Alexandre Burmester sobre o "Urbanismo de Griffe", aproveito para lembrar o problema da dimensão das equipas de trabalho nacionais.
Em Portugal há o hábito generalizado de considerar que conseguimos fazer tudo com recursos muito limitados. Porque somos bons quando queremos, por causa da velha tradição de que nos conseguimos desenrascar como ninguém (será uma questão genética, provavelmente...), etc., etc. Por isso, quando temos problemas urbanísticos complicados ou polémicos recorremos a Siza Vieira ou Souto Moura, arquitectos de merecido prestígio mundial, a quem é confiada a missão impossível de salvar a situação, de preferência depressa. E o mal é que pelos vistos eles aceitam a tarefa...
Mas será que as suas equipas têm a capacidade de resposta adequada à envergadura e diversidade dos projectos que assumem? Quando vemos as verdadeiras "fábricas de arquitectura" de Norman Foster ou Renzo Piano, com centenas de colaboradores e uma impressionante rede de parcerias especializadas, estaremos a falar de algo minimamente comparável aos gabinetes das nossas vedetas nacionais? É que se os problemas são complexos é preciso ter recursos para os resolver e "know-how acumulado na casa" que minimize erros! Depois o barato sai muito caro... Eu vejo gabinetes portugueses fazerem construção de raíz e recuperações, museus, estádios de futebol, Metros, habitação, escritórios, planeamento urbanístico, tudo um pouco... E aparentemente com pouca gente. Sou eu que estou mal informado?
Mas apesar de tudo o problema principal ainda reside no cliente: sem objectivos claros e uma especificação sensata, não há equipa de profissionais que faça milagres.
Em Portugal há o hábito generalizado de considerar que conseguimos fazer tudo com recursos muito limitados. Porque somos bons quando queremos, por causa da velha tradição de que nos conseguimos desenrascar como ninguém (será uma questão genética, provavelmente...), etc., etc. Por isso, quando temos problemas urbanísticos complicados ou polémicos recorremos a Siza Vieira ou Souto Moura, arquitectos de merecido prestígio mundial, a quem é confiada a missão impossível de salvar a situação, de preferência depressa. E o mal é que pelos vistos eles aceitam a tarefa...
Mas será que as suas equipas têm a capacidade de resposta adequada à envergadura e diversidade dos projectos que assumem? Quando vemos as verdadeiras "fábricas de arquitectura" de Norman Foster ou Renzo Piano, com centenas de colaboradores e uma impressionante rede de parcerias especializadas, estaremos a falar de algo minimamente comparável aos gabinetes das nossas vedetas nacionais? É que se os problemas são complexos é preciso ter recursos para os resolver e "know-how acumulado na casa" que minimize erros! Depois o barato sai muito caro... Eu vejo gabinetes portugueses fazerem construção de raíz e recuperações, museus, estádios de futebol, Metros, habitação, escritórios, planeamento urbanístico, tudo um pouco... E aparentemente com pouca gente. Sou eu que estou mal informado?
Mas apesar de tudo o problema principal ainda reside no cliente: sem objectivos claros e uma especificação sensata, não há equipa de profissionais que faça milagres.
De: TAF - "Pedido à Metro do Porto"
Será possível disponibilizarem uma planta do Porto com as linhas de Metro desenhadas em cima? Era útil para percebermos melhor tudo isto, pois o esquema disponível online não é suficiente. Obrigado desde já.
De: Carlos Gilbert - "Narciso Miranda..."
"... e o Metro da Boavista"
Na edição de hoje do JN (pág. 26), o edil de Matosinhos manifesta-se negativamente sobre a recente "Tertúlia" que tivemos sobre este assunto, e cito: "acusando os "opositores" do projecto de terem uma visão "redutora" e "paroquial" sobre um assunto que deve ser olhado numa "perspectiva metropolitana". O autarca lembra que a linha é muito importante para a ligação Leça da Palmeira, Matosinhos e Porto e, posteriormente para Gondomar. Aliàs, frisou, "a linha passou a chamar-se Matosinhos-Boavista por alguma razão". Além do mais, a referida linha é necessária para "retirar clientes de Matosinhos da Senhora da Hora", disse, referindo-se ao previsível estrangulamento que poderá ocorrer no troço Senhora da Hora com o encontro de quatro linhas do metro".
Se bem que tenha em mente o recente conselho de F. Rocha Antunes (para nos refrearmos e não começarmos a teclar logo que algo nos venha à ideia) não posso de deixar um comentário deste calibre passar sem resposta (o tal contraditório...). Pois, Senhor Narciso Miranda, como aqui já ficou dito, será mesmo credível que os passageiros da zona matosinhense, tendo à sua escolha duas linhas para a Baixa portuense, uma directa via Senhora da Hora e outra bem mais longa, via Av. da Boavista e tendo de utilizar um túnel pedonal de mais de duzentos metros para retomar uma composição vinda da Senhora da Hora, optem por esta última hipótese? V. Exª, permita a pergunta de alguém com "visão paroquial" (a expressão é sua...), pesou bem as suas palavras antes de as proferir? Por acaso reparou que a maioria dos críticos da "linha da Boavista" centram as suas objecções no facto de esta ser planeada para o Metro, preferindo antes uma versão de "eléctrico-rápido"? Tal como agora a tutela re-equaciona a opção para as composições para circularem na "linha da Póvoa" e se passa (tardiamente, mas vá lá...) para o "tram-train", não será permitido a diversos cidadãos colocarem dúvidas sobre projectos que irão custar dezenas de milhões de Euros? Saberá V. Exª o que significa a sugestão de se pensar no futuro do "Metro do Porto" como se de um "código de open-source" se tratasse? Talvez seja linguagem demasiado "paroquiana", quem sabe?
Tendo este simples cidadão que subscreve o presente texto começado a pensar no metro no Grande Porto logo que o Dr. Fernando Gomes começou a tornar públicas as suas ideias, e tendo tido diversos textos de opinião publicados ao longo de vários anos no "Público" (um dos quais a rebater a estranha ideia de V. Exª de pretender fazer passar por Matosinhos a linha para o aeroporto!) deixe-me dizer o que seria uma hipótese passível de ser equacionada:
Ligar-se Matosinhos-Sul via Boavista à Rotunda, mas com composições mais ligeiras que o Metro (como aqui já sugerido por diversos membros do blog, e igualmente proposto pelo "grupo de cidadãos" liderado pelo Dr. Macedo Pinto), passar o traçado para o sub-solo na subida da Fonte da Moura ou, devido ao desnivelamento da VCI, na subida para a zona do Bessa e fazê-lo terminar - nesta primeira fase - num grande "interface" a construir na zona da antiga estação da CP da Boavista. Desta partiria um dia a linha (de Metro) ligando às Devezas e a outras zonas de Gaia, bem como outra - subterrânea também- com destino à Baixa do Porto, mas passando pelas zonas da Cedofeita, Largo dos Leões, Praça D. Filipa de Lencastre, Praça D. João I, Praça dos Poveiros, Campo 24 de Agosto e Av. Fernão de Magalhães até à Areosa. Haveria problemas diversos a resolver, como a passagem por baixo do "túnel da rua de Ceuta" e pelas linhas já existente, na zona da Av. dos Aliados bem como no Campo 24 de Agosto, mas isto seria uma verdadeira linha estruturante no sentido poente-nascente que iria servir um dia centenas de milhares de habitantes e com uma vantagem de monta: iria permitir o cruzamento com as outras linhas já existentes, como referido acima. Fica a sugestão e descanse V. Exª que se a sua preocupação é a saturação da linha de Metro entre a Senhora da Hora e a Trindade, tal não tem passado de forma alguma despercebido aos membros deste blog.
C. Gilbert
Na edição de hoje do JN (pág. 26), o edil de Matosinhos manifesta-se negativamente sobre a recente "Tertúlia" que tivemos sobre este assunto, e cito: "acusando os "opositores" do projecto de terem uma visão "redutora" e "paroquial" sobre um assunto que deve ser olhado numa "perspectiva metropolitana". O autarca lembra que a linha é muito importante para a ligação Leça da Palmeira, Matosinhos e Porto e, posteriormente para Gondomar. Aliàs, frisou, "a linha passou a chamar-se Matosinhos-Boavista por alguma razão". Além do mais, a referida linha é necessária para "retirar clientes de Matosinhos da Senhora da Hora", disse, referindo-se ao previsível estrangulamento que poderá ocorrer no troço Senhora da Hora com o encontro de quatro linhas do metro".
Se bem que tenha em mente o recente conselho de F. Rocha Antunes (para nos refrearmos e não começarmos a teclar logo que algo nos venha à ideia) não posso de deixar um comentário deste calibre passar sem resposta (o tal contraditório...). Pois, Senhor Narciso Miranda, como aqui já ficou dito, será mesmo credível que os passageiros da zona matosinhense, tendo à sua escolha duas linhas para a Baixa portuense, uma directa via Senhora da Hora e outra bem mais longa, via Av. da Boavista e tendo de utilizar um túnel pedonal de mais de duzentos metros para retomar uma composição vinda da Senhora da Hora, optem por esta última hipótese? V. Exª, permita a pergunta de alguém com "visão paroquial" (a expressão é sua...), pesou bem as suas palavras antes de as proferir? Por acaso reparou que a maioria dos críticos da "linha da Boavista" centram as suas objecções no facto de esta ser planeada para o Metro, preferindo antes uma versão de "eléctrico-rápido"? Tal como agora a tutela re-equaciona a opção para as composições para circularem na "linha da Póvoa" e se passa (tardiamente, mas vá lá...) para o "tram-train", não será permitido a diversos cidadãos colocarem dúvidas sobre projectos que irão custar dezenas de milhões de Euros? Saberá V. Exª o que significa a sugestão de se pensar no futuro do "Metro do Porto" como se de um "código de open-source" se tratasse? Talvez seja linguagem demasiado "paroquiana", quem sabe?
Tendo este simples cidadão que subscreve o presente texto começado a pensar no metro no Grande Porto logo que o Dr. Fernando Gomes começou a tornar públicas as suas ideias, e tendo tido diversos textos de opinião publicados ao longo de vários anos no "Público" (um dos quais a rebater a estranha ideia de V. Exª de pretender fazer passar por Matosinhos a linha para o aeroporto!) deixe-me dizer o que seria uma hipótese passível de ser equacionada:
Ligar-se Matosinhos-Sul via Boavista à Rotunda, mas com composições mais ligeiras que o Metro (como aqui já sugerido por diversos membros do blog, e igualmente proposto pelo "grupo de cidadãos" liderado pelo Dr. Macedo Pinto), passar o traçado para o sub-solo na subida da Fonte da Moura ou, devido ao desnivelamento da VCI, na subida para a zona do Bessa e fazê-lo terminar - nesta primeira fase - num grande "interface" a construir na zona da antiga estação da CP da Boavista. Desta partiria um dia a linha (de Metro) ligando às Devezas e a outras zonas de Gaia, bem como outra - subterrânea também- com destino à Baixa do Porto, mas passando pelas zonas da Cedofeita, Largo dos Leões, Praça D. Filipa de Lencastre, Praça D. João I, Praça dos Poveiros, Campo 24 de Agosto e Av. Fernão de Magalhães até à Areosa. Haveria problemas diversos a resolver, como a passagem por baixo do "túnel da rua de Ceuta" e pelas linhas já existente, na zona da Av. dos Aliados bem como no Campo 24 de Agosto, mas isto seria uma verdadeira linha estruturante no sentido poente-nascente que iria servir um dia centenas de milhares de habitantes e com uma vantagem de monta: iria permitir o cruzamento com as outras linhas já existentes, como referido acima. Fica a sugestão e descanse V. Exª que se a sua preocupação é a saturação da linha de Metro entre a Senhora da Hora e a Trindade, tal não tem passado de forma alguma despercebido aos membros deste blog.
C. Gilbert
De: Carlos Gilbert : "Linhas de Metro"
Várias vezes tem sido referida aqui a necessidade de uma linha de metro pela rua do Campo Alegre fora, inclusivé houve quem sugerisse a ligação desta hipotética linha a Matosinhos-Sul/Brito Capelo. Os promotores destas sugestões estão a pensar em linhas à superfície ou no sub-solo? Se for à superfície, a rua do Campo Alegre não suporta linhas de tracção eléctrica (a não ser que se banisse a 100% o restante tráfego, o que é utópico), pelo sub-solo creio que se coloca de novo a questão do financiamento e da rentabilidade custo vs. benefício.
Eu não sei se há estudos globais de mobilidade e de fluxos na zona do Grande Porto, mas os números de que a MP já dispõe quanto a validações diárias mostram claramente que o Metro é uma opção mais que necessária. O Prof. Oliveira Marques referiu inclusivé na Tertúlia que a (tão discutida) linha da Boavista poderia servir de espinha-dorsal a uma futura linha transversal Poente/Nascente, o que o esquema ora publicado na homepage do MP vem em parte sublinhar. A dúvida que o Prof. Oliveira Marques deixou no ar é de que mesmo ele (e por consequência o organismo que tutela) não têm uma ideia clara sobre o que fazer no futuro. Da minha parte isto não é crítica (poderia clamar-se contra uma eventual "ausência de estratégia"...), entendi antes este comentário como uma abertura do nº 1 do MP em "ambiente de tertúlia" e como tal deve ser saudado. Mas, seguindo o seu raciocínio, uma linha do género que sugere têm forçosamente de ser executada no sub-solo! E quanto à eterna questão do custo vs. benefício quero deixar claro que é errado colocarem-se fasquias a um, dois ou três anos de distância para se atingirem as ditas "velocidade de cruzeiro" de um projecto destes. O Metro do Porto vai, em certos casos, levar vários anos a criar os indispensáveis hábitos nas pessoas, e quero chamar à atenção dos interessados que isto pode tornar-se na famosa questão da "pescada de rabo na boca": para receber luz verde para ser executada, determinada linha tem de provar no papel a sua rentabilidade; mas para ser rentável, tem primeiro de existir e fazer as pessoas aderir ao projecto...
C. Gilbert
Eu não sei se há estudos globais de mobilidade e de fluxos na zona do Grande Porto, mas os números de que a MP já dispõe quanto a validações diárias mostram claramente que o Metro é uma opção mais que necessária. O Prof. Oliveira Marques referiu inclusivé na Tertúlia que a (tão discutida) linha da Boavista poderia servir de espinha-dorsal a uma futura linha transversal Poente/Nascente, o que o esquema ora publicado na homepage do MP vem em parte sublinhar. A dúvida que o Prof. Oliveira Marques deixou no ar é de que mesmo ele (e por consequência o organismo que tutela) não têm uma ideia clara sobre o que fazer no futuro. Da minha parte isto não é crítica (poderia clamar-se contra uma eventual "ausência de estratégia"...), entendi antes este comentário como uma abertura do nº 1 do MP em "ambiente de tertúlia" e como tal deve ser saudado. Mas, seguindo o seu raciocínio, uma linha do género que sugere têm forçosamente de ser executada no sub-solo! E quanto à eterna questão do custo vs. benefício quero deixar claro que é errado colocarem-se fasquias a um, dois ou três anos de distância para se atingirem as ditas "velocidade de cruzeiro" de um projecto destes. O Metro do Porto vai, em certos casos, levar vários anos a criar os indispensáveis hábitos nas pessoas, e quero chamar à atenção dos interessados que isto pode tornar-se na famosa questão da "pescada de rabo na boca": para receber luz verde para ser executada, determinada linha tem de provar no papel a sua rentabilidade; mas para ser rentável, tem primeiro de existir e fazer as pessoas aderir ao projecto...
C. Gilbert
De: Assunção Costa Lima - "Um pouco de História..."
"... não faz mal - Torre de Pedro Sem"
Para todos, mas especialmente para "S.O.S. Carregal (II)"
A torre medieval que se encontra diante do antigo Palácio de Cristal é conhecida documentalmente desde o séc. XV e ainda hoje é chamada de Torre de Pedro Sem. A história diz que essa torre pertencia aos sucessores de Pêro do Sem, fidalgo de origem provavelmente aragonesa, doutor de leis, jurisconsulto e chanceler-mor de D. Afonso IV, no século XIV. De descendência em descendencia passou para um ramo dos Brandões. Dª. Eugénia Maria Brandão de Mello, 3.ª marquesa e 4.ª condessa de Terena, casou com o seu tio, D. Filipe Holstein, 1.º e único marquês de Monfalim. Morrendo sem descendência, doaram a torre e o palacete construído ao lado às suas sobrinhas que, por sua vez, os venderam à Mitra do Porto.
Há porém uma lenda que narra que no século XVI existia um indivíduo, de nome Pedro Sem que vivia no seu Palácio da Torre. Mercador rico mas sem títulos de nobreza, possuía muitas naus na Índia. Era usurário, emprestando dinheiro a juros elevados, fazendo fortuna à custa da desgraça alheia, enquanto vivia rodeado de luxo. Frustrado por não ter títulos de nobreza conseguiu casamento com uma jovem da nobreza, em troca do perdão das dívidas de seu pai. A festa de casamento durou vários dias e nessa fase as naus de Pedro Sem, carregadas de especiarias e outros bens preciosos aproximaram-se da barra do Douro. Acompanhado pelos seus convidados Pedro Sem subiu à torre e desafiou Deus, dizendo que nem o Criador o poderia fazer pobre. O dia estava limpo, o céu azul, mas, nesse momento desabou uma grande tempestade. Perante os olhos do arrogante Pedro Sem e dos seus convidados as naus naufragaram, e a torre foi atingida por um raio que a incendiou e destruiu todos os bens do mercador. Arruinado, Pedro Sem passou a pedir esmola nas ruas da cidade, lamentando-se a quem passava: "Dê uma esmola a Pedro Sem, que já teve e agora não tem..."
A Torre é, frequentemente e de forma errada, designada Torre da Marca. Esta era uma outra torre situada nos terrenos hoje ocupados pelo Palácio de Cristal. Era uma alta torre de cantaria, que servia de baliza de navegação aos mareantes. Construída em 1542, para substituir um pinheiro que, antes, desempenhara idênticas funções, a Torre da Marca foi derrubada, durante o Cerco do Porto, pelo bombardeio das tropas miguelistas.
A designação de Casa da Torre da Marca para o palacete propriedade da Diocese junto à Torre de Pedro Sem, designação esta que provem de ter sido construído, no século XVIII, no campo ou largo da Torre da Marca, associada com a inexistência da verdadeira Torre da Marca gerou a confusão, levando a Torre do Pedro Sem a ser conhecida por Torre da Marca.
Assunção Costa Lima
Para todos, mas especialmente para "S.O.S. Carregal (II)"
A torre medieval que se encontra diante do antigo Palácio de Cristal é conhecida documentalmente desde o séc. XV e ainda hoje é chamada de Torre de Pedro Sem. A história diz que essa torre pertencia aos sucessores de Pêro do Sem, fidalgo de origem provavelmente aragonesa, doutor de leis, jurisconsulto e chanceler-mor de D. Afonso IV, no século XIV. De descendência em descendencia passou para um ramo dos Brandões. Dª. Eugénia Maria Brandão de Mello, 3.ª marquesa e 4.ª condessa de Terena, casou com o seu tio, D. Filipe Holstein, 1.º e único marquês de Monfalim. Morrendo sem descendência, doaram a torre e o palacete construído ao lado às suas sobrinhas que, por sua vez, os venderam à Mitra do Porto.
Há porém uma lenda que narra que no século XVI existia um indivíduo, de nome Pedro Sem que vivia no seu Palácio da Torre. Mercador rico mas sem títulos de nobreza, possuía muitas naus na Índia. Era usurário, emprestando dinheiro a juros elevados, fazendo fortuna à custa da desgraça alheia, enquanto vivia rodeado de luxo. Frustrado por não ter títulos de nobreza conseguiu casamento com uma jovem da nobreza, em troca do perdão das dívidas de seu pai. A festa de casamento durou vários dias e nessa fase as naus de Pedro Sem, carregadas de especiarias e outros bens preciosos aproximaram-se da barra do Douro. Acompanhado pelos seus convidados Pedro Sem subiu à torre e desafiou Deus, dizendo que nem o Criador o poderia fazer pobre. O dia estava limpo, o céu azul, mas, nesse momento desabou uma grande tempestade. Perante os olhos do arrogante Pedro Sem e dos seus convidados as naus naufragaram, e a torre foi atingida por um raio que a incendiou e destruiu todos os bens do mercador. Arruinado, Pedro Sem passou a pedir esmola nas ruas da cidade, lamentando-se a quem passava: "Dê uma esmola a Pedro Sem, que já teve e agora não tem..."
A Torre é, frequentemente e de forma errada, designada Torre da Marca. Esta era uma outra torre situada nos terrenos hoje ocupados pelo Palácio de Cristal. Era uma alta torre de cantaria, que servia de baliza de navegação aos mareantes. Construída em 1542, para substituir um pinheiro que, antes, desempenhara idênticas funções, a Torre da Marca foi derrubada, durante o Cerco do Porto, pelo bombardeio das tropas miguelistas.
A designação de Casa da Torre da Marca para o palacete propriedade da Diocese junto à Torre de Pedro Sem, designação esta que provem de ter sido construído, no século XVIII, no campo ou largo da Torre da Marca, associada com a inexistência da verdadeira Torre da Marca gerou a confusão, levando a Torre do Pedro Sem a ser conhecida por Torre da Marca.
Assunção Costa Lima
De: Cristina Santos - "Portistas ..."
"... vivem em casas velhas ... mas apoiam o FCP"
Já sei que não devo abordar temas, que estão ainda em fase de decisão, muito menos quando são políticos, desportivos e financeiros.
Mas também não posso deixar de considerar relevante para a Cidade a discussão destes assuntos. Este post não pretende lançar o debate, mas sim dar conta da posição dos Portuenses nesta fase do campeonato. Trata-se simplesmente de um crónica social.
Os últimos acontecimentos levantam suspeitas sobre a eventual gestão danosa dos recursos financeiros da nossa Autarquia, protagonizados neste caso, pelo Eng.º Cardoso, então presidente da Câmara pelo Partido socialista, em favor da nossa maior entidade o F.C.P..
Para os portuenses trata-se de uma situação completamente normal. Pelas tascas da nossa Cidade a opinião pública defende que esse tipo de gestão aconteceu em todas as Câmaras do país aquando do europeu de futebol.
Como já é habito, o caso é configurado como uma perseguição ao FCP e aos seus apoiantes. É de todo irrelevante que tenha existido, qualquer tipo de defraudamento, permuta, concepção ou quem é o acusado.
Importante é que se trata de um perseguição ao FCP e ao Engº Nuno Cardoso apoiante do FCP.
Nunca se ouve dizer que o caso pode ser falso, mas ouve-se com frequência, que o caso é normal, é nacional, é completamente aceitável.
Afinal o que são uns milhares de Euros investidos no lucro da SAD portista, nada absolutamente nada, qual é a anormalidade da situação, nenhuma, absolutamente nenhuma.
É exactamente esta última posição que me deixa perplexa, então se consideram o caso verídico, como se podem alienar ao ponto de considera-lo normal, justo e correcto?
Se o eventual beneficiário não fosse o nosso prestigiado FCP, ou antes a sua SAD, será que os portuenses mantinham a mesma opinião?
Se o protagonista fosse Dr. Rui Rio a opinião e o desinteresse mantinha-se?
Enfim, o que considero é que se o universo de eleitores «das tascas» votar, Rui Rio não terá a mínima hipótese, não interessa aos portuenses a sua gestão ou até mesmo o candidato da oposição, importante para os portuenses é a defesa da honra e garantia do patrocínio à SAD do FCP.
Com este universo de eleitores, estão doravante todos os edil´s do Porto incentivados a beneficiar o FCP, entidade riquíssima, nem que isso signifique a ruptura das finanças da autarquia.
Por isto e não existindo solução aparente, atrevo-me a sugerir ao F.C.Porto, que em sinal de agraciamento aos Portuenses das nossas tascas, que tão arduamente defendem a sua opulência financeira, que tenha pena e contribua financeiramente para a conservação das casas onde essa maioria reside, que pense que esses apoiantes se esgotam no transito e portanto contribua com uma ajudinha para o metro, que promova umas actividades desportivas para idosos e crianças sem cobrar ás freguesias, tudo o que o FCP entender como bom para o progresso da nossa cidade… nós os portuenses parece que aceitamos.
Cristina Santos
Já sei que não devo abordar temas, que estão ainda em fase de decisão, muito menos quando são políticos, desportivos e financeiros.
Mas também não posso deixar de considerar relevante para a Cidade a discussão destes assuntos. Este post não pretende lançar o debate, mas sim dar conta da posição dos Portuenses nesta fase do campeonato. Trata-se simplesmente de um crónica social.
Os últimos acontecimentos levantam suspeitas sobre a eventual gestão danosa dos recursos financeiros da nossa Autarquia, protagonizados neste caso, pelo Eng.º Cardoso, então presidente da Câmara pelo Partido socialista, em favor da nossa maior entidade o F.C.P..
Para os portuenses trata-se de uma situação completamente normal. Pelas tascas da nossa Cidade a opinião pública defende que esse tipo de gestão aconteceu em todas as Câmaras do país aquando do europeu de futebol.
Como já é habito, o caso é configurado como uma perseguição ao FCP e aos seus apoiantes. É de todo irrelevante que tenha existido, qualquer tipo de defraudamento, permuta, concepção ou quem é o acusado.
Importante é que se trata de um perseguição ao FCP e ao Engº Nuno Cardoso apoiante do FCP.
Nunca se ouve dizer que o caso pode ser falso, mas ouve-se com frequência, que o caso é normal, é nacional, é completamente aceitável.
Afinal o que são uns milhares de Euros investidos no lucro da SAD portista, nada absolutamente nada, qual é a anormalidade da situação, nenhuma, absolutamente nenhuma.
É exactamente esta última posição que me deixa perplexa, então se consideram o caso verídico, como se podem alienar ao ponto de considera-lo normal, justo e correcto?
Se o eventual beneficiário não fosse o nosso prestigiado FCP, ou antes a sua SAD, será que os portuenses mantinham a mesma opinião?
Se o protagonista fosse Dr. Rui Rio a opinião e o desinteresse mantinha-se?
Enfim, o que considero é que se o universo de eleitores «das tascas» votar, Rui Rio não terá a mínima hipótese, não interessa aos portuenses a sua gestão ou até mesmo o candidato da oposição, importante para os portuenses é a defesa da honra e garantia do patrocínio à SAD do FCP.
Com este universo de eleitores, estão doravante todos os edil´s do Porto incentivados a beneficiar o FCP, entidade riquíssima, nem que isso signifique a ruptura das finanças da autarquia.
Por isto e não existindo solução aparente, atrevo-me a sugerir ao F.C.Porto, que em sinal de agraciamento aos Portuenses das nossas tascas, que tão arduamente defendem a sua opulência financeira, que tenha pena e contribua financeiramente para a conservação das casas onde essa maioria reside, que pense que esses apoiantes se esgotam no transito e portanto contribua com uma ajudinha para o metro, que promova umas actividades desportivas para idosos e crianças sem cobrar ás freguesias, tudo o que o FCP entender como bom para o progresso da nossa cidade… nós os portuenses parece que aceitamos.
Cristina Santos
De: A. Pinto Moreira - "Metro na Boavista"
Compreendo as razões de se insistir com a colocação da nova linha de metro. Ela nasce essencialmente de um erro de palmatória da estruturação inicial da rede. A construir-se uma nova linha pela zona ocidental da cidade pode efectivamente aproveitar-se o canal existente na Av. da Boavista, no entanto esta linha deverá inflectir logo que possível para o eixo do Campo Alegre, zona incomparavelmente com mais potencial de serviço que a parte superior da Av. da Boavista.
Esta nova linha deve ter como prioridade servir o polo universitário existente ao longo do Campo Alegre, assim como, e não menos prioritário, captar uma percentagem significativa de pessoas nas entradas da cidade quer pelo denominado nó do Campo Alegre, quer do nó de Bessa Leite. Com o metro nesta via fica facilitada a continuidade da linha para servir outra infraestrutura essencial que é o Hospital de Santo António.
Para quem se opôe terminantemente à colocação do metro na Av. da Boavista fica a alternativa, válida para tudo o que referi anteriormente, de aproveitar o pretexto da construção desta linha para se avançar definitivamente com a construção da Av. Nun' Alvares, que deve ligar o inicio da Av. da Boavista à Praça do Império e que se encontra estudada à dezenas de anos, projectando-a de raíz para a utilização do metro.
António Pinto Moreira
antoniopinto.moreira@em.edpproducao.edp.pt
Esta nova linha deve ter como prioridade servir o polo universitário existente ao longo do Campo Alegre, assim como, e não menos prioritário, captar uma percentagem significativa de pessoas nas entradas da cidade quer pelo denominado nó do Campo Alegre, quer do nó de Bessa Leite. Com o metro nesta via fica facilitada a continuidade da linha para servir outra infraestrutura essencial que é o Hospital de Santo António.
Para quem se opôe terminantemente à colocação do metro na Av. da Boavista fica a alternativa, válida para tudo o que referi anteriormente, de aproveitar o pretexto da construção desta linha para se avançar definitivamente com a construção da Av. Nun' Alvares, que deve ligar o inicio da Av. da Boavista à Praça do Império e que se encontra estudada à dezenas de anos, projectando-a de raíz para a utilização do metro.
António Pinto Moreira
antoniopinto.moreira@em.edpproducao.edp.pt
De: TAF - "O que se escreve hoje"
-- Já há informação sobre a Linha da Boavista com origem na Metro do Porto (obrigado André Valente).
- Metro na Boavista motiva abaixo-assinado - mais informação aqui.
- O Bairro da Fábrica da Areosa
- Câmara do Porto aceitou mediar negociações no bairro da Fábrica
- Vila Bessa - Ameaça de recurso aos tribunais
- Ryanair - Londres “ao preço da chuva”
- "Febre" dos voos baratos aterrou em Pedras Rubras
- Porto-Londres: contas
- Solução para o TGV sem contestação no Norte - "sem contestação"?...
- Palácio do Freixo e Antiga Fábrica de Moagens Acolhem Pousada de Luxo
Não irei comentar este caso. É um problema de saúde mental que deve ser tratado com respeito:
- Cardoso envolve Aguiar-Branco
- Cardoso ataca Rui Rio e ministro da Justiça
- Nuno Cardoso afirma que o processo foi politizado
- Cardoso diz que processo está "politizado" e atira culpas para Rui Rio e Aguiar Branco
- Nuno Cardoso Lança Suspeitas Sobre Ministro da Justiça
- Negócio Aprovado com Sete Votos a Favor e Duas Abstenções - Cronologia
- Ministério Público Investiga Vários Empreendimentos Urbanísticos do Porto
PS: O Nortadas tem uma preocupação semelhante. Não é de espantar. A blogosfera está solidária com quem atravessa momentos difíceis.
- Metro na Boavista motiva abaixo-assinado - mais informação aqui.
- O Bairro da Fábrica da Areosa
- Câmara do Porto aceitou mediar negociações no bairro da Fábrica
- Vila Bessa - Ameaça de recurso aos tribunais
- Ryanair - Londres “ao preço da chuva”
- "Febre" dos voos baratos aterrou em Pedras Rubras
- Porto-Londres: contas
- Solução para o TGV sem contestação no Norte - "sem contestação"?...
- Palácio do Freixo e Antiga Fábrica de Moagens Acolhem Pousada de Luxo
Não irei comentar este caso. É um problema de saúde mental que deve ser tratado com respeito:
- Cardoso envolve Aguiar-Branco
- Cardoso ataca Rui Rio e ministro da Justiça
- Nuno Cardoso afirma que o processo foi politizado
- Cardoso diz que processo está "politizado" e atira culpas para Rui Rio e Aguiar Branco
- Nuno Cardoso Lança Suspeitas Sobre Ministro da Justiça
- Negócio Aprovado com Sete Votos a Favor e Duas Abstenções - Cronologia
- Ministério Público Investiga Vários Empreendimentos Urbanísticos do Porto
PS: O Nortadas tem uma preocupação semelhante. Não é de espantar. A blogosfera está solidária com quem atravessa momentos difíceis.
De: Miguel Monteiro - "As regras do jogo"
Caro TAF,
Vejo que o ultimo post que coloquei, foi criticado e que vc sentiu necessidade de se defender e muito bem.
Primeiro, longe de mim causar-lhe qualquer embaraço.
Segundo, não sabia que havia regras, que não fossem as da vida social que limitassem os post's colocados.
Terceiro, o meu post é, acredite, completamente apolitico. É me irrelevante quem conduza em termos politicos, os nossos destinos urbanos.
Quarto, a imbirrância não é pessoal.
O problema não é o Rui Rio. O problema não é o Rui Rio ser do PSD ou o Rui Rio não gostar do FC Porto.
Que o Rui Rio é o homem honesto e trabalhador não tenho a minina duvida. Mas isso é a obrigação. Isso não pode ser estatuto. Isso não pode justificar a falta de ideias e de rumo que demonstrou durante todo este mandato. Quantos exemplos eu poderia enunciar, mas basta ler o seu blog para os conhecer quase todos.
O problema, o verdadeiro problema é o que o Rui Rio durante quatro anos parou a nossa cidade. O problema é que não acredito que ele possa ser agora a locomotiva que não foi.
Quero lá saber se ganha o PS, o PSD ou mesmo se o meu colega Rui Sá vai para presidente. O que eu quero é que os partidos se sintam obrigados a ter tino na escolhas que façam para a nossa cidade. E, acredite, acho que esse devia ser uma das grandes missões do seu blog. Fazer com que os partidos saibam que estamos atentos ás suas escolhas e que não vamos permitir nada menos do que os melhores para a nossa cidade.
Precisamos urgentemente de um grande presidente da Câmara Municipal do Porto.
Para acabar não posso deixar de lhe fazer notar, que se começa a notar que alguns já não se exprimem tão á vontade como o fizeram numa fase mais inicial do mandato do Rio. O prestigio deste blog, a certeza de ser lido pelo poder e as eleições á porta, estou seguro serão algumas das razões compreensiveis para essas limitações.
Concluindo, deixo-lhe o desafio de pedir aos seus bloguistas que indiquem nomes para presidente da Câmara Municipal do Porto.
Mais importante que o programa neste momento é quem o vai executar.
Um grande abraço, de quem muito o admira pelo grande contributo que está a dar ao Porto.
PS - Compreenderei naturalmente que não publique este mail.
--
Nota de TAF: Caro Miguel Monteiro - As regras deste blog são basicamente as que expliquei no primeiro post. O blog é meu e não é meu. É meu porque é meu; não é meu porque vive da participação de todos. Por isso é também seu. Eu assumo um papel de "gestor de informação e comunicação" usando o blog como ferramenta. Cabe-me estar à altura do desafio que a mim próprio coloquei: criar as condições para que se debata a cidade de forma eficaz, para que se vejam resultados da troca de ideias que aqui se dá. Um abraço!
Vejo que o ultimo post que coloquei, foi criticado e que vc sentiu necessidade de se defender e muito bem.
Primeiro, longe de mim causar-lhe qualquer embaraço.
Segundo, não sabia que havia regras, que não fossem as da vida social que limitassem os post's colocados.
Terceiro, o meu post é, acredite, completamente apolitico. É me irrelevante quem conduza em termos politicos, os nossos destinos urbanos.
Quarto, a imbirrância não é pessoal.
O problema não é o Rui Rio. O problema não é o Rui Rio ser do PSD ou o Rui Rio não gostar do FC Porto.
Que o Rui Rio é o homem honesto e trabalhador não tenho a minina duvida. Mas isso é a obrigação. Isso não pode ser estatuto. Isso não pode justificar a falta de ideias e de rumo que demonstrou durante todo este mandato. Quantos exemplos eu poderia enunciar, mas basta ler o seu blog para os conhecer quase todos.
O problema, o verdadeiro problema é o que o Rui Rio durante quatro anos parou a nossa cidade. O problema é que não acredito que ele possa ser agora a locomotiva que não foi.
Quero lá saber se ganha o PS, o PSD ou mesmo se o meu colega Rui Sá vai para presidente. O que eu quero é que os partidos se sintam obrigados a ter tino na escolhas que façam para a nossa cidade. E, acredite, acho que esse devia ser uma das grandes missões do seu blog. Fazer com que os partidos saibam que estamos atentos ás suas escolhas e que não vamos permitir nada menos do que os melhores para a nossa cidade.
Precisamos urgentemente de um grande presidente da Câmara Municipal do Porto.
