2004/07/03
De: Rosa Soares - "A cidade dos outros"
A cidade dos outros
Uma terrível atroz imensa
desonestidade
cobre a cidade
há um murmúrio de combinações
uma telegrafia
sem gestos sem sinais sem fios
o mal procura o mal e ambos se entendem
compram e vendem
e com um sabor a coisa morta
a cidade dos outros
bate à nossa porta
Sophia de Mello Breyner in "Geografia",1990
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P.S.: Que todos os portuenses saibam apreender a mensagem da imortal Sophia...
Rosa Soares
Uma terrível atroz imensa
desonestidade
cobre a cidade
há um murmúrio de combinações
uma telegrafia
sem gestos sem sinais sem fios
o mal procura o mal e ambos se entendem
compram e vendem
e com um sabor a coisa morta
a cidade dos outros
bate à nossa porta
Sophia de Mello Breyner in "Geografia",1990
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P.S.: Que todos os portuenses saibam apreender a mensagem da imortal Sophia...
Rosa Soares
2004/07/02
De: TAF - "Notícias"
1) Lembram-se disto (Praça Cidade S. Salvador)?
Parece que se confirma.
2) Aguardam-se explicações: Alegado falso alvará na Marechal Gomes da Costa levanta suspeitas nos vizinhos. O ponto que me interessa focar aqui nem é tanto este caso específico (embora isso seja importante) mas a actuação dos serviços da Câmara. O caso não se passa há anos, mas _agora_!
Parece que se confirma.
2) Aguardam-se explicações: Alegado falso alvará na Marechal Gomes da Costa levanta suspeitas nos vizinhos. O ponto que me interessa focar aqui nem é tanto este caso específico (embora isso seja importante) mas a actuação dos serviços da Câmara. O caso não se passa há anos, mas _agora_!
2004/07/01
De: Assunção Costa Lima - "EU VIVO NA BAIXA"
Confesso que não sou louca mas tenho esta fraqueza: vivo na Baixa. E mais: trabalho na Baixa. Tal como mais uns tantos, possivelmente fracos como eu, usufruo de algumas regalias únicas: não tenho distribuição de televisão por cabo, mas beneficio daquele sistema contraditoriamente dito TVCabo por satélite!..., tenho frequentes cortes de distribuição de água da rede pública, tenho oscilações consideráveis na potencia fornecida pela rede eléctrica, não tenho onde estacionar, beneficio frequentemente de alguém (a quem eufemisticamente se resolveu designar por “sem abrigo”) a dormir na minha porta impedindo o acesso quer à campainha quer à própria porta de acesso, usufruo de um passeio pedonal que faz inveja a qualquer percurso de um rallye todo-terreno, não tenho recolha de lixo aos fins de semana, pese embora a taxa de recolha de lixo paga conjuntamente com o consumo de água seja mensal, cruzo diariamente obras e mais obras transformadas em autênticos labirintos para os peões... E, oferta especial, usufruo dos diários engarrafamentos de trânsito acompanhados à buzina, espectáculo de rara beleza a não perder. A não perder é também assistir à passagem sistemática de viaturas de todo o tipo, a qualquer hora do dia ou da noite na Rua de Cedofeita na zona interdita ao trânsito: ele são criancinhas a jogar a bola, ele são velhinhas com carrinhos de compras a ir (ou vir) do supermercado, ele é turistas sentados em esplanadas que, de súbito, têm uma viatura a lançar-lhes vapores de escape para cima, ele é apressados cidadãos que por necessidade cruzam a rua, ele é malabaristas de rua com pequenas exibições, ele é pessoas às compras nas muito variadas casas comerciais, ele é lixo e mais lixo por tudo quanto é canto, ele é carros estacionados, ele é, sobretudo pela manhã, ambulâncias, muitas ambulâncias, que transportam doentes para uma clínica privada situada numa transversal da rua, transversal essa que - oh surpresa - não tem trânsito... Tudo ao molho e Fé em Deus numa rua que se foi feita cedo (Cedofeita), tarda a receber o tratamento que merece. Mas eu vivo na Baixa: de bónus ainda tenho a possibilidade de viver em directo as grandes alegrias da cidade, nomeadamente as desportivas. Claro que chupo com o barulho até às tantas da manhã, mas o que é isso comparado com o raio da terra?...
Este é apenas um retrato a sépia de uma pequena zona da Baixa, que, se revelado a cor e bom contraste, deixaria bem mais clara a falta de qualidade da Baixa. Numa fase em que recuperar a Baixa é tema gordo da nossa administração autárquica e que os seus detractores se aprestam a criticar, urge reflectir sobre o futuro desta Baixa. Reflectir (do Lat. reflectere, voltar para trás) significa pensar maduramente; ter influência; produzir efeito; ponderar; observar; objectar; E a primeira reflexão terá de ser seguramente dirigida ao objectivo desta recuperação. Fala-se da desertificação da Baixa e do seu repovoamento (muito provavelmente uma reminiscência que nos ficou D. Sancho I, o Povoador). Mas a Baixa não precisa de ser repovoada: basta que nela possam viver e trabalhar todos os que de lá não queriam ter saído. A maior parte dos jovens (e dos menos jovens) que optaram por residir fora da cidade queriam ficar nela e a ela regressarão se lhes forem oferecidas condições capazes de habitabilidade e bem estar. A Baixa não precisa de um novo povo, precisa do povo dela, tão bem definido na História do Porto, (Luís Oliveira Ramos, Porto Editora, 2ª ed., Porto, 1995): Numa cidade com tradições de liberdade, trabalho, abertura, com experiência de afazeres comerciais, industriais, políticos e culturais, com uma população jovem, ambiciosa e com iniciativa há seguramente um futuro a construir, onde, num ambiente cuidadosamente preservado, desponte uma sociedade invejável, porque mais justa, mais humana e seguramente mais solidária.
Ao ler agora a entrevista do Exº. Presidente da C.I da SRU publicada no passado dia 5 de Fevereiro em O Comércio do Porto, fiquei siderada. À pergunta Os moradores mais antigos e pobres vão ser expulsos da baixa?, responde ...Já só lá vivem velhos e pessoas a viver de pensões sociais. O que falta na baixa são pessoas com poder de compra, gente que traga riqueza para a baixa. Quanto às outras, temos é de lhes dar condições para pagar as rendas razoáveis para os proprietários poderem reabilitar. Foi como se um raio me atingisse: Embora pessoalmente não me considere velha (se calhar sou, tenho 55 anos) quero aqui proclamar bem alto que não vivo de qualquer pensão social. Nem eu nem qualquer elemento do meu agregado familiar. Vivo, naturalmente do meu trabalho. E posso afirmar que conheço uma boa quantidade de residentes da Baixa nas mesmas condições. E aqueles que vivem de pensões sociais e/ou que o peso dos anos já atingiu fazem parte da Baixa e deverão ser os primeiros a ser protegidos e não meramente suportados como parece transparecer das palavras da dita personalidade. Ao apareceram agora na imprensa as primeiras novas da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa do Porto, referindo um estudo encomendado à FEUP, ficou-me o sentimento que a ideia é mesmo essa: privilegiar a riqueza, potenciando-a, deixando o resto da Baixa à mercê de um qualquer outro plano a vir a aparecer lá para 2000 e troca o passo. Senão vejamos: a tipificação de Miguel Bombarda como uma área singular a intervir é um exemplo muito claro desta opção pela potenciação da riqueza. É óbvio que o elevado número de galerias de arte aí instaladas, determina características que poderão potenciar a recuperação da Rua mas pergunto pela sua área envolvente. E o restante da Rua do Rosário? E da Rua de Cedofeita E a zona do Carregal? Parece evidente que os pobres ficarão mais pobres e os ricos ficarão mais ricos? Ou estamos em presença de cidadãos que são mais cidadãos que outros? Por mim penso que os euros dos meus impostos são iguaizinhos aos dos outros, mas, se calhar não estou a pensar bem...
É sabido que na segunda metade do século XIX o fenómeno que deu origem ao ainda hoje pesadelo das ilhas do Porto, foi determinado pelas condições de industrialização da cidade, onde a euforia industrial então vivida potenciou zonas de riqueza e atraiu à cidade populações rurais, vindas do Minho, de Trás-os-Montes e da Beira Alta, fugindo da crise rural que ali se vivia. A procura de alojamentos baratos fez então das ilhas um atractivo negócio, principalmente explorado por pequenos proprietários que, dispondo de pouco capital, viram nas ilhas uma fonte de investimento que garantia uma rápida recuperação do capital investido e, a curto prazo, lucros significativos. Parece agora caminhar-se para uma situação comparável: a potenciação da riqueza em zonas definidas poderá conduzir ao grande aumento da degradação da restante Baixa e, Deus sabe, qual o cortejo de pesadelos que daí advirá. Ainda não me parece que é desta, tal como diz Miguel Torga no seu livro Portugal (Coimbra, 5ª ed. Revista, 1986, p. 64), reflectindo sobre as ilhas do Porto, que foi feito o exame de consciência profundo, ainda não apareceram os verdadeiros filhos do Porto que irão limpar a cidade dessas nódoas, porque elas não fazem parte da sua cidade essencial.
