2005/03/05

De: TAF - "Notícias de Sábado" 

- "Capricho" do IPPAR pode levar a paragem das obras
- Projectista acha que a recusa não tem argumentos válidos
- Obras no Carregal têm de andar
- Rio apoia revolta dos comerciantes contra embargo do túnel de Ceuta

- Requalificação de "Carlos Alberto" arranca dentro de seis meses
- Carlos Alberto em renovação
- Quarteirão do Infante é próxima intervenção da Porto Vivo

- Hospitais falham na acessibilidade
- Saúde sem acessos para todos
- "Hospital Magalhães Lemos é o pior" para a mobilidade dos deficientes

- CCDR-N apresentou estudo ecológico estrutural
- Estrutura Ecológica da AMP deverá ser referência nos PDM

- Exposições simultâneas na Miguel Bombarda
- Fotografia de Gérard Castello-Lopes em destaque na Miguel Bombarda

- Bilhete único para o metro STCP e CP em Setembro
- STCP e CP/Porto passam a aceitar apenas o título Andante a partir de Setembro
- Circuito da Boavista poderá ter provas oficiais
- Circuito da Boavista pode ser palco de campeonatos com carros da actualidade
- Projecto para o parque da Alfândega já está a sofrer alterações

2005/03/04

De: David Afonso - "SRU e Carlos Alberto" 

Enquanto acontece o PREC (Processo de Reabilitação Em Curso) da Baixa do Porto, o silêncio da opinião pública portuense parece não incomodar ninguém. A verdade é que este silêncio é por sua vez o resultado dos silêncios geridos pela autarquia e pela SRU. Se excluirmos as sessões de esclarecimento dirigidas a grupos profissionais específicos - como arquitectos e promotores imobiliários - pouco ou nada tem sido feito pela SRU Porto Vivo no sentido de promover o debate sobre o futuro da nossa cidade. Esta condução semi-clandestina de todo o processo de recuperação da baixa faz-me temer que o segredo seja a alma do negócio.

A SRU terá convocado para hoje, dia 4 de Março, os proprietários abrangidos pelo projecto-piloto do quarteirão Carlos Alberto para uma sessão de apresentação do Documento Estratégico. Mas, em definitivo, esta entidade aprecia a discrição: nem todos os proprietários foram efectivamente contactados e outros acabaram por contactar por iniciativa própria a SRU, após terem sido informados da existência da dita sessão pela... imprensa!

Entretanto a partir do dia 7 estará disponivel para consulta na sede da SRU o projecto base de documento estratégico para o quarteirão de Carlos Alberto. Seria desejável que todos nós exercessemos a nossa cidadania de modo pleno e não continuássemos indiferentes ao que se está a passar. Nunca é tarde para iniciar o debate mais urgente de todos.

David Afonso attalaia@sapo.pt

De: Filipa Oliveira - "O que penso do túnel" 

É a 1ª vez que escrevo neste site. Acho muito interessante e muito actual. Vou dar a minha opinião sobre um dos maiores cancros da nossa cidade.

Em 1º lugar é necessário não esquecer que esta obra foi lançada pelo Dr. Fernando Gomes sendo a saida do tunel, no 1º projecto, em frente à morgue do lado direito do jardim. O ippar esteve contra.
Depois com o Eng Nuno Cardoso a saida do tunel passou para a porta das urgencias do Hospital Sto. António. Pouco depois o Eng. Nuno Cardoso manda parar a obra por dificuldades financeiras.

Estavamos com um tunel parado. Com a zona da entrada e saida do tunel esburacada e entaipada.

Uma das possibilidades era tapar os buracos e devolver o financiamento da União Europeia perdendo a nossa cidade 5 milhões de Euros. Será que era a solução depois de tantos incomodos devido às obras? Penso que não.
Estando pensada a saida para a zona das urgencias do Hospital e para a zona de grande fluxo e cruzamento de carros, não seria a altura ideal para se alterar o projecto? Penso que sim.
Sinceramente não acho lógico que se faça um tunel deste valor e que não se resolva o problema do caos a nivel de transito que existe na zona do hospital.
Desta forma acho da maior logica projectar a saida do tunel para a Rua D Manuel ANTES da entrada do Museu, sendo aproveitado para requalificar toda a entrada do Museu. O Museu que tem um pequeno passeio que passaria para mais do dobro do tamanho e ficaria sem estacionamento à porta.
Acho que esta é a unica solulção possivel para o problema. Não faz sentido que a saida do tunel seja muito mais à frente, porque para além dos milhões de euros suplementares gastos para concluir a obra, a saida seria numa zona muito mais estreita e que iria dificultar ainda mais o transito na zona do Palácio de Cristal.Já para não falar que a conclusão do tunel seria adiada por mais um ano. Acho que a cidade já teve buracos a mais...
Com esta decisão do ippar não teremos direito aos apoios comunitários. Neste momento só temos 2 opções. Ou fazemos a saida no inicio de D Manuel e brevemente temos finalmente o tunel concluido e o problema do transito na zona resolvido; ou então vamos continuar com o buraco em frente ao Hotel Infante Sagres e com o caos na zona do hospital Sto. Antonio e com o tunel parado...

Espero que impere o bom senso A FAVOR DA NOSSA CIDADE

De: Vitor Costa - "O Museu...esquecido" 

Agora a polémica é o tunel...
Agora existe IPPAR...
Sinceramente não entendo toda esta polémica.

Onde estava o IPPAR quando o executivo do Dr. Fernando Gomes, SIM ESTA OBRA FOI LANÇADA PELO DR. FERNANDO GOMES, projectou o tunel de Ceuta?

Onde estava o IPPAR quando a solução era a saida do tunel ser ao lado do Edificio CLASSIFICADO do Hospital Sto. António?

Não falando só do IPPAR, onde está a logica de ter uma saida do tunel ao lado do Hospital central da cidade. Não será mais lógico tirar a confusão do transito da zona do Hospital?

Será que tem alguma utilidade o tunel, sendo a saida do mesmo num dos locais mais confusos a nivel de transito?

Ou será que o problema é ter a saida do túnel do outro lado do belo edifício comercial espelhado que enquadra lindamente com Museu Soares dos Reis?

A actual situação é ter a cidade com um jardim historico fechado e em mau estado e ter a entrada de um dos hoteis mais emblematicos da nossa cidade com uma cratera aberta cheia de lixo.

Sinceramente penso que além da maior utilidade em ter a saida na Rua D. Manuel, por motivos de transito, passando o Museu a ter um passeio na sua entrada maior e sem estacionamento à porta, ficaria com outra visibilidade.

Os que estão preocupados com o dinheiro dos contribuintes concordam que se gaste mais 2,5 milhoes de euros para a saida ficar depois da Rua Adolfo Casais Monteiro, num local muito mais estreito do que a solução actual?

Tenho pena que o IPPAR e outras pessoas tenham andado tanto tempo adormecido na cidade
Já agora se o IPPAR defende tanto o Património da cidade ABRA A SUA SEDE "A CASA DE RAMALDE" que apenas serve de escritórios de iluminados para actividades culturais, e outras, a favor da cidade.

Vitor Costa
vitorcosta1977@hotmail.com

De: Assunção Costa Lima - "Túnel..." 

"... mais uma vez"

"No momento em que estão a faltar com o respeito à cidade, então vão ver-me do avesso", Rui Rio (in Jornal de Notícias, Sexta-feira, 4 de Março de 2005), fim de citação.
Expectante aguardo o avesso do nosso Presidente. Sim que o direito já o vamos vendo todos os dias.

Parece aduzir-se da notícia inserta no J.N. que o Dr. Rio se virará do avesso se o IPPAR se atrever a cumprir a lei. O que não me parece surpreendente. Pois, e reportando, exclusivamente, as intervenções Camarárias na zona do Carregal, se já foi construída a ampliação do H.G.S.A. confinando com o oitocentista edifício de Jonh Carr, edifício esse classificado Monumento Nacional, pois se o túnel ia terminar bem em frente da ala norte desse edifício sem se ter sentido qualquer polémica, pois se as obras nos arruamentos junto ao jardim decorrem sem qualquer respeito pelos cidadãos residentes, comerciantes e utentes, não respeitando, sequer, as obrigatórias passagens em segurança para os peões, pois se Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas garantiu, em reunião com os moradores no passado dia 3 de Dezembro, que as obras de requalificação dos passeios estavam prontas no fim de Janeiro (estamos em Março e as obras estão para lavar e durar), pois se as magníficas e em muitos casos raras espécies botânicas do Jardim do Carregal estão fortemente maltratadas com as obras que ali decorrem, afigura-se-me natural que a aplicação da regularidade formal ponha à vista o avesso de qualquer um.

Preocupado o nosso Presidente ressalta os elementos que devem orientar a decisão “para quem está em Lisboa e não conhece o Porto”. Valha-me Deus Doutor: pois se foi a própria Câmara a que preside que, em face do parecer negativo sobre o Túnel de Ceuta, enviado à Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas pelo Director Regional do Porto do IPPAR, apresentou o pedido de reapreciação do processo pela Direcção Nacional do IPPAR, está agora preocupado com o desconhecimento a que a Capital vota o Porto há mais de um século...

Diz-nos José Pedro Lima no seu post "Túnel de Ceuta" que o Túnel vai demorar mais a construir que o tempo de duração da 2ª Guerra Mundial. Cá por mim, e convivendo diariamente com as obras do túnel, quer em Ceuta quer no Carregal, tenho a fé que vai demorar mais que a Guerra dos 100 Anos. Esta é a nossa obra de Santa Engrácia (ou Desgrácia)...

Reportando-me ao meu post de 19/01 "Túnel Ceuta-Carregal/D. Manuel II" e estando agora em cima da mesa a possibilidade de o túnel ser prolongado até à frente do edifício do Ex-CICAP resta aos Carregalenses a possibilidade de mais um ano de sacrifícios em nome da grande obra e a mim ver o túnel avançar uns 100 metritos em direcção a Lisboa, onde realmente eu gostaria de o ver terminar (de preferencia em frente, por exemplo, do Teatro Nacional de D. Maria II de classificação patrimonial idêntica à do Palácio dos Carrancas).

Assunção Costa Lima

De: Lino Cabral - "O nosso maior problema" 

é a burocracia mental e social. Esta praga foi detectada já pelos antigos egípcios na emergente organização social do estado.

Da burocracia social por mimese nasce a burocracia mental. Não conheço nenhum homem ou mulher de inteligência livre que não odeie a burocracia.

O efeito mais nocivo é condicionar um sistema numa espécie de aparelho; a fluidez do sistema torna-se mais rígida e lenta. O mesmo se passa no nosso cérebro.

Tudo isto a propósito dos vários problemas detectados aqui e acolá na Baixa.

Por exemplo o problema dos Bairros Sociais está ligado ao excesso de oferta habitacional e construção. Ambos falharam porque a burocracia impediu que a habitação fosse um problema dos habitantes. Tal é o zelo da burocracia em ordenar e controlar que impede o livre fluir da informação originando situações anómalas.

Porquê tanta energia gasta num PDM que poucos entendem e ninguém cumpre?

Porque não acabar de uma vez com a obra clandestina, legalizando-a, ou seja permitir ao cidadão a sua livre expressão na construção da sua casa?

Terá sido o nosso Património Mundial produto de algum PDM que desconheço?

Lino Cabral

De: António Moreira - "O Túnel e não só" 

Deixando o assunto do Metro de lado (por hoje :-) ), gostaria de fazer algumas considerações quanto ao assunto do Túnel e, não só.

Quanto ao Túnel
Esta situação é por demais complicada dado que, a meu ver, tem origem em dois erros anteriores graves, se não mesmo gravíssimos. Primeiro erro, GRAVÍSSIMO, a ampliação do Hospital de S. António. Era por demais evidente que a ampliação do Hospital, considerando a sua localização, iria ser fonte de gravíssimos problemas, quer no que respeita ao trânsito em geral, quer, fundamentalmente, no que respeita a Saúde Pública, por ser praticamente impossível o acesso de ambulâncias ou outro tipo de viaturas em caso de urgência. Qualquer pessoa que habite ou trabalhe na rua D. Manuel II (e naturalmente noutras), poderá atestar a raiva e o desespero sentido diariamente, várias vezes ao dia, mesmo muito antes das obras para o túnel, ao verificar (sofrendo) a forma desesperada como as ambulâncias (ou outras viaturas em emergência) tentam, por todos os meios chegar à urgência tentando ganhar os minutos que podem ser a diferença entre a vida e a morte.
Este erro gravíssimo, pelo qual os responsáveis deveriam ter sido severamente sancionados, é a meu ver, a maior causa, para a situação agora presente.
Segundo erro, grave, o Túnel.
Haveria real necessidade nesta obra?
Em minha opinião não. Em minha opinião era, claramente, prioritário resolver o problema do Hospital, quer repensando a sua utilização como Hospital de retaguarda, sem urgências (construindo outro Hospital Geral na periferia), quer criando uma forma de acesso rápida e exclusiva (túnel?) para ambulâncias ou outras viaturas em emergência. O facto é que o túnel foi iniciado, o facto é que o seu projecto inicial foi sendo alterado e, as obras foram avançando sem ter havido o cuidado devido, por parte da CMP, em pedir o necessário parecer do
IPPAR, como era sua obrigação, nem ter havido o cuidado, por parte do IPPAR, de actuar em devido tempo, como era também sua obrigação. Parece que o IPPAR apenas actuou após ser pressionado, dado até então ser mais fácil "olhar para o lado", sendo, por isso ridícula a nova teoria das "forças do bloqueio" por parte do actual presidente da CMP. Este assunto também nos poderia, se calhar deveria, levar a questionar quanto ao desprezo e desinteresse a que a Cidade, os Cidadãos e os responsáveis autárquicos, tem votado o Museu Nacional de Soares dos Reis (em claro contraponto com o que se verifica relativamente ao Museu de Arte Moderna em Serralves), mas isso ficará como sugestão para quem queira aflorar esse tema……

Quanto à CMP
O Sr. presidente da CMP deveria ter cumprido a sua obrigação de pedir o parecer do IPPAR, ANTES de avançar com a alteração ao projecto e o desbarato do NOSSO dinheirinho, que parece tanta falta lhe fazer!!!!!, mas está visto que este senhor é mais adepto da política de factos consumados (não, não vou tornar a comentar, hoje, o Metro e as "corridinhas") e, quando não lhe fazem as vontades o senhor AMUA, mas quanto a isto o "mau feitio" do Sr. Alexandre Burmester :-), já discorreu de forma clara, pelo que não me irei alongar……

Resta-me uma consolação, em jeito de "pensamento da semana":
Lembremo-nos quando estamos mal, que existem outros ainda pior...
LIVRA :-D

Um abraço
António Moreira

De: José Pedro Lima - "Túnel de Ceuta" 

O facto do Dr Rui Sá, vereador da CMP ter vindo, sem o saber, dar razão ao que aqui escrevi prova sem margem para dúvidas que falta apenas uma coisa para resolver o problema do Túnel de Ceuta: vontade das partes.

Da leitura do artigo por ele escrito retira-se ainda a data de início deste triste episódio: 1999.
6 anos da mais lamentável catástrofe urbanistica. 6 anos dos quais são culpados, entre outros, o Dr Fernando Gomes, o Eng Nuno Cardoso e o Dr Rui Rio. 6 anos de uma qualidade de vida a degradar-se todos os dias, a destruir o que estava feito e a gastar mal dinheiros públicos.
Numa empresa privada tinham sido todos despedidos. Nem a transformação do Carregal nos Jardins Suspensos da Babilónia compensará os moradores por estes anos todos de transtorno, a que aparentemente se juntará pelo menos mais 1. Notem isto: demorará mais tempo a acabar o Túnel de Ceuta do que demorou a 2ª Guerra Mundial. Se o Dr Rui Rio não for reeleito serão 4 (!!!!!!) os presidentes de Câmara que tiveram o seu mandato durante a obra. Sem comentários a tanta incompetência, indigência, indiferença face ao bem público.
Querem saber porque é que as pessoas desconfiam dos políticos? Olhem para o Túnel de Ceuta e lembrem-se que depois de mais de 2000 dias de obra ainda ninguém sequer pediu desculpa por aquilo. Pelo contrário, já aqui o elencaram à conta de obra feita....

Dado que a solução é óbvia reitero aqui não o meu pedido mas a minha exigência: o IPPAR e a CMP tem a OBRIGAÇÃO de se sentarem e resolverem o problema rapidamente. Não é nenhum favor que nos fazem, é a responsabilidade que tem e que sem a cumprirem não merecem os salários que recebem e que eu ajudo a pagar.

José Pedro Lima
pclima@gmail.com

PS: segui atentamente a discussão do metro. Sou contra o Metro da Boavista e as razões aduzidas por outros participantes várias vezes são para mim mais que suficientes pelo que optei por não colocar os meus argumentos, que seriam necessariamente repetições do que já tinha sido dito.
O facto de o que aqui se fez e se escreveu não ter servido aparentemente para parar a obra não significa que a nossa intervenção tenha sido inútil. Bem pelo contrário, parece-me que no futuro será cada vez mais difícil fazer obra mal fundamentada ou não fundamentada de todo. A responsabilização é cada vez mais das pessoas e menos das instituições, cada vez mais pública e menos restrita ao aconchego dos gabinetes. E gostem ou não, isto veio para ficar.

De: TAF - "Arq. Marques da Silva" 


De: TAF - "Carlos Alberto - no Público de hoje" 


De: António Lopes Dias - "Desculpas a TAF?" 

No meu último post referi que alguma argumentação de TAF (sobre o Metro na Boavista) me parecia falaciosa.
Tal expressão, como se sabe, tem um sentido filosófico: é um sofisma, um erro de raciocínio (até tive o cuidado de explicitar que concluía do particular para o universal). E não resulta objectivamente que aquela expressão possa ser entendida de "insulto" a alguém; não está nos meus princípios, mesmo que a discussão seja acalorada.

Por isso também acho que não me pode ser imputada, de ânimo leve, uma mínima intenção insultuosa.
Se TAF se sentiu melindrado com a frase, as minhas desculpas; mas também eu as mereço, pelo processo de intenções do seu comentário.

Desculpas à parte, o que eu queria frisar era a argumentação frequentemente contraditória e inconsequente dos opositores à instalação da linha de Metro na Boavista.

Umas vezes diz-se que já existe um canal dedicado a autocarros (facto que eu contrariei neste blogue, dizendo precisamente que esse "canal dedicado" tem apenas algumas centenas de metros).Depois diz-se que o metro obrigará o trânsito (automóvel) a desviar-se para as zonas residenciais (?) adjacentes à Avenida; e o"canal dedicado" a AUTOCARROS não obrigará ao mesmo? Ou vai continuar com a qualidade, comodidade, pontualidade e rapidez actuais? E afinal já não é um "eléctrico rápido"?

E porque excluir, liminarmente, a Avenida da Boavista de ser integrada numa "rede de transporte colectivo", que facilite a mobilidade dos todos os cidadãos na área metropolitana do Porto, de forma moderna, comóda, rápida, enfim qualificada? (Esta era a conclusão "universal" que deveria ser utilizada, e não a conclusão "particular" que o Metro não serve a Avenida).

Remendando o fato velho, torna-o mais novo? O seu (do Metro) pecado original vai obrigar à condenação ad aeternum da Avenida?

Que o projecto seja discutido, participado, melhorado (António Moreira: "O Metro na Boavista contra-ataca" -apresenta algumas condições que me parecem ajustadas; eu próprio apresentei outras). Este parece-me ser o melhor sentido deste blogue.

Por mim, darei por encerrado o assunto.E a reabilitação da Baixa do Porto?
Cordiais saudações do
António Lopes Dias
(amvldias@hotmail.com)

De: Alexandre Burmester - "... do avesso" 

Após a leitura dos jornais de hoje, e das recentes declarações do Presidente da Câmara, não posso deixar de vir constatar uma vez mais as afirmações que por inúmeras vezes aqui tenho feito, e que me rotulam do "profissional do contra".

Ora vem o Presidente dizer na Conferência na Faculdade de Economia que o Urbanismo passou a ser segunda prioridade do seu mandato, face às realidades sociais. Só mesmo quem não entende de Urbanismo, é que confunde esta matéria com desenho urbano, construção civil ou obras de requalificação e outras com "Griffe", é capaz de afirmar tamanha enormidade.

Urbanismo Sr. Presidente, é principalmente uma área profundamente Sociológica. É-o pela adequação dos espaços urbanos às necessidades da população, é-o pelo planeamento e estratégia do desenvolvimento, é-o igualmente no desenho destes espaços e da implantação dos espaços que vivemos. Por esse motivo tenho aqui repetidamente falado das irrealidades que o PDM comporta, das opções erradas de mobilidade que tem tomado, da importância do projecto do metro sem planeamento conjunto, da falta de estratégia de desenvolvimento da área metropolitana, da política e desenho dos bairros sociais. E principalmente, porque se tratando de pessoas que vivem a cidade, é fundamental ter capacidade e abertura ao dialogo, tendo a capacidade de ouvir e ter a dignidade de ceder quando for caso disso.

Que diz o Presidente em face desta capacidade de diálogo? Que se não houver Metro na Boavista não vai requalificar a Avenida porque não o acha prioritário. Amua. O que é prioritário? As corridinhas de popós na Avenida que nos vão custar 6 milhões de euros, mais a destruição do património construído?

Que diz o Presidente se o IPPAR não aprovar a sua solução para o Túnel de Ceuta? Que o "vamos ver do avesso". O Presidente, até pode ter razão nesta questão, mas de certeza não terá toda, e bastar-lhe-ia maior capacidade de diálogo para já ter encontrado uma solução para bem da cidade, dos infelizes que lá moram ou tem que por lá tem que passar diariamente, do jardim do Carregal, do Túnel, do Museu e do Hospital.

E ainda é capaz daquelas afirmações lindas e politicamente correctas de que para gerir a cidade é necessário "postura sensata e construtiva". Com o quê? Amuando e com mau feitio?

O seu conceito de desenvolvimento está bem patente num horizonte bem estreito, bairrista e antiquado, não só pelos carrinhos antigos, mas também pela contínua defesa dos lojistas de "tecido a metro" com "saldos de papel higiénico" do centro da cidade, e continua a proibir a instalação do Corte Inglês.

Fica-me a dúvida sobre a pertinência da sua conferência sobre "Revitalização económica e política do Porto". Seria pelos argumento e exemplos do que não deveriamos fazer?

Desculpem-me o mau feitio, mas hoje já fiquei mal disposto.

Alexandre Burmester

De: TAF - "Deixemos o Metro de lado, hoje... ;-) " 

- Rui Rio em conferência na FEP
- Rui Rio avisa que sem Metro a Avenida da Boavista "ficará largos anos" sem ver obra
- "Se faltarem ao respeito, vão ver-me do avesso"
- Rui Rio faz depender arranjo na Boavista da linha do metro - resistir: hoje não comento, hoje não comento, hoje não comento... ;-)

- 200 mil espectadores por ano no Coliseu
- "A Casa da Música será articulada com o Coliseu" - entrevista com José António Barros
- "Madrid e Barcelona não têm uma sala como esta"

- Novo serviço por telemóvel permite saber a que horas passa o autocarro
- Horários da STCP disponíveis por SMS e rotas na Internet
- IPPAR chumba projecto das "Docas do Porto" para a zona da Alfândega
- CCDR-N ajuda municípios a articular estratégias ambientais
- Mário Almeida pretende que se mantenha transbordo de passageiros no Viso

- Rio apela pela manutenção dos CTT na Baixa
- Rui Rio pede aos CTT para reconsiderar saída de serviços do Palácio dos Correios
- Acordo nas negociações do Bairro da Areosa
- Edifícios alemães na Alfândega
- Túnel de Ceuta - opinião de Rui Sá - "a solução passaria por sentar as pessoas à mesma mesa, tentando conciliar uma posição" - já aqui tinha sido escrito isto também pelo JPL.

2005/03/03

De: F. Rocha Antunes - "Túnel de Ceuta" 

Meus Caros,

Escrevo este post antes de saber o resultado da decisão do Ippar sobre o local de saída do túnel de Ceuta. Tal como vem noticiado hoje, foi apresentada uma terceira alternativa pelo próprio Ippar às suas anteriores decisões. Provavelmente porque se soube que uma das alternativas, a que sugeria que a saída do túnel ficásse no sitío inicialmente programado, tinha sido chumbada pelo próprio Ippar em tempos.

Essa terceira alternativa vem propôr a saída do túnel mais à frente, antes do cruzamento da Rua D. Manuel II com a Rua Adolfo Casais Monteiro. Para além de custar mais dinheiro, qual é a grande diferença desta alternativa? É melhor do ponto de vista do trânsito? Aparentemente não, porque iria implicar uma redução de uma faixa de rodagem.

A única vantagem é que fica fora da área de protecção do Museu de Soares dos Reis e antes da próxima área de protecção, a da Torre de Pedro Sem. Tal como eu tinha previsto aqui, a única estratégia do Ippar é “empurrar” o problema para fora da sua área de jurisdição. E como o único espaço livre é esse, passa a ser essa a solução.


A defesa do património não pode ser feita assim. Tem de se trabalhar em soluções que, minimizando o impacto no património protegido, não crie problemas sérios noutros aspectos fundamentais a considerar. Neste caso, a circulação rodoviária de acesso à Baixa e, não menos importante, a um dos hospitais centrais de toda a região.

Tem de se ter uma atitude menos simplista e meter as mãos nos problemas, sem deixar de defender o património que é de todos.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

PS – Porque será que sempre que um técnico na matéria exprime a sua opinião de forma livre o tal assunto (estou como os irmãos Metralhas com a palavra polícia) fica cada vez mais claro? Não há mais técnicos que possam dar uma opinião? A favor ou contra?

De: Alexandre Burmester - "Esta Câmara..." 

"... e as outras todas..."

O Arq. Pulido Valente tem sido um verdadeiro "Cruzado" contra os procedimentos Camarários, e daí um verdadeiro "Cristo" da habitual prepotência destas instituições públicas. Ainda recentemente lhe pedi, em tom de brincadeira, um manual de procedimentos para contrariar a estupidificação deste sistema.

Foi a brincar, mas na verdade devia ser sério, e devia antes de tudo estar patente na Ordem que nos representa como Arquitectos, disponibilizá-la aos seus membros, e lutar pelos respectivos direitos. Infelizmente a nossa Ordem nem a revisão do famoso decreto 73 de 1973 (tem só 32 anos), que permite qualquer sapateiro exercer a minha profissão consegue, quanto mais ....

Já aqui me fartei de referir por diversas vezes que o exercício desta profissão, pelo:
Não implica nem premeia qualquer responsabilização dos projectistas, nem de ninguém. É a completa irresponsabilidade, é o domínio do falso funcionalismo público, que não serve, mas sim que se serve.

Não valerá a pena estar aqui a exemplificar situações pessoais nem mesmo as que actualmente correm, seria demasiado extenso, e não creditavam em nada as afirmações que faço, porque são do conhecimento público.

Apenas chamo a atenção para a dificuldade que se avizinha nos trabalhos de reconstrução de centros urbanos antigos - a Baixa por exemplo, pela impossibilidade de cumprimento dos novos regulamentos, e ainda pelo desespero dos promotores e particulares que pretendendo fazer obras esperam anos por licenças, perdendo o momento dos negócios.

E isto não é culpa de presidências nem de vereadores, mas sim daquele"sistema" que toda a gente fala deve ser alterado, e que só o será no dia que houver pacto de regime ou qualquer revolução, capaz de alterar a ordem política, a organização e a Administração pública.

Infelizmente cada vez acredito menos que isto mude por intenção ou boa vontade. Afinal teria que ser mudado por quem usufrui do próprio sistema. Só nos compete ser como o Pulido - "do contra".

Alexandre Burmester, Arqto.

De: Matteo Tiepolo - "Experiência de projectista" 

Fiz parte da equipa projectista de numerosas obras subterrâneas, entre as quais linhas dos metros de London, Munich, Santiago do Chile, Hong Kong, Wien e Istanbul, e sou ainda consultor em alguns projectos deste tipo.

Então considero de poder ser considerado na execrável categoria dos “técnicos”. Em qualidade de técnico posso dizer que a diferencia de conforto e de “aspecto” entre metro de superfície tipo Porto e eléctrico “moderno” é mínima. A diferencia principal é que o metro tem que circular em uma própria via dedicado e exclusivo, com as duas direcções no mesmo canal. O eléctrico até pode ter as mesmas carruagens do metro do Porto, mas se divide a via com outros meios ou corre em dois canais separados (como no viaduto da marginal) não pode ser definido metro.

A solução proposta por TAF se chama “Bus Rapid Transit” que é sem duvida a mais adequada para a Avenida da Boavista. Se algum é interessado a saber algumas coisa mais precisa acerca das alternativas, dos custos e das experiências internacionais sem ser especialista, aconselho visitar este site:
http://www.gobrt.org/SourcebookMassTransitOptions.pdf.

Outro argumento que precisa esclarecer é que os túneis não são muito mais caros de realizar canais dedicados em superfície. Os custos sociais das expropriações, os custos acarretados das barreiras físicas realizadas e os custos ambientais, se contabilizado junto ao custo da construção, são tais que quase sempre rendem mais rentável a solução em subterrâneo. Apesar de algumas experiência positiva, na grande maioria dos casos o metro em superfície foi abandonado para passar ao subterrâneo ou limitando-o aos troços em periferia. No metro subterrâneo os custos de construção são concentrados nas estações mineiras, o túnel ao quilometro custa sensivelmente menos do custo ao quilometro orçamentado pela linha laranja.

Mas o cerne da questão é um outro: O metro tem sentido para ligar áreas da cidade não ligadas em superfície, onde existe uma artéria é sempre preferível intervir nesta para permitir o passagem de um transporto de superfície (a sua ideia de autocarro a hidrogénio é óptima).

Ultimo remarque acerca da linha laranja que desde inicio espantou-me: se precisa atravessar o parque da cidade, porque o fazer com um viaduto, que custa, que há impacto ambiental e visual perene, quando um túnel cut&cover nunca poderá ser mais caro que construir um viaduto (de um arquitecto famoso ainda per mais) e que não perturbará a vista dos nossos netos? Não penso que seja uma pergunta que surja só na mente de um “técnico”

Matteo Tiepolo
--
Nota de TAF: Ora aqui está uma boa razão (um texto com dados novos e interessantes) para publicar algo mais sobre o Metro na Boavista. :-)

De: TAF - "Há vida além do Metro!" 

Meus caros

Chega de Metro na Boavista! Nas últimas semanas nada de relevante se acrescentou ao debate. Já foram aqui explicados os argumentos todos a favor e contra. Quem chega de novo ao blog terá que fazer algum esforço de leitura para ver todo o trabalho que aqui está exposto, mas sem isso a discussão torna-se estéril. Vou por isso passar a ser muitíssimo mais selectivo na publicação de comentários sobre este assunto.

Alarguemos horizontes! José Pulido Valente, por exemplo, relatou aqui exemplos elucidativos de coisas que correm mal. Fê-lo com a frontalidade habitual, com casos e nomes concretos para que as responsabilidades não se diluam no esquecimento.

Além deste há muitos mais temas importantíssimos. Vamos a eles!

De: António Moreira - "O Metro na Boavista..." 

"... contra ataca :-)"

É com especial prazer que leio a recente sequência de intervenções, defendendo as virtualidades do projecto do Metro na Av. da Boavista, a tal linha "laranja" (a cor está, com certeza, bem escolhida).

É, com muito menos prazer que vejo, pela mão do PS, a intervenção dos "nossos representantes eleitos", do lado daqueles que, como eu, manifestaram objecções a este projecto, e, acima de tudo, à forma pela qual os outros "nossos representantes eleitos" nos estavam a tentar "enfiar este projecto pela goela abaixo".

Parece que afinal a forma de actuação, legitimamente, advogada por diversos contribuintes deste "forum", nomeadamente do seu "moderador"* , terá surtido efeito, se bem que, conforme eu receava, um efeito algo diferente do pretendido.

É, com prazer que vejo esta sequência de intervenções a favor da linha laranja (da tal "maioria silenciosa"), pois isso poderá significar que, talvez por via dos resultados das recentes eleições, o que já parecia um facto consumado, poderá estar em vias de se transformar num facto "interrupto" :-D

É com muito menos prazer que vejo a intervenção dos "nossos representantes eleitos", pois tal veio, claramente, transformar uma discussão de Cidadãos em busca das melhores soluções (técnicas e não só) para um dos problemas da sua Cidade, para uma causa que se perfila agora numa luta "direita-esquerda", correndo-se o grave risco de, a partir de agora, muitos tenderem a moldar as suas opiniões para aquilo que eu já referi como "o lado para onde lhes fuja a chinela" .

Como não sou técnico especializado em mobilidade, transportes, urbanismo ou outra qualquer especialidade relevante para uma contribuição mais avalizada a esta discussão, mas apenas um simples Cidadão, ainda por cima muito beneficiado particularmente por essa "linha laranja" com uma estação quase à minha porta (Fonte da Moura), apenas posso acrescentar o seguinte:

Estou 100% de acordo com a implementação da Linha do Metro na Av.ª da Boavista (ou de qualquer outro tipo de transporte público de passageiros eficiente) desde que:
Como deixei claro, Srs. Defensores da "linha Laranja", eu até estou 100% de acordo, mas……

* Uma pequena nota final – Gostaria de chamar a atenção de que o Sr. Tiago Fernandes se trata, não apenas de um "moderador", conforme acontece em "fóruns" de outro tipo, mas sim, e fundamentalmente, do criador e responsável pela manutenção de algo absolutamente invulgar, um "Blogue" aberto a todos os que desejem contribuir com a sua opinião, mas, naturalmente, sujeito a algumas regras (basicamente de boa educação) as quais, também naturalmente, são impostas, de direito, pelo "dono" deste espaço.

Um abraço
António Moreira

De: F. Rocha Antunes - "Sou contra..." 

"... o Metro na Avenida da Boavista"

Meus Caros,

O mal dos blogues é que, para quem não percebe disto, ficam à vista apenas os últimos posts e depois, como ninguém gosta de ter trabalho, até parece que é a única coisa que se escreveu. Saber o que já se escreveu e como as coisas evoluiram é trabalhoso.

Uma regra saudável é todos voluntariamente nos identificarmos. Eu escrevo sempre quem sou, um promotor imobiliário. Para que possa não apenas saber-se o meu nome, mas qual é a minha posição interessada na discussão. Mas sou dos poucos que acha isso relevante. Ah, e escrevo apenas aquilo que eu penso, não o que me pedem para escrever. Assumo inteiro e sozinho as minhas posições.

As mais recentes opiniões sobre o assunto, com a excepção de António Lopes Dias, atiram insinuações e não propõem nenhuma solução. A não ser que se faça a proposta tal qual ela foi formulada em 23 de Novembro pelo Senhor Prof. Dr. Oliveira Marques. Foi nessa data que se pediu a opinião da cidade. Não antes. É a velha táctica do facto consumado, que tão prestimosos resultado tem tido nesta cidade.

E quem for contra é contra o desenvolvimento!

Estranha ideia de desenvolvimento. O que interessa é fazer, para aproveitar os dinheiros da União Europeia, e estarmos todos caladinhos não vão os Senhores Europeus impedir tal gasto.

E quem estiver contra é um empata. Temos que agradecer o enorme favor dos nossos responsáveis se darem ao enorme trabalho e canseira de nos presentearem com uma versão qualquer da forma que encontraram de aplicar o dinheirinho. E todos de bico calado para não estragar a coisa.

Não.

Devo ser complicado, mas não apoio uma forma de atirar dinheiro para cima dos problemas que a única coisa que, para já garante, é que se vão gastar 90 milhões de euros ( sem contar com as exproprições, como o próprio Metro escreve) e que não vão resolver coisa nenhuma a não ser a requalificação da Avenida da Boavista.

A requalificação da Avenida é urgente, mas meter um canal dedicado exclusivamente ao Metro vai transformá-la numa coisa diferente do que é e, como já aqui escrevi, contra o que a própria C.M.P. definiu como importante no PDM que está em vias de aprovação.

O problema metropolitano não se resolve. As pessoas que usam actualmente o Metro entre o Senhor de Matosinhos (estação) e a Senhora da Hora vão ter de passar a utilizar a linha da Boavista e ficam aí. Aonde é que isto resolve o problema das pessoas que usam o Metro a partir de Matosinhos ninguém percebeu até agora. Não percebo como é que não há ninguém de Matosinhos a preocupar-se com isto também. Vão ser os maiores prejudicados com esta Linha Laranja.

A Avenida da Boavista passaria a ter Metro, num percurso igualzinho ao eléctrico que existia, com a diferença de complicar ainda mais o trânsito quer dos automóveis, que não preocupa muita gente, mas também dos autocarros que usam qualquer parte da Avenida para circular. A vantagem de o Metro ser mais rápido acaba na Rotunda, aonde nem sequer uma ligação à outra rede está apontada.

A questão é simples: com o que se sabe, esta versão do projecto não cumpre nenhum dos objectivos que se propõe resolver e custará mais umas dezenas muito largas de milhões de euros. É por isso que sou contra. Não por ser o metro, ou por ser da paróquia do Porto, mas pura e simplesmente porque esta ideia em concreto não tem pés nem cabeça.

Venham as alternativas, que são obrigação de quem gere, embora cansado, as Câmaras.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Cristina Santos - "Desviar o assunto" 

Hoje, o mediador está de mau Humor, quanto ao mau humor dos homens não há nada a fazer, quanto às informações que expus on-line, não trazem muito de novo, têm sido divulgadas e defendidas em vários meios de comunicação.

É natural que a nossa autarquia não participe directamente nesta discussão on-line, mas tem mostrado alguma abertura quando nos convida para participar em Tertúlias ou reuniões meramente informais, não sejamos portanto injustos.

Todos sabemos que reunimos com o Dr. Paulo Morais e o teor dessas reuniões… nem sempre a exposição pública é a melhor opção.

Quantas vezes fazemos uso de acontecimentos no seio da autarquia, nos quais participamos e isso não implica que a Câmara se venha justificar on-line.

O que pretendi fazer foi apenas trazer novos pontos à discussão, como não sou perita usei de algumas informações cedidas gentilmente pela nossa Autarquia, que não foram solicitadas no âmbito do Blog.

Eu desconhecia algumas dessas informações, nessa condição considerei que também alguns de V. não conhecessem, pelo que e para garantir que não se tratava de filosofia fiz referência à autarquia.

Quanto ao Tiago, que hoje está irritado, vamos lá a concordar que sempre é melhor que a Autarquia participe de alguma forma, que não o faça de forma nenhuma.

Depois deixemo-nos de ver a nossa posição, e vejamos a posição da cidade em si, as informações são minhas, algumas gentilmente esclarecidas pela Autarquia e a Cidade é nossa, é isso que está em discussão.


Cristina

De: TAF - "A participação «clandestina» da CMP" 

Alguns breves comentários ao relato que a Cristina fez dos argumentos "gentilmente cedidos pela autarquia" que pelos vistos agora participa indirectamente n'A Baixa do Porto... ;-)

De: Cristina Santos - "O porquê..." 

"... da linha laranja à superficie"

Um debate exige rigor, necessitamos de conhecer as várias posições, para evitar que uma eventual oposição injustificada, degenere num obstáculo ao desenvolvimento urbano.
Pelo que e na tentativa de aprofundar o debate da linha de Metro na Avenida, deixo alguns pontos que caracterizaram a opção pelo projecto conhecido.
Algumas destas informações foram gentilmente cedidas pela nossa Autarquia.
A exposição das mesmas on-line pretende apenas esclarecer algumas das opções tomadas.

Quanto à minha posição, pretendo deixar claro, que defendo um transporte de massas eficiente, que esse transporte inclua o traçado de todo o núcleo urbano, seria de lamentar que a Avenida ficasse desprovida de um meio de transporte desse tipo, a minha preferência e convicção passa por uma linha de metro enterrada, mas defendo o Metro como o melhor meio de transporte para o núcleo urbano da nossa Cidade.

Posto isto, as informações para debate:
Para além dos factores económicos estiveram em causa opções relativas:
Depois de consideradas e debatidas todas estas opções, o resultado é o projecto que todos conhecemos como linha Laranja.

Independentemente deste projecto, que não é um projecto nem da CM Porto nem da CM Matosinhos, mas sim da Metro do Porto, as obras da Avenida são urgentes e independentes, pelo que prosseguirão no sentido de captar recursos para a cidade.
Estas obras deixam em aberto um canal, que tanto poderá receber o Metro, como qualquer outro uso alternativo.

De todos os Projectos em cursos a CMP considera o Metro, o projecto mais estruturante e potenciador no crescimento económico-social da Cidade, «um projecto de coesão metropolitana»

Abra-se a discussão.
Cristina Santos

De: António Lopes Dias - "Metro da Boavista..." 

"... «versus» Autocarro"

O artigo de Jorge Oliveira "A favor do Metro na Boavista" merece (e na sequência das minhas anteriores intervenções neste blogue) o meu inteiro apoio, pela clareza e força da argumentação.

Pode haver quem não goste, ou quem não queira o Metro na Avenida, e possa exprimi-lo; não pode é julgar-se que (só por isso) tem razão.

As "três razões" de TAF, como disse, são meras premissas de uma conclusão que não explicita. Trata-se de uma falácia, porque conclui do particular para o universal. E o universal é saber se há uma razão válida para que o Metro não tenha a ligação oriente-ocidente, como parte da sua "rede", e se essa solução é menos adequada técnica, finaceira e ambientalmente do que outras eventuais alternativas. E não se justifica igualmente a invocada "não prioridade" da mesma.

Ela é importante pelas razões elencadas por Jorge Oliveira, e é prioritária pela oportunidade financeira e de requalificação da Avenida.

Não confundir com "oportunismo", sobretudo quando este assenta numa base partidária; volto a lembrar que foram autarcas responsáveis do PS que "extiguiram" os eléctricos no Porto, propondo a sua substituição por uma rede de metro de superfície (cujo projecto incluía a linha da Boavista).

Ninguém explica, por outro lado, o que é e como funciona um eléctrico rápido (?) nesta Avenida; quanto custa, e como se integra na rede de transporte colectivo.

E agora ("Metro na Boavista: os argumentos" - TAF) até se propõe um serviço de AUTOCARROS no canal central!! E eu a julgar que isso é o que já existe... com a "qualidade, comodidade e rapidez" que passo a demonstrar. Para chegar da Rua António Aroso à estação de S. Bento, utilizando o tal serviço de autocarros, é o seguinte o resumo da viagem: duração (33 minutos); tempo de espera (14 minutos); custo da viagem (1,48 euros)...

Basta consultar o novo site dos STCP www.itinerarium.net. Confirmem!
Por estas e por outras é que seremos sempre um Porto pequenino.
Cordiais saudações do
António Lopes Dias
--
Nota de TAF: Publico este texto em nome da tolerância, mas não é aceitável que os participantes do blog se comecem a insultar uns aos outros! Como fui eu o visado e sou o moderador, acho que devo "deixar passar". "Falácia" é um erro deliberado, consciente, com o propósito de enganar o interlocutor. Já anteriormente Jorge Oliveira tinha utilizado este termo e também aí exprimi o meu protesto.
Quanto ao conteúdo deste comentário, recomendo ao seu autor uma visita à Avenida da Boavista para verificar que não existe actualmente um canal central de cima a baixo reservado para autocarros, e que eles circulam em grande parte da extensão da artéria juntamente com o restante trânsito automóvel. Falácia?.

De: Pedro Burmester - "Grande Porto" 

Apenas um reparo que, na minha opinião, é importante para se poder pensar com outros horizontes. Parece-me que se continua no Porto a ter uma visão paroquial das questões. Tudo o que se passa para lá da fronteira exígua da cidade não nos diz respeito. Se se pensar apenas no Porto-cidade nunca conseguiremos sair da nossa pequenez. Defendo uma área metropolitana forte, coesa com uma lógica de desenvolvimento comum onde o Porto deve ser a locomotiva. Às próximas eleições autárquicas deveriam os partidos concorrer com equipas para as várias câmaras municipais do Grande Porto apresentando projectos integrados e reformas conjuntas nas áreas mais críticas. Só assim o Porto pode dar o salto em frente e deixar definitivamente as guerras de quintais. Não podemos esperar pela inevitável e tardia regionalização para mudarmos de atitude. Mas estarei a ser utópico.
--
Nota de TAF: A ideia de haver uma coordenação de programas entre as candidaturas aos diversos municípios já anteriormente aqui tinha sido referida por alguém (não me recordo agora por quem) e parece-me um dos pontos mais importantes a insistir com os políticos.

De: F. Rocha Antunes - "A CMP..." 

"... e os licenciamentos"

Meus Caros,

Agora que regressámos (e com que força!) a um dos temas fundadores deste blogue, o funcionamento da CMP, convém sermos objectivos. A classificação das atitudes tem de ser rigorosa e severa, mas sem descambar para qualificações insultuosas que impeçam que se discuta o importante, que é como melhorar o funcionamento dos serviços de Urbanismo da CMP.

Não se deve menosprezar a dimensão homérica que é reformar um sector que tem décadas de funcionamento deficiente. Não é um assunto que varie com a cor dos partidos que estão no executivo, e levar a discussão para esse lado é a maneira mais segura de conseguir que nunca se chegue a discutir o essencial.

Vamos por partes.

Primeiro temos todos de reconhecer que o problema é do interesse comum, mas que está muito condicionado por situações de enorme rigidez:
  1. Há uma produção legislativa enorme, de qualidade em geral medíocre, que nem sequer é compatibilizada entre si, e que cria enormes dificuldades a qualquer decisão
  2. Há um quadro de funcionários, de todos os níveis, que tem muitas solicitações técnicas e pouco apoio para as decisões que é chamado a tomar
  3. Há um recurso excessivo, em resultado dos dois pontos anteriores, a opiniões exteriores para fundamentar a ultrapassagem dos bloqueios à decisão
  4. Há uma pressão enorme para a segurança jurídica das decisões que a CMP toma
Depois, temos de reconhecer que é com a estrutura existente que se tem de conseguir ultrapassar a situação. Gritarmos todos contra os actuais quadros e funcionários pode aliviar algumas frustrações, mas não resolve nada e cria ainda maiores barreiras à mudança. Passa a ser o fígado a mandar e não a cabeça.

É uma tarefa tão complicada como a reforma dos bairros sociais, por isso vai demorar anos. Agora, não é por isso que se deve desistir. Nem adiar. Como sempre, temos mais que concentrar esforços em saber o que se pode mudar para que a evolução seja no sentido certo.

E é aqui que todos, a começar pelas CMP, continuando pelos promotores imobiliários e pelos arquitectos, podemos conjugar esforços.

É preciso muito trabalho e respeito mútuo para se conseguir chegar lá, mas consegue-se.

Se começarmos por assumir que é do interesse de todos que a situação melhore, e que todos somos precisos para tal reforma, temos um primeiro passo. Temos que definir o que cada um pode fazer. E perceber que se não ajudarmos todos nunca se vai conseguir. Com trabalho e humildade. Coisa tão difícil e contrária aos desabafos intempestivos. E muita exigência, começando por nós e continuando nos outros.

À CMP cabe o papel decisivo de ser o catalizador da mudança. E a forma como for capaz de liderar o processo é decisiva. Tem de perceber, definitivamente, que tem de criar as condições para que todos os interessados possam colaborar positivamente, sem concessões nem facilidades, mas com a consciência de que o resultado do processo é decisivo para uma cidade mais competitiva. Chamem-se os especialistas que for preciso, mas entenda-se que não é apenas com especialista do exterior que se resolvem os problemas. E que isso deve ser feito integrando conhecimentos, não criando “ilhas” fechadas de sábios que não se dão com quem, no terreno, tem de resolver os problemas.

Agora, sejamos claros: enquanto os responsáveis da CMP continuarem a considerar que a promoção imobiliária em geral é uma actividade a combater e sob suspeita de princípio, não se pode fazer qualquer progresso. Há promotores e promotores, como há políticos e políticos. Não se pode ter um preconceito tão generalizado contra um tipo de agentes da cidade. Numa cidade como o Porto, em que todo o concelho é urbano, existir uma suspeição generalizada por parte dos responsáveis autárquicos contra um ramo de actividade, a promoção imobiliária, é tão ridículo como se os responsáveis de uma câmara rural fossem contra os agricultores. As opções de desenvolvimento da cidade são dos políticos, mas a cidade faz-se com todos, e integrando todos os seus agentes.

Fico à espera da oportunidade de participarmos, com um espírito aberto e rigoroso, na solução dos enormes problemas que o deficiente funcionamento dos serviços de Urbanismo causa ao desenvolvimento da cidade. É que isto, por muito técnico que pareça, interessa a todos.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Jorge Oliveira - "A favor do Metro na Boavista" 

O texto redigido por Tiago Azevedo Fernandes (TAF) de 2005/03/02, voltou ao assunto do “Metro na Boavista” e remeteu-nos de novo para o seu argumentário, já explanado neste Blog a 2005/02/23, com a qual não concordo, nem minimamente.

Em preâmbulo e contextualizando este assunto, quero evidenciar que recentemente têm aparecido muitos artigos na imprensa, blogs, etc., invectivando contra a obra da Linha do Metro na Boavista, a designada “Linha Laranja”, em vias de implantação por vontade do executivo da Câmara Municipal do Porto. Todavia, como é compreensível, aparecem as vozes “do contra”, que a imprensa dá logo destaque mesmo que não sejam vozes política e tecnicamente qualificadas e raras são as vozes “a favor”, mesmo que representem a maioria. Estas últimas, como também é normal, sendo a favor de uma obra ou projecto em curso, não se fazem ouvir com estridência, como as “do contra”. O problema, é que nos vários média cria-se logo a aparência (mas não a realidade), de que a opinião pública está “do contra”. Pode haver todo o interesse em confundir opinião pública, com opinião publicada, pois claro. O aproveitamento desta carruagem de opinião vai ao ponto da própria bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Porto, se atrelar também à posteriori, para ver se tem mais eficácia na sua oposição política. Quem tem falta de ideias válidas e de soluções para a cidade, só lhe resta “deitar a baixo” à boleia de qualquer movimento, como forma de não ficar ingloriamente isolado na luta.

Pois bem, é mediante esta panorâmica que venho expor a minha opinião a favor do Metro na Boavista, que pode bem ser idêntica à de muitos outros, quiçá da maioria dos que ainda estão em silêncio.

Retomemos então o argumentário de “TAF”, que se transcreve:
"Em resumo, bastam três razões. Esta forma de argumentação aparece sempre pela negativa. São três “nãos” o que reflecte uma conhecida forma falaciosa de demonstração, evidenciando que o seu autor não consegue arranjar aquilo que mais precisava: desvalorizar os contributos que o Metro vem colocar na Boavista, os quais deste modo se escamoteiam. Em matemática apelida-se este processo de demonstração por “redução ao absurdo”, o que diz muito da metodologia adoptada.

Quando os argumentos são: “não resolve por si só o estrangulamento”, “não é a única maneira” ou “não é uma prioridade urgente”, está-se implicitamente a admitir que a solução, mesmo assim, “resolve”, “é uma das “maneiras” e tem alguma “prioridade”. A diferença passa a circunscrever-se à consideração eventual de haverem outras soluções com maior grau de eficácia. Embora o autor pretenda reprovar a solução, ele não consegue demonstrar que a solução é fraca, apenas coloca a eventualidade de haver algo melhor, mas que ele não define, nem mostra. Aplica-se o velho ditado “o óptimo é inimigo do bom”. Só que o autor declarando que a solução não é óptima, não consegue provar que não é boa, nem tão pouco que não é a melhor.

Mas vamos então enumerar alguns pontos positivos ou se quiserem pontos fortes, a favor do Metro na Boavista, comparando-os pontualmente com a alternativa designada por “Eléctrico Rápido” (ou Autocarro):

a) O Metro na Boavista, constituirá um troço de uma “Rede” o que desde logo representa uma superioridade enorme face ao Eléctrico que se caracteriza por ser um transporte de trajecto unidireccional e limitado nas opções para o passageiro. O Metro na Boavista interliga-se, já nesta fase, com Matosinhos, ou seja, dá acesso automático a uma rede opcional de destinos e não a um destino. Esta superioridade mantem-se mesmo quando o Eléctrico se cruza com outras linhas ou outros transportes: não tem a equivalente comodidade de transbordo, nem de compatibilidade de transferências, de tempos de espera ou de frequência de horários.

b) O efeito Rede, tão característico de Metro, valoriza-se à medida que forem surgindo novas linhas ou novos ramais. Nestes projectos não se podem admitir vistas tão curtas que se limitem só à Avenida da Boavista. No horizonte das futuras fases realizáveis, a Linha Laranja entroncará naturalmente numa outra linha necessária que abranja a zona ocidental do Porto (Galiza, Campo Alegre, ligação à futura 2ª Linha de V. N. Gaia). Não prever agora, significa dificultar ou inviabilizar essas soluções no futuro.

c) O Metro na Boavista, com continuidade para Matosinhos, permite mais uma ligação às populações das duas cidades, tendo assim garantida uma quantidade de passageiros que o Eléctrico nunca disporá. Sem prescindir que, da rotunda da Boavista ao Castelo do Queijo, a baixa densidade de utilização acentua-se com o facto da extremidade poente da linha se situar numa zona de fraca densidade populacional, agravada por uma frente marinha desprovida de qualquer cais de desembarque ou estação intermodal de transportes.

d) Aliás, o Presidente da Câmara de Matosinhos já compreendeu isso muito bem e é a favor desta linha. Até porque, para além do efeito de rede, vai também descongestionar o trajecto Senhora da Hora - Senhor de Matosinhos, que passa pela rua Brito Capelo, uma artéria, essa sim, sem condições para receber o Metro. Não sendo uma avenida, é estreita, sendo pedonal e sem separadores, causa elevados riscos para os peões, obriga a uma redução inusitada de velocidade, prejudica os comerciantes desta rua central, etc. Comparando com as características da Avenida da Boavista, nem se percebe porque razão os críticos do Metro nunca se atiraram àquela aberração. Então nesta “rua”, está tudo bem?

e) O Metro tem uma qualidade, comodidade, segurança, rapidez e frequência de tal forma superiores que normalmente provoca uma redistribuição complementar dos outros transportes urbanos para as zonas da cidade não abrangidas pelo metro ou para as ligações transversais. Não conheço, em parte alguma do mundo, situação em que seja o Eléctrico a provocar o afastamento do Metro. Seria trocar o óptimo, pelo suficiente menos.

f) O projecto revela-se ainda vantajoso porque prevê uma requalificação da Avenida da Boavista e do Parque Automóvel do Castelo do Queijo (que bem necessitam), com financiamento garantido. Recebe o apoio expresso da maior concentração de hoteis da cidade pois que, quem chega de avião e reserva hotel de qualidade superior no centro, deseja um bom transporte na proximidade. Promoção turística “oblige”.

g) A Avenida, é a artéria do porto melhor qualificada para receber o Metro à superfície, visto ter dotada de boa largura em toda a extensão, ser rectílínea, ser extensa, ter um corredor central de origem e não obrigar a expropriações. Outrora, quando se falava no futuro Metro de superfície, toda a gente referia a aptidão natural da Avenida, situando as dificuldades nas outras artérias da cidade, o que é bem compreensível.

h) Em termos financeiros, esta obra é agora criticada por orçar em 90 milhões de euros. Todavia, estes mesmos críticos não avançam com o custo das suas alternativas quer em termos de Eléctricos, quer em termos de requalificação da Avenida. Nem nos indicam onde iriam angariar os meios financeiros para tal. Então como se podem “esquecer”, que o Metro tem comparticipações da União Europeia, que têm prazo de execução, que a parte complementar a estes fundos está já orçamentada e inscrita no PIDAC, que a requalificação da Avenida fora da obra do Metro deixa de ser suportada por este ? Sem prescindir, que não se compra uma pequena linha de Eléctrico isoladamente (ficaria incomportável) e que teria de haver primeiro um projecto conjunto de Eléctricos para o Porto. A não ser que queiram uma linha “turística” idêntica à linha nº 1 do Infante. Em suma, a retirada deste projecto não tem alternativa financeira a não ser por prejuízo de uma Autarquia que, com meios tão escassos, certamente teria de abandonar, pelo menos para o médio prazo, o projecto. Mas é preciso dize-lo: as alternativas que têm vindo a ser apresentadas, sem estudo técnico, sem orçamento e sem suporte financeiro, significam parar a obra e, significam ainda, retirar à cidade do Porto os financiamentos que a tanto custo foram angariados. Neste aspecto, não enganem os portuenses e os cidadãos da área metropolitana do Porto.

Jorge Oliveira
--
Nota de TAF: Escreveu Jorge Oliveira: "reflecte uma conhecida forma falaciosa de demonstração". Do dicionário da Porto Editora: "falacioso - adjectivo - 1. que usa de falácia; 2. enganador; 3. falso; 4. burlão; aldrabão; intrujão;". Eu não entro neste estilo de argumentação. Passemos ao que interessa, apenas com duas breves notas.
É preciso estudar antes de escrever... ;-)

De: Pedro Aroso - "Esta câmara que temos II" 

Caro Zé Pulido

Li atentamente aquilo que escreveste em relação à Câmara do Porto.
Como muito bem sabes, tenho sido um dos poucos a "fazer barulho", juntando a minha voz à tua. No entanto, cheguei àquele ponto em quer se esgotou a paciência e a força anímica. A Ordem dos Arquitectos está-se nas tintas e, a maior parte dos nossos colegas, são um bando de cobardes que passam a vida a lamber as botas aos funcionários da Câmara.

Eu sei que o Dr. Rui Rio e o Dr. Paulo Morais tinham vontade de "arrumar a casa", mas já devem ter percebido que esta é uma luta inglória. Os lobbies lá instalados são demasiado poderosos e, enquanto houver munícipes e empresas a entregar trabalho àquela gente, a situação não vai mudar.

Um abraço
Pedro Aroso

De: TAF - "Notícias do dia" 

- STCP inova na informação
- Cidadãos vão poder planear na Internet as suas viagens nos autocarros da STCP
- www.itinerarium.net um novo serviço da STCP.
- Solo do Porto visto em formato digital

- Conferência sobre a revitalização do Porto
- Docas do Porto com alterações imposta pelo IPPAR
- Futuro do túnel de Ceuta decidido hoje pelo IPPAR
- Câmara do Porto abriu pela primeira vez as portas aos convidados do Fantasporto
- Rui Rio recebe festival numa cerimónia inédita

- Lipor constrói novo aterro com capacidade para 25 anos
- Rochas da Foz são mais antigas que os dinossauros
- Futuro salgueirista nas mãos da Câmara do Porto
- Cidadãos da Área Metropolitana são os maiores adeptos da reciclagem
- Reciclagem no Grande Porto já satisfaz mínimos europeus
- Pelouro do Ambiente intervém em sete mil árvores da Invicta
- "Nova Arquitectura Alemã" exposta no Museu dos Transportes

2005/03/02

De: Pedro Nery: "O outro lado..." 

Boa noite.

Não sei se deveria dar continuidade ao meu post anterior, mas acho que não se deve deixar as coisas a pairar sem se resolverem.

Algumas coisas que gostaria de clarificar são:

Não tive a intenção de transformar esta página num local de discussão e casos pessoais! Mas nada como o exemplo concreto de uma família que conheço para 'humanizar' a questão. Desculpem se ultrapassei as barreiras deste espaço de discussão pública. Também não tive a itenção de provocar ninguém, apenas usei as afirmações de alguém como termos de comparação para aquilo qu EU penso. Nunca assumi que a minha visão das coisas é a mais certa. Peço desculpa se realmente retirei do contexto algumas afirmações, admito que posso ter exagerado nas partes 'más' e negligenciado os aspectos positivos das ideias anteriormente expostas, nomeadamente os da Srª. Cristina Santos. (Admiro muito as suas participações pelo blog, e quase sempre concordo com os seus pontos de vista, e concordo com muitos dos que expressou aqui, sobre os bairros sociais.) No entanto, apenas pretendi relembrar, uma vez que achei que seria relevante para a questão, que existem situações de pessoas que não podem ser descritas como parasitas da sociedade apenas porque habitam num bairro social! Há que ter em conta diversos factores, demasiados... E talvez seja por isso que durante tantos anos a situação deste tipo de habitação se tenha mantido inalterada. Ninguém quer dar-se ao trabalho de aplicar uma política justa, porque irá acabar por se meter numa montanha de trabalho! Como bem sabe, é impossível agradar a gregos e troianos, há sempre alguém que paga e alguém que recebe. É assim que as coisas são! A verdadeira mestria está em conseguir encontrar um ponto de equilíbio no meio disto tudo, e isso sim, é muito dificil.

Claro que para o tal casal de jovens, é tremendamente injusto que se deparem com a situação que descreveu, mas penso que a alternativa não passa (apenas) pelos bairros sociais e as políticas a estes aplicadas. Está relacionado com muitas outras questões, como por exemplo incentivos dos bancos, apoios do estado, nem vou continuar por aqui, porque há mil e uma possibilidades. Infelizmene, não passam disso, possibilidades. Não deixo, porém, de defender que a 'culpa' não é dos bairros por si só...

Concordo consigo quando fala das situações de abuso. Claro que existem, nem é preciso conhecer um bairro de perto para imediatamente imaginar a situação. Concordo com políticas que impeçam que estes apoios sociais se tornem vitalícios, acabando por propiciar a 'vadiagem' e a sedentarização dos residentes. Há que aplicar multas, todo o tipo de legislação proibitiva, e incentivos também. Afinal, quem estuda Psicologia, sabe que a aprendizagem, como por exemplo a aprendizagem social, é mais bem sucedida quando se obtém uma recompensa, e não um castigo. (Não sou estudante de psicologia, mas saber um pouco de tudo não magoa ninguém. Também não sei que tipo de recompensas se aplicariam, mas monetária não seria de certeza. O civismo por si só já recompensa todos nós, mas há uma certa dificuldade geral em olhar para além do nosso umbigo, logo, deverá ser algo individual, ou familiar.)

Talvez se as pessoas verdadeiramente influentes se peocupassem com a situação real do país em vez de se preocuparem com os Mercedes do Ministério 'X', que já são do ano 2002, e impróprios para transportarem o Sr. Ministro 'tal'... Mas isso não tem acontecido, e duvido que aconteça.

Quanto à conversa dos genes, não vou comentar. Acho que a socialização e a educação definem muito mais o comportamento das pessoas do que a herança genética. Se houver dúvidas neste campo, posso facultar uma imensa bibliogafia para quem quiser tirar isto a limpo. ;) Os hábitos e a educação das pessoas podem ser mudados. Quanto ao genoma, ainda não descobrimos como. :(

Defendo a implementação de 1001 medidas, mas não sei bem quais, nem posso andar aqui a atirar com um sistema de punições e de 'coisas que estão mal' para o ar, e esperar que alguém resolva a situação. Eu prefiro realmente deixar o caso, na sua totalidade para quem sabe, não vou entrar em terreno desconhecido. São tantas coisas a considerar, mas tantas, que acabo sempre por injustiçar alguém, que foi o que ambos fizemos, eu e a Srª Cristina. (Peço desculpa por estar a envolvê-la de novo no assunto.) Acho que tal como eu, que não sou tão 'maduro' quanto isso, muitas pessoas que lêm este blog sabem muito bem que por mais coisas que se vá dizendo ou fazendo aqui e ali, não há mudança drástica observável, pelo menos não facilmente. Dificilmente mudarão no nosso tempo.

O que podemos esperançar, quando muito, é mudar um pouquinho cada um de nós e aqueles com que nos relacionamos, daí eu, sem ter saber se estou certo no que digo, enviei aquele post para este blog. Pelo menos fiz um bocadinho, defendi um lado da questão. Felizmente há quem defenda outros. O resulado final é que conta!

Quem sabe se um dia um dos leitores deste blog vai pode escolher entre resolver as questões dos bairros sociais ou pela problemática dos Mercedes? Nunca se sabe quem um dia estará lá 'em cima' a tomar conta do país! Nesse caso, vale a pena arriscar uma opiniãozita de vez em quando por estes lados, não é? ;)

Peço desculpa se feri susceptibilidades ou se cometi algum erro. :)

Pedro Nery

De: Alexandre Burmester - "Bairros Sociais" 

A minha última intervenção sobre os Bairros de Habitação Social, diziam respeito às suas formas físicas, à sua distribuição de espaços, e aos seus conceitos de desenho. Porque não entendo o modo de distribuição de casas, os regulamentos de funcionamento, e outros procedimentos, tenho estado atento e interessado nos argumentos que aqui leio. Mas gostaria de voltar ao que entendo melhor.

E porque é de pessoas que estaremos sempre a falar, não compreeendo como se desenha cidade, porque é disso que se trata quando se fazem bairros com estas dimensões, com edifícios todos iguais, com má qualidade de desenho e de construção e inseridos num ambiente sem qualquer hierarquização de espaços públicos. Como se pretende que alguém que seja o morador na Rua 33, no Bloco 105, prumada C e apartamento 11, tenha qualquer empatia com o local onde reside.

Se por um lado a dimensão de alguns destes bairros, e de alguns destes edifícios, já são por si só razões suficientes para que não sejam "Cidade", a inadequação do seu desenho e dos seus espaços contribuem no restante.

Ao contrário podemos constatar em bairros mais pequenos, e nisso é exemplo os antigos bairros sociais (Salazaristas), e algumas das chamadas "ilhas", encontram-se bem melhores relações de convivência e de vivência. Não são raras as excepções, em que quando existe maior empatia pelo local e pelas habitações, de imediato as casas adequando-se aos seus habitantes ganham novas formas e desenhos, distinguindo-se das demais. Ganham ainda valor comercial permitindo que os seus proprietários tenham liberdade de opção e possam trocar de casa. No Porto é bom exemplo o bairro de Gomes da Costa, António Aroso, algumas ilhas da cidade, e algumas das operações SAAL.

O objectivo desta intervenção, não é de pôr em causa os deveres ou os direitos de dar habitação a quem precisa, se bem que em algumas situações, aqui descritas, mais parece os "direitos das conquistas dos trabalhadores", mas chamar a atenção para que a habitação social precisa de ser pensada não apenas na forma de distribuição e regulamentação, também precisa do o ser nos conceitos formais do seu desenho e da sua qualidade ambiental.

A qualidade das habitações que se proporcionam tal como estão, repito o que disse antes, dão lugar à segregação social não só com a cidade, mas também no interior do próprio bairro. Assim não construímos cidade, ao invés transformamo-la naquilo que vulgarmente e maldosamente, intitulamos de subúrbio.

Alexandre Burmester

De: Pulido Valente - "Esta câmara que temos" 

Será que a merecemos?

De uma maneira geral sim. Porque a malta se está nas tintas para a participação na gestão da cidade e deixa a câmara à solta. O que dá na enorme quantidade de disparates que ela vai fazendo sem que se saiba. Já que ninguém traz para a luz do dia aquilo que vai sabendo e que, eventualmente, comenta no café.

Para sair do café, onde não vou já há mais de quarenta anos (talvez cinquenta) aqui vai um rol de monumentais disparates que a CMP tem vindo a fazer.
Os Directores não conseguiram que a CMP respeite os prazos. Dão-se ao luxo de declarar que não deferem um pedido de habitabilidade com VINTE meses porque as “telas finais”, entradas há TRINTA, ainda não tinham sido despachadas por eles.
Não perceberam o que isto representa de ENORMIDADE processual, intelectual e ética. Não percebem que se estão a outorgar tempo indefinido e ilimitado para despachar o primeiro requerimento, o das “telas”, e que com isso se estão nas tintas para a sua obrigação de despachar os requerimentos dentro do prazo legal. Querem indeferir um requerimento porque foram Não se despacharem a deferir as “telas” para poderem deferir o pedido de utilização da moradia. Criaram mais um empecilho, uma dificuldade ao munícipe.
Quer dizer: os Directores estão a prejudicar a CMP, a cidade e os cidadãos e nada fazem, nesta área, que tenha merecimento, qualidade ou correcção. Andam aos trambolhões, empurrados por subalternos incapazes e pesporrantes, com atitudes e comportamentos que, na melhor das hipóteses, são provincianos.

Portanto se têm honra e hombridade, como quero crer, têm a obrigação de se demitir.
Para não contribuírem para que esta câmara se afunde ainda mais.

José Pulido Valente

--
Nota de TAF: Estes exemplos aqui apresentados, apesar de tratarem questões técnicas especializadas e pouco acessíveis ao "comum dos mortais", são especialmente elucidativos das dificuldades que um requerente encontra nos serviços da autarquia. Eu próprio tenho experiência pessoal disso. Dei-me ao trabalho (e à necessidade!) de estudar com muito pormenor diversos regulamentos e posso testemunhar que a incompetência com que deparei na câmara era absolutamente inacreditável! Eu, que sou engenheiro electrotécnico, tenho a certeza de que fiquei a saber mais do RGEU, por exemplo, do que qualquer dos muitos "técnicos" (engenheiros civis e arquitectos) com que fui obrigado a contactar na Câmara. Para que conste. :-(
PS: Isto também é mais um motivo para que os regulamentos sejam simples!


De: António Moreira - "Sr. Pedro Nery" 

Tenho acompanhado a discussão sobre os "bairros sociais" sem ter ainda efectuado qualquer intervenção sobre este tema, por não estar minimamente habilitado a discorrer sobre este assunto.
Para além disso o elevado nível científico de (algumas) contribuições de outros participantes deste "forum" tornava irrelevante qualquer mero "palpite" da minha parte.

A sua contribuição, todavia, veio, a meu ver, posicionar esta discussão no seu devido lugar.

Antes de tudo e, acima de tudo, estamos a falar de PESSOAS !!!

Em meu nome pessoal, o meu muito obrigado pela sua contribuição :-)

Um abraço
António Moreira

De: Cristina Santos - "Outros casais" 

É exactamente pelo bem de famílias como as descritas pelo Pedro Nery, que se impõem o uso de regras nos bairros sociais. Mesmo assim os Bairros de Gondomar e os recentes bairrinhos de Matosinhos não se associam em nada, aos primeiros Bairros da Cidade do Porto.

Como se vê a família indicada, cumpriu o objectivo dos Bairros Sociais, o facto de lhe ter sido atribuída uma casa, a um preço acessível, permitiu-lhes fazer face a outras despesas, que por sua vez permitiram a sua integração social. Não sei o que se passa em questões de vizinhança e se essa família algum dia desejou que os seus vizinhos fossem fiscalizados e até mesmo multados por danos causados.
O que é certo é que a fiscalização existe para diferenciar as situações, nesse caso então, não se faziam revistas aos carros que visitam o Aleixo, porque isso não era segurança mas sim discriminação, o que nos fala é vitimação, todos os governos preferem adiar a intervir nesses bairros, porque em geral alguem se levanta a acusar «discriminação».

Caro amigo os apoios sociais devem ser temporários, alavancas de sustentação à integração social. De outra forma não seriam apoios, mas sim pensões vitalícias, as regulamentações e fiscalizações de todos os tipos não assustam quem não denuncia indicios.

Não conheço em particular Gondomar, quanto ao Porto uma Cidade repleta, onde uma obra nova exige a demolição de uma construção antiga, o problema da habitação social afecta famílias com emprego e uma posição estável.

O Sr. Pedro trouxe um caso de um casal desempregado, que felizmente vive num bairro social, agora vejamos o caso de uma família de jovens na casa dos 30, que pretende uma habitação para residir no Porto, a sua situação só lhe permite arrendar casa, de preferência um T2, dado que tem um filho.

Só o marido trabalha e recebe em média 750€ mensais, a renda da casa corresponde a 399€, não pode ter carro, o telemóvel tem um uso controlado, na medida em que tem que sobreviver com os 351€, que lhe restam.
Não beneficia de subsídios porque aufere mais que 150€, não pode candidatar-se a uma casa num bairro social, porque os mesmos estão sobrelotados, os passeios com o seu filho não são em nenhum ringue ou jardim do Prédio, mas sim no Parque da Cidade.
O marido desloca-se todos os dias para o trabalho num Autocarro, pelo meio de uma cidade caótica, onde não restam verbas possíveis para restabelecer a qualidade de vida.

Este casal não tem oportunidade de comprar casa no bairro central de Francos pela módica quantia de 7.000 mil contos, com empréstimos feitos à medida.
Este casal paga todas reparações de uso do seu apartamento.
Este casal em condições precárias, ainda se vê obrigado a contribuir, com a sua parte para o restauro dos bairros sociais, este casal não beneficia de um serviço de polícia a tempo inteiro, porque os recursos policiais são escassos, e empenhados de forma permanente em bairros como Aleixo ou São João de Deus.

Este casal não teve a sorte de conseguir casa num bairro social, que lhe permitisse juntar dinheiro para aquisição de um carro, o seu senhorio não permite atrasos, nem contempla a situação precária dos seus recursos.

Este casal sente-se tremendamente injustiçado, agredido, na verdade não compreende como quem tem a sorte de ter uma casa paga por toda uma sociedade, não se sinta na obrigação de valorizar este bem, em preserva-lo, não entende como podem deixar amontoar os lixos, degradar as paredes.
Para este casal, que ainda não tem um tecto seguro, difícil será entender que quem o tem não o conserve.

Exemplo há muitos, o que se pretende é que o apoio social seja temporário, permita a integração social, e que funcione numa espécie de contrapartida social.

Cristina Santos

De: Pedro Burmester - "Sem argumentação..." 

Fico satisfeito por verificar que as provocações a tenham ajudado a ser mais rigorosa na avaliação desta questão.

De: Cristina Santos - "Sem argumentação..." 

"... não há melhoria"

Caro Pedro Burmester

Praticamente o que pretendia dizer na mensagem é que foram dadas condições a essas pessoas, para que o dinheiro que economizavam numa renda ou habitação no mercado global, lhes permitisse aos poucos reorganizar as vidas, os estudos, actividade, isso não aconteceu, os alojamentos tornaram-se perpétuos e os bairros continuam a apresentar taxas de desemprego e insalubridade consideraveis. Todo o esforço da sociedade resultou em guetos e exclusão social, para mim a questão é essa.

Mas o exemplo do seu post serve bem a teoria da governação e oposição que se tem feito em Portugal. Soltam-se frases plagiadas, que nada servem à discussão, insiste-se em referências a pessoas, quando o que está em causa é uma problemática social.
Se me permite, acho que de tudo o que eu disse, o Pedro deu-se ao trabalho de ler e aproveitar frases enigmáticas, retirando-as do contexto e acabando por nos arrastar para longe do objectivo desta discussão.
Quanto à sua mensagem ainda não percebi qual a sua posição, ou as sugestões para a condição actual de certos Bairros sociais portuenses, depreendo que concorda com a forma actual dos mesmos e essencialmente com a existência deles sem regras ou contrapartidas para o resto da sociedade civil.
Aceito a sua posição desde que a justifique, assim se me permite, não me merece mais comentários, que não seja a simples informação que o local onde resido é regulamentado por um condomínio constituído.
Sabe os Prédios em alturas são verdadeiras ilhas, muitas vezes até o acondicionamento do lixo é um problema, o problema dos «genes» assola muitas famílias neste prédio.
Aqui tentam-se controlar os «genes» mais ousados, confidencio-lhe que desde que alguns apartamentos estão em regime de aluguer o respeito pelos espaços comuns é um fenómeno, que nos permitiu actualizar os regulamentos.
O que é certo é que na maioria, temos condições para mudar de habitação, caso o ambiente não nos agrade, o que não acontece com os Idosos dos Bairros sociais.

Contudo e assim que tenha mais tempo, vou enumerar algumas questões relativas aos bairros sociais, vou abster-me de comentários e reduzir-me ao essencial da questão, que é o controle de fenómenos sociais, que não podem ser erradicados de forma imediata.

Sugiro que não façamos deste espaço, um espaço de discussão pessoal, que não seja tomada em linha de conta esta minha resposta, dado que o objectivo é discutir com todos V. as questões da cidade, melhorar e evoluir nas propostas, com argumentações que evidenciem o estudo das situações, das mensagens aqui colocadas e que tudo isto sirva a cidade, só em conjunto e em contra analise podemos melhorar as soluções ou problemáticas em debate.

Da minha parte de futuro prometo ter esse cuidado.

Cristina Santos

De: Pedro Nery - "Pontos nos i's" 

Olá a todos mais uma vez. Desta vez escrevo-vos não para 'desancar' no metro, mas para dar o meu humilde parecer sobre este assunto dos bairros sociais, ou habitações sociais, ou como diz a minha prima, urbanização social.

Pois é, ao contrário de muito boa gente que por aqui anda, feliz, ou pelo menos apaziguada, por não pertencer às 'franjas sociais', uma prima minha vive, de facto, num bairro social em Gondomar, dos novos, um dos muitos que surgiram nos últimos anos por esta cidade.

Dois primos da minha mãe trabalhavam ambos numa empresa do ramo textil em S. Roque, no Porto. Por volta de 2000, penso, a empresa começou a reduzir o número de funcionários, sendo que ambos, dos mais antigos da casa, foram dispensados logo nessa 'primeira vaga'. Com dois filhos,um deles estudante universitário, viram-se obrigados a abdicar de tudo um pouco mal perderam o emprego. Primeiro, os bens menos essenciais, mas depois, numa fase mais avançada, os cortes começaram a ser drásticos, chegando a ameaçar os estudos do seu filho mais velho. Os restantes detalhes não os sei, porque era bastante novo na altura, mas sei que se dirigiram à Câmara de Gondomar, onde trataram de pedir uma habitação social, que lhes foi garantida 1 ano depois. Entretanto, tinham sido ajudados pela família, até que a situação deles se resolvesse.

Os meus primos são pessoas inteligentes, conscientes do seu dever cívico, trabalhadores, honestos, com uns bons genes, penso eu, uma vez que os partilho, em parte, com eles. :) As circunstâncias da vida enviaram-nos para esta franja da sociedade que todos abominam... Morar num bairro social!

Pois bem, eles lá estão há já alguns anos. Não têm conseguido, até agora, arranjar emprego, estão com o fundo de desemprego, acho eu, ou qualquer outro tipo de subsídio, que sustenta a família. Sendo eles já cinquentões, vai ser mesmo complicado conseguirem um novo emprego, isto digo eu.

Eu acho que eles, como moradores de um bairro social, parte horrorosa e desclassificada da sociedade, deviam ser acordados de manhã cedo todos os dias pelos fiscais da segurança social e da câmara, para fiscalizar se eles afinal possuem ou não uma televisão de ecrã plasma. Acho que devem ser submetidos ao embaraço (para não dizer pior) de serem fiscalizados e de terem de prestar depoimento sobre a sua presente má situação em frente dos filhos. Concordo com alguém que escreveu neste blog, quando defendeu que as fiscalizações deveriam ser constantes!
Eu acho que se alguém lá do bairro destruir a caixa de correio deles, (sim, pois com certeza que no bairro há pessoas cujo carácter deixa muito a desejar) sejam eles que a paguem, com uma taxa própria ou incluida na renda de casa! Acho que os magros subsídios deles deviam ser mais esticados, de forma a permitirem pagar uma apólice de seguros sobre uma casa que já vinha originalmente com péssimas condições.
Devia haver um fiscal à porta do prédio deles, a impedir que, em caso de necessiade, prestem auxílio a qualquer pessoa, familiar ou não, que ainda esteja em pior situação que a deles, pois é proibido ter em casa mais pessoas do que as pertecentes ao agregado.
Se uma vidraça se partir por acidente, ou de propósito, por eles ou alheios, eles, obviamente, devem pagar por ela! Toda a gente sabe que depois 'não foi ninguém', como tal, pagam eles! Acho bem!
Eles sem dúvida optaram por viver desta forma, isolados da sociedade! Eles recusam qualquer tipo de trabalho, pois gostam de receber subsídios, e não querem mais do que viver ai no bairro. Para que dar-lhes trabalho? Para conseguirem ganhar dinheiro para se mudarem para um local melhor? Mas eles já estão tão bem instalados! Os bairros são autenticos condominios fechados, qual Quinta do Lago!

Ah, a propósito, adorei a comparação que alguém fez neste blog, entre bairros sociais e condomínios fechados. Brilhante!!! Essa senhora está bem afastada da realidade... Eu todos os dias passo por um, e não me parece que o parque de estacionamento esteja assim tão cheio de carros, e se estiver, muito provavelmente são pagos com empréstimos, compensados pela baixa renda de casa.. Ora, segundo essa política, deveria ser-lhes retirado a casa, pois podem pagar pelo carro! São moradores de um bairro social, devem ter o minimo dos minimos! Se apresentarem algum sinal externo de riqueza, mesmo que seja um carro pago a leasing a 20 contos por mes, já com muito sacrificio, devem ser despejados do bairro logo que possivel!
Os bairros têm locais para exercer práticas desportivas e estacionamento barato e livre... Minha senhora, se lhe parece tão bom, porque não se muda para lá, e pergunta a algum morador se quer trocar para a sua casa, sem estacionamento nem parque de jogos? Acha que alguém não trocava LOGO? Não, claro, na sua mente não trocariam, porque escolheram ficar no bairro, viver, ou sobreviver, por lá, e recusam qualquer inserção social.
Ah, claro! Esqueci-me de mencionar que só agora que se aproximaram dos bairros, as pessoas começam a perceber o problema que eles são. Pois, foram as pessoas que os criaram, mesmo que não tenham assinado o projecto de contrucção. Não me venham com filosofias em segunda mão! Toda a gente sabe que quando a grande maioria das pessoas, infelizmente, sabe que outrem habita um bairro social, imediatamente se afasta do 'estigma'. Na minha humilde opinião, isto só por si contribui bastante para a auto-exclusão das pessoas que lá habitam. Ninguem gosta de ser tratado como um cidadão de segunda categoria. Mesmo que seja pobre.

Retirem-lhes os telemóveis, os computadores, os filhos a estudar, retirem-lhes o carro, retirem-lhes, porque não, os electrodomésticos? Já agora, mandem os filhos mais novos para fora da escola e em busca de um emprego, para poderem pagar uma casa fora do bairro... Retirem tudo o que é supérfulo, pois se moram num bairro, pobres são, como pobres se devem comportar! Que indignação a minha! Será que ninguém pensa que todos estes factores fazem parte da vida deles apenas porque lhes é permitido pagarem uma renda baixa? Ao aumentarem a renda de casa, ou ao retirarem a familia em questão da casa no bairro, vão fazer com que todos esses itens de luxo (sim, porque carro e telemóvel são efectivamente um luxo, nos dias que correm...)desapareçam, e contribuem de forma muito mais acentuada para a tal exclusão social, dita voluntária.

Sou também defensor da política do trabalho obrigatorio. O meu primo é bacharel numa engenharia, infelizmente não sei qual, mas permitia que tivesse um cargo importante na tal empesa textil. Acho muito bem que ele seja obrigado a aceitar limpar as ruas de Gondomar, porque é pobre, e vive num bairro. Acho que um senhor habituado a um nivel de vida, que se ve numa situação tão má como esta devido a motivos que lhe são alheiros, e como se já não bastasse tudo o que atrás mensionei, tudo politicas justas e bem 'impostas', que devera ser obrigado a passar por mais esta do trabalho obrigatório.

Agora fora a ironia... Sei que há realmente pessoas que não deveriam habitar nesses nestes bairros (sim, não é 'esses' bairros, são 'estes' bairros, porque eles estão cá, no Porto, a cidade do país com a maior percentagem de população a viver nestes locais... E se bem me recordo, era uma percentagem assustadora..), sei que há pessoas que, por terem condições financeiras, ou mesmo por falta de civismo e de educação, deveriam ser punidas. Mas é preciso lembrar a estas pessoas que tão bem falam sobre regras e leis que deveriam ser impostas aos habitantes 'destes' bairros, que não é tudo farinha do mesmo saco! Há SEMPRE que ter em conta os várias soluções de uma equação. Isto, eu gostava que ficasse bem assente, em todos os assuntos, e não apenas no que diz respeito ao metro.

Já agora, gostava de desejar boa sorte ao meu primito, filhos destes meus dois primos, que daqui a pouco tempo vai acabar o curso, na faculdade de medicina do Porto. Quem sabe se talvez aí as coisas mudem de figura para a familia dele? :)

[Já agora, também, a familia toda se entreajuda sempre que tal é possivel. Isto para não virem dizer que se o resto da familia está bem colocada, porque é que permitem que esta parte viva em tão 'precárias' condições. Mas obviamente que os meus primos não aceitam ajuda permanente, muito menos que alguém lhes pague uma habitação não-social. Pelos vistos, para além de terem uma boa formação e educação, têm orgulho e capacidade de saber o que é justo ou não. Mas afinal, as pessoas dos bairros, aquelas pessoas que lá moram, na periferia, não são desprovidas de coisas desse género? Hummm...]

Fiquem bem, cumprimentos a todos, e por favor, antes de escreverem alguma coisa que visa outros grupos nos quais não se inserem e com os quais não experimentam qualquer tipo de relação, ponderem os vossos argumentos. Arrogância e prepotência fica mal a qualquer pessoa, seja ela da boavista ou do cerco.

----------
Pedro Nery
20 anos
Estudante

De: TAF - "Jornais em revista" 

(Actualizado)

- Invicta animada para assinalar a Páscoa
- Páscoa no Porto vai ter música sacra, cantares populares e ateliers para crianças
- SRU: Primeira Discussão Pública com os proprietários é já na próxima Sexta-feira - no site da CMP
- Críticas à saída dos CTT da Baixa do Porto
- Transferência de estradas nacionais para as "mãos" da Câmara adiada
- Chumbada recomendação sobre o Museu da Imprensa
- Proprietário reclama alvará de loteamento de Requesende esperado há seis anos

- Nova arquitectura alemã exposta na Alfândega do Porto
- Arquitecto do novo CLIP contesta críticas da oposição na Câmara - o projecto ("Kasa da Praia") está aqui.

- Alterações ao PDM estão nas mãos da Assembleia
- Novo PDM do Porto está pronto a regressar ao executivo e à assembleia
- Terceira discussão pública do PDM contou com 153 reclamações
- PDM volta à assembleia - "caso sejam feitas alterações de substânica, o PDM poderá entrar em nova fase de discussão pública." - Mais uma vez digo: o PDM devia ser muito mais simples e compacto. Por este andar pode ficar muito bom, mas corremos o risco de nunca mais o termos em vigor...

- Assembleia discute metro na Boavista
- Moção contra o metro na Boavista aprovada
- Aprovada moção de protesto contra o projecto do metro na Boavista
- Também há críticas entre os vereadores
- PS e CDU querem Oliveira Marques e arquitectos do projecto em reunião extraordinária
Senhores deputados municipais, permitam-me lembrar novamente os meus argumentos. Que não seja o peso dos nomes de Oliveira Marques, Siza Vieira e Souto Moura a perturbar o rigor da análise. O caso é simples, por favor não compliquem! O Grande Prémio e a requalificação da avenida são assuntos diferentes que têm que ter soluções independentes do Metro. Senão são remendos em cima de remendos...
Já agora, muito gostava de ver Siza Vieira e Souto Moura rebaterem aqui no blog estas afirmações! O espaço online está à disposição. ;-)

2005/03/01

De: TAF - "Bairros sociais" 

Quando alguém precisa de apoio para conseguir uma habitação condigna, é obrigação da sociedade fornecer-lhe os meios para a obter. Esse apoio deve assumir formas diferentes conforme o caso concreto em análise, porque os motivos para o aparecimento dessa necessidade podem ter sido também diferentes. Pode ser apoio financeiro, pode ser apoio “em géneros” (a própria habitação), pode ser um emprego, pode ser alguma das anteriores e além disso educação, acompanhamento, etc.

Nem todos os casos são de “exclusão social”. Alguns são de azar (perda de casa por catástrofes naturais, por exemplo) de famílias perfeitamente funcionais e integradas.

Outros, ao contrário, podem ter origem por exemplo em toxicodependência, ou malandrice pura e simples. Independentemente de muitos atenuantes que possam existir, há nestas últimas situações uma componente de responsabilidade pessoal pelas dificuldades sofridas. O apoio que a sociedade deve dar tem que ter como contrapartida um esforço especial por parte de quem o recebe. E a sociedade fica com o direito de exigir que os recursos que são confiados aos beneficiários sejam adequadamente respeitados.

Não vejo por isso nada de errado em criar regras especiais (sem entrar agora em detalhes) que não fariam sentido quando a habitação tivesse sido adquirida com meios próprios. Com sensatez, realismo e caridade (no bom sentido) essas regras, se estabelecidas com moderação e respeito pelos visados, contribuem para qualidade de vida de todos nós, incluindo esses visados.

Também penso que os bairros sociais não fazem sentido, havendo soluções muito melhores sob todos os pontos de vista, como já explicou o Francisco.

De: Pedro Burmester - "A política do halterofilismo" 

Consentiria que se estabelecessem estas regras para a sua zona de residência?

As franjas sociais são questão de genes? Espero sinceramente que não sejam muitos (Rui Rio já sabemos que sim) a pensar desta forma nesta mui nobre, leal e invicta cidade.
--
Nota de TAF: Caro Pedro Burmester - Concorde-se ou não com ele, não me parece correcto atribuir a Rui Rio a convicção de que "as franjas sociais são questão de genes"... O texto acima está um pouco ambíguo mas julgo que não era esta a interpretação pretendida. Volto a este assunto mais tarde.

De: Cristina Santos - "A Política do Halterofilismo" 

Caro Pedro
Exactamente, mas em geral concordo com essa politica do Rui Rio.

Vá, vamos lá deixar de ser hipócritas, se hoje não estivéssemos tão perto dos Bairros e da sua componente social, com certeza eles continuavam a ser esquecidos como foram durante época.

(Existirão sempre mentes e corpos predestinados para a marginalidade ou até para a Toxicodependência. Sobre estes fenómenos poderíamos falar anos seguidos, as opções que a maioria das pessoas do bairro adoptaram para sobreviver não são admissíveis ou perdoáveis em meios convencionais, nem sequer em Bairros financiados pelo civismo convencional.

Ou o Sr. Pedro já esqueceu as matracas e os ataques contestatários no Vale dos Leprosos?!

O problema é que estas franjas sociais existem, equilibram até os conceitos gerais de modos de vida, são opções de trabalho ou sobrevivência.
Mas isso são questões de genes, de ambiente, de formação, de educação, que podemos debater em qualquer altura é o meu tema favorito, a degeneração humana, conceitos de vida correctos ou incorrectos, ou até a autoridade de legislar o comportamento humano, ou a epidemia das massas, ou até o sindroma das minorias dentro das claques de futebol.)

O meu texto pretende apenas contextualizar a situação de forma realista, esqueçamos e prossigamos.

A sugestão principal vai no sentido de socializar os bairros sociais, impondo regras de fácil cumprimento, que envolvam os moradores e os levem a cuidar os seus espaços.

No que diz respeito à venda de casas sociais, penso que o executivo está correcto, aliás considero que o preço das casas é equiparado às performances das mesmas, é justo, por outro lado é um abuso que os eventuais compradores exijam obras nas casas antes de as comprarem, quando essas obras vão para além da responsabilidade de qualquer proprietário em relação ao seu inquilino, ou seja não passam por canos, fachadas ou telhado, nem sequer passam pelo ambiente.
Digo-lhe mais, eu optaria por oferecer-lhes as casas, e partir daí quando necessário exigia a sua manutenção através do departamento de salubridade.
Ou então opções como o Bairro da Bouça ou da Lapa.

Talvez o Pedro considere legítimo pagar danos por mau uso, que pessoas paguem rendas substancialmente inferiores aos gastos dos telemóveis que possuem, que desfrutem de garagem, parque, e individualismo, por 1 da quantia irrisória, quando em contraste uma família jovem, com emprego, tem que residir no velho apartamento dos pais no Porto ou então procurar casa acessível noutro concelho. Qual é a família mais carenciada? E qual é a família mais convencional? E a mais educada?
Considerações à parte, a gestão (mínima) dos bairros sociais, na forma em que existem actualmente e a continuarem a existir, depende de medidas como estas:
Para remate, já alguem se interrogou porque é que os pertences destes moradores nunca são vandalizados? - Porque são eles quem pagam as reparações e não a autarquia.

De outra forma, os carenciados passamos a ser nós.

De: F. Rocha Antunes - "Rui Rio na FEP" 

“RUI RIO EM CONFERÊNCIA SOBRE “A REVITALIZAÇÃO ECONÓMICA, SOCIAL E POLÍTICA DO PORTO”
No dia 3 de Março, pelas 18h30, na Sala 260- Faculdade de Economia do Porto”

Já há uns dias que tinha visto a notícia desta comunicação. Aqui está o link
Está anunciado como aberto ao público.

De: F. Rocha Antunes - "Desenvolvimento..." 

"... sustentável"

Meus Caros,

Há bons e maus gestores, economistas, promotores imobiliários, arquitectos, filósofos, funcionários públicos políticos, etc. É só lembrarmo-nos de uma profissão ou ocupação e encontramos sempre bons, assim-assim, mais ou menos e maus.

Há algum tempo tive uma conversa com o Arq. Pulido Valente, o primeiro a gritar aqui pela revolução, e disse-lhe o que vos digo agora: Sempre que estivermos a fazer depender de uma revolução a mudança do que também depende de nós, estamos a ceder ou ao desânimo ou à impotência que esse desânimo provoca. Por isso não acredito em revoluções, mas sim em reformar o que se pode reformar. A velocidade das mudanças é muito mais determinada pela dinâmica da sociedade do que pela vontade dos seus agentes. E nisso temos o vento pelas costas: a única coisa que estamos todos facilmente de acordo é que as mudanças hoje podem ser muito mais rápidas do que antes.

O que podemos mudar é o contexto das decisões. E para isso não precisamos de sair daqui.

Todas as decisões são tomadas tendo em conta o contexto em que se inserem. Por exemplo, acham que a Metro do Porto mais alguma vez irá propor uma nova linha da maneira que fez? Não vai nunca mais. Porque sabe, agora, que ou explica bem e se prepara melhor ou já não consegue passar pelo meio da chuva dos assuntos efémeros.

Nós podemos, se perseverarmos e soubermos continuar o que estamos a fazer, alterar o contexto das decisões. E isso faz muita diferença.

Querem mais um exemplo? O Eng Braga da Cruz, quando da campanha para as legislativas, veio dizer uma data de coisas, nomeadamente sobre o Túnel de Ceuta, que não tinham sido preparadas. Reagimos aqui e noutros lados. Já não falou mais nisso. Se não houvesse atenção, o argumento, mesmo assim, tinha feito outro caminho.

O que Lino Cabral fala sobre a sustentabilidade é um assunto que preocupa já muitos gestores e promotores imobiliários. Já há muito que até nós (;-)) percebemos que não faz qualquer sentido investir em imóveis sem a lógica da sustentabilidade. Os imóveis mais sofisticados que se desenvolvem em Portugal são, há muito, imóveis para rendimento. E quem depende do rendimento futuro acautela a sustentabilidade do investimento antes de o fazer, garanto-lhes. E que as cidades ou são equilibradas ou representam um risco de investimento insuportável para os investidores que dependem de rendimentos de médio prazo.

Agora, temos que ser justos. Podemos não estar de acordo com algumas expressões menos felizes de alguns responsáveis autárquicos, mas este executivo tem o enorme mérito de ter enfrentado pela primeira vez a situação dos bairros sociais. E as intervenções, pelo menos no seu sentido geral, fazem todo o sentido: rasgar o isolamento desses bairros, atravessá-los por transporte públicos e ruas novas, reduzir o espaço enclausurado que os definia. E não me parece que seja com esse votos, de gente que se sentiu muito incomodada com essas intervenções, que o actual presidente pode pensar em ser reeleito.

Temos, portanto, o contrário de uma revolução, mas dois caminhos para a resolução desse problema gigantesco: reduzir o mais depressa possível o seu isolamento, “puxando-os” para uma integração na cidade e criar as condições para que, lentamente, sejam vendidos aos respectivos ocupantes. No momento em que as casas passam a ser deles, a história mostra que tudo muda. Desde que não se vá acorrer novamente à resolução de deficiências e se venda as casas com um mínimo de problemas resolvidos. Se as casas posteriormente passarem a ter problemas, terão que fazer como todos nós: desenrascar-se.

A dimensão dos problemas exige uma estratégia de fundo correcta, que me parece genericamente correcta, e muita persistência. Cabe-nos a nós não deixar que na próxima campanha se venha a fazer demagogia com isto.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Lino Cabral - "O conceito de..." 

"... Desenvolvimento Sustentável (DS)"

passou a uma espécie de sound-byte. É um conceito aplicado sem qualquer sentido em qualquer contexto.

Se todos os decisores interiorizassem este conceito de tal forma que influenciasse as suas decisões, muitos estrangulamentos deixariam de existir. Mas desenvolvimento sustentável na boca de um decisor economista ou engenheiro é de facto um sound byte. A sua formação académica é especializada e linear, nos antípodas do desenvolvimento sustentável que é não linear e abrangente, de facto DS é mais intuitivo que racional.

Viver o melhor possível com o mínimo de meios, é o conceito básico do DS.

Mas para mais e melhor informação, temos o Futuro Sustentável do Grande Porto:
http://www.futurosustentavel.org/


Industrial Symbiosis, um parque industrial de nova geração.

Uma rede auto-organizada de indústrias que partilham resíduos, água e energia. Um interessante projecto para 30 anos com grande benefício económico e ambiental, grande redução de consumos, emissões e desperdícios.

Um case-study para o Norte.

Lino Cabral

De: Pedro Burmester - "Afirmações" 

"(...)tiveram a oportunidade de reformular as suas vidas através da venda de estupefacientes."

"a ousadia de viverem à parte"

"Actualmente os Bairros preocupam-nos, porque além de estarmos cada vez mais próximos deles, a marginalidade e o gueto ameaça toda a outra estrutura urbana."

etc, etc.

Este tipo de afirmações também ajuda a compreender a existência destes guetos sociais e das políticas musculadas do Dr. Rui Rio.

Valha-nos as revoluções, como disse o Sr.António Moreira!

De: Carlos Gilbert - "Soyons réalistes..." 

Tive que sorrir ao ler o que sobre este tema se tem escrito hoje no nosso blogue, ao confrontá-lo com o que hoje também li (no "Público") pronunciado pelo autarca da nossa vizinha cidade de Matosinhos, que mais uma vez mimoseia os críticos do projecto da linha de metro na Boavista de "provincianos" e dotados de "visão paroquial"...

Peço licença de fugir eventualmente um pouco ao tópico principal deste blogue, uma vez que Matosinhos "é outra paróquia", mas são autarcas deste calibre que têm o poder de tomar decisões de bradar aos céus, e de forma completamente demagógica tentam desqualificar quem levantar a voz, manifestando dúvidas, como "provincianos" e "paroquiais"... Relembrando-me do original do chavão "sejamos realistas", só me resta classificar este género de autarcas como "arrivistas" da verdadeira política, para não lhes apontar o que qualquer oftalmologista designaria por "miopia", para não entrar por outro tipo de classificação. E, se alguém me quiser apontar eventual grosseria de adjectivos, desafio quem quer que seja a responderem à minha pergunta já levantada por diversas vezes, sobre qual o destino a dar aos milhares de futuros utentes da linha da Boavista, quando chegarem ao terminal da Rotunda/Casa da Música... Continuo à espera!

C. Gilbert

De: Cristina Santos - "Regras de uso" 

No que diz respeito à Habitação social, o que me preocupa não é tanto a forma, mas sim o conceito.

Os Bairros anteriores a 1980 pretendiam distribuir a população urbana, acabar com o regime de subaluguer e condições de habitabilidade precárias.
A solução de realojamento passou por criar zonas residenciais periféricas, de habitação em massa. Durante anos essa população vivia deslocada, sem acesso a meios de transporte e a uma distância considerável em relação ao centro da Cidade.

Os moradores desses bairros não frequentavam escolas na Cidade, mas sim as escolas e outras estruturas que se foram criando nesse espaço.
A pobreza da população, aliada à multi-etnia, que caracterizava esses moradores, criou verdadeiras forças de oposição e potência.
Aquilo que chamamos guetos, resulta dessa concentração de famílias, do isolamento de que foram alvo, e de todas as consequências sociais que daí resultam.
As regras de sobrevivência eram internas ao bairro, foram criadas conforme a lei da fome e da falta de oportunidade.

Há uns anos atrás era possível assistir a crianças desses Bairros, em pleno Natal, nuas, rebuscando o lixo nas ruas circundantes, eram famílias inteiras, praticamente sem identidade. Para a maioria a escola não fazia sentido, não era necessária para viver no bairro, para além de que os filhos seguiam os pais para feiras e outros negócios, que asseguravam a parca sobrevivência.

Anos mais tarde tiveram a oportunidade de reformular as suas vidas através da venda de estupefacientes, esta situação associada à expansão urbana, resultou naquilo que se entende por submundo.
A concentração é enorme, os locais de implantação dos Blocos perfeitos, a união que se gerou durante esses anos, permitiu-lhes a ousadia de viverem à parte, de escolherem outras regras de sobrevivência, às quais era impossível fazer frente, depois de um abandono e de um desinteresse de anos por parte de todos nós.

Actualmente os Bairros preocupam-nos, porque além de estarmos cada vez mais próximos deles, a marginalidade e o gueto ameaça toda a outra estrutura urbana.
Daí que se opte hoje em dia, por moradias geminadas, de zonas de fraca concentração, para que a oposição que venha a existir, não seja em massa, para que estes moradores se habituem a viver em sociedade.

Mas há que ver este fenómeno de forma imparcial, se de alguma forma estas famílias foram esquecidas e proteladas, nesses tempos a fome e a miséria atingia muitas famílias no Porto. A maioria da população ia para o trabalho a pé, também não dispunha de grandes meios de mobilidade, nos bairros pelo menos era tudo concentrado.

Se por um lado a consciência social esqueceu os moradores dos bairros, também lhes permitiu um abrigo, um tecto, uma escola. Se as condições eram precárias para essas pessoas, também o eram para as famílias urbanas que partilhavam os mesmos prédios e as mesmas casas de banho.
Claro que a responsabilidade social, impõem que atendamos às condições dessas pessoas, mas essas condições de que tanto nos acusam, são muito mais éticas e pessoais, de que de necessidade. Sabemos que existem este tipo de pessoas, que se aglomeram em ambientes propícios e que portanto, o nosso desenvolvimento tem que servir para as educar, estimar e defender a nossa própria forma de ver a vida.

Essa educação não passa apenas por redistribuir estas famílias por ambientes urbanos convencionais, passa também por impor limites, regras e normas de cidadania para os restantes - (eles próprios já se encontram numa situação capaz de entender, as suas vidas já se estendem ao núcleo urbano).

Passa pela reorganização dos ambientes, dar-lhes tutela e responsabilidade por gerirem o «presente» que lhes foi dado, passa por punir globalmente, se todos forem obrigados a pagar mais 2 euros por cada módulo de caixas de correio destruído, com certeza na próxima vez, qualquer um dos moradores do Bloco se vai impor perante o vandalismo.

O que não é admissível é este constante papel de vítimas, quando a maioria vive bastante melhor que nós, a consciência dos moradores dos bairros não pode limitar-se aos direitos:
«Vivemos aqui, isto não é nosso, temos direitos, tem que repor isto nas condições que pretendemos, independentemente do uso que fizemos da «coisa»»
Não pode continuar a ser assim, por isso temos que lhe colocar ao dispor meios de comunicação de actos de vandalismo, para que os autores sejam punidos.
Temos que criar meios de fiscalização de uso e bom trato das habitações, entre outras medidas que tornem os usuários responsáveis pelos danos que provocam.
A Autarquia não deve ter lucros ou procurá-los e portanto associada a essas medidas, que permitem a limitação da responsabilidade, cumpre ainda aumentar o valor das rendas, para que pelo menos essa receita permita a manutenção dos espaços - a autarquia enquanto proprietária não é responsável pelo mau uso das coisas, e esse em geral é uma factura altíssima na despesa publica.

Em geral a degradação tem resultado disso mesmo, janelas arrancadas, saneamento entupido que é resolvido canalizando-o directamente para o exterior, janelas arrancadas, que provocam infiltrações em outros andares, caixas de correio arrancadas, escadarias vandalizadas, tubos de queda quebrados ou arrancados, estores partidos, renovações interiores com demolição de paredes, encerramento de ventilação, em algumas casas vagas até a canalização é arrancada das paredes - se assim não fosse a factura limitava-se à pintura exterior e reparação de fissuras.

E é lógico que no Porto não são admissíveis mais Bairros sociais, sob pena da única população residente se tornar inquilino da Câmara, porque é este tipo de habitação o único que compensa, estou ainda em total acordo com a medida referida por Francisco Antunes.

(Caros amigos acho que acabei por me perder no objectivo, mas o que pretendo dizer é que esses senhores dos bairros também tem obrigações e devem criar-se regras, mesmo que especiais, para o uso dos bairros sociais)

Cristina Santos

De: António Moreira - "Soyons Réalistes..." 

Sr. Pedro Burmester, Claro que a "pichagem" que referi foi traduzida da original do Maio de 68, num dos raros exemplos em que se copiou o que de bom se faz lá fora, obrigado pela clarificação, :-)

Pegando no assunto e trazendo-o para a discussão sobre as novas formas de "participação cívica", que alguns procuram, enquanto que outros acham utópicas e irrealizáveis, acho que quer o Maio de 68, quer o nosso (imediato pós) 25 de Abril, são dois exemplos (talvez extremos) da utilidade de se procurar a "Utopia".
Em ambos os casos o "elástico" terá, talvez, sido esticado em demasia....
Em ambos os casos o "elástico" não partiu, mas também não recuou ao seu estado anterior....
Recuou sim, mas uma parte do que "esticou" manteve-se e, hoje, ninguém aceitaria menos.
É isso que, a meu ver, se torna novamente necessário, se bem que agora um novo tipo de revolução, no contexto tecnológico.
Explorar ao limite as actuais possibilidades de informação e comunicação.
Exigir a sua utilização como forma de participação, discussão, decisão.
Conseguir, talvez, algo de intermédio.

Em mais uma tradução livre "O caminho faz-se caminhando..." :-)

Um abraço
Antonio Moreira

De: António Lopes Dias - "Habitação social..." 

"... e «indústria do comentário»"

Os vários "posts" sobre habitação social (Cristina Santos, Rocha Antunes e A. Burmester) abrem mais uma frente de debate interessante.

Sem querer entrar em controvérsia sobre alguns dos aspectos focados, parece-me oportuno lembrar os casos do CRUARB e da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto (FDZHP).

Depois de extinto o primeiro, e "sufocada" (financeiramente) e "amputada" (da reabilitação urbana) a segunda, perdeu-se um bom exemplo não só da intervenção arquitectónica sobre o Património da Zona Histórica, mas também uma estratégia de intervenção e acompanhamento social da reabilitação urbana (acesso das famílias à propriedade das habitações reabilitadas, constituição de condomínios, concepção do "Manual do Morador" ).

A metodologia de um planeamento integrado, com a componente urbanística e arquitectónica, e a componente sócio-económica e cultural, ficou completamente destruída.E não será, obviamente, substituída por qualquer SRU.

Com aquelas Instituições (sem prejuízo de outras entidades) seria possível dar continuidade a uma reabilitação não só da Zona Histórica restrita (Freguesias da Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória), mas também da Baixa do Porto, de uma forma planificada, integrada e não segregada. Economicamente menos especulativa e socialmente mais justa e diversificada.Conservando os idosos, mas fixando os jovens (e estudantes, e artistas); reabilitando fogos para habitação, mas criando espaços para comércio e equipamentos sociais. Mantendo a autenticidade urbanística, mas revitalizando o tecido social.

Evitando a proliferação de Pasteleiras, Aleixos, Bairro de S.João de Deus,etc, mas não deixando este "mercado" a funcionar desreguladamente. Para entrar no século XXI com um "modelo de proximidade geográfica e social", e de acção participada.

A bem da Baixa do Porto, e a bem dos cidadãos, pela aquisição de competências pessoais e sociais, com o reforço do seu protagonismo e autonomia.

Por tudo isto, vale a pena ler (e concordar com) uma das reflexões de JPP no seu "Abrupto":"... a indústria do comentário produz controvérsia, racionalidade, e às vezes, imaginação, ar fresco.Não é tudo, nem pretende ser tudo, nem se substitui a outras indústrias e actividades cívicas, parte indissociável do espaço público da democracia, que sem "opinião" respiraria com dificuldade".

Este é também o espaço de "A Baixa do Porto".
Saudações do
António Lopes Dias
P.S.- Interessante a proposta do Arquitecto J. Pulido Valente para a Alameda 25 de Abril.

De: Carlos Gilbert - "Perspectivas e referendos..." 

1. Ao Alexandre Burmester, com os seus "Princípios de Cidade":

Ao ler-se o seu texto o que defende parece óbvio, mas talvez os promotores desses bairros (Pasteleira, Aleixo, S. João de Deus, etc.) tivessem na altura querido fazer habitação social pensando ainda nas "ilhas" que havia na cidade às dezenas, só que desta vez em altura... A este propósito, alguém sabe dizer-nos o que a autarquia prevê neste capítulo? Refiro-me aos planos inseridos no PDM para se acabar com esses "ghettos" e qual a alternativa proposta pela autarquia?

2. Ao Matteo Tiepolo, cidadão suíço:

Era bom que os melhores princípios das sociedades democraticamente mais avançadas fossem adoptadas pelas mais atrasadas (refiro-me neste caso aos referendos) só que isso exige que quem se pronuncia, quando perguntado pela sua opinião, saiba do que se está a falar... e do alcance que a sua resposta vai ter. É como a famosa questão da "regionalização": quem, dos que participaram no referendo de então, sabia o que esse projecto representava de facto, quais as mudanças que iria trazer para o País, os custos e os benefícios, etc. e por aí fora? Por isso eu na altura me manifestei tão contra esse referendo (ainda não havia blogues...). E vai ser o mesmo com o referendo pela constituição europeia. Quem de nós sabe em concreto o que vai ser referendado? Quais as consequências de um eventual "não"?

Eu, com respeito a Portugal, sou a favor de determinado tipo de referendos, mais locais, dizendo respeito a comunidades mais pequenas, em que o assunto referendado seja debatido previamente quase que "à mesa do café", mas sou contra referendos de amplitude nacional (como o da constituição europeia), para isso é que elegemos os nossos representantes que têm assento na Assembleia da República e conhecem esses assuntos a fundo. Na AR é que têm a possibilidade de debater essas matérias até ao último parágrafo, o problema é que os deputados não sejam depois obrigados a explicar a quem os votou do alcance das suas decisões. Sei que na Suiça a realidade é diferente, o direito ao referendo faz parte desde há muito dos hábitos democráticos do povo suiço, por isso este país é dos mais avançados do mundo.

Carlos Gilbert

De: Pedro Burmester - "De: António Moreira..." 

"... - «Sejamos Realistas...»"

Essa "pichagem" é de Maio 68/Paris e dizia: Soyons réalistes, demandons l'impossible.

De: TAF - " Nos jornais esta manhã" 

- Reabilitação vai avançar na zona de Carlos Alberto
- Carlos Alberto como balão de ensaio
- Requalificação de "Carlos Alberto" em fase de debate com os locatários
- Reabilitação de Carlos Alberto apresentada sexta-feira
- CTT: Quase 100 assinaturas contra a saída do Palácio dos Correios

- Alargamento da A1 pronto em Agosto do próximo ano
- O alargamento do troço da A1, entre a Feira/IC24, vai ficar concluído em Agosto de 2006
- Alargamento da A1 desde Espinho concluído no Verão de 2006

- Metro e Matosinhos: Câmara queria mais linha férrea
- Narciso Miranda salienta importância do metro do ponto de vista metropolitano
- Narciso critica discussão paroquial em torno do metro na Boavista
- Senhora da Hora - São João a "médio prazo"

- Marginal: Protocolo de transferência de vias nacionais para a Câmara em risco
- Municipalização de estradas divide vereação portuense
- Marina do Freixo a funcionar a meio gás mas já com um terço dos lugares ocupados
- Marina de Leça reabre dentro de quatro meses completamente renovada
- Contra barreiras no Parque da Cidade - opinião de Virgínio Moutinho e José Manuel Soares (que pelos vistos não lêem A Baixa do Porto...)

- PT vende à Olivedesportos "media" por 300 milhões - Qual será o rumo do JN?

2005/02/28

De: Alexandre Burmester - "Princípios de Cidade" 

Devia ser proibido fazer habitação social nos moldes em que são feitos em Portugal.

Situações como a Pasteleira, O Aleixo, o Bairro de Deus, e tantos e tantos outros, que apenas divergem na escala, localização e em pouco mais. Porque sejam verdes, amarelos, de tijolo de betão ou de pedra, poderão ter as formas que tiverem, terão é todos sempre o mesmo principio - Segregação.

Criar bairros em que se juntam pessoas todas da mesma condição social, económica, religiosa, etc...não é fazer cidade é sim construir guetos. Não é resolver o problema da habitação, mas sim criar problemas sociais.

E veja-se que não interessa de são ricos ou pobres, brancos ou pretos. São sempre guetos.

Não deviam ser construidos bairros, mas sim edificios ou casas isoladas e integradas nos contextos urbanos. A reabilitação da Baixa do Porto, poderia e deveria ser disso um exemplo.

A cidade deve viver da diversidade, da universalidade, da diferença.

(Em vez da segregação proporciona-se a integração, e fica mais fácil equilibrar os direitos e os deveres)

Alexandre Burmester

De: Matteo Tiepolo - "Uma perspectiva suíça..." 

"... da situação no Porto"

Até agora não ousai intervir porque o meu português não é a altura, mas a vontade do fazer sempre foi forte e agora é mais forte da vergonha!
São Suíço mas, depois de ser cidadão do mundo por mais de vinte anos, moro no Porto a mais de 7 anos.

Já morai em grandes cidades e em pequenas, em África, Ásia e América. Mas agora, com o novo trabalho de consultor international, junto com meã mulher, tripeira de gema, escolhemos de ficar no Porto.
O meu inicio com a cidade foi o namoro: Porto tem graças e virtudes escondidas que podem quebrar o coração de um velho engenheiro que gosta das cidades.
Mas, como todos os namoros depois de sete anos, os defeitos que pareciam graças começam a perder piada.
Iniciai a ficar preocupado, mas encontrai o seu blog, e consolai-me. Também os portuenses DOC riparam nos mesmos contra-sensos que eu, onde as principais poderia resumir em:
Nos suíços temos a mania dos referendum, que considero uma forma antiga de um blog com valor legal. A melhor democracia é participativa, mas participar significa se responsabilizar e responsabilizar quem usa o dinheiro publico. Eu pago parte dos impostos em Portugal, e da mesma forma em que pretendo que o meu dinheiro seja bem usado a Lugano, gostaria de poder controlar e intervir na forma como é gastado aqui. Os bloquistas poderiam propor cada uma o mais iniciativas que consideram fundamentais e depois discutir, quais juntam o maior consenso entre nos e avançar em todas as formas propostas: com os partidos, com abaixo assinados, com pedido de referendum local, com pedido na assembleia municipal , com qualquer outros meios, mas poucos assuntos e com um frente compacto. O meu assunto Fundamental seria de pedir que a Câmara faça prenda de todos os bairros sociais camarários ao instituto nacional de habitação social e com o quanto poupa colaborar a reabilitar casas com a SRU por depois ser vendidas a credito bonificado a casais jovem

Mateo Tiepolo

De: António Moreira - "Sejamos Realistas..." 

Exijamos o impossível!

Não sei se ainda alguém se lembra do que foi, na minha romântica forma de ver, a mais lúcida das "pichagens" do imediato pós 25 de Abril.

Eu recordei-a, de imediato ao ler o comentário do Sr. Tiago Fernandes, ao meu último "post".

Tem toda a razão caro Tiago, devemos procurar "...resolver os problemas de hoje com recurso aos meios que hoje estão disponíveis e que têm força legal, sabendo que o óptimo é inimigo do bom..."

Mas também devemos prevenir os problemas de amanhã, criando os meios para que, quando os nossos filhos, ou netos, forem adultos, não verifiquem que os problemas, já identificados, há décadas, pelos seus pais ou avós, continuam por resolver e os tais "meios com força legal" para que esses problemas possam ser, adequadamente, resolvidos, continuam por criar.

Fecho agora os olhos e imagino a minha filha, daqui a 20 ou 30 anos, na altura de mais umas eleições tendo que escolher entre o PS ou o PSD………

Peço a todos os pais (actuais ou potenciais) que façam um minuto de recolhimento e imaginem o mesmo.
....................... (1 minuto).............
Acho que a nossa responsabilidade é mais do que evidente.

Nota final. Quanto à eficácia do método "descomplicado" de "…resolver os problemas de hoje com recurso aos meios que hoje estão disponíveis e que têm força legal, sabendo que o óptimo é inimigo do bom……"

O que se passa na Av. da Boavista, desde a semana passada, e o que ainda estará para vir, são o exemplo claro dessa eficácia e, para mim, a demonstração cabal, de que outras formas de exercer a cidadania tem que ser procuradas.

Já agora termino com outra citação esta mais moderna e tecnocrática "Think Global, Act Local".

Um abraço
António Moreira

De: F. Rocha Antunes - "Habitação para todos" 

Meus Caros,

A Cristina colocou um dos problemas mais sérios das nossas comunidades. As práticas de habitação social, na forma como são seguidas quer no Porto quer nos concelhos vizinhos, embora com algumas diferenças.

Há uma confusão séria entre o direito à habitação, consagrado e bem na nossa Constituição, e a distribuição de casas pelos eventuais necessitados promovida à décadas pelos responsáveis autárquicos.

O direito à habitação é um direito primário, como o direito à alimentação e à segurança, à saúde e à educação.

O que importa discutir não é o direito fundamental, que é uma conquista importante das sociedades modernas.

O que não é a mesma coisa é como esse direito fundamental é assegurado. E aqui impera a demagogia e, muito mais sério, a discriminação.

Assegurar o direito à habitação pode ser conseguido de muitas maneiras, e todas elas com impactos diferentes quer na capacidade de alojar pessoas sem recursos quer na afectação de recursos da comunidade para a satisfação desse direito essencial.

Não é possível construir cidades dignas desse nome sem resolver o problema de habitação para todos os que a legitimamente a demandam.

Agora, afectar os recursos camarários e do Estado central, escassos por natureza, a dar casas a um número necessariamente reduzido de famílias não é a melhor solução.

Este assunto, que merece um debate muito mais aprofundado, e para o qual desde já me disponibilizo, tem sido muito mal tratado. Os presidentes de câmara medem o número de casas que atribuem, e não o número de famílias carenciadas que poderiam ter um tecto com soluções alternativas muito mais eficientes.

A esse respeito, o caminho que começou a ser trilhado pelo governo anterior era de longe mais eficiente. Ao Estado cabia assegurar o pagamento de rendas às famílias carenciadas, através de uma fiança simplificada, e com essa garantia do Estado, todos os proprietários e promotores imobiliários poderiam propor casas para serem habitadas por essas famílias. A certificação da habitabilidade, exigível para estes casos, garantia as condições mínimas de satisfação desses casos.

O que não se pode continuar é a afectar uma fatia enorme dos orçamentos camarários a fazer casas que depois são entregues com critérios sempre complicados de entender. O número de famílias carenciadas que beneficiam deste sistema é sempre ridículo face às necessidades e o resto da cidade deixa de dispor desses recursos, que tanta falta fazem para tudo o resto.

As sociedades mais avançadas resolveram há muito este problema, e nenhuma delas o conseguiu resolver com este método.

É tempo de, também aqui, exigirmos mais eficiência e transparência. A atenção dada pelo actual executivo às condições de vida nos Bairros Sociais é importante, mas as soluções de fundo, que demoram sempre muito tempo, ainda não apareceram. Até agora está-se, e bem, a corrigir os erros anteriores. Mas ao alimentar-se o sistema com mais casas a distribuir à população, numa lógica de segregação espacial, vai criar no futuro problemas semelhantes.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Cristina Santos - "Direito para uns..." 

"... - dever de muitos"

A habitação social é necessária e deve alojar famílias de parcos rendimentos, isto é um direito social.
Contudo as restantes famílias Portuenses, que não cumprem esse estatuto de carenciados, são obrigadas a encontrar casa dentro do Porto, a preços altíssimos, sem espaços verdes, sem aparcamento etc…
Pior que isso é que as famílias NÃO CARENCIADAS, contribuem ainda com impostos e outras contribuições, para o pagamento das infra estruturas (jardins) dos bairros Sociais, do Policiamento, da manutenção etc…. e isto é um dever social.

Ora enquanto se fazem obras de manutenção, enquanto brigadas completas permanecem nestes Bairros, o resto da população e da cidade vai sendo penalizada. Os direitos de uns, implicam em deveres de outros.

No meu ponto de vista, os moradores dos bairros sociais são cidadãos altamente beneficiados, dispõem de bairros residenciais com amplos espaços verdes (que faltam no resto da cidade), com aparcamento livre, com ringues desportivos, com «sedes» onde se praticam preços muitos acessíveis e acima de tudo beneficiam de casas a preços altamente competitivos, numa espécie de residência em condomínio fechado
Todos concordamos com a coesão social, com responsabilidade dos trabalhadores para com os desempregados, concordamos que tenham que ser feitas obras de manutenção nos Bairros sociais, concordamos que tenham que ser mantidas as condições de segurança,…. mas até que ponto é possível que milhares de famílias com viatura própria, com computadores telemóveis e outros pertences, possam pagar 3€ a 30€ mensais por uma residência? Então em que ficam os direitos de todos os outros cidadãos?

Tratando-se de habitação social, as rendas tem que ser adequadas a uma declaração de rendimentos, que aglomere toda a família, …. Só que a serem verdadeiras tais declarações, a maioria das famílias não teria dinheiro para um litro de gasolina, o que é certo é que os bairros estão apinhados de viaturas. Onde estão a ser compridos os direitos dos outros Portuenses?

A reivindicação dos direitos dos inquilinos da Câmara aumenta de dia para dia, essas reivindicações tem que ser minimamente satisfeitas, pelo bem de uma sociedade moderna, pela coesão… pela segurança pública.

Isto se aceita-se, porque caso não tomemos conta deles – eles tomam conta de nós, vivemos nesta espécie de chantagem e reivindicação de direitos que acaba por anular a função, para a qual esses direitos foram criados.

Porque não regras básicas de educação cívica? Porque não constituir equipas ou associações, que localmente fiquem responsáveis, pela fiscalização, pelas regras, pelo uso dos espaços?
Porque não cobrar a pintura de uma parede grafitada a todos os moradores do bloco onde ela se encontra, mesmo que esse pagamento se reflicta num acréscimo de 3€ às rendas habitualmente pagas?
Porque não despejar aqueles que usam as casas para fins ilícitos?
Porque não fiscalizar o uso interior das habitações?

Porque não exigir a quem usou a casa até à data, que a compre nas condições em que a quer vender?

Cristina Santos
Os direitos da democracia são difíceis de equilibrar…

De: TAF - "A Baixa em PDF" 

Grande ideia esta!
Se calhar um exemplo a seguir para A Baixa do Porto, com uma selecção de artigos. ;-)

De: Miguel Barbot - "Haverá Linha do Metro..." 

"... na Avenida da Boavista?"

”Sempre com uma forte oposição por parte do PS do Porto, a Linha do Metro da Boavista é uma pedra no sapato do presidente da autarquia, Rui Rio. Não conseguiu que o Governo de Santana Lopes a aprovasse a tempo e, por isso, pode agora correr o risco de não avançar. Na campanha eleitoral, os candidatos do PS pelo Porto criticaram o projecto e propuseram, em alternativa, a passagem do metropolitano pela Circunvalação. Com o tempo do seu lado, ainda existe a possibilidade de a Administração Central vetar a linha da Boavista. O problema será o prejuízo que terá de ser abraçado pela autarquia, dado que já iniciou as obras de requalificação e reperfilamento da via, tendo em vista ser ressarcida do investimento (seis mihões de euros) assim que a Metro pudesse avançar com a colocação de carris. Se a empresa não tiver o aval do Governo para concretizar a linha, a Câmara do Porto ficará com os encargos assumidos.”

No Janeiro

De: F. Rocha Antunes - "A Baixa do Porto" 

Meus Caros,

Em tempo de sugestões sobre o futuro do blogue, aqui vão as minhas:
  1. Manter o estilo e a abertura já praticadas.
  2. Perceber que o impacto mediático que, pontualmente, este blogue tem é isso mesmo, um impacto mediático pontual. Relembro uma citação latina sempre citada por um velho pirata do Asteríx “Sic transit gloria mundi”
  3. Alargar o âmbito da discussão ao Noroeste de Portugal, esta região de mais de 2.600.000 habitantes que, por razões meramente administrativas, está retalhada em mais de 30 concelhos, sem descurar o foco inicial na Baixa do Porto. São compatíveis. O que se faz numa escala e outra são essenciais para as duas áreas.
  4. Voltarmos a discutir assuntos em concreto, e apresentando as nossas opiniões fruto quer do nosso trabalho quer da nossa inspiração.
Se fizermos isto, mudamos muito mais do que imaginamos. Se quisermos fazer mais do que isto, corremos o risco de não mudar nada.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: António Moreira - "Participação Cívica..." 

"... - Como ?"

O rumo que a discussão tem tomado agrada-me sobremaneira. Concordando com parte (ou o total) de alguns "posts", discordando de parte (ou do total) de outros, o que é um facto é que me parece que existe um ponto comum à generalidade das intervenções, e que é: O actual sistema democrático está doente (muito doente).

Vem depois então as divergências, quer quanto ao diagnóstico (funciona mal porquê? A culpa é dos eleitos ou dos eleitores?), quer quanto aos meios de cura (mudar radicalmente o sistema, procurar mudar os partidos por dentro, ou outras soluções?).

Normalmente, considerando a introdução deste "post", eu agora introduziria a minha opinião, dizendo quais as razões pelas quais o sistema falhou, e quais os remédios que me pareceriam óbvios para esta situação.
Mas, isso implicaria que eu tivesse uma opinião 100% formada, quer quanto ao diagnóstico, quer quanto à cura.

Nesta altura parece-me muito mais importante verificar que existe a consciência de que "O sistema está doente" e de que é necessário fazer algo para o curar.
Parece-me também extremamente importante verificar que existem novas "ferramentas" que permitiram que, sem nos conhecermos previamente, sem nos conhecermos fisicamente, estejamos a discutir causas comuns e a procurar formas de resolver problemas que nos afectam enquanto Cidadãos (enquanto Cidadãos desta Cidade, no caso deste fórum, mas também como Cidadãos deste País, e até quem sabe…..)

Esta minha intervenção tem apenas como objectivo referir que estou a acompanhar, com o máximo interesse, o rumo que a discussão está a tomar.

Não irei, por agora, opinar muito a fundo, quanto a algumas das sugestões já avançadas, excepto para referir estes pontos: Entendo que estas novas ferramentas abrem possibilidades de participação cívica impensáveis há muito poucos anos, pelo que as diversas possibilidades da sua utilização (ao menos ao nível da discussão teórica) devem ser exploradas a fundo.
Entendo que a simples criação de algum tipo de associação/movimento/partido ou seja o que for, nos moldes tradicionais será ineficaz, pelas razões já amplamente apontadas por diversos intervenientes, razões aliás que, a meu ver, fazem com que entenda também que….
Qualquer tipo de tentativa de influenciar a mudança de sistema "por dentro" ou seja procurando reformar ou refundar, os partidos (ou apenas o partido para que "nos puxe a chinela") é, a meu ver, da maior ingenuidade (que me perdoe o Sr. Tiago Fernandes).

Entendo assim que não se trata da "reinvenção da roda", mas sim, claramente, da invenção de algo que supra as deficiências da "roda", nos aspectos em que esta se tem demonstrado ineficaz, substituindo-a ou complementando-a, conforme se venha a entender desejável.

Nota final: (após leitura do último "post" do Sr. António Lopes Dias)
Apenas para referir que me revejo e subscrevo, na íntegra, nas opiniões, nomeadamente no que respeita a "demagogias (1 e 2)", no que tem escrito o Sr. Alexandre Burmester, espero que de forma alguma "sejam as últimas"

Cumprimentos
António Moreira
--
Nota de TAF: Parece-me irrealista qualquer tentativa de "revolução" a curto prazo na forma de participação vinculativa dos cidadãos. Para isso seria necessário provavelmente uma revisão constitucional... A minha preocupação é mais "terra-a-terra": como resolver os problemas de hoje com recurso aos meios que hoje estão disponíveis e que têm força legal, sabendo que o óptimo é inimigo do bom. É a minha vocação de "descomplicador"... ;-)

De: António Lopes Dias - "Demagogia (Parte 2)" 

Caros intervenientes do Blog:
Apenas por existir uma remissão para o meu último escrito, respondo a A. Burmester e ao seu artigo "Demagogias...", dizendo claramente que nada tenho a ver nem com "esta Câmara", nem com o seu Presidente, e ainda menos com as "corridinhas" na Avenida. Nem o assunto era esse, se bem me lembro.

Portanto, tudo o que eu escrevi sobre a demagogia de A. Burmester se mantém, e até sai reforçado por mais este naco de prosa em 8 pontos, e belo exemplo de "Demagogia - Parte 2" (espero que última)...

Cordiais saudações.
António Lopes Dias
amvldias@hotmail.com

De: Cristina Santos - "O Partido da Opinião" 

O nosso mediador manifesta-se contra a criação de uma entidade ou partido que nasça a partir deste Blog. Contudo vem desde há tempos a solicitar sugestões no âmbito de um programa para o próximo executivo.
Parece-me portanto que o nosso mediador está indeciso quanto à futura postura deste blog...
Contudo e aproveitando os tempos de mediáticos, (que como qualquer outro mediatismo se cingem ao período em que ocorrem), sugiro um «partido» que defenda os pontos de vista que abaixo exponho.
Estes pontos de vistas não obedecem a critérios formais, são incentivos às V. sugestões que se esperam menos radicais e mais exequíveis.

- Um verdadeiro incentivo ao Restauro da Cidade
Um PDM que permita a ampliação dos Prédios existentes em altura, de forma a incentivar os investimentos e gerar habitação financeiramente acessível na Cidade.
Esta ampliação poderá ser autorizada em termos de quarteirão, embora que o mais importante seja permitir esse tipo de acrescento, os negócios imobiliários tratarão do resto.
Importância extrema - recuperação dos prédios tem que gerar habitação em massa.

- Mobilidade
Introdução de novos meios de transporte no subsolo, que garanta uma rede em toda a Cidade.
Que as vias passem a ser niveladas, todas recauchutadas, impondo-se 40 cm no limiar das mesmas em paralelo. Que se permita a circulação em torno dos quarteirões. Introdução de novos planos de mobilidade que contemplem o uso de Bicicletas, uso pedonal, artístico etc.
Introdução de Ferry Boats amigos do ambiente, acabar com o aparcamento de barcos na zona ribeirinha, verificação das condições das embarcações existentes.
A mobilidade tem que garantir todo o tipo de uso urbano.

- Comércio Tradicional
Verificação de todos os alvarás de licença de actividade anteriores a 1980, verificação das condições de salubridade, segurança dos espaços.
Verificação do cumprimento das disposições legais em vigor.
Para que o eventual encerramento de algumas entidades, permita trespasse mais favoráveis aos novos investidores.

- Infra-estruturas
Obrigatoriedade de fazer coincidir a instalação de infra-estruturas, nomeadamente redes da TV Cabo, Tvtel, Novis, etc, conjugadas com verificações ao saneamento outras infra-estruturas existentes. Com o objectivo de evitar a repetição de obras do mesmo tipo, a danificação de estruturas existentes, e claro o aproveitamento do espaço e do tempo.

- Requalificação mobiliário Urbano
Reaproveitamento de Praças e Jardins, instalação de pequenos parques infantis, fiscalização dos prédios e negócios envolventes. Renovação das condições de iluminação, rever as normas de licenciamento de out-doors, painéis luminosos e outros, que em conjunto beneficiem a animação da cidade.

- Gestão da Cidade
Introdução de melhorias no sistema administrativo, que permita o movimento da Cidade, licenciamentos, fiscalizações, autorizações etc..
Publicitação de todas as assembleias abertas.

- Saúde