2004/06/25
De: Armando Peixoto - "Por um Porto melhor"
No outro dia passei pela nova estação de metro do Bolhão. Reparei que foi feita uma intervenção total na rua de Alexandre Braga (ao lado do mercado) , mas ficou-me um amargo de boca. Sendo aquela uma rua que está quase "a mais" no que diz respeito ao trânsito automóvel, não seria muito mais adequado servir apenas para peões? Aproveitar e colocar algum verde e algumas explanadas? Sinceramente, sempre gostei de ruas com árvores ( e acho que toda a gente gosta), uma vez que as árvores dão outra cor e vivacidade, e vejo ali, após realizadas as obras de requalificação, mais uma oportunidade perdida.
Ouvi também na rádio anunciar que iam ser tomadas medidas para evitar o estacionamento anárquico na ribeira! Afinal nem tudo corre mal!! Pena que sejam necessários vários anos para ver o que era óbvio... A vergonha que era, na suposta zona turística da cidade, ter carros em cima dos passeios junto ao rio e ver os turistas num zig-zag constante. Já para não falar no mau aspecto... Ribeira só para peões, moradores e cargas/descargas finalmente (espero eu...)!!
Queria também dar uma sugestão: em muitas cidades dessa Europa fora, utilizam-se equemas de via pública que não incluem o tradicional desnível entre passeio e faixa de rodagem. Uma vez que o Porto tem muitas ruelas apertadas em que o passeio mal dá para uma pessoa passar, não seria boa ideia fazer o mesmo?
Um bom fim de semana para todos,
Armando Peixoto
Ouvi também na rádio anunciar que iam ser tomadas medidas para evitar o estacionamento anárquico na ribeira! Afinal nem tudo corre mal!! Pena que sejam necessários vários anos para ver o que era óbvio... A vergonha que era, na suposta zona turística da cidade, ter carros em cima dos passeios junto ao rio e ver os turistas num zig-zag constante. Já para não falar no mau aspecto... Ribeira só para peões, moradores e cargas/descargas finalmente (espero eu...)!!
Queria também dar uma sugestão: em muitas cidades dessa Europa fora, utilizam-se equemas de via pública que não incluem o tradicional desnível entre passeio e faixa de rodagem. Uma vez que o Porto tem muitas ruelas apertadas em que o passeio mal dá para uma pessoa passar, não seria boa ideia fazer o mesmo?
Um bom fim de semana para todos,
Armando Peixoto
De: TAF - "A novela do PDM..."
Acabei de deixar mais esta mensagem no Espaço de Diálogo" da CMP:
Escreveu a Dra. Ana Castro:
"Quanto às cartas,andamos também a fazer um esforço para as disponibilizar via Net,mas não posso desde já comprometer-me com uma data. Mesmo tendo em atenção o curto tempo de discussão,é um compromiso que não posso assumir desde já porque não avaliei ainda se tenho condições para o cumprir."
Mais uma vez aqui fica a oferta da minha disponibilidade para pelo menos analisar o caso. Não estou a imaginar que especial dificuldade tenha este problema, até porque já executei procedimentos semelhantes para colocar online informação cartográfica de outra autarquia.
Contudo, para que as cartas ainda possam ter algum uso dentro do prazo da discussão, é fundamental que seja informado urgentemente de qual a situação e quais as dificuldades que a CMP não conseguiu resolver em tempo útil, como seria _sua_obrigação_.
A disponibilização destes dados na Internet não pode ser considerado como um "brilharete", um "extra", uma "inovação experimental". Hoje em dia é um requisito _fundamental_ para que os munícipes possam exercer o seu direito de participação cívica. Independentemente de eventuais boas-vontades e/ou dificuldades concretas, o facto é que a CMP está gravemente em falta para com os portuenses também neste aspecto.
Cumprimentos.
Escreveu a Dra. Ana Castro:
"Quanto às cartas,andamos também a fazer um esforço para as disponibilizar via Net,mas não posso desde já comprometer-me com uma data. Mesmo tendo em atenção o curto tempo de discussão,é um compromiso que não posso assumir desde já porque não avaliei ainda se tenho condições para o cumprir."
Mais uma vez aqui fica a oferta da minha disponibilidade para pelo menos analisar o caso. Não estou a imaginar que especial dificuldade tenha este problema, até porque já executei procedimentos semelhantes para colocar online informação cartográfica de outra autarquia.
Contudo, para que as cartas ainda possam ter algum uso dentro do prazo da discussão, é fundamental que seja informado urgentemente de qual a situação e quais as dificuldades que a CMP não conseguiu resolver em tempo útil, como seria _sua_obrigação_.
A disponibilização destes dados na Internet não pode ser considerado como um "brilharete", um "extra", uma "inovação experimental". Hoje em dia é um requisito _fundamental_ para que os munícipes possam exercer o seu direito de participação cívica. Independentemente de eventuais boas-vontades e/ou dificuldades concretas, o facto é que a CMP está gravemente em falta para com os portuenses também neste aspecto.
Cumprimentos.
De: Armando Peixoto - "Cidade Ciência"
Quanto ao projecto "Cidade Ciência", segui o conselho da Sra. Cristina Santos e fui pesquisar o site da CM Porto. De facto, é verdade que o projecto tem uma vertente "histórico-científica" e outra ligada às ciências humanas. Mas o projecto também tem uma faceta "futurista" como a Sra Cristina lhe chamou.
Como diz o site, "a academia da cidade encontrará, no projecto "Porto Cidade da Ciência", um clima catalizador da investigação, um ambiente gerador de coerência na projecção das várias linhas de investigação".
Como se pode ver, é objectivo do programa também impulsionar a investigação. Num ficheiro PDF a que se pode aceder também no site, além das iniciativas mais "expositivas" da ciência na cidade, como o "roteiro dos cientistas" ou o autocarro VivaCidade", estão também projectos como: "instrumentos de apoio a I&D em Biotecnologia e Biomedicina" e "instrumentos de apoio a I&D em ciências sociais e humanas e ciências exactas e tecnológicas".
Assim sendo, creio que a minha anterior referência a este projecto não estava assim tão desfasada, e verifico com felicidade que a câmara do Porto não se ia limitar a um projecto quase "contemplativo", mas a um projecto incentivador à investigação e desenvolvimento científico na cidade.
Armando Peixoto
Como diz o site, "a academia da cidade encontrará, no projecto "Porto Cidade da Ciência", um clima catalizador da investigação, um ambiente gerador de coerência na projecção das várias linhas de investigação".
Como se pode ver, é objectivo do programa também impulsionar a investigação. Num ficheiro PDF a que se pode aceder também no site, além das iniciativas mais "expositivas" da ciência na cidade, como o "roteiro dos cientistas" ou o autocarro VivaCidade", estão também projectos como: "instrumentos de apoio a I&D em Biotecnologia e Biomedicina" e "instrumentos de apoio a I&D em ciências sociais e humanas e ciências exactas e tecnológicas".
Assim sendo, creio que a minha anterior referência a este projecto não estava assim tão desfasada, e verifico com felicidade que a câmara do Porto não se ia limitar a um projecto quase "contemplativo", mas a um projecto incentivador à investigação e desenvolvimento científico na cidade.
Armando Peixoto
De: TAF - "Mais informação do PDM"
Segundo está escrito no site da CMP, os documentos da proposta do PDM em discussão pública que falta disponibilizar online estarão acessíveis na próxima segunda feira. Ver para crer... ;-)
De: Cristina Santos - "QUANTOS METROS DE ESPAÇO VERDE"
Dizia-me à pouco que o Porto afinal até tem muitos espaços Verdes, o mal é que os cidadãos se tinham esquecido de os usar.
Parque da Cidade, Quinta do Covelo, Barão Nova Sintra, Palácio de Cristal, aquele enorme perto da Corujeira, não falando dos pequenos espaços como Rotunda, Praça Velásquez , republica, etc... Todo este espaço representa alguns m2 de area.
Daí que e efectuados os cálculos estatísticos, até resulte alguns metros por habitante, feitas assim as contas matemáticas, talvez seja correcto o resultado apresentado para a qualidade de vida no Porto.
É verdade.
Porque não fazemos uso destes espaços?
Cristina Santos
Parque da Cidade, Quinta do Covelo, Barão Nova Sintra, Palácio de Cristal, aquele enorme perto da Corujeira, não falando dos pequenos espaços como Rotunda, Praça Velásquez , republica, etc... Todo este espaço representa alguns m2 de area.
Daí que e efectuados os cálculos estatísticos, até resulte alguns metros por habitante, feitas assim as contas matemáticas, talvez seja correcto o resultado apresentado para a qualidade de vida no Porto.
É verdade.
Porque não fazemos uso destes espaços?
Cristina Santos
De: Cristina Santos - "Porto - tambem é vitima Nacional"
Ora se genericamente e de forma absoluta, pretender ver aqui discutida a produtividade, a eficiência e a qualidade TRIPEIRA elevando-a à escala nacional, claro está que se considera geralmente muito abaixo do exigido.
Em primeiro lugar resulta a nossa legislação de uma época pouco concisa, desde o 25 de Abril que se assiste à política da intervenção resultante do imprevisto e não do previsível.
Nestes patamares e no que concerne as actualizações legislativas resultantes da adesão à união europeia, o legislador cria leis para cumprir ao fim de dez ou mais anos, nunca adaptadas à realidade e inexperiência do País.
As discussões nacionais tendem sempre para a polémica e revelam das massas a ignorância da verdadeira questão ou benefício, o encaminhamento ou a chamada social à discussão, é traduzida pelos nossos executivos em causas pessoais e próprias, afastando permanentemente o povo da verdadeira questão e dirigindo as massas para o voto eleitoral.
Não revelam por isso os nossos governantes sentido nacional, mas sim sentido de oportunidade, ganhos acrescidos e poder.
Para Portugal é exigido uma acção governativa de rédea «curta», dado o pouco sentido de benefício público ou coerência com a democracia, o Povo Português precisa de ser orientado.
Como novatos nestas coisas de discussão pública, vamos dando os primeiros passos, por isso aqueles que incondicionalmente defendem o passado, não pretendem evitar a evolução, pretendem sim que nas novas medidas a adoptar, se considerem as coisas boas do passado. Se a nossa Revista ou teatro de critica, tivesse adoptado novos cenários, novos enquadramentos, uma linguagem mais erudita, não estaria hoje à beira da banca rota. Se tivesse permitido a si própria a evolução, não lutava hoje, para a integração no novo teatro, dos tradicionais conceitos de Revista, hoje corre o risco de ser completamente adulterada por um parecer qualquer europeu
O mesmo acontece em todas as áreas e em todas as Cidades, o Porto não se pode fechar para a evolução, mas é preciso debater durante algum tempo aquilo que se conserva e aquilo que se modifica.
Porque alterações radicais, sem fio de seguimento, resultam em Projectos escandalosos, criar uma Exponor e não ter empresas significa ter a reprodução de um centro estrangeiro no meio do nada Projectos que sirvam os cidadãos tal como eles se apresentam, mais técnicos, mais líricos. E não que sirvam fotocopia europeia
Quanto aos títulos, não lhes dou nenhum proveito se estes não tiverem uma aplicação prática da área, superior a 20 anos (o tal doutoramento).
Gostei alias de ver na nossa principal festa., a grande proximidade ao poder autárquico, quando entre os predisponentes, se ouvia «Ora agora é o Menezes Não desculpa Lá mas este fogo ainda é do Rui Rio »
Cristina Santos
Em primeiro lugar resulta a nossa legislação de uma época pouco concisa, desde o 25 de Abril que se assiste à política da intervenção resultante do imprevisto e não do previsível.
Nestes patamares e no que concerne as actualizações legislativas resultantes da adesão à união europeia, o legislador cria leis para cumprir ao fim de dez ou mais anos, nunca adaptadas à realidade e inexperiência do País.
As discussões nacionais tendem sempre para a polémica e revelam das massas a ignorância da verdadeira questão ou benefício, o encaminhamento ou a chamada social à discussão, é traduzida pelos nossos executivos em causas pessoais e próprias, afastando permanentemente o povo da verdadeira questão e dirigindo as massas para o voto eleitoral.
Não revelam por isso os nossos governantes sentido nacional, mas sim sentido de oportunidade, ganhos acrescidos e poder.
Para Portugal é exigido uma acção governativa de rédea «curta», dado o pouco sentido de benefício público ou coerência com a democracia, o Povo Português precisa de ser orientado.
Como novatos nestas coisas de discussão pública, vamos dando os primeiros passos, por isso aqueles que incondicionalmente defendem o passado, não pretendem evitar a evolução, pretendem sim que nas novas medidas a adoptar, se considerem as coisas boas do passado. Se a nossa Revista ou teatro de critica, tivesse adoptado novos cenários, novos enquadramentos, uma linguagem mais erudita, não estaria hoje à beira da banca rota. Se tivesse permitido a si própria a evolução, não lutava hoje, para a integração no novo teatro, dos tradicionais conceitos de Revista, hoje corre o risco de ser completamente adulterada por um parecer qualquer europeu
O mesmo acontece em todas as áreas e em todas as Cidades, o Porto não se pode fechar para a evolução, mas é preciso debater durante algum tempo aquilo que se conserva e aquilo que se modifica.
Porque alterações radicais, sem fio de seguimento, resultam em Projectos escandalosos, criar uma Exponor e não ter empresas significa ter a reprodução de um centro estrangeiro no meio do nada Projectos que sirvam os cidadãos tal como eles se apresentam, mais técnicos, mais líricos. E não que sirvam fotocopia europeia
Quanto aos títulos, não lhes dou nenhum proveito se estes não tiverem uma aplicação prática da área, superior a 20 anos (o tal doutoramento).
Gostei alias de ver na nossa principal festa., a grande proximidade ao poder autárquico, quando entre os predisponentes, se ouvia «Ora agora é o Menezes Não desculpa Lá mas este fogo ainda é do Rui Rio »
Cristina Santos
De: Rosa Soares - "Mandam as boas regras..."
Caro Francisco Rocha Antunes:
A minha utilização de título em relação ao Paulo Araújo não pretendeu ser pretensiosismo, mas apenas identificação pessoal, no sentido de melhor inteligibilidade.
Eu também não aprecio o uso de títulos de forma gratuita, mas sim as regras de boa educação e respeito mútuo. Por princípio não me refiro, por exemplo ao Dr. Rui Rio, retirando-lhe o título. Trata-se, neste caso, de uma questão de respeito por um cargo digno de uma importante instituição, que nos merece o máximo respeito, tal como a FCUP.
Cordialmente,
Rosa Soares
A minha utilização de título em relação ao Paulo Araújo não pretendeu ser pretensiosismo, mas apenas identificação pessoal, no sentido de melhor inteligibilidade.
Eu também não aprecio o uso de títulos de forma gratuita, mas sim as regras de boa educação e respeito mútuo. Por princípio não me refiro, por exemplo ao Dr. Rui Rio, retirando-lhe o título. Trata-se, neste caso, de uma questão de respeito por um cargo digno de uma importante instituição, que nos merece o máximo respeito, tal como a FCUP.
Cordialmente,
Rosa Soares
De: F. Rocha Antunes - "não vale a pena reinventar a roda"
Meus caros,
Mais uma vez venho discordar do Paulo Ventura Araújo (esqueçamos os títulos, essa nossa mania em que só os brasileiros nos ultrapassam ao promover a Doutor qualquer utilizador de gravata).
Um PDM é um instrumento importante na definição das regras que têm que ser seguidas por todos os que intervêm na construção da Cidade e tem de ser ambicioso, claro e partir da realidade para ser exequível.
O regulamento anterior tinha uma concepção de estacionamento poética, semelhante há que defende, mas impraticável. Todos temos obrigaçãode sonhar com um futuro diferente, em que o automóvel seja melhor integrado na cidade, mas querer que isso seja feito à força, através de regras irrealistas, é exactamente o que um PDM não deve ser.
O que precisamos é de regras equilibradas, que permitam desenvolver um urbanismo adequado às necessidades e recursos que temos. E perceber de uma vez por todas que só através de regras equilibradas é que se pode vir a conseguir uma cidade mais equilibrada.
Vou usar o seu exemplo dos shoppings para me explicar melhor. Não há ninguém que não arremeça contra os shoppings, mas poucos meditam na razão do seu sucesso.
Primeiro, os shoppings em Portugal devem a sua existência ao facto de termos a mais absurda lei do arrendamento do mundo ocidental, que toda a gente diz que não é compatível com um mercado imobiliárioa maduro, mas o que é certo é que não é mudada.
A existência dessa lei transformou uma classe dinâmica e inovadora, os comerciantes, em especuladores à custa da propriedade alheia. Quem não tem saudades da inovação, da garra e do brio comercial dos comerciantes desta cidade? E aonde se encontram agora os comerciantes dinâmicos, inovadores e com garra? Nos shoppings, é claro.
Depois, os shoppings são definidos tendo como prioridade absoluta a adaptação às necessidades dos consumidores. Que mudaram e muito nos últimos 20 anos. E isso dá os seus frutos.E nós, como consumidores, preferimos quem sonha com os nossos desejos a quem nos faz o favor de nos vender alguma coisa. E premiamos quem o faz melhor. Nada mais simples.Só para concretizar no tempo, é admissível que ontem, dia do jogo do nosso contentamento, vários cafés da zona da Cordoaria estivessem fechados, só porque era feriado? Que comerciantes são estes?
Depois, a concorrência, tão odiada entre nós, tem os seus efeitos. Quem não percebe isso, está no século XIX, não no XXI. E o que temos de fazer para recuperar as cidades é criar condições, em todos os aspectos, para que as pessoas prefiram as cidades à periferia. Senão, ainda transformamos o centro do Porto na futura Conímbriga.
O que é verdade é que temos feito tudo para que a vida no centro seja impossível:
- as obras arrastam-se interminávelmente tornando o centro numa zona a evitar por todos os que vivem nesta região
- a articulação dos transportes públicos em função do conforto da sua utilização é uma miragem
- a indefinição em aspectos essenciais da mobilidade, como a complementaridade entre o metro e uma nova geração de eléctricos rápidos, é total. Na dúvida, continuam a "plantar" mais uns trilhos..
- continua a ser permitida a alteração de uso dos imóveis de habitação para escritórios como se a única coisa que importa é definir o que se pode construir, esquecendo-se a importância da manutenção do zonamento dos usos na formação do mercado
- não existe uma rigorosa fiscalização do estacionamento, sempre com a desculpa das obras. Nem se percebe que por causa disso, se "rebentou" com um dos mais promissores segmentos de investimento imobiliário, o do estacionamento público com dinheiro privado, se calhar tão necessário agora em que as soluções criativas de estacionamento eram tão importantes..
E tudo isto porque não entedemos que há regras que devem ser cumpridas:
1 . Os calendários têm de ser realistas mas têm de ser cumpridos.
2. O investimento a longo prazo, aquele que interessa a qualquer cidade, precisa de ser respeitado. E isso implica que não se podem alterar as regras a meio do jogo
3. As penalizações são para serem aplicadas, com justiça mas em tempo.
4. Quem faz melhor, merece ser premiado. Quem investe tem direito ao retorno do seu investimento. Só apostando na repetição do investimento é que se consegue atingir uma qualidade acima da média.
Por último, falta-nos muito trabalho. Não é possível sustentar uma economia moderna e competitiva apenas na capacidade de improviso. E isso depende de cada um de nós. Todos temos que perceber que a regra mais importante é a qualidade do trabalho que fazemos, não a quantidade de horas que perdemos com as coisas que desempenhamos.
Dá trabalho analisar PDM's sériamente. Dá trabalho ver como se fazem noutros sítios para que as coisas funcionem melhor. Dá trabalho propor alternativas viáveis ao que nos é proposto. Dá trabalho estudar e aprender o que não se sabe para que as nossas opiniões não sejam superficiais. Dá trabalho envolvermo-nos nas questões que nos interessam. Mas não há outra forma de se evoluir.
E viva a polémica, e vivam as discussões públicas.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
Mais uma vez venho discordar do Paulo Ventura Araújo (esqueçamos os títulos, essa nossa mania em que só os brasileiros nos ultrapassam ao promover a Doutor qualquer utilizador de gravata).
Um PDM é um instrumento importante na definição das regras que têm que ser seguidas por todos os que intervêm na construção da Cidade e tem de ser ambicioso, claro e partir da realidade para ser exequível.
O regulamento anterior tinha uma concepção de estacionamento poética, semelhante há que defende, mas impraticável. Todos temos obrigaçãode sonhar com um futuro diferente, em que o automóvel seja melhor integrado na cidade, mas querer que isso seja feito à força, através de regras irrealistas, é exactamente o que um PDM não deve ser.
O que precisamos é de regras equilibradas, que permitam desenvolver um urbanismo adequado às necessidades e recursos que temos. E perceber de uma vez por todas que só através de regras equilibradas é que se pode vir a conseguir uma cidade mais equilibrada.
Vou usar o seu exemplo dos shoppings para me explicar melhor. Não há ninguém que não arremeça contra os shoppings, mas poucos meditam na razão do seu sucesso.
Primeiro, os shoppings em Portugal devem a sua existência ao facto de termos a mais absurda lei do arrendamento do mundo ocidental, que toda a gente diz que não é compatível com um mercado imobiliárioa maduro, mas o que é certo é que não é mudada.
A existência dessa lei transformou uma classe dinâmica e inovadora, os comerciantes, em especuladores à custa da propriedade alheia. Quem não tem saudades da inovação, da garra e do brio comercial dos comerciantes desta cidade? E aonde se encontram agora os comerciantes dinâmicos, inovadores e com garra? Nos shoppings, é claro.
Depois, os shoppings são definidos tendo como prioridade absoluta a adaptação às necessidades dos consumidores. Que mudaram e muito nos últimos 20 anos. E isso dá os seus frutos.E nós, como consumidores, preferimos quem sonha com os nossos desejos a quem nos faz o favor de nos vender alguma coisa. E premiamos quem o faz melhor. Nada mais simples.Só para concretizar no tempo, é admissível que ontem, dia do jogo do nosso contentamento, vários cafés da zona da Cordoaria estivessem fechados, só porque era feriado? Que comerciantes são estes?
Depois, a concorrência, tão odiada entre nós, tem os seus efeitos. Quem não percebe isso, está no século XIX, não no XXI. E o que temos de fazer para recuperar as cidades é criar condições, em todos os aspectos, para que as pessoas prefiram as cidades à periferia. Senão, ainda transformamos o centro do Porto na futura Conímbriga.
O que é verdade é que temos feito tudo para que a vida no centro seja impossível:
- as obras arrastam-se interminávelmente tornando o centro numa zona a evitar por todos os que vivem nesta região
- a articulação dos transportes públicos em função do conforto da sua utilização é uma miragem
- a indefinição em aspectos essenciais da mobilidade, como a complementaridade entre o metro e uma nova geração de eléctricos rápidos, é total. Na dúvida, continuam a "plantar" mais uns trilhos..
- continua a ser permitida a alteração de uso dos imóveis de habitação para escritórios como se a única coisa que importa é definir o que se pode construir, esquecendo-se a importância da manutenção do zonamento dos usos na formação do mercado
- não existe uma rigorosa fiscalização do estacionamento, sempre com a desculpa das obras. Nem se percebe que por causa disso, se "rebentou" com um dos mais promissores segmentos de investimento imobiliário, o do estacionamento público com dinheiro privado, se calhar tão necessário agora em que as soluções criativas de estacionamento eram tão importantes..
E tudo isto porque não entedemos que há regras que devem ser cumpridas:
1 . Os calendários têm de ser realistas mas têm de ser cumpridos.
2. O investimento a longo prazo, aquele que interessa a qualquer cidade, precisa de ser respeitado. E isso implica que não se podem alterar as regras a meio do jogo
3. As penalizações são para serem aplicadas, com justiça mas em tempo.
4. Quem faz melhor, merece ser premiado. Quem investe tem direito ao retorno do seu investimento. Só apostando na repetição do investimento é que se consegue atingir uma qualidade acima da média.
Por último, falta-nos muito trabalho. Não é possível sustentar uma economia moderna e competitiva apenas na capacidade de improviso. E isso depende de cada um de nós. Todos temos que perceber que a regra mais importante é a qualidade do trabalho que fazemos, não a quantidade de horas que perdemos com as coisas que desempenhamos.
Dá trabalho analisar PDM's sériamente. Dá trabalho ver como se fazem noutros sítios para que as coisas funcionem melhor. Dá trabalho propor alternativas viáveis ao que nos é proposto. Dá trabalho estudar e aprender o que não se sabe para que as nossas opiniões não sejam superficiais. Dá trabalho envolvermo-nos nas questões que nos interessam. Mas não há outra forma de se evoluir.
E viva a polémica, e vivam as discussões públicas.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
De: Cristina Santos - "BAIRROS SOCIAIS TÊM..."
"... ESPAÇOS DE LAZER E APARCAMENTO"
É possível argumentar e detectar enormes anomalias urbanas na produção que foram os Bairros sociais, erróneos na sua localização periférica e lotação sobreversiva.
Contudo, há que realçar a sua enorme valia pública no que diz respeito a criação de espaços de lazer, sport, espaços verdes e aparcamento.
Esses espaços foram talvez configurados para o afastamento de determinada camada social, dispondo nesse aglomerado de blocos de todos os bens públicos essenciais, não tinham os seus habitantes condições ou necessidade de se deslocar à cidade.
No interior destes Bairros, existe escola, pavilhão desportivo, espaços verdes, parque ou mini-parque infantil, aparcamentos, pequenas sedes etc.
O resto da população da Cidade, não faz uso desses espaços, por estes parecerem socialmente comprometidos, no entanto também não encontram no resto da cidade local onde possam realizar um jogo amigável, ensinar os educandos a conduzir uma bicicleta e são portanto obrigados a sair do Porto, considerando-o uma cidade de trabalho e não de lazer.
Tem-se demonstrado impossível para os vários intervenientes conciliar na invicta a modernidade, a edificação o lazer e a qualidade de Vida.
Num projecto ao nível do quarteirão poderíamos optar por demolir o posterior e o miolo de um edifício, e através dele fazer passagem para um espaço verde de lazer comum, mas aí perderíamos a profundidade muitas vezes necessária à reabilitação dos edifícios. Ao nível do centro histórico a confinação dos edifícios nem sequer o permite, sem a demolição de alguns germinados, pelo que aí terá que se optar pela altura, para compensação da demolição necessária.
Em Ruas como Cedofeita, Alvares Cabral é também o uso dos logradouros particulares impossível, dada a consolidação urbana já existente, sem demolir algumas frentes a passagem para acesso comum é claramente inviável.
Assim e sem a demolição de algumas frentes e conversação de edifícios para aparcamento publico, sem a redução do parque habitacional e a retórica compensação em altura, é impossível converter a Cidade num pólo habitacional com qualidade de vida e saúde publica.
Autorize-se a demolição de algumas frentes semi devolutas, aprovisionem-se verbas consideráveis para a expropriação, haja rigor na aplicação destas medidas, reposicionem-se os granitos e talvez se configure um cidade actualmente europeia.
Cristina Santos
É possível argumentar e detectar enormes anomalias urbanas na produção que foram os Bairros sociais, erróneos na sua localização periférica e lotação sobreversiva.
Contudo, há que realçar a sua enorme valia pública no que diz respeito a criação de espaços de lazer, sport, espaços verdes e aparcamento.
Esses espaços foram talvez configurados para o afastamento de determinada camada social, dispondo nesse aglomerado de blocos de todos os bens públicos essenciais, não tinham os seus habitantes condições ou necessidade de se deslocar à cidade.
No interior destes Bairros, existe escola, pavilhão desportivo, espaços verdes, parque ou mini-parque infantil, aparcamentos, pequenas sedes etc.
O resto da população da Cidade, não faz uso desses espaços, por estes parecerem socialmente comprometidos, no entanto também não encontram no resto da cidade local onde possam realizar um jogo amigável, ensinar os educandos a conduzir uma bicicleta e são portanto obrigados a sair do Porto, considerando-o uma cidade de trabalho e não de lazer.
Tem-se demonstrado impossível para os vários intervenientes conciliar na invicta a modernidade, a edificação o lazer e a qualidade de Vida.
Num projecto ao nível do quarteirão poderíamos optar por demolir o posterior e o miolo de um edifício, e através dele fazer passagem para um espaço verde de lazer comum, mas aí perderíamos a profundidade muitas vezes necessária à reabilitação dos edifícios. Ao nível do centro histórico a confinação dos edifícios nem sequer o permite, sem a demolição de alguns germinados, pelo que aí terá que se optar pela altura, para compensação da demolição necessária.
Em Ruas como Cedofeita, Alvares Cabral é também o uso dos logradouros particulares impossível, dada a consolidação urbana já existente, sem demolir algumas frentes a passagem para acesso comum é claramente inviável.
Assim e sem a demolição de algumas frentes e conversação de edifícios para aparcamento publico, sem a redução do parque habitacional e a retórica compensação em altura, é impossível converter a Cidade num pólo habitacional com qualidade de vida e saúde publica.
Autorize-se a demolição de algumas frentes semi devolutas, aprovisionem-se verbas consideráveis para a expropriação, haja rigor na aplicação destas medidas, reposicionem-se os granitos e talvez se configure um cidade actualmente europeia.
Cristina Santos
De: Cristina Santos - "Cidade Ciência"
Cidade Ciência: Considero que subsista neste tema alguma confusão quanto a conceitos ou termos. À partida Ciência e cientistas significam estudo de probabilidades, analises cientificas de uma realidade ainda não descoberta, ou então como me parece o caso do projecto da CMPorto, pode ser a analise do aplicado, do vivido ou do experimentado elevado à potencia máxima de ciencia.
Quando Rui Rio apresenta este projecto, pretende criar pontes de contacto entre as diversas ciências sociais, mas baseando-as não num estudo de uma probabilidade ainda não experimentada, mas sim na recriação de vivências urbanas que poderão ser consideradas Ciências Humanas. «....Será acarinhada a produção de livros sobre a história da produção de saberes na cidade do Porto.Promover-se-à a construção dum roteiro dos cientistas. Homens como Ricardo Jorge, Abel Salazar, Corino de Andrade ou António Maria de Sena, serão consagrados na cidade com esculturas criadas pelos artistas do Porto....Rui Rio»
Não será portanto um projecto futurista, mas um projecto histórico- cientista.... Como tivemos oportunidade de constatar as ciências informáticas não estão incluídas, nem me parece que as ciências médicas, ou investigação cientifica de causas comprovadas estejam incluidas.
Afigura-se mais este projecto a ciências literárias, subjectivas do entendimento da nossa personalidade vivencial e inter-relações urbanísticas, não são dados nem estudos científicos, mas psicologias de saberes usos, tradições, que dificilmente serão cientificamente comprovadas .
Sugiro portanto, e a estar este entendimento demasiado subjectivado, a consulta ao Tema no site da C.M.Porto, na página principal, na tentativa de discutir se o Slogan utilizado não será de outro projecto qualquer, ou até resultado de publicidade enganosa..
Cristina Santos
Quando Rui Rio apresenta este projecto, pretende criar pontes de contacto entre as diversas ciências sociais, mas baseando-as não num estudo de uma probabilidade ainda não experimentada, mas sim na recriação de vivências urbanas que poderão ser consideradas Ciências Humanas. «....Será acarinhada a produção de livros sobre a história da produção de saberes na cidade do Porto.Promover-se-à a construção dum roteiro dos cientistas. Homens como Ricardo Jorge, Abel Salazar, Corino de Andrade ou António Maria de Sena, serão consagrados na cidade com esculturas criadas pelos artistas do Porto....Rui Rio»
Não será portanto um projecto futurista, mas um projecto histórico- cientista.... Como tivemos oportunidade de constatar as ciências informáticas não estão incluídas, nem me parece que as ciências médicas, ou investigação cientifica de causas comprovadas estejam incluidas.
Afigura-se mais este projecto a ciências literárias, subjectivas do entendimento da nossa personalidade vivencial e inter-relações urbanísticas, não são dados nem estudos científicos, mas psicologias de saberes usos, tradições, que dificilmente serão cientificamente comprovadas .
Sugiro portanto, e a estar este entendimento demasiado subjectivado, a consulta ao Tema no site da C.M.Porto, na página principal, na tentativa de discutir se o Slogan utilizado não será de outro projecto qualquer, ou até resultado de publicidade enganosa..
Cristina Santos
2004/06/24
De: TAF - "As tentações regulamentadoras"
Defendo que as regras a que somos obrigados a obedecer devem ser o mais minimalistas possível.
Em particular, não me parece sensato tentar "por decreto" especificar como vai ser a nossa cidade. Os seus habitantes devem ter um grau de liberdade relativamente grande no que respeita à maneira como tratam o seu espaço _privado_. O papel da autarquia e dos regulamentos seria definir apenas normas básicas, simples e claras.
Exemplos: volume de construção permitido, índice de impermeabilização, espaço mínimo para estacionamento. Nada de "cérceas", "cotas de beirais", etc., que como bem chama a atenção JPV implicam um pressuposto de que a construção é um "caixote" e limitam sem qualquer razão a liberdade do arquitecto. Nada de definir se o estacionamento privado é subterrâneo, em altura, ou ao ar livre.
Em alguns locais (como no centro histórico, onde se admite como desejável preservar as suas características distintivas), parece-me recomendável que haja também uma "apreciação estética" ao "aspecto exterior" dos projectos por parte da autarquia. Não me repugna (pelo contrário) que os munícipes "deleguem" nos serviços camarários (supostamente competentes...) essa função de preservar o que se considerou que deve ser preservado no ambiente que é por todos partilhado, e que avaliem o executivo autárquico pela maneira como geriu esses serviços.
Em particular, não me parece sensato tentar "por decreto" especificar como vai ser a nossa cidade. Os seus habitantes devem ter um grau de liberdade relativamente grande no que respeita à maneira como tratam o seu espaço _privado_. O papel da autarquia e dos regulamentos seria definir apenas normas básicas, simples e claras.
Exemplos: volume de construção permitido, índice de impermeabilização, espaço mínimo para estacionamento. Nada de "cérceas", "cotas de beirais", etc., que como bem chama a atenção JPV implicam um pressuposto de que a construção é um "caixote" e limitam sem qualquer razão a liberdade do arquitecto. Nada de definir se o estacionamento privado é subterrâneo, em altura, ou ao ar livre.
Em alguns locais (como no centro histórico, onde se admite como desejável preservar as suas características distintivas), parece-me recomendável que haja também uma "apreciação estética" ao "aspecto exterior" dos projectos por parte da autarquia. Não me repugna (pelo contrário) que os munícipes "deleguem" nos serviços camarários (supostamente competentes...) essa função de preservar o que se considerou que deve ser preservado no ambiente que é por todos partilhado, e que avaliem o executivo autárquico pela maneira como geriu esses serviços.
De: Paulo V. Araújo - "interiores de quarteirões..."
"... e estacionamento"
Várias ideias têm sido aqui afloradas sobre o uso a dar aos espaços no interior dos quarteirões; alvitrou-se até usá-los para estacionamento. Discordo em absoluto de tal opção, mesma na sua versão mais benigna de não impermeabilizar o solo. É que, além dos solos permeáveis, é importante para a ecologia citadina (qualidade do ar, temperatura ambiente, abrigo para pássaros, etc.) que esses espaços se mantenham arborizados, e até que se recupere a vegetação dos que foram indevidamente impermeabilizados.
Não ignoro que o estacionamento é um problema que tem de ser solucionado, sob pena de não haver interessados em ocupar as casas que forem recuperadas. O Porto não está por agora em posição de dissuadir o trânsito automóvel nas suas ruas; embora seja verdade que quem vive no centro da cidade tem muito menos necessidade do automóvel nas suas deslocações diárias, serão poucos aqueles que dele prescindam por completo. Mas há questões globais que não podem ser ignoradas e, a prazo, a presença de automóveis na cidade terá que ser fortemente condicionada (a exemplo do que já se faz em Londres): se assim não for, para quê o pesado investimento no Metro e noutros sistemas de transporte público?
Por isso defendo que a solução para o estacionamento dos novos moradores deve ter um carácter reversível: os espaços assim ocupados devem poder receber outros usos quando o reinado do automóvel chegar ao fim. É que se já houve um tempo sem automóvel, também haverá um futuro sem ele. O parqueamento subterrâneo é uma má solução, por constituir uma destruição irreversível; e para que servirão no futuro esses imensos formigueiros que hoje se constroem? Apesar de algumas profecias em contrário nos clássicos da ficção científica ("The time machine" de H. G. Wells, para dar um só exemplo), e da preferência popular recente por espaços claustrofóbicos (os novos "shoppings"), o ser humano não tem de facto vocação para viver no subsolo.
A melhor solução é pois o estacionamento em altura: em cada um dos quarteirões a recuperar, um número adequado de prédios deve ser reservado para esse fim. Isso implica claramente que a reconstrução se faça quarteirão a quarteirão, mas é justamente isso que a Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto tem advogado.
Quanto aos espaços verdes no interior dos quarteirões, se o bom senso permitir que sejam poupados e recuperados, não é taxativo que o seu melhor uso seja público ou privado. Simpatizo muito com a ideia do jardim do quarteirão, a que os moradores tenham acesso privilegiado - mas, nesse caso, terão que ser eles próprios, e não a Câmara, a pagar a respectiva manutenção (que não tem que ser nenhuma exorbitância, se se evitarem relvados). No caso de quarteirões extensos, como o da Companhia Aurifícia (entre as ruas dos Bragas e de Álvares Cabral) e o das Doze Casas, seria bom aproveitá-los como espaços verdes públicos, como aliás está proposto no próprio PDM.
Paulo Ventura Araújo
Várias ideias têm sido aqui afloradas sobre o uso a dar aos espaços no interior dos quarteirões; alvitrou-se até usá-los para estacionamento. Discordo em absoluto de tal opção, mesma na sua versão mais benigna de não impermeabilizar o solo. É que, além dos solos permeáveis, é importante para a ecologia citadina (qualidade do ar, temperatura ambiente, abrigo para pássaros, etc.) que esses espaços se mantenham arborizados, e até que se recupere a vegetação dos que foram indevidamente impermeabilizados.
Não ignoro que o estacionamento é um problema que tem de ser solucionado, sob pena de não haver interessados em ocupar as casas que forem recuperadas. O Porto não está por agora em posição de dissuadir o trânsito automóvel nas suas ruas; embora seja verdade que quem vive no centro da cidade tem muito menos necessidade do automóvel nas suas deslocações diárias, serão poucos aqueles que dele prescindam por completo. Mas há questões globais que não podem ser ignoradas e, a prazo, a presença de automóveis na cidade terá que ser fortemente condicionada (a exemplo do que já se faz em Londres): se assim não for, para quê o pesado investimento no Metro e noutros sistemas de transporte público?
Por isso defendo que a solução para o estacionamento dos novos moradores deve ter um carácter reversível: os espaços assim ocupados devem poder receber outros usos quando o reinado do automóvel chegar ao fim. É que se já houve um tempo sem automóvel, também haverá um futuro sem ele. O parqueamento subterrâneo é uma má solução, por constituir uma destruição irreversível; e para que servirão no futuro esses imensos formigueiros que hoje se constroem? Apesar de algumas profecias em contrário nos clássicos da ficção científica ("The time machine" de H. G. Wells, para dar um só exemplo), e da preferência popular recente por espaços claustrofóbicos (os novos "shoppings"), o ser humano não tem de facto vocação para viver no subsolo.
A melhor solução é pois o estacionamento em altura: em cada um dos quarteirões a recuperar, um número adequado de prédios deve ser reservado para esse fim. Isso implica claramente que a reconstrução se faça quarteirão a quarteirão, mas é justamente isso que a Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto tem advogado.
Quanto aos espaços verdes no interior dos quarteirões, se o bom senso permitir que sejam poupados e recuperados, não é taxativo que o seu melhor uso seja público ou privado. Simpatizo muito com a ideia do jardim do quarteirão, a que os moradores tenham acesso privilegiado - mas, nesse caso, terão que ser eles próprios, e não a Câmara, a pagar a respectiva manutenção (que não tem que ser nenhuma exorbitância, se se evitarem relvados). No caso de quarteirões extensos, como o da Companhia Aurifícia (entre as ruas dos Bragas e de Álvares Cabral) e o das Doze Casas, seria bom aproveitá-los como espaços verdes públicos, como aliás está proposto no próprio PDM.
Paulo Ventura Araújo
De: Armando Peixoto - "interior de quarteirões,..."
Caro F. Rocha Antunes,
claro que a solução que eu disse não passava apenas por ocupar os espaços interiores com parques! A solução teria sempre de ser mista, aparcamentos no interior dos quarteirões (apenas se a área o justificasse, senão a opção passaria pelos tais jardins) e aparcamento em altura aproveitando alguns edifícios de quarteirão. Mas obviamente que isto passaria por um estudo de viabilidade, que poderia ser positivo em alguns dos quarteirões...
A alternativa de construir debaixo dos edificios já edificados não sei se será muito viável tecnicamente, mas seria, obviamente, uma solução a pensar!
claro que a solução que eu disse não passava apenas por ocupar os espaços interiores com parques! A solução teria sempre de ser mista, aparcamentos no interior dos quarteirões (apenas se a área o justificasse, senão a opção passaria pelos tais jardins) e aparcamento em altura aproveitando alguns edifícios de quarteirão. Mas obviamente que isto passaria por um estudo de viabilidade, que poderia ser positivo em alguns dos quarteirões...
A alternativa de construir debaixo dos edificios já edificados não sei se será muito viável tecnicamente, mas seria, obviamente, uma solução a pensar!
2004/06/23
De: TAF - "Estacionamento"
A propósito do estacionamento no interior dos quarteirões e do índice máximo de impermeabilização, existe uma alternativa que me parece viável e económica: estacionamento ao ar livre, em terreno não impermeabilizado.
Estou a lembrar-me daquela solução típica de ter uma "quadrícula" (ou "rede") de betão sobre terreno relvado, que permite a circulação fácil de veículos sem danificar o solo. Fica elegante (o betão quase não se vê no meio da relva) e é eficaz.
Este tipo de soluções é mais uma razão para que a recuperação da Baixa seja realmente pensada a nível de quarteirão, e não edifício a edifício.
Estou a lembrar-me daquela solução típica de ter uma "quadrícula" (ou "rede") de betão sobre terreno relvado, que permite a circulação fácil de veículos sem danificar o solo. Fica elegante (o betão quase não se vê no meio da relva) e é eficaz.
Este tipo de soluções é mais uma razão para que a recuperação da Baixa seja realmente pensada a nível de quarteirão, e não edifício a edifício.
De: F. Rocha Antunes - "interior de quarteirões,..."
"... estacionamento e espaço verde"
Meus caros,
A propósito da vontade de ocupar os quarteirões, aqui fica um exercício:
Se se quiser cumprir o índice de impermeabilização máximo de 20%, já aqui considerado excessivo (ver abaixo), e se por exemplo, considerarmos um terreno com 2.000 m2 (estou a ser generoso, interiores de quarteirão livres deste tamanho não abundam), só se pode ocupar com estacionamento uma área máxima de 400 m2.
Se se considerar que um lugar de estacionamento ocupa 25 m2 de área bruta, porque é preciso cumprir todos os regulamentos, conseguem-se 16 lugares.
Se continuarmos a imaginar que existem 8 apartamentos por prédio, em média, na zona consolidada, e que há pelo menos dez prédios por quarteirão, teriamos a necessidade de criar 160 lugares. Mesmo que só se quiséssem criar lugares para metade dos moradores (nem imagino a gritaria que seria esta opção), teriámos necessidade de criar 80 lugares.
Ora isso dava, pelas minhas contas, 5 pisos. O que é o limite praticável com o nosso sub-solo sem custos incomportáveis.
Agora, eu exagerei no tamanho dos terrenos e encolhi o numero de prédios. A alternativa é constuir debaixo dos prédios já edificados, ou deitar abaixo prédios para fazer estacionamento em altura.
As opções que se têm de tomar são todas fáceis quando consideradas isoladamente, mas correm este risco: terem efeitos contra-producentes.
A não ser, como já foi dito por um conhecido teórico da nossa praça, que se considere o problema do estacionamento como a habitação social, isto é, que é obrigação da Cãmara disponibilizar à população. Só que aí esbarramos, no mínimo, na falta de dinheiro do Estado.
É preciso que se tenha consciência que não há soluções milagrosas, e que respeitar todos os direitos envolvidos e mesmo assim fazer progredir uma cidade é um esforço enorme. Sobretudo com tantos direitos instalados a sobreporem-se ao interesse colectivo.
Para meditação.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
Meus caros,
A propósito da vontade de ocupar os quarteirões, aqui fica um exercício:
Se se quiser cumprir o índice de impermeabilização máximo de 20%, já aqui considerado excessivo (ver abaixo), e se por exemplo, considerarmos um terreno com 2.000 m2 (estou a ser generoso, interiores de quarteirão livres deste tamanho não abundam), só se pode ocupar com estacionamento uma área máxima de 400 m2.
Se se considerar que um lugar de estacionamento ocupa 25 m2 de área bruta, porque é preciso cumprir todos os regulamentos, conseguem-se 16 lugares.
Se continuarmos a imaginar que existem 8 apartamentos por prédio, em média, na zona consolidada, e que há pelo menos dez prédios por quarteirão, teriamos a necessidade de criar 160 lugares. Mesmo que só se quiséssem criar lugares para metade dos moradores (nem imagino a gritaria que seria esta opção), teriámos necessidade de criar 80 lugares.
Ora isso dava, pelas minhas contas, 5 pisos. O que é o limite praticável com o nosso sub-solo sem custos incomportáveis.
Agora, eu exagerei no tamanho dos terrenos e encolhi o numero de prédios. A alternativa é constuir debaixo dos prédios já edificados, ou deitar abaixo prédios para fazer estacionamento em altura.
As opções que se têm de tomar são todas fáceis quando consideradas isoladamente, mas correm este risco: terem efeitos contra-producentes.
A não ser, como já foi dito por um conhecido teórico da nossa praça, que se considere o problema do estacionamento como a habitação social, isto é, que é obrigação da Cãmara disponibilizar à população. Só que aí esbarramos, no mínimo, na falta de dinheiro do Estado.
É preciso que se tenha consciência que não há soluções milagrosas, e que respeitar todos os direitos envolvidos e mesmo assim fazer progredir uma cidade é um esforço enorme. Sobretudo com tantos direitos instalados a sobreporem-se ao interesse colectivo.
Para meditação.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
De: Rosa Soares - "Fórum Ciência"
Olá a todos!
Considero este blog um bom exemplo de cidadania democrática, que necessita de ser incentivada.
Daí permitam-me divulgação do 1º Anúncio e Apelo a Comunicações do Fórum Ciência "Por uma Cultura Científica em Portugal", a realizar na FEUP em 18 e 19 de Outubro próximos.
Cordialmente,
Rosa Soares
rss@isep.ipp.pt
Considero este blog um bom exemplo de cidadania democrática, que necessita de ser incentivada.
Daí permitam-me divulgação do 1º Anúncio e Apelo a Comunicações do Fórum Ciência "Por uma Cultura Científica em Portugal", a realizar na FEUP em 18 e 19 de Outubro próximos.
Cordialmente,
Rosa Soares
rss@isep.ipp.pt
De: Armando Peixoto - "Interior de quarteiroes"
A propósito do destino a dar ao interior dos quarteirões, acho que há algumas boas soluções. Uma delas passa por fazer pequenos espaços verdes, especialmente dedicados a crianças, com baloiços e outros equipamentos do género. Quando estive a estudar em Gent, na Bélgica, reparei que esse era o destino mais comum para esses espaços e que, de facto, eram utilizados pela criançada. Uma vez que há muita falta desse tipo de espaços na baixa, era uma boa ideia...
Outra era aproveitar alguns desses espaços para fazer parques de estacionamento exclusivos a moradores. A camara tem tentado resolver o problema do estacionamento temporario com parques subterraneos, mas esta seria uma boa soluçao para os moradores. Especialmente se for conjugada com a utilizaçao de alguns dos edifícios da baixa e transformá-los em parques de estacionamento.
Cumprimentos
Armando Peixoto
Outra era aproveitar alguns desses espaços para fazer parques de estacionamento exclusivos a moradores. A camara tem tentado resolver o problema do estacionamento temporario com parques subterraneos, mas esta seria uma boa soluçao para os moradores. Especialmente se for conjugada com a utilizaçao de alguns dos edifícios da baixa e transformá-los em parques de estacionamento.
Cumprimentos
Armando Peixoto
De: Armando Peixoto - "Cidade Ciência"
Algo que seria optimo para a "Cidade Ciência" preconizada pelo Rui Rio, era fazer um forcing para que a nova Fundação criada pelo Champalimaud viesse para o Porto. Se bem que eu nao sei o que Champalimaud dizia no seu testamento realtivamente à localização da fundação, o facto de o Porto ter duas excelentes faculdades de medicina e vários institutos de ciencias biomédicas é um bom pretexto para trazer este excelente investimento para a cidade.
De: Cristina Santos - "CIDADE CIENCIA"
Aproveitando aqui a ultima intervenção, o projecto Porto ciência segundo depreendi, a Autarquia vai promover os saberes históricos e já aplicados na Cidade e traduzi-los em CIENCIA. Ou seja as vidas efémeras da nossa tradicional gente, vai agora ser tornada uma ciência de vida nacional e internacional. Desenganem-se aqueles que pesavam que ciência era nova tecnologia novas performances, não, vamos aproveitar o que de melhor temos e divulga-lo como ciencia. Sim porque as nossas vivências não resultam das circunstâncias, mas sim de um elevado sentido preventivo que levou a nossa gente a adoptar vivências e saberes tão fenomenais que hoje no Sec. XXI podem ser chamados de ciencia. Enfim «o Porto será doravante a Cidade Ciência - Rui Rio»
Parabéns
Cristina Santos
Parabéns
Cristina Santos
De: Miguel Barbot - "Espaços verdes sim... mas publicos II"
Nada mais certo do que a Cristina referiu no post sobre as ilhas. Não raramente passo por edifícios antigos/velhos, alguns deles com fachadas em perfeito estado, e quando existe um pequeno portão ou corredor lateral não resisto e dou a minha espreitadela. Não raramente encontro as ditas ilhas, com corredores insalubres ladeados por pequenas barracas. O que se torna engraçado é constatar que na grande maioria das vezes o edifício principal se encontra vazio e por vezes até à venda! Exemplos destes podem ser encontrados em zona menos “deprimidas” do que seria de supor, como a Rua da Torrinha, Cedofeita, Rosário, Outeiro (Massarelos), Campo Alegre ou D. Pedro V.
A partir do post da Cristina poderemos ter mais um ponto de discussão, a que a Baixa do Porto já não é alheia, bastando para isso recordar as inúmeras discussões sobre os “miolos do quarteirões” já antes debatidas aqui e no espaço da CMP.
A partir do post da Cristina poderemos ter mais um ponto de discussão, a que a Baixa do Porto já não é alheia, bastando para isso recordar as inúmeras discussões sobre os “miolos do quarteirões” já antes debatidas aqui e no espaço da CMP.
De: Miguel Barbot - "Câmara engalanada"
A propósito da iluminação da Torres dos Clérigos e também da discussão sobre o edifício da Câmara aqui têm uma fotografia da mesma tirada (sem permissão :-S) do Portuense. Vejam também as fotos da D. João I tiradas no dia do Portugal-Espanha.
De: Armando Peixoto - "A Baixa do Porto"
Queria desde já dar os parabéns por este blog! É importante haver locais onde a nossa cidade possa ser discutida e que avancem ideias para a melhorar. É bom ver que há gente que ainda se importa com o futuro da cidade e que, melhor ainda, é activa e não se deixa levar no marasmo e conformismo que parece ter atingido, desde há muito, a população do Grande Porto.
Sendo um mero estudante de engenharia electrotecnica, nao tenho a mesma formaçao "arquitectonica" e em urbanismo que a maioria dos bloggers participantes, peço por isso desculpa por ser talvez um pouco ingenuo nas minhas ideias e sugestoes. Mas, afinal, a cidade deve ser discutida por todos uma vez que tambem é de todos.
Primeiramente queria deixar a minha opiniao sobre o tema ja focado da uniao das cidades do Porto e de Gaia. Julgo que é um erro ver a cidade do Porto como uma cidade à margem de Matosinhos, Gaia, Gondomar, e talvez a Maia. Pensar as cidades independentemente leva a desperdício de meios e conflitos de interesses que são inadmissíveis. No entanto, seria escusado romper com a história e um certo "tribalismo" (que de certa forma não é negativo) e criar apenas uma cidade, se a Junta Metropolitana do Porto servisse, de facto, para alguma coisa! Criar uma verdadeira Junta, mais acima na piramide de poder do que as Camaras Municipais, que tivesse a competencia para planear em grande escala, seria a soluçao ideal. No fundo uma "regionalizaçao", mas verdadeiramente eficaz.
Em segundo lugar, depois de ter dado uma vista de olhos ao PDM, o que mais me interessou no texto, já que nao tenho competencias para o analizar tecnicamente, foi a "Zona Empresarial de Ramalde". Uma vez que, na minha opiniao, um dos mais fortes motivos para a degradação (não só do edificado...) da cidade é o esvaziamento do seu poder económico, derivado da fuga de empresas especialmente para a capital, gostava de saber qual o plano de urbanizaçao previsto para esta zona. Acho que seria um grande impulso para a cidade se a câmara, desta vez, pensasse em grande e iniciasse conversaçoes com empresas, sobretudo de tecnologia, de modo a que estas se decidissem a vir para o Porto, criando dividendos (que é o que pelos vistos realmente falta..) e postos de trabalho qualificado, prendendo assim a populaçao e dinamizando a cidade. Poderia-se, com o apoio económico das tais empresas, convidar talvez um arquitecto de renome, como por exemplo o Calatrava ou o Norman Foster (sou tao lírico...) para realizar um plano que mexesse, de facto, com a cidade. Ou entao, numa hipotese mais economica (embora o dinheiro nunca tenha sido mal gasto com a qualidade...), olhar para um bom exemplo nacional, como é o caso de Oeiras e o seu parque empresarial, e retirar boas ideias... Se a cidade quer ser, de facto, a "cidade da ciência" que tanto apregoa, e que eu acho ser o caminho certo, convém criar condições para isso. Não basta fazer campanhas tímidas e iniciativas sem arrojo! É preciso investir (e nesta altura a única solução é investir muito), para poder tirar as devidas contrapartidas.
Queria aqui também deixar a minha discordancia com os preconceitos da construçao em altura. Em todas as cidades, mesmo as que são gabadas pelo seu bom urbanismo, existem os chamados "arranha-céus". Barcelona tem alguns em locais onde a média de andares dos ediíicos é de 4 ou 5. O que tem de existir é qualidade. Nem todos os edifícios em altura são caixotes! Há bons exemplos disso. E há zonas da cidade que, por não existir nenhuma qualidade ou valor arquitectónico, deve haver alguma liberdade para a criação. Refiro-me, por exemplo, a Campanhã...
Bem, como o texto já vai extenso, fico-me por aqui e deixo para mais tarde mais alguns devaneios.
Os meus cumprimentos e obrigado por tentarem fazer do Porto uma cidade melhor!
Armando Peixoto
Sendo um mero estudante de engenharia electrotecnica, nao tenho a mesma formaçao "arquitectonica" e em urbanismo que a maioria dos bloggers participantes, peço por isso desculpa por ser talvez um pouco ingenuo nas minhas ideias e sugestoes. Mas, afinal, a cidade deve ser discutida por todos uma vez que tambem é de todos.
Primeiramente queria deixar a minha opiniao sobre o tema ja focado da uniao das cidades do Porto e de Gaia. Julgo que é um erro ver a cidade do Porto como uma cidade à margem de Matosinhos, Gaia, Gondomar, e talvez a Maia. Pensar as cidades independentemente leva a desperdício de meios e conflitos de interesses que são inadmissíveis. No entanto, seria escusado romper com a história e um certo "tribalismo" (que de certa forma não é negativo) e criar apenas uma cidade, se a Junta Metropolitana do Porto servisse, de facto, para alguma coisa! Criar uma verdadeira Junta, mais acima na piramide de poder do que as Camaras Municipais, que tivesse a competencia para planear em grande escala, seria a soluçao ideal. No fundo uma "regionalizaçao", mas verdadeiramente eficaz.
Em segundo lugar, depois de ter dado uma vista de olhos ao PDM, o que mais me interessou no texto, já que nao tenho competencias para o analizar tecnicamente, foi a "Zona Empresarial de Ramalde". Uma vez que, na minha opiniao, um dos mais fortes motivos para a degradação (não só do edificado...) da cidade é o esvaziamento do seu poder económico, derivado da fuga de empresas especialmente para a capital, gostava de saber qual o plano de urbanizaçao previsto para esta zona. Acho que seria um grande impulso para a cidade se a câmara, desta vez, pensasse em grande e iniciasse conversaçoes com empresas, sobretudo de tecnologia, de modo a que estas se decidissem a vir para o Porto, criando dividendos (que é o que pelos vistos realmente falta..) e postos de trabalho qualificado, prendendo assim a populaçao e dinamizando a cidade. Poderia-se, com o apoio económico das tais empresas, convidar talvez um arquitecto de renome, como por exemplo o Calatrava ou o Norman Foster (sou tao lírico...) para realizar um plano que mexesse, de facto, com a cidade. Ou entao, numa hipotese mais economica (embora o dinheiro nunca tenha sido mal gasto com a qualidade...), olhar para um bom exemplo nacional, como é o caso de Oeiras e o seu parque empresarial, e retirar boas ideias... Se a cidade quer ser, de facto, a "cidade da ciência" que tanto apregoa, e que eu acho ser o caminho certo, convém criar condições para isso. Não basta fazer campanhas tímidas e iniciativas sem arrojo! É preciso investir (e nesta altura a única solução é investir muito), para poder tirar as devidas contrapartidas.
Queria aqui também deixar a minha discordancia com os preconceitos da construçao em altura. Em todas as cidades, mesmo as que são gabadas pelo seu bom urbanismo, existem os chamados "arranha-céus". Barcelona tem alguns em locais onde a média de andares dos ediíicos é de 4 ou 5. O que tem de existir é qualidade. Nem todos os edifícios em altura são caixotes! Há bons exemplos disso. E há zonas da cidade que, por não existir nenhuma qualidade ou valor arquitectónico, deve haver alguma liberdade para a criação. Refiro-me, por exemplo, a Campanhã...
Bem, como o texto já vai extenso, fico-me por aqui e deixo para mais tarde mais alguns devaneios.
Os meus cumprimentos e obrigado por tentarem fazer do Porto uma cidade melhor!
Armando Peixoto
De: Cristina Santos - "Espaços verdes sim... mas publicos"
Ok os espaços verdes privados ficaram menos protegidos com o aumento do índice de impermeabilização. Mas até que ponto estão esse espaços protegidos. Parece-me razoável que estes espaços estejam à data protegidos de novas construções ou urbanizações licenciada, mas quem protege esses espaços dos seus próprios donos? Se estes quiserem ampliar o seu espaço de área coberta tem obrigatoriamente que solicitar deferimento ou autorização. No entanto não são penalizados caso impermeabilizem o solo sem pedir autorização. Também não são penalizados , nem sei até que ponto isto seria possível, caso armazenem no seu espaço verde todo o tipo de ferraria e detritos.
Pelo que talvez seja viável e a não existir fiscalização, que esse espaços sejam públicos ou pluri-partilhados pelos co-proprietários, para zelo das suas funções ambientais . todos sabemos que os logradouros particulares estão cobertos por marquises atípicas, para evitar o directo despejo do lixo vizinho, inevitável por certo. Mas se aumentado o espaço possível de impermeabilização, para urbanizações, ou outros, é uma opção viável, caso o espaço verde publico seja aumentado ou beneficiado com essa intervenção.
O problema não é o índice de impermeabilização, é mais o uso particular do solo em detrimento de poucos espaços públicos verdes e aráveis existentes, que são escassos e é de facto às entidades publicas que cumpre cria-los, mante-los e disponibiliza-los.
Concordo que os promotores sejam autorizados a impermeabilizar parte considerável do solo que adquiriram, e que por sua vez as entidades publicas e ambientais sejam obrigadas a fazer dispor dentro do espaço urbano de zonas verdes que cumpram as funções ambientais e de lazer... há muito necessárias, que servirão as ditas urbanizações e todos os cidadãos em geral.
PS: Em complemento, peço desculpa, mas se ao invés de construirmos à face da via publica, recuássemos as edificações uns metros, ocupando os ditos logradouros particulares, deixando o espaço que lhes correspondia livre em frente às edificações, permitindo o embelezamento das ruas e tornando esse espaços (aráveis) quase públicos, talvez isso seja de facto a melhor opção...
Cristina Santos
Pelo que talvez seja viável e a não existir fiscalização, que esse espaços sejam públicos ou pluri-partilhados pelos co-proprietários, para zelo das suas funções ambientais . todos sabemos que os logradouros particulares estão cobertos por marquises atípicas, para evitar o directo despejo do lixo vizinho, inevitável por certo. Mas se aumentado o espaço possível de impermeabilização, para urbanizações, ou outros, é uma opção viável, caso o espaço verde publico seja aumentado ou beneficiado com essa intervenção.
O problema não é o índice de impermeabilização, é mais o uso particular do solo em detrimento de poucos espaços públicos verdes e aráveis existentes, que são escassos e é de facto às entidades publicas que cumpre cria-los, mante-los e disponibiliza-los.
Concordo que os promotores sejam autorizados a impermeabilizar parte considerável do solo que adquiriram, e que por sua vez as entidades publicas e ambientais sejam obrigadas a fazer dispor dentro do espaço urbano de zonas verdes que cumpram as funções ambientais e de lazer... há muito necessárias, que servirão as ditas urbanizações e todos os cidadãos em geral.
PS: Em complemento, peço desculpa, mas se ao invés de construirmos à face da via publica, recuássemos as edificações uns metros, ocupando os ditos logradouros particulares, deixando o espaço que lhes correspondia livre em frente às edificações, permitindo o embelezamento das ruas e tornando esse espaços (aráveis) quase públicos, talvez isso seja de facto a melhor opção...
Cristina Santos
De: Paulo V. Araújo - "Índice de construção..."
"... v. índice de impermeabilização"
Independentemente de concordar ou não com as opiniões do Sr. Francisco Rocha Antunes, ele tem toda a razão nas correcções que faz. De facto, eu tinha confundido "índice de impermeabilização" com "índice de construção": o primeiro só leva em conta a área total do terreno coberto com edificações, enquanto que para o cálculo do segundo se somam as áreas dos diversos pisos. Por isso a comparação que fiz (entre 0,6 para as "áreas verdes privadas a salvaguardar" e 0,7 para as outras) não é correcta nem apropriada.
No entanto, ressalvo o seguinte:
- Os vários índices de contrução (bruta ou líquida ou, na última versão do PDM, sem qualquer adjectivo) só dão valores diferentes se houver terrenos cedidos para o domínio público; em boa parte das "áreas verdes privadas a salvaguardar" não haveria, penso eu, lugar a qualquer cedência desse tipo por se tratarem de terrenos em zonas consolidadas da cidade. Assim sendo, a mudança verificada, de 0,4 para 0,6, representa um aumento efectivo, e substancial, da possibilidade de construção nessas áreas.
- Houve um aumento geral das áreas de impermeabilização, tanto dos prédios em si (65% para 70%, nas "áreas em consolidação") como dos respectivos logradouros (15% para 20%). Isso não augura nada de bom numa cidade onde a reconstrução segue a lamentável regra (que também se observa em zonas de moradias, como os bairros do Campo Alegre e de Gomes da Costa) de começar por destruir toda a vegetação.
- Não consigo entender, para lá das boas intenções expressas no articulado (e cuja tradução prática depende de uma acção esclarecida por parte da Câmara), de que protecção adicional efectiva gozam as "áreas verdes privadas a salvaguardar".
Paulo Ventura Araújo
Independentemente de concordar ou não com as opiniões do Sr. Francisco Rocha Antunes, ele tem toda a razão nas correcções que faz. De facto, eu tinha confundido "índice de impermeabilização" com "índice de construção": o primeiro só leva em conta a área total do terreno coberto com edificações, enquanto que para o cálculo do segundo se somam as áreas dos diversos pisos. Por isso a comparação que fiz (entre 0,6 para as "áreas verdes privadas a salvaguardar" e 0,7 para as outras) não é correcta nem apropriada.
No entanto, ressalvo o seguinte:
- Os vários índices de contrução (bruta ou líquida ou, na última versão do PDM, sem qualquer adjectivo) só dão valores diferentes se houver terrenos cedidos para o domínio público; em boa parte das "áreas verdes privadas a salvaguardar" não haveria, penso eu, lugar a qualquer cedência desse tipo por se tratarem de terrenos em zonas consolidadas da cidade. Assim sendo, a mudança verificada, de 0,4 para 0,6, representa um aumento efectivo, e substancial, da possibilidade de construção nessas áreas.
- Houve um aumento geral das áreas de impermeabilização, tanto dos prédios em si (65% para 70%, nas "áreas em consolidação") como dos respectivos logradouros (15% para 20%). Isso não augura nada de bom numa cidade onde a reconstrução segue a lamentável regra (que também se observa em zonas de moradias, como os bairros do Campo Alegre e de Gomes da Costa) de começar por destruir toda a vegetação.
- Não consigo entender, para lá das boas intenções expressas no articulado (e cuja tradução prática depende de uma acção esclarecida por parte da Câmara), de que protecção adicional efectiva gozam as "áreas verdes privadas a salvaguardar".
Paulo Ventura Araújo
De: Cristina Santos - "Ilhas insalubres ..."
"... nos logradouros, conotados como espaços verdes?"
Hoje vejo-me obrigada a concordar com o Sr. Francisco Rocha, veja-se que entre os quarteirões da Rua da Boavista e a Rua de Cedofeita, existem espaços verdes que permitiram a construção do dobro dos edifícios agora existentes.
No então e subindo eu ao recuado do numero 441, contemplo uma paisagem verde acrílica chapas velhas, não vejo flores, canteiros, vejo a ruína dos casebres e anexos. Nas coberturas desses anexos e em confrontação com a ruína dos alçados posteriores dos edifícios, vejo sacos de comidas para gatos e outros.
Quando procedi o restauro de um desses edifícios, tive que limpar gatos mortos e outros, porque se uns lhes dão de comer outros matam-nos.
o Recuado de que vos falo tem um terraço magnifico, infelizmente as vistas até assustam... No enorme jardim de um prédio de gaveto, são guardados os despejos de um restaurante, um cheiro nauseabundo, marquises foleiras e improvisadas em tijolo cru, porque as casas são pequenas, algerozes a cair, anexos que servem de habitação a famílias, que partilham a mesma casa de banho, tudo isto por detrás das frontarias, e eu toda invejosa do cimo de um recuado , sem jardim pergunto, são estas pessoas merecedoras , ou sou eu que mereço contemplar este magnifico espaço verde, que a ninguém cumpre governar, fiscalizar ou usufruir???
Hoje vejo-me obrigada a concordar com o Sr. Francisco Rocha, veja-se que entre os quarteirões da Rua da Boavista e a Rua de Cedofeita, existem espaços verdes que permitiram a construção do dobro dos edifícios agora existentes.
No então e subindo eu ao recuado do numero 441, contemplo uma paisagem verde acrílica chapas velhas, não vejo flores, canteiros, vejo a ruína dos casebres e anexos. Nas coberturas desses anexos e em confrontação com a ruína dos alçados posteriores dos edifícios, vejo sacos de comidas para gatos e outros.
Quando procedi o restauro de um desses edifícios, tive que limpar gatos mortos e outros, porque se uns lhes dão de comer outros matam-nos.
o Recuado de que vos falo tem um terraço magnifico, infelizmente as vistas até assustam... No enorme jardim de um prédio de gaveto, são guardados os despejos de um restaurante, um cheiro nauseabundo, marquises foleiras e improvisadas em tijolo cru, porque as casas são pequenas, algerozes a cair, anexos que servem de habitação a famílias, que partilham a mesma casa de banho, tudo isto por detrás das frontarias, e eu toda invejosa do cimo de um recuado , sem jardim pergunto, são estas pessoas merecedoras , ou sou eu que mereço contemplar este magnifico espaço verde, que a ninguém cumpre governar, fiscalizar ou usufruir???
De: F. Rocha Antunes - "o rigor é importante"
Meus caros,
A nossa cultura de protesto, tão importante para a afirmação da cidadania, não pode resvalar para a facilidade. Vem este comentário a propósito da transcrição que a Rosa Soares faz de uma opinião do Dr Paulo Araújo. Passo a explicar.
Uma das correcções mais importantes que foi feita nesta nova versão do regulamento do PDM foi acabar com uma insólita distinção entre Índice de Construção Bruta(Icb) e Índice de Construção Líquida (Icl) e , ainda mais importante, com uma definição errada, precisamente no Icl, do que é um índice de construção.
Correndo o risco de ser maçador e entrar por um terreno odiado pela maioria das pessoas, que é o que se convencionou chamar "aspectos técnicos", mas que são incontornáveis quando se fala destas matérias com rigor, vou explicar o que se passava e o que ficou. Cada um ajuizará no fim.
O anterior regulamento definia dois Índices de construção, os já mencionados Icb e Icl, que consistiam na razão, ou quociente, entre as área bruta de construção (abc) e área do terreno, que se distingiam por um factor: as áreas de equipamento deixavam de ser deduzidas no numerador da equação para passarem a ser deduzidas no denominador. Explicitando melhor, enquanto no Icb a área de equipamento a ceder era deduzida ao valor da abc, e o resultado a dividir pela área do terreno, no Icl a mesma área de equipamento era deduzida à área de terreno, reduzindo o denominador..
Exemplificando, para se perceber o que resultaria, vejamos:
Se num terreno com 2.000 m2 se pretender edificar 2.100 m2 de construção (abc) cedendo para o domínio público 500 m2 destinados a equipamentos, teríamos:
Icb = (2100 - 500)/2000 = 1600/2000 = 0,8
Icl = 2100/(2000 - 500) = 2100/1500 = 1,4
Como se percebe, a comparabilidade destes índices é impossível, porque se alteram simultâneamente o numerador e o denominador.
A correção feita foi a única possível, que é acabar com a confusão entre Icb e Icl e definir o Índice de Construção (Ic) como ele realmente é : a razão entre a abc deduzida das áreas de cedência de equipamentos e a área do terreno, ou seja, (abc - área a ceder)/área do terreno.
Por essa razão foi importante acabar com o Índice de construção líquido.
Outra coisa é a questão dos espaços verdes no interior dos quarteirões, em que a medida relevante é o índice de impermeabilização do terreno e não a abc.
Aumentar ou diminuir o indice de construção num mesmo terreno em que o índice de impermeabilização máximo é o mesmo só afecta a altura dos edifícios a construir e não a dimensão dos espaços verdes.
A área de impermeabilização máxima dos logradouros agora permitida é de 20% (alínea e) do nº 2 do art. 17º) no caso de prédios situados na área de frente urbana contínua consolidada, ou seja, aquela em que existem jardins por detrás das fachadas. Mesmo representando um aumento em relação à anterior versão do regulamento, que era de 15%, limita fortemente a destruição dos jardins.
A sustentabilidade não é apenas impedir-se a destruição de espaços verdes, em que estamos todos de acordo. O que é preciso é saber se ao impor-se, e bem, a preservação desses espaços, não se desiquilibra ainda mais a já fraca equação económica do investimento imobiliário nas zonas centrais da cidade.
A questão, para mim, é saber se ficamos todos satisfeitos com a proibição de destruição desses espaços, mas não asseguramos, mais uma vez, a viabilidade da sua manutenção, um pouco à semelhança do que se passa com o património arquitectónico, que está todo protegido mas a desfazer-se por falta de capacidade financeira na sua manutenção e valorização.
A solução, já encontrada noutros sítios, é a de premiar a construção em altura para quem liberte espaços verdes públicos. Mas parece que a altura é um defeito nesta cidade, nem que se esteja a falar de 8 andares. Eu prefiro prédios de 8 andares que libertem espaços públicos para fruição geral a prédios atarracados, com 2 ou 3 pisos, mas com um jardim ao fundo do quintal que só os donos conhecem. Opções.
Mas depois não se queixem que as casas ficam caras e que a classe média foge.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
A nossa cultura de protesto, tão importante para a afirmação da cidadania, não pode resvalar para a facilidade. Vem este comentário a propósito da transcrição que a Rosa Soares faz de uma opinião do Dr Paulo Araújo. Passo a explicar.
Uma das correcções mais importantes que foi feita nesta nova versão do regulamento do PDM foi acabar com uma insólita distinção entre Índice de Construção Bruta(Icb) e Índice de Construção Líquida (Icl) e , ainda mais importante, com uma definição errada, precisamente no Icl, do que é um índice de construção.
Correndo o risco de ser maçador e entrar por um terreno odiado pela maioria das pessoas, que é o que se convencionou chamar "aspectos técnicos", mas que são incontornáveis quando se fala destas matérias com rigor, vou explicar o que se passava e o que ficou. Cada um ajuizará no fim.
O anterior regulamento definia dois Índices de construção, os já mencionados Icb e Icl, que consistiam na razão, ou quociente, entre as área bruta de construção (abc) e área do terreno, que se distingiam por um factor: as áreas de equipamento deixavam de ser deduzidas no numerador da equação para passarem a ser deduzidas no denominador. Explicitando melhor, enquanto no Icb a área de equipamento a ceder era deduzida ao valor da abc, e o resultado a dividir pela área do terreno, no Icl a mesma área de equipamento era deduzida à área de terreno, reduzindo o denominador..
Exemplificando, para se perceber o que resultaria, vejamos:
Se num terreno com 2.000 m2 se pretender edificar 2.100 m2 de construção (abc) cedendo para o domínio público 500 m2 destinados a equipamentos, teríamos:
Icb = (2100 - 500)/2000 = 1600/2000 = 0,8
Icl = 2100/(2000 - 500) = 2100/1500 = 1,4
Como se percebe, a comparabilidade destes índices é impossível, porque se alteram simultâneamente o numerador e o denominador.
A correção feita foi a única possível, que é acabar com a confusão entre Icb e Icl e definir o Índice de Construção (Ic) como ele realmente é : a razão entre a abc deduzida das áreas de cedência de equipamentos e a área do terreno, ou seja, (abc - área a ceder)/área do terreno.
Por essa razão foi importante acabar com o Índice de construção líquido.
Outra coisa é a questão dos espaços verdes no interior dos quarteirões, em que a medida relevante é o índice de impermeabilização do terreno e não a abc.
Aumentar ou diminuir o indice de construção num mesmo terreno em que o índice de impermeabilização máximo é o mesmo só afecta a altura dos edifícios a construir e não a dimensão dos espaços verdes.
A área de impermeabilização máxima dos logradouros agora permitida é de 20% (alínea e) do nº 2 do art. 17º) no caso de prédios situados na área de frente urbana contínua consolidada, ou seja, aquela em que existem jardins por detrás das fachadas. Mesmo representando um aumento em relação à anterior versão do regulamento, que era de 15%, limita fortemente a destruição dos jardins.
A sustentabilidade não é apenas impedir-se a destruição de espaços verdes, em que estamos todos de acordo. O que é preciso é saber se ao impor-se, e bem, a preservação desses espaços, não se desiquilibra ainda mais a já fraca equação económica do investimento imobiliário nas zonas centrais da cidade.
A questão, para mim, é saber se ficamos todos satisfeitos com a proibição de destruição desses espaços, mas não asseguramos, mais uma vez, a viabilidade da sua manutenção, um pouco à semelhança do que se passa com o património arquitectónico, que está todo protegido mas a desfazer-se por falta de capacidade financeira na sua manutenção e valorização.
A solução, já encontrada noutros sítios, é a de premiar a construção em altura para quem liberte espaços verdes públicos. Mas parece que a altura é um defeito nesta cidade, nem que se esteja a falar de 8 andares. Eu prefiro prédios de 8 andares que libertem espaços públicos para fruição geral a prédios atarracados, com 2 ou 3 pisos, mas com um jardim ao fundo do quintal que só os donos conhecem. Opções.
Mas depois não se queixem que as casas ficam caras e que a classe média foge.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
De: Cristina Santos - "A Foz pode ser um dia..."
"...a reprodução dos erros da sublotação"
Cara amiga Rosa
A cultura dos espaços verdes de facto não se cinge ao espaço Verde publico, mas também ao solo particular que permite o infiltrar e o apuramento das aguas, que possibilita que os boeiros não sofram tanta afluência, que permite o respirar saudável de vegetação que nos mantêm vivos, a cobertura das estacas....
Contudo tenho a confessar que o que me preocupa verdadeiramente é esta ganância em torno do espaço livre e edificável, para o qual se projectam grandes caixotes de cérceas incertas. Comparando a Avenida da Boavista e toda zona da Foz com o centro da Invicta, a avenida é certamente o local mais saudável e apetecível, porque? porque não está densamente construído, porque tem nova arquitectura, porque as Ruas são amplas, porque tem jardins, porque tem arvores...
Bem o que não posso concordar é que através da nova arquitectura se faça da Foz, de ramalde, de Nevogilde o que há décadas se fez do Centro do Porto. Compreendo que a construção moderna me garante um apuramento final de 40% de lucro, coisa que não obtenho no Restauro, a curto prazo interessa o lucro - a longo prazo interessa a Vida. Não deveria ser eu a falar assim, mas os executivos... porque na verdade não estamos na fase da industrialização nem da sobre-lotação.
Pelo que alvitro ver um dia os interesse convergirem par o Centro, e aí parte dos edifícios atípicos demolidos e transformados em espaço de lazer , (o espaço habitacional já sobra, e os que compraram noutros concelhos não tem meios de liquidar empréstimos com casas que valem meia dúzia de uros, a nova construção, amigos...) alvitro ver as cérceas recuperadas, os edifícios preservados quando de valor, e um aproveitamento global de um espaço comum, feito por uma cordilheira de casas germinadas.
Cometendo um incongruência anónima e voltando ao espaço verde, confesso que ocupei um dia e ilegalmente o logradouro de um edifício (constituído por barracões e anexos), por um edifício novo que liguei ao edifício existente, criei um pequeno jardim panorâmico e visível de todos os pisos dentro desse edifício ilegal, esse jardim ficou a descoberto , revestido por painéis de vidro circulares, conjugados com uma caixa de escada em granito (reaproveitada), esse jardim pode ser contemplando no R\chão em bancos de granito forrados a veludo, um primor... A obra foi feita em tempo recorde, o solo que ocupei não era arável já estava impermeabilizado, o lixo que lá se aprovisionava , foi substituído por um edifício imponente, nas traseiras de outro, fiz mal substituir aquele amontoado de lixo, a minha atitude colocou alguma estão a descoberto... não sei.. sei que o proprietário se continua a queixar do cheiro que vem dos barracos vizinhos, dos ratos, das telhas de fibra, enfim... (atenção isto passou-se há muitos anos... já não há recurso desta execução Ok?)
Cara amiga Rosa
A cultura dos espaços verdes de facto não se cinge ao espaço Verde publico, mas também ao solo particular que permite o infiltrar e o apuramento das aguas, que possibilita que os boeiros não sofram tanta afluência, que permite o respirar saudável de vegetação que nos mantêm vivos, a cobertura das estacas....
Contudo tenho a confessar que o que me preocupa verdadeiramente é esta ganância em torno do espaço livre e edificável, para o qual se projectam grandes caixotes de cérceas incertas. Comparando a Avenida da Boavista e toda zona da Foz com o centro da Invicta, a avenida é certamente o local mais saudável e apetecível, porque? porque não está densamente construído, porque tem nova arquitectura, porque as Ruas são amplas, porque tem jardins, porque tem arvores...
Bem o que não posso concordar é que através da nova arquitectura se faça da Foz, de ramalde, de Nevogilde o que há décadas se fez do Centro do Porto. Compreendo que a construção moderna me garante um apuramento final de 40% de lucro, coisa que não obtenho no Restauro, a curto prazo interessa o lucro - a longo prazo interessa a Vida. Não deveria ser eu a falar assim, mas os executivos... porque na verdade não estamos na fase da industrialização nem da sobre-lotação.
Pelo que alvitro ver um dia os interesse convergirem par o Centro, e aí parte dos edifícios atípicos demolidos e transformados em espaço de lazer , (o espaço habitacional já sobra, e os que compraram noutros concelhos não tem meios de liquidar empréstimos com casas que valem meia dúzia de uros, a nova construção, amigos...) alvitro ver as cérceas recuperadas, os edifícios preservados quando de valor, e um aproveitamento global de um espaço comum, feito por uma cordilheira de casas germinadas.
Cometendo um incongruência anónima e voltando ao espaço verde, confesso que ocupei um dia e ilegalmente o logradouro de um edifício (constituído por barracões e anexos), por um edifício novo que liguei ao edifício existente, criei um pequeno jardim panorâmico e visível de todos os pisos dentro desse edifício ilegal, esse jardim ficou a descoberto , revestido por painéis de vidro circulares, conjugados com uma caixa de escada em granito (reaproveitada), esse jardim pode ser contemplando no R\chão em bancos de granito forrados a veludo, um primor... A obra foi feita em tempo recorde, o solo que ocupei não era arável já estava impermeabilizado, o lixo que lá se aprovisionava , foi substituído por um edifício imponente, nas traseiras de outro, fiz mal substituir aquele amontoado de lixo, a minha atitude colocou alguma estão a descoberto... não sei.. sei que o proprietário se continua a queixar do cheiro que vem dos barracos vizinhos, dos ratos, das telhas de fibra, enfim... (atenção isto passou-se há muitos anos... já não há recurso desta execução Ok?)
De: Rosa Soares - "Mais respeito pelos munícipes!"
Deixei também uma mensagem no "Espaço de diálogo do munícipe" da CMP:
Cara Dra Ana Castro:
Não pretendo "matar" a "mensageira"... mas o departamento de Urbanismo cortou literalmente relações com os munícipes...
Peço-lhe, portanto, o especial favor de transmitir esta minha mensagem ao Senhor Presidente Rui Rio, que espero terá a delicadeza de me responder, tal como fez no fórum da CMP sobre a discussão do PDM.
Exmo Senhor Presidente Rui Rio:
Por motivos de saúde não irei deslocar-me aos poucos locais onde se encontra a documentação apensa ao Regulamento do PDM. É totalmente inadmissível que, com as actuais facilidades informáticas, o departamento do Urbanismo da CMP sonegue informação aos seus munícipes (tal como vários outros munícipes têm lamentado).
O anterior Fórum de discussão da CMP tinha-nos deixado uma esperança de incentivo à cidadania democrática...
Uma cidade mais alegre e mais justa passa pelo diálogo da CM com os munícipes!
Os melhores cumprimentos,
Rosa Soares
Cara Dra Ana Castro:
Não pretendo "matar" a "mensageira"... mas o departamento de Urbanismo cortou literalmente relações com os munícipes...
Peço-lhe, portanto, o especial favor de transmitir esta minha mensagem ao Senhor Presidente Rui Rio, que espero terá a delicadeza de me responder, tal como fez no fórum da CMP sobre a discussão do PDM.
Exmo Senhor Presidente Rui Rio:
Por motivos de saúde não irei deslocar-me aos poucos locais onde se encontra a documentação apensa ao Regulamento do PDM. É totalmente inadmissível que, com as actuais facilidades informáticas, o departamento do Urbanismo da CMP sonegue informação aos seus munícipes (tal como vários outros munícipes têm lamentado).
O anterior Fórum de discussão da CMP tinha-nos deixado uma esperança de incentivo à cidadania democrática...
Uma cidade mais alegre e mais justa passa pelo diálogo da CM com os munícipes!
Os melhores cumprimentos,
Rosa Soares
2004/06/22
De: TAF - "Protesto público"
Deixei esta mensagem no "Espaço de Diálogo" do site da Câmara e enviei também por mail para o Dr. Rui Rio, para que não venha eventualmente dizer que não sabia o que se passava.
Para ficar "registado em acta", não posso deixar de dizer o seguinte.
Escreve a Dra. Ana Castro:
"O que mantenho é que o texto que consta no Site refere que as "peças escritas" estão nos locais onde ocorre a exposição pública,sendo que ,no caso particular do Edifício doa Correios,estas peças estão disponíveis na Portaria/Segurança do Edifício.Só o Regulamento está,NESTE MOMEMTO, disponível on-line."
(Estou perfeitamente consciente de que a responsabilidade disto provavelmente não é do Departamento da Dra. Ana Castro, mas sim do Urbanismo.)
Esta situação é um verdadeiro ESCÂNDALO, uma ofensa aos munícipes! Já se sabia que a autarquia não agiu como pessoa de bem em inúmeros casos, mas é difícil de acreditar que de forma tão descarada sonegue informação a quem dela necessita para opinar sobre a proposta de PDM.
Dizer que os dados estão disponíveis em papel, quando não há NENHUMA RAZÃO para não serem colocados na Internet, facilitando decisivamente a sua efectiva consulta durante o curto período de discussão pública, é tratar os munícipes como idiotas (não há outro termo).
Aqui fica o meu veemente protesto público.
Para ficar "registado em acta", não posso deixar de dizer o seguinte.
Escreve a Dra. Ana Castro:
"O que mantenho é que o texto que consta no Site refere que as "peças escritas" estão nos locais onde ocorre a exposição pública,sendo que ,no caso particular do Edifício doa Correios,estas peças estão disponíveis na Portaria/Segurança do Edifício.Só o Regulamento está,NESTE MOMEMTO, disponível on-line."
(Estou perfeitamente consciente de que a responsabilidade disto provavelmente não é do Departamento da Dra. Ana Castro, mas sim do Urbanismo.)
Esta situação é um verdadeiro ESCÂNDALO, uma ofensa aos munícipes! Já se sabia que a autarquia não agiu como pessoa de bem em inúmeros casos, mas é difícil de acreditar que de forma tão descarada sonegue informação a quem dela necessita para opinar sobre a proposta de PDM.
Dizer que os dados estão disponíveis em papel, quando não há NENHUMA RAZÃO para não serem colocados na Internet, facilitando decisivamente a sua efectiva consulta durante o curto período de discussão pública, é tratar os munícipes como idiotas (não há outro termo).
Aqui fica o meu veemente protesto público.
De: Rosa Soares - "Que cultura dos espaços verdes?"
Caros amigos:
Também eu pergunto, Cristina, onde está a cultura dos espaços verdes...
Infelizmente acabo de receber informação pouco optimista nesta matéria, sobre as alterações ao PDM, que passo a transcrever, com autorização do seu autor (Dr. Paulo Araújo - FCUP):
"Acabei de notar uma preocupante mudança na última versão do PDM. A classificação como «área verde privada a salvaguardar» deixa de conferir qualquer protecção especial às zonas abrangidas. A anterior versão, além do preâmbulo que, apesar de agora ser pura retórica, se mantém na íntegra, dizia o seguinte acerca de edificabilidade:
«Admite-se a ampliação dos edifícios existentes até 50% da área bruta de construção preexistente e a construção de novos edifícios, não podendo, em qualquer caso, o índice de construção líquido ser superior a 0,4.»
Na nova versão a redacção é quase a mesma, mas desaparece a palavra «líquido» e muda-se 0,4 para 0,6.
Conclusão? Está aberto o assalto aos últimos jardins e áreas verdes que ainda existem atrás das fachadas das ruas. A diferença, no índice de construção permitido, entre uma «área verde a preservar» e outra sem protecção nenhuma é apenas de 0,6 para 0,7. Era mais honesto, e não faria grande diferença na prática, que simplesmente se suprimisse tão enganosa classificação."
Sem comentários...
Saudações ambientais,
Rosa Soares
Também eu pergunto, Cristina, onde está a cultura dos espaços verdes...
Infelizmente acabo de receber informação pouco optimista nesta matéria, sobre as alterações ao PDM, que passo a transcrever, com autorização do seu autor (Dr. Paulo Araújo - FCUP):
"Acabei de notar uma preocupante mudança na última versão do PDM. A classificação como «área verde privada a salvaguardar» deixa de conferir qualquer protecção especial às zonas abrangidas. A anterior versão, além do preâmbulo que, apesar de agora ser pura retórica, se mantém na íntegra, dizia o seguinte acerca de edificabilidade:
«Admite-se a ampliação dos edifícios existentes até 50% da área bruta de construção preexistente e a construção de novos edifícios, não podendo, em qualquer caso, o índice de construção líquido ser superior a 0,4.»
Na nova versão a redacção é quase a mesma, mas desaparece a palavra «líquido» e muda-se 0,4 para 0,6.
Conclusão? Está aberto o assalto aos últimos jardins e áreas verdes que ainda existem atrás das fachadas das ruas. A diferença, no índice de construção permitido, entre uma «área verde a preservar» e outra sem protecção nenhuma é apenas de 0,6 para 0,7. Era mais honesto, e não faria grande diferença na prática, que simplesmente se suprimisse tão enganosa classificação."
Sem comentários...
Saudações ambientais,
Rosa Soares
De: F. Rocha Antunes - "Nova proposta do PDM - uma primeira impressão"
Meus caros,
Presumindo que fui dos poucos que se deu ao trabalho de ler completamente o novo regulamento do PDM ( 99 artigos) e de o comparar com a proposta anterior ( 97 artigos), venho partilhar algumas conclusões preliminares:
1- Os erros mais grosseiros foram efectivamente corrigidos. Destaco:
a) Os critérios de estacionamento deixam de ser impraticáveis e passaram a ser razoáveis
b) Os parâmetros de impermeabilização foram adaptados à realidade das diferentes zonas da cidade
2- O prémio ao investimento na Baixa apareceu sobre a forma de direitos de construção que podem ser utilizados para aumentar os índices de construção em 0,2
3- Os índices de construção nas zonas novas foram novamente reduzidos, mesmo utilizando o prémio de investimento na Baixa. O que não é bom.
4- Houve uma substancial redução dentro de alguns artigos mais confusos, e uma clarificação de muitos deles.
Quando concluir o meu trabalho e se houver razão para tal, virei de novo partilhar as minhas conclusões.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
Presumindo que fui dos poucos que se deu ao trabalho de ler completamente o novo regulamento do PDM ( 99 artigos) e de o comparar com a proposta anterior ( 97 artigos), venho partilhar algumas conclusões preliminares:
1- Os erros mais grosseiros foram efectivamente corrigidos. Destaco:
a) Os critérios de estacionamento deixam de ser impraticáveis e passaram a ser razoáveis
b) Os parâmetros de impermeabilização foram adaptados à realidade das diferentes zonas da cidade
2- O prémio ao investimento na Baixa apareceu sobre a forma de direitos de construção que podem ser utilizados para aumentar os índices de construção em 0,2
3- Os índices de construção nas zonas novas foram novamente reduzidos, mesmo utilizando o prémio de investimento na Baixa. O que não é bom.
4- Houve uma substancial redução dentro de alguns artigos mais confusos, e uma clarificação de muitos deles.
Quando concluir o meu trabalho e se houver razão para tal, virei de novo partilhar as minhas conclusões.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
De: Pulido Valente - "A nova proposta para o PDM"
O facto indesmentível é que o mfs e o al fizeram um regulamento execrável sem q.q. ideia que o sustente( tem/tinha centena e meia de artigos!!!), é só burocracia no estado puro. Nem sequer redigiram em bom português de modo a que só haja uma interpretação para cada artigo.
Permitem, deste modo, que os funcionários e os políticos, usem como quiserem o regulamento para favorecer uns e prejudicar outros. Não é um documento sério e não tem ideias subjacentes que elucidem o que é o plano. É uma molhada de artigos. Burocracia.
Dei uma vista de olhos de dois minutos à nova redacção e verifiquei que está tudo na mesma. A definição de cércea, por exemplo, que assenta na ideia de que há rua, inclui os andares recuados e, simultaneamente, refere o beiral ou o que o substitua. Incompetência e tacanhez pura. Qual é a cércea dos edifícios que proponho para a alameda? Se se quer fazer corresponder cércea a altura do edifício deverá dizer-se que cércea é a medida do chão/soleira ao coroamento do edifício não obrigando que o edifício seja um paralelipipedo. Como está a definição pressupõe que só é permitido fazer caixotes.
E o resto será o mesmo: ideias preconceituosas assentes em conceitos pré-históricos que não permitem inovação e progresso. Por isso desisto e vou dedicar-me à leitura e pintura. A história da arquitectura vai continuar a ficar mais pobre. jpv
Permitem, deste modo, que os funcionários e os políticos, usem como quiserem o regulamento para favorecer uns e prejudicar outros. Não é um documento sério e não tem ideias subjacentes que elucidem o que é o plano. É uma molhada de artigos. Burocracia.
Dei uma vista de olhos de dois minutos à nova redacção e verifiquei que está tudo na mesma. A definição de cércea, por exemplo, que assenta na ideia de que há rua, inclui os andares recuados e, simultaneamente, refere o beiral ou o que o substitua. Incompetência e tacanhez pura. Qual é a cércea dos edifícios que proponho para a alameda? Se se quer fazer corresponder cércea a altura do edifício deverá dizer-se que cércea é a medida do chão/soleira ao coroamento do edifício não obrigando que o edifício seja um paralelipipedo. Como está a definição pressupõe que só é permitido fazer caixotes.
E o resto será o mesmo: ideias preconceituosas assentes em conceitos pré-históricos que não permitem inovação e progresso. Por isso desisto e vou dedicar-me à leitura e pintura. A história da arquitectura vai continuar a ficar mais pobre. jpv
De: Cristina Santos - "PERSPECTIVAR LONGEVIDADE..."
"... - DOIS METROS À FRENTE DOS PÉS"
Demolir a Câmara não!!! Demolir o sistema sim... aqueles longos corredores, aquilo frio enregelante dos mármores, aquele elevador tipo guincho, tudo isso traz distancia e respeito, o elevador traz mais medo... mas prefiro isso que o edifício dos Correios.
Acho apenas que disposição interior teria de ser repensada a nível de equipamento e não de estrutura.
Quanto ao meu querido e pobre Almeida Garrett, mais uma vez refiro que a sua residência esta completamente descurada pelo Colégio Universal...
O espaço é publico mesmo que não sirva nenhum uso, quanto a mim gostava de apreciar a cidade em longevidade, e não como um amontoado Museu, com cheiro a mofo, onde a passagem é tangente e obrigatória à direita, não falo das escadas que como disse pode ser uma ideia, venham ideias.
Mas, faz-me falta nesta Cidade invicta a amplitude dos seus valores, longe vai o tempo em que se perspectivavam monumentos que podiam ser vistos de qualquer ponto da Cidade , indico muitas vezes Rotunda «sempre direito em direcção àquela estatua», de um monumento a outro vai-se perdendo solo arável, visão e esperança, no Porto parece, hoje, estar tudo visto, porque só se consegue ver um palmo à frente dos pés...
Pior é ainda há aqueles (os do sistema) que não vêem um palmo à frente dos olhos, boa, agora compreendo porque é que legislamos sempre à volta , não há espaço para pensar, não há vontade para fazer e o melhor é contornar...
Cristina Santos
Demolir a Câmara não!!! Demolir o sistema sim... aqueles longos corredores, aquilo frio enregelante dos mármores, aquele elevador tipo guincho, tudo isso traz distancia e respeito, o elevador traz mais medo... mas prefiro isso que o edifício dos Correios.
Acho apenas que disposição interior teria de ser repensada a nível de equipamento e não de estrutura.
Quanto ao meu querido e pobre Almeida Garrett, mais uma vez refiro que a sua residência esta completamente descurada pelo Colégio Universal...
O espaço é publico mesmo que não sirva nenhum uso, quanto a mim gostava de apreciar a cidade em longevidade, e não como um amontoado Museu, com cheiro a mofo, onde a passagem é tangente e obrigatória à direita, não falo das escadas que como disse pode ser uma ideia, venham ideias.
Mas, faz-me falta nesta Cidade invicta a amplitude dos seus valores, longe vai o tempo em que se perspectivavam monumentos que podiam ser vistos de qualquer ponto da Cidade , indico muitas vezes Rotunda «sempre direito em direcção àquela estatua», de um monumento a outro vai-se perdendo solo arável, visão e esperança, no Porto parece, hoje, estar tudo visto, porque só se consegue ver um palmo à frente dos pés...
Pior é ainda há aqueles (os do sistema) que não vêem um palmo à frente dos olhos, boa, agora compreendo porque é que legislamos sempre à volta , não há espaço para pensar, não há vontade para fazer e o melhor é contornar...
Cristina Santos
De: João Medina - "espaço útil e público?"
Só em jeito de resposta rápida ao post da Cristina Santos.
Onde se diz que as escadas "vão também retirar espaço útil e publico" está-se a falar de um espaço que hoje em dia só é útil ao pobre Garrett na sua estátua isolada e a meia dúzia (ou um pouco mais) de pombas. Não é um espaço qualificado nem de passagem nem de estadia/contemplação.
Com as escadas, o mesmo espaço continuaria obviamente a ser público... apenas a sua utilidade seria bastante maior.
Quanto aos auditórios... concordo perfeitamente com o que foi dito - só faltou o Batalha.
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João Medina
Onde se diz que as escadas "vão também retirar espaço útil e publico" está-se a falar de um espaço que hoje em dia só é útil ao pobre Garrett na sua estátua isolada e a meia dúzia (ou um pouco mais) de pombas. Não é um espaço qualificado nem de passagem nem de estadia/contemplação.
Com as escadas, o mesmo espaço continuaria obviamente a ser público... apenas a sua utilidade seria bastante maior.
Quanto aos auditórios... concordo perfeitamente com o que foi dito - só faltou o Batalha.
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João Medina
De: Cristina Santos - "RAZÕES DE AUDITORIOS A MAIS..."
"... COM OUVINTES A MENOS"
As escadas embora possam resultar no tal efeito psíquico de aproximação ao poder politico, vão também retirar espaço útil e publico, mas desenhadas equacionado-se na configuração da dita sala de recepção ou auditório romano, até me parece adequado, visto que utopicamente prevejo o bom uso das mesmas, será talvez difícil escurecer ou comparar os novos granitos aos imponentes constituintes dos Paços do Concelho, mas que surjam os desenhos e os implantes.
Quanto ao parque subterrâneo, sinceramente já tardava, retardado talvez pelo respeito que temos ao granito que suporta as nossas fundações este tipo de uso do solo, tarda em chegar e quando chega apresenta graves defeitos, muda o curso das águas e das fontes, põem a descobertos as estacas etc... esperemos que seja um bom projecto, uma boa fiscalização e que resulte no apoio à reabilitação da baixa.
Quanto ao auditório, começo a considerar que há espaços a mais e cultura a menos... Uma enorme casa da musica, que provavelmente terá que ser também aproveitada para outros eventos, ele é ramalde, ele é exponor ... só não é a recuperação do Sá da Bandeira, só não é preservação do Rivoli, só não é cinema, já para não falar na cultura dos espaços verdes, sinceramente outro auditório e tão pouca gente para ouvir... tão pouco espaço para passear, tantos auditórios de instituições às moscas...Ainda se atrevem a propor-me um auditório directo ao barulho dos escapes, sem luz natural, antes optem por alargar esse parque e construir à superfícies espaços de lazer com cultura VERDE... ou aliás azulada, ou então finalmente criem um centro de espectáculos, e comercio, sem cobertura (voltando ao estilo romano) no Mercado das campanhãs politicas, alias nem compreendo como é que ninguém se atreveu a propor para o Mercado do Bolhão um novo estádio municipal... admira-me ..
Cristina
As escadas embora possam resultar no tal efeito psíquico de aproximação ao poder politico, vão também retirar espaço útil e publico, mas desenhadas equacionado-se na configuração da dita sala de recepção ou auditório romano, até me parece adequado, visto que utopicamente prevejo o bom uso das mesmas, será talvez difícil escurecer ou comparar os novos granitos aos imponentes constituintes dos Paços do Concelho, mas que surjam os desenhos e os implantes.
Quanto ao parque subterrâneo, sinceramente já tardava, retardado talvez pelo respeito que temos ao granito que suporta as nossas fundações este tipo de uso do solo, tarda em chegar e quando chega apresenta graves defeitos, muda o curso das águas e das fontes, põem a descobertos as estacas etc... esperemos que seja um bom projecto, uma boa fiscalização e que resulte no apoio à reabilitação da baixa.
Quanto ao auditório, começo a considerar que há espaços a mais e cultura a menos... Uma enorme casa da musica, que provavelmente terá que ser também aproveitada para outros eventos, ele é ramalde, ele é exponor ... só não é a recuperação do Sá da Bandeira, só não é preservação do Rivoli, só não é cinema, já para não falar na cultura dos espaços verdes, sinceramente outro auditório e tão pouca gente para ouvir... tão pouco espaço para passear, tantos auditórios de instituições às moscas...Ainda se atrevem a propor-me um auditório directo ao barulho dos escapes, sem luz natural, antes optem por alargar esse parque e construir à superfícies espaços de lazer com cultura VERDE... ou aliás azulada, ou então finalmente criem um centro de espectáculos, e comercio, sem cobertura (voltando ao estilo romano) no Mercado das campanhãs politicas, alias nem compreendo como é que ninguém se atreveu a propor para o Mercado do Bolhão um novo estádio municipal... admira-me ..
Cristina
De: Alexandre Burmester - "Alternativa"
Caro João Medina
Aproveitando a sua sugestão para a Praça Humberto Delgado (Não sabia que se chamava assim), faço outra:
Demolir a Câmara Municipal do Porto, pelas razões abaixo descritas:
1. É um edificio horroroso, de mau gosto e má arquitectura. Edifcio mal equilibrado de gosto eclético, e encimado por uma torre fálica que faz a vergonha de toda a história do desenho arquitectonico.
2. No seu interior, de espaços graniticos e acanhados (Por acaso já lá entrou?) apresenta verdadeiros ninhos e nichos sem funcionalidade nem um minimo de qualidade ambiental. Nem sequer cumpre os regulamentos municipais de construção. Os seus espaços ditos nobres, apenas estão à altura do aeroporto que recente se constroí. Feios, pirosos e verdadeiramente vergonhosos para ser a dita sala de visitas.
3. O espaço público que existia, antes de se ter plantado vergonhosamente de costas para a Igreja da Trindade, fazia um remate bem mais interessante do ponto de vista urbanístico.
4. Fazer outra Câmara vinha dar oportunidade de rever todos aqueles "Serviços", "Gestões", etc.....
5. De tão mal desenhado, nunca cumpriu as funções a que se destina, e actualmente é uma manta de retalhos de sucessivas asneiras no seu interior. Daí a razão do auditório que pergunta para que serve. Lá dentro nunca teve, e não deve haver outra forma de ter um - só enterrado.
Não me leve a mal, mas deu-me vontade de dizer isto. Se calhar as escadas não era má ideia....
Alexandre Burmester
Aproveitando a sua sugestão para a Praça Humberto Delgado (Não sabia que se chamava assim), faço outra:
Demolir a Câmara Municipal do Porto, pelas razões abaixo descritas:
1. É um edificio horroroso, de mau gosto e má arquitectura. Edifcio mal equilibrado de gosto eclético, e encimado por uma torre fálica que faz a vergonha de toda a história do desenho arquitectonico.
2. No seu interior, de espaços graniticos e acanhados (Por acaso já lá entrou?) apresenta verdadeiros ninhos e nichos sem funcionalidade nem um minimo de qualidade ambiental. Nem sequer cumpre os regulamentos municipais de construção. Os seus espaços ditos nobres, apenas estão à altura do aeroporto que recente se constroí. Feios, pirosos e verdadeiramente vergonhosos para ser a dita sala de visitas.
3. O espaço público que existia, antes de se ter plantado vergonhosamente de costas para a Igreja da Trindade, fazia um remate bem mais interessante do ponto de vista urbanístico.
4. Fazer outra Câmara vinha dar oportunidade de rever todos aqueles "Serviços", "Gestões", etc.....
5. De tão mal desenhado, nunca cumpriu as funções a que se destina, e actualmente é uma manta de retalhos de sucessivas asneiras no seu interior. Daí a razão do auditório que pergunta para que serve. Lá dentro nunca teve, e não deve haver outra forma de ter um - só enterrado.
Não me leve a mal, mas deu-me vontade de dizer isto. Se calhar as escadas não era má ideia....
Alexandre Burmester
De: João Medina - "Proposta para Praça General Humberto Delgado"
Segundo as notícias publicadas hoje, a Câmara do Porto irá construir um parque de estacionamento sob a praça Humberto Delgado.
(ver Jornal de Notícias ou O Primeiro de Janeiro)
Como já tive oportunidade de referir em propostas anteriores, sou de opinião completamente favorável no que concerne à construção de parques de estacionamento como uma das ferramentas de animação de qualquer zona da cidade (dizia o outro: "no car, no business") - ainda para mais tendo em conta o desmantelamento previsto do parque da trindade.
Porém, relacionada com esta iniciativa surge-me uma sugestão que considero de bastante pertinência:
Aproveitar as obras de construção do parque para (re)construir as escadarias de acesso frontal ao edifício da Câmara.
Apresento três razões para tal:
1 - Razões de ordem histórica - As escadarias já existiram em tempos, tendo sido removidas por alturas do e Estado Novo, como um símbolo claro de afastamento da população do poder político. Mantiveram-se apenas os acessos laterais para viaturas.
2 - Razões relacionadas com a mensagem transmitida - Na mesma linha da razão apresentada anteriormente, (re)construir a escadaria iria transmitir uma imagem de reaproximação da câmara à cidade e aos seus cidadãos.
3 - Razões de usufruto - Este será o motivo mais prático. Uma escadaria bem desenhada poderá constituir, por si só, um elemento de animação da praça General Humberto Delgado. Por um lado pode constituir-se como um "auditório romano" para os eventos que têm lugar regularmente na Praça. Por outro lado as escadas constituem um elemento de descanso, permitindo que os transeuntes se sentem para descansar, os trabalhadores da zona a utilizem para realizarem as suas refeições rápidas no verão, ou que os turistas parem um pouco para apreciarem a "sala de visitas" da nossa cidade.
Aproveitando as obras de construção do parque de estacionamento, a (re)construção destas escadas não representarão concerteza um significativo custo acrescido.
Será que alguém consegue fazer chegar esta minha sugestão a alguém de direito na CMP?
Ainda uma nota final: alguém me explica com clareza a utilidade da construção de um auditório subterrâneo, integrado num parque de estacionamento?
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João Medina
medinaprata@hotmail.com
(ver Jornal de Notícias ou O Primeiro de Janeiro)
Como já tive oportunidade de referir em propostas anteriores, sou de opinião completamente favorável no que concerne à construção de parques de estacionamento como uma das ferramentas de animação de qualquer zona da cidade (dizia o outro: "no car, no business") - ainda para mais tendo em conta o desmantelamento previsto do parque da trindade.
Porém, relacionada com esta iniciativa surge-me uma sugestão que considero de bastante pertinência:
Aproveitar as obras de construção do parque para (re)construir as escadarias de acesso frontal ao edifício da Câmara.
Apresento três razões para tal:
1 - Razões de ordem histórica - As escadarias já existiram em tempos, tendo sido removidas por alturas do e Estado Novo, como um símbolo claro de afastamento da população do poder político. Mantiveram-se apenas os acessos laterais para viaturas.
2 - Razões relacionadas com a mensagem transmitida - Na mesma linha da razão apresentada anteriormente, (re)construir a escadaria iria transmitir uma imagem de reaproximação da câmara à cidade e aos seus cidadãos.
3 - Razões de usufruto - Este será o motivo mais prático. Uma escadaria bem desenhada poderá constituir, por si só, um elemento de animação da praça General Humberto Delgado. Por um lado pode constituir-se como um "auditório romano" para os eventos que têm lugar regularmente na Praça. Por outro lado as escadas constituem um elemento de descanso, permitindo que os transeuntes se sentem para descansar, os trabalhadores da zona a utilizem para realizarem as suas refeições rápidas no verão, ou que os turistas parem um pouco para apreciarem a "sala de visitas" da nossa cidade.
Aproveitando as obras de construção do parque de estacionamento, a (re)construção destas escadas não representarão concerteza um significativo custo acrescido.
Será que alguém consegue fazer chegar esta minha sugestão a alguém de direito na CMP?
Ainda uma nota final: alguém me explica com clareza a utilidade da construção de um auditório subterrâneo, integrado num parque de estacionamento?
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João Medina
medinaprata@hotmail.com
De: TAF - "Recortes de jornal"
Já que estava a mexer em imagens, aproveitei e digitalizei também duas das notícias que sairam nos jornais sobre o blog. Ficam aqui arquivadas:
- no Jornal de Notícias em 3 de Maio;
- n'O Comércio do Porto em 11 de Junho.
- no Jornal de Notícias em 3 de Maio;
- n'O Comércio do Porto em 11 de Junho.
De: TAF - "VCI"
Testes à máquina digital - "momento artístico" no blog, para variar... :-)
De: TAF - "Torre dos Clérigos"
Ainda não tinha visto a nova iluminação... :-)