Aterram-me os projectos megalómanos: olho com mágoa para o Jardim da Cordoaria, degradado e despido do seu cariz romântico em nome de um, presumo que nunca acabado, projecto de recuperação da Cordoaria da iniciativa da tão falada Capital Europeia da Cultura. Se é certo que a integração dos espaços (Carmo, Parada Leitão, Cordoaria e Relação) é interessante, é certa também a descaracterização do Jardim já para não falar da autentica eira em que se transformou a Praça Gomes Teixeira. Embora sem quaisquer conhecimentos na área, não me restam dúvidas que teria sido possível compatibilizar aquele magnífico Jardim e a Praça da Universidade com a obra pretendida. Mesmo assim, se o jardim estivesse arranjado, as ruas e praças limpas, fossem recuperados os granitos já vandalizados, e fosse impedido o estacionamento sobre os passeios e largos, talvez fosse mais suportável. A opção por acabamento dos passeios em placas de granito seguida da permissão (ou pelo menos não penalização) de estacionamento nos mesmos criou manchas de óleo que conferem um aspecto execrável ao conjunto. Note-se que o mesmo acontece na Praça de Carlos Alberto, onde é frequente ver viaturas, curiosamente muitas vezes mesmo camarárias, estacionadas sobre o passeio, junto ao Palácio dos Balsemões.
Olho a construção da Casa da Música: para colocar aquele enorme objecto no início da Avª da Boavista procedeu-se à demolição da remise dos STCP, construção emblemática, já de outro século, dos transportes na cidade. Se alguma reflexão tivesse havido, seguramente nos teríamos recordado de quanto lamentamos ter demolido o Palácio de Cristal para dar lugar ao “cogumelo” hoje designado por pavilhão Rosa Mota. E talvez nos tivéssemos recordado também que aquele magnífico Palácio fôra de conservação muito difícil, não só por ser em ferro mas por ter extensas áreas em vidro que se encontravam permanentemente sujas e estragadas pelos excrementos das muitas gaivotas que sobrevoam a cidade. Talvez com esta reflexão o objecto da esquina da Boavista não tivesse uma tão grande área de exposição em vidro que, fatalmente, as gaivotas irão utilizar.
Não me considero propriamente um Velho(a) do Restelo. Não me restam dúvidas que é indispensável a atracção à Baixa de capitais e negócios, há que criar uma rede de transportes eficaz, há que criar uma rede de trânsito consistente e gerida de forma sensata, há que estabelecer uma empatia com os residentes, comerciantes e empresas existentes. E há, sobretudo que ter em mente essa nova realidade - o Grande Porto – que há muito ultrapassou os limites impostos pelo rio e pela Circunvalação (em certa medida sucessores, em outro crescimento, da muralha Fernandina) agregando uma população unida por sentimentos profundamente liberais, de solidariedade e de convivialidade. Independentemente dos limites das competências (e divergências) autárquicas e de autarcas, terá de ser com o olho posto em cima desta realidade que se tem de pensar a Baixa como uma Grande Baixa desta agora grande unidade. Há que privilegiar a qualidade, e essa pode ser privilegiada desde já, independentemente de qualquer programa do SRU. Por que não começar desde já a limpar a cidade, a controlar o estacionamento, a regular eficientemente o transito, a atender capaz e eficientemente os munícipes (e os não munícipes) na Câmara, em suma a respeitar os residentes, os comerciantes, os utentes e os visitantes da cidade. Para alem da obrigação que tal constitui para quem se voluntariou a ser autarca será seguramente um forma de eliminar a descrença que nos atinge maciçamente.
Cruzo-me diariamente com autênticos paradigmas da falta de senso e de desrespeito da nossa administração. Para citar só um quero aqui registar que, após anos de ausência de arranjo da rua do Carmo (liga a Praça Gomes Teixeira ao Largo da Escola Médica, ou seja vai da Faculdade de Ciências ao Hospital de Santo António), se iniciou a obra, com encerramento da rua, exactamente nesta época, altura sabida de um imenso afluxo turístico à zona, não só por ser Verão mas também determinado pelos inúmeros adeptos das equipes que participaram no Euro 2004. Olho com ternura aqueles pequenos comerciantes, de onde sou cliente habitual e que, ainda há poucos meses, viam no Euro uma oportunidade para poder recuperar os seus negócios já tão debilitados pelas obras da Cordoaria, Carmo e Carlos Alberto que se eternizam. É uma antiga pastelaria, uma casa de óptica, uma livraria, uma garrafeira, uma papelaria, uma casa de artigos médicos, vários pequenos restaurantes, uma frutaria e outros congéneres. O Euro veio e com ele veio uma rede metálica que inviabiliza quase completamente o acesso aos estabelecimentos comerciais, deixando cerca de meio metro de espaço esburacado para a circulação de peões, vieram as máquinas barulhentas, o pó, enfim o fim da esperança nesta pequena época que poderia ser de reabilitação. Pois se a rua estava mal desde 2001 por que não deixar passar este mês e iniciar a obra depois? Ou porque não executá-la de forma menos punitiva para estes pequenos comerciantes? Rendo aqui a minha homenagem àqueles comerciantes que todos os dias limpam as garrafas, tapam os bolos, limpam os livros, cobrem a fruta mas que prevalecem de pé. De pé, contra a adversidade gerada pelo que, na minha opinião, é pouco senso e falta de respeito de quem programou para esta época tal intervenção. É com mulheres e homens como estes pequenos comerciantes que se fará a reabilitação da Baixa, com os que não desistem do Porto, com aqueles que não se rendem, os tais que como dizia Almeida Garrett trocam os bb pelos vv mas não trocam liberdade por servidão.
Só um programa que não troque a herança cultural do Porto - o seu padrão de comportamento, de crenças, de valores morais e de instituições que constituem a herança social da sua comunidade - pelo capital importado para negócios, poderá trazer de novo à Baixa o protagonismo que merece e de que há tanto tempo vem sendo arredada.
A. Costa-Lima
Este é apenas um retrato a sépia de uma pequena zona da Baixa, que, se revelado a cor e bom contraste, deixaria bem mais clara a falta de qualidade da Baixa. Numa fase em que recuperar a Baixa é tema gordo da nossa administração autárquica e que os seus detractores se aprestam a criticar, urge reflectir sobre o futuro desta Baixa. Reflectir (do Lat. reflectere, voltar para trás) significa pensar maduramente; ter influência; produzir efeito; ponderar; observar; objectar; E a primeira reflexão terá de ser seguramente dirigida ao objectivo desta recuperação. Fala-se da desertificação da Baixa e do seu repovoamento (muito provavelmente uma reminiscência que nos ficou D. Sancho I, o Povoador). Mas a Baixa não precisa de ser repovoada: basta que nela possam viver e trabalhar todos os que de lá não queriam ter saído. A maior parte dos jovens (e dos menos jovens) que optaram por residir fora da cidade queriam ficar nela e a ela regressarão se lhes forem oferecidas condições capazes de habitabilidade e bem estar. A Baixa não precisa de um novo povo, precisa do povo dela, tão bem definido na História do Porto, (Luís Oliveira Ramos, Porto Editora, 2ª ed., Porto, 1995): Numa cidade com tradições de liberdade, trabalho, abertura, com experiência de afazeres comerciais, industriais, políticos e culturais, com uma população jovem, ambiciosa e com iniciativa há seguramente um futuro a construir, onde, num ambiente cuidadosamente preservado, desponte uma sociedade invejável, porque mais justa, mais humana e seguramente mais solidária.
Ao ler agora a entrevista do Exº. Presidente da C.I da SRU publicada no passado dia 5 de Fevereiro em O Comércio do Porto, fiquei siderada. À pergunta Os moradores mais antigos e pobres vão ser expulsos da baixa?, responde ...Já só lá vivem velhos e pessoas a viver de pensões sociais. O que falta na baixa são pessoas com poder de compra, gente que traga riqueza para a baixa. Quanto às outras, temos é de lhes dar condições para pagar as rendas razoáveis para os proprietários poderem reabilitar. Foi como se um raio me atingisse: Embora pessoalmente não me considere velha (se calhar sou, tenho 55 anos) quero aqui proclamar bem alto que não vivo de qualquer pensão social. Nem eu nem qualquer elemento do meu agregado familiar. Vivo, naturalmente do meu trabalho. E posso afirmar que conheço uma boa quantidade de residentes da Baixa nas mesmas condições. E aqueles que vivem de pensões sociais e/ou que o peso dos anos já atingiu fazem parte da Baixa e deverão ser os primeiros a ser protegidos e não meramente suportados como parece transparecer das palavras da dita personalidade. Ao apareceram agora na imprensa as primeiras novas da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa do Porto, referindo um estudo encomendado à FEUP, ficou-me o sentimento que a ideia é mesmo essa: privilegiar a riqueza, potenciando-a, deixando o resto da Baixa à mercê de um qualquer outro plano a vir a aparecer lá para 2000 e troca o passo. Senão vejamos: a tipificação de Miguel Bombarda como uma área singular a intervir é um exemplo muito claro desta opção pela potenciação da riqueza. É óbvio que o elevado número de galerias de arte aí instaladas, determina características que poderão potenciar a recuperação da Rua mas pergunto pela sua área envolvente. E o restante da Rua do Rosário? E da Rua de Cedofeita E a zona do Carregal? Parece evidente que os pobres ficarão mais pobres e os ricos ficarão mais ricos? Ou estamos em presença de cidadãos que são mais cidadãos que outros? Por mim penso que os euros dos meus impostos são iguaizinhos aos dos outros, mas, se calhar não estou a pensar bem...