Para acabar não posso deixar de lhe fazer notar, que se começa a notar que alguns já não se exprimem tão á vontade como o fizeram numa fase mais inicial do mandato do Rio. O prestigio deste blog, a certeza de ser lido pelo poder e as eleições á porta, estou seguro serão algumas das razões compreensiveis para essas limitações.
Concluindo, deixo-lhe o desafio de pedir aos seus bloguistas que indiquem nomes para presidente da Câmara Municipal do Porto.
Mais importante que o programa neste momento é quem o vai executar.
Um grande abraço, de quem muito o admira pelo grande contributo que está a dar ao Porto.
PS - Compreenderei naturalmente que não publique este mail.
--
Nota de TAF: Caro Miguel Monteiro - As regras deste blog são basicamente as que expliquei no primeiro post. O blog é meu e não é meu. É meu porque é meu; não é meu porque vive da participação de todos. Por isso é também seu. Eu assumo um papel de "gestor de informação e comunicação" usando o blog como ferramenta. Cabe-me estar à altura do desafio que a mim próprio coloquei: criar as condições para que se debata a cidade de forma eficaz, para que se vejam resultados da troca de ideias que aqui se dá. Um abraço!
2005/01/19
De: André Valente - "Metro do Porto - ..."
"... Projecto da Linha da Boavista"
Viva,
Já está no site da metro do porto o PDF com o projecto da linha da boavista.
Saudações,
André Valente (a.valente@gmail.com)
Viva,
Já está no site da metro do porto o PDF com o projecto da linha da boavista.
Saudações,
André Valente (a.valente@gmail.com)
De: José Pedro Lima - "S.O.S. Carregal (II)"
Extraordinariamente esclarecedores os posts de Rocha Antunes sobre o Túnel de Ceuta que aproveito para agradecer, quer pelo conteúdo, nomeadamente a referências às áreas de sob jurisdição do IPPAR, quer pela forma clara como aborda a questão.
Pelo que percebi há três alternativas à saída do túnel todas elas em frente de edifícios sob jurisdição do IPPAR:
i) O Hospital de St António
ii) O Museu Soares dos reis
iii) A Torre de Pedro-sem (não sabia ser este o nome, confesso).
Provavelmente o mais bonito dos três.
Ou seja todas as soluções apontadas até agora podem ter parecer negativo do IPPAR pela mesma razão que esta teve. Poderá haver algo que nos falha por não conhecermos o teor do parecer mas a conclusão de F. Rocha Antunes segundo a qual o IPPAR não pode "empurrar o problema para fora da sua área de protecção" parece correctíssima. Como correcta (talvez um pouco conservadora) parece ser também a estimativa de que o problema devia ter sido levantado há ano e meio atrás!
A partir de agora resta-nos esperar para ver quanto tempo mais esta situação se vai arrastar. A coisa promete, e à medida que passa o tempo mais evidente se tornará a forma apaixonada como a coisa será discutida, ao contrário do que propõe, provavelmente com razão, Carlos Gilbert. É que a paciência tem limites e como é evidente ninguém na zona tem paciência para discutir onde o túnel vai sair depois de 6 anos de obras. Por incrível que pareça esta discussão seria para ter - imagine-se - no século passado!
Eu não defendo aqui uma posição "contra o IPPAR a favor da CMP" ou "a favor da CMP e contra o IPPAR". Tal como disse anteriormente neste processo não há inocentes. Mantenho que é a obrigação (não é nenhum favor que fazem) das partes envolvidas resolverem esta questão com a máxima urgência.
PS: hoje foi um dia de boa colheita no blog. Interessantíssimo o post da Cristina Santos, gostava de ver respondidas as perguntas que ela faz!
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
Pelo que percebi há três alternativas à saída do túnel todas elas em frente de edifícios sob jurisdição do IPPAR:
i) O Hospital de St António
ii) O Museu Soares dos reis
iii) A Torre de Pedro-sem (não sabia ser este o nome, confesso).
Provavelmente o mais bonito dos três.
Ou seja todas as soluções apontadas até agora podem ter parecer negativo do IPPAR pela mesma razão que esta teve. Poderá haver algo que nos falha por não conhecermos o teor do parecer mas a conclusão de F. Rocha Antunes segundo a qual o IPPAR não pode "empurrar o problema para fora da sua área de protecção" parece correctíssima. Como correcta (talvez um pouco conservadora) parece ser também a estimativa de que o problema devia ter sido levantado há ano e meio atrás!
A partir de agora resta-nos esperar para ver quanto tempo mais esta situação se vai arrastar. A coisa promete, e à medida que passa o tempo mais evidente se tornará a forma apaixonada como a coisa será discutida, ao contrário do que propõe, provavelmente com razão, Carlos Gilbert. É que a paciência tem limites e como é evidente ninguém na zona tem paciência para discutir onde o túnel vai sair depois de 6 anos de obras. Por incrível que pareça esta discussão seria para ter - imagine-se - no século passado!
Eu não defendo aqui uma posição "contra o IPPAR a favor da CMP" ou "a favor da CMP e contra o IPPAR". Tal como disse anteriormente neste processo não há inocentes. Mantenho que é a obrigação (não é nenhum favor que fazem) das partes envolvidas resolverem esta questão com a máxima urgência.
PS: hoje foi um dia de boa colheita no blog. Interessantíssimo o post da Cristina Santos, gostava de ver respondidas as perguntas que ela faz!
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
De: Assunção Costa Lima - "Túnel..."
"... Ceuta-Carregal/D. Manuel II"
Foi já no passado dia 3 de Dezembro que tive uma experiência interessante. Um vizinho da minha rua (Clemente Menéres) contactou-me para me dizer que pelas 19 horas desse mesmo dia iria haver uma reunião com a Empresa de Gestão de Obras Públicas, no Palácio dos Carrancas, cujo tema seria o Túnel Ceuta-Carregal. Como Carregalense lá fui. A hora causava-me transtorno. Mas fiz uma forcinha e lá fui.
Umas três a quatro dezenas de pessoas, praticamente todos comerciantes da zona. Apresentou-se o Presidente do C.A. da Empresa, cumprimentou a audiência e apresentou um Dr. (ao longo da reunião soube que era jurista) que faria a exposição. Outros técnicos (engº, técnicos da fiscalização, representante da empresa adjudicante estavam também presentes). Iniciou-se a exposição.
Incisivo o Dr. lá começou por tecer os maiores encómios à empresa Camarária e à obra já feita. Impressionante e com grande rigor financeiro e nos prazos. Onde é que eu já vi isto. Será que foi no post de Alberto Lima? A impressionante coincidência de discurso deixa-me curiosa. Será norma ou mera coincidência? Assalta-me a memória os idos dos anos setenta, os anos do PREC e do discurso repetitivo do controlo operário e das nacionalizações... Gira esta associação!... Lá fomos informados que estávamos ali para ver todos os problemas causados pela obra, para responder ou anotar todas as questões para equacionamento / resposta posterior. Uma atitude, informou-nos o Dr. completamente nova, nunca vista, de grande diálogo com os cidadãos. Estaríamos ali o tempo que fosse preciso mas tudo seria esclarecido/anotado. Que a obra ia causar problemas isso era um dado adquirido. A obra estava ali, já estava iniciada, era aquela e isso não estava em discussão. O que ali se avaliaria era o incómodo provocado durante a execução e as consequências posteriores. Vai haver alterações à circulação rodoviária e ao estacionamento, vai haver barulho nocturno, vai haver detonações, etc. etc. etc.. Mas o certo é que a obra acaba em Abril (prudente o Dr. não disse o ano...). Ser-nos iam dados os contactos todos para em qualquer altura podermos recorrer à Empresa. Iriam intervir no Jardim e na sua envolvente, mas tudo no maior respeito pelos cidadãos e de forma a reduzir ao mínimo dos mínimos todas as perturbações, nomeadamente aos Carregalenses. Ia haver detonações? Seriam desagradáveis mas a vibração que produziriam seria como passar um autocarro... De seguida uma apresentação em slides, gerida por computador, com imagens dos trabalhos e da situação final. Pareceu-me PowerPoint, mas com muito pouca definição. Era confuso. A mancha de côr escolhida não era a melhor. Enfim minudências técnicas...
Passou-se às perguntas. Por filas, todas de seguida, para depois serem respondidas por junto e de atacado. Eu estava na segunda fila. Três comerciantes da primeira fila levantaram questões. Uma grande preocupação com o estacionamento e com as cargas e descargas, não só durante a obra mas principalmente na fase definitiva. É natural. Esse é o seu ganha-pão. Perguntou um comerciante de uma conhecida casa de restauração porque tinham escolhido o mês de Dezembro para começar a obra e dificultar o acesso aos estabelecimentos. Afinal o mês de Dezembro, o mês do Natal, era para eles e para o comércio em geral o melhor mês. Fui ouvindo. De certeza que ia haver boas respostas para as questões levantadas. Pois se todo o sistema se desenvolvia agora em diálogo, privilegiando o bem estar dos cidadãos e o futuro da Baixa. Estava descansada... Chegou a minha vez. Como há já mais de uma semana que os passeios e parte da via da Rua Clemente Menéres, no troço entre a Calçada do Carregal e o Beco do Paço tinham sido levantados, escavados, as caixas de saneamento estavam abertas, as caixas de outros serviço estavam desniveladas, nalguns casos seguramente mais de 10 cm, não fora construída qualquer passagem para os peões que, para cruzarem a zona, faziam um autentico percurso de cross de alto gabarito, pois se na sexta feira anterior pelas nove da noite me tinha atolado na poça de lama e água formada no gaveto da travessa do Carregal com a Rua Clemente Menéres, pois se eu tinha mandado várias e-mails para a Câmara a pedir providencias e tudo estava na mesma, pois se eu tinha abordado os operários que trabalhavam na obra para lhes dizer da necessidade de proteger a passagem de peões e tinha sido praticamente escorraçada, lá tive de dizer ao Dr. que aquela do respeito pelos cidadãos estava bem clara e que, pelo menos para mim, a credibilidade dele era zero. A evidencia estava ali. Quanto às detonações eu tenho grande experiência já que vivo no Carregal e trabalho em Ceuta e sofri todas as detonações da primeira fase do Túnel. Essa de comparar a vibração com a passagem de um autocarro nem ao diabo lembra. Fiz um convite ao Dr.: Tenho um quarto vazio em minha casa, pode vir viver para lá para aprender, pela via experimental a diferença. Afinal vai haver autocarros a passar na rua e detonações. Ofereci-lhe uma oportunidade de aprendizagem. O sorriso do Dr. começou a amarelecer... Não aceitou a oferta. E o Jardim, perguntei? (ai a minha paixão por aquele Jardim..) O Dr. esclareceu logo. Afinal só vão fazer os passeios. A requalificação do Jardim não se inclui nesta fase da obra. Fiquei esclarecida: afinal esta obra só estupora o Jardim. Não fiquei sequer segura de que não lhe cortam um bocado... perguntei pela futura localização do quiosque, quer durante a obra quer na situação final.
Pretendi apresentar a minha solidariedade ao comerciante que levantara a questão da data escolhida para o início da obra. Afinal era o mesmo que tinham feito aos comerciantes da Rua do Carmo quando na alta do verão, quanto os seus já tão martirizados negócios poderiam ter algum alento com o Euro 2004 e o S. João esburacaram ruas e passeios e espetaram-lhe com uma rede à frente das portas que quase não permitia passar. O Dr. ficou incomodado. Não estávamos ali para solidariedades. Passou à terceira fila mas prometeu que eu poderia depois pôr o resto das questões. (As questões da solidariedade parece-me que só se devem colocar quando milhares de quilómetros nos separam da desgraça. Solidariedade a menos de 500m: essa não que eu não deixo.)
As questões sucederam-se, ali se perguntou pela localização quer temporária quer definitiva da paragem do autocarro, pelo futuro das árvores que bordejam a Rua D. Manuel II, pela localização dos contendores de recolha de lixo, uma clínica instalada no edifício Cristal Palace colocou a questão dos prejuízos directos e indirectos que a obra e seus condicionalismos poderiam causar. O Museu Soares dos Reis pôs ênfase no problema do estacionamento e das cargas e descargas de obras de arte. Aliás a questão mais repetitivamente se pôs foi a do estacionamento e das cargas e descargas. Pareceu-me natural: pois se o auditório era esmagadoramente constituído por comerciantes esse parâmetro é decisivo para a sua sobrevivência. Passou-se às respostas. De novo os slides. Algumas explicações mais detalhadas sobre as questões já explicadas na apresentação. Quanto a questões não incluídas nessa apresentação a resposta era nula. Ou não tinham sido ainda consideradas ou não estavam ali presentes os serviços correspondentes para responder. Como iriam funcionar depois e durante a obra os transportes colectivos: não estavam os STCP. Como iria ser a recolha de lixo e onde seriam colocados os contendores depois e durante a obra: não estava o ambiente. E assim sucessivamente. Uma coisa era certa: a obra era aquela, exactamente como a apresentavam, sem por ou tirar uma vírgula, os timings eram aqueles, sem por ou tirar um minuto. Perturbava os residentes e utentes da zona? Prejudicava, de forma que se afigurava irremediável, os comerciantes? Desvalorizava o imobiliário edificado? O bem público, a maravilhosa mais valia para a cidade (provavelmente só comparável, quer em valor quer em autoria, à dos jardins suspensos mandados construir pelo rei Nabucodonosor da Babilónia) vale tudo... Seguidamente o Dr. quis dar por encerrada a reunião. Afinal já estava tudo respondido. Protestei: no início tinha-me garantido que teria mais tempo de intervenção. Lá me deixou colocar mais algumas questões, lá deu mais algumas respostas, iguais às anteriores, igualmente definitivas ou evasivas, mas sempre a deixar claro a magnificência da obra, o rigor financeiro único e a magnífica nova forma de diálogo com os cidadãos. Um dos presentes, há muitos e muitos anos comerciante da zona, protestou: pois se não dava resposta concreta às questões específicas levantadas, se não admitia qualquer alteração ao plano e timings da obra, a reunião era pura demagogia. Querem revitalizar a Baixa e tiram-lhe todas as condições. O Dr. irritou-se. Perdeu a compostura, dirigiu-se quase aos berros ao cidadão, tocou as raias da indelicadeza. Afinal ele estava ali, já passava da hora de jantar, sacrificava-se e diziam-lhe que era demagógico e não trazia respostas concretas. A ele, que se dispusera a falar a uns quaisquer Carregalenses diziam que era demagógico... Oh sacrilégio a merecer a mais severa penitencia. A reunião deu sinais de aquecer. Alguns presentes exaltaram-se, outros deitaram água na fervura. O Dr. pediu desculpa pela exaltação. Acabou com a reunião. Afinal sempre não estávamos ali o tempo que fosse preciso.
Passado mais de um mês sobre esta reunião podem já avaliar-se os seus efeitos. A obra de alteração dos passeios prossegue, as passagens para peões nessa zona são indescritíveis, é necessária uma permanente pressão sobre o encarregado da obra para que condições mínimas sejam facultadas. O abastecimento de energia é por vezes interrompido, não há qualquer possibilidade de estacionar uma viatura junto a casa nem mesmo que para retirar um doente ou alguém com dificuldades motoras, os comerciantes vêm o acesso aos seus estabelecimentos praticamente inviabilizado, os engarrafamentos de transito são permanentes. É angustiante ver ambulâncias tentar aceder ao H.G.S.A. encalhadas no trânsito tempos infinitos. As máquinas trabalham na mesma área onde circulam peões, em dias de chuva (felizmente, para este caso tem sido poucos) a lama acumula-se. e acumula-se também o lixo já que é com enormíssima dificuldade que os serviços competentes conseguem fazer a recolha. Mas os Carregalenses vivem felizes: conscientes que o seu sofrimento é uma contribuição para a grande obra, aplaudem os buracos, os engarrafamentos, as sirenes desesperadas das ambulâncias, o lixo, e, quando há dias caí por ter tropeçado num dos colectores que se encontra desnivelado, apenas me ocorreu um sentimento de gratidão: tivera a oportunidade única de um contributo extraordinário para a grande obra. Estraguei a roupa: qual é o problema: os saldos estão aí. Seguramente os Carregalenses só lamentam que a obra venha a terminar e que assim não possam aumentar o seu crédito de sacrifícios.
E não é que agora um bendito parecer do IPPAR pretende inviabilizar a obra! Inacreditável. Mas lá vem a Câmara do Porto sanar a situação: pois se o IPPAR já errara ao permitir a abertura do túnel junto ao edifício do HGSA e ao permitir a construção de um edifício espelhado de fronte ao Palácio dos Carrancas então que erre outra vez. Isso é imperativo que isto de asneira é obrigação e faz doutrina. E ainda por cima o IPPAR teve a lata de divulgar o parecer junto da Comunicação Social. Valha-nos Deus: os Carregalenses ao saberem disto podem deixar de fazer sacrifícios e exigir junto da Câmara ser ressarcidos dos créditos sacrificienciais já acumulados. Mas esperem Carregalenses: a Câmara tomou medidas e apresentou já o pedido de reapreciação do processo pela Direcção Nacional do IPPAR. Solidário, o Dr. Presidente do Conselho de Administração do H.G.S.A. emite douto comunicado insurgindo-se com o parecer do IPPAR. Congratulando-se com a decisão de fazer prolongar a saída do túnel até à Rua de D. Manuel II, à porta do Museu Soares dos Reis, alega "Aquela saída não prejudica em nada o museu ou a rua, que até tem uma série de atentados anteriores que o IPPAR nunca se lembrou de impedir" (o sublinhado é meu). Este sim: ora aqui está um cidadão de mão cheia, daqueles que realmente sabem que asneira faz doutrina. Cá por mim acho que ele deve ir já para Presidente do IPPAR. Comparada com o atentado urbanístico constituído pela ampliação das instalações do H.G.S.A. a abertura do Túnel junto dessas instalações é apenas um atentadinho... Na reunião Camarária sugeriu-se o prolongamento do Túnel até ao Palácio de Cristal. Cá por mim eu prolongava-o era até Lisboa: assim sempre se descongestionava a auto-estrada e, se calhar, dispensava-se o TGV...
A inacreditável situação gerada pela construção do túnel Ceuta-Carregal já só se aguenta com ironia e desperta sentimentos de compaixão. Compaixão pela forma atabalhoada como a Cidade (e o País) vêm sendo governados, onde interesses esparsos parecem sobrepor-se ao bem geral, onde a Lei da Nação parece ser letra morta prevalecendo a lei da selva, onde o cidadão continua a ser o grande esquecido e o grande sofredor. Como é dito no "S.O.S. CARREGAL!" o Tiago gosta de propostas: eu quero propor que se atulhe o túnel e que com ele se atulhe toda a pequenez mental de gestores, técnicos, empreiteiros, interesseiros, palanfreiros, políticos, opinion makers e afins tanto mal fazem a esta cidade e ao País.
Assunção Costa Lima
Foi já no passado dia 3 de Dezembro que tive uma experiência interessante. Um vizinho da minha rua (Clemente Menéres) contactou-me para me dizer que pelas 19 horas desse mesmo dia iria haver uma reunião com a Empresa de Gestão de Obras Públicas, no Palácio dos Carrancas, cujo tema seria o Túnel Ceuta-Carregal. Como Carregalense lá fui. A hora causava-me transtorno. Mas fiz uma forcinha e lá fui.
Umas três a quatro dezenas de pessoas, praticamente todos comerciantes da zona. Apresentou-se o Presidente do C.A. da Empresa, cumprimentou a audiência e apresentou um Dr. (ao longo da reunião soube que era jurista) que faria a exposição. Outros técnicos (engº, técnicos da fiscalização, representante da empresa adjudicante estavam também presentes). Iniciou-se a exposição.
Incisivo o Dr. lá começou por tecer os maiores encómios à empresa Camarária e à obra já feita. Impressionante e com grande rigor financeiro e nos prazos. Onde é que eu já vi isto. Será que foi no post de Alberto Lima? A impressionante coincidência de discurso deixa-me curiosa. Será norma ou mera coincidência? Assalta-me a memória os idos dos anos setenta, os anos do PREC e do discurso repetitivo do controlo operário e das nacionalizações... Gira esta associação!... Lá fomos informados que estávamos ali para ver todos os problemas causados pela obra, para responder ou anotar todas as questões para equacionamento / resposta posterior. Uma atitude, informou-nos o Dr. completamente nova, nunca vista, de grande diálogo com os cidadãos. Estaríamos ali o tempo que fosse preciso mas tudo seria esclarecido/anotado. Que a obra ia causar problemas isso era um dado adquirido. A obra estava ali, já estava iniciada, era aquela e isso não estava em discussão. O que ali se avaliaria era o incómodo provocado durante a execução e as consequências posteriores. Vai haver alterações à circulação rodoviária e ao estacionamento, vai haver barulho nocturno, vai haver detonações, etc. etc. etc.. Mas o certo é que a obra acaba em Abril (prudente o Dr. não disse o ano...). Ser-nos iam dados os contactos todos para em qualquer altura podermos recorrer à Empresa. Iriam intervir no Jardim e na sua envolvente, mas tudo no maior respeito pelos cidadãos e de forma a reduzir ao mínimo dos mínimos todas as perturbações, nomeadamente aos Carregalenses. Ia haver detonações? Seriam desagradáveis mas a vibração que produziriam seria como passar um autocarro... De seguida uma apresentação em slides, gerida por computador, com imagens dos trabalhos e da situação final. Pareceu-me PowerPoint, mas com muito pouca definição. Era confuso. A mancha de côr escolhida não era a melhor. Enfim minudências técnicas...
Passou-se às perguntas. Por filas, todas de seguida, para depois serem respondidas por junto e de atacado. Eu estava na segunda fila. Três comerciantes da primeira fila levantaram questões. Uma grande preocupação com o estacionamento e com as cargas e descargas, não só durante a obra mas principalmente na fase definitiva. É natural. Esse é o seu ganha-pão. Perguntou um comerciante de uma conhecida casa de restauração porque tinham escolhido o mês de Dezembro para começar a obra e dificultar o acesso aos estabelecimentos. Afinal o mês de Dezembro, o mês do Natal, era para eles e para o comércio em geral o melhor mês. Fui ouvindo. De certeza que ia haver boas respostas para as questões levantadas. Pois se todo o sistema se desenvolvia agora em diálogo, privilegiando o bem estar dos cidadãos e o futuro da Baixa. Estava descansada... Chegou a minha vez. Como há já mais de uma semana que os passeios e parte da via da Rua Clemente Menéres, no troço entre a Calçada do Carregal e o Beco do Paço tinham sido levantados, escavados, as caixas de saneamento estavam abertas, as caixas de outros serviço estavam desniveladas, nalguns casos seguramente mais de 10 cm, não fora construída qualquer passagem para os peões que, para cruzarem a zona, faziam um autentico percurso de cross de alto gabarito, pois se na sexta feira anterior pelas nove da noite me tinha atolado na poça de lama e água formada no gaveto da travessa do Carregal com a Rua Clemente Menéres, pois se eu tinha mandado várias e-mails para a Câmara a pedir providencias e tudo estava na mesma, pois se eu tinha abordado os operários que trabalhavam na obra para lhes dizer da necessidade de proteger a passagem de peões e tinha sido praticamente escorraçada, lá tive de dizer ao Dr. que aquela do respeito pelos cidadãos estava bem clara e que, pelo menos para mim, a credibilidade dele era zero. A evidencia estava ali. Quanto às detonações eu tenho grande experiência já que vivo no Carregal e trabalho em Ceuta e sofri todas as detonações da primeira fase do Túnel. Essa de comparar a vibração com a passagem de um autocarro nem ao diabo lembra. Fiz um convite ao Dr.: Tenho um quarto vazio em minha casa, pode vir viver para lá para aprender, pela via experimental a diferença. Afinal vai haver autocarros a passar na rua e detonações. Ofereci-lhe uma oportunidade de aprendizagem. O sorriso do Dr. começou a amarelecer... Não aceitou a oferta. E o Jardim, perguntei? (ai a minha paixão por aquele Jardim..) O Dr. esclareceu logo. Afinal só vão fazer os passeios. A requalificação do Jardim não se inclui nesta fase da obra. Fiquei esclarecida: afinal esta obra só estupora o Jardim. Não fiquei sequer segura de que não lhe cortam um bocado... perguntei pela futura localização do quiosque, quer durante a obra quer na situação final.
Pretendi apresentar a minha solidariedade ao comerciante que levantara a questão da data escolhida para o início da obra. Afinal era o mesmo que tinham feito aos comerciantes da Rua do Carmo quando na alta do verão, quanto os seus já tão martirizados negócios poderiam ter algum alento com o Euro 2004 e o S. João esburacaram ruas e passeios e espetaram-lhe com uma rede à frente das portas que quase não permitia passar. O Dr. ficou incomodado. Não estávamos ali para solidariedades. Passou à terceira fila mas prometeu que eu poderia depois pôr o resto das questões. (As questões da solidariedade parece-me que só se devem colocar quando milhares de quilómetros nos separam da desgraça. Solidariedade a menos de 500m: essa não que eu não deixo.)
As questões sucederam-se, ali se perguntou pela localização quer temporária quer definitiva da paragem do autocarro, pelo futuro das árvores que bordejam a Rua D. Manuel II, pela localização dos contendores de recolha de lixo, uma clínica instalada no edifício Cristal Palace colocou a questão dos prejuízos directos e indirectos que a obra e seus condicionalismos poderiam causar. O Museu Soares dos Reis pôs ênfase no problema do estacionamento e das cargas e descargas de obras de arte. Aliás a questão mais repetitivamente se pôs foi a do estacionamento e das cargas e descargas. Pareceu-me natural: pois se o auditório era esmagadoramente constituído por comerciantes esse parâmetro é decisivo para a sua sobrevivência. Passou-se às respostas. De novo os slides. Algumas explicações mais detalhadas sobre as questões já explicadas na apresentação. Quanto a questões não incluídas nessa apresentação a resposta era nula. Ou não tinham sido ainda consideradas ou não estavam ali presentes os serviços correspondentes para responder. Como iriam funcionar depois e durante a obra os transportes colectivos: não estavam os STCP. Como iria ser a recolha de lixo e onde seriam colocados os contendores depois e durante a obra: não estava o ambiente. E assim sucessivamente. Uma coisa era certa: a obra era aquela, exactamente como a apresentavam, sem por ou tirar uma vírgula, os timings eram aqueles, sem por ou tirar um minuto. Perturbava os residentes e utentes da zona? Prejudicava, de forma que se afigurava irremediável, os comerciantes? Desvalorizava o imobiliário edificado? O bem público, a maravilhosa mais valia para a cidade (provavelmente só comparável, quer em valor quer em autoria, à dos jardins suspensos mandados construir pelo rei Nabucodonosor da Babilónia) vale tudo... Seguidamente o Dr. quis dar por encerrada a reunião. Afinal já estava tudo respondido. Protestei: no início tinha-me garantido que teria mais tempo de intervenção. Lá me deixou colocar mais algumas questões, lá deu mais algumas respostas, iguais às anteriores, igualmente definitivas ou evasivas, mas sempre a deixar claro a magnificência da obra, o rigor financeiro único e a magnífica nova forma de diálogo com os cidadãos. Um dos presentes, há muitos e muitos anos comerciante da zona, protestou: pois se não dava resposta concreta às questões específicas levantadas, se não admitia qualquer alteração ao plano e timings da obra, a reunião era pura demagogia. Querem revitalizar a Baixa e tiram-lhe todas as condições. O Dr. irritou-se. Perdeu a compostura, dirigiu-se quase aos berros ao cidadão, tocou as raias da indelicadeza. Afinal ele estava ali, já passava da hora de jantar, sacrificava-se e diziam-lhe que era demagógico e não trazia respostas concretas. A ele, que se dispusera a falar a uns quaisquer Carregalenses diziam que era demagógico... Oh sacrilégio a merecer a mais severa penitencia. A reunião deu sinais de aquecer. Alguns presentes exaltaram-se, outros deitaram água na fervura. O Dr. pediu desculpa pela exaltação. Acabou com a reunião. Afinal sempre não estávamos ali o tempo que fosse preciso.
Passado mais de um mês sobre esta reunião podem já avaliar-se os seus efeitos. A obra de alteração dos passeios prossegue, as passagens para peões nessa zona são indescritíveis, é necessária uma permanente pressão sobre o encarregado da obra para que condições mínimas sejam facultadas. O abastecimento de energia é por vezes interrompido, não há qualquer possibilidade de estacionar uma viatura junto a casa nem mesmo que para retirar um doente ou alguém com dificuldades motoras, os comerciantes vêm o acesso aos seus estabelecimentos praticamente inviabilizado, os engarrafamentos de transito são permanentes. É angustiante ver ambulâncias tentar aceder ao H.G.S.A. encalhadas no trânsito tempos infinitos. As máquinas trabalham na mesma área onde circulam peões, em dias de chuva (felizmente, para este caso tem sido poucos) a lama acumula-se. e acumula-se também o lixo já que é com enormíssima dificuldade que os serviços competentes conseguem fazer a recolha. Mas os Carregalenses vivem felizes: conscientes que o seu sofrimento é uma contribuição para a grande obra, aplaudem os buracos, os engarrafamentos, as sirenes desesperadas das ambulâncias, o lixo, e, quando há dias caí por ter tropeçado num dos colectores que se encontra desnivelado, apenas me ocorreu um sentimento de gratidão: tivera a oportunidade única de um contributo extraordinário para a grande obra. Estraguei a roupa: qual é o problema: os saldos estão aí. Seguramente os Carregalenses só lamentam que a obra venha a terminar e que assim não possam aumentar o seu crédito de sacrifícios.
E não é que agora um bendito parecer do IPPAR pretende inviabilizar a obra! Inacreditável. Mas lá vem a Câmara do Porto sanar a situação: pois se o IPPAR já errara ao permitir a abertura do túnel junto ao edifício do HGSA e ao permitir a construção de um edifício espelhado de fronte ao Palácio dos Carrancas então que erre outra vez. Isso é imperativo que isto de asneira é obrigação e faz doutrina. E ainda por cima o IPPAR teve a lata de divulgar o parecer junto da Comunicação Social. Valha-nos Deus: os Carregalenses ao saberem disto podem deixar de fazer sacrifícios e exigir junto da Câmara ser ressarcidos dos créditos sacrificienciais já acumulados. Mas esperem Carregalenses: a Câmara tomou medidas e apresentou já o pedido de reapreciação do processo pela Direcção Nacional do IPPAR. Solidário, o Dr. Presidente do Conselho de Administração do H.G.S.A. emite douto comunicado insurgindo-se com o parecer do IPPAR. Congratulando-se com a decisão de fazer prolongar a saída do túnel até à Rua de D. Manuel II, à porta do Museu Soares dos Reis, alega "Aquela saída não prejudica em nada o museu ou a rua, que até tem uma série de atentados anteriores que o IPPAR nunca se lembrou de impedir" (o sublinhado é meu). Este sim: ora aqui está um cidadão de mão cheia, daqueles que realmente sabem que asneira faz doutrina. Cá por mim acho que ele deve ir já para Presidente do IPPAR. Comparada com o atentado urbanístico constituído pela ampliação das instalações do H.G.S.A. a abertura do Túnel junto dessas instalações é apenas um atentadinho... Na reunião Camarária sugeriu-se o prolongamento do Túnel até ao Palácio de Cristal. Cá por mim eu prolongava-o era até Lisboa: assim sempre se descongestionava a auto-estrada e, se calhar, dispensava-se o TGV...
A inacreditável situação gerada pela construção do túnel Ceuta-Carregal já só se aguenta com ironia e desperta sentimentos de compaixão. Compaixão pela forma atabalhoada como a Cidade (e o País) vêm sendo governados, onde interesses esparsos parecem sobrepor-se ao bem geral, onde a Lei da Nação parece ser letra morta prevalecendo a lei da selva, onde o cidadão continua a ser o grande esquecido e o grande sofredor. Como é dito no "S.O.S. CARREGAL!" o Tiago gosta de propostas: eu quero propor que se atulhe o túnel e que com ele se atulhe toda a pequenez mental de gestores, técnicos, empreiteiros, interesseiros, palanfreiros, políticos, opinion makers e afins tanto mal fazem a esta cidade e ao País.
Assunção Costa Lima
De: Cristina Santos - "Túnel de Ceuta IPPAR"
Em relação ao IPPAR e ao túnel de Ceuta, o Francisco tem razão, mas também é legítimo e pode acontecer que o processo seja reanalisado.
Pode ter sucedido, à luz de que algumas vezes acontece com as obras particulares em áreas protegidas, que o parecer inicial se tenha mostrado favorável por uma ou outra razão, que não vou aqui debater até porque não são conhecidos publicamente os parâmetros controversos (ou não) que o IPPAR usa na avaliação dos seus processos.
O mesmo parecer favoravel pode posteriormente ter sido rebatido, por qualquer entidade ou particular, que obriga o IPPAR a reanalisar o processo de acordo com normas específicas ou critérios que tenham utilizado em casos semelhantes.
Ou seja pode ter existido recurso ao deferimento anterior, seja esse deferimento inicial escrito ou verbal, mas que em qualquer dos casos permitiu o início das obras.
Esse recurso obrigatoriamente conduz a reavaliação do caso, por uma equipa diferente e em algumas circunstâncias hierarquicamente superior.
É legitimo contestar a disparidade que existe de parecer para parecer, no que diz respeito ao IPPAR.
Obviamente que se existem entidades ou particulares que denunciam que o IPPAR não fez uma correcta aplicação das normas, nestes casos o processo tem de ser revisto e as consequências resultam, na correcção do deferimento.
Claro que o responsável do projecto embora tivesse um parecer mais ou menos positivo, sabia de antemão que isto poderia acontecer.
Por exemplo um particular pode obter um parecer insinuativamente favorável, dadas as circunstâncias e ocasião, ou seja um parecer de excepção, e mais tarde esse parecer pode ser rebatido por um qualquer vizinho, e nessa altura tudo se altera e obtêm realmente um parecer legal, escrito, mas negativo.
É tal norma do vamos a ver se passa, umas vezes passa, outras não... nos particulares dada a rigidez até aceito, (cada um puxa a sua brasa), agora as entidades publicas têm que dar o exemplo no cumprimento das normas, mesmo que estas sejam completamente desfavoráveis ao desenvolvimento da Cidade.
Pode ter sucedido, à luz de que algumas vezes acontece com as obras particulares em áreas protegidas, que o parecer inicial se tenha mostrado favorável por uma ou outra razão, que não vou aqui debater até porque não são conhecidos publicamente os parâmetros controversos (ou não) que o IPPAR usa na avaliação dos seus processos.
O mesmo parecer favoravel pode posteriormente ter sido rebatido, por qualquer entidade ou particular, que obriga o IPPAR a reanalisar o processo de acordo com normas específicas ou critérios que tenham utilizado em casos semelhantes.
Ou seja pode ter existido recurso ao deferimento anterior, seja esse deferimento inicial escrito ou verbal, mas que em qualquer dos casos permitiu o início das obras.
Esse recurso obrigatoriamente conduz a reavaliação do caso, por uma equipa diferente e em algumas circunstâncias hierarquicamente superior.
É legitimo contestar a disparidade que existe de parecer para parecer, no que diz respeito ao IPPAR.
Obviamente que se existem entidades ou particulares que denunciam que o IPPAR não fez uma correcta aplicação das normas, nestes casos o processo tem de ser revisto e as consequências resultam, na correcção do deferimento.
Claro que o responsável do projecto embora tivesse um parecer mais ou menos positivo, sabia de antemão que isto poderia acontecer.
Por exemplo um particular pode obter um parecer insinuativamente favorável, dadas as circunstâncias e ocasião, ou seja um parecer de excepção, e mais tarde esse parecer pode ser rebatido por um qualquer vizinho, e nessa altura tudo se altera e obtêm realmente um parecer legal, escrito, mas negativo.
É tal norma do vamos a ver se passa, umas vezes passa, outras não... nos particulares dada a rigidez até aceito, (cada um puxa a sua brasa), agora as entidades publicas têm que dar o exemplo no cumprimento das normas, mesmo que estas sejam completamente desfavoráveis ao desenvolvimento da Cidade.
De: Carlos Gilbert - "Ana Barbosa"
Ana Barbosa:
«Ou seja, por todas estas razões e outras mais não percebo esta revolta, sem nexo, sobre o metro na Boavista. A única explicação que encontro é o prazer de certas individualidades e Orgãos de Comunicação Social poderem criar controvérsias e instabilidades políticas.»
