2004/05/29

De: Jorge Ricardo Pinto - "conferências" 

Está a decorrer um ciclo de conferências, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, alusivo ao tema: "Metrópoles: competitividade e inovação na Europa". Na próxima terça-feira, dia 1 de Junho, pelas 10h30, será a vez do arquitecto Carlos Guimarães debater as questões ligadas à "Arquitectura, estratégia e imagem".
Este fim-de-semana realiza-se também a VI Feira de Agricultura Biológica, Ambiente e Qualidade de Vida, no Mercado Ferreira Borges, com entrada gratuita.

Jorge Ricardo Pinto
http://avenidadosaliados.blogspot.com

2004/05/28

De: Alexandre Burmester - "Responsabilidades e gestões Camarárias" 

No meio de tantas obras que se fazem no Porto, desde a preparação da "Capital da Cultura 2001", com a introdução principalmente de arranjos no sistema viário e espaços públicos. Obras não acabadas, e recentemente quase todas alteradas.

Mais as obras do Metro por dentro, por fora e ao lado da cidade.
Mais as obras da Vci, e as novas acessibilidades aos estádios em 2004.
A pergunta é quais serão as que se seguem?

E a pergunta maior é, quem faz a coordenação de toda esta confusão? Quem é que permite que se façam certas obras (como a que hoje se está a fazer, com a colocação de um pórtico na VCI, junto ao viaduto da Boavista), durante o dia.

Qual é o custo para milhares de pessoas, passarem horas no trânsito, serem gastos milhares de litros de gasolina, e aumentarem consideravelmente os indices de stress e adrenalina.

Quem será o responsável, que gozará desta irresponsabilidade?

Alexandre Burmester, Arqto.

2004/05/27

De: Alexandre Burmester - "Luta armada?" 

Ó Pulido, podia estar aqui a contar inúmeros casos de situações, e em muitas câmaras deste País, nas quais lutei, estrebuchei, e resolvi.

Aliás não tenho nenhum Projecto que num simples processo de licenciamento isso não aconteça.

Porém o que relatei, foi apenas uma pequena situação, que contraria o príncipio que se "vende" actualmente pelos políticos na Reabilitação urbana que pretendem.

Nada mais. Já não choro por estes motivos.

Mas se queres saber, nem é culpa deles estas situações. Quando sabem correm a tentar resolver. Claro que não conseguem.

O problema está sem dúvida no emaranhado de leis, e no amedrontamento de quem as cumpre. Na incapacidade de se fazerem leis direitas, e na incapacidade de as fazer cumprir.

Mas esta situação não se restringe às Câmaras, é do País

Agora lutar contra isto não depende de mim. Não me armo em artilheiro, e não saio para aí aos tiros. (Confesso que nem sei em quem apontar, e no fim quando ninguém tem razão, apanha-se é com os tiros todos e sózinho). Não é isso que sentes?

Situações como a que relatei dependem dos clientes, partirem para aprovações tácitas, Administrativas ou outras, e não de mim.

Mas passam obrigatoriamente, por um processamento completamente diferente dos licenciamentos, se calhar exterior às Câmaras, se calhar mais na responsabilidade dos técnicos, se calhar....

Principalmente porque devia de haver diferentes regras de gestão urbana. Estas são a desgraça.

Discutir isto aqui?

Alexandre Burmester, Arqto.

De: Pulido Valente - "chapéus..." 