É sabido que na segunda metade do século XIX o fenómeno que deu origem ao ainda hoje pesadelo das ilhas do Porto, foi determinado pelas condições de industrialização da cidade, onde a euforia industrial então vivida potenciou zonas de riqueza e atraiu à cidade populações rurais, vindas do Minho, de Trás-os-Montes e da Beira Alta, fugindo da crise rural que ali se vivia. A procura de alojamentos baratos fez então das ilhas um atractivo negócio, principalmente explorado por pequenos proprietários que, dispondo de pouco capital, viram nas ilhas uma fonte de investimento que garantia uma rápida recuperação do capital investido e, a curto prazo, lucros significativos. Parece agora caminhar-se para uma situação comparável: a potenciação da riqueza em zonas definidas poderá conduzir ao grande aumento da degradação da restante Baixa e, Deus sabe, qual o cortejo de pesadelos que daí advirá. Ainda não me parece que é desta, tal como diz Miguel Torga no seu livro Portugal (Coimbra, 5ª ed. Revista, 1986, p. 64), reflectindo sobre as ilhas do Porto, que foi feito o exame de consciência profundo, ainda não apareceram os verdadeiros filhos do Porto que irão limpar a cidade dessas nódoas, porque elas não fazem parte da sua cidade essencial.
Aterram-me os projectos megalómanos: olho com mágoa para o Jardim da Cordoaria, degradado e despido do seu cariz romântico em nome de um, presumo que nunca acabado, projecto de recuperação da Cordoaria da iniciativa da tão falada Capital Europeia da Cultura. Se é certo que a integração dos espaços (Carmo, Parada Leitão, Cordoaria e Relação) é interessante, é certa também a descaracterização do Jardim já para não falar da autentica eira em que se transformou a Praça Gomes Teixeira. Embora sem quaisquer conhecimentos na área, não me restam dúvidas que teria sido possível compatibilizar aquele magnífico Jardim e a Praça da Universidade com a obra pretendida. Mesmo assim, se o jardim estivesse arranjado, as ruas e praças limpas, fossem recuperados os granitos já vandalizados, e fosse impedido o estacionamento sobre os passeios e largos, talvez fosse mais suportável. A opção por acabamento dos passeios em placas de granito seguida da permissão (ou pelo menos não penalização) de estacionamento nos mesmos criou manchas de óleo que conferem um aspecto execrável ao conjunto. Note-se que o mesmo acontece na Praça de Carlos Alberto, onde é frequente ver viaturas, curiosamente muitas vezes mesmo camarárias, estacionadas sobre o passeio, junto ao Palácio dos Balsemões.
Olho a construção da Casa da Música: para colocar aquele enorme objecto no início da Avª da Boavista procedeu-se à demolição da remise dos STCP, construção emblemática, já de outro século, dos transportes na cidade. Se alguma reflexão tivesse havido, seguramente nos teríamos recordado de quanto lamentamos ter demolido o Palácio de Cristal para dar lugar ao “cogumelo” hoje designado por pavilhão Rosa Mota. E talvez nos tivéssemos recordado também que aquele magnífico Palácio fôra de conservação muito difícil, não só por ser em ferro mas por ter extensas áreas em vidro que se encontravam permanentemente sujas e estragadas pelos excrementos das muitas gaivotas que sobrevoam a cidade. Talvez com esta reflexão o objecto da esquina da Boavista não tivesse uma tão grande área de exposição em vidro que, fatalmente, as gaivotas irão utilizar.
Não me considero propriamente um Velho(a) do Restelo. Não me restam dúvidas que é indispensável a atracção à Baixa de capitais e negócios, há que criar uma rede de transportes eficaz, há que criar uma rede de trânsito consistente e gerida de forma sensata, há que estabelecer uma empatia com os residentes, comerciantes e empresas existentes. E há, sobretudo que ter em mente essa nova realidade - o Grande Porto – que há muito ultrapassou os limites impostos pelo rio e pela Circunvalação (em certa medida sucessores, em outro crescimento, da muralha Fernandina) agregando uma população unida por sentimentos profundamente liberais, de solidariedade e de convivialidade. Independentemente dos limites das competências (e divergências) autárquicas e de autarcas, terá de ser com o olho posto em cima desta realidade que se tem de pensar a Baixa como uma Grande Baixa desta agora grande unidade. Há que privilegiar a qualidade, e essa pode ser privilegiada desde já, independentemente de qualquer programa do SRU. Por que não começar desde já a limpar a cidade, a controlar o estacionamento, a regular eficientemente o transito, a atender capaz e eficientemente os munícipes (e os não munícipes) na Câmara, em suma a respeitar os residentes, os comerciantes, os utentes e os visitantes da cidade. Para alem da obrigação que tal constitui para quem se voluntariou a ser autarca será seguramente um forma de eliminar a descrença que nos atinge maciçamente.
Cruzo-me diariamente com autênticos paradigmas da falta de senso e de desrespeito da nossa administração. Para citar só um quero aqui registar que, após anos de ausência de arranjo da rua do Carmo (liga a Praça Gomes Teixeira ao Largo da Escola Médica, ou seja vai da Faculdade de Ciências ao Hospital de Santo António), se iniciou a obra, com encerramento da rua, exactamente nesta época, altura sabida de um imenso afluxo turístico à zona, não só por ser Verão mas também determinado pelos inúmeros adeptos das equipes que participaram no Euro 2004. Olho com ternura aqueles pequenos comerciantes, de onde sou cliente habitual e que, ainda há poucos meses, viam no Euro uma oportunidade para poder recuperar os seus negócios já tão debilitados pelas obras da Cordoaria, Carmo e Carlos Alberto que se eternizam. É uma antiga pastelaria, uma casa de óptica, uma livraria, uma garrafeira, uma papelaria, uma casa de artigos médicos, vários pequenos restaurantes, uma frutaria e outros congéneres. O Euro veio e com ele veio uma rede metálica que inviabiliza quase completamente o acesso aos estabelecimentos comerciais, deixando cerca de meio metro de espaço esburacado para a circulação de peões, vieram as máquinas barulhentas, o pó, enfim o fim da esperança nesta pequena época que poderia ser de reabilitação. Pois se a rua estava mal desde 2001 por que não deixar passar este mês e iniciar a obra depois? Ou porque não executá-la de forma menos punitiva para estes pequenos comerciantes? Rendo aqui a minha homenagem àqueles comerciantes que todos os dias limpam as garrafas, tapam os bolos, limpam os livros, cobrem a fruta mas que prevalecem de pé. De pé, contra a adversidade gerada pelo que, na minha opinião, é pouco senso e falta de respeito de quem programou para esta época tal intervenção. É com mulheres e homens como estes pequenos comerciantes que se fará a reabilitação da Baixa, com os que não desistem do Porto, com aqueles que não se rendem, os tais que como dizia Almeida Garrett trocam os bb pelos vv mas não trocam liberdade por servidão.
Só um programa que não troque a herança cultural do Porto - o seu padrão de comportamento, de crenças, de valores morais e de instituições que constituem a herança social da sua comunidade - pelo capital importado para negócios, poderá trazer de novo à Baixa o protagonismo que merece e de que há tanto tempo vem sendo arredada.
A. Costa-Lima
De: Pedro Aroso - "Novo RGEU = Fiasco"
Zé Pulido Valente:
Tinhas razão acerca no novo RGEU.
O debate na Ordem dos Arquitectos foi um fiasco.
Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net
Nota de TAF: Acrescento este apontador.
Tinhas razão acerca no novo RGEU.
O debate na Ordem dos Arquitectos foi um fiasco.
Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net
Nota de TAF: Acrescento este apontador.
De: TAF - "+ PDM e SRU"
Recebi agora a indicação deste local, que desconhecia, onde estão os comentários da Associação Campo Aberto sobre o PDM do Porto.
PS: Recebi mensagem particular, com pedido de não publicação, de Joaquim Branco, responsável pela SRU. É pelo menos sinal de que aquilo que vamos dizendo tem algum impacto. ;-)
PS: Recebi mensagem particular, com pedido de não publicação, de Joaquim Branco, responsável pela SRU. É pelo menos sinal de que aquilo que vamos dizendo tem algum impacto. ;-)
De: Cristina Santos - "A IDADE NACIONAL DOS PORQUÊS"
Porque precisa o nosso Executivo de provas concretas, dadas por relatórios tipo estatística, elaborados com inquéritos preenchidos muitas vezes por menores, quando a verdade todos a conhecem?
Porque é que os governantes estão sempre a estudar coisas, quando ao candidatarem-se já deveriam ter projectos bem definidos?Porque que esses relatórios vêm sempre confirmar aquilo que o Povo reclama à anos?
Porque é que para ser produtivo necessitamos sempre de uma burocracia, que pode significar o fim do mandato, sem obra apresentada?
Porque é que os ditos relatórios ou estudos nunca compreendem a apresentação de propostas por parte do povo?
Porque é que votamos e não reclamos a execução das soluções apresentadas?
Porque é que nos deixamos levar, pelo Euro, como à Séculos se deixavam levar pelo espectáculo do enforcamento?
Porque é que está o Povo tão longe do Poder?
Porque se elege um Vice Presidente se não for para substituir o Presidente ?
Porque é que fazemos parte do mercado Europeu só como clientes e nunca como exportadores?
Porque é que se afixa as datas de discussão do PDM e somos logo bombardeados por Munícipes a perguntar o que isso é?
Porque é que meus Caros não encomendamos um relatório, sobre um universo de Munícipes com idades entre 18 e 65 anos, com uma taxa de veracidade de 99%, questionando-os sobre esta falta de interesse no Pais e na Cidade?
Cristina Santos
Porque é que os governantes estão sempre a estudar coisas, quando ao candidatarem-se já deveriam ter projectos bem definidos?Porque que esses relatórios vêm sempre confirmar aquilo que o Povo reclama à anos?
Porque é que para ser produtivo necessitamos sempre de uma burocracia, que pode significar o fim do mandato, sem obra apresentada?
Porque é que os ditos relatórios ou estudos nunca compreendem a apresentação de propostas por parte do povo?
Porque é que votamos e não reclamos a execução das soluções apresentadas?
Porque é que nos deixamos levar, pelo Euro, como à Séculos se deixavam levar pelo espectáculo do enforcamento?
Porque é que está o Povo tão longe do Poder?
Porque se elege um Vice Presidente se não for para substituir o Presidente ?
Porque é que fazemos parte do mercado Europeu só como clientes e nunca como exportadores?
Porque é que se afixa as datas de discussão do PDM e somos logo bombardeados por Munícipes a perguntar o que isso é?
Porque é que meus Caros não encomendamos um relatório, sobre um universo de Munícipes com idades entre 18 e 65 anos, com uma taxa de veracidade de 99%, questionando-os sobre esta falta de interesse no Pais e na Cidade?
Cristina Santos
De: TAF - "+ SRU"
De: TAF - "Excepcionalmente..."
... Permitam-me usar este "tempo de antena" para vos convidar a visitar a nova versão do meu site pessoal (não é que tenha grande interesse, mas serve para se detectarem "bugs" que agradeço me avisem :-) ) e o meu outro blog ("TAF - Opinião") onde vou passar a publicar os pequenos textos que de vez em quando escrevo sobre assuntos que não são apropriados para "A Baixa do Porto".
2004/06/30
De: Cristina Santos - "CARTA EDUCATIVA ... hELLO?"
Meus Caros
Com toda esta demagogia e troca de nomes por prenomes, não há de facto Cidade que aguente.
É inacreditável mas a CMP necessitou de um estudo de uma carta educativa para a Cidade, para chegar à conclusão que o ensino pré-escolar está sobrelotado, enquanto que o secundário está quase todo convertido a futuros musicos.
O que não se entende Caros Amigos, é como é possível chamar educação aos problemas de desertificação.
Obviamente que numa Cidade funcional apenas em horário de expediente, numa cidade onde todos trabalham e ninguém reside, os seus trabalhadores necessitem de espaços para colocar os seus educandos mais perto do seu local de emprego, daí que a maioria dos frequentadores do pré-escolar nem tem residência fixa no Porto, mas sim nos Concelhos vizinhos.
Mais claro ainda é que estes mesmos educandos cresçam noutros municípios, e frequentem o secundário no local onde de facto residem.
Assim, o problema não está na educação ou na sua qualidade, porque vejamos a concorrência hoje não permite que se formem no Porto grandes escolas, com grandes médias e resultados finais, sem que outras lhe sigam o exemplo em locais de implantação muito mais baratos, como Maia ou Matosinhos, para além de que a rede viária facilita a deslocação mesmo para dentro do Porto, daqueles que adquirem habitação em zonas muito mais acessiveis.
Concluamos portanto que Cartas Educativas são necessárias, se existir uma excelente estrutura de convite à sedentarização.
Boas praias, Bons parques, Casas anti-especulativas, arrendamentos convidativos etc...
As nossas valias enquanto Cidade degeneraram por falta de evolução e acompanhamento da concorrência, enquanto outros se expandiam, nos reagíamos com a nossa antiguidade e imagem feita, não admitindo que hoje isso é momentâneo é MASTER PLAN.
Meus Caros, basear o nosso fracasso, na educação do Povo, parece paradoxal quando admitimos que temos grandes formados e trabalhadores a residir noutros Concelhos, naturalmente são estes de facto os mais educados, sabem bem aquilo a que tem direito.
O problema principal está na verdadeira concepção funcional da Cidade, por vezes parece-me tarde para reagir, agora são outros que rodam o leme, no entanto e como isto tende sempre a dar a vez a outros, prevejo que talvez daqui a 20 anos (o tempo que outros levaram para nos ultrapassar) retomemos a nossa posição frontal, porque qualquer motivo, que a Historia nunca explica...
Cristina Santos
Nota de TAF: Esta mensagem vem na sequência desta notícia da CMP.
Com toda esta demagogia e troca de nomes por prenomes, não há de facto Cidade que aguente.
É inacreditável mas a CMP necessitou de um estudo de uma carta educativa para a Cidade, para chegar à conclusão que o ensino pré-escolar está sobrelotado, enquanto que o secundário está quase todo convertido a futuros musicos.
O que não se entende Caros Amigos, é como é possível chamar educação aos problemas de desertificação.
Obviamente que numa Cidade funcional apenas em horário de expediente, numa cidade onde todos trabalham e ninguém reside, os seus trabalhadores necessitem de espaços para colocar os seus educandos mais perto do seu local de emprego, daí que a maioria dos frequentadores do pré-escolar nem tem residência fixa no Porto, mas sim nos Concelhos vizinhos.
Mais claro ainda é que estes mesmos educandos cresçam noutros municípios, e frequentem o secundário no local onde de facto residem.
Assim, o problema não está na educação ou na sua qualidade, porque vejamos a concorrência hoje não permite que se formem no Porto grandes escolas, com grandes médias e resultados finais, sem que outras lhe sigam o exemplo em locais de implantação muito mais baratos, como Maia ou Matosinhos, para além de que a rede viária facilita a deslocação mesmo para dentro do Porto, daqueles que adquirem habitação em zonas muito mais acessiveis.
Concluamos portanto que Cartas Educativas são necessárias, se existir uma excelente estrutura de convite à sedentarização.
Boas praias, Bons parques, Casas anti-especulativas, arrendamentos convidativos etc...
As nossas valias enquanto Cidade degeneraram por falta de evolução e acompanhamento da concorrência, enquanto outros se expandiam, nos reagíamos com a nossa antiguidade e imagem feita, não admitindo que hoje isso é momentâneo é MASTER PLAN.
Meus Caros, basear o nosso fracasso, na educação do Povo, parece paradoxal quando admitimos que temos grandes formados e trabalhadores a residir noutros Concelhos, naturalmente são estes de facto os mais educados, sabem bem aquilo a que tem direito.
O problema principal está na verdadeira concepção funcional da Cidade, por vezes parece-me tarde para reagir, agora são outros que rodam o leme, no entanto e como isto tende sempre a dar a vez a outros, prevejo que talvez daqui a 20 anos (o tempo que outros levaram para nos ultrapassar) retomemos a nossa posição frontal, porque qualquer motivo, que a Historia nunca explica...
Cristina Santos
Nota de TAF: Esta mensagem vem na sequência desta notícia da CMP.
De: Cristina Santos - "SRU"
Vamos fazer um esforço e acreditar que através dos testes ditos «concursos públicos», tomaremos conhecimento dos valores envolvidos, para os despejos, para as expropriações, para os realojamentos, para a acção social, para a transferência dos sedentários habitantes para zonas que se configurem mais acessíveis, ou até para se manterem a residir na mesma zona.
Esperemos no entanto, que venha a ser uma intervenção conjunta, que se avaliem bem os meios de intervenção, e que sejam seleccionadas a maioria das empresas com sede em Portugal para esta intervenção, a fim de que a riqueza gerada se repercuta em ganhos, que não sirvam apenas para assegurar o pagamento da despesa publica e do defice.
Sabemos que dado o défice externo que possuímos pela adesão à União Europeia, e com uma despesa publica insuportável, mesmo através de 10 impostos, o Estado não poderá fazer grandes investimentos, sob pena de aumentar o defice. Sabemos ainda que o subsidio a famílias para realojamento, nos custará uma inflação bastante, somando estes gastos ao Euro2004, e à crise do investimento publico à exportação, terão que ser os particulares a investir.
Na hipótese de a maioria dos proprietários se recusar a participar, esta intervenção terá de ser assegurada por particulares associados ou não, mas investidores.
Pelo que pergunto foram os proprietários sondados, sondaram-se as condições financeiras dos espaços e das propriedades? Temos alguma lista de investidores interessados?
Afigura-se uma luta colonial, que de facto é preciso efectuar, não há duvidas... No entanto o processo de desenvolvimentos desta acção deveria ter previsto uma abordagem publica a particulares, uma exposição aos proprietários , posteriormente uma comedida apresentação e abordagem publica, sob pena de os proprietários envolvidos considerarem que ao fim de anos sem rendimentos prediais, se vejam agora expropriados ou envolvidos num projecto que desconheciam, que por falta de meios financeiros que não obtiveram com o seu património fiquem agora de fora, e como já vimos o governo não os poderá co-financiar...
Temos também a implantação de habitação unifamiliar nesses quarteirões definidos, cujos os proprietários são simultaneamente moradores, que vão ver as suas residências e espaços comerciais envolvidos neste projecto e ainda não sabemos o que lhes será imposto.
Enfim não prevejo este projecto facilitado na sua aplicação social, e o que é certo é que a sua exposição não está a ajudar, mais uma vez a acção a desenvolver vai resultar da surpresa e não da previsão... É preciso intervir mas não abruptamente, as massas hoje tem grande poder eleitoral, embora a maioria das zonas definidas, já fizessem parte doutros projectos e até de tentativas de expropriação, e nelas não residam muitos inquilinos em condições precárias, no que diz respeito à Freguesia de Cedofeita estes ainda representam um conjunto interventivo capaz de impedir a aplicação, caso não sejam devidamente compensados...
Cristina Santos
Esperemos no entanto, que venha a ser uma intervenção conjunta, que se avaliem bem os meios de intervenção, e que sejam seleccionadas a maioria das empresas com sede em Portugal para esta intervenção, a fim de que a riqueza gerada se repercuta em ganhos, que não sirvam apenas para assegurar o pagamento da despesa publica e do defice.
Sabemos que dado o défice externo que possuímos pela adesão à União Europeia, e com uma despesa publica insuportável, mesmo através de 10 impostos, o Estado não poderá fazer grandes investimentos, sob pena de aumentar o defice. Sabemos ainda que o subsidio a famílias para realojamento, nos custará uma inflação bastante, somando estes gastos ao Euro2004, e à crise do investimento publico à exportação, terão que ser os particulares a investir.
Na hipótese de a maioria dos proprietários se recusar a participar, esta intervenção terá de ser assegurada por particulares associados ou não, mas investidores.
Pelo que pergunto foram os proprietários sondados, sondaram-se as condições financeiras dos espaços e das propriedades? Temos alguma lista de investidores interessados?
Afigura-se uma luta colonial, que de facto é preciso efectuar, não há duvidas... No entanto o processo de desenvolvimentos desta acção deveria ter previsto uma abordagem publica a particulares, uma exposição aos proprietários , posteriormente uma comedida apresentação e abordagem publica, sob pena de os proprietários envolvidos considerarem que ao fim de anos sem rendimentos prediais, se vejam agora expropriados ou envolvidos num projecto que desconheciam, que por falta de meios financeiros que não obtiveram com o seu património fiquem agora de fora, e como já vimos o governo não os poderá co-financiar...
Temos também a implantação de habitação unifamiliar nesses quarteirões definidos, cujos os proprietários são simultaneamente moradores, que vão ver as suas residências e espaços comerciais envolvidos neste projecto e ainda não sabemos o que lhes será imposto.
Enfim não prevejo este projecto facilitado na sua aplicação social, e o que é certo é que a sua exposição não está a ajudar, mais uma vez a acção a desenvolver vai resultar da surpresa e não da previsão... É preciso intervir mas não abruptamente, as massas hoje tem grande poder eleitoral, embora a maioria das zonas definidas, já fizessem parte doutros projectos e até de tentativas de expropriação, e nelas não residam muitos inquilinos em condições precárias, no que diz respeito à Freguesia de Cedofeita estes ainda representam um conjunto interventivo capaz de impedir a aplicação, caso não sejam devidamente compensados...
Cristina Santos
De: Miguel Barbot - "Adivinha"
Vamos lá dar um carácter mais lúdico à Baixa do Porto...
Adivinha:
Porque é que a RUA DOS CLÉRIGOS só tem um SENTIDO, apesar das dificuldades para quem quer subir em direcção aos leões vendo-se na obrigação de dar a volta pelos Aliados e subir a Rua de Ceuta...
e a RUA DE BELMONTE tem DOIS SENTIDOS apesar das dificuldades de cruzamento de dois carros devido ao parqueamento ilegal do lado esquerdo da rua (no sentido descendente)?
Quem conseguir resolver o mistério ganha um bilhete para assistir à final do Euro no ecrã gigante da praça da Cadeia da Relação...
Adivinha:
Porque é que a RUA DOS CLÉRIGOS só tem um SENTIDO, apesar das dificuldades para quem quer subir em direcção aos leões vendo-se na obrigação de dar a volta pelos Aliados e subir a Rua de Ceuta...
e a RUA DE BELMONTE tem DOIS SENTIDOS apesar das dificuldades de cruzamento de dois carros devido ao parqueamento ilegal do lado esquerdo da rua (no sentido descendente)?
Quem conseguir resolver o mistério ganha um bilhete para assistir à final do Euro no ecrã gigante da praça da Cadeia da Relação...
De: Miguel Barbot - "2 anos e um relatório"
Cara Cristina,
Como eu a compreendo...
Sabe o que custa mais? Custa ouvir falar de Master Plans (onde é que eu já ouvi isto) e SRUs e de vontades políticas e não haver qualquer tipo de cuidado/interesse em ir ao encontro das expectativas daqueles que já há muito tempo querem fazer alguma coisa, que têm a vida e o dinheiro empatados à meses ou anos, que ao mesmo tempo pagam a renda do local onde vivem e da ruína que compraram, aturam o arquitecto, que não tem isenção de contribuição autárquica, que tem crises de confiança, que começam a gostar cada vez menos dos seus sonhos e que mesmo assim não desistem de sonhar.
Há dois anos que ouvimos falar de apoios aos jovens, de ligeireza de processos, de renovação de mentalidades e até agora a única coisa que vemos são números como estes:
50% dos edifícios devolutos do concelho do Porto encontram-se na área de intervenção da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto. Contam-se 10 mil alojamentos vagos. Nos anos 90, o número de imóveis devolutos cresceu 84% nesta área
80% dos prédios têm só a função residencial, mas 23% das casas estão sobrelotadas
70% dos imóveis necessitam de intervenções de dimensões média e elevada.
(dados retirados do artigo do JN referido pelo TAF no post anterior)
Sinceramente não me acredito em nada do que se diz, não me acredito em planos e não me acredito em boas intenções - veja-se o Relatório Porter e o que dele foi feito. Se os destinatários / beneficiários não estão envolvidos e motivados, quando a maioria da população só quer ir à baixa para ver futebol em ecrãs gigantes e quando as pequenas formiguinhas que tentam fazer as coisas andar são sistematicamente ignoradas, desprezadas e apanhadas na teia da mais alta incompetência e inoperância daqueles que mandam, os relatórios servem apenas para enriquecer os curricula e os bolsos daqueles que os escreveram e para inchar o ego e a vaidade daqueles que os encomendaram.
Como eu a compreendo...
Sabe o que custa mais? Custa ouvir falar de Master Plans (onde é que eu já ouvi isto) e SRUs e de vontades políticas e não haver qualquer tipo de cuidado/interesse em ir ao encontro das expectativas daqueles que já há muito tempo querem fazer alguma coisa, que têm a vida e o dinheiro empatados à meses ou anos, que ao mesmo tempo pagam a renda do local onde vivem e da ruína que compraram, aturam o arquitecto, que não tem isenção de contribuição autárquica, que tem crises de confiança, que começam a gostar cada vez menos dos seus sonhos e que mesmo assim não desistem de sonhar.
Há dois anos que ouvimos falar de apoios aos jovens, de ligeireza de processos, de renovação de mentalidades e até agora a única coisa que vemos são números como estes:
50% dos edifícios devolutos do concelho do Porto encontram-se na área de intervenção da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto. Contam-se 10 mil alojamentos vagos. Nos anos 90, o número de imóveis devolutos cresceu 84% nesta área
80% dos prédios têm só a função residencial, mas 23% das casas estão sobrelotadas
70% dos imóveis necessitam de intervenções de dimensões média e elevada.
(dados retirados do artigo do JN referido pelo TAF no post anterior)
Sinceramente não me acredito em nada do que se diz, não me acredito em planos e não me acredito em boas intenções - veja-se o Relatório Porter e o que dele foi feito. Se os destinatários / beneficiários não estão envolvidos e motivados, quando a maioria da população só quer ir à baixa para ver futebol em ecrãs gigantes e quando as pequenas formiguinhas que tentam fazer as coisas andar são sistematicamente ignoradas, desprezadas e apanhadas na teia da mais alta incompetência e inoperância daqueles que mandam, os relatórios servem apenas para enriquecer os curricula e os bolsos daqueles que os escreveram e para inchar o ego e a vaidade daqueles que os encomendaram.
De: TAF - "Notícias da SRU"
N'O Primeiro de Janeiro: Sociedade de Reabilitação Urbana começa trabalho.
No Jornal de Notícias: Sociedade define seis áreas de intervenção prioritária.
N'O Comércio do Porto: Prioridades da SRU quase excluem o centro histórico do Porto e Joaquim Branco fica com documento dado pela FEUP aos jornalistas.
E no Público: Apresentadas Linhas Gerais da Estratégia para Reabilitação Urbana do Porto.
Parece que algo finalmente se mexe, mas em paralelo há também alguns "pormenores" preocupantes:
- o incompreensível secretismo que rodeia este estudo, mesmo sabendo que ainda não está concluído;
- o facto de não estar sequer definido o modelo de gestão da SRU.
Se estas notícias estão correctas, a responsável pelo estudo é Isabel Breda, docente da FEUP. Acabei de lhe enviar mail a pedir informações e a convidar a participar no debate aqui no blog ;-)
Também sugeri a Joaquim Branco que deixasse aqui alguma informação a este respeito. O pior
que podia acontecer era criar-se a impressão (mesmo que eventualmente injusta) de que o processo de recuperação da Baixa não era transparente e participado pela população! "À mulher de César..."
No Jornal de Notícias: Sociedade define seis áreas de intervenção prioritária.
N'O Comércio do Porto: Prioridades da SRU quase excluem o centro histórico do Porto e Joaquim Branco fica com documento dado pela FEUP aos jornalistas.
E no Público: Apresentadas Linhas Gerais da Estratégia para Reabilitação Urbana do Porto.
Parece que algo finalmente se mexe, mas em paralelo há também alguns "pormenores" preocupantes:
- o incompreensível secretismo que rodeia este estudo, mesmo sabendo que ainda não está concluído;
- o facto de não estar sequer definido o modelo de gestão da SRU.
Se estas notícias estão correctas, a responsável pelo estudo é Isabel Breda, docente da FEUP. Acabei de lhe enviar mail a pedir informações e a convidar a participar no debate aqui no blog ;-)
Também sugeri a Joaquim Branco que deixasse aqui alguma informação a este respeito. O pior
que podia acontecer era criar-se a impressão (mesmo que eventualmente injusta) de que o processo de recuperação da Baixa não era transparente e participado pela população! "À mulher de César..."
2004/06/29
De: Armando Peixoto - "Projecto VivaCidade"
Queria agradecer à Cristina (desculpa ter-te chamado senhora, era por uma questão de educação;) também me podes tratar por tu...) por ter conseguido um esclarecimento da câmara relativamente ao projecto VivaCidade.
Julgo, no entanto, que o esclarecimento dado pela Florbela Guedes não foca o essencial, que é o último parágrafo do texto, ou seja, os tais projectos específicos! Isto para sabermos o que afinal quer a câmara com a ciência, que tipo de apoio e incentivo quer dar! Porque os outros projectos falados são apenas projectos de divulgação, a montra do programa...
Queria aproveitar também para perguntar se alguém sabe onde posso encontrar o projecto para a nova Gare Intermodal de Campanhã. Ou um site da net (procurei e encontrei dados no site da REFER, mas muito pouco...), ou em exposição em algum sítio...
Obrigado e FORÇA PORTUGAL!!!;)
Julgo, no entanto, que o esclarecimento dado pela Florbela Guedes não foca o essencial, que é o último parágrafo do texto, ou seja, os tais projectos específicos! Isto para sabermos o que afinal quer a câmara com a ciência, que tipo de apoio e incentivo quer dar! Porque os outros projectos falados são apenas projectos de divulgação, a montra do programa...
Queria aproveitar também para perguntar se alguém sabe onde posso encontrar o projecto para a nova Gare Intermodal de Campanhã. Ou um site da net (procurei e encontrei dados no site da REFER, mas muito pouco...), ou em exposição em algum sítio...
Obrigado e FORÇA PORTUGAL!!!;)
De: Cristina Santos - "Aprovações"
Caro Miguel
Não sei taxar o numero de aprovações, desconheço que as tenha obtido, contudo e taxando o numero de pedidos afixados em alguns prédios, os licenciamentos que venham a existir serão tardios e em muitos casos inaplicaveis. Uns porque a esta hora já tem a obra feita e se encontram instalados nas casas que adquiriram para Habitação, e como tal não podiam suportar duas prestações, a inflação do preço da intervenção, os honorários do promotor etc... Neste caso, quando se trata de investimento particular isolado e para habitação, o não cumprimento da lei por parte da Autarquia, lesa os interessados e prejudica gravemente toda a Cidade, que assim se vê sem interesse, sem renovação, sem Jovens e sem investimentos (como taxas e outros) .
No caso de grandes empreendimentos quando o Licenciamento vier já os promotores investiram nos concelhos vizinhos, venderam os projectos e novas ideias publicas surgiram para as circundantes e mesmo o uso que os promotores pretendiam fazer dos espaços a criar, já não tem procura no Mercado.
Por isso é que muitas vezes é anunciada a Venda de Casa com projecto (tardiamente ) aprovado pela Câmara, nessas alturas já não serve a quem o requereu e dificilmente se enquadra nas pertenções dos novos proprietários e nessa data reinicia-se todo o processo, e como o mesmo se antevê difícil, opta-se por outras situações, pagaram-se as taxas, os honorários, os projectos e agora ainda nos resta gastar dinheiro numa moldura com bom vidro....
Cristina
Não sei taxar o numero de aprovações, desconheço que as tenha obtido, contudo e taxando o numero de pedidos afixados em alguns prédios, os licenciamentos que venham a existir serão tardios e em muitos casos inaplicaveis. Uns porque a esta hora já tem a obra feita e se encontram instalados nas casas que adquiriram para Habitação, e como tal não podiam suportar duas prestações, a inflação do preço da intervenção, os honorários do promotor etc... Neste caso, quando se trata de investimento particular isolado e para habitação, o não cumprimento da lei por parte da Autarquia, lesa os interessados e prejudica gravemente toda a Cidade, que assim se vê sem interesse, sem renovação, sem Jovens e sem investimentos (como taxas e outros) .
No caso de grandes empreendimentos quando o Licenciamento vier já os promotores investiram nos concelhos vizinhos, venderam os projectos e novas ideias publicas surgiram para as circundantes e mesmo o uso que os promotores pretendiam fazer dos espaços a criar, já não tem procura no Mercado.
Por isso é que muitas vezes é anunciada a Venda de Casa com projecto (tardiamente ) aprovado pela Câmara, nessas alturas já não serve a quem o requereu e dificilmente se enquadra nas pertenções dos novos proprietários e nessa data reinicia-se todo o processo, e como o mesmo se antevê difícil, opta-se por outras situações, pagaram-se as taxas, os honorários, os projectos e agora ainda nos resta gastar dinheiro numa moldura com bom vidro....
Cristina
De: Cristina Santos - "Esclarecimento - Projecto VivaCidade"
Aqui fica o esclarecimento dado pela Câmara Municipal do Porto no que diz respeito ao Projecto Viva Cidade.
E como tal cumpre-me a tentativa de remição junto desta entidade e dos membros deste fórum, pela precipitada forma como analisei a proposta .
Desejo o melhor sucesso aos intervenientes e espero poder congratular-me com os resultados obtidos pelo Porto com o avanço deste projecto.
«Esclarecimento - Projecto VivaCidade
Agradeço, desde já, a mensagem que nos enviou e espero conseguir esclarecê-la sobre o projecto "VivaCidade".
A cidade do Porto é no campo da ciência extremamente competitiva, não só pela qualidade e prestígio das suas universidades, mas também pelos seus investigadores, reconhecidos a nível nacional e internacional. Neste sentido, a autarquia entende ser necessário potenciar esta nossa mais valia, criando a marca "Porto Cidade da Ciência" e, para tal, lançou, em Abril último, o projecto "VivaCidade".
A direcção científica do Projecto "VivaCidade", coordenado pela Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto, é composta pelos professores Carlos Mota Cardoso, Sobrinho Simões, Maria de Sousa e Cândido Agra.
O "VivaCidade" contará, igualmente, com um Conselho de Opinião, que integrará um conjunto de investigadores seniores do Porto, que fará todo o acompanhamento e avaliação do programa.
O "VivaCidade" contemplará «Projectos Comuns» a todos os ramos da Ciência, um dos quais a «Memória do Passado», que, através da edição de diversas publicações, de carácter transversal e pessoal, visa dar a conhecer biografias de cientistas portuenses, contemporâneos ou não.
O subprojecto «Cidadãos Honorários» destina-se a divulgar a obra de um determinado cientista, enquanto o «Roteiro da Arte e da Ciência» constituiu um desafio à criatividade dos artistas do Porto ao serviço da divulgação da Ciência.
Existem ainda projectos específicos em três grandes áreas: Ciências da Vida, Ciências Sociais e Humanas e Ciências Exactas e Tecnológicas, cada um deles com o seu respectivo Conselho Consultivo, composto por jovens cientistas de mérito.
Apresento os meus melhores cumprimentos.
Florbela Guedes»
E como tal cumpre-me a tentativa de remição junto desta entidade e dos membros deste fórum, pela precipitada forma como analisei a proposta .
Desejo o melhor sucesso aos intervenientes e espero poder congratular-me com os resultados obtidos pelo Porto com o avanço deste projecto.
«Esclarecimento - Projecto VivaCidade
Agradeço, desde já, a mensagem que nos enviou e espero conseguir esclarecê-la sobre o projecto "VivaCidade".
A cidade do Porto é no campo da ciência extremamente competitiva, não só pela qualidade e prestígio das suas universidades, mas também pelos seus investigadores, reconhecidos a nível nacional e internacional. Neste sentido, a autarquia entende ser necessário potenciar esta nossa mais valia, criando a marca "Porto Cidade da Ciência" e, para tal, lançou, em Abril último, o projecto "VivaCidade".
A direcção científica do Projecto "VivaCidade", coordenado pela Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto, é composta pelos professores Carlos Mota Cardoso, Sobrinho Simões, Maria de Sousa e Cândido Agra.
O "VivaCidade" contará, igualmente, com um Conselho de Opinião, que integrará um conjunto de investigadores seniores do Porto, que fará todo o acompanhamento e avaliação do programa.
O "VivaCidade" contemplará «Projectos Comuns» a todos os ramos da Ciência, um dos quais a «Memória do Passado», que, através da edição de diversas publicações, de carácter transversal e pessoal, visa dar a conhecer biografias de cientistas portuenses, contemporâneos ou não.
O subprojecto «Cidadãos Honorários» destina-se a divulgar a obra de um determinado cientista, enquanto o «Roteiro da Arte e da Ciência» constituiu um desafio à criatividade dos artistas do Porto ao serviço da divulgação da Ciência.
Existem ainda projectos específicos em três grandes áreas: Ciências da Vida, Ciências Sociais e Humanas e Ciências Exactas e Tecnológicas, cada um deles com o seu respectivo Conselho Consultivo, composto por jovens cientistas de mérito.
Apresento os meus melhores cumprimentos.
Florbela Guedes»
De: Miguel Barbot - "2 anos"
Uma questão tem-me atormentado nos últimos dias e gostaria de ter uma resposta para poder dormir mais descansado...
Alguém tem uma ideia (por pequena que seja) do número de projectos de reabilitação/recuperação em curso (aprovados) destinados à habitação e inseridos na zona histórica do Porto? Se sim, quantos foram aprovados nos últimos dois anos?
Respondam-me depressa por favor...
Alguém tem uma ideia (por pequena que seja) do número de projectos de reabilitação/recuperação em curso (aprovados) destinados à habitação e inseridos na zona histórica do Porto? Se sim, quantos foram aprovados nos últimos dois anos?
Respondam-me depressa por favor...
De: José Pedro Lima - "POR UM PORTO VINTAGE"
Em primeiro lugar cumpre-me dizer que não sendo Engenheiro Civil ou Arquitecto nem tendo qualquer formação nesta área, estou decerto menos habilitado a discutir o PDM do que alguns participantes habituais no blog. Se cometer alguma "calinada" peço apenas a tolerância de quem a ler...Assim, emito apenas uma opinião de ex-cidadão portuense, mais um como tantos obrigado a morar, mesmo não sendo essa a minha primeira opção, num dos concelhos circundantes (neste caso Matosinhos)
A meu ver os crimes urbanísticos que tem sido cometidos nos últimos anos no Porto não tem remédio. É pena, mas é mesmo assim. Tudo o que podemos fazer hoje é minimizar, e talvez reverter, a sucessão de asneiras dos últimos anos. Desde a Praça Carlos Alberto - verdadeira tentativa de assassínio dos comerciantes locais - até ao Edifício Transparente, símbolo de tudo o que NÃO deve ser feito numa cidade, essas asneiras levam hoje a uma série de efeitos dos quais passo a elencar apenas os que a mim me parecem mais evidentes e não necessariamente os mais graves:
- a completa desertificação da Baixa, transformada numa espécie de hipermercado de escritórios de advogados e consultórios médicos que a partir das sete encerra deixando apenas ruas desertas onde não se pode andar a pé em segurança
- um sistema de transportes públicos que se arrasta em vez de andar. Não transporta senão aqueles que não outra escolha. Actualmente no Porto, só não anda de carro quem não pode - o transporte público é "para os pobres". Esta tendência é hoje quase uma característica cultural, tão grave cá no Porto como no resto do país.
- o completo desaproveitamento das áreas históricas mais valiosas, nomeadamente da Ribeira e da Foz. Hoje ir à ribeira significa ir a Gaia enquanto na Foz se optou por restaurantes caros em vez de jardins e passeios públicos.
Para inverter estas tendências será necessário uma mudança de política de urbanismo e de atitude dos cidadãos face à sua cidade. No que respeita exclusivamente ao Porto eu apontaria o seguinte:
- revitalização da baixa. Esta frase é quase um lugar comum mas nunca parece ser levada a sério. Isso implica a criação de incentivos (alguns creio que até já existem) para jovens (como eu) remodelarem as casas da Baixa e lá residirem. Como é evidente isto passa pela criação de outras condições como estacionamento para os moradores e transporte público que funcione
- redesenho da rede de transportes públicos. Este processo já está a ser feito e creio que não da melhor maneira. O maior exemplo é sem dúvida o Metro que é provavelmente o único Metro da Europa que não passa por nenhum pólo universitário relevante. Parece incrível mas é verdade! Já fiz a linha toda de Matosinhos a Campanhã em hora de ponta e praticamente não há estudantes a utilizá-la. Ao ler o artigo do Público (já citado no blog) sobre a opção Av. Boavista em vez da opção Campo Alegre, mais preocupado fico. É evidente (especialmente para quem já lá estudou) que o absurdo de carros que todos os dias entopem a Praça do Império e o Campo Alegre poderia ser drasticamente reduzido se houvesse alternativas reais de transporte.
- alteração dos horários do comércio. A questão dos horários do comércio é sem dúvida a questão em que os argumentos mais inacreditáveis tem prevalecido sobre as mais elementares regras de bom senso. Confrontados com a comodidade, estacionamento e entretenimento fornecidos pelos Centros Comerciais, os comerciantes da baixa respondem como horários desajustados, fechando as portas nos horários que as pessoas lá podem ir. Não me alargo aqui neste argumento já repetidamente discutido mas pergunto o seguinte: o que foi feito com o milhão de contos que foi dado pelo Grupo Amorim à Associação de Comerciantes? Alguém me consegue apontar alguma medida por pequena que seja que de facto tenha contribuído para levar as pessoas a comprar na baixa? As Associações de Comerciantes existem para revitalizar o comércio ou para manter leis e privilégios de há 50 anos atrás??? Quase que se pode dizer que hoje só compra na Baixa quem vai "aos chineses", esses sim, verdadeiros comerciantes.
Estes são apenas 3 pontos dos muitos mais que certamente haverá. Resta-me apenas o argumento mais "estrutural" de todos: o do POrto Metropolitano, ainda tão pouco discutido. O Porto é uma cidade que está limitada por um lado pelo Rio (o Douro, não o outro) e por outro, pela Circunvalação. Uma grande percentagem das pessoas que convivem diariamente com os problemas do Porto vivem em Gaia, na Maia, em Matosinhos, em Gondomar, etc etc pelo que na minha opinião a maioria das questões, a começar pela Rede de Transportes Públicos, tem de ser discutida de uma forma integrada. Ora hoje é precisamente o contrário disso que vemos dado que até as Câmaras com a mesma côr política não se entendem. A Junta Metropolitana do Porto é uma estrutura que não se tem conseguido impôr. Como é possível que os milhares de pessoas que todos os dias vem de gaia para o Porto ainda não possam vir de Metro? Se foi possivel a construção em tempo recorde de uma linha para o Estádio do Dragão a tempo do Euro 2004 (de que aliás sou "heavy user") porque é que não é possivel fazer o mesmo em Gaia, Maia e Gondomar? A Av da Boavista faz-se de Autocarro de houver corredores BUS em condições! E acreditem que corredores Bus não custam 155 Milhões de Euros....
É óptimo haver um sítio destes, um fórum aberto de discussão pública e intercâmbio de ideias. Não acho que fosse necessário ou seuqre útil fazer isto num fórum gerido pela CMP, uma vez que os problemas aqui debatidos estão muito longe de serem exclusivos da CMP, cuja vocação não é gerir sites e fóruns de discussão. Acredito muito mais nos fóruns fundados e geridos pela tão falada "sociedade civil", gosto muito mais das manifestações espontâneas e genuínas e gosto menos das que são "caucionadas" oficialmente. O site da Câmara deve ter é informação para o munícipe de forma exaustiva e atempada quer seja o PDM e documentação anexa, quer seja outra coisa qualquer.
Para finalizar só posso desejar que tanta sugestão seja transformada em algumas acções CONCRETAS que livem o Porto (e a Maia e Matosinhos e Gaia e Gondomar) do caos urbanístico que hoje se verifica.
José Pedro Lima
A meu ver os crimes urbanísticos que tem sido cometidos nos últimos anos no Porto não tem remédio. É pena, mas é mesmo assim. Tudo o que podemos fazer hoje é minimizar, e talvez reverter, a sucessão de asneiras dos últimos anos. Desde a Praça Carlos Alberto - verdadeira tentativa de assassínio dos comerciantes locais - até ao Edifício Transparente, símbolo de tudo o que NÃO deve ser feito numa cidade, essas asneiras levam hoje a uma série de efeitos dos quais passo a elencar apenas os que a mim me parecem mais evidentes e não necessariamente os mais graves:
- a completa desertificação da Baixa, transformada numa espécie de hipermercado de escritórios de advogados e consultórios médicos que a partir das sete encerra deixando apenas ruas desertas onde não se pode andar a pé em segurança
- um sistema de transportes públicos que se arrasta em vez de andar. Não transporta senão aqueles que não outra escolha. Actualmente no Porto, só não anda de carro quem não pode - o transporte público é "para os pobres". Esta tendência é hoje quase uma característica cultural, tão grave cá no Porto como no resto do país.
- o completo desaproveitamento das áreas históricas mais valiosas, nomeadamente da Ribeira e da Foz. Hoje ir à ribeira significa ir a Gaia enquanto na Foz se optou por restaurantes caros em vez de jardins e passeios públicos.
Para inverter estas tendências será necessário uma mudança de política de urbanismo e de atitude dos cidadãos face à sua cidade. No que respeita exclusivamente ao Porto eu apontaria o seguinte:
- revitalização da baixa. Esta frase é quase um lugar comum mas nunca parece ser levada a sério. Isso implica a criação de incentivos (alguns creio que até já existem) para jovens (como eu) remodelarem as casas da Baixa e lá residirem. Como é evidente isto passa pela criação de outras condições como estacionamento para os moradores e transporte público que funcione
- redesenho da rede de transportes públicos. Este processo já está a ser feito e creio que não da melhor maneira. O maior exemplo é sem dúvida o Metro que é provavelmente o único Metro da Europa que não passa por nenhum pólo universitário relevante. Parece incrível mas é verdade! Já fiz a linha toda de Matosinhos a Campanhã em hora de ponta e praticamente não há estudantes a utilizá-la. Ao ler o artigo do Público (já citado no blog) sobre a opção Av. Boavista em vez da opção Campo Alegre, mais preocupado fico. É evidente (especialmente para quem já lá estudou) que o absurdo de carros que todos os dias entopem a Praça do Império e o Campo Alegre poderia ser drasticamente reduzido se houvesse alternativas reais de transporte.
- alteração dos horários do comércio. A questão dos horários do comércio é sem dúvida a questão em que os argumentos mais inacreditáveis tem prevalecido sobre as mais elementares regras de bom senso. Confrontados com a comodidade, estacionamento e entretenimento fornecidos pelos Centros Comerciais, os comerciantes da baixa respondem como horários desajustados, fechando as portas nos horários que as pessoas lá podem ir. Não me alargo aqui neste argumento já repetidamente discutido mas pergunto o seguinte: o que foi feito com o milhão de contos que foi dado pelo Grupo Amorim à Associação de Comerciantes? Alguém me consegue apontar alguma medida por pequena que seja que de facto tenha contribuído para levar as pessoas a comprar na baixa? As Associações de Comerciantes existem para revitalizar o comércio ou para manter leis e privilégios de há 50 anos atrás??? Quase que se pode dizer que hoje só compra na Baixa quem vai "aos chineses", esses sim, verdadeiros comerciantes.
Estes são apenas 3 pontos dos muitos mais que certamente haverá. Resta-me apenas o argumento mais "estrutural" de todos: o do POrto Metropolitano, ainda tão pouco discutido. O Porto é uma cidade que está limitada por um lado pelo Rio (o Douro, não o outro) e por outro, pela Circunvalação. Uma grande percentagem das pessoas que convivem diariamente com os problemas do Porto vivem em Gaia, na Maia, em Matosinhos, em Gondomar, etc etc pelo que na minha opinião a maioria das questões, a começar pela Rede de Transportes Públicos, tem de ser discutida de uma forma integrada. Ora hoje é precisamente o contrário disso que vemos dado que até as Câmaras com a mesma côr política não se entendem. A Junta Metropolitana do Porto é uma estrutura que não se tem conseguido impôr. Como é possível que os milhares de pessoas que todos os dias vem de gaia para o Porto ainda não possam vir de Metro? Se foi possivel a construção em tempo recorde de uma linha para o Estádio do Dragão a tempo do Euro 2004 (de que aliás sou "heavy user") porque é que não é possivel fazer o mesmo em Gaia, Maia e Gondomar? A Av da Boavista faz-se de Autocarro de houver corredores BUS em condições! E acreditem que corredores Bus não custam 155 Milhões de Euros....
É óptimo haver um sítio destes, um fórum aberto de discussão pública e intercâmbio de ideias. Não acho que fosse necessário ou seuqre útil fazer isto num fórum gerido pela CMP, uma vez que os problemas aqui debatidos estão muito longe de serem exclusivos da CMP, cuja vocação não é gerir sites e fóruns de discussão. Acredito muito mais nos fóruns fundados e geridos pela tão falada "sociedade civil", gosto muito mais das manifestações espontâneas e genuínas e gosto menos das que são "caucionadas" oficialmente. O site da Câmara deve ter é informação para o munícipe de forma exaustiva e atempada quer seja o PDM e documentação anexa, quer seja outra coisa qualquer.
Para finalizar só posso desejar que tanta sugestão seja transformada em algumas acções CONCRETAS que livem o Porto (e a Maia e Matosinhos e Gaia e Gondomar) do caos urbanístico que hoje se verifica.
José Pedro Lima
De: TAF - "SRU presta contas"
N'O Comércio do Porto: "Comissão da SRU explica trabalho à Câmara do Porto".
Espera-se para breve a disponibilidade pública do estudo da FEUP sobre a Baixa.
Espera-se para breve a disponibilidade pública do estudo da FEUP sobre a Baixa.
De: Alexandre Burmester - "Metro na Boavista"
Está praticamente dado como certo a inclusão do Metro na Av. da Boavista.
Aqui "Metro", deveria ser lido como:
Sistema ferroviário, uma vez que tem quase as mesmas infraestruturas que o comboio, com a velocidade do Eléctrico, 40 km/h, e com o derrube de todas as arvores da Avenida, ao mísero custo de 155 milhões de euros.
Às perguntas pertinentes de para quê e para quem, e porquê???? Parece que à semelhança de algumas manifestações que tenho feito aqui, mais alguém está de acordo. Ainda bem.
Leia-se por favor a notícia abaixo....é no mínimo insólito
"Menezes Diz Que Metro na Avenida da Boavista É "Crime""
E na continuação do mesmo assunto, siga-se a leitura de:
"Meti cunha a Durão para ser recebido na Metro"
Aqui "Metro", deveria ser lido como:
Sistema ferroviário, uma vez que tem quase as mesmas infraestruturas que o comboio, com a velocidade do Eléctrico, 40 km/h, e com o derrube de todas as arvores da Avenida, ao mísero custo de 155 milhões de euros.
Às perguntas pertinentes de para quê e para quem, e porquê???? Parece que à semelhança de algumas manifestações que tenho feito aqui, mais alguém está de acordo. Ainda bem.
Leia-se por favor a notícia abaixo....é no mínimo insólito
"Menezes Diz Que Metro na Avenida da Boavista É "Crime""
E na continuação do mesmo assunto, siga-se a leitura de:
"Meti cunha a Durão para ser recebido na Metro"
2004/06/28
De: TAF - "Entrevista - SRU"
Por gentileza de Ana Cristina Gomes d'O Comércio do Porto, aqui fica o apontador para o ficheiro com uma entrevista publicada nesse jornal a 5 de Fevereiro passado. O entrevistado é Joaquim Branco, responsável pela Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto.
De: Cristina Santos - "Ainda não percebi o cientifico da questão..."
Caro amigo Armando Peixoto
Em primeiro lugar solicito-lhe que troque Sr.ª por menina , porque eu ainda sou uma jovem na nova escala da cronologia...
Depois nunca foi minha intenção considerar a sua participação desajustada, alias que é da discussão que saí o resultado, em relação à Cidade Futuro promete-nos a Dr.a Ana encaminhar a mensagem e em breve seremos esclarecidos.
No entanto e quanto à presença final, na hierarquia do organograma que Câmara apresenta para este projecto, da biomédica e da biotecnologia, parecem-me a base para a definição da reconstrução histórica dos saberes, alias analisando novamente o organograma, considero que ou a pirâmide está invertida ou não se depreende o verdadeiro sentido da coisa, ou a sua relação causa-efeito.
Com tudo e apetrechando-me para mais uma participação, espero em breve conhecer o verdadeiro teor deste projecto a fim de participar no Tema Ciências Sociais e Humanas. Uma tese sobre a Vida das nossas antigas sopeiras, do Povo tripeiro, dos seu espírito, depois crio um teatro de Rua para ser visto do tal autocarro cientifico, (esperemos que não seja poluente) e depois a consagração da minha pessoa como cientista das teses da vida urbana da Invicta.
Desculpem-me estar a opinar sem ter conhecimento aprofundado, mas parece-me que o tema é mais justificativo da criação do tal autocarro turístico «Viva a Cidade » de que outra coisa qualquer..., o autocarro e a divulgação do cariz do Porto parece-me uma boa aposta, o que não entendo é o que é que isso tem a ver com a ciência que incluem na base da Piramide...
Cristina Santos
Em primeiro lugar solicito-lhe que troque Sr.ª por menina , porque eu ainda sou uma jovem na nova escala da cronologia...
Depois nunca foi minha intenção considerar a sua participação desajustada, alias que é da discussão que saí o resultado, em relação à Cidade Futuro promete-nos a Dr.a Ana encaminhar a mensagem e em breve seremos esclarecidos.
No entanto e quanto à presença final, na hierarquia do organograma que Câmara apresenta para este projecto, da biomédica e da biotecnologia, parecem-me a base para a definição da reconstrução histórica dos saberes, alias analisando novamente o organograma, considero que ou a pirâmide está invertida ou não se depreende o verdadeiro sentido da coisa, ou a sua relação causa-efeito.
Com tudo e apetrechando-me para mais uma participação, espero em breve conhecer o verdadeiro teor deste projecto a fim de participar no Tema Ciências Sociais e Humanas. Uma tese sobre a Vida das nossas antigas sopeiras, do Povo tripeiro, dos seu espírito, depois crio um teatro de Rua para ser visto do tal autocarro cientifico, (esperemos que não seja poluente) e depois a consagração da minha pessoa como cientista das teses da vida urbana da Invicta.
Desculpem-me estar a opinar sem ter conhecimento aprofundado, mas parece-me que o tema é mais justificativo da criação do tal autocarro turístico «Viva a Cidade » de que outra coisa qualquer..., o autocarro e a divulgação do cariz do Porto parece-me uma boa aposta, o que não entendo é o que é que isso tem a ver com a ciência que incluem na base da Piramide...
Cristina Santos
De: TAF - "Finalmente a informação"
Desta vez a Câmara cumpriu o que tinha prometido: embora atrasados, os relatórios que acompanham a nova proposta de PDM já estão online no site da CMP.