Peço licença aos restantes membros habituais deste blog e ao TAF para poder tomar posição perante as acusações graves que esta senhora nos faz (e que pode servir para futuros casos semelhantes):
1. Quando se entra num debate, o mínimo que se deve fazer é estudar primeiro o mesmo nas suas diversas vertentes, ou seja, as opiniões pró e contra. Entrar "de chancas" com afirmações como "revolta sem nexo" e "prazer de certas individualidades e órgãos da C.S. poderem criar controvérsias e instabilidades políticas" é polémico e - em minha opinião - insultuoso. Porquê? Porque se se der ao trabalho de ler as inúmeras opiniões expressas neste blog (pró e contra) elas foram sempre devidamente fundamentadas, apresentando-se inclusivé alternativas concretas. Tanto assim é que a própria Câmara nos endereçou um convite para um debate público, onde esteve presente nada menos que o Presidente da "Metro do Porto", Prof. Oliveira Marques, secundado pelo Dr. Paulo Morais, vereador da CMP para o Urbanismo. Para quem alegadamente promove "revoltas sem nexo" convenhamos que é um tanto estranho, minha senhora!
2. Os motivos de tanta polémica à volta do projecto "Metro na Boavista" estão devidamente explicados em pormenor neste blog, como já lhe afirmou o nosso moderador. Faça o favor de se informar, tem contribuições que chegue para, querendo, formar uma opinião sobre o assunto. Verá que há perguntas concretas sobre dúvidas fundamentadas, e também há propostas para alternativas. Portanto, nada que se coadune com "criar controvérsias e instabilidades políticas". Creio não ser necessário ir mais longe na resposta às suas afirmações.
Cumprimentos,
C. Gilbert
«Ou seja, por todas estas razões e outras mais não percebo esta revolta, sem nexo, sobre o metro na Boavista. A única explicação que encontro é o prazer de certas individualidades e Orgãos de Comunicação Social poderem criar controvérsias e instabilidades políticas.»
Peço licença aos restantes membros habituais deste blog e ao TAF para poder tomar posição perante as acusações graves que esta senhora nos faz (e que pode servir para futuros casos semelhantes):
1. Quando se entra num debate, o mínimo que se deve fazer é estudar primeiro o mesmo nas suas diversas vertentes, ou seja, as opiniões pró e contra. Entrar "de chancas" com afirmações como "revolta sem nexo" e "prazer de certas individualidades e órgãos da C.S. poderem criar controvérsias e instabilidades políticas" é polémico e - em minha opinião - insultuoso. Porquê? Porque se se der ao trabalho de ler as inúmeras opiniões expressas neste blog (pró e contra) elas foram sempre devidamente fundamentadas, apresentando-se inclusivé alternativas concretas. Tanto assim é que a própria Câmara nos endereçou um convite para um debate público, onde esteve presente nada menos que o Presidente da "Metro do Porto", Prof. Oliveira Marques, secundado pelo Dr. Paulo Morais, vereador da CMP para o Urbanismo. Para quem alegadamente promove "revoltas sem nexo" convenhamos que é um tanto estranho, minha senhora!
2. Os motivos de tanta polémica à volta do projecto "Metro na Boavista" estão devidamente explicados em pormenor neste blog, como já lhe afirmou o nosso moderador. Faça o favor de se informar, tem contribuições que chegue para, querendo, formar uma opinião sobre o assunto. Verá que há perguntas concretas sobre dúvidas fundamentadas, e também há propostas para alternativas. Portanto, nada que se coadune com "criar controvérsias e instabilidades políticas". Creio não ser necessário ir mais longe na resposta às suas afirmações.
Cumprimentos,
C. Gilbert
De: Ana Barbosa - "Metro na Boavista"
Metro, porque não?
Não compreendo o motivo de indignação gerado à volta do metro da Boavista.
Hoje, qual foi o meu espanto ao folhear os jornais e aperceber-me que existem movimentos contra a construção do mesmo.Tantos anos a culpar e a massacrar o governo pela falha da não existência da área metropolitana do Porto, para na altura em que, de facto, alguém ou algum poder político leva avante a ideia, por todos nós “exigida”, ser criticado e o projecto apontado como erro.
Não é preciso ser dotado de garndes capacidades para compreender as vantagens da implantação do metro na Boavista, senão vejamos:
Ana Barbosa
anabarbosa201@hotmail.com
--
Nota de TAF: Vejo que é recém-chegada ao debate. Permita-me aconselhar a leitura deste meu comentário com a minha opinião e de vários outros posts no dia 16, após a tertúlia. Estamos de boa fé, a favor ou contra, acredite. :-)
Não compreendo o motivo de indignação gerado à volta do metro da Boavista.
Hoje, qual foi o meu espanto ao folhear os jornais e aperceber-me que existem movimentos contra a construção do mesmo.Tantos anos a culpar e a massacrar o governo pela falha da não existência da área metropolitana do Porto, para na altura em que, de facto, alguém ou algum poder político leva avante a ideia, por todos nós “exigida”, ser criticado e o projecto apontado como erro.
Não é preciso ser dotado de garndes capacidades para compreender as vantagens da implantação do metro na Boavista, senão vejamos:
- Melhor facilidade de deslocação. Ou seja evita o aglomerar de trânsito e falhas nas acessibilidades.
- Trata-se de um meio de transporte rápido, eficaz, seguro e nada poluente.
- Reduz o número de veículos automóveis e ciclomotores na estrada.
- A nível estético tem melhor presença, mais modernizada, que os antigos eléctricos ou autocarros.
- O conforto e comodidade são inquestionáveis, quem experimentou sabe.
- O preço, reconheço que, ainda é um pouco elevado, até porque estamos num períodod inicial e de experimentação. Embora já compense a qualquer pessoa que necessita de usar passe dos STCP.
Ana Barbosa
anabarbosa201@hotmail.com
--
Nota de TAF: Vejo que é recém-chegada ao debate. Permita-me aconselhar a leitura deste meu comentário com a minha opinião e de vários outros posts no dia 16, após a tertúlia. Estamos de boa fé, a favor ou contra, acredite. :-)
De: F. Rocha Antunes - "Imperativos legais..."
"... e outros"
Sem ser jurista vou tentar alinhavar uma resposta à questão colocada por Assunção Costa Lima.
A Lei regula todas as obras que se fazem quer em edifícios classificados quer em toda a área de protecção que legalmente protege a envolvente desses edifícios. E atribui a responsabilidade de autorizar ou não essas obras ao IPPAR. (consultar a página do IPPAR em www.ippar.pt, que enumera as diferentes leis que se aplicam. Infelizmente, sem qualquer link para os textos das leis)
Cabe em primeiro lugar ao IPPAR a responsabilidade de fazer cumprir, em matéria de defesa do património, essas mesmas disposições legais.
Quem quiser fazer qualquer obra numa área de jurisdição do IPPAR, pelo menos se for um particular ou uma empresa, tem de submeter o respectivo projecto à apreciação prévia desse Instituto público para obtenção de um parecer vinculativo que, se for negativo, não pode prosseguir, ou seja, nem sequer a Câmara Municipal respectiva pode aprovar as obras.
Se o IPPAR tiver conhecimento de qualquer obra que decorra dentro de uma área sob a sua protecção que não tenha sido objecto da competente aprovação tem a obrigação legal, e o poder, de propor o embargo da mesma.
Concretizando no caso do túnel de Ceuta:
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Sem ser jurista vou tentar alinhavar uma resposta à questão colocada por Assunção Costa Lima.
A Lei regula todas as obras que se fazem quer em edifícios classificados quer em toda a área de protecção que legalmente protege a envolvente desses edifícios. E atribui a responsabilidade de autorizar ou não essas obras ao IPPAR. (consultar a página do IPPAR em www.ippar.pt, que enumera as diferentes leis que se aplicam. Infelizmente, sem qualquer link para os textos das leis)
Cabe em primeiro lugar ao IPPAR a responsabilidade de fazer cumprir, em matéria de defesa do património, essas mesmas disposições legais.
Quem quiser fazer qualquer obra numa área de jurisdição do IPPAR, pelo menos se for um particular ou uma empresa, tem de submeter o respectivo projecto à apreciação prévia desse Instituto público para obtenção de um parecer vinculativo que, se for negativo, não pode prosseguir, ou seja, nem sequer a Câmara Municipal respectiva pode aprovar as obras.
Se o IPPAR tiver conhecimento de qualquer obra que decorra dentro de uma área sob a sua protecção que não tenha sido objecto da competente aprovação tem a obrigação legal, e o poder, de propor o embargo da mesma.
Concretizando no caso do túnel de Ceuta:
- O IPPAR sabe, há vários anos, que existe uma saída de um túnel junto a um edifício classificado como Monumento Nacional, o Hospital de Santo António
- A área de protecção é, por defeito e se não tiver sido proposta pelo próprio IPPAR nenhuma outra, de 50 metros a partir dos limites do monumento ou edifício classificado
- Emitiu algum parecer até hoje sobre essa obra?
- A CMP solicitou, na altura em que decidiu lançar a obra, que inclusivamente faz recurso a fundos comunitários, o respectivo parecer?
- O IPPAR, aquando da revisão do PDM do Porto, e ao ter sido obrigatoriamente consultado durante a fase de consulta legal às diferentes entidades da administração, levantou alguma objecção ao referido túnel? É que, por bizarro que pareça, até então poderia alegar desconhecimento formal da intenção, mas a partir dessa altura (há pelo menos ano e meio, se não me falham as contas…) tal já não é possível.
- Por fim, o que justifica que, e segundo o que se lê na imprensa, após várias reuniões recentes entre o IPPAR, a CMP e os projectistas, tenha aparecido um “chumbo”?
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: TAF - "Os cruzamentos do Metro"
Dois exemplos em imagens de fraca qualidade obtidas a partir de uma impressão em papel, enquanto se aguarda a disponibilização destes dados em formato digital no site da Metro do Porto.
PS: Escreveu Carlos Gilbert: «O que é uma "placa horizonatal"??? Ainda bem que há espaço tb. para humor...» :-)
PS: Escreveu Carlos Gilbert: «O que é uma "placa horizonatal"??? Ainda bem que há espaço tb. para humor...» :-)
De: Alexandre Burmester - "Focagem..."
"... é necessária..."
Caros Srs.,
É óbvio que o assunto do TGV, aparentemente não tem nada a ver com a cidade, e menos com a Baixa, pelo menos aparentemente. Senão vejamos:
Não interesa realmente discutir, aqui e agora este assunto, e nisso estou de acordo com o R. Antunes e TAF, para quê dispersar os assuntos e os temas deste Blog? Infelizmente discutimos apenas a baixa (Embora, na verdade esta baixa, é a continuação de uma malha, cada dia mais urbana que une todo o litoral deste país).
Sejamos como diz o ditado - se formos demasiado grandes, não saberemos resolver os problemas pequenos, (Embora pequenos não veremos os grandes).
Mas como é urgente, e como entendo o "S.O.S. Carregal", e a burrada do Metro da Boavista. Vamos nos focar.
Nota: Aos srs. jornalistas que leiam este Blog, por favor peçam ao Metro os desenhos das soluções dos cruzamentos da Avenida da Boavista, para que possam ser publicados. (Vejamos se tem coragem de os dar)
Alexandre Burmester
--
Nota de TAF: O Prof. Oliveira Marques teve a amabilidade de me dar cópia impressa da apresentação que fez, e por isso eu tenho esses desenhos. No entanto, como ele tinha anunciado a disponibilidade online do ficheiro para breve no site da Metro do Porto, eu estava a ver se me escapava do trabalho de digitalização... Mas se demorar, eu divulgo-os aqui.
Caros Srs.,
É óbvio que o assunto do TGV, aparentemente não tem nada a ver com a cidade, e menos com a Baixa, pelo menos aparentemente. Senão vejamos:
- Não interessa de todo sabermos que os investimentos a disponibilizar são incomensuravelmente maiores que qualquer metro, qualquer programa de habitação, qualquer renovação urbana;
- Não interessa, como lembra o Carlos Gilbert, que garantia temos depois deste investimento, termos comboios a funcionar, quando nos lembramos do projecto falhado da linha Porto/Lisboa, e das derrapagens e erros da linha do Norte? É a mesma equipe que nos habituou a estes erros que vai se responsabilizar e dirigir o projecto do TGV?
- Não interressa pensarmos no custo benefício do custo das passagens versus as alternativas?
- Não interessa saber se este TGV, vai acertar no Palácio de Cristal e passar na Rotunda, ou se vai para Campanhã, e nas respectivas implicações na cidade, e na sua interligação ao Metro?
- Não interessa sabermos onde ficarão as futuras pontes entre Porto e Gaia, nas suas implicações nas duas cidades e nos seus desenvolvimentos futuros?
Não interesa realmente discutir, aqui e agora este assunto, e nisso estou de acordo com o R. Antunes e TAF, para quê dispersar os assuntos e os temas deste Blog? Infelizmente discutimos apenas a baixa (Embora, na verdade esta baixa, é a continuação de uma malha, cada dia mais urbana que une todo o litoral deste país).
Sejamos como diz o ditado - se formos demasiado grandes, não saberemos resolver os problemas pequenos, (Embora pequenos não veremos os grandes).
Mas como é urgente, e como entendo o "S.O.S. Carregal", e a burrada do Metro da Boavista. Vamos nos focar.
Nota: Aos srs. jornalistas que leiam este Blog, por favor peçam ao Metro os desenhos das soluções dos cruzamentos da Avenida da Boavista, para que possam ser publicados. (Vejamos se tem coragem de os dar)
Alexandre Burmester
--
Nota de TAF: O Prof. Oliveira Marques teve a amabilidade de me dar cópia impressa da apresentação que fez, e por isso eu tenho esses desenhos. No entanto, como ele tinha anunciado a disponibilidade online do ficheiro para breve no site da Metro do Porto, eu estava a ver se me escapava do trabalho de digitalização... Mas se demorar, eu divulgo-os aqui.
De: Carlos Gilbert - "Comentários no blog"
Tiago:
«Há alturas em que tenho especial tolerância para comentários como este de M.M.. Ao publicá-lo pretendi apenas dar a perceber que qualquer pessoa aqui é bem vinda e que para a próxima vez valia a pena escrever algo mais construtivo porque os comentários de facto são lidos. ;-)»
Com o devido respeito pelos seus "direitos de moderador" gostava de relembrar que uma das regras que por si nos é imposta (e bem) é não fazermos comentários políticos de ordem pessoal. O que manifestamente é o caso de M.M., e totalmente fora de contexto. Uma coisa é dizer-se p.ex. "discordo de Rui Rio por isto ou aquilo" e fundamentar as medidas ou atitudes que o autarca tomou das quais se vem discordar (e desde que sejam do âmbito deste blog), outra coisa é uma frase de "imbirrância pessoal" como a que foi posta (e que pode de certa forma denegrir a imagem apolítica deste blog, pois se foi posta online é implicitamente tolerada pelo moderador...). Se me manifesto a este respeito é precisamente pelo que aponto: a imagem estritamente apolítica deste blog.
C. Gilbert
--
Nota de TAF: Admito que possa ter sido excessivamente tolerante. Hesitei na decisão precisamente por causa dessa "imbirrância pessoal", mas deixei passar... Julgo contudo que quem ler o blog saberá "filtrar" devidamente. :-)
«Há alturas em que tenho especial tolerância para comentários como este de M.M.. Ao publicá-lo pretendi apenas dar a perceber que qualquer pessoa aqui é bem vinda e que para a próxima vez valia a pena escrever algo mais construtivo porque os comentários de facto são lidos. ;-)»
Com o devido respeito pelos seus "direitos de moderador" gostava de relembrar que uma das regras que por si nos é imposta (e bem) é não fazermos comentários políticos de ordem pessoal. O que manifestamente é o caso de M.M., e totalmente fora de contexto. Uma coisa é dizer-se p.ex. "discordo de Rui Rio por isto ou aquilo" e fundamentar as medidas ou atitudes que o autarca tomou das quais se vem discordar (e desde que sejam do âmbito deste blog), outra coisa é uma frase de "imbirrância pessoal" como a que foi posta (e que pode de certa forma denegrir a imagem apolítica deste blog, pois se foi posta online é implicitamente tolerada pelo moderador...). Se me manifesto a este respeito é precisamente pelo que aponto: a imagem estritamente apolítica deste blog.
C. Gilbert
--
Nota de TAF: Admito que possa ter sido excessivamente tolerante. Hesitei na decisão precisamente por causa dessa "imbirrância pessoal", mas deixei passar... Julgo contudo que quem ler o blog saberá "filtrar" devidamente. :-)
De: Manuel Martins: "Lisboa e Porto desiguais"
Prezado TAF:
Como a edição 'on-line' do JN não dá acesso à "Página do Leitor", aqui lhe envio o texto integral que vem hoje publicado com omissões. Foram suprimidas as passagens com referência a "A Baixa do Porto", à comparação com o sistema intermodal (passes) e à prioridade da linha de Gondomar sobre a da Boavista.
Tratamento desigual nos Metros de Porto e Lisboa
Felicitações ao JN por ultimamente insistir na denúncia do tratamento desigual do investimento e tarifário dos Metros do Porto e de Lisboa. Só venho dar um exemplo da extorsão que é o incensado sistema de cobrança com o nome de "andante". Imagine-se um utilizador esporádico do Metro. Por ex., um casal morador na zona da Boavista que pretende tirar o passaporte e quer deslocar-se à Loja do Cidadão, nas Antas. Vai à estação da Casa da Música e verifica que, ao contrário de qualquer metro, eléctrico, autocarro, comboio em qualquer parte do mundo, não há um bilhete para uma única viagem. Tem de comprar o tal "andante" (0,50 EUR) e carregá-lo com duas viagens por causa do regresso (1,60 EUR), pagando 2,10 EUR. Para os dois, o total será 4,20 EUR! Se morasse em Matosinhos, esse total, devido ao sistema de zonas, seria de 5,00 EUR! Num e noutro caso, no metro de Lisboa (e para maiores distâncias!), o custo total seria de 2,60 EUR (quatro viagens a 0,65 EUR, sem o esbulho do "andante") quase metade...
Neste quadro, o que fará qualquer chefe de família média ou média-baixa? Pega no seu automóvel e abala, não só por razões de comodidade, mas sobretudo porque aqueles preços mais que pagam a gasolina! Nem se diga que o "andante" é um sistema intermodal. Em Lisboa há os passes por coroas, mas os meios de transporte incluídos (Metro, Carris e CP) têm bilhetes individuais para os utilizadores de ocasião. Quanto a passes, também o Metro-Porto refinou. Tenho colegas moradores perto do Aeroporto que utilizavam a linha da Póvoa e pagavam mensalmente 3.000$00 (15,0 EUR). Hoje, o passe equivalente do Metro custa-lhes exactamente o dobro, 30,0 EUR.
No blogue 'A baixa do Porto' que o JN citou, o tarifário não é preocupação, antes os aspectos estéticos e urbanísticos. Ora, o Metro é um transporte social facilitador da mobilidade e desincentivador do transporte individual que inferniza os centros urbanos pelo que, como em Lisboa, deve ser acessível a quem vive do seu trabalho. Também por tais razões, é justo reclamar prioridade para a Linha de Gondomar em detrimento da linha da Boavista.
Claro que estes pormenores não interessam a quem tem carro distribuído com ou sem motorista às ordens, mas imagine-se o seu significado para os milhares de pessoas a ganhar o salário mínimo, os desempregados, os reformados ou dos jovens à procura do primeiro emprego...
Daí o meu aplauso ao JN, especialmente aos seus jornalistas Hugo Silva e Jorge Vilas, esperando que mais vozes se levantem até o Presidente Executivo do Metro-Porto deixar de afirmar, como na entrevista de domingo, que o "tarifário não é barato nem excessivamente caro" e, pelo menos, passar a dizer que é ao mesmo preço do Metro da capital.
a) M. GASPAR MARTINS - PORTO
--
Nota de TAF: Não sei por que razão fala neste blog como se ele fosse uma entidade com opinião. O blog, como vê, veicula apenas as opiniões de quem cá quer escrever, entre as quais a sua. ;-)
Como a edição 'on-line' do JN não dá acesso à "Página do Leitor", aqui lhe envio o texto integral que vem hoje publicado com omissões. Foram suprimidas as passagens com referência a "A Baixa do Porto", à comparação com o sistema intermodal (passes) e à prioridade da linha de Gondomar sobre a da Boavista.
Tratamento desigual nos Metros de Porto e Lisboa
Felicitações ao JN por ultimamente insistir na denúncia do tratamento desigual do investimento e tarifário dos Metros do Porto e de Lisboa. Só venho dar um exemplo da extorsão que é o incensado sistema de cobrança com o nome de "andante". Imagine-se um utilizador esporádico do Metro. Por ex., um casal morador na zona da Boavista que pretende tirar o passaporte e quer deslocar-se à Loja do Cidadão, nas Antas. Vai à estação da Casa da Música e verifica que, ao contrário de qualquer metro, eléctrico, autocarro, comboio em qualquer parte do mundo, não há um bilhete para uma única viagem. Tem de comprar o tal "andante" (0,50 EUR) e carregá-lo com duas viagens por causa do regresso (1,60 EUR), pagando 2,10 EUR. Para os dois, o total será 4,20 EUR! Se morasse em Matosinhos, esse total, devido ao sistema de zonas, seria de 5,00 EUR! Num e noutro caso, no metro de Lisboa (e para maiores distâncias!), o custo total seria de 2,60 EUR (quatro viagens a 0,65 EUR, sem o esbulho do "andante") quase metade...
Neste quadro, o que fará qualquer chefe de família média ou média-baixa? Pega no seu automóvel e abala, não só por razões de comodidade, mas sobretudo porque aqueles preços mais que pagam a gasolina! Nem se diga que o "andante" é um sistema intermodal. Em Lisboa há os passes por coroas, mas os meios de transporte incluídos (Metro, Carris e CP) têm bilhetes individuais para os utilizadores de ocasião. Quanto a passes, também o Metro-Porto refinou. Tenho colegas moradores perto do Aeroporto que utilizavam a linha da Póvoa e pagavam mensalmente 3.000$00 (15,0 EUR). Hoje, o passe equivalente do Metro custa-lhes exactamente o dobro, 30,0 EUR.
No blogue 'A baixa do Porto' que o JN citou, o tarifário não é preocupação, antes os aspectos estéticos e urbanísticos. Ora, o Metro é um transporte social facilitador da mobilidade e desincentivador do transporte individual que inferniza os centros urbanos pelo que, como em Lisboa, deve ser acessível a quem vive do seu trabalho. Também por tais razões, é justo reclamar prioridade para a Linha de Gondomar em detrimento da linha da Boavista.
Claro que estes pormenores não interessam a quem tem carro distribuído com ou sem motorista às ordens, mas imagine-se o seu significado para os milhares de pessoas a ganhar o salário mínimo, os desempregados, os reformados ou dos jovens à procura do primeiro emprego...
Daí o meu aplauso ao JN, especialmente aos seus jornalistas Hugo Silva e Jorge Vilas, esperando que mais vozes se levantem até o Presidente Executivo do Metro-Porto deixar de afirmar, como na entrevista de domingo, que o "tarifário não é barato nem excessivamente caro" e, pelo menos, passar a dizer que é ao mesmo preço do Metro da capital.
a) M. GASPAR MARTINS - PORTO
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Nota de TAF: Não sei por que razão fala neste blog como se ele fosse uma entidade com opinião. O blog, como vê, veicula apenas as opiniões de quem cá quer escrever, entre as quais a sua. ;-)
De: Assunção Costa Lima - "O túnel..."
"... Ceuta-Carregal – um clássico da cidade..."
De novo salta para a ribalta o túnel Ceuta-Carregal. A originalidade da nova tem agora a ver com um parecer do IPPAR que, dizem-nos, inviabiliza a construção da nova saída do túnel na área de protecção do edifício do Palácio dos Carrancas. Para alem da questão agora levantada, para alem de todas as questões que tão falado empreendimento tem suscitado, fica aqui uma questão a que, espero que algum dos simpáticos bloguistas me saiba responder:
Constitui ou não imperativo legal a Câmara consultar o IPPAR antes do início da obra e apenas a iniciar com parecer favorável do mesmo?
Adicionalmente quero dizer que, no passado dia 3 de Dezembro a Empresa de Gestão de Obras Públicas promoveu uma reunião de apresentação da obra junto dos residentes do Carregal. Lá não foi referida, tanto quanto me lembre qualquer questão relacionada com o IPPAR. Brevemente colocarei neste espaço uma súmula de tão curiosa reunião.
Assunção Costa Lima
De novo salta para a ribalta o túnel Ceuta-Carregal. A originalidade da nova tem agora a ver com um parecer do IPPAR que, dizem-nos, inviabiliza a construção da nova saída do túnel na área de protecção do edifício do Palácio dos Carrancas. Para alem da questão agora levantada, para alem de todas as questões que tão falado empreendimento tem suscitado, fica aqui uma questão a que, espero que algum dos simpáticos bloguistas me saiba responder:
Constitui ou não imperativo legal a Câmara consultar o IPPAR antes do início da obra e apenas a iniciar com parecer favorável do mesmo?
Adicionalmente quero dizer que, no passado dia 3 de Dezembro a Empresa de Gestão de Obras Públicas promoveu uma reunião de apresentação da obra junto dos residentes do Carregal. Lá não foi referida, tanto quanto me lembre qualquer questão relacionada com o IPPAR. Brevemente colocarei neste espaço uma súmula de tão curiosa reunião.
Assunção Costa Lima
De: F. Rocha Antunes - "Blogue nos carris?"
Meus Caros,
Uma das maiores tentações é falarmos sobre o que nos indigna na primeira oportunidade que temos. E a tentação de o fazer num blogue é irresistível. Mas acho que, para bem de todos, temos que nos auto-controlar. Sob pena de as opiniões se diluírem num verdadeiro saco de gatos (Tiago, esta é para si).
Acho que não vale a pena comentar a proposta do TGV, embora ela, no limite, possa vir a ter com o assunto deste Blogue, a Baixa do Porto, mas no que se refere às questões de localização da eventual futura estação.
A contenção é um dos exercícios mais difíceis mas não deixa de ser menos importante por isso.
Acho que é muito útil, por exemplo, o que a Cristina está a fazer sobre os investimentos do Metro de Lisboa porque é da maior relevância para que se perceba o que se passa com os investimentos do Metro do Porto, sempre apregoado como o maior investimento público de transportes a decorrer na Europa (quem ainda não ouviu isto?).
Já não vejo o menor interesse em dedicar uma linha que seja à 5ª ou 6ª versão oficial e “definitiva” sobre o TGV. Como o Tiago costuma dizer, e bem, “definitivo até deixar de o ser”.
Muito mais importante é a questão do parecer do IPPAR sobre o túnel de Ceuta.
O IPPAR, como bem sabem todas as pessoas que lidam com a transformação da cidade, tem um poder que se sobrepõe ao de qualquer Câmara Municipal quando se trata de salvaguardar o património protegido. Poder esse que é atribuído pela Lei e que ninguém questiona. Como ninguém questiona a importância de o património ser protegido.
A grande questão é a de saber como é que esse poder é exercido.
Quando algum organismo tem o poder discricionário que o IPPAR tem é fundamental que existam formas de conhecer e controlar a forma como esse poder é exercido. A auto-regulação, nestas matérias, não é suficiente.
Por isso eu defendo há anos que, à semelhança do que devia acontecer com outros organismos com igual poder discricionário, que a única forma de controlar e conhecer a forma concreta como são utilizados esse poderes discricionários é a publicação sistemática dos respectivos pareceres.
Se cada um de nós tivesse acesso fácil ao teor dos pareceres que são emitidos poderíamos não só aumentar a exequibilidade das propostas que se apresentam, sabendo com que linhas se orientam as regras de defesa do património, como poderíamos controlar a qualidade dos pareceres que são, diariamente, emitidos.
Concretamente, no caso do túnel de Ceuta levantam-se-me as seguintes perplexidades:
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
PS – Mais uma vez não percebo aonde se quer chegar com comentários como os de Miguel Monteiro. Isso não é aceitável aqui, na minha opinião, claro.
--
Nota de TAF: Estava eu a pensar que tinha que escrever um comentário sobre o rumo do blog quando me chega esta mensagem do Francisco. Foi trabalho que poupei. :-)
Alguns esclarecimentos, contudo.
Uma das maiores tentações é falarmos sobre o que nos indigna na primeira oportunidade que temos. E a tentação de o fazer num blogue é irresistível. Mas acho que, para bem de todos, temos que nos auto-controlar. Sob pena de as opiniões se diluírem num verdadeiro saco de gatos (Tiago, esta é para si).
Acho que não vale a pena comentar a proposta do TGV, embora ela, no limite, possa vir a ter com o assunto deste Blogue, a Baixa do Porto, mas no que se refere às questões de localização da eventual futura estação.
A contenção é um dos exercícios mais difíceis mas não deixa de ser menos importante por isso.
Acho que é muito útil, por exemplo, o que a Cristina está a fazer sobre os investimentos do Metro de Lisboa porque é da maior relevância para que se perceba o que se passa com os investimentos do Metro do Porto, sempre apregoado como o maior investimento público de transportes a decorrer na Europa (quem ainda não ouviu isto?).
Já não vejo o menor interesse em dedicar uma linha que seja à 5ª ou 6ª versão oficial e “definitiva” sobre o TGV. Como o Tiago costuma dizer, e bem, “definitivo até deixar de o ser”.
Muito mais importante é a questão do parecer do IPPAR sobre o túnel de Ceuta.
O IPPAR, como bem sabem todas as pessoas que lidam com a transformação da cidade, tem um poder que se sobrepõe ao de qualquer Câmara Municipal quando se trata de salvaguardar o património protegido. Poder esse que é atribuído pela Lei e que ninguém questiona. Como ninguém questiona a importância de o património ser protegido.
A grande questão é a de saber como é que esse poder é exercido.
Quando algum organismo tem o poder discricionário que o IPPAR tem é fundamental que existam formas de conhecer e controlar a forma como esse poder é exercido. A auto-regulação, nestas matérias, não é suficiente.
Por isso eu defendo há anos que, à semelhança do que devia acontecer com outros organismos com igual poder discricionário, que a única forma de controlar e conhecer a forma concreta como são utilizados esse poderes discricionários é a publicação sistemática dos respectivos pareceres.
Se cada um de nós tivesse acesso fácil ao teor dos pareceres que são emitidos poderíamos não só aumentar a exequibilidade das propostas que se apresentam, sabendo com que linhas se orientam as regras de defesa do património, como poderíamos controlar a qualidade dos pareceres que são, diariamente, emitidos.
Concretamente, no caso do túnel de Ceuta levantam-se-me as seguintes perplexidades:
- Sabendo o IPPAR que a obra do túnel de Ceuta tem saída junto a um edifício classificado como Monumento Nacional, que é o Hospital Santo António (conferir a classificação em www.ippar.pt), há pelo menos 5 anos, qual foi o parecer que então emitiu?
- Como é que se alega que o actual parecer só agora foi emitido por apenas agora ter sido submetido o projecto à apreciação? Se eu, ou qualquer outro promotor imobiliário, tivesse começado uma obra que estivesse dentro de uma área de protecção, e tivesse iniciado uma obra sem ter submetido um projecto à apreciação do IPPAR essa obra não era imediatamente embargada, precisamente por não ter submetido esse projecto à apreciação?
- Como é que se sugere, como forma alternativa para viabilizar a obra que está a decorrer, que se deveria deixar a boca do túnel como estava inicialmente prevista, junto ao tal Monumento Nacional, ou em vez disso prolongar o novo túnel até em frente ao Palácio de Cristal, entrando dentro da área de protecção da Torre de Pedro-Sem? Pretende-se definir como mais importante o Museu de Soares dos Reis por causa do montante de obras que lá foi feito? Isso é critério? E se é critério, o valor das obras feitas quer no próprio túnel quer no Hospital é inferior?
- Ou será que desta vez não se pode “empurrar” o problema para fora da área de protecção e, pela primeira vez, o IPPAR tem de resolver o assunto dentro de uma série de áreas de protecção contíguas que são da sua responsabilidade?
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
PS – Mais uma vez não percebo aonde se quer chegar com comentários como os de Miguel Monteiro. Isso não é aceitável aqui, na minha opinião, claro.
--
Nota de TAF: Estava eu a pensar que tinha que escrever um comentário sobre o rumo do blog quando me chega esta mensagem do Francisco. Foi trabalho que poupei. :-)
Alguns esclarecimentos, contudo.
- Quando faço a revista de imprensa permito-me por vezes escrever algumas breves notas (nesses mesmos posts) claramente fora do âmbito do blog, como isto é exemplo. É uma espécie de "compensação pelo esforço", um pequeno privilégio que me concedi. :-)
- Quanto ao TGV, parece-me que vale a pena chamar a atenção também desta vez para o perfeito disparate que o projecto constitui, na minha modesta opinião. Mas não pretendo fomentar o debate aqui. Sugeri aliás que esse debate fosse feito noutro blog análogo, se é que não existe já. Pela dimensão dos investimentos em causa e pelo impacto que eles podem ter noutros projectos fundamentais ("secando" os financiamentos para a expansão do Metro, por exemplo), é importante dar o alerta. Está dado.
- Há alturas em que tenho especial tolerância para comentários como este de M.M.. Ao publicá-lo pretendi apenas dar a perceber que qualquer pessoa aqui é bem vinda e que para a próxima vez valia a pena escrever algo mais construtivo porque os comentários de facto são lidos. ;-)
De: João Medina - "Ainda a tertúlia"
Gostei:
*****************************************
João Medina
--
Nota de TAF: Caro João - Permita-me discordar de alguns pontos.
- Da disponibilidade, dedicação e empenho do TAF na organização e preparação do evento;
- Da participação espontânea de dezenas de cidadãos interessados;
- Da disponibilidade de pessoas de relevo da Câmara e do Metro do Porto em participarem num evento como estes;
- Que se transmitisse a ideia de que seria a "decisão de avançar com o projecto" que estaria em discussão, quando o que foi apresentado foi o "desenho" (por vezes distorcido) do mesmo. A decisão parece já estar tomada (já foi apresentado ao Governo e algumas obras já foram mesmo executadas);
- Que fosse pedido aos participantes que preparassem o seu "trabalho de casa" não nos sendo praticamente permitido apresentá-lo posteriormente. Para que serviu o esforço dedicado ao mesmo?
- Que se permitisse um espaço dedicado à discussão do projecto, fosse transformado num espaço de apresentação do mesmo. Não se fez tertúlia mas sim seminário com um orador (e sem contraditório...).
*****************************************
João Medina
--
Nota de TAF: Caro João - Permita-me discordar de alguns pontos.
- O nosso trabalho de casa está aqui online e o blog é lido pela Metro de Porto e pela Câmara.
- Era naquela ocasião mais importante recebermos informação da Metro do Porto do que darmos a nossa opinião. Afinal a Metro do Porto sabe perfeitamente o que pensamos, mas nós não tínhamos todos os dados por parte da empresa.
- Eu sei que se fica com pena de não poder dizer tudo o que se queria, mas estando cerca de 100 pessoas na sala... E basta ler as notícias dos jornais para ver que houve de facto contraditório.
De: TAF - "Os preços do TGV"
Ao preço médio de 19,24 euros por trajecto:
Companhia de baixo custo Ryanair inicia rota regular a partir do Porto
É preciso somar a isto as taxas de aeroporto, mas compare-se com os preços do TGV!
Companhia de baixo custo Ryanair inicia rota regular a partir do Porto
É preciso somar a isto as taxas de aeroporto, mas compare-se com os preços do TGV!
De: Cristina Santos - "Lisboa merece..."
"... o investimento"
Em curso:
- Troço Baixa/Chiado/Santa Apolónia, no valor de 284 milhões de euros, e que tem como previsão de conclusão o 1º trimestre de 2006.
- Troço Alameda/São Sebastião, no valor de 152 milhões de euros e cujo prazo final é o 4º trimestre de 2007.
Estes projectos em curso são financiados com recurso a fundos comunitários, PIDDAC-Plano de Investimentos de Despesas e Desenvolvimentos da Administração Central e fundos próprios.
Novos investimentos
- Troços na Linha Vermelha, São Sebastião/Campolide e Oriente/Aeroporto, de 235 milhões de euros no conjunto, e com data de conclusão para o 1º trimestre de 2008 .
- A Linha das Colinas, que contemplará um investimento de 350 milhões de euros. A abertura do concurso deverá ocorrer no 4º trimestre de 2005 e a data de conclusão em 2010. Serão 8,5 Kms e 16 estações, que visam dotar as zonas tradicionais de Lisboa «de condições de mobilidade que permitam, também, a sua renovação e requalificação».
Os novos investimentos, num valor global de 795 M€, incluem a nova Linha das Colinas e serão financiados com os mesmos meios financeiros, mas a Linha das Colinas - cujo investimento rondará os 350 M€ - será financiada com recurso a uma parceria público-privada.
Em estudo área já metropolitana:
- Troço Rato/Alcântara, com conclusão para 2008 e um investimento de 140 milhões de euros. O Troço Campolide/Campo de Ourique, para 2010 e a consumir 80 milhões de euros, e o troço aeroporto/Lumiar, num investimento de 135 milhões de euros. A abertura do concurso está prevista para o final de 2005 e a sua conclusão é para o ano de 2009.
O investimento previsto - 350 milhões de euros - vai ser suportado com recurso a uma parceria público-privada, uma novidade na história do Metro, que até agora tem recorrido apenas aos fundos comunitários, estatais e próprios.
Quanto custou a nossa linha Trindade /Antas, com um subsolo completamente rochoso, em que foi necessário trocar as empresas e pagar os seus equipamentos desgastáveis, com a transplantação da estação do heroísmo etc, etc... ?!
Cristina Santos
O percurso campo alegre enterrado custava quanto 144M€?
Em curso:
- Troço Baixa/Chiado/Santa Apolónia, no valor de 284 milhões de euros, e que tem como previsão de conclusão o 1º trimestre de 2006.
- Troço Alameda/São Sebastião, no valor de 152 milhões de euros e cujo prazo final é o 4º trimestre de 2007.
Estes projectos em curso são financiados com recurso a fundos comunitários, PIDDAC-Plano de Investimentos de Despesas e Desenvolvimentos da Administração Central e fundos próprios.
Novos investimentos
- Troços na Linha Vermelha, São Sebastião/Campolide e Oriente/Aeroporto, de 235 milhões de euros no conjunto, e com data de conclusão para o 1º trimestre de 2008 .
- A Linha das Colinas, que contemplará um investimento de 350 milhões de euros. A abertura do concurso deverá ocorrer no 4º trimestre de 2005 e a data de conclusão em 2010. Serão 8,5 Kms e 16 estações, que visam dotar as zonas tradicionais de Lisboa «de condições de mobilidade que permitam, também, a sua renovação e requalificação».
Os novos investimentos, num valor global de 795 M€, incluem a nova Linha das Colinas e serão financiados com os mesmos meios financeiros, mas a Linha das Colinas - cujo investimento rondará os 350 M€ - será financiada com recurso a uma parceria público-privada.
Em estudo área já metropolitana:
- Troço Rato/Alcântara, com conclusão para 2008 e um investimento de 140 milhões de euros. O Troço Campolide/Campo de Ourique, para 2010 e a consumir 80 milhões de euros, e o troço aeroporto/Lumiar, num investimento de 135 milhões de euros. A abertura do concurso está prevista para o final de 2005 e a sua conclusão é para o ano de 2009.
O investimento previsto - 350 milhões de euros - vai ser suportado com recurso a uma parceria público-privada, uma novidade na história do Metro, que até agora tem recorrido apenas aos fundos comunitários, estatais e próprios.
Quanto custou a nossa linha Trindade /Antas, com um subsolo completamente rochoso, em que foi necessário trocar as empresas e pagar os seus equipamentos desgastáveis, com a transplantação da estação do heroísmo etc, etc... ?!
Cristina Santos
O percurso campo alegre enterrado custava quanto 144M€?
De: Carlos Gilbert - "A saída do túnel..."
"... da rua de Ceuta"
Para tentar perceber de forma desapaixonada esta questão da nova proposta de saída para o túnel, gostava de perguntar o seguinte:
a) Este túnel foi concebido para facilitar o escoamento do trânsito da Baixa, evitando o seu fluxo actual via Praça Gomes Teixeira, Praça dos Leões e frontaria antiga do Hospital de Sto. antónio, certo? Não vai acrescentar um único veículo ao fluxo actualmente existente, pois não?
b) Desde sempre se falou na saída na parte lateral ao Hospital, em pleno Jardim do Carregal (depois de abandonada a ideia inicial da saída junto ao início da rua de Júlio Dinis), correcto? Porque motivo vem Director do hospital só agora protestar contra esta saída?
c) O que o IPPAR agora "chumbou" foi a alteração desta saída do local previsto para a rua de D. Manuel II, se não estou equivocado. Ora, por analogia dos factos vamos ver o seguinte: o Prof. Oliveira Marques disse, na Tertúlia do Guarany, e na presença do vereador para o Urbanismo, Dr. Paulo Morais, que no traçado da linha da Boavista era impensável passar o Metro a subterrâneo na zona do Bessa por razões estéticas, devido ao impacto negativo da "trincheira" que tal iria ocasionar. Não ouvi da boca do responsável da CMP nenhuma palavra de desacordo. E vem a gora a mesma edilidade propor uma "trincheira" igaul (ou seja, saída de túnel) para a frente dos belíssimos edifícios da rua de D. Manuel II? Numa via com metade da largura da Avenida da Boavista? Onde está a coerência?
De todos os arquitectos deste blog só vi pronunciar-se o Alexandre Burmester, e em defesa do IPPAR. Gostava de saber dos outros a vossa opinião sobre este assunto que é de grande importância para a cidade, principalmente pelos motivos de estética que apresento.
Já agora, acrescento um ponto, o da segurança: quem passa pelo túnel das Antas, vê com facilidade os despistes que constantemente ali há, no seguimento da curva apertada na sua parte final. Se bem que tal estrangulamento (inqualificável, diga-se) não vá existir no túnel de Ceuta, que medidas vão existir de socorro se houver um despiste mais grave (quiçá seguido de incêndio) de uma viatura? Que este túnel vai servir de "pista de gameboy" para muito menino da nossa cidade, sobretudo a altas horas da madrugada, disso não tenho a menor dúvida...
C. Gilbert
Para tentar perceber de forma desapaixonada esta questão da nova proposta de saída para o túnel, gostava de perguntar o seguinte:
a) Este túnel foi concebido para facilitar o escoamento do trânsito da Baixa, evitando o seu fluxo actual via Praça Gomes Teixeira, Praça dos Leões e frontaria antiga do Hospital de Sto. antónio, certo? Não vai acrescentar um único veículo ao fluxo actualmente existente, pois não?
b) Desde sempre se falou na saída na parte lateral ao Hospital, em pleno Jardim do Carregal (depois de abandonada a ideia inicial da saída junto ao início da rua de Júlio Dinis), correcto? Porque motivo vem Director do hospital só agora protestar contra esta saída?
c) O que o IPPAR agora "chumbou" foi a alteração desta saída do local previsto para a rua de D. Manuel II, se não estou equivocado. Ora, por analogia dos factos vamos ver o seguinte: o Prof. Oliveira Marques disse, na Tertúlia do Guarany, e na presença do vereador para o Urbanismo, Dr. Paulo Morais, que no traçado da linha da Boavista era impensável passar o Metro a subterrâneo na zona do Bessa por razões estéticas, devido ao impacto negativo da "trincheira" que tal iria ocasionar. Não ouvi da boca do responsável da CMP nenhuma palavra de desacordo. E vem a gora a mesma edilidade propor uma "trincheira" igaul (ou seja, saída de túnel) para a frente dos belíssimos edifícios da rua de D. Manuel II? Numa via com metade da largura da Avenida da Boavista? Onde está a coerência?
De todos os arquitectos deste blog só vi pronunciar-se o Alexandre Burmester, e em defesa do IPPAR. Gostava de saber dos outros a vossa opinião sobre este assunto que é de grande importância para a cidade, principalmente pelos motivos de estética que apresento.
Já agora, acrescento um ponto, o da segurança: quem passa pelo túnel das Antas, vê com facilidade os despistes que constantemente ali há, no seguimento da curva apertada na sua parte final. Se bem que tal estrangulamento (inqualificável, diga-se) não vá existir no túnel de Ceuta, que medidas vão existir de socorro se houver um despiste mais grave (quiçá seguido de incêndio) de uma viatura? Que este túnel vai servir de "pista de gameboy" para muito menino da nossa cidade, sobretudo a altas horas da madrugada, disso não tenho a menor dúvida...
C. Gilbert
De: TAF - "Apontadores de quarta-feira"
- Ministro das Obras Públicas apresentou “novo” projecto do TGV
- Governo deixa cair ligação integral em alta velocidade entre Lisboa-Porto
- TGV com Limitações de Velocidade Pronto em 2012
Eu nem sei bem que diga, tão surrealista isto me parece...
- Mais assinaturas e debate na internet contra o metro na Avenida da Boavista
- STCP Muda Rede Após Abertura da Linha Amarela do Metro
- Menos Linhas, Maior Frequência Entre Autocarros
- Palácio do Freixo poderá passar para a alçada da Câmara do Porto
- Estado entrega Palácio do Freixo à Câmara
- A Assembleia Municipal do Porto
- A Assembleia Municipal II
- Casa da Música: Único Estúdio de Ópera do país tem futuro ameaçado
- Joaquim Branco assume vice-presidência da FDZHP
- Oposição duvida do poder da SRU para recuperar Centro Histórico
- Olimpíadas da Columbofilia trazem ao Porto pombos de 32 países
- Moradores do Aleixo temem possível encerramento da EB 1 naquele bairro
- Junta Avança com Requisição Pública do campo do Ramaldense
- Propostas para a cidade do Porto - opinião de Nuno Quental
- Fiscalização urbana nas mãos de privados
- Fiscalização de obras particulares: Privatização ainda em estudo
Hesitações?
No Portuense:
- Tertulia sobre o Metro na Boavista
- Finanças Municipais
- Nuno Cardoso Suspeito de Peculato,...
- Uma Permuta de Terrenos Cheia de Percalços
- Cardoso suspeito de favorecer F.C. Porto
- Nuno Cardoso arguido no caso dos terrenos cedidos nas Antas
- Judiciária ouve Nuno Cardoso
- Rui Rio afirma que caso do Túnel de Ceuta não vai dar em nada e alude à conjuntura eleitoral
- Prolongamento do túnel de Ceuta gera polémica
- Parecer ontem debatido na Assembleia Municipal
- "Santo António" preocupado com mais atrasos no túnel de Ceuta
- Director do Santo António não quer o túnel de Ceuta a terminar junto ao hospital
Este é um caso em que todos ficam mal! E Rui Rio já devia ter a sensatez suficiente para evitar mostrar desta forma tão evidente os seus próprios defeitos. Ironias de mau gosto como "o IPPAR nem sabe que há eleições" e outras do género são mais próprias de um obscuro autarca de província do que do Presidente da Câmara do Porto, mesmo que tenha razão. Haja nível!
- Rui Sá recorda o chumbo do PSD ao projecto de Siza
- Renovação dos Aliados sem grande consenso
- Oposição quer debater Aliados
"Os socialistas, pela voz de Rodrigo Oliveira, queixam-se que o edil não dá conhecimento dos projectos importantes aos vereadores nem à cidade."
Estava a ler isto e veio-me à ideia a postura arrogante de Fernando Gomes que o fez perder as eleições... Talvez sirva de aviso a Rui Rio. ;-)
- Relatório sobre execução do Plano das Antas para breve
- SPA reclama cumprimento de protocolo pela Câmara do Porto
"1050 animais empilham-se no antigo matadouro municipal"
Eu sei que isto está longe de ser evidente para todos e pode até parecer chocante para alguns, mas o convívio com as minhas duas gatas prova-me que os "bichos" também são gente. Ou, por outras palavras, os humanos não são assim tão diferentes dos animais como eu próprio pensava antes. Estamos nós à procura de vida inteligente no Espaço, e ela aqui ao nosso lado sem a vermos...
- Governo deixa cair ligação integral em alta velocidade entre Lisboa-Porto
- TGV com Limitações de Velocidade Pronto em 2012
Eu nem sei bem que diga, tão surrealista isto me parece...
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Hesitações?
No Portuense:
- Tertulia sobre o Metro na Boavista
- Finanças Municipais
- Nuno Cardoso Suspeito de Peculato,...
- Uma Permuta de Terrenos Cheia de Percalços
- Cardoso suspeito de favorecer F.C. Porto
- Nuno Cardoso arguido no caso dos terrenos cedidos nas Antas
- Judiciária ouve Nuno Cardoso
- Rui Rio afirma que caso do Túnel de Ceuta não vai dar em nada e alude à conjuntura eleitoral
- Prolongamento do túnel de Ceuta gera polémica
- Parecer ontem debatido na Assembleia Municipal
- "Santo António" preocupado com mais atrasos no túnel de Ceuta
- Director do Santo António não quer o túnel de Ceuta a terminar junto ao hospital
Este é um caso em que todos ficam mal! E Rui Rio já devia ter a sensatez suficiente para evitar mostrar desta forma tão evidente os seus próprios defeitos. Ironias de mau gosto como "o IPPAR nem sabe que há eleições" e outras do género são mais próprias de um obscuro autarca de província do que do Presidente da Câmara do Porto, mesmo que tenha razão. Haja nível!
- Rui Sá recorda o chumbo do PSD ao projecto de Siza
- Renovação dos Aliados sem grande consenso
- Oposição quer debater Aliados
"Os socialistas, pela voz de Rodrigo Oliveira, queixam-se que o edil não dá conhecimento dos projectos importantes aos vereadores nem à cidade."
Estava a ler isto e veio-me à ideia a postura arrogante de Fernando Gomes que o fez perder as eleições... Talvez sirva de aviso a Rui Rio. ;-)
- Relatório sobre execução do Plano das Antas para breve
- SPA reclama cumprimento de protocolo pela Câmara do Porto
"1050 animais empilham-se no antigo matadouro municipal"
Eu sei que isto está longe de ser evidente para todos e pode até parecer chocante para alguns, mas o convívio com as minhas duas gatas prova-me que os "bichos" também são gente. Ou, por outras palavras, os humanos não são assim tão diferentes dos animais como eu próprio pensava antes. Estamos nós à procura de vida inteligente no Espaço, e ela aqui ao nosso lado sem a vermos...
De: António Alves: "TGV"
Algumas perguntas ao senhor ministro:
Tendo, conforme anunciado, a futura linha de TGV alguns troços comuns com a actual Linha do Norte (75 Km já modernizados ou em via disso), segundo se diz para poupar dinheiro, diga-me uma coisa, ou melhor duas: vai ser mudada a bitola à Linha do Norte, para a bitola europeia, afim de nela poderem circular os TGV's, e neste caso será obrigatório mudar todo o material circulante ferroviário que actualmente lá circula ou, em alternativa, vão ser construídos TGV's de bitola ibérica, exclusivamente para Portugal, ficando deste modo impedidos de circular em Espanha?
Será uma via com duas bitolas distintas, para permitir a continuação da exploração do restante tráfego em bitola ibérica, obrigando-nos, neste caso, à aquisição de caríssimos e ainda pouco fiáveis comboios de eixos varáveis (estes comboios não atingirão nunca os 300 km/h) ?
Note-se que se se transformar a Linha do Norte numa linha de bitola europeia os comboios provenientes do Minho e Douro, assim como os provenientes da Beira Alta, Alentejo e Algarve ficam impedidos de nela circular, o que nos trará graves problemas de circulação, especialmente nos comboios de mercadorias.
TGV em Campanhã? Por onde entra? Ponte de S. João? Mas essa tem apenas espaço para duas vias e de bitola ibérica.
Senhor ministro, 1 hora e 35 minutos de Lisboa ao Porto? Isso qualquer um dos actuais comboios pendulares faria se lhe dessem as condições de via para que ele pudesse circular o mais tempo possível perto da sua velocidade máxima (220 km/h).
Amigo Mexia, vai contar essa do TGV a outro! :)
António Alves
http://bateriadavitoria.blogspot.com
--
Nota de TAF: A este respeito (bitolas, etc.) ver também notícia no Jornal de Negócios
Tendo, conforme anunciado, a futura linha de TGV alguns troços comuns com a actual Linha do Norte (75 Km já modernizados ou em via disso), segundo se diz para poupar dinheiro, diga-me uma coisa, ou melhor duas: vai ser mudada a bitola à Linha do Norte, para a bitola europeia, afim de nela poderem circular os TGV's, e neste caso será obrigatório mudar todo o material circulante ferroviário que actualmente lá circula ou, em alternativa, vão ser construídos TGV's de bitola ibérica, exclusivamente para Portugal, ficando deste modo impedidos de circular em Espanha?
Será uma via com duas bitolas distintas, para permitir a continuação da exploração do restante tráfego em bitola ibérica, obrigando-nos, neste caso, à aquisição de caríssimos e ainda pouco fiáveis comboios de eixos varáveis (estes comboios não atingirão nunca os 300 km/h) ?
Note-se que se se transformar a Linha do Norte numa linha de bitola europeia os comboios provenientes do Minho e Douro, assim como os provenientes da Beira Alta, Alentejo e Algarve ficam impedidos de nela circular, o que nos trará graves problemas de circulação, especialmente nos comboios de mercadorias.
TGV em Campanhã? Por onde entra? Ponte de S. João? Mas essa tem apenas espaço para duas vias e de bitola ibérica.
Senhor ministro, 1 hora e 35 minutos de Lisboa ao Porto? Isso qualquer um dos actuais comboios pendulares faria se lhe dessem as condições de via para que ele pudesse circular o mais tempo possível perto da sua velocidade máxima (220 km/h).
Amigo Mexia, vai contar essa do TGV a outro! :)
António Alves
http://bateriadavitoria.blogspot.com
--
Nota de TAF: A este respeito (bitolas, etc.) ver também notícia no Jornal de Negócios
2005/01/18
De: Armando Peixoto - "Filho ou enteado?"
Queria aqui deixar o link para o site do Metro de Lisboa. Podem apreciar aí a rede de metro da capital, totalmente subterrânea. De notar que nenhuma linha do metro de Lisboa (que é quase exclusivamente na própria cidade de Lisboa) surgiu para substituir qualquer linha de comboio. Posso também informar que esta mesma rede quase que vai duplicar o número de quilometros e estações até 2010, num investimento de cerca de 1,5 mil milhões de Euros. De notar que, na área da Grande Lisboa, esta não é a única rede de metro existente. Existe também o denominado Metro do Sul do Tejo. Que eu me lembre nunca foi colocada sequer a hipótese de, por motivos de poupança (como estamos em crise), fazer uma linha à superfície na Avenida da Liberdade, ou mesmo no Parque das Nações.
Isto tudo só para perguntar duas coisas: que terão de diferente os portuenses para terem de levar com cruzamentos à espanhola? Qual seria o preço de enterrar o metro na Boavista?
Cumprimentos,
Armando Peixoto
Isto tudo só para perguntar duas coisas: que terão de diferente os portuenses para terem de levar com cruzamentos à espanhola? Qual seria o preço de enterrar o metro na Boavista?
Cumprimentos,
Armando Peixoto
De: Miguel Monteiro - "Puxa, ..."
"... mas que simpaticos que andamos para o Rio"
Caros amigos
Sou a favor do Metro na Boavista, a circular em canal comum com outros transportes publicos.
Sou a favor do tunel do Soares do Reis. (Deixaram fazer o centro comercial em frente agora que aguentem o tunel)
Contra. Verdadeiramente contra sou que o Rio inunde esta cidade por mais quatro anos.
Inté
Miguel Monteiro
Caros amigos
Sou a favor do Metro na Boavista, a circular em canal comum com outros transportes publicos.
Sou a favor do tunel do Soares do Reis. (Deixaram fazer o centro comercial em frente agora que aguentem o tunel)
Contra. Verdadeiramente contra sou que o Rio inunde esta cidade por mais quatro anos.
Inté
Miguel Monteiro
De: José Pedro Lima - "S.O.S. CARREGAL!"
Quem valerá ao Carregal?
É esta a pergunta que me surge depois das notícias aqui reproduzidas no blog sobre mais uma paragem nas obras do tunel da R. de Ceuta, verdadeira Sta Engrácia das obras no Porto.
Não tenho acesso ao parecer do IPPAR, que devia estar disponivel online como bem refere F. Rocha Antunes. Mesmo que tivesse, creio que não estarei habilitado para rebater um parecer técnico. No entanto, e das notícas que saíram, parece-me que há questões que merecem uma resposta imediata:
a) A CMP sabia ou não da forte possibilidade de um parecer negativo do IPPAR? Se sim, porque é que deu inicio à segunda fase das obras - que transformaram o Carregal num amontoado de terra e lama - sem esperar pelo parecer?
b) Há quanto tempo o IPPAR sabia do projecto e quanto tempo demorou a dar o seu parecer? OU há algo que me escapa ou de facto este projecto é público há imenso tempo (sendo já inclusive discutido aqui) e só agora na fase terminal é que há um parecer????
Mais um facto interessante: há pouco tempo a CMP (já depois das ruas esventradas) promoveu uma sessão de esclarecimento aos moradores do Carregal. Nem da parte do IPPAR (que creio nem esteve representado) nem da Câmara houve uma palavra sobre isto!
Mais: segundo o que vem no Comércio do Porto "o pedido de parecer "foi precedido de algumas reuniões efectuadas no final de Dezembro entre o IPPAR, os projectistas e Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas, nas quais foram abordadas questões relativas ao enquadramento da boca de saída do túnel na rua D. Manuel II" Comentário: todos sabiam, menos os moradores, claro...
Qual a solução? Segundo o IPPAR a solução será a "eliminação do "troço de túnel entre a saída proposta junto à fachada lateral do Hospital de Santo António ou o prolongamento do túnel até à zona fronteira do Palácio de Cristal". Mais, o IPPAR argumenta que: "só recentemente" o respectivo projecto foi remetido ao IPPAR "para efeitos de apreciação e emissão de parecer".
Comentário: e se o projecto nunca tivesse sido remetido ao IPPAR? Ainda não havia parecer? Então durante anos tem obras à porta e só agora a meia dúzia de meses da sua conclusão é que se lembram de emitir um parecer para as parar? Alguém me consegue explicar isto?????
Muitas vezes o IPPAR se tem queixado de falta de verbas para fazer mais trabalho. Isto é um caso em que claramente com um bocadinho de proactividade esem custar um tostão se podia ter evitado danos no património e incómodos às pessoas. Basta para tal não ficar sentado à espera que as coisas aconteçam.
E a CMP, rebate o parecer do IPPAR, imagino....mas não! A CMP remete esta atitude para um caso de protagonismo em "período eleitoral" não o rebatendo na sua essência mas sim criticando o facto de ele ter sido divulgado!
Fantástico! O problema não é a paragem da obra, o problema é essa paragem ter saído na imprensa!!!! Inacreditável, demasiado mau para ser verdade.
Como o Tiago gosta de propostas e não de lamentos vou propor o seguinte: em nome do mínimo respeito pelos cidadãos pagadores de impostos, nomeadamente os moradores do Carregal, o IPPAR e a Câmara, juntamente com as entidades que acharem necessárias, vão-se sentar à mesma mesa e só se levantam quando o problema estiver resolvido. Nesta fase, já tanto se me dá o tunel aberto ou fechado, no Sto António ou no Palácio ou noutro sítio qualquer.
No fim da reunião vão dizer o que é que vão fazer, quanto tempo vai demorar e quanto custa. E vão acabar a PORCARIA do túnel de que todos estamos FARTOS, como fartos estamos de ser desrespeitados por entidades que são pagas com o nosso dinheiro e que se entretem em troca de mimos enquanto outros são prejudicados! (como medida adicional proponho que ninguém se possa levantar para comer ou ir à casa de banho para que o incentivo para resolver o problema seja suficientemente forte).
Como já foi referido em anteriores posts este é um problema criado pela anterior gestão da Câmara e não resolvido por esta. Não há inocentes neste processo excepto os moradores que sofrem com obras de grande dimensão há 6 anos. Parece que isto não se resolve porque ninguém foi à TVI.....
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
É esta a pergunta que me surge depois das notícias aqui reproduzidas no blog sobre mais uma paragem nas obras do tunel da R. de Ceuta, verdadeira Sta Engrácia das obras no Porto.
Não tenho acesso ao parecer do IPPAR, que devia estar disponivel online como bem refere F. Rocha Antunes. Mesmo que tivesse, creio que não estarei habilitado para rebater um parecer técnico. No entanto, e das notícas que saíram, parece-me que há questões que merecem uma resposta imediata:
a) A CMP sabia ou não da forte possibilidade de um parecer negativo do IPPAR? Se sim, porque é que deu inicio à segunda fase das obras - que transformaram o Carregal num amontoado de terra e lama - sem esperar pelo parecer?
b) Há quanto tempo o IPPAR sabia do projecto e quanto tempo demorou a dar o seu parecer? OU há algo que me escapa ou de facto este projecto é público há imenso tempo (sendo já inclusive discutido aqui) e só agora na fase terminal é que há um parecer????
Mais um facto interessante: há pouco tempo a CMP (já depois das ruas esventradas) promoveu uma sessão de esclarecimento aos moradores do Carregal. Nem da parte do IPPAR (que creio nem esteve representado) nem da Câmara houve uma palavra sobre isto!
Mais: segundo o que vem no Comércio do Porto "o pedido de parecer "foi precedido de algumas reuniões efectuadas no final de Dezembro entre o IPPAR, os projectistas e Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas, nas quais foram abordadas questões relativas ao enquadramento da boca de saída do túnel na rua D. Manuel II" Comentário: todos sabiam, menos os moradores, claro...
Qual a solução? Segundo o IPPAR a solução será a "eliminação do "troço de túnel entre a saída proposta junto à fachada lateral do Hospital de Santo António ou o prolongamento do túnel até à zona fronteira do Palácio de Cristal". Mais, o IPPAR argumenta que: "só recentemente" o respectivo projecto foi remetido ao IPPAR "para efeitos de apreciação e emissão de parecer".
Comentário: e se o projecto nunca tivesse sido remetido ao IPPAR? Ainda não havia parecer? Então durante anos tem obras à porta e só agora a meia dúzia de meses da sua conclusão é que se lembram de emitir um parecer para as parar? Alguém me consegue explicar isto?????
Muitas vezes o IPPAR se tem queixado de falta de verbas para fazer mais trabalho. Isto é um caso em que claramente com um bocadinho de proactividade esem custar um tostão se podia ter evitado danos no património e incómodos às pessoas. Basta para tal não ficar sentado à espera que as coisas aconteçam.
E a CMP, rebate o parecer do IPPAR, imagino....mas não! A CMP remete esta atitude para um caso de protagonismo em "período eleitoral" não o rebatendo na sua essência mas sim criticando o facto de ele ter sido divulgado!
Fantástico! O problema não é a paragem da obra, o problema é essa paragem ter saído na imprensa!!!! Inacreditável, demasiado mau para ser verdade.
Como o Tiago gosta de propostas e não de lamentos vou propor o seguinte: em nome do mínimo respeito pelos cidadãos pagadores de impostos, nomeadamente os moradores do Carregal, o IPPAR e a Câmara, juntamente com as entidades que acharem necessárias, vão-se sentar à mesma mesa e só se levantam quando o problema estiver resolvido. Nesta fase, já tanto se me dá o tunel aberto ou fechado, no Sto António ou no Palácio ou noutro sítio qualquer.
No fim da reunião vão dizer o que é que vão fazer, quanto tempo vai demorar e quanto custa. E vão acabar a PORCARIA do túnel de que todos estamos FARTOS, como fartos estamos de ser desrespeitados por entidades que são pagas com o nosso dinheiro e que se entretem em troca de mimos enquanto outros são prejudicados! (como medida adicional proponho que ninguém se possa levantar para comer ou ir à casa de banho para que o incentivo para resolver o problema seja suficientemente forte).
Como já foi referido em anteriores posts este é um problema criado pela anterior gestão da Câmara e não resolvido por esta. Não há inocentes neste processo excepto os moradores que sofrem com obras de grande dimensão há 6 anos. Parece que isto não se resolve porque ninguém foi à TVI.....
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
De: Marcelo Ribeiro - "metro do porto..."
"... na avenida da boavista"
Só por absurda vontade de ganhar mais poder á custa dos cidadãos e dos dinheiros públicos é que se pode defender uma opção metro de superfície na av. da boavista. É caro,caríssimo; é inestético; prejudica a circulação já de si caótica; não vai retirar um único carro da avenida e, provavelmente não vai ter metade dos passageiros que dizem poder vir a transportar.
Também não se entende para que irá servir a linha de eléctrico que já chegou ao fim da cantareira e que, logicamente deveria vir por Av do Brasil e de Montevideu para entroncar na que até à pouco corria na avenida da Boavista.
As grandes empresas públicas e os seus dirigentes pensam mais vezes no próprio umbigo e no poder que mais uma iniciativa deles pode ter (no confronto com outras empresas ou com outros poderes fácticos...) do que no conforto e comodidade dos cidadãos para quem dizem trabalhar e que aliás desprezam soberanamente.
A empresa metro do porto (com letra pequena e tudo...) deve pensar que isto é a Papuásia e que nós somos todos uns pobres diabos esmagados pela visão grotesca do progresso deles.
Marcelo Correia Ribeiro (marceloribeiro@netcabo.pt)
Só por absurda vontade de ganhar mais poder á custa dos cidadãos e dos dinheiros públicos é que se pode defender uma opção metro de superfície na av. da boavista. É caro,caríssimo; é inestético; prejudica a circulação já de si caótica; não vai retirar um único carro da avenida e, provavelmente não vai ter metade dos passageiros que dizem poder vir a transportar.
Também não se entende para que irá servir a linha de eléctrico que já chegou ao fim da cantareira e que, logicamente deveria vir por Av do Brasil e de Montevideu para entroncar na que até à pouco corria na avenida da Boavista.
As grandes empresas públicas e os seus dirigentes pensam mais vezes no próprio umbigo e no poder que mais uma iniciativa deles pode ter (no confronto com outras empresas ou com outros poderes fácticos...) do que no conforto e comodidade dos cidadãos para quem dizem trabalhar e que aliás desprezam soberanamente.
A empresa metro do porto (com letra pequena e tudo...) deve pensar que isto é a Papuásia e que nós somos todos uns pobres diabos esmagados pela visão grotesca do progresso deles.
Marcelo Correia Ribeiro (marceloribeiro@netcabo.pt)
De: Carlos Gilbert - "TGV"
Quem me dera que os Alfa pudessem circular à velocidade para a qual foram concebidos... (desabafo de outro "Velho do Restelo"...).
C. Gilbert
C. Gilbert
De: TAF - "TGV ?"
"Custo do projecto será de 3800 milhões de euros:
TGV: ligação entre Lisboa e Porto vai custar menos do que o previsto"
O que se podia fazer no país com 3800 milhões de euros!
"A ligação entre Lisboa e Porto far-se-á em uma hora e 35 minutos (...). O TGV sairá de Lisboa e terá paragens em Leiria, Coimbra, Aveiro, antes de chegar ao Porto."
Só falta parar também em Estarreja, Ovar, Espinho, Gaia, etc...
"A expectativa da Rave é que o bilhete de comboio entre Lisboa e Porto em alta velocidade custe 35 euros."
Recomendo uma visita a http://www.ryanair.com/ para comparar com o custo de uma viagem de avião.
Agora chamem-me velho do Restelo... ;-)
PS: Comparado com este nível de desperdício, a Linha da Boavista parece uma brincadeira de crianças... (No entanto isto não justifica que se avance com o Metro aqui, mas sim que se pare o TGV!) Nem vale a pena argumentar sobre a racionalidade do projecto em si. Basta perguntar se não há outras prioridades em Portugal. Se calhar o que falta é um blog como este sobre o TGV... ;-)
- Notícia no Jornal de Negócios.
TGV: ligação entre Lisboa e Porto vai custar menos do que o previsto"
O que se podia fazer no país com 3800 milhões de euros!
"A ligação entre Lisboa e Porto far-se-á em uma hora e 35 minutos (...). O TGV sairá de Lisboa e terá paragens em Leiria, Coimbra, Aveiro, antes de chegar ao Porto."
Só falta parar também em Estarreja, Ovar, Espinho, Gaia, etc...
"A expectativa da Rave é que o bilhete de comboio entre Lisboa e Porto em alta velocidade custe 35 euros."
Recomendo uma visita a http://www.ryanair.com/ para comparar com o custo de uma viagem de avião.
Agora chamem-me velho do Restelo... ;-)
PS: Comparado com este nível de desperdício, a Linha da Boavista parece uma brincadeira de crianças... (No entanto isto não justifica que se avance com o Metro aqui, mas sim que se pare o TGV!) Nem vale a pena argumentar sobre a racionalidade do projecto em si. Basta perguntar se não há outras prioridades em Portugal. Se calhar o que falta é um blog como este sobre o TGV... ;-)
- Notícia no Jornal de Negócios.
De: TAF - "Sugestão"
Deixo aqui uma sugestão aos promotores do abaixo-assinado sobre o Metro na Boavista: não escrevam um texto contra o projecto actual, mas sim a favor das alternativas. ;-)
De: Carlos Gilbert - "Metro, exigências..."
"... e opiniões..."
De Cristina Santos:
"O Metro tem que existir, tem que ser subterrâneo, custe o que custar, todas as outras opções são circunstanciais e vergonhosas para a Capital do Norte.
A concretizar-se um metro de superfície ou um eléctrico, proponho boicote ao IRS, para que Portugal sinta o peso produtivo da nossa Cidade."
Minha cara,
Partindo (eu) do princípio que um blog (também) existe para as opiniões serem comentadas pelos demais membros, permita-me que lhe diga o seguinte:
Com respeito ao Metro, nada (com respeito a obras futuras) pode ser neste momento definitivo. Foi esta a ideia do Tiago na sua introdução à já famosa "Tertúlia" no Guarany, sublinhando-o de novo em texto posterior quando se refere ao projecto como se de "código em open source" se tratasse. Isto é, vamos por partes para podermos ir analisando com ponderação as várias opções, para em tempo útil se poder corrigir o que no início parece adequado mas "no terreno" já não o é assim tanto. Senão, e isso afirmei-o eu na Tertúlia em discurso directo ao Prof. Oliveira Marques, cometemos o mesmo erro que agora é apontado ao viaduto na frente poente do Parque da Cidade (que uns dizem que já não serve para o Metro e outros dizem que foi pelo projectista concebido para que servisse...).
A Cristina exige que a partir de agora todas as linhas do Metro sejam no subsolo, outra solução seria "vergonhosa" para a cidade, etc. Comento só a primeira parte da sua "exigência": se se referir a troços citadinos, correcto. E é por isso que há quem (como eu) defende em certos troços urbanos (não enterrados) o tal "eléctrico-rápido" (que à priori é mais adaptável à malha urbana, como tentei demonstrar com a foto que enviei ontem da solução de Düsseldorf). Quanto a troços fora da cidade, o que impede que haja troços do Metro à luz do dia? Acontece em tantas cidades... Imagine os troços futuros do nosso Metro todos a 100% no sub-solo: quem suportaria os custos? Como tal não é exequível, muito mais nos tempos de contenção financeira que hoje-em-dia vivemos, o que se torna imperioso, estejemos a falar de eléctrico-rápidos, autocarros, trólei-carros ou "mini-buses", é que o "cidadão automobilisado" seja obrigado (à força da multa, se preciso for) a dar prioridade total aos transportes públicos onde estes tenham de co-existir com o transporte privado. É utopia querer ver-se os automóveis banidos da cidade a 100%, e a ser assim temos de aplicar cá as mesmas normas de civismo que "lá fora" são hábito há muito adquirido (até em Itália!). Estou certo que os decisores apontam tanto para a necessidade de "corredores dedicados" para o Metro exactamente por este motivo: a falta de respeito e de civismo por parte dos automobilistas. Que isto seja dito também, pois faz parte da baixa rentabilidade dos STCP na nossa cidade.
C. Gilbert
De Cristina Santos:
"O Metro tem que existir, tem que ser subterrâneo, custe o que custar, todas as outras opções são circunstanciais e vergonhosas para a Capital do Norte.
A concretizar-se um metro de superfície ou um eléctrico, proponho boicote ao IRS, para que Portugal sinta o peso produtivo da nossa Cidade."
Minha cara,
Partindo (eu) do princípio que um blog (também) existe para as opiniões serem comentadas pelos demais membros, permita-me que lhe diga o seguinte:
Com respeito ao Metro, nada (com respeito a obras futuras) pode ser neste momento definitivo. Foi esta a ideia do Tiago na sua introdução à já famosa "Tertúlia" no Guarany, sublinhando-o de novo em texto posterior quando se refere ao projecto como se de "código em open source" se tratasse. Isto é, vamos por partes para podermos ir analisando com ponderação as várias opções, para em tempo útil se poder corrigir o que no início parece adequado mas "no terreno" já não o é assim tanto. Senão, e isso afirmei-o eu na Tertúlia em discurso directo ao Prof. Oliveira Marques, cometemos o mesmo erro que agora é apontado ao viaduto na frente poente do Parque da Cidade (que uns dizem que já não serve para o Metro e outros dizem que foi pelo projectista concebido para que servisse...).
A Cristina exige que a partir de agora todas as linhas do Metro sejam no subsolo, outra solução seria "vergonhosa" para a cidade, etc. Comento só a primeira parte da sua "exigência": se se referir a troços citadinos, correcto. E é por isso que há quem (como eu) defende em certos troços urbanos (não enterrados) o tal "eléctrico-rápido" (que à priori é mais adaptável à malha urbana, como tentei demonstrar com a foto que enviei ontem da solução de Düsseldorf). Quanto a troços fora da cidade, o que impede que haja troços do Metro à luz do dia? Acontece em tantas cidades... Imagine os troços futuros do nosso Metro todos a 100% no sub-solo: quem suportaria os custos? Como tal não é exequível, muito mais nos tempos de contenção financeira que hoje-em-dia vivemos, o que se torna imperioso, estejemos a falar de eléctrico-rápidos, autocarros, trólei-carros ou "mini-buses", é que o "cidadão automobilisado" seja obrigado (à força da multa, se preciso for) a dar prioridade total aos transportes públicos onde estes tenham de co-existir com o transporte privado. É utopia querer ver-se os automóveis banidos da cidade a 100%, e a ser assim temos de aplicar cá as mesmas normas de civismo que "lá fora" são hábito há muito adquirido (até em Itália!). Estou certo que os decisores apontam tanto para a necessidade de "corredores dedicados" para o Metro exactamente por este motivo: a falta de respeito e de civismo por parte dos automobilistas. Que isto seja dito também, pois faz parte da baixa rentabilidade dos STCP na nossa cidade.
C. Gilbert
De: Cristina Santos - "O Porto é... "
"... contribuinte nacional"
Como Cidadã e em relação ao Metro, particularmente no que concerne à linha «G», depois da Tertúlia das explicações, e agora do abaixo-assinado, considero que estão a existir cedências que não justificam a oposição.
Os Portuenses são contribuintes municipais e nacionais, o Porto é a segunda cidade de Portugal e capital do Norte.
O Porto merece que o seu desenvolvimento seja pensado de forma sustentada e a longo prazo. O Porto merece ter representantes que defendam a sua posição e os seus direitos.
O Porto não pode viver de restos ou de opções de tesouraria, que hipotecam o seu futuro.
A solução é sem dúvida, o metro subterrâneo.
É essa exigência que os Portuenses têm que fazer ao governo Português.
Se por um lado nos propõem um metro à superfície, que é mais económico, menos exigente em termos de intervenção, mas mais confortável etc.
Nós Portuenses, se não aceitamos essa opção, não podemos ao mesmo tempo propor situações como o eléctrico, alegando exactamente as mesmas razoes, menos obras, menos investimentos, menos cruzamentos…
Não, nós temos que exigir o que o Porto merece, não temos que adequar o nosso desenvolvimento ao dinheiro que nos disponibilizam, temos que defender a nossa posição enquanto cidade geradora de desenvolvimento Nacional e Europeu.
As candidaturas a financiamentos têm que pressupor o desenvolvimento real e não opções circunstanciais.
O metro tem que ser subterrâneo, rápido, eficaz.
A Avenida tem que ser requalificada e não sobrecarregada.
Os Portuenses não cedem a chantagens vulgares, trocas de requalificação por aceitação de um projecto mal fundamentado
Nós Portuenses temos que reivindicar e exigir, queremos um metro que circule principalmente no espaço urbano, no núcleo, que permita a mobilidade interior.
Queremos um metro com linhas tão abrangentes como as da Capital.
Queremos um metro subterrâneo, o Porto tomou ao longo do tempo opções que nos diferenciam amargamente do desenvolvimento e sustentação que existe em Lisboa.
O Metro tem que existir, tem que ser subterrâneo, custe o que custar, todas as outras opções são circunstanciais e vergonhosas para a Capital do Norte.
A concretizar-se um metro de superfície ou um eléctrico, proponho boicote ao IRS, para que Portugal sinta o peso produtivo da nossa Cidade.
Cristina Santos
Como Cidadã e em relação ao Metro, particularmente no que concerne à linha «G», depois da Tertúlia das explicações, e agora do abaixo-assinado, considero que estão a existir cedências que não justificam a oposição.
Os Portuenses são contribuintes municipais e nacionais, o Porto é a segunda cidade de Portugal e capital do Norte.
O Porto merece que o seu desenvolvimento seja pensado de forma sustentada e a longo prazo. O Porto merece ter representantes que defendam a sua posição e os seus direitos.
O Porto não pode viver de restos ou de opções de tesouraria, que hipotecam o seu futuro.
A solução é sem dúvida, o metro subterrâneo.
É essa exigência que os Portuenses têm que fazer ao governo Português.
Se por um lado nos propõem um metro à superfície, que é mais económico, menos exigente em termos de intervenção, mas mais confortável etc.
Nós Portuenses, se não aceitamos essa opção, não podemos ao mesmo tempo propor situações como o eléctrico, alegando exactamente as mesmas razoes, menos obras, menos investimentos, menos cruzamentos…
Não, nós temos que exigir o que o Porto merece, não temos que adequar o nosso desenvolvimento ao dinheiro que nos disponibilizam, temos que defender a nossa posição enquanto cidade geradora de desenvolvimento Nacional e Europeu.
As candidaturas a financiamentos têm que pressupor o desenvolvimento real e não opções circunstanciais.
O metro tem que ser subterrâneo, rápido, eficaz.
A Avenida tem que ser requalificada e não sobrecarregada.
Os Portuenses não cedem a chantagens vulgares, trocas de requalificação por aceitação de um projecto mal fundamentado
Nós Portuenses temos que reivindicar e exigir, queremos um metro que circule principalmente no espaço urbano, no núcleo, que permita a mobilidade interior.
Queremos um metro com linhas tão abrangentes como as da Capital.
Queremos um metro subterrâneo, o Porto tomou ao longo do tempo opções que nos diferenciam amargamente do desenvolvimento e sustentação que existe em Lisboa.
O Metro tem que existir, tem que ser subterrâneo, custe o que custar, todas as outras opções são circunstanciais e vergonhosas para a Capital do Norte.
A concretizar-se um metro de superfície ou um eléctrico, proponho boicote ao IRS, para que Portugal sinta o peso produtivo da nossa Cidade.
Cristina Santos
De: Rui Rodrigues - "Metro do Porto - ..."
"... Melhoria da mobilidade"
Envio links do site maquinistas.org onde estão muitos trabalhos sobre transportes e mobilidade. Abrindo a página ver títulos do lado direito da nova janela:
http://www.maquinistas.org/default.asp?ACT=5&content=24&id=6&mnu=6 (duplo clique)
Trabalho publicado no Jornal Público
Metro do Porto - Melhoria da mobilidade
Envio links do site maquinistas.org onde estão muitos trabalhos sobre transportes e mobilidade. Abrindo a página ver títulos do lado direito da nova janela:
http://www.maquinistas.org/default.asp?ACT=5&content=24&id=6&mnu=6 (duplo clique)
Trabalho publicado no Jornal Público
Metro do Porto - Melhoria da mobilidade
De: TAF - "Imprensa"
- Fórum Municipal para a Mobilidade
- Cidadãos Deficientes Criam "Lobby" para a Mobilidade
- Joaquim Branco e António Tavares na FDZHP
- Bairro do Aleixo e FDZHP
- Joaquim Branco Substitui Faria e Almeida na FDZHP
- Recuperação do Palácio do Bolhão finalmente em curso
- Porto Vai Ter "Espaço França"
Túnel pedonal com 360 metros para a estação da Casa da Música
O Metro na Boavista:
- Uma receita contra o metro
- Movimento cívico organiza-se contra o metro na Boavista
- Cidadãos Lançam Abaixo-assinado Contra Metro na Boavista
Um esclarecimento quanto a esta última notícia do Público: eu não fui um dos promotores do abaixo-assinado que circula sobre o Metro na Boavista. Um "abaixo-assinado" tem sempre algo "acima", ou seja, um texto que eu não conheço ainda. Vejo contudo com interesse e simpatia qualquer iniciativa em que as pessoas se organizam para lutar por causas que consideram justas. Os abaixo-assinados são meios adequados para facilitar a expressão pública organizada de opiniões individuais que de outro modo poderiam não merecer a devida atenção por parte dos destinatários. No caso particular da minha opinião pessoal sobre este assunto, ela já é conhecida e está online aqui no blog, pelo que seriam redundantes outras manifestações:
- "As conclusões da Tertúlia"
- "Notas sobre a tertúlia"
- "O Metro milagreiro"
- "Expropria$$õe$"
- Cidadãos Deficientes Criam "Lobby" para a Mobilidade
- Joaquim Branco e António Tavares na FDZHP
- Bairro do Aleixo e FDZHP
- Joaquim Branco Substitui Faria e Almeida na FDZHP
- Recuperação do Palácio do Bolhão finalmente em curso
- Porto Vai Ter "Espaço França"
Túnel pedonal com 360 metros para a estação da Casa da Música
O Metro na Boavista:
- Uma receita contra o metro
- Movimento cívico organiza-se contra o metro na Boavista
- Cidadãos Lançam Abaixo-assinado Contra Metro na Boavista
Um esclarecimento quanto a esta última notícia do Público: eu não fui um dos promotores do abaixo-assinado que circula sobre o Metro na Boavista. Um "abaixo-assinado" tem sempre algo "acima", ou seja, um texto que eu não conheço ainda. Vejo contudo com interesse e simpatia qualquer iniciativa em que as pessoas se organizam para lutar por causas que consideram justas. Os abaixo-assinados são meios adequados para facilitar a expressão pública organizada de opiniões individuais que de outro modo poderiam não merecer a devida atenção por parte dos destinatários. No caso particular da minha opinião pessoal sobre este assunto, ela já é conhecida e está online aqui no blog, pelo que seriam redundantes outras manifestações:
- "As conclusões da Tertúlia"
- "Notas sobre a tertúlia"
- "O Metro milagreiro"
- "Expropria$$õe$"
2005/01/17
De: Alexandre Burmester - "Saída..."
"... do Túnel de Ceuta"
E porque hoje é 2ª feira, e em vez disto devia estar a trabalhar, também vou-me pronunciar sobre este assunto.
E vou defender o IPPAR.
Defendo, não porque não tenha tido conflitos com esta entidade em variados projectos; Não lhes tenha chamado por inúmeras vezes de "fundamentalistas"; E por discordar de muitas das suas posições. Mas as nossas discordâncias são menores das que poderiam ser, e das que muitos outros profissionais se calhar tem. Se o são, devem-se à nossa atitude enquanto gabinete de projecto pelo respeito pelo património construído e pela memória dos nossos espaços. Seremos mais permissivos e menos rigorosos, e menos fundamentalistas, mas sempre respeitei e respeito a atitude do IPPAR.
Mais respeito lhes tenho, pelo conhecimento mais profundo sobre o estado do património, e por perceber a sua natural frustração quanto às impossibilidades de acção que lhes são impostas, por regras orçamentais, e outras.
Que às vezes são "chatos", são. Mas não o é o seu Director Dr. Lino Tavares Dias, pessoa que sempre reúne consensos. Chato mesmo é a crucificação que lhe estão a fazer na Câmara do Porto, e com muito pouca categoria e falta de dignidade.
O caso da saída do Túnel de Ceuta, vem exactamente na mesma sequência do tema do Metro da Boavista. São as mesmas "Engenharias à solta", que governam a cidade - os transportes as mobilidades, o trânsito,.... os mesmos que esquecem que cidade tem mais componentes que as faixas de riscos que pintam por essas ruas.
É a mesma atitude do facto consumado, do projecto fechado. A posição do IPPAR, boa ou má, não era novidade para a Câmara. Não precisava de vir agora demonstrar tanta indignidade.
São métodos. É a cultura de governação.
Alexandre Burmester
E porque hoje é 2ª feira, e em vez disto devia estar a trabalhar, também vou-me pronunciar sobre este assunto.
E vou defender o IPPAR.
Defendo, não porque não tenha tido conflitos com esta entidade em variados projectos; Não lhes tenha chamado por inúmeras vezes de "fundamentalistas"; E por discordar de muitas das suas posições. Mas as nossas discordâncias são menores das que poderiam ser, e das que muitos outros profissionais se calhar tem. Se o são, devem-se à nossa atitude enquanto gabinete de projecto pelo respeito pelo património construído e pela memória dos nossos espaços. Seremos mais permissivos e menos rigorosos, e menos fundamentalistas, mas sempre respeitei e respeito a atitude do IPPAR.
Mais respeito lhes tenho, pelo conhecimento mais profundo sobre o estado do património, e por perceber a sua natural frustração quanto às impossibilidades de acção que lhes são impostas, por regras orçamentais, e outras.
Que às vezes são "chatos", são. Mas não o é o seu Director Dr. Lino Tavares Dias, pessoa que sempre reúne consensos. Chato mesmo é a crucificação que lhe estão a fazer na Câmara do Porto, e com muito pouca categoria e falta de dignidade.
O caso da saída do Túnel de Ceuta, vem exactamente na mesma sequência do tema do Metro da Boavista. São as mesmas "Engenharias à solta", que governam a cidade - os transportes as mobilidades, o trânsito,.... os mesmos que esquecem que cidade tem mais componentes que as faixas de riscos que pintam por essas ruas.
É a mesma atitude do facto consumado, do projecto fechado. A posição do IPPAR, boa ou má, não era novidade para a Câmara. Não precisava de vir agora demonstrar tanta indignidade.
São métodos. É a cultura de governação.
Alexandre Burmester
De: TAF - "Expropria$$õe$"
Reforço a pergunta do Alexandre aqui abaixo:
Qual o valor estimado das expropriações para somar aos 90 milhões de euros?
E se for preciso indemnizar a IMOLOC por causa do Parque da Cidade, quanto mais se poderá somar?
E de onde vêm as verbas para isto tudo? Que percentagem é a fundo perdido da União Europeia, que percentagem sai directamente do nosso bolso?
Qual o valor estimado das expropriações para somar aos 90 milhões de euros?
E se for preciso indemnizar a IMOLOC por causa do Parque da Cidade, quanto mais se poderá somar?
E de onde vêm as verbas para isto tudo? Que percentagem é a fundo perdido da União Europeia, que percentagem sai directamente do nosso bolso?
De: Alexandre Burmester - "«Tim tim - Carvalhosa»..."
"... - Vamos lá a acordar..."
Volto a colocar uma notícia, que só é desactualizada, porque o Autarca já não tem interesse no "futuro do Porto". Mas é interessante de ler, por sabermos que o Dr. Menezes, agora calado, pensava na altura, e bem informado.
Aproveito também para sugerir uma leitura atenta, na ultima publicação da revista da Câmara, onde é mencionado o custo da obra do Metro da Boavista, e que em parênteses coloca o preço, excluindo o valor das indemnizações de expropriações (Quais? Serão os mais cem milhões reclamados pelos proprietários dos terrenos?)
http://jornal.publico.pt/publico/2004/06/27/LocalPorto/LP10.html
Menezes Diz Que Metro na Avenida da Boavista É "Crime"
Domingo, 27 de Junho de 2004
Autarca manifesta "interesse no futuro do Porto"
Presidente da autarquia de Gaia diz que "se fosse presidente da câmara do Porto" a sua prioridade era fazer uma linha de metro que ligasse Matosinhos Sul ao Campo Alegre
"Fazer a linha do metro na Avenida da Boavista é um verdadeiro crime". O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, exprimiu desta forma a sua indignação face à insistência da actual administração da Sociedade Metro do Porto (SMP), liderada interinamente por Rui Rio, em avançar com uma linha de metro ao longo da Avenida da Boavista. "Se eu fosse presidente da Câmara do Porto esta não era claramente a minha opção. Para mim, a prioridade era fazer uma linha de metro que ligasse Matosinhos Sul ao Campo Alegre, abrangendo os dois pólos universitários que existem ao longo deste corredor: Universidade Católica e Campo Alegre", garantiu Luís Filipe Menezes, desafiando a actual administração da Metro a provar que esta ligação tem menos procura e que é menos rentável que a da linha da Boavista.
"Cada vez tenho mais interesse no futuro do Porto e por ter interesse nesse futuro é que eu gostava que as opções fossem pensadas e reflectidas", declarou ao PÚBLICO o presidente do município de Gaia. Assim, o autarca adverte para a importância da passagem do metro entre o eixo Matosinhos Sul, Praça do Império, Universidade Católica, servindo os bairros da Pasteleira, Condomínhas e Aleixo, e Campo Alegre. A partir daqui, o metro fazia uma derivação da a linha 2 de Gaia e para a Boavista, para depois confluir para a ligação Boavista/Trindade, explicou o autarca, apontando este eixo como "a linha funcionalmente útil e potencialmente viável do ponto de vista económico". "Embora saibamos que os transportes públicos não são de facto muito rentáveis", Menezes justifica a linha, observando que "ao longo deste trajecto residem 80 mil das cerca de 300 mil pessoas que residem no Porto, ou seja, 27 por cento da população da cidade, para além de todas aquelas pessoas que diariamente se movimentam para os pólos universitários da Universidade Católica e do Campo Alegre".
Numa crítica directa à actual administração da Metro do Porto, o presidente da Câmara de Gaia sublinha o metro não deve ser posto a circular em "zonas onde não existe procura", como entende que é o caso da Avenida da Boavista. E acrescenta: "Estes investimentos são tão caros e tão significativos que só se fazem para servir as pessoas de hoje e não as de amanhã. Não se fazem investimentos destes para potenciar o desenvolvimento de uma zona porque senão íamos construir um metro no Alentejo..."
Luís Filipe Menezes lança ainda um repto ao presidente interino da Metro do Porto, Rui Rio, a apresentar " os respectivos estudos económicos-financeiros, de tráfego e de mobilidade urbana que provem que de facto de trata de uma linha com viabilidade que justifica o investimento de milhões de euros".
Depois de aludir "a alguns erros de conceptualização em relação à primeira fase", o autarca diz que considera "errado que quando se parte para a segunda fase [da construção] do metro não se corrija o tiro". Isto porque, frisa, "construir o metro é muito caro, mas mantê-lo vai ser ainda mais complicado, principalmente se não quisermos ir para tarifas insuportáveis para os cidadãos". Este aspecto, na opinião do autarca de Gaia deveria obrigar os actuais responsáveis pela SMP a reflectir e a "estudar muito bem as opções que se fazem, para além de terem em atenção que é necessário respeitar as leis do país". "Há um decreto-lei que foi aprovado - e que ainda não foi alterado - e que diz quais são as linhas que fazem parte da primeira fase e as que estão previstas na segunda e, da segunda fase não consta a linha da Boavista, mas sim as duas linhas de Gaia e a linha de Gondomar".
Garantindo ao PÚBLICO que o ainda ministro das Obras Públicas, Carmona Rodrigues, lhe assegurou que a linha da Boavista nunca se realizaria, Menezes está convicto de que Rui Rio só insiste nesta ligação porque "adjudicar linhas à superfície é uma espécie de dois em um, é muito fácil quer do ponto de vista técnico e administrativo e ajuda eleitoralmente".
Acordem os crentes da boa vontade das entidades, que quem aqui escreve e que parece ser os tais "profissionais da critíca" não tem quaisquer interesses nestas questões, que não sejam a transparência das decisões, e a escolha das melhores opções. Não ouvi neste blog ninguém contrário ao uso do canal endereçado da Avenida da Boavista, com transporte público. Seja electrico, seja a diesel, seja a nitrogéneo. O que ouço, e com os quais concordo, é o facto de estar contra este projecto do Metro/Câmara, que não é forma de fazer cidade, nem de tratar os cidadãos.
Alexandre Burmester
Volto a colocar uma notícia, que só é desactualizada, porque o Autarca já não tem interesse no "futuro do Porto". Mas é interessante de ler, por sabermos que o Dr. Menezes, agora calado, pensava na altura, e bem informado.
Aproveito também para sugerir uma leitura atenta, na ultima publicação da revista da Câmara, onde é mencionado o custo da obra do Metro da Boavista, e que em parênteses coloca o preço, excluindo o valor das indemnizações de expropriações (Quais? Serão os mais cem milhões reclamados pelos proprietários dos terrenos?)
http://jornal.publico.pt/publico/2004/06/27/LocalPorto/LP10.html
Menezes Diz Que Metro na Avenida da Boavista É "Crime"
Domingo, 27 de Junho de 2004
Autarca manifesta "interesse no futuro do Porto"
Presidente da autarquia de Gaia diz que "se fosse presidente da câmara do Porto" a sua prioridade era fazer uma linha de metro que ligasse Matosinhos Sul ao Campo Alegre
"Fazer a linha do metro na Avenida da Boavista é um verdadeiro crime". O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, exprimiu desta forma a sua indignação face à insistência da actual administração da Sociedade Metro do Porto (SMP), liderada interinamente por Rui Rio, em avançar com uma linha de metro ao longo da Avenida da Boavista. "Se eu fosse presidente da Câmara do Porto esta não era claramente a minha opção. Para mim, a prioridade era fazer uma linha de metro que ligasse Matosinhos Sul ao Campo Alegre, abrangendo os dois pólos universitários que existem ao longo deste corredor: Universidade Católica e Campo Alegre", garantiu Luís Filipe Menezes, desafiando a actual administração da Metro a provar que esta ligação tem menos procura e que é menos rentável que a da linha da Boavista.
"Cada vez tenho mais interesse no futuro do Porto e por ter interesse nesse futuro é que eu gostava que as opções fossem pensadas e reflectidas", declarou ao PÚBLICO o presidente do município de Gaia. Assim, o autarca adverte para a importância da passagem do metro entre o eixo Matosinhos Sul, Praça do Império, Universidade Católica, servindo os bairros da Pasteleira, Condomínhas e Aleixo, e Campo Alegre. A partir daqui, o metro fazia uma derivação da a linha 2 de Gaia e para a Boavista, para depois confluir para a ligação Boavista/Trindade, explicou o autarca, apontando este eixo como "a linha funcionalmente útil e potencialmente viável do ponto de vista económico". "Embora saibamos que os transportes públicos não são de facto muito rentáveis", Menezes justifica a linha, observando que "ao longo deste trajecto residem 80 mil das cerca de 300 mil pessoas que residem no Porto, ou seja, 27 por cento da população da cidade, para além de todas aquelas pessoas que diariamente se movimentam para os pólos universitários da Universidade Católica e do Campo Alegre".
Numa crítica directa à actual administração da Metro do Porto, o presidente da Câmara de Gaia sublinha o metro não deve ser posto a circular em "zonas onde não existe procura", como entende que é o caso da Avenida da Boavista. E acrescenta: "Estes investimentos são tão caros e tão significativos que só se fazem para servir as pessoas de hoje e não as de amanhã. Não se fazem investimentos destes para potenciar o desenvolvimento de uma zona porque senão íamos construir um metro no Alentejo..."
Luís Filipe Menezes lança ainda um repto ao presidente interino da Metro do Porto, Rui Rio, a apresentar " os respectivos estudos económicos-financeiros, de tráfego e de mobilidade urbana que provem que de facto de trata de uma linha com viabilidade que justifica o investimento de milhões de euros".
Depois de aludir "a alguns erros de conceptualização em relação à primeira fase", o autarca diz que considera "errado que quando se parte para a segunda fase [da construção] do metro não se corrija o tiro". Isto porque, frisa, "construir o metro é muito caro, mas mantê-lo vai ser ainda mais complicado, principalmente se não quisermos ir para tarifas insuportáveis para os cidadãos". Este aspecto, na opinião do autarca de Gaia deveria obrigar os actuais responsáveis pela SMP a reflectir e a "estudar muito bem as opções que se fazem, para além de terem em atenção que é necessário respeitar as leis do país". "Há um decreto-lei que foi aprovado - e que ainda não foi alterado - e que diz quais são as linhas que fazem parte da primeira fase e as que estão previstas na segunda e, da segunda fase não consta a linha da Boavista, mas sim as duas linhas de Gaia e a linha de Gondomar".
Garantindo ao PÚBLICO que o ainda ministro das Obras Públicas, Carmona Rodrigues, lhe assegurou que a linha da Boavista nunca se realizaria, Menezes está convicto de que Rui Rio só insiste nesta ligação porque "adjudicar linhas à superfície é uma espécie de dois em um, é muito fácil quer do ponto de vista técnico e administrativo e ajuda eleitoralmente".
Acordem os crentes da boa vontade das entidades, que quem aqui escreve e que parece ser os tais "profissionais da critíca" não tem quaisquer interesses nestas questões, que não sejam a transparência das decisões, e a escolha das melhores opções. Não ouvi neste blog ninguém contrário ao uso do canal endereçado da Avenida da Boavista, com transporte público. Seja electrico, seja a diesel, seja a nitrogéneo. O que ouço, e com os quais concordo, é o facto de estar contra este projecto do Metro/Câmara, que não é forma de fazer cidade, nem de tratar os cidadãos.
Alexandre Burmester
De: TAF - "O Metro milagreiro"
Gostava de perceber por que razão se parte do princípio que só se conseguem financiamentos de vulto se forem destinados ao Metro. Mas afinal essas verbas existem para apoiar linhas especificamente de Metro, ou para apoiar genericamente "sistemas de transporte"?
E há alguma razão para que a Câmara, a Metro e a Administração Central não falem abertamente de dinheiros? Julgarão elas que os financiadores são enganados pelas nossas eventuais "espertezas saloias"?
E há alguma razão para que a Câmara, a Metro e a Administração Central não falem abertamente de dinheiros? Julgarão elas que os financiadores são enganados pelas nossas eventuais "espertezas saloias"?
De: Carlos Gilbert - "Sem metro..."
... não há reabilitação da Avenida da Boavista!
Claro, postas as coisas assim parece uma evidência, sobretudo para quem esteve no Guarany e ouviu as frases usadas por Oliveira Marques... Por isso o Presidente da MP ripostou a certa altura de forma mais que irónica (perante as críticas de parte dos presentes): "Então a avenida fica como está?!" Eu confesso que me admirei por este "oito ou oitenta" tão radical, mas a explicação é tão evidente que (pelo menos eu) não a vi! E julgamos nós que ainda podemos influenciar qualquer coisa que seja!... E, Tiago, a sua sugestão do corredor para autocarros é inviável porque iria deixar de fora o Metro... e com este o financiamento (por Bruxelas??) da reabilitação da avenida... e esqueça o "desvio" dos 90 milhões para zonas mais carenciadas da cidade, pois eles só virão se... for para pôr o Metro na Boavista!
--
Nota de TAF: Carlos - Então e a linha de Gondomar? ;-) Mas, se houver fartura de financiamentos, se não implicar um pesadelo de obras e se isso trouxer vantagens em relação aos autocarros, nada tenho a opor a "Metro tipo eléctrico" na Boavista. Ou troleicarros.
Claro, postas as coisas assim parece uma evidência, sobretudo para quem esteve no Guarany e ouviu as frases usadas por Oliveira Marques... Por isso o Presidente da MP ripostou a certa altura de forma mais que irónica (perante as críticas de parte dos presentes): "Então a avenida fica como está?!" Eu confesso que me admirei por este "oito ou oitenta" tão radical, mas a explicação é tão evidente que (pelo menos eu) não a vi! E julgamos nós que ainda podemos influenciar qualquer coisa que seja!... E, Tiago, a sua sugestão do corredor para autocarros é inviável porque iria deixar de fora o Metro... e com este o financiamento (por Bruxelas??) da reabilitação da avenida... e esqueça o "desvio" dos 90 milhões para zonas mais carenciadas da cidade, pois eles só virão se... for para pôr o Metro na Boavista!
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Nota de TAF: Carlos - Então e a linha de Gondomar? ;-) Mas, se houver fartura de financiamentos, se não implicar um pesadelo de obras e se isso trouxer vantagens em relação aos autocarros, nada tenho a opor a "Metro tipo eléctrico" na Boavista. Ou troleicarros.
De: Emídio Gardé - "Metro na Av. da Boavista"
Também participei no debate (?) da passada 6.ª-feira, promovido pelo Tiago Fernandes. A interrogação não tem a ver com a organização mas sim pelo facto de ele se ter resumido à apresentação do projecto que irá ser implementado na Av. da Boavista. E digo que irá pq:
Chamo a atenção de mais outros pormenores: a CM do Porto está de mãos atadas. A requalificação da Av. "tão urgente", anda a ser adiada por falta de recursos no erário municipal. Com a linha construída pela MP a CM recebe, de mão beijada, a Av. da Boavista requalificada, de uma ponta a outra, por um dos mais conceituados arquitectos da actualidade. Querem mais? Quntos votos isso dará nas eleições? Muitos, certamente.
Logo, não há volta a dar: ou há metro na Boavista, ou ela continua na situação actual. Aliás, o Prof. Oliveira Marques afirmou-o, textualmente e em tom irónico, durante a Tertúlia(?)!
Pessoalmente vou, em parte, na direcção do Tiago Fernandes: o uso de troleicarros (que tb são eléctricos, e não de poluentes autocarros a diesel) no canal central, com a requalificação possível que o erário municipal permita.
Como resolver o tal problema técnico? Construir a tal linha transversal que o Prof. tb falou, entre a Srª. da Hora, S. Mamede, e Ermesinde, interligando as linhas actuais (e a construir) do Metro e da CP-USGP. Já repararam que um passageiro da Póvoa, ou da Trofa, para ir ao Hospital S. João tem de engrossar o tráfego entre a Srª. da Hora e a Trindade? Pq? Para haver mais validações no MP? Ahh, convém tb referir que tb o Prof, citou que "a zona de Matosinhos é a que gera menos tráfego". Então como resolve ele o problema do estrangulamento c/ a linha ela Boavista?!?
Um abraço,
Emídio Gardé
http://ehgarde.no.sapo.pt
- a metro do Porto tem um problema técnico para resolver: a sobrecarga de circulações entre a Sr.ª da Hora e a Trindade, pois nele circulam as linhas de Matosinhos e circularão, dentro em breve, as do Aeroporto, da Póvoa/V. Conde e da Trofa;
- a STCP (que repassará para a Metro, como o fez c/ o Elevador dos Guindais e o quiz fazer com o resto da tracção eléctrica sobre carris no Porto) tem a concessão de um canal reservado, para transporte público, entre o "Castelo do Queijo" e a "Rotunda da Boavista" (entre esta e a zona do Bessa deixa de ser um canal mas a utilização de uma faixa lateral em cada sentido da Av. da Boavista);
- O Prof. Oliveira Marques foi, como todos sabemos, em simultâneo Presidente dos CA's da STCP e da MP. Nessa época decidiu matar dois coelhos de uma só cajadada: evitar (a STCP) perder a concessão do canal; e resolver o problema técnico. E como costumasm referir as estorinhas infantis, "se bem o pensou, melhor o fez" (ou, neste caso, mandou fazer).
Chamo a atenção de mais outros pormenores: a CM do Porto está de mãos atadas. A requalificação da Av. "tão urgente", anda a ser adiada por falta de recursos no erário municipal. Com a linha construída pela MP a CM recebe, de mão beijada, a Av. da Boavista requalificada, de uma ponta a outra, por um dos mais conceituados arquitectos da actualidade. Querem mais? Quntos votos isso dará nas eleições? Muitos, certamente.
Logo, não há volta a dar: ou há metro na Boavista, ou ela continua na situação actual. Aliás, o Prof. Oliveira Marques afirmou-o, textualmente e em tom irónico, durante a Tertúlia(?)!
Pessoalmente vou, em parte, na direcção do Tiago Fernandes: o uso de troleicarros (que tb são eléctricos, e não de poluentes autocarros a diesel) no canal central, com a requalificação possível que o erário municipal permita.
Como resolver o tal problema técnico? Construir a tal linha transversal que o Prof. tb falou, entre a Srª. da Hora, S. Mamede, e Ermesinde, interligando as linhas actuais (e a construir) do Metro e da CP-USGP. Já repararam que um passageiro da Póvoa, ou da Trofa, para ir ao Hospital S. João tem de engrossar o tráfego entre a Srª. da Hora e a Trindade? Pq? Para haver mais validações no MP? Ahh, convém tb referir que tb o Prof, citou que "a zona de Matosinhos é a que gera menos tráfego". Então como resolve ele o problema do estrangulamento c/ a linha ela Boavista?!?
Um abraço,
Emídio Gardé
http://ehgarde.no.sapo.pt
De: Pulido Valente - "metro boavista tertúlia"
No fim de semana não vim ao blog; vou agora dizer aquilo que devia ter dito na sexta-feira ao Vereador.
Estou cheio de consideração pelo Alexandre Brumester e pelo Francisco Rocha Antunes que têm lucidamente argumentada na defesa dos seus pontos de vista com os quais concordo. A análise do Alexandre parece-me particularmente importante/arguta na sua entrada de 16 do corrente "Será o Metro..." parabéns e obrigado, ajudou a ver muito claro. É de gente desta que o Porto precisa.
- só se compreende que se trate de resolver o assunto TRANSPORTE, seja onde for, se estiver integrado no estudo geral da zona;
- para que o estudo geral da zona seja útil e dê bom resultado quando posto em prática (construído/ implementado) é necessário que se considere imperioso diminuir a circulação automóvel/motorizada;
- o Porto recebe tantas pessoas como as que cá moram, por dia; AQUI RESIDE O PROBLEMA A RESOLVER DO TRANSPORTE porque quem cá mora tem de se movimentar e SER TRANSPORTADO;
- O Dr. Oliveira Marques não pode argumentar contra as propostas que lhe são/foram feitas com "o que faço aos xxxx carros que actualmente passam na Av. Boav?";
- se ele não sabe o vereador TEM de saber,
- o que não há dúvida é que é necessário tomar medidas - e opções políticas e técnicas - para impedir que os carros que entram venham entupir o trânsito na cidade;
- Também é imperioso arranjar solução para que quem cá vive possa deixar o carro na garagem;
- há que prever parques de estacionamento ao longo da linha do metro, antes da chegada à cidade, de modo que quem quer entrar não traga o carro cá para dentro;
- há que prever linhas de autocarros, podem ser pequenos e "ágeis" se forem frequentes, de modo que os residentes possam "ir tomar o metro" sem terem de tirar os carros das garagens;
- há que prevêr estações no centro que estejam abertas toda a noite para que o centro tenha vida e movida;
- há que ter os tais "buses ou minibuses" a funcionar 24 horas para que o resto funcione;
- há que ter uma malha de estações que garanta a cada cidadão o acesso a toda a área abrangida com a "ajuda" dos autocarros. Deste modo "o metro da Boavista" pode ser transferido para uma linha que, inserida num estudo global capaz, resulte mais eficiente PARA RESOLVER O TRANSPORTE NA CIDADE e não da Trofa, ou seja de onde for, para Gondomar, ou para onde quer que seja.
- o Porto não é certamente uma placa giratória do grande Porto. Pois não?
- Claro que o estudo da MOBILIDADE tem que ser feito considerando as entradas, as saídas e os movimentos internos.
Estou cheio de consideração pelo Alexandre Brumester e pelo Francisco Rocha Antunes que têm lucidamente argumentada na defesa dos seus pontos de vista com os quais concordo. A análise do Alexandre parece-me particularmente importante/arguta na sua entrada de 16 do corrente "Será o Metro..." parabéns e obrigado, ajudou a ver muito claro. É de gente desta que o Porto precisa.
De: F. Rocha Antunes - "Carlos Gilbert"
Meu Caro Carlos Gilbert,
Essa é uma das questões que me intrigam. Já no debate da RTPN foi claro: existe um problema de planeamento da rede que agora justifica a Linha Matosinhos Boavista. E acha-se que essa razão técnica só pode ser resolvida desta forma, quiçá criando um problema equivalente. O que ninguém parece assumir é que para resolver o problema se vai abandonar a linha Matosinhos - Senhora da Hora, mas só assim é que ele se resolvia. Parece que os problemas de circulação nessa via são vários, nomeadamente numa das curvas a 90º, que tem consequências sobre as composições que não são desprezíveis. Provavelmente não se vai abandonar completamente essa ligação, mas sim baixar significativamente a oferta nesse troço. E perante a alternativa de linhas mais frequentes através da Avenida da Boavista, as pessoas que queiram ir de e para Matosinhos pelo Metro acabam por escolher essa nova via e não a existente. Mas isto sou eu a conjecturar, ninguém me disse isto.
Quanto aos eléctricos: é uma das minhas perguntas mais insistentes e a conclusão que até agora tirei foi que ninguém responde pelo seu desenvolvimento: nem o Metro, nem a STCP, nem sequer a CMP. Mas se consultar os arquivos aqui d’A Baixa do Porto, vai encontrar vários post meus sobre o assunto.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Essa é uma das questões que me intrigam. Já no debate da RTPN foi claro: existe um problema de planeamento da rede que agora justifica a Linha Matosinhos Boavista. E acha-se que essa razão técnica só pode ser resolvida desta forma, quiçá criando um problema equivalente. O que ninguém parece assumir é que para resolver o problema se vai abandonar a linha Matosinhos - Senhora da Hora, mas só assim é que ele se resolvia. Parece que os problemas de circulação nessa via são vários, nomeadamente numa das curvas a 90º, que tem consequências sobre as composições que não são desprezíveis. Provavelmente não se vai abandonar completamente essa ligação, mas sim baixar significativamente a oferta nesse troço. E perante a alternativa de linhas mais frequentes através da Avenida da Boavista, as pessoas que queiram ir de e para Matosinhos pelo Metro acabam por escolher essa nova via e não a existente. Mas isto sou eu a conjecturar, ninguém me disse isto.
Quanto aos eléctricos: é uma das minhas perguntas mais insistentes e a conclusão que até agora tirei foi que ninguém responde pelo seu desenvolvimento: nem o Metro, nem a STCP, nem sequer a CMP. Mas se consultar os arquivos aqui d’A Baixa do Porto, vai encontrar vários post meus sobre o assunto.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Carlos Gilbert - "Metro na Boavista: ..."
"... que justificação?"
Amigos,
Desculpem voltar a este assunto, mas mais vale "malhar no ferro enquanto ele está quente". Disse-se várias vezes (inclusivé em pergunta directa ao Prof. Oliveira Marques, na "Tertúlia"), e repete-se ainda hoje, que uma das justificações para esta linha de Metro será a de aliviar de certa forma o estrangulamento do troço Srª da Hora/Trindade. Isto pressupõe que o "input" de Matosinhos para este troço é grande, caso contrário o argumento seria uma falácia. E é aí que volto a perguntar: há assim tantas composições que deixarão de percorrer o troço Srª da Hora/Trindade, se um dia houver Metro na Boavista? Há assim tanta gente que vai de Matosinhos para a Baixa (e vice-versa)? Eu sei que o responsável pelo MP não levou consigo para a Tertúlia os números (da utilização diária do Metro) mas custa-me muito a acreditar que haja assim tanta gente de Matosinhos que passe a usar a linha (mais longa, portanto mais demorada) pela frente marítima e depois pela avenida fora, para de seguida ter de percorrer o tal "túnel" de ligação da Rotunda da Boavista à estação da "Casa da Música" referido por Oliveira Marques. O lógico é meterem-se logo na linha directa, a existente, que irá continuar em exploração. Este assunto foi colocado na Tertúlia, mas não houve seguimento na sua análise, devido à falta de tempo, e agora veio-me de novo à mente ao ler o texto de F. Rocha Antunes. Creio até ter sido este um dos pontos que provocou a Oliveira Marques uma tirada intempestiva, por achar "que se estava a duvidar do seu trabalho"...
Do que não me restam dúvidas - mesmo não sendo perito nestas coisas, mas sim e só simples curioso por isto dos transportes - é que o grande afluxo de passageiros virá, isso sim, das linhas da Póvoa e da Maia/Trofa. Para mim, verdadeiramente prioritário é ligar-se quanto antes esta última à linha Hospital S. João/Gaia, pois esta medida é que irá aliviar o referido troço Srª da Hora/Trindade! E o melhor era até fazerem-se circular de futuro composições directas, quer dizer, sem obrigar os passageiros a transbordos de uma linha para a outra. Era interessante ouvir a opinião dos responsáveis pelo MP sobre este ponto concreto.
Como todos já sabem eu até defendo uma linha de tracção eléctrica na Boavista, portanto ao argumentar da forma que faço nem é "por ser contra" a mesma...
Curioso acho também ninguém ter abordado aqui o tema dos "eléctricos" tradicionais... Todos os que estivemos no Guarany ouvimos a opinião do Prof. Oliveira Marques sobre os mesmos. Mas ninguém questiona a Câmara sobre o destino a dar aos trilhos já colocados e o porquê de um "estudo" feito há meia dúzia de anos hoje já ser considerado "um sonho muito bonito". De quem foi esse "estudo"? Que custos trouxe à edilidade? Aproveito para anexar uma foto que tirei de um eléctrico na parte pedonal do centro da cidade de Düsseldorf e permitam-me uma pergunta: não se podia fazer circular composições deste tipo em pelo menos algumas das artérias do Porto, onde tal esteve previsto até há pouco?
E anexo outra foto, esta do Metro da mesma cidade, sendo que este tipo de composição circula também em troços de via aberta (ou seja, partilhada pelo restante trânsito), como p.ex. pela Kaiserstrasse, onde inclusivé há viragens à esquerda, disso sou eu testemunha! Claro que estamos a falar da Alemanha, onde há um muito maior civismo por parte dos automobilistas, lá não é preciso haver semaforização dedicada, mal chega um eléctrico todos os automóveis lhe dão prioridade de forma automática...
C. Gilbert
Amigos,
Desculpem voltar a este assunto, mas mais vale "malhar no ferro enquanto ele está quente". Disse-se várias vezes (inclusivé em pergunta directa ao Prof. Oliveira Marques, na "Tertúlia"), e repete-se ainda hoje, que uma das justificações para esta linha de Metro será a de aliviar de certa forma o estrangulamento do troço Srª da Hora/Trindade. Isto pressupõe que o "input" de Matosinhos para este troço é grande, caso contrário o argumento seria uma falácia. E é aí que volto a perguntar: há assim tantas composições que deixarão de percorrer o troço Srª da Hora/Trindade, se um dia houver Metro na Boavista? Há assim tanta gente que vai de Matosinhos para a Baixa (e vice-versa)? Eu sei que o responsável pelo MP não levou consigo para a Tertúlia os números (da utilização diária do Metro) mas custa-me muito a acreditar que haja assim tanta gente de Matosinhos que passe a usar a linha (mais longa, portanto mais demorada) pela frente marítima e depois pela avenida fora, para de seguida ter de percorrer o tal "túnel" de ligação da Rotunda da Boavista à estação da "Casa da Música" referido por Oliveira Marques. O lógico é meterem-se logo na linha directa, a existente, que irá continuar em exploração. Este assunto foi colocado na Tertúlia, mas não houve seguimento na sua análise, devido à falta de tempo, e agora veio-me de novo à mente ao ler o texto de F. Rocha Antunes. Creio até ter sido este um dos pontos que provocou a Oliveira Marques uma tirada intempestiva, por achar "que se estava a duvidar do seu trabalho"...
Do que não me restam dúvidas - mesmo não sendo perito nestas coisas, mas sim e só simples curioso por isto dos transportes - é que o grande afluxo de passageiros virá, isso sim, das linhas da Póvoa e da Maia/Trofa. Para mim, verdadeiramente prioritário é ligar-se quanto antes esta última à linha Hospital S. João/Gaia, pois esta medida é que irá aliviar o referido troço Srª da Hora/Trindade! E o melhor era até fazerem-se circular de futuro composições directas, quer dizer, sem obrigar os passageiros a transbordos de uma linha para a outra. Era interessante ouvir a opinião dos responsáveis pelo MP sobre este ponto concreto.
Como todos já sabem eu até defendo uma linha de tracção eléctrica na Boavista, portanto ao argumentar da forma que faço nem é "por ser contra" a mesma...
Curioso acho também ninguém ter abordado aqui o tema dos "eléctricos" tradicionais... Todos os que estivemos no Guarany ouvimos a opinião do Prof. Oliveira Marques sobre os mesmos. Mas ninguém questiona a Câmara sobre o destino a dar aos trilhos já colocados e o porquê de um "estudo" feito há meia dúzia de anos hoje já ser considerado "um sonho muito bonito". De quem foi esse "estudo"? Que custos trouxe à edilidade? Aproveito para anexar uma foto que tirei de um eléctrico na parte pedonal do centro da cidade de Düsseldorf e permitam-me uma pergunta: não se podia fazer circular composições deste tipo em pelo menos algumas das artérias do Porto, onde tal esteve previsto até há pouco?
E anexo outra foto, esta do Metro da mesma cidade, sendo que este tipo de composição circula também em troços de via aberta (ou seja, partilhada pelo restante trânsito), como p.ex. pela Kaiserstrasse, onde inclusivé há viragens à esquerda, disso sou eu testemunha! Claro que estamos a falar da Alemanha, onde há um muito maior civismo por parte dos automobilistas, lá não é preciso haver semaforização dedicada, mal chega um eléctrico todos os automóveis lhe dão prioridade de forma automática...
C. Gilbert
De: Cristina Santos - "Dúvidas"
Foi com muita pena que não presenciei a tertúlia.
Pelo que abusando da V. paciência venho colocar-vos as questões que não pude colocar aos responsáveis:
Se o impedimento em fazer uma linha de metro «enterrada» são as questões financeiras, quais as medidas que foram formuladas pelos responsáveis do projecto, para tentar obter junto do Governo Central ou doutros organismos, meios que permitissem o aumento de verbas ?
Quais as respostas obtidas?
Não se dispondo ao momento de montantes que permitam pensar num metro subterrâneo, qual era a morosidade prevista, para se conseguir acumular as verbas necessárias para o efeito, um ano, dois anos?
Posta essa hipótese, a requalificação da Avenida da Boavista continuava a ser da responsabilidade do Metro (caso o metro fosse subterrâneo)?
Quais as verbas (próprias) previstas pela CMP para a requalificação da avenida?
Antes das vossas eventuais respostas, proponho que ao invés de abaixo assinados contra o Metro, façamos um convite à contribuição dos Portuenses para a execução de uma linha enterrada, uma vez que os nossos representantes não conseguem junto do governo, mobilizar verbas para o efeito e não dispõem de liquidez que lhes permita faze-lo pelos seus meios.
Caro Portuense apelando à V. caridade e orgulho cívico:
- Contribua ajude a enterrar o metro na avenida, o seu donativo fará a diferença –
Cristina Santos
Pelo que abusando da V. paciência venho colocar-vos as questões que não pude colocar aos responsáveis:
Se o impedimento em fazer uma linha de metro «enterrada» são as questões financeiras, quais as medidas que foram formuladas pelos responsáveis do projecto, para tentar obter junto do Governo Central ou doutros organismos, meios que permitissem o aumento de verbas ?
Quais as respostas obtidas?
Não se dispondo ao momento de montantes que permitam pensar num metro subterrâneo, qual era a morosidade prevista, para se conseguir acumular as verbas necessárias para o efeito, um ano, dois anos?
Posta essa hipótese, a requalificação da Avenida da Boavista continuava a ser da responsabilidade do Metro (caso o metro fosse subterrâneo)?
Quais as verbas (próprias) previstas pela CMP para a requalificação da avenida?
Antes das vossas eventuais respostas, proponho que ao invés de abaixo assinados contra o Metro, façamos um convite à contribuição dos Portuenses para a execução de uma linha enterrada, uma vez que os nossos representantes não conseguem junto do governo, mobilizar verbas para o efeito e não dispõem de liquidez que lhes permita faze-lo pelos seus meios.
Caro Portuense apelando à V. caridade e orgulho cívico:
- Contribua ajude a enterrar o metro na avenida, o seu donativo fará a diferença –
Cristina Santos
De: F. Rocha Antunes - "Metro à superfície..."
"... na Boavista"
Caro Pedro Aguiar,
Os seus comentários são tão válidos como os de todos nós. É essa a vantagem de um blogue aberto. O que vale mesmo são as opiniões por si, não quem as dá.
A questão que tem preocupado muita gente aqui é o impacto que a forma escolhida pelo Metro vai ter sobre o funcionamento futuro do trânsito da cidade, em particular na Avenida da Boavista.
É portanto natural que se a opção fosse enterrar o Metro, pelo menos aonde o seu impacto urbano e no trânsito é maior, essa opção não traria os problemas que o formato apresentado vai trazer.
A questão do óptimo ser inimigo do bom é muito importante. E para que o que é óptimo numa perspectiva não seja mau noutras é que tantos se interessaram por este assunto. Ponderar as soluções a desenvolver é seguramente o melhor caminho para minimizar os impactos negativos.
Eu já participei em discussões anteriores sobre o metro ser à superfície ou enterrado noutros locais da cidade, com a Avenida dos Aliados. E aí foi o Metro a defender que deveria ser enterrado. A grande questão é a de se saber se, por falta de formas alternativas de financiamento da fundamental requalificação da Avenida da Boavista não se está a arranjar uma solução que, a prazo, se pode revelar tão inconsistente como a que foi tomada quando se decidiu levar o Metro até à Póvoa e até à Trofa, causadoras desta situação de estrangulamento actual.
Já todos percebemos que foi importante na altura de lançamento do Metro que ele aparecesse baratinho, mas o que não impediria agora de corrigir a situação. Se o estrangulamento do troço Trindade – Senhora da Hora existe, e se isso justifica a linha pela Avenida, certamente também justificaria a adopção de soluções alternativas que permitissem que essas duas linhas, da Póvoa e da Trofa, tão importantes na fase de “venda da ideia”, fossem redefinidas de modo a dar prioridade à linha do Aeroporto, por exemplo. Criando um interface entre linhas a montante da Senhora da Hora.
Quanto aos comentários sobre o estilo que aqui se pratica pode estar certo que é uma preocupação de muitos. Eu já várias vezes chamei à atenção para a necessidade de cada um controlar voluntariamente o estilo e o modo dos seus comentários.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Caro Pedro Aguiar,
Os seus comentários são tão válidos como os de todos nós. É essa a vantagem de um blogue aberto. O que vale mesmo são as opiniões por si, não quem as dá.
A questão que tem preocupado muita gente aqui é o impacto que a forma escolhida pelo Metro vai ter sobre o funcionamento futuro do trânsito da cidade, em particular na Avenida da Boavista.
É portanto natural que se a opção fosse enterrar o Metro, pelo menos aonde o seu impacto urbano e no trânsito é maior, essa opção não traria os problemas que o formato apresentado vai trazer.
A questão do óptimo ser inimigo do bom é muito importante. E para que o que é óptimo numa perspectiva não seja mau noutras é que tantos se interessaram por este assunto. Ponderar as soluções a desenvolver é seguramente o melhor caminho para minimizar os impactos negativos.
Eu já participei em discussões anteriores sobre o metro ser à superfície ou enterrado noutros locais da cidade, com a Avenida dos Aliados. E aí foi o Metro a defender que deveria ser enterrado. A grande questão é a de se saber se, por falta de formas alternativas de financiamento da fundamental requalificação da Avenida da Boavista não se está a arranjar uma solução que, a prazo, se pode revelar tão inconsistente como a que foi tomada quando se decidiu levar o Metro até à Póvoa e até à Trofa, causadoras desta situação de estrangulamento actual.
Já todos percebemos que foi importante na altura de lançamento do Metro que ele aparecesse baratinho, mas o que não impediria agora de corrigir a situação. Se o estrangulamento do troço Trindade – Senhora da Hora existe, e se isso justifica a linha pela Avenida, certamente também justificaria a adopção de soluções alternativas que permitissem que essas duas linhas, da Póvoa e da Trofa, tão importantes na fase de “venda da ideia”, fossem redefinidas de modo a dar prioridade à linha do Aeroporto, por exemplo. Criando um interface entre linhas a montante da Senhora da Hora.
Quanto aos comentários sobre o estilo que aqui se pratica pode estar certo que é uma preocupação de muitos. Eu já várias vezes chamei à atenção para a necessidade de cada um controlar voluntariamente o estilo e o modo dos seus comentários.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Miguel Barbot - "Pedro Aguiar"
Caro Pedro Aguiar:
O “Prémio “Eu não leio Blogs” é uma referência a um Comentário do Prof. Oliveira Marques, que, quando lhe indicam as 13 razões para ser contra o Metro na Boavista, apresentadas pelo João Medina neste Blog, responde com a seguinte frase: “Eu não leio Blogs”.
É bem, vindo de alguém que estava numa sessão dinamizada por um Blog.
O “Prémio “Eu não leio Blogs” é uma referência a um Comentário do Prof. Oliveira Marques, que, quando lhe indicam as 13 razões para ser contra o Metro na Boavista, apresentadas pelo João Medina neste Blog, responde com a seguinte frase: “Eu não leio Blogs”.
É bem, vindo de alguém que estava numa sessão dinamizada por um Blog.
De: Pedro Aroso - "Metro na Boavista II"
Como devem estar recordados, sempre entendi que não devia pronunciar-me sobre o projecto do Metro da Boavista, sem o conhecer primeiro.
O encontro/tertúlia de sexta-feira serviu para isso mesmo por isso, neste momento, já tenho uma opinião formada sobre o assunto. De um modo genérico, concordo com os argumentos apresentados pelo Pedro Aguiar.
Reconheço que o impacto ambiental nas vias transversais à Av. Boavista vai ser muito negativo mas, o custo/benefício para a cidade, no seu todo, será positivo. E contra mim falo, porque moro em Nevogilde, e tenho escritório muito próximo da Av. Marechal Gomes da Costa.
Aproveito para relançar o debate sobre a questão que coloquei na tertúlia, e que colheu de surpresa o vereador Paulo Morais e o Professor Oliveira Marques, uma vez que ninguém se preocupou em assinalar o traçado da futura Av. Nun´Álvares e o seu inevitável conflito com a linha do Metro. E acrescento:
Porque não aproveitar o novo viaduto sobre o Parque da Cidade, e ligar a Av. Nun´Álvares à Av. Afonso Henriques, em Matosinhos, como estava previsto no Plano Auzelle?
Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
O encontro/tertúlia de sexta-feira serviu para isso mesmo por isso, neste momento, já tenho uma opinião formada sobre o assunto. De um modo genérico, concordo com os argumentos apresentados pelo Pedro Aguiar.
Reconheço que o impacto ambiental nas vias transversais à Av. Boavista vai ser muito negativo mas, o custo/benefício para a cidade, no seu todo, será positivo. E contra mim falo, porque moro em Nevogilde, e tenho escritório muito próximo da Av. Marechal Gomes da Costa.
Aproveito para relançar o debate sobre a questão que coloquei na tertúlia, e que colheu de surpresa o vereador Paulo Morais e o Professor Oliveira Marques, uma vez que ninguém se preocupou em assinalar o traçado da futura Av. Nun´Álvares e o seu inevitável conflito com a linha do Metro. E acrescento:
Porque não aproveitar o novo viaduto sobre o Parque da Cidade, e ligar a Av. Nun´Álvares à Av. Afonso Henriques, em Matosinhos, como estava previsto no Plano Auzelle?
Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
De: Pedro Aguiar - "Metro na Boavista"
Caro TAF,
Com um agradecimento sobre o seu papel como dinamizador e moderador deste espaço publico em que se tornou o seu blog, aqui lhe remito a minha opinião sobre o tema que tanto nos tem apaixonado, deixando ao seu critério o interesse (ou não) de o compartilhar com o resto desta "comunidade" .
Sou morador na zona do Boavista e leitor (praticamente diário) do vosso blog. Não tenho, nem nunca tive, qualquer ligação pessoal, profissional ou outra com a CMP ou a empresa do Metro do Porto. Não tive oportunidade de ir à tertúlia, por compromissos anteriores, o que lamento.
Não sendo arquitecto, urbanista, autarca, promotor imobiliário, ou gestor de transportes, tenho tentado ouvir os argumentos (pró e contra) para construir uma opinião própria sobre o assunto.
Esta "missão" tem-se revelado cada vez mais difícil... pois os dois lados parecem-me cada vez mais “entrincheirados” e os argumentos cada vez mais difíceis de seguir...
Ultimamente li no vosso Blog comentários que julgo exagerados: comentários sarcásticos do tipo "prémio para quem não lê Blogs", termos como "construção anedótica, destruidora do nosso património" ou a insinuação de que a apresentação da linha da Boavista como inicio de uma futura linha transversal é um argumento meramente circunstancial, uma espécie de Cavalo de Tróia para nos enganar a todos. Não será isto um exagero?
Creio que estamos a chegar a um ponto em que se revela algum radicalismo e até dificuldade de diálogo, que creio que o "grande público" tem alguma dificuldade em entender.
Da minha parte, enquanto "leigo em urbanismo" mas morador na zona, tenho reflectido com calma sobre os argumentos (geralmente contra) que tenho lido no vosso blog. A generalidade desses argumentos têm sido muito úteis para o formar de uma opinião e têm mostrado que realmente o projecto tem custos e impactos negativos sobre a nossa cidade e a nossa qualidade de vida. Mas... só terá impactos negativos, e será assim tão mau?
Todos os projectos de desenvolvimento de alguma monta têm custos e falhas. É muito difícil ter solução ideais, miraculosas ou perfeitas. O que eu tento como cidadão e residente, é contabilizar os argumentos pró e contra, percebendo que para ter algumas coisas tenho de ceder noutras (por exemplo: se quero ter metro na avenida tenho de aceitar que vou ter de fazer um trajecto maior para a atravessar quando estiver com o meu automóvel particular)...
Depois de feita a minha "contabilidade" tenho de confessar que a balança se inclina a favor do avanço do projecto... E passo a explicar porquê:
- A introdução de um meio de transporte publico, de tracção eléctrica, numa via estruturante como a Avenida da Boavista faz sentido... Já fazia quando se instalou lá o eléctrico e faz ainda mais agora, em que passam imensos autocarros por hora e em que se pode pensar na ligação desse troço a uma rede maior.
- A diferença entre eléctrico-ligeiro e metro parece-me ténue quanto às vantagens de um sobre o outro. Sou engenheiro mecânico de profissão e tendo uma (pequena) ideia do que está por detrás, pergunto-me se alguns centímetros a mais ou a menos fazem assim tanta diferença que justifiquem a introdução de veículos diferentes (com os custos de manutenção e gestão que isso acarreta)? Por outro lado, a utilização de uma bitola diferente inviabilizaria a ligação ao resto da rede.
- Um dos problemas dos eléctricos é exactamente compartilharem o espaço com os automóveis, estarem sujeitos às regras de trânsito e aos congestionamentos... Com resultados que se conhecem. Por outro lado é verdade que a utilização da plataforma do Metro permite a interligação com o resto da rede e a futura expansão para Este (que dentro de alguns anos será óbvia)...
- Tenho dificuldade em entender que o metro seja uma "barreira como a VCI"... Em alguns posts parece quase descrito como um "Muro de Berlin"... Não será isto um exagero? Eu vou à zona central de Matosinhos e não sinto que o Metro seja um obstáculo assim tão grande...
- Os atravessamentos da Avenida certamente que se vão complicar... Mas já tentaram atravessar a Avenida agora? no Pinheiro Manso? ou em Gomes da Costa? Presentemente os atravessamentos já são complicados... Mesmo agora, Já se justifica uma reestruturação dos semáforos, atravessamentos e circulação nas ruas laterais.
Se o Metro vai estabelecer ordem (por exemplo sincronizando os semáforos e impedindo o estacionamento selvagem ("Pingo Doce")), a solução final vai mesmo ficar tão pior do que já está agora?
Provavelmente, os bloguistas habituais têm conhecimentos técnicos para rebater cada uma destas questões e provavelmente terão razão em que esta não é a solução ideal. Mas será tão má como nos querem fazer querer?
Certamente que a opção do enterramento seria o ideal... Curiosamente parece que isso removeria a maior parte dos argumentos contra. Mas faz parte de uma cidadania consciente ter em conta os custos e entender que por vezes temos de ter um equilíbrio entre o óptimo e o possível..
Muito obrigado, melhores cumprimentos
Pedro Aguiar
pmaguiar@mail.telepac.pt
Com um agradecimento sobre o seu papel como dinamizador e moderador deste espaço publico em que se tornou o seu blog, aqui lhe remito a minha opinião sobre o tema que tanto nos tem apaixonado, deixando ao seu critério o interesse (ou não) de o compartilhar com o resto desta "comunidade" .
Sou morador na zona do Boavista e leitor (praticamente diário) do vosso blog. Não tenho, nem nunca tive, qualquer ligação pessoal, profissional ou outra com a CMP ou a empresa do Metro do Porto. Não tive oportunidade de ir à tertúlia, por compromissos anteriores, o que lamento.
Não sendo arquitecto, urbanista, autarca, promotor imobiliário, ou gestor de transportes, tenho tentado ouvir os argumentos (pró e contra) para construir uma opinião própria sobre o assunto.
Esta "missão" tem-se revelado cada vez mais difícil... pois os dois lados parecem-me cada vez mais “entrincheirados” e os argumentos cada vez mais difíceis de seguir...
Ultimamente li no vosso Blog comentários que julgo exagerados: comentários sarcásticos do tipo "prémio para quem não lê Blogs", termos como "construção anedótica, destruidora do nosso património" ou a insinuação de que a apresentação da linha da Boavista como inicio de uma futura linha transversal é um argumento meramente circunstancial, uma espécie de Cavalo de Tróia para nos enganar a todos. Não será isto um exagero?
Creio que estamos a chegar a um ponto em que se revela algum radicalismo e até dificuldade de diálogo, que creio que o "grande público" tem alguma dificuldade em entender.
Da minha parte, enquanto "leigo em urbanismo" mas morador na zona, tenho reflectido com calma sobre os argumentos (geralmente contra) que tenho lido no vosso blog. A generalidade desses argumentos têm sido muito úteis para o formar de uma opinião e têm mostrado que realmente o projecto tem custos e impactos negativos sobre a nossa cidade e a nossa qualidade de vida. Mas... só terá impactos negativos, e será assim tão mau?
Todos os projectos de desenvolvimento de alguma monta têm custos e falhas. É muito difícil ter solução ideais, miraculosas ou perfeitas. O que eu tento como cidadão e residente, é contabilizar os argumentos pró e contra, percebendo que para ter algumas coisas tenho de ceder noutras (por exemplo: se quero ter metro na avenida tenho de aceitar que vou ter de fazer um trajecto maior para a atravessar quando estiver com o meu automóvel particular)...
Depois de feita a minha "contabilidade" tenho de confessar que a balança se inclina a favor do avanço do projecto... E passo a explicar porquê:
- A introdução de um meio de transporte publico, de tracção eléctrica, numa via estruturante como a Avenida da Boavista faz sentido... Já fazia quando se instalou lá o eléctrico e faz ainda mais agora, em que passam imensos autocarros por hora e em que se pode pensar na ligação desse troço a uma rede maior.
- A diferença entre eléctrico-ligeiro e metro parece-me ténue quanto às vantagens de um sobre o outro. Sou engenheiro mecânico de profissão e tendo uma (pequena) ideia do que está por detrás, pergunto-me se alguns centímetros a mais ou a menos fazem assim tanta diferença que justifiquem a introdução de veículos diferentes (com os custos de manutenção e gestão que isso acarreta)? Por outro lado, a utilização de uma bitola diferente inviabilizaria a ligação ao resto da rede.
- Um dos problemas dos eléctricos é exactamente compartilharem o espaço com os automóveis, estarem sujeitos às regras de trânsito e aos congestionamentos... Com resultados que se conhecem. Por outro lado é verdade que a utilização da plataforma do Metro permite a interligação com o resto da rede e a futura expansão para Este (que dentro de alguns anos será óbvia)...
- Tenho dificuldade em entender que o metro seja uma "barreira como a VCI"... Em alguns posts parece quase descrito como um "Muro de Berlin"... Não será isto um exagero? Eu vou à zona central de Matosinhos e não sinto que o Metro seja um obstáculo assim tão grande...
- Os atravessamentos da Avenida certamente que se vão complicar... Mas já tentaram atravessar a Avenida agora? no Pinheiro Manso? ou em Gomes da Costa? Presentemente os atravessamentos já são complicados... Mesmo agora, Já se justifica uma reestruturação dos semáforos, atravessamentos e circulação nas ruas laterais.
Se o Metro vai estabelecer ordem (por exemplo sincronizando os semáforos e impedindo o estacionamento selvagem ("Pingo Doce")), a solução final vai mesmo ficar tão pior do que já está agora?
Provavelmente, os bloguistas habituais têm conhecimentos técnicos para rebater cada uma destas questões e provavelmente terão razão em que esta não é a solução ideal. Mas será tão má como nos querem fazer querer?
Certamente que a opção do enterramento seria o ideal... Curiosamente parece que isso removeria a maior parte dos argumentos contra. Mas faz parte de uma cidadania consciente ter em conta os custos e entender que por vezes temos de ter um equilíbrio entre o óptimo e o possível..
Muito obrigado, melhores cumprimentos
Pedro Aguiar
pmaguiar@mail.telepac.pt
De: F. Rocha Antunes - "IPPAR - Túnel de Ceuta"
Meus Caros,
Já não é a primeira vez que aqui falo da necessidade de sujeitarmos os restantes organismos da Administração Pública ao mesmo escrutínio que até agora temos feito aos actos da CMP e, mais recentemente, do Metro. E mais concretamente, já antes falei da necessidade de acompanhar, com o mesmo espírito crítico, o que o IPPAR faz nesta cidade e nesta região.
Antes de mais acho que é importante ter uma ideia da dimensão da área da cidade do Porto que está sob protecção do IPPAR.
Assim, poderemos todos ter uma noção mais correcta da forma como esse organismo da Administração Central, mas que está “descentralizado” numa direcção regional (aos que defendem a descentralização dos serviços do Estado Central este caso merece particular atenção...), trata a questão do Túnel de Ceuta.
Toda a área circundante, no sentido previsto para a saída do túnel, começando pelo próprio Hospital de Santo António, continuando pelo Museu de Soares dos Reis e acabando na Torre de Pedro-Sem, está sob a alçada do IPPAR. Apenas um pequeno espaço, curiosamente em frente ao edifício da Reitoria da Universidade, não está dentro de uma área de protecção.
Assim, é muito difícil de perceber como é que o IPPAR não emitiu um parecer negativo à existência da saída de um túnel rodoviário com um impacto tão forte junto do Hospital de Santo António, edifício classificado como Monumento Nacional, para além do mais junto ao Jardim do Carregal, um dos últimos jardins românticos da cidade, e vem alegar agora que, para evitar a existência de muretes de saída de um túnel mais uns riscos no pavimento mais adiante, em frente ao Museu Soares dos Reis, classificado como Imóvel de Interesse Público, não emite parecer favorável para uma nova saída do prolongamento do mesmo túnel que se destina a corrigir uma situação inaceitável que resultava do projecto inicial que é o do atravessamento em frente da boca de um túnel de todos os veículos que se destinam às urgências do Hospital Central e que venham do centro da cidade!
Há muito tempo que defendo que todas as decisões dos organismos do Estado que restringem direitos dos privados e de quem desenvolve a cidade em nome da protecção do património colectivo devem ser tornadas públicas, com dois objectivos essenciais: conhecerem-se os critérios com que, em nome do interesse público, se restringem os outros direitos. Fiscalizar, dessa forma, a qualidade dos mesmos pareceres. É evidente que todos podem recorrer aos tribunais para fazerem valer os seus direitos, mas numa sociedade moderna estes assuntos, mais uma vez, devem ser discutidos em tempo, e o tempo próprio é o da emissão desses pareceres. De nada resolve dizer-se que se pode recorrer aos tribunais quando a justiça demora o que demora em Portugal.
Se as pessoas que assinam esses pareceres estão absolutamente convencidas da razão que lhes assiste, como devem obrigatoriamente estar, não vejo porque razões não são os primeiros a perceberem que devem partilhar voluntariamente essa informação. Ou então estão a dar razão aos que dizem que essas informações só são divulgadas por motivos alheios à classificação do património.
O IPPAR tem uma página na net (www.ippar.pt). Era bom que todos os pareceres que emitem fossem lá colocados. Para que cada um de nós possa ter uma ideia de como são decididos, em nome de todos nós, convém não se esquecerem, os assuntos relativos à protecção do património classificado. Sob pena de se poder vir a pensar que estamos, mais uma vez, perante uma situação em que a consistência dos critérios utilizados não é grande. O que seria inaceitável, convenhamos.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Já não é a primeira vez que aqui falo da necessidade de sujeitarmos os restantes organismos da Administração Pública ao mesmo escrutínio que até agora temos feito aos actos da CMP e, mais recentemente, do Metro. E mais concretamente, já antes falei da necessidade de acompanhar, com o mesmo espírito crítico, o que o IPPAR faz nesta cidade e nesta região.
Antes de mais acho que é importante ter uma ideia da dimensão da área da cidade do Porto que está sob protecção do IPPAR.
Assim, poderemos todos ter uma noção mais correcta da forma como esse organismo da Administração Central, mas que está “descentralizado” numa direcção regional (aos que defendem a descentralização dos serviços do Estado Central este caso merece particular atenção...), trata a questão do Túnel de Ceuta.
Toda a área circundante, no sentido previsto para a saída do túnel, começando pelo próprio Hospital de Santo António, continuando pelo Museu de Soares dos Reis e acabando na Torre de Pedro-Sem, está sob a alçada do IPPAR. Apenas um pequeno espaço, curiosamente em frente ao edifício da Reitoria da Universidade, não está dentro de uma área de protecção.
Assim, é muito difícil de perceber como é que o IPPAR não emitiu um parecer negativo à existência da saída de um túnel rodoviário com um impacto tão forte junto do Hospital de Santo António, edifício classificado como Monumento Nacional, para além do mais junto ao Jardim do Carregal, um dos últimos jardins românticos da cidade, e vem alegar agora que, para evitar a existência de muretes de saída de um túnel mais uns riscos no pavimento mais adiante, em frente ao Museu Soares dos Reis, classificado como Imóvel de Interesse Público, não emite parecer favorável para uma nova saída do prolongamento do mesmo túnel que se destina a corrigir uma situação inaceitável que resultava do projecto inicial que é o do atravessamento em frente da boca de um túnel de todos os veículos que se destinam às urgências do Hospital Central e que venham do centro da cidade!
Há muito tempo que defendo que todas as decisões dos organismos do Estado que restringem direitos dos privados e de quem desenvolve a cidade em nome da protecção do património colectivo devem ser tornadas públicas, com dois objectivos essenciais: conhecerem-se os critérios com que, em nome do interesse público, se restringem os outros direitos. Fiscalizar, dessa forma, a qualidade dos mesmos pareceres. É evidente que todos podem recorrer aos tribunais para fazerem valer os seus direitos, mas numa sociedade moderna estes assuntos, mais uma vez, devem ser discutidos em tempo, e o tempo próprio é o da emissão desses pareceres. De nada resolve dizer-se que se pode recorrer aos tribunais quando a justiça demora o que demora em Portugal.
Se as pessoas que assinam esses pareceres estão absolutamente convencidas da razão que lhes assiste, como devem obrigatoriamente estar, não vejo porque razões não são os primeiros a perceberem que devem partilhar voluntariamente essa informação. Ou então estão a dar razão aos que dizem que essas informações só são divulgadas por motivos alheios à classificação do património.
O IPPAR tem uma página na net (www.ippar.pt). Era bom que todos os pareceres que emitem fossem lá colocados. Para que cada um de nós possa ter uma ideia de como são decididos, em nome de todos nós, convém não se esquecerem, os assuntos relativos à protecção do património classificado. Sob pena de se poder vir a pensar que estamos, mais uma vez, perante uma situação em que a consistência dos critérios utilizados não é grande. O que seria inaceitável, convenhamos.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
De: Carlos Gilbert - "Participar..."
T.A.F. in "Notas sobre a tertúlia":
«Sabemos que na Câmara Municipal e na Metro do Porto lêem com atenção o que se escreve via Internet. Fico contente com isso, mas falta o passo seguinte: participar também. Não vou ter a imodéstia de afirmar que A Baixa do Porto já provou ter a seriedade e respeitabilidade suficientes para que tão distintas entidades aqui intervenham. Vou em vez disso sugerir que, na boa tradição da “blogosfera”, criem os seus próprios espaços online onde publiquem o que entenderem adequado para o diálogo com a sociedade civil - informações técnicas (tanto tempo se teria poupado na tertúlia!), respostas às críticas que entendam merecedoras de atenção nos jornais ou nos blogs, etc., etc. Os blogs não substituem as tertúlias ao vivo, complementam-se mutuamente.»
Isso seria a "democracia directa à grega", caro Tiago... Democracia no seu estado puro: determinada entidade pública decide algo, coloca o texto respectivo algures num weblog, dá um tempo para os interessados se pronunciarem e depois decide em conformidade... Bom era que assim fosse a política e não será necessário enumerar aqui os porquês da utopia desta ideia. Vou só focar um ponto, que para mim é o mais importante: um blog responsável e com peso na comunidade só o é se o seu webmaster tiver a argúcia para conquistar a confiança de ambas as partes, participantes e leitores. E decide de acordo com os seus critérios, que são seus, pessoais e com a liberdade de adaptação que ele entender. Uma entidade pública nunca poderia ter o estilo de um blog como alguns dos que estão a conquistar credibilidade entre nós: veja-se que nem no Público o espaço cibernáutico de debate que criaram funciona, quanto mais numa entidade pública! Quem decidiria o estilo, o tipo de respostas a dar, as intevenções a colocar online e as que deverão ser eliminadas, sem o imediato brado de "censura"?
Em minha modesta opinião, vamos ver se conseguimos conquistar com mais solidez ainda a confiança das entidades públicas referidas por si, Tiago, o que já não é nada mau... E se estas de vez em quando resolverem abrir-se ao diálogo, óptimo, mas é preciso que todas as partes envolvidas nunca percam de vista o que o Tiago disse na sua introdução: um blog é um espaço aberto, com opiniões por vezes diversas entre os seus membros e - acrescento eu - isso torna o diálogo mais difícil (como se viu) pois se para um é o ponto X o mais importante a ser debatido, para o outro será o Y... Concretizando: houve quem defendesse de forma clara "nada de veículos de tracção eléctrica" na Boavista, basta abrir um corredor para os autocarros. Outros (eu incluso) defendem: "veículos de tracção eléctrica sim, mas não composições do tipo Metro, e nada de proibições de viragem à esquerda, mas antes semaforização selectiva". Que conclusão há-de tirar a entidade pública decisora?
Ficam estes pensamentos para uma manhã linda de segunda-feira...
C. Gilbert
--
Nota de TAF: Caro Carlos - Não defendo a exposição pública de todos os projectos de decisão, mas apenas dos mais relevantes, naturalmente. :-) O objectivo não seria obter consensos, mas sim escutar argumentos que eventualmente não tivessem antes sido lembrados. Caso contrário a cidade parava!
Também não defendo que uma entidade pública tenha um blog onde são colocados comentários da sociedade civil (como é o caso deste), mas apenas que essa entidade tenha um espaço onde ela própria informa e responde ao que achar relevante publicado noutros locais.
«Sabemos que na Câmara Municipal e na Metro do Porto lêem com atenção o que se escreve via Internet. Fico contente com isso, mas falta o passo seguinte: participar também. Não vou ter a imodéstia de afirmar que A Baixa do Porto já provou ter a seriedade e respeitabilidade suficientes para que tão distintas entidades aqui intervenham. Vou em vez disso sugerir que, na boa tradição da “blogosfera”, criem os seus próprios espaços online onde publiquem o que entenderem adequado para o diálogo com a sociedade civil - informações técnicas (tanto tempo se teria poupado na tertúlia!), respostas às críticas que entendam merecedoras de atenção nos jornais ou nos blogs, etc., etc. Os blogs não substituem as tertúlias ao vivo, complementam-se mutuamente.»
Isso seria a "democracia directa à grega", caro Tiago... Democracia no seu estado puro: determinada entidade pública decide algo, coloca o texto respectivo algures num weblog, dá um tempo para os interessados se pronunciarem e depois decide em conformidade... Bom era que assim fosse a política e não será necessário enumerar aqui os porquês da utopia desta ideia. Vou só focar um ponto, que para mim é o mais importante: um blog responsável e com peso na comunidade só o é se o seu webmaster tiver a argúcia para conquistar a confiança de ambas as partes, participantes e leitores. E decide de acordo com os seus critérios, que são seus, pessoais e com a liberdade de adaptação que ele entender. Uma entidade pública nunca poderia ter o estilo de um blog como alguns dos que estão a conquistar credibilidade entre nós: veja-se que nem no Público o espaço cibernáutico de debate que criaram funciona, quanto mais numa entidade pública! Quem decidiria o estilo, o tipo de respostas a dar, as intevenções a colocar online e as que deverão ser eliminadas, sem o imediato brado de "censura"?
Em minha modesta opinião, vamos ver se conseguimos conquistar com mais solidez ainda a confiança das entidades públicas referidas por si, Tiago, o que já não é nada mau... E se estas de vez em quando resolverem abrir-se ao diálogo, óptimo, mas é preciso que todas as partes envolvidas nunca percam de vista o que o Tiago disse na sua introdução: um blog é um espaço aberto, com opiniões por vezes diversas entre os seus membros e - acrescento eu - isso torna o diálogo mais difícil (como se viu) pois se para um é o ponto X o mais importante a ser debatido, para o outro será o Y... Concretizando: houve quem defendesse de forma clara "nada de veículos de tracção eléctrica" na Boavista, basta abrir um corredor para os autocarros. Outros (eu incluso) defendem: "veículos de tracção eléctrica sim, mas não composições do tipo Metro, e nada de proibições de viragem à esquerda, mas antes semaforização selectiva". Que conclusão há-de tirar a entidade pública decisora?
Ficam estes pensamentos para uma manhã linda de segunda-feira...
C. Gilbert
--
Nota de TAF: Caro Carlos - Não defendo a exposição pública de todos os projectos de decisão, mas apenas dos mais relevantes, naturalmente. :-) O objectivo não seria obter consensos, mas sim escutar argumentos que eventualmente não tivessem antes sido lembrados. Caso contrário a cidade parava!
Também não defendo que uma entidade pública tenha um blog onde são colocados comentários da sociedade civil (como é o caso deste), mas apenas que essa entidade tenha um espaço onde ela própria informa e responde ao que achar relevante publicado noutros locais.
De: TAF - "As conclusões da Tertúlia"
As minhas conclusões
- Os recursos não são ilimitados. Se se destinam 90 milhões de euros à linha de Metro da Boavista é porque há 90 milhões de euros que deixam de ser aplicados noutro lado qualquer.
- É consensual que o investimento na zona ocidental do Porto não é prioritário em relação ao investimento na zona oriental. Ninguém defende que a linha da Boavista é mais urgente do que, por exemplo, a ligação a Gondomar. Ora neste último caso Oliveira Marques afirma mesmo que o principal problema é o financiamento.
- Não há qualquer garantia nem estudo concluído quanto a uma eventual extensão da linha da Boavista e sua ligação ao resto da rede.
- O problema estrito de transporte de passageiros pela Avenida da Boavista pode ser resolvido adequadamente por outros meios que não o Metro em via exclusiva.
- Sendo necessário um novo viaduto que atravesse o Parque da Cidade, dois problemas sérios se colocam além do respectivo custo: o impacto no próprio Parque e os actuais conflitos quanto aos direitos de propriedade dos terrenos onde ficaria implantado (Câmara vs Imoloc).
- Os estudos que foram feitos sobre as alterações de trânsito na Avenida da Boavista apenas demonstram que será viável instalar transporte em via exclusiva, seja ele qual for. Não provam a superioridade do Metro nem contemplam o impacto da consequente invasão de um grande fluxo automóvel em locais até agora residenciais.
- A linha de metro demora cerca de 2 anos a construir. Dois anos em obras. Dois anos de caos na zona!
- custa incomparavelmente menos do que o Metro
- é de implantação muito mais simples e rápida
- permite usar o actual viaduto do Parque da Cidade
- melhora o sistema de transportes no curto prazo, e não apenas daqui a dois anos
- liberta recursos para outras zonas mais prioritárias da cidade/região
- não prejudica uma eventual futura instalação do Metro que substitua esta opção.
Têm sido tornadas públicas inúmeras contribuições para este debate. Quando se consulta a sociedade civil e se lhe pede que seja activa, é preciso depois agir em conformidade!
PS: A apresentação do Prof. Oliveira Marques está prometida para breve no servidor WWW da Metro do Porto.
2005/01/16
De: F. Rocha Antunes - "A carroça ..."
"... à frente dos bois"
Meus Caros,
Antes que alguém se ofenda, aviso desde já que a metáfora que uso no título é apenas a mais corrente para explicar que é preciso respeitar o tempo natural das coisas.
Vem isto a propósito das discussões públicas e de tudo o que se faz para as evitar. E dos resultados desastrosos que esse “alívio” circunstancial traz a longo prazo.
Os projectos de grande dimensão, sejam eles públicos ou privados, têm um enorme impacto nas comunidades aonde se inserem. E esse impacto é inegável, quer se faça uma discussão pública a sério ou não. A grande questão é a da necessidade cada vez mais forte de balancear os enormes interesses que esses projectos sempre mobilizam e saber se, quer na perspectiva da comunidade, quer dos interesses privados mais do que legítimos, o que se vai fazer representa um benefício para todos que justifique os incontornáveis transtornos e perdas de valor que se verificam sempre em alguns.
Como muito bem disse ontem o Vereador da CMP, Dr. Paulo Morais, trata-se de saber, perante as vantagens e inconvenientes que todos os projectos apresentam, quais são os mais vantajosos e exequíveis do ponto de vista da comunidade. E, ao contrário do que muitos pensam, acho que é obrigação dos responsáveis políticos assumirem caminhos sem que necessariamente sejam os mais populares.
Mas para isso é preciso respeitar seriamente as etapas comuns neste tipo de projectos: há um momento de análise interna, de ponderação das várias opções, há um momento seguinte em que se decide qual é o caminho mais vantajoso, um terceiro, em que se apresenta abertamente esse caminho à critica da comunidade, e um último momento em que, digeridas as diferentes críticas e sugestões, se assume a responsabilidade da decisão de agir.
Um exemplo concreto disso é a discussão, invulgarmente aberta e informada, que o anterior Vereador Arq. Ricardo Figueiredo, promoveu a propósito do PDM do Porto. Foram tantas as sugestões e correcções propostas a aceites que foi necessário proceder a uma segunda discussão pública. Sem desvirtuar a proposta de cidade que o executivo apresentou, foram evitados muitos erros técnicos e melhorados muitos aspectos do Regulamento. O que perdeu a cidade com a discussão? Nada, a não ser mais algum tempo. O que se ganhou? Evitaram-se erros que tinham passado desapercebidos na inevitável lufa-lufa de apresentar o documento a horas, que iriam tornar impossível a vida quer da CMP quer de quem quisesse investir na cidade.
Por essa razão, era bom que a lição de abertura que deram na passada sexta-feira fosse humildemente digerida pelos responsáveis desse projecto crucial que é o Metro do Porto. Não lhes fez mal nenhum ouvir as críticas mais ou menos apaixonadas que foram feitas em concreto à Linha da Avenida da Boavista. Se têm a certeza do que estão a fazer, saíram mais fortes. Se estavam hesitantes quanto aos méritos da proposta, perceberam que não estavam sozinhos.
Agora, se perceberem de que todos, Metro e CMP incluídos, estamos a aprender a importância de cada vez mais, no tempo adequado, partilhar as vantagens e inconvenientes de cada projecto antes das decisões finais, tenho a certeza que deixará de haver tanta sorte ou azar nas segundas-feiras dos anos que nos esperam.
O Metro na Boavista é uma má ideia, na forma que agora é proposta. Se é fundamental, concordo com o que disse o Alexandre Burmester: enterre-se e não há problema. Se não é, reabilite-se a Avenida e instale-se um corredor de transportes públicos na faixa central que seja compatível com a qualidade urbana da Avenida.
Mas estamos todos ainda na infância destas coisas. Tenho a certeza que o Metro será uma das primeiras entidades a perceber a importância de ganhar não apenas a aprovação dos seus accionistas das diferentes Câmaras Municipais, mas também de toda a cidade que se interessa. E não se trata de gerir na Praça Pública, trata-se de perceber que se pode, dessa maneira, evitar os erros que já aconteceram... Muitas cabeças são, ainda hoje, mais capazes do que algumas, por brilhantes que sejam. É só isso.
Francisco Rocha Antunes
Promotor Imobiliário
Meus Caros,
Antes que alguém se ofenda, aviso desde já que a metáfora que uso no título é apenas a mais corrente para explicar que é preciso respeitar o tempo natural das coisas.
Vem isto a propósito das discussões públicas e de tudo o que se faz para as evitar. E dos resultados desastrosos que esse “alívio” circunstancial traz a longo prazo.
Os projectos de grande dimensão, sejam eles públicos ou privados, têm um enorme impacto nas comunidades aonde se inserem. E esse impacto é inegável, quer se faça uma discussão pública a sério ou não. A grande questão é a da necessidade cada vez mais forte de balancear os enormes interesses que esses projectos sempre mobilizam e saber se, quer na perspectiva da comunidade, quer dos interesses privados mais do que legítimos, o que se vai fazer representa um benefício para todos que justifique os incontornáveis transtornos e perdas de valor que se verificam sempre em alguns.
Como muito bem disse ontem o Vereador da CMP, Dr. Paulo Morais, trata-se de saber, perante as vantagens e inconvenientes que todos os projectos apresentam, quais são os mais vantajosos e exequíveis do ponto de vista da comunidade. E, ao contrário do que muitos pensam, acho que é obrigação dos responsáveis políticos assumirem caminhos sem que necessariamente sejam os mais populares.
Mas para isso é preciso respeitar seriamente as etapas comuns neste tipo de projectos: há um momento de análise interna, de ponderação das várias opções, há um momento seguinte em que se decide qual é o caminho mais vantajoso, um terceiro, em que se apresenta abertamente esse caminho à critica da comunidade, e um último momento em que, digeridas as diferentes críticas e sugestões, se assume a responsabilidade da decisão de agir.
Um exemplo concreto disso é a discussão, invulgarmente aberta e informada, que o anterior Vereador Arq. Ricardo Figueiredo, promoveu a propósito do PDM do Porto. Foram tantas as sugestões e correcções propostas a aceites que foi necessário proceder a uma segunda discussão pública. Sem desvirtuar a proposta de cidade que o executivo apresentou, foram evitados muitos erros técnicos e melhorados muitos aspectos do Regulamento. O que perdeu a cidade com a discussão? Nada, a não ser mais algum tempo. O que se ganhou? Evitaram-se erros que tinham passado desapercebidos na inevitável lufa-lufa de apresentar o documento a horas, que iriam tornar impossível a vida quer da CMP quer de quem quisesse investir na cidade.
Por essa razão, era bom que a lição de abertura que deram na passada sexta-feira fosse humildemente digerida pelos responsáveis desse projecto crucial que é o Metro do Porto. Não lhes fez mal nenhum ouvir as críticas mais ou menos apaixonadas que foram feitas em concreto à Linha da Avenida da Boavista. Se têm a certeza do que estão a fazer, saíram mais fortes. Se estavam hesitantes quanto aos méritos da proposta, perceberam que não estavam sozinhos.
Agora, se perceberem de que todos, Metro e CMP incluídos, estamos a aprender a importância de cada vez mais, no tempo adequado, partilhar as vantagens e inconvenientes de cada projecto antes das decisões finais, tenho a certeza que deixará de haver tanta sorte ou azar nas segundas-feiras dos anos que nos esperam.
O Metro na Boavista é uma má ideia, na forma que agora é proposta. Se é fundamental, concordo com o que disse o Alexandre Burmester: enterre-se e não há problema. Se não é, reabilite-se a Avenida e instale-se um corredor de transportes públicos na faixa central que seja compatível com a qualidade urbana da Avenida.
Mas estamos todos ainda na infância destas coisas. Tenho a certeza que o Metro será uma das primeiras entidades a perceber a importância de ganhar não apenas a aprovação dos seus accionistas das diferentes Câmaras Municipais, mas também de toda a cidade que se interessa. E não se trata de gerir na Praça Pública, trata-se de perceber que se pode, dessa maneira, evitar os erros que já aconteceram... Muitas cabeças são, ainda hoje, mais capazes do que algumas, por brilhantes que sejam. É só isso.
Francisco Rocha Antunes
Promotor Imobiliário
De: TAF - "Notas sobre a tertúlia"
(Actualizado)
Defendo que se deve fomentar um estilo de Política de alguma forma análogo ao software “Open Source”. Da mesma forma que nesse software o código é tornado público para poder ser analisado, comentado, corrigido e melhorado, também na gestão dos dinheiros públicos se deveriam como regra geral seguir princípios equivalentes:
Não me parece que as vantagens desta “Política Open Source” tenham sido integralmente compreendidas pela Câmara do Porto nem pela Metro do Porto. Para lá caminham, contudo! A participação na tertúlia foi um óptimo sinal mesmo considerando que, como táctica para favorecer o sucesso desse projecto, a Linha da Boavista fosse apresentada como facto consumado (sabendo elas que não é ;-) )
Há algo que ainda não está interiorizado por todos: a importância da Internet e do fenómeno dos blogs como meios extremamente eficazes de permitir a interacção entre os poderes públicos e a sociedade civil. Há blogs e blogs, há sites e sites. Da mesma forma que não é igual enviar um artigo para o Público ou para o 24 Horas, também não será indiferente participar num debate online onde há garantias de civismo, ou num chat anónimo que permite escrever impunemente qualquer barbaridade.
Sabemos que na Câmara Municipal e na Metro do Porto lêem com atenção o que se escreve via Internet. Fico contente com isso, mas falta o passo seguinte: participar também. Não vou ter a imodéstia de afirmar que A Baixa do Porto já provou ter a seriedade e respeitabilidade suficientes para que tão distintas entidades aqui intervenham. Vou em vez disso sugerir que, na boa tradição da “blogosfera”, criem os seus próprios espaços online onde publiquem o que entenderem adequado para o diálogo com a sociedade civil - informações técnicas (tanto tempo se teria poupado na tertúlia!), respostas às críticas que entendam merecedoras de atenção nos jornais ou nos blogs, etc., etc. Os blogs não substituem as tertúlias ao vivo, complementam-se mutuamente. Os argumentos, quando passados a escrito, ganham uma solidez que não têm oralmente. O “brainstorming em tempo real” que se dá numa tertúlia (por vezes agressivo, até) tem que ser completado por uma sistematização mais calma e rigorosa. Nada melhor do que aproveitar os recursos da Internet!
Defendo que se deve fomentar um estilo de Política de alguma forma análogo ao software “Open Source”. Da mesma forma que nesse software o código é tornado público para poder ser analisado, comentado, corrigido e melhorado, também na gestão dos dinheiros públicos se deveriam como regra geral seguir princípios equivalentes:
- dar a conhecer os objectivos
- tornar públicos os estudos
- recolher sugestões e comentários sobre os projectos
- avaliar e divulgar os resultados
Não me parece que as vantagens desta “Política Open Source” tenham sido integralmente compreendidas pela Câmara do Porto nem pela Metro do Porto. Para lá caminham, contudo! A participação na tertúlia foi um óptimo sinal mesmo considerando que, como táctica para favorecer o sucesso desse projecto, a Linha da Boavista fosse apresentada como facto consumado (sabendo elas que não é ;-) )
Há algo que ainda não está interiorizado por todos: a importância da Internet e do fenómeno dos blogs como meios extremamente eficazes de permitir a interacção entre os poderes públicos e a sociedade civil. Há blogs e blogs, há sites e sites. Da mesma forma que não é igual enviar um artigo para o Público ou para o 24 Horas, também não será indiferente participar num debate online onde há garantias de civismo, ou num chat anónimo que permite escrever impunemente qualquer barbaridade.
Sabemos que na Câmara Municipal e na Metro do Porto lêem com atenção o que se escreve via Internet. Fico contente com isso, mas falta o passo seguinte: participar também. Não vou ter a imodéstia de afirmar que A Baixa do Porto já provou ter a seriedade e respeitabilidade suficientes para que tão distintas entidades aqui intervenham. Vou em vez disso sugerir que, na boa tradição da “blogosfera”, criem os seus próprios espaços online onde publiquem o que entenderem adequado para o diálogo com a sociedade civil - informações técnicas (tanto tempo se teria poupado na tertúlia!), respostas às críticas que entendam merecedoras de atenção nos jornais ou nos blogs, etc., etc. Os blogs não substituem as tertúlias ao vivo, complementam-se mutuamente. Os argumentos, quando passados a escrito, ganham uma solidez que não têm oralmente. O “brainstorming em tempo real” que se dá numa tertúlia (por vezes agressivo, até) tem que ser completado por uma sistematização mais calma e rigorosa. Nada melhor do que aproveitar os recursos da Internet!
De: João Dias - "Metro na Boavista"
Sou morador na Boavista e, especialmente sabendo da ideia do prolongamento da linha pela Rua Júlio Dinis, julgo bastante interessante a introdução do metro na Avenida. Durante vários anos utilizei os autocarros da STCP (e mesmo o eléctrico) e havia o interminável problema do trânsito e da lotação da Avenida a dificultarem o transporte público. Mesmo que o trânsito não melhore, haverá uma linha exclusiva e fluida (que por isso difere do eléctrico) e será um incentivo à diminuição da utilização do automóvel. A Rua do Campo Alegre tem muitos utilizadores de transporte público, especialmente devido às Universidades, mas não vejo que a Avenida tenha menos, já que também apanha várias escolas, hotéis, o estádio do Bessa,... . A escolher entre as duas privilegiaria a segunda.
A ser verdade que a linha será prolongada para Este, penso que a questão está a ser trabalhada por bons profissionais e apenas me parece pouco meritório o novo viaduto do parque da cidade, especialmente pelo gasto excessivo de verbas no viaduto existente. No entanto, isso será menos escandaloso que a perda do terreno para a edificação do novo Conservatório de Música, ou todas as manobras do anterior executivo para o Parque da Cidade...
João Dias
jesantosdias@clix.pt
A ser verdade que a linha será prolongada para Este, penso que a questão está a ser trabalhada por bons profissionais e apenas me parece pouco meritório o novo viaduto do parque da cidade, especialmente pelo gasto excessivo de verbas no viaduto existente. No entanto, isso será menos escandaloso que a perda do terreno para a edificação do novo Conservatório de Música, ou todas as manobras do anterior executivo para o Parque da Cidade...
João Dias
jesantosdias@clix.pt
De: Rui Lima da Costa - "Blog/Tertúlia Guarany"
Caro TAF
Estive presente na Tertúlia da passada sexta-feira e aqui irei tentar explanar a minha opinião pessoal sobre ela. Leio seu blog e como aluno de planeamento do território e ambiente da licenciatura de engenharia civil da FEUP os assuntos lá tratados interessam-me imenso.
---
Cada vez mais considero o planeamento urbano fundamental para um desenvolvimento sustentável, para uma adequada gestão dos recursos disponíveis.
Depois da Tertúlia da passada sexta-feira a desilusão foi enorme. Vi que a cidade e a região que quero ver como eixo de desenvolvimento está, cada vez mais, atrasada.
Não acho que o desenvolvimento seja lento, isto é, que seja efectuado na direcção certa mas a velocidade baixa, acho que ele é feito sem muito sentido e sem muita velocidade.
Vou tentar resumir em tópicos as minhas conclusões pessoais.
1. Ao contrário do que foi dito pelo moderador do debate não me parece que a possamos comparar este estilo de politica a um software OpenSource.
O grande passo positivo do software OpenSource não é, a meu ver, a possibilidade de consultar o código mas sim a possibilidade de o alterar e com isso contribuir para o melhorar. Quer seja para lhe dar mais funcionalidades, quer seja por adapta-lo aos objectivos específicas aos quais necessita de responder. O que assistimos foi a possibilidade de ver o código, mas a completa inoperância para o alterar, nem que ao de leve.
Pessoalmente acho que é ainda uma forma mais perversa de fazer politica. A Sociedade Civil deve ser auscultada numa determinada fase do projecto que não depois do projecto estar concluído e em vias de ser aprovado, dando por isso à Sociedade Civil uma falsa sensação de intervenção e perversamente servindo-se dela para a célebre frase, "nós estamos abertos ao diálogo". Estão claro, desde que não alterem 1 mm as suas propostas.
2. As razões apresentadas para efectuar a linha Matosinhos Sul-Rotunda da Boavista foram, quer a impossibilidade física de usar a estação da Sr. da Hora para nela fazer confluir 3 linhas de Metro, quer o lançamento de uma linha que poderia no futuro fornecer uma ligação transversal de Matosinhos sul a Gondomar.
A meu ver a futura ligação transversal é um erro, se for feita dessa forma. Obviamente devem ser efectuadas ligações transversais, mas ligando os concelhos da coroa (Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar). Na realidade da AMP podemos verificar que as viagens casa-emprego são maioritárias dentro do mesmo concelho, de um concelho periférico para o Porto ou entre os concelhos da coroa. Ora uma ligação transversal que passa pelo centro do concelho do Porto não dá uma resposta efectiva ao que são/serão os movimentos populacionais diários da AMP.
A falta de previsão do esgotamento da estação da Sra. da Hora é deficit de planeamento. Ela acontece em grande medida pela duplicação da linha da Povoa e pela duplicação parcial da linha da Trofa ou seja, novos factores entraram na equação. A inclusão desses novos factores num tão curto espaço temporal desde o início do projecto sem que existissem hipóteses de dar respostas dentro do próprio projecto inicial parecem-me um erro.
3. O papel da CMP neste processo não é o adequado. Se queremos um planeamento urbano eficaz e moderno ele tem que acentuar em dois pressupostos. O primeiro seria apoiado na dicotomia uso do solo/mobilidade. A montante de qualquer intervenção deve estar presente esta dicotomia assim como um plano estratégico de desenvolvimento para a zona em questão. O segundo seria e terá, mais cedo ou mais tarde, de ser integrar a gestão do uso do solo e da mobilidade ao nível da AMP e não de cada um dos concelhos isoladamente. De que serve o Porto restringir o uso do solo para construção se Matosinhos deixa que construção de elevada densidade se faça às suas portas.
O vereador do pelouro do urbanismo não deu sinais nem de uma coisa nem da outra. Na tertúlia não deu mesmo sinais de nada! Alias o que me parece que se passou foi uma subversão do necessário. A CMP tem que liderar o processo de planeamento, tem que o modernizar, dinamizar, saber que estratégia quer para a cidade e indagar o que a cidade quer para si própria. A partir daí deve "convencer" os outros agentes da validade dos seus projectos e motiva-los para a sua execução. Não peço uma errada política excessivamente voluntarista, peço um equilíbrio entre voluntarismo e pragmatismo. Do que conhecemos o projecto foi idealizado pela Metro do Porto e depois "vendido" a muito custo (6 meses) ao Dr. Rui Rio.
4. A utilização de nomes consagrados da arquitectura Portuense parece-me uma cortina de fumo. Não pondo, obviamente, em causa a competência destes arquitectos não há nada que os defina como paisagistas (corrijam-me se estiver errado). A integração do trânsito da Av. Boavista numa malha urbana não dimensionada para o efeito poderá será caótica. Confio no entanto nos estudo técnico que a justifica, o que não invalida a alteração profunda da qualidade ambiental local que provavelmente se vai processar.
5. Sem por em causa as qualidades de economista e gestor do Prof. Oliveira Marques, reconhecidas como excelentes, devo referir que as suas qualidades de comunicador devem sofrer um "up-grade" urgente. A "tirada" da facilidade de fazer o totobola à segunda-feira é má demais para quem a proferiu, nas circunstâncias em que a proferiu. Profissionais daquele gabarito são pagos para acertar no totobola quando o jogam à sexta-feira. Caso contrario qualquer um de nós poderia estar lá.
Rui Lima da Costa
Rui.Costa@fe.up.pt
--
Nota de TAF: Caro Rui Costa - O seu ponto 1 refere-se a algo que ainda não tive tempo de expor online mas que farei provavelmente ainda hoje. Devo dizer que essa "Política Open Source" é a que eu tento promover, embora julgue que os actuais decisores só parcialmente compreendem o seu interesse. ;-)
De qualquer modo não me parece que o assunto esteja já "arrumado" e o mesmo devem pensar a autarquia e a Metro do Porto, mesmo que façam algum "bluff". Se fosse só pela imagem dificilmente elas teriam participado na tertúlia...
Quanto ao ponto 3: A Regionalização e a Descentralização
Estive presente na Tertúlia da passada sexta-feira e aqui irei tentar explanar a minha opinião pessoal sobre ela. Leio seu blog e como aluno de planeamento do território e ambiente da licenciatura de engenharia civil da FEUP os assuntos lá tratados interessam-me imenso.
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Cada vez mais considero o planeamento urbano fundamental para um desenvolvimento sustentável, para uma adequada gestão dos recursos disponíveis.
Depois da Tertúlia da passada sexta-feira a desilusão foi enorme. Vi que a cidade e a região que quero ver como eixo de desenvolvimento está, cada vez mais, atrasada.
Não acho que o desenvolvimento seja lento, isto é, que seja efectuado na direcção certa mas a velocidade baixa, acho que ele é feito sem muito sentido e sem muita velocidade.
Vou tentar resumir em tópicos as minhas conclusões pessoais.
1. Ao contrário do que foi dito pelo moderador do debate não me parece que a possamos comparar este estilo de politica a um software OpenSource.
O grande passo positivo do software OpenSource não é, a meu ver, a possibilidade de consultar o código mas sim a possibilidade de o alterar e com isso contribuir para o melhorar. Quer seja para lhe dar mais funcionalidades, quer seja por adapta-lo aos objectivos específicas aos quais necessita de responder. O que assistimos foi a possibilidade de ver o código, mas a completa inoperância para o alterar, nem que ao de leve.
Pessoalmente acho que é ainda uma forma mais perversa de fazer politica. A Sociedade Civil deve ser auscultada numa determinada fase do projecto que não depois do projecto estar concluído e em vias de ser aprovado, dando por isso à Sociedade Civil uma falsa sensação de intervenção e perversamente servindo-se dela para a célebre frase, "nós estamos abertos ao diálogo". Estão claro, desde que não alterem 1 mm as suas propostas.
2. As razões apresentadas para efectuar a linha Matosinhos Sul-Rotunda da Boavista foram, quer a impossibilidade física de usar a estação da Sr. da Hora para nela fazer confluir 3 linhas de Metro, quer o lançamento de uma linha que poderia no futuro fornecer uma ligação transversal de Matosinhos sul a Gondomar.
A meu ver a futura ligação transversal é um erro, se for feita dessa forma. Obviamente devem ser efectuadas ligações transversais, mas ligando os concelhos da coroa (Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar). Na realidade da AMP podemos verificar que as viagens casa-emprego são maioritárias dentro do mesmo concelho, de um concelho periférico para o Porto ou entre os concelhos da coroa. Ora uma ligação transversal que passa pelo centro do concelho do Porto não dá uma resposta efectiva ao que são/serão os movimentos populacionais diários da AMP.
A falta de previsão do esgotamento da estação da Sra. da Hora é deficit de planeamento. Ela acontece em grande medida pela duplicação da linha da Povoa e pela duplicação parcial da linha da Trofa ou seja, novos factores entraram na equação. A inclusão desses novos factores num tão curto espaço temporal desde o início do projecto sem que existissem hipóteses de dar respostas dentro do próprio projecto inicial parecem-me um erro.
3. O papel da CMP neste processo não é o adequado. Se queremos um planeamento urbano eficaz e moderno ele tem que acentuar em dois pressupostos. O primeiro seria apoiado na dicotomia uso do solo/mobilidade. A montante de qualquer intervenção deve estar presente esta dicotomia assim como um plano estratégico de desenvolvimento para a zona em questão. O segundo seria e terá, mais cedo ou mais tarde, de ser integrar a gestão do uso do solo e da mobilidade ao nível da AMP e não de cada um dos concelhos isoladamente. De que serve o Porto restringir o uso do solo para construção se Matosinhos deixa que construção de elevada densidade se faça às suas portas.
O vereador do pelouro do urbanismo não deu sinais nem de uma coisa nem da outra. Na tertúlia não deu mesmo sinais de nada! Alias o que me parece que se passou foi uma subversão do necessário. A CMP tem que liderar o processo de planeamento, tem que o modernizar, dinamizar, saber que estratégia quer para a cidade e indagar o que a cidade quer para si própria. A partir daí deve "convencer" os outros agentes da validade dos seus projectos e motiva-los para a sua execução. Não peço uma errada política excessivamente voluntarista, peço um equilíbrio entre voluntarismo e pragmatismo. Do que conhecemos o projecto foi idealizado pela Metro do Porto e depois "vendido" a muito custo (6 meses) ao Dr. Rui Rio.
4. A utilização de nomes consagrados da arquitectura Portuense parece-me uma cortina de fumo. Não pondo, obviamente, em causa a competência destes arquitectos não há nada que os defina como paisagistas (corrijam-me se estiver errado). A integração do trânsito da Av. Boavista numa malha urbana não dimensionada para o efeito poderá será caótica. Confio no entanto nos estudo técnico que a justifica, o que não invalida a alteração profunda da qualidade ambiental local que provavelmente se vai processar.
5. Sem por em causa as qualidades de economista e gestor do Prof. Oliveira Marques, reconhecidas como excelentes, devo referir que as suas qualidades de comunicador devem sofrer um "up-grade" urgente. A "tirada" da facilidade de fazer o totobola à segunda-feira é má demais para quem a proferiu, nas circunstâncias em que a proferiu. Profissionais daquele gabarito são pagos para acertar no totobola quando o jogam à sexta-feira. Caso contrario qualquer um de nós poderia estar lá.
Rui Lima da Costa
Rui.Costa@fe.up.pt
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Nota de TAF: Caro Rui Costa - O seu ponto 1 refere-se a algo que ainda não tive tempo de expor online mas que farei provavelmente ainda hoje. Devo dizer que essa "Política Open Source" é a que eu tento promover, embora julgue que os actuais decisores só parcialmente compreendem o seu interesse. ;-)
De qualquer modo não me parece que o assunto esteja já "arrumado" e o mesmo devem pensar a autarquia e a Metro do Porto, mesmo que façam algum "bluff". Se fosse só pela imagem dificilmente elas teriam participado na tertúlia...
Quanto ao ponto 3: A Regionalização e a Descentralização
De: Paulo V. Araújo - "Túnel de Ceuta, ..."
"... mobilidade e bem-estar"
Conforme foi noticiado este fim-de-semana, a construção da segunda saída do túnel rodoviário Ceuta-Carregal foi embargado pelo IPPAR por interferir com a zona de protecção de um edifício classificado, o Museu Nacional Soares dos Reis. Razões aduzidas pelo IPPAR? A "alteração significativa do perfil e das características urbanas" da rua D. Manuel II, privilegiando "questões de tráfego", a que se juntam a "construção de muretes de protecção, guias de separação de faixa de rodagem e pinturas do pavimento". É legítimo ler aqui que o IPPAR considera que não só o edifício ficaria prejudicado no seu enquadramento estético, como a qualidade urbana do local seria afectada.
A Câmara do Porto, em lugar de tentar rebater publicamente estas razões (o que na verdade se afigura difícil), reagiu em tom destemperado, ligando o parecer negativo do IPPAR ao "período eleitoral que o país atravessa". É que, segundo a Câmara, o IPPAR, quando anteriormente permitiu a construção do edifício Cristal Park, não acautelou devidamente a zona envolvente do Museu; daí a Câmara deduzir que o IPPAR não pode agora estar verdadeiramente preocupado com tal assunto. É como quem diz: se o IPPAR errou uma vez, então tem obrigação, por uma questão de coerência, de errar sempre.
Apesar do transtorno adicional que um tal embargo pode causar numa zona da cidade há mais de cinco anos martirizada por obras (e eu, que moro no local, sei muito bem do falo), não posso deixar de o saudar. Segundo as notícias, há meses que a Câmara sabia da probabilidade de um tal chumbo, mas isso não a impediu de iniciar em força as obras da segunda fase do túnel, esventrando passeios, arrancando árvores e devorando mais uma fatia do Jardim do Carregal (porque a dupla saída obrigou a um alargamento da boca do túnel contígua ao jardim). Estamos pois perante a gloriosa estratégia do facto consumado - e, até que as Câmaras e outras entidades públicas aprendam a respeitar regras que a todos obrigam, lições como estas são necessárias.
Se o túnel em si fosse uma boa obra, é claro que o meu regozijo pelo embargo seria moderado. Mas, tenha ele uma, duas ou mais saídas, o túnel é mau: por encorajar o uso do automóvel no centro do Porto quando simultaneamente se investe numa rede de Metro cuja vocação maior é atenuar a pressão do trânsito; e por a sua construção ter um impacto brutal, desproporcionado do benefício advindo da tímida pedonalização de algumas zonas, sobre um tecido urbano consolidado.
E regresso a um tema que hei-de repisar até à exaustão: a qualidade de vida não se mede só pela mobilidade; há ainda que atender ao bem-estar, ou seja, à possibilidade de se ESTAR BEM nalgum local, e sobretudo no local onde se vive. A recente vaga de destruição de jardins públicos (Carregal, Marquês, Campo 24 de Agosto, etc.) cerceia tragicamente essa possibilidade a muitos dos nossos concidadãos, empurrando-os para espaços claustrofóbicos ou para o isolamento.
Conforme foi noticiado este fim-de-semana, a construção da segunda saída do túnel rodoviário Ceuta-Carregal foi embargado pelo IPPAR por interferir com a zona de protecção de um edifício classificado, o Museu Nacional Soares dos Reis. Razões aduzidas pelo IPPAR? A "alteração significativa do perfil e das características urbanas" da rua D. Manuel II, privilegiando "questões de tráfego", a que se juntam a "construção de muretes de protecção, guias de separação de faixa de rodagem e pinturas do pavimento". É legítimo ler aqui que o IPPAR considera que não só o edifício ficaria prejudicado no seu enquadramento estético, como a qualidade urbana do local seria afectada.
A Câmara do Porto, em lugar de tentar rebater publicamente estas razões (o que na verdade se afigura difícil), reagiu em tom destemperado, ligando o parecer negativo do IPPAR ao "período eleitoral que o país atravessa". É que, segundo a Câmara, o IPPAR, quando anteriormente permitiu a construção do edifício Cristal Park, não acautelou devidamente a zona envolvente do Museu; daí a Câmara deduzir que o IPPAR não pode agora estar verdadeiramente preocupado com tal assunto. É como quem diz: se o IPPAR errou uma vez, então tem obrigação, por uma questão de coerência, de errar sempre.
Apesar do transtorno adicional que um tal embargo pode causar numa zona da cidade há mais de cinco anos martirizada por obras (e eu, que moro no local, sei muito bem do falo), não posso deixar de o saudar. Segundo as notícias, há meses que a Câmara sabia da probabilidade de um tal chumbo, mas isso não a impediu de iniciar em força as obras da segunda fase do túnel, esventrando passeios, arrancando árvores e devorando mais uma fatia do Jardim do Carregal (porque a dupla saída obrigou a um alargamento da boca do túnel contígua ao jardim). Estamos pois perante a gloriosa estratégia do facto consumado - e, até que as Câmaras e outras entidades públicas aprendam a respeitar regras que a todos obrigam, lições como estas são necessárias.
Se o túnel em si fosse uma boa obra, é claro que o meu regozijo pelo embargo seria moderado. Mas, tenha ele uma, duas ou mais saídas, o túnel é mau: por encorajar o uso do automóvel no centro do Porto quando simultaneamente se investe numa rede de Metro cuja vocação maior é atenuar a pressão do trânsito; e por a sua construção ter um impacto brutal, desproporcionado do benefício advindo da tímida pedonalização de algumas zonas, sobre um tecido urbano consolidado.
E regresso a um tema que hei-de repisar até à exaustão: a qualidade de vida não se mede só pela mobilidade; há ainda que atender ao bem-estar, ou seja, à possibilidade de se ESTAR BEM nalgum local, e sobretudo no local onde se vive. A recente vaga de destruição de jardins públicos (Carregal, Marquês, Campo 24 de Agosto, etc.) cerceia tragicamente essa possibilidade a muitos dos nossos concidadãos, empurrando-os para espaços claustrofóbicos ou para o isolamento.
De: Alexandre Burmester - "O que é demais..."
"... é demais"
A este propósito recebi um email promovendo um abaixo assinado, e que passo a transcrever:
Para aqueles que acreditam no poder dos cidadãos:
Há um movimento encabeçado pelo Dr. Macedo Pinto cujo objectivo é impedir a colocação do metro de superfície na Avenida da Boavista, por motivos relacionados com o impacto ambiental negativo e com as graves consequências no transito não só na avenida como em toda a zona envolvente.
Os custos serão enormes e ao que parece, existem alternativas bem mais baratas e igualmente apelativas do ponto de vista ambiental - como por exemplo os electricos que como todos sabem não poluem. Aos interessados em saber mais poderei enviar os esclareciementos necessários.
Pretende-se contactar pessoas que estejam dispostas a subscrever um abaixo assinado manifestando a sua discordância, e exigindo que sejam ponderadas criteriosamente todas as alternativas para a referida Avenida, antes de se avançar para uma solução radical como parece ser a implementação do Metro.
O objectivo deste email é simples: se concordar em que o seu nome possa ser usado, mande um email para isabelmplima@sapo.pt contendo o seu nome completo e se quiser a profissão. Preciso de saber até segunda feira o mais tardar. Se conhecer outros interessados, reenvie o email ou mande os nomes.
Obrigada pela colaboração
NOTA IMPORTANTE: ESTE MOVIMENTO É APOLÍTICO E APARTIDÁRIO.É APENAS UM MOVIMENTO DE PESSOAS INTERESSADAS NA MELHOR SOLUÇÃO PARA A CIDADE.
Cumprimentos
Alexandre Burmester, Arqto.
x@aburmester.com
A este propósito recebi um email promovendo um abaixo assinado, e que passo a transcrever:
Para aqueles que acreditam no poder dos cidadãos:
Há um movimento encabeçado pelo Dr. Macedo Pinto cujo objectivo é impedir a colocação do metro de superfície na Avenida da Boavista, por motivos relacionados com o impacto ambiental negativo e com as graves consequências no transito não só na avenida como em toda a zona envolvente.
Os custos serão enormes e ao que parece, existem alternativas bem mais baratas e igualmente apelativas do ponto de vista ambiental - como por exemplo os electricos que como todos sabem não poluem. Aos interessados em saber mais poderei enviar os esclareciementos necessários.
Pretende-se contactar pessoas que estejam dispostas a subscrever um abaixo assinado manifestando a sua discordância, e exigindo que sejam ponderadas criteriosamente todas as alternativas para a referida Avenida, antes de se avançar para uma solução radical como parece ser a implementação do Metro.
O objectivo deste email é simples: se concordar em que o seu nome possa ser usado, mande um email para isabelmplima@sapo.pt contendo o seu nome completo e se quiser a profissão. Preciso de saber até segunda feira o mais tardar. Se conhecer outros interessados, reenvie o email ou mande os nomes.
Obrigada pela colaboração
NOTA IMPORTANTE: ESTE MOVIMENTO É APOLÍTICO E APARTIDÁRIO.É APENAS UM MOVIMENTO DE PESSOAS INTERESSADAS NA MELHOR SOLUÇÃO PARA A CIDADE.
Cumprimentos
Alexandre Burmester, Arqto.
x@aburmester.com
De: Jorge Oliveira e Sousa - "Recolha..."
"... de assinaturas contra a eventual existência do Metro na Avenida da Boavista"
Não sei se alguém já pensou nisto ( e eventualmente até pode estar em curso), mas se houver no imediato uma grande "vaga de fundo" de portuenses contra a construção do Metro na Avenida da Boavista, através da recolha de assinaturas, talvez os burocratas em Bruxelas possam dificultar ou mesmo impedir o envio de fundos e assim bloquear a construção. Ao mesmo tempo poderiamos começar a recolher fundos para judicialmente impedir a anedótica construção, destruidora do nosso património. Haverá seguramente Advogados que nos vão ajudar.
Não sou contra o Metro, sou-o sim só por este trajecto na Avenida e por ser à superficie.
"contra o metro na Avenida marchar, marchar"
Jorge Oliveira e Sousa
Não sei se alguém já pensou nisto ( e eventualmente até pode estar em curso), mas se houver no imediato uma grande "vaga de fundo" de portuenses contra a construção do Metro na Avenida da Boavista, através da recolha de assinaturas, talvez os burocratas em Bruxelas possam dificultar ou mesmo impedir o envio de fundos e assim bloquear a construção. Ao mesmo tempo poderiamos começar a recolher fundos para judicialmente impedir a anedótica construção, destruidora do nosso património. Haverá seguramente Advogados que nos vão ajudar.
Não sou contra o Metro, sou-o sim só por este trajecto na Avenida e por ser à superficie.
"contra o metro na Avenida marchar, marchar"
Jorge Oliveira e Sousa
De: TAF - "O Metro e a tertúlia nos jornais"
Impressionante... :-)
Jornal de Notícias:
- Prolongamento da linha da Boavista "vai impor-se"
- "Começamos a operar até Pedras Rubras em Março"
- "Tarifário não é barato nem excessivamente caro"
- "Bloguistas" unidos contra criação da linha da Boavista
O Primeiro de Janeiro:
- Metro na Boavista alivia a rede
- Metro na Boavista pode esperar - nesta notícia o jornal enganou-se no número: são 90 milhões de euros.
Correio da Manhã:
- Blogue discute com Câmara
O Comércio do Porto:
- Linha de Gaia inaugurada em Agosto e troço até Pedras Rubras em Março
- Metro do Porto transporta em média 1.100 mil pessoas por mês
- STCP e CP aderem definitivamente ao título Andante a 2 de Setembro
- Linha da Boavista poderá ligar Leça da Palmeira a Gondomar
Público:
- Oliveira Marques Reage à Contestação ao Metro na Boavista
- Datas e Números Sobre Carris
Jornal de Notícias:
- Prolongamento da linha da Boavista "vai impor-se"
- "Começamos a operar até Pedras Rubras em Março"
- "Tarifário não é barato nem excessivamente caro"
- "Bloguistas" unidos contra criação da linha da Boavista
O Primeiro de Janeiro:
- Metro na Boavista alivia a rede
- Metro na Boavista pode esperar - nesta notícia o jornal enganou-se no número: são 90 milhões de euros.
Correio da Manhã:
- Blogue discute com Câmara
O Comércio do Porto:
- Linha de Gaia inaugurada em Agosto e troço até Pedras Rubras em Março
- Metro do Porto transporta em média 1.100 mil pessoas por mês
- STCP e CP aderem definitivamente ao título Andante a 2 de Setembro
- Linha da Boavista poderá ligar Leça da Palmeira a Gondomar
Público:
- Oliveira Marques Reage à Contestação ao Metro na Boavista
- Datas e Números Sobre Carris
De: TAF - "Notícias da cidade"
- IPPAR chumba saída do túnel de Ceuta
- IPPAR chumba projecto para prolongar o túnel
- O IPPAR do Porto e o túnel de Ceuta - na CMP
- Impactos do túnel já eram conhecidos
- FDZHP com novas linhas estratégicas de orientação e funcionamento - na CMP
- Juntas da Zona Histórica lembram batalha ganha
- Couto dos Santos sem tempo para se debruçar sobre SRU de Gaia - que mais poderia eu dizer... ;-)
- Espaço arquitectónico é tema de reflexão na exposição colectiva "Penthouse"
- Desenhos nos Maus Hábitos a favor da leitura
- Ministério, Câmara do Porto e Casa da Música reúnem com mecenas
- Couto dos Santos não quer ingerência política na gestão da Casa da Música
- "O Que Não Matou a Casa da Música Deve Tê-la Fortalecido"
- ONP Sim, Estúdio de Ópera Talvez
- IPPAR chumba projecto para prolongar o túnel
- O IPPAR do Porto e o túnel de Ceuta - na CMP
- Impactos do túnel já eram conhecidos
- FDZHP com novas linhas estratégicas de orientação e funcionamento - na CMP
- Juntas da Zona Histórica lembram batalha ganha
- Couto dos Santos sem tempo para se debruçar sobre SRU de Gaia - que mais poderia eu dizer... ;-)
- Espaço arquitectónico é tema de reflexão na exposição colectiva "Penthouse"
- Desenhos nos Maus Hábitos a favor da leitura
- Ministério, Câmara do Porto e Casa da Música reúnem com mecenas
- Couto dos Santos não quer ingerência política na gestão da Casa da Música
- "O Que Não Matou a Casa da Música Deve Tê-la Fortalecido"
- ONP Sim, Estúdio de Ópera Talvez
De: Rui Rodrigues - "Estação do TGV..."
"... só pode ser em Campanhã"
Envio trabalho, em ficheiro anexo, já publicado no Jornal Público, que demonstra, por exclusão de partes, que a futura estação do TGV só poderá ser na estação de Campanhã:
A Região Norte e Alta Velocidade
Envio links do site maquinistas.org onde estão muitos trabalhos sobre transportes e mobilidade. Abrindo a página ver títulos do lado direito da nova janela.
Brevemente, mais trabalhos serão adicionados sobre o Metro do Porto
Cumprimentos
Rui Rodrigues
rrodrigues.5@netcabo.pt
Envio trabalho, em ficheiro anexo, já publicado no Jornal Público, que demonstra, por exclusão de partes, que a futura estação do TGV só poderá ser na estação de Campanhã:
A Região Norte e Alta Velocidade
Envio links do site maquinistas.org onde estão muitos trabalhos sobre transportes e mobilidade. Abrindo a página ver títulos do lado direito da nova janela.
Brevemente, mais trabalhos serão adicionados sobre o Metro do Porto
Cumprimentos
Rui Rodrigues
rrodrigues.5@netcabo.pt
De: Miguel Barbot - "Prémio «eu não leio blogs»"
Ora diga lá outra vez?
"Julgo que o consenso é crescente. As pessoas vão-se convencendo de que é um bom projecto, mas continuamos abertos a discuti-lo com quem nos peça"
Oliveira Marques sobre a linha da Boavista, in JN - 15 de Janeiro de 2005
*cof cof cof*
"Julgo que o consenso é crescente. As pessoas vão-se convencendo de que é um bom projecto, mas continuamos abertos a discuti-lo com quem nos peça"
Oliveira Marques sobre a linha da Boavista, in JN - 15 de Janeiro de 2005
*cof cof cof*
De: Alexandre Burmester - "Será o Metro..."
"... o que se pretende na Boavista?"
A “Tertúlia” ocorrida dia 14 no café Guarani, a propósito do Metro na Boavista, teve particularidades dignas de referência, e que passo a enumerar:
A ideia inicial de poder aliviar o estrangulamento do ramal da Srª da Hora, percebeu-se ter pouca implicação, e para este facto não se apresentou qualquer outra solução.
A lógica de ser uma linha rentável, não poluente, uma vez que substituía os 60 Autocarros hora da Av. da Boavista, também perdeu todo o sentido, quando se constata que estas linhas não se destinam ao mesmo fim.
Sobrou a ideia de ser motivadora da requalificação da Av. da Boavista, mas quando se apresentaram as particularidades do projecto, não se pode ouvir uma única voz entre os participantes que não fosse discordante, e pior do que isso, não tivessem ficado espantados com o absurdo das opções tomadas.
Senão vejamos algumas, à parte das que já foram por diversas vezes noticiadas e referidas no Blog a Baixa do Porto, respeitantes ao absurdo de uma linha ferroviária introduzida na malha urbana; Desde a perspectiva das catenárias ao longo da avenida; Do derrube das 410 arvores, para serem substituídas por 600 “pincéis” colocados nos passeios laterais; Na largura dos passeios para menos de 2,00 metros em alguns casos; Na divisão do lado norte do lado Sul da avenida, tal qual a VCI separa a cidade; Do caos automobilístico consequente; E a outras inúmeras considerações que já cansa repetir.
Ficamos a saber que do Estudo de Impacto ambiental, não há referências apenas porque não existe. E ficamos a tomar conhecimento das implicações da linha nos actuais cruzamentos, e na consequências para a vida dos cidadãos. O cruzamento da Rua António Aroso obrigará a fazer romper o transito quer no interior do bairro residencial correspondente, como a introduzir uma rua nas escadarias do liceu Garcia de Orta, com passagem defronte deste; O cruzamento de Antunes Guimarães, comportará para além do transito da Avenida, o da paralela, com mais uma ruptura de áreas residenciais, nomeadamente com o rasgamento do bairro do Inatel; O cruzamento da Marechal Gomes da Costa, introduz-se pelos quelhos circundantes, dando sobre parte do terreno do colégio do Rosário e de algumas residências da Avenida; etc. Até custa continuar a dar pormenores, sobre outros cruzamentos e implicações de tão absurdos raciocínios produzidos por técnicos apenas preocupados com questões de números de viaturas e de acessibilidades. Proximamente deverá ter o Metro disponível no seu site (se tiver descaramento para tanto) este rol de soluções, e poderá o caro leitor tomar conhecimento e descobrir estes e outros disparates.
Ficamos assim a saber que a necessária e urgente requalificação da Boavista, obra da responsabilidade da Câmara, que desinteligentemente parece estar a tentar empurrar para o Metro, não passará de uma enorme desqualificação. Não basta vir mais uma vez, tentar colar o nome dos Arquitectos famosos, e tentar com “Urbanismo de Griffe” , fazer cidade com princípios errados. Nem os famosos fazem milagres, nem é assim que se faz cidade. Tenho-me fartado de queixar que andam demasiadas engenharias à solta no nosso espaço comum, e queixar-me-ia igualmente se fossem quaisquer outras profissões à solta. A cidade constrói-se com todos e para todos, e não pode ser, como neste caso as regras de mobilidade e de transporte a condicionar e a mandar, tendo como consequência a destruição da malha urbana actual, das suas funções e das suas relações.
Francamente, tenhamos algum senso.
A solução do Metro na Boavista, tem soluções consensuais e fáceis. Se a ideia é fazer Metro, e incluir uma linha ferroviária na malha urbana, enterre-se e construa-se a via endereçada. Se em alternativa se pretende à superfície, faça-se com que conviva com a cidade, à semelhança do que acontece em algumas áreas de Matosinhos, Lisboa, e se faz em tantas cidades por esse mundo fora.
Esta ultima solução, já não proíbe as viragens à esquerda, permite conviver com pessoas e automóveis, não destrói as áreas residenciais, e acima de tudo usará as infraestruturas existentes das linhas recentemente construídas e pagas no Castelo do Queijo, e o actual viaduto. Custará quanto menos? Dois terços?
E porque será que não é esta a opção tomada? Esta questão leva-nos ao assunto que parece ninguém querer falar. Afinal de quem são os terrenos do Parque da cidade, onde será construído o novo viaduto e a linha junto à Praça Cidade São Salvador, término desta linha? Serão ainda da Imoloc? Será esta a forma de poder vir a actual Câmara arranjar pretexto (expropriando) e dinheiro (paga o Metro) para poder compensar uma indemnização obrigatória que irá comprometer a gestão da cidade pelos próximos anos?
Se assim for, e porque o que é de direito não se poderá negar, não seria mais justo e correcto tentar negociar a Câmara com a Imoloc, a capacidade construtiva destes terrenos? Parece que não, pelos vistos prefere a Câmara manter esta característica “teimosa e obstinada” própria desta presidência de não ceder, e ao invés, inventar pretexto para comprometer a qualidade de vida dos cidadãos.
Custa ver, gente capaz e profissionais competentes, desempenhar papeis inglórios de vender ideias sem sentido por comprometimentos políticos.
Arrisca-se esta Câmara, a vir a enfrentar os abaixo assinados, a revolta da população, o embargo da obra pela falta do Estudo de Impacto Ambiental, a falta da consulta popular, (e ainda se calhar a fúria de alguns cidadãos que se amarrarão às árvores).
Irá disfarçadamente no próximo mês, a Câmara, encapotada pela organização do Grande Prémio de Formula 1 na Avenida da Boavista, começar o derrube das arvores do trecho entre o Castelo do Queijo e António Aroso, e a retirar os trilhos do viaduto e do castelo do Queijo? Irá começar a obra?
Francamente, teimosia tem limites, e o engodo também.
A “Tertúlia” ocorrida dia 14 no café Guarani, a propósito do Metro na Boavista, teve particularidades dignas de referência, e que passo a enumerar:
- Em primeiro lugar pela atitude da Câmara e do Metro que abriram lugar a um espaço de diálogo que não é nada comum (Mas dadas as circunstâncias, compreensível);
- Segundo pelo número pela qualidade e tipo de participantes, o que denota o interesse pelo assunto;
- Finalmente pela constatação do absurdo que o projecto representa.
A ideia inicial de poder aliviar o estrangulamento do ramal da Srª da Hora, percebeu-se ter pouca implicação, e para este facto não se apresentou qualquer outra solução.
A lógica de ser uma linha rentável, não poluente, uma vez que substituía os 60 Autocarros hora da Av. da Boavista, também perdeu todo o sentido, quando se constata que estas linhas não se destinam ao mesmo fim.
Sobrou a ideia de ser motivadora da requalificação da Av. da Boavista, mas quando se apresentaram as particularidades do projecto, não se pode ouvir uma única voz entre os participantes que não fosse discordante, e pior do que isso, não tivessem ficado espantados com o absurdo das opções tomadas.
Senão vejamos algumas, à parte das que já foram por diversas vezes noticiadas e referidas no Blog a Baixa do Porto, respeitantes ao absurdo de uma linha ferroviária introduzida na malha urbana; Desde a perspectiva das catenárias ao longo da avenida; Do derrube das 410 arvores, para serem substituídas por 600 “pincéis” colocados nos passeios laterais; Na largura dos passeios para menos de 2,00 metros em alguns casos; Na divisão do lado norte do lado Sul da avenida, tal qual a VCI separa a cidade; Do caos automobilístico consequente; E a outras inúmeras considerações que já cansa repetir.
Ficamos a saber que do Estudo de Impacto ambiental, não há referências apenas porque não existe. E ficamos a tomar conhecimento das implicações da linha nos actuais cruzamentos, e na consequências para a vida dos cidadãos. O cruzamento da Rua António Aroso obrigará a fazer romper o transito quer no interior do bairro residencial correspondente, como a introduzir uma rua nas escadarias do liceu Garcia de Orta, com passagem defronte deste; O cruzamento de Antunes Guimarães, comportará para além do transito da Avenida, o da paralela, com mais uma ruptura de áreas residenciais, nomeadamente com o rasgamento do bairro do Inatel; O cruzamento da Marechal Gomes da Costa, introduz-se pelos quelhos circundantes, dando sobre parte do terreno do colégio do Rosário e de algumas residências da Avenida; etc. Até custa continuar a dar pormenores, sobre outros cruzamentos e implicações de tão absurdos raciocínios produzidos por técnicos apenas preocupados com questões de números de viaturas e de acessibilidades. Proximamente deverá ter o Metro disponível no seu site (se tiver descaramento para tanto) este rol de soluções, e poderá o caro leitor tomar conhecimento e descobrir estes e outros disparates.
Ficamos assim a saber que a necessária e urgente requalificação da Boavista, obra da responsabilidade da Câmara, que desinteligentemente parece estar a tentar empurrar para o Metro, não passará de uma enorme desqualificação. Não basta vir mais uma vez, tentar colar o nome dos Arquitectos famosos, e tentar com “Urbanismo de Griffe” , fazer cidade com princípios errados. Nem os famosos fazem milagres, nem é assim que se faz cidade. Tenho-me fartado de queixar que andam demasiadas engenharias à solta no nosso espaço comum, e queixar-me-ia igualmente se fossem quaisquer outras profissões à solta. A cidade constrói-se com todos e para todos, e não pode ser, como neste caso as regras de mobilidade e de transporte a condicionar e a mandar, tendo como consequência a destruição da malha urbana actual, das suas funções e das suas relações.
Francamente, tenhamos algum senso.
A solução do Metro na Boavista, tem soluções consensuais e fáceis. Se a ideia é fazer Metro, e incluir uma linha ferroviária na malha urbana, enterre-se e construa-se a via endereçada. Se em alternativa se pretende à superfície, faça-se com que conviva com a cidade, à semelhança do que acontece em algumas áreas de Matosinhos, Lisboa, e se faz em tantas cidades por esse mundo fora.
Esta ultima solução, já não proíbe as viragens à esquerda, permite conviver com pessoas e automóveis, não destrói as áreas residenciais, e acima de tudo usará as infraestruturas existentes das linhas recentemente construídas e pagas no Castelo do Queijo, e o actual viaduto. Custará quanto menos? Dois terços?
E porque será que não é esta a opção tomada? Esta questão leva-nos ao assunto que parece ninguém querer falar. Afinal de quem são os terrenos do Parque da cidade, onde será construído o novo viaduto e a linha junto à Praça Cidade São Salvador, término desta linha? Serão ainda da Imoloc? Será esta a forma de poder vir a actual Câmara arranjar pretexto (expropriando) e dinheiro (paga o Metro) para poder compensar uma indemnização obrigatória que irá comprometer a gestão da cidade pelos próximos anos?
Se assim for, e porque o que é de direito não se poderá negar, não seria mais justo e correcto tentar negociar a Câmara com a Imoloc, a capacidade construtiva destes terrenos? Parece que não, pelos vistos prefere a Câmara manter esta característica “teimosa e obstinada” própria desta presidência de não ceder, e ao invés, inventar pretexto para comprometer a qualidade de vida dos cidadãos.
Custa ver, gente capaz e profissionais competentes, desempenhar papeis inglórios de vender ideias sem sentido por comprometimentos políticos.
Arrisca-se esta Câmara, a vir a enfrentar os abaixo assinados, a revolta da população, o embargo da obra pela falta do Estudo de Impacto Ambiental, a falta da consulta popular, (e ainda se calhar a fúria de alguns cidadãos que se amarrarão às árvores).
Irá disfarçadamente no próximo mês, a Câmara, encapotada pela organização do Grande Prémio de Formula 1 na Avenida da Boavista, começar o derrube das arvores do trecho entre o Castelo do Queijo e António Aroso, e a retirar os trilhos do viaduto e do castelo do Queijo? Irá começar a obra?
Francamente, teimosia tem limites, e o engodo também.
De: Carlos Gilbert - "A minha visão..."
"... sobre a «Tertúlia»"
1. Fiquei admirado com a quantidade de pessoas presentes, muitas delas nada tendo a ver com o blog que lhe deu origem, o que vem demonstrar que o tema é do interesse geral. Agradavelmente admirado fiquei também com a pontualidade da maioria dos presentes, incluindo dos responsáveis pela CMP e pelo MP.
2. Este tipo de encontro deve ser muito raro entre nós, e veio demonstrar que um verdadeiro “diálogo tertuliano” é impossível de se concretizar, passando a reunião mais a um “explicar do projecto” muito hábil por parte do Presidente da MP (ultra-habituado que está a encontros bem mais difíceis do que este), entrecortado vezes de mais por comentários por parte de alguns dos presentes, a maior parte das vezes obviamente articulados e apresentados com a dificuldade própria de quem vai a primeira vez dialogar perante uma plateia com o “peso institucional” da que estava reunida, chegando por vezes a fraseologia roçando a boçalidade... Cheguei à conclusão óbvia que o projecto já está lançado e que qualquer crítica, por mais construtiva que seja, só serve para os poderes públicos terem o “alibi político” de poderem argumentar que a sociedade civil até foi ouvida, inclusive “elites” da cidade organizadas em blogues de respeitabilidade inquestionável (veja-se a este respeito a quantidade de elementos da imprensa presentes, só faltou a TV...)
3. O Prof. Oliveira Marques é um gestor hábil, muito batido em projectos do género e muito bem alicerçado em estudos, simulações, comparações e coisas do género, para convencer as autoridades a financiar os planos que concebeu para a mobilidade na cidade do Porto. Não se lhe pode apontar que não se empenhe na causa, tendo até ido ao ponto de nos dizer que só se convenceu as altas instâncias (ou seja, os sucessivos governos) a financiarem o projecto com base no argumento de que “iria ser barato, até porque vai aproveitar grande parte de um ramal existente, o da linha da Póvoa”. Esta parte até merece reconhecimento público.
4. Indo a uma análise do verdadeiro tema que nos levou à dita “tertúlia”, fiquei com a sensação de que os autores do estudo pormenorizado “cruzamento a cruzamento” sobre o impacto da tal proibição de “virar à esquerda” ou não o fizeram com o realismo adequado, ou camuflaram ostensivamente a realidade. A ideia em si não é má, a nossa rede viária circundante da avenida da Boavista é que é como é e não se adequa ao fluxo de automóveis e até autocarros que irão ter de suportar. E aqui faço uma pergunta dirigida directamente ao Prof. Oliveira Marques, como ex-gestor que foi dos STCP: está a ver um autocarro vindo pela rua de Guerra Junqueiro fora, não poder virar à esquerda para a avenida, ser obrigado a seguir em frente pela rua de João de Deus e ter de virar depois pela rua dos Belos Ares de novo até à avenida?? Ou os efeitos que a supressão da viragem à esquerda para as ruas de António Cardoso e João Grave vão provocar no trânsito para quem desce a avenida? Ou como vão os autocarros descendo a avenida virar à esquerda para a rua de Sagres, no cruzamento da Fonte da Moura?
5. Diz o Dr. Paulo Morais que um projecto desta dimensão acarreta sempre inconvenientes, nunca é possível executar planos desta envergadura sem pontos fracos. Em teoria tem razão. A pergunta que lhe fazemos (e não tivemos a mínima hipótese de “trabalhar” as questões com a minúcia desejável por total falta de tempo) é se as desvantagens deste projecto são suportáveis para a população e para a cidade. Não que se seja contra a almejada requalificação da avenida da Boavista, longe disso, teme-se é a irreversabilidade das medidas que se querem tomar em bloco e as consequências negativas para o ambiente quotidiano de toda a artéria e zonas adjacentes que vão acarretar.
6. Contrariamente a alguns dos bloguistas, eu não sou contra a implantação na avenida de um “transporte público de tracção eléctrica, em via dupla dedicada” (como foi o Prof. Oliveira Marques “obrigado” a formulá-lo em dada altura devido à discussão se o termo “Metro” seria adequado, neste caso), nem acalento o sonho de que um dia este meio de transporte público varra da avenida o trânsito automóvel, o que é pura utopia, e tenho a perfeita noção de que o mesmo em via subterrânea (como seria desejável) não há quem o possa pagar. Esforço-me por ser realista, por mais que sonhe com uma cidade perfeita... Pergunto-me, isso sim, como é possível em Lisboa uma perfeita integração do eléctrico com o Metro, e aqui no Porto este tipo de “transporte público de tracção eléctrica” tem obrigatoriamente de ser o veículo omni-presente em todas as vias, com canal dedicado para ser eficiente. Ficamos a saber que a planeada inclusão do “eléctrico” tradicional nas artérias da Foz e da Baixa é hoje considerado “um sonho muito bonito” por parte de quem planeou há uns anos atrás a rede de tracção eléctrica (Oliveira Marques “dixit”) e ficamos sem saber se os planos que a CMP tem para a Baixa vão dar ou não utilidade aos carris entretanto recolocados em muitas das artérias. Talvez a entrevista amanhã (domingo) na revista do JN nos venha dar resposta a esta pergunta.
Carlos Gilbert
PS: Não foquei aqui de propósito o longo debate sobre a justificação (ou não) da linha da Boavista em si, nem o que se debateu com respeito ao famoso viaduto do Castelo do Queijo (agora considerado completamente desadequado para suportar o Metro), pois estes pontos irão se escalpelizados que chegue por outros bloguistas.
1. Fiquei admirado com a quantidade de pessoas presentes, muitas delas nada tendo a ver com o blog que lhe deu origem, o que vem demonstrar que o tema é do interesse geral. Agradavelmente admirado fiquei também com a pontualidade da maioria dos presentes, incluindo dos responsáveis pela CMP e pelo MP.
2. Este tipo de encontro deve ser muito raro entre nós, e veio demonstrar que um verdadeiro “diálogo tertuliano” é impossível de se concretizar, passando a reunião mais a um “explicar do projecto” muito hábil por parte do Presidente da MP (ultra-habituado que está a encontros bem mais difíceis do que este), entrecortado vezes de mais por comentários por parte de alguns dos presentes, a maior parte das vezes obviamente articulados e apresentados com a dificuldade própria de quem vai a primeira vez dialogar perante uma plateia com o “peso institucional” da que estava reunida, chegando por vezes a fraseologia roçando a boçalidade... Cheguei à conclusão óbvia que o projecto já está lançado e que qualquer crítica, por mais construtiva que seja, só serve para os poderes públicos terem o “alibi político” de poderem argumentar que a sociedade civil até foi ouvida, inclusive “elites” da cidade organizadas em blogues de respeitabilidade inquestionável (veja-se a este respeito a quantidade de elementos da imprensa presentes, só faltou a TV...)
3. O Prof. Oliveira Marques é um gestor hábil, muito batido em projectos do género e muito bem alicerçado em estudos, simulações, comparações e coisas do género, para convencer as autoridades a financiar os planos que concebeu para a mobilidade na cidade do Porto. Não se lhe pode apontar que não se empenhe na causa, tendo até ido ao ponto de nos dizer que só se convenceu as altas instâncias (ou seja, os sucessivos governos) a financiarem o projecto com base no argumento de que “iria ser barato, até porque vai aproveitar grande parte de um ramal existente, o da linha da Póvoa”. Esta parte até merece reconhecimento público.
4. Indo a uma análise do verdadeiro tema que nos levou à dita “tertúlia”, fiquei com a sensação de que os autores do estudo pormenorizado “cruzamento a cruzamento” sobre o impacto da tal proibição de “virar à esquerda” ou não o fizeram com o realismo adequado, ou camuflaram ostensivamente a realidade. A ideia em si não é má, a nossa rede viária circundante da avenida da Boavista é que é como é e não se adequa ao fluxo de automóveis e até autocarros que irão ter de suportar. E aqui faço uma pergunta dirigida directamente ao Prof. Oliveira Marques, como ex-gestor que foi dos STCP: está a ver um autocarro vindo pela rua de Guerra Junqueiro fora, não poder virar à esquerda para a avenida, ser obrigado a seguir em frente pela rua de João de Deus e ter de virar depois pela rua dos Belos Ares de novo até à avenida?? Ou os efeitos que a supressão da viragem à esquerda para as ruas de António Cardoso e João Grave vão provocar no trânsito para quem desce a avenida? Ou como vão os autocarros descendo a avenida virar à esquerda para a rua de Sagres, no cruzamento da Fonte da Moura?
5. Diz o Dr. Paulo Morais que um projecto desta dimensão acarreta sempre inconvenientes, nunca é possível executar planos desta envergadura sem pontos fracos. Em teoria tem razão. A pergunta que lhe fazemos (e não tivemos a mínima hipótese de “trabalhar” as questões com a minúcia desejável por total falta de tempo) é se as desvantagens deste projecto são suportáveis para a população e para a cidade. Não que se seja contra a almejada requalificação da avenida da Boavista, longe disso, teme-se é a irreversabilidade das medidas que se querem tomar em bloco e as consequências negativas para o ambiente quotidiano de toda a artéria e zonas adjacentes que vão acarretar.
6. Contrariamente a alguns dos bloguistas, eu não sou contra a implantação na avenida de um “transporte público de tracção eléctrica, em via dupla dedicada” (como foi o Prof. Oliveira Marques “obrigado” a formulá-lo em dada altura devido à discussão se o termo “Metro” seria adequado, neste caso), nem acalento o sonho de que um dia este meio de transporte público varra da avenida o trânsito automóvel, o que é pura utopia, e tenho a perfeita noção de que o mesmo em via subterrânea (como seria desejável) não há quem o possa pagar. Esforço-me por ser realista, por mais que sonhe com uma cidade perfeita... Pergunto-me, isso sim, como é possível em Lisboa uma perfeita integração do eléctrico com o Metro, e aqui no Porto este tipo de “transporte público de tracção eléctrica” tem obrigatoriamente de ser o veículo omni-presente em todas as vias, com canal dedicado para ser eficiente. Ficamos a saber que a planeada inclusão do “eléctrico” tradicional nas artérias da Foz e da Baixa é hoje considerado “um sonho muito bonito” por parte de quem planeou há uns anos atrás a rede de tracção eléctrica (Oliveira Marques “dixit”) e ficamos sem saber se os planos que a CMP tem para a Baixa vão dar ou não utilidade aos carris entretanto recolocados em muitas das artérias. Talvez a entrevista amanhã (domingo) na revista do JN nos venha dar resposta a esta pergunta.
Carlos Gilbert
PS: Não foquei aqui de propósito o longo debate sobre a justificação (ou não) da linha da Boavista em si, nem o que se debateu com respeito ao famoso viaduto do Castelo do Queijo (agora considerado completamente desadequado para suportar o Metro), pois estes pontos irão se escalpelizados que chegue por outros bloguistas.