Caro Alexandre, sou frequentemente acusado de ser rude e agressivo, principalmente para com o Pedro Aroso, mas há situações que excedem as marcas. Tu e ele, infelizmente os únicos que dão frequentemente contributos a estes debates, insistem em armar-se em carpideiras mas não apresentam uma única proposta madura e avançada para acabar com as medras que as câmaras fazem. Como sou o único que conheço que tem feito propostas e estas têm sido olimpicamente ignoradas tenho mais que motivos para estrebuchar. Continuam, ambos, a chorar porque a cmp é o que é. Propostas? Nicles! Acontece que já no meu livro tenho uma proposta, publicada num dos artigos de há mais de dez anos, para resolver grande parte dos problemas que nos afligem: separar a fiscalização obrigatória das câmaras da liquidação das licenças, e agora autorizações, isto é, não parar os processos à espera da luz verde das câmaras. Como fazer? Se não houver melhor solução a que, neste momento, proponho é a de conceder o mesmo prazo que as câmaras têm actualmente para que se pronunciem sobre a correcção dos processos mas deixar o dono da obra livre para lançar o concurso de empreitada simultaneamente - portanto o que se entregaria na câmara seria já o projecto de execução -. Se dentro do prazo - que desta feita teria de ser cumprido porque caso contrário os funcionários e as próprias câmaras, políticos, ficariam enrascados e com enormes responsabilidades VISÍVEIS, - a câmara encontrar motivo para embargar a obra ou impedir que ela se inicie, mandará um processo contra o arquitecto, demais técnicos, proprietário e construtor, para o tribunal, dando conta às ordens profissionais e outras. Assim quem irá dizer se os projectos cumprem com a lei será quem de direito: o tribunal e não uns pacóvios que não tem formação esp+ecífica e se armam em bons e todo poderosa ( porque esta lei está mal feita). Embora os juízes não percebam grande coisa destes assuntos o facto de haver testemunhas, peritos e advogados favorece o esclarecimento das situçãoes. E a ordem teria aqui um papel importante a fazer pelo nosso lado.Abriam-se novas vias profissionais aos arquitectos que se especializassem nestes assuntos, eventualmente novos cursos e certamente conseguia-se mais justiça e a moralização da prática dos arquitectos. A auto-censura funcionava para os mais gulosos e desavergonhados, geralmente cobardes e oportunistas, e o país teria muito mais auto-estima e imagem internacional. Os políticos, a começar pela nossa bastonária, conhecem isto mas ninguém faz o mais pequeno comentário ou proposta alternativa. E vocês? Não sabiam da existência desta minha proposta? Ai não? E agora que dizem?jpv

2004/05/26

De: Alexandre Burmester - "Chapeús há muitos..." 

Em 23 de Abril, coloquei esta questão ao site da Câmara, para se perceber o quanto é dialogante esse espaço, respostas = 0.

Para se perceber o quanto tem sentido falar em Reabilitações e Restauros, é ler a mensagem então enviada.

Caros Srs.

Desde o ano passado, e num processo complicado e díficil, tenho estado a tratar do processo de Reabilitação do Edificio Comercial do Campo Alegre.

Como é do conhecimento geral, apresenta este edificio um estado de degradação exterior, razão da sua contribuição para o ar degradado urbano local, e ainda do seu actual uso.

Num esforço díficil de alcançar, feito pela actual Administração do condominio, foi concertado fazer os projectos de reabilitação, promover as respectivas consultas de preços, e ainda pedir a aprovação do projecto à Cãmara.

Como será de fácil compreensão, só na posse destes elementos poderá a Adminstração, vir no futuro e em Assembleia apresentar os valores da obra, a respectiva aprovação da Câmara, para poder receber a aprovação dos condominos para a execução da obra.

Agora vejamos qual o procedimento da Câmara em face do pedido de Aprovação do Projecto de Arquitectura:
- Em primeiro lugar, e porque se trata de fazer um novo revestimento aos prédios, com mudança de cor, existe a obrigação de pedido de aprovação do Projeto de Arquitectura (????)
- Só permite o andamento do processo, na posse de todos os documentos burrocráticos, e não analisa sequer o Projecto?
- Exige a Câmara uma Acta de Assembleia de condominio, a dizer que aprovam as obras, ou em alternativa uma carta de cada um dos 200 condominos (com cópia do B.I.) a autorizar a execução das obras (???)

E é isto que entende a Câmara por incentivar a reabiliatação dos prédios?
Afinal a aprovação do Projecto é porventura a Licença de obra? Não poderia aprovar primeiro o projecto e exigir a Acta quando da emissão da Licença (como se isso fosse realmente necessário)?
-Alguma vez irá a Administração do condominio fazer uma obra que não seja autorizado pelos condominos? Que tem a ver com isto a Câmara? Por passar uma licença de obra, tem por acaso a responsabiliade da sua execução?


Como sempre enchem-nos estes políticos de retórica propagandística e bem intencionada, mas da teoria à práctica, tudo irá e como sempre há-de ficar na mesma.
O na mesma neste caso, do jeito que anda a desertificação e o estado degradado da cidade, não será na mesma será sempre pior, até ao degredo final.

Alexandre Burmester,

De: Cristina Santos - "Orientar o mercado imobiliário..." 

"...- conforto, versatilidade, tecnologia, design e lazer-"

Orientar o mercado imobiliário segundo as exigências cumulativas do conforto, versatilidade, tecnologia, design e lazer , tendo como principal orientação comercial a ideia de que a oferta se antecede às tendências da procura, ou seja ter como base de acção a ideia de que é o mercado que faz o consumidor procurando ir ao seu encontro, e não o contrario.????
Note-se que a Banca dada as alterações ao bonificado alargou os prazos de pagamento dos créditos para aquisição de habitação, pelo que o reajustamento de mercado partiu da oferta e não da procura.
Nesse seguimento de sobrevivência e pretendendo cativar o consumidor alvo, teremos de efectuar obras ao abrigo da capacidade económica do consumidor, sendo que no entanto as teremos que realizar segundo altos critérios de exigencia. Simultaneamente os impostos, encargos, taxas e outras exigências terão de ser compridas e adicionadas ao preço final, não obstante o índice de edificação diminuído também não permite o lucro pela quantidade produzida .
Pelo que concluo que em Portugal legislam-se exigências que efectivamente não são para cumprir, como poderíamos realizar obras segundo os parâmetros indicados se o salário dos Portugueses cada vez mais exigentes, não dá para as pagar .
Encontram-se então opções de circulação de normas alternativas, que nos permitam continuar a trabalhar.
Neste caso em particular , no mercado imobiliário urge encontrar soluções para que se permita:
- Vantagem comercial aos que mudam de casa após 10 de a terem adquirido (impossível de momento), o que por sua vez exige casas mais amplas e novas construções;
- A decisão sobre poupar numa reabilitação adaptativa ou numa construção de raiz;
- Se optarmos pela reabilitação teremos de criar condições publicas de lazer, entretenimento, segurança e mobilidade;
- Teremos que encontrar maneira de reduzir os custos e aumentar a eficiência, a qualidade, as hidro massagens, as tecnologias etc..
- Teremos de encontrar soluções que isentem de impostos, taxas e contribuições o aquisidor e o produtor;
- Teremos de encontrar maneira de tornar as rendas livres;
- Teremos de aumentar os salários para que exista mercado para a compra;
Assim e muito basicamente caros amigos, vale a pena investir a longo prazo enquanto não temos apoio do MERCADO ESTATAL, que cada vez ganha mais e produz menos?

Hoje considero que o mercado da Reabilitação é importante, mas não pode anular o Mercado da Construção, se no Porto pararmos a construção de raiz, o mercado procurará encontra-la nos amplos concelhos vizinhos, se conseguirmos reabilitar a preços baixos, muito baixos, não será uma verdadeira reabilitação, mas talvez tenha mercado. O que me parece é que sem infra-estruturas publicas, sem melhores salários, sem menos exigências e impostos, não vale a pena continuar a discussão, vou adaptar-me ao mercado - Sim- mas mudando de área e profissão (vou tentar ser Deputada).
Ate sempre
Cristina

De: F. Rocha Antunes - "a importância do longo prazo" 

Meus Caros,

Tenho assumido uma posição de mero espectador interessado mas apetece-me voltar a intervir. Para acrescentar mais alguns pontos a este exercício de cidadania.

Há opções para o futuro que considero decisivas e das quais podemos continuar alheados mas de cujas consequências não poderemos escapar.

Sem querer ser longo, parece-me importante começar por falar da grande alteração de fundo do mercado imobiliário, que resulta aliás de alterações de paradigma da nossa sociedade: a incorporação do longo prazo como determinante do funcionamento do mercado.

O modelo de promoção imobiliária ligado a uma lógica de produção industrial acabou. E não volta mais, por muito que se chore por ele.

Nós fizémos 1 milhão de casas em dez anos, em cima de Planos Municipais que só existiam porque de outra forma as Câmaras não recebiam dinheiro da administração central e endividámo-nos, como sociedade, para comprar casas que vamos ter de digerir nos próximos 25 anos, se elas aguentarem tanto tempo.

Esta lógica, que resultou da combinação de uma descida brutal do custo do dinheiro com uma enorme falta de habitação disponível, não voltará nunca mais.

Quando a pressão da procura é enorme, e quando as regras de escolha dos compradores são primitivas, o que importou foi produzir muito e depressa. Essa pressão já não existe, como poderão confirmar os milhares de "investidores" e outros agentes desta região. Mudámos de paradigma também no imobiliário.

O que importa, num mercado com uma procura "normal", é a eficiência e valorização de longo prazo. E isso é novo, completamente novo, no nosso mercado.

O que importa é encontrar o valor de uso dos espaços ao longo da vida útil dos produtos imobiliários.

E há um exemplo que, por preconceito generalizado, não tem sido devidamente analizado: os centros comerciais feitos em Portugal. Sem querer discutir os méritos ou deméritos desses imóveis, reconheça-se contudo que provaram no mercado que uma nova lógica, a do rendimento a longo prazo não só é possível como é muito mais eficiente para todos os agentes envolvidos. E essa lógica de rendimento de longo prazo é a que serve melhor toda a sociedade.

Senão, vejamos:

1. Os produtos são desenhados a pensar primeiro em quem vai utilizar os espaços porque se sabe que só assim se pode esperar um fluxo sustentável de rendas necessários para amortizar investimentos elevados: quem manda no projecto são os utilizadores futuros do espaço. Quem ainda não percebeu que quem manda nos projectos imobiliários são os utilizadores vai ter muitos desgostos.

2. Quem promove esses espaços está genuinamente preocupado com a qualidade e eficiência de todo o processo de promoção imobiliária porque não vai vender "ímóveis" a compradores menos esclarecidos mas vai ter que obter rendas durante muitos anos em boas condições económicas. resultado, sabem que tudo o que for mal decidido na fase do investimento, vai ser pago muitas vezes nos custos de manutenção e reparação, na redução do valor das rendas, etc.

3. A especialização do processo de promoção imobiliária aumenta a eficiência de toda a cadeia de valor de longo prazo: quem tem que deter a propriedade no longo prazo são os investidores vocacionados para investimentos longos, como os fundos de pensões, os fundos imobiliários e as seguradoras. Quem tem de gerir as propriedades são empresas de gestão especializadas, quem tem de criar a propriedade são empresas de promoção imobiliária

4. Esta sucessão de empresas especializadas, exigem regras claras e transparentes, e não "o segredo com alma do negócio".

5. Os processos de gestão urbanística têm que ser abertos, para que todos possam estar protegidos das usuais "arbitrariedades" dos inúmeros agentes "reguladores".

Por isso, a discussão pública dos assuntos imobiliários é essencial para o desenvolvimento de regras claras que atraiam o investimento certo, aquele que perdura e que dá dimensão e consistência aos mercados. E isso quer dizer casas e escritórios melhores e mais baratos para todos, com as enormes repercussões que isso tem na economia.

Para já, por aqui me fico.


Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário

2004/05/25

De: TAF - "PDM - Novo período de consulta a 8 de Junho" 

Notícia no Público.

De: Pedro Aroso - " Paralisar o Sector da Construção Civil..." 

Caros Amigos

Acabo de ler a notícia do jornal "Público" acerca da nova versão final do PDM:
http://jornal.publico.pt/2004/05/25/LocalPorto/LP18.html

A intervenção do vereador Manuel Diogo, que também é arquitecto, não podia se mais clara:
"o novo PDM está longe de ser suficientemente apelativo para atrair o investimento privado" ... "Como é que um promotor imobiliário pode investir no Porto se o valor do terreno para construção subiu exponencialmente e, em contrapartida, se reduz também exponencialmente a capacidade construtiva?" "Só um louco é que vai investir numa cidade assim".

Se dúvidas existiam, hoje dissiparam-se todas. Isto é um PDM para paralisar o sector da construção civil na nossa cidade.

Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net

De: Ricardo Fontes - "Viver na Baixa da Cidade" 

Bom dia:

Parabéns pela sua iniciativa de fórum sobre a nossa cidade.

Como sou um cidadão anónimo, gostaria de deixar apenas uma nota de reflexão.

Pode alguma família com filhos viver na Baixa da Cidade com qualidade de vida ?

Apesar do todo o investimento da Porto 2001 investiram na criação de algum espaço reservado as crianças os jovens nas "novas" praças "granitizadas". ?

Em toda a Freguesia de Santo Ildefonso não existe um único escorrega ao baloiço.

Os Jardins e Praças Publicas da baixa nenhum contempla um espaço aos Jovens para a pratica de exercício fisico.

Trata-se apenas de um indicador de conforto e bem estar, mas revelador da politica seguida.

PS: Já agora espero que nunca o projecto do Arq. José Pulido Valente para a Alameda 25 de Abril seja a Luz do dia, pois a edificação dos referidos edifícios nas parte central da alameda conforme a maqueta irá transformar aquela zona em mais um pesadelo para a cidade. ( Gostava que quando os "Arquitectos" fizessem as Maquetes colocassem todas as viaturas a fazer cargas e descargas, e fizessem uma simulação de movimento social que muito naturalmente existira com o número de fogos a serem construídos, talvez vista a maquete com uma aproximação da realidade nem os Arquitecto Pulido Valente subscrevia o seu projecto).

Ricardo Fontes

De: Cristina Santos - "sociedades de reabilitação urbana" 

Do entendimento que fiz da legislação que regula as Sociedades de Reabilitação Urbana, assistiram-me algumas duvidas que gostaria de debater ou ver esclarecidas:
1º Caso um proprietário de um edifício situado fora do parâmetro de intervenção estabelecido pela SRU, pretenda reabilitar o seu edifício, pode recorrer à SRU para agilização do processo de licenciamento mesmo que não faça parte de nenhum quarteirão?
2º Na eventualidade de um investidor adquirir, vamos supor na Rua Duque Palmela, 3 edifícios germinados com a pretensão de neles criar 9 fogos, poderá beneficiar do apoio da SRU para o licenciamento e aagilização do processo?

Em suma o que pretendia ver esclarecido é se a acção da SRU está restrita ás prioridades por ela definidas, se a sua acção se cinge na elaboração de planos de áreas a a intervir, chamando nessa altura os interessados e proprietários de edifícios nessas zonas a intervir, ou se é possível beneficiar dos novos critérios da SRU seja qual for o ponto da cidade onde o edifício se encontre plantado...
Obrigado
Cristina

2004/05/24

De: TAF - "Seminário em Campanhã" 


Já estão anunciados no site da Paróquia de Campanhã os programas do Seminário e da Sessão de Apresentação sobre a recuperação da Igreja Matriz. Fica aqui a recomendação e a indicação de que a entrada é gratuita.

De: Miguel Barbot - "Cristóvão Iken - "recuperação do património"" 

Conheço os imóveis em questão...

Ao que parece, o actual proprietário quer demolir e nos terrenos construir um prédio (ou mais). Pelo que se diz, mesmo não conseguindo autorização para tal, o mesmo tem-se recusado a vender.

De: Pulido Valente - "resposta" 

caros combatentes, vamos por ordem nisto!
Os senhores estão a falar de gostos ou de pareceres: "parece-me que". Não afirmam posições de princípio. Não sei, para alem do R.F. qual a formação dos meus outros contendores, o MGF e o PVA. Mas parece-me que estamos a falar de perspectivas diferentes. Não meu caro PVA não estou a dizer que v. devem ficar na v. chinela. nada disso! Valha-me deus! O que digo é que me deixem falar como criador que de há mais de quarenta anos para cá buscava, e encontrou, um caminho próprio, legítimo para afrontar o marasmo, a falsa arquitectura, assente na gula dos "avida dolars", na cedência ao poder e à burocracia. Luto, porque como v. demonstram, ainda não sou aceite como devia e quero trazer a conversa para um nível que seja útil e produtivo. Para ser útil basta que cada um perceba o que o outro está a dizer. Para ser produtivo é necessário que saiam daqui propostas aceites como tão válidas como q.q. outra. Não está correcto propor a um criador que arrepie caminho e volte a fazer como já fez há vinte e cinco anos (torre de Viana do Castelo) ou há vinte (Esmoriz). E O TRABALHO QUE FIZ NESTES ÚLTIMOS VINTE ANOS? Como v. não estão para se dar ao trabalho de pensar mais e melhor nestes assuntos (não têm tempo coitados) seria eu que tinha que fazer marcha atrás. Bolas! Não fico zangado. Fico triste. Porque, de lutadores como v., esperava mais maturidade e mais e melhores ideias "práfrentex". Reparem que tenho sido alvo de ataques pela honra, acusado de ganância e, portanto de falta de ética. Reparem que me questionam nos aspectos formais quando o estudo pouco mais é que uma ideia, estudo prévio. Ninguém viu e quis ver quais as potencialidades da proposta. Atiram-se à proposta sem o rigor e a seriedade obrigatórios. Nenhum se lembrou que eu não tenho que aceitar as duas vias marginado aquele horroroso espaço central senão porque, até hoje, não queria destruir obra feita que considero ERRADA. Peço que se posicionem de modo a que a proposta QUE É ABERTA beneficie dos v. contributos. Afinal estamos na discussão pública do meu projecto. E quero beneficiar o máximo com ela. Mas para isso têm que aceitar aquilo que proponho como base de discussão e NUNCA sair da conversa e ir falar de outras coisas. Enquanto falarem como têm falado estão a boicotar, inconscientemente admito, a discussão que tão útil seria. Vamos a isto
1 -há uma via que indiscutivelmente tem de fazer a ligação entre a Pr. das Flores e o viaduto: A que está construída a sul;
2 -não se liga/interliga a praça das Flores com a Corujeira começando com um perfil de cem metros, alameda, e acabando numa secção de, nem chega a dezoito metros, a ponte e etc.;
3 - não é correcto dizer-se, ou deixar subentendido, que aquela alameda serve para dignificar o espaço urbano quando ela resulta da destruição pura e simples do espaço que lá estava. O que dignifica, dignifica alguma coisa. Não se dignifica o que não existe. Como se destruiu o espaço que lá estava não podem dignificá-lo porque ele já não existe. Destruir um espaço e preencher o vazio não é bom urbanismo. E não se dignifica um espaço que deixou de ter a sua identidade que durou, com transformações é certo, até ao momento em que foi delapidado. (Cerze-se. Reconstrói-se). Depois de criado o deserto é perfeitamente imoral propor para lá uma decoração, tirada do catálogo das soluções velhas e caducas. Sei que não dava para mais e que a culpa é do presidente que contratou as pessoas. Mas as pessoas não ganham galões por terem sido escolhidas por um presidente. Ganham-nos com propostas válidas, inovadoras e sérias. Como a minha. Quer queiram quer não, é o que a minha proposta é. Dêem-me tempo deixem-me avançar, contribuam com a v. boa vontade e seriedade na conversa e verão. Mas, por favor, façam um esforço para aceitar as ideias novas que são:
I - não há paralelipípedos à face das vias;
II - portanto não há interiores de quarteirões;
III - há espaços cobertos e descobertos destinados ao peão; o que só tem vantagens;
( só porque lá estão duas ruas é que foram mantidas;)
IV - se não se conservar a rua a norte há benefício;
V -as frentes construídas nos vários níveis PODEM vir ligar-se umas às outras: as nascentes e poentes com as sul.
VI - em consequência há uma maior aproximação aos ritmos e volumes da envolvente sem haver a mesma linguagem arquitectónica.
Venham lá as v. achegas. Sem rancor e com desportivismo.JPV
--
Nota de TAF: Este texto vem na sequência do debate no Grupo PNED. A sua colocação aqui torna mais alargada esta discussão.

De: Cristóvão Iken - "recuperação do património" 

Bom dia,

embora sem intervir, tenho acompanhado com interesse o debato feito no seu blog.

Junto envio algumas imagens que colhi este fim-de-semana, relativos a um conjunto de edifícios antigos na Rua 5 de Outubro, abandonados há já bastante tempo e 'à espera de alguma intervenção mais ambiciosa, que não seja a sua mera recuperação'.

Chocou-me o cuidado que a `alguém' teve de retirar uma linha de telhas a toda à volta da construção com a intenção evidente e deliberada de provocar à rapida detrioração do imóvel. Sabemos que para tal nada melhor que alguma telhas a menos, preferencialmente ao longo das fachadas para ir afectando os encastramentos dos vigamentos de madeira nas paredes e, assim, acelerar o processo. Que isto de tirar telhas era prática corrente já se sabia, mas com este rigor e profissionalismo, à vista de todos, particularmente de quem passa no viaduto de Pedro Hispano é que me parece curioso - e merecedor de divulgação no seu blog.

Obrigado,



PS: no seguimento do mail anterior, gostaria de acrescentar que pela consulta do PDM na net, os imóveis parecem estar classificados como sendo de interesse patrimonial.

Cristóvão Iken - arquitecto
Av. D. Afonso Henriques, 1196 - s/ 405
P 4450-012 Matosinhos
tel./fax: +(351) 22 9386292
telemóvel: +(351) 91 7540889
e-mail: c.iken@mail.esoterica.pt

De: TAF - "Campanhã" 

Conforme prometido, aqui está o apontador para o site da Paróquia de Campanhã onde estão algumas fotos da igreja matriz. Vai realizar-se proximamente um seminário sobre o estado deste edifício com a presença de especialistas e entrada gratuita.
Em breve será lá colocada informação adicional. Quando isso acontecer eu darei aqui notícia.

2004/05/23

De: Rio Fernandes - "alameda e coerência" 

Penso que o debate sobre a alameda tem sido muito interessante a propósito das formas de fazer cidade e, de certo modo, cruza-se com um outro debate havido há tempos no grupo pned sobre a "cidade densa". Lamento ter que pessoalzar algumas questões, mas não posso deixar passar em claro afirmações e perguntas do Arqº Pulido Valente.
Porque, num como noutro caso, penso ter deixado claro que pelo facto de ser militante de um partido (como de resto outros que têm participado também activamente nestes debates), nunca me limitou nas minhas apreciações. Daí que me pareça que não tenha que responder a propósito de coerências...
Ele a quem eu admiro como batalhador, embora um pouco "azedo" talvez pela dureza dos combates e a quem, por isso, desculpo a forma por vezes excessiva com que trata os outros. Mais valia guardar para quem merece!
Lamento que deixe no ar a eventualidade de eu seguir uma qualquer disciplina partidária que me deixa cego...
Pena não me ter ouvido quando critiquei o Polis em reunião com o então ministro José Socrates, ou quando questionei o processo especulativo de Matosinhos Sul perante o Presidente da CM de Matosinhos...
Mas pode sempre ler alguns trabalhos, por exemplo "A cidade, os municípios e as políticas: o caso do Grande Porto", para ver que não distingo as cores quando se trata de reflectir sobre o mau funcionamento da metrópole multimunicipal.
Mas isso, espero, não me limitará nas apreciações críticas que faço a uma Câmara descapitalizada de recursos humanos, que terminou abruptamente com muitas coisas interessantes (como o Cruarb, o plano de mobilidade, ...) e iniciou disparates (como a linha do metro da Boavista).
Relativamente à alameda, apenas uma nota para reforçar a importância e a urgência de "fazer cidade" do lado oriental do Porto.
E, embora custe a alguns reconhecê-lo, eu, tal como o Mário Fernandes, sou tentado a pensar que a melhor solução - a ter de construir-se no centro daquele eixo imperial algo medonho - poderá estar associada á fórmula de Corbusier, das torres no parque.
O que poderá não estar mal para Gaia, a montante da Ponte D. Luís: importa ver, discutir... e só depois decidir!
Cumprimentos,
Rio Fernandes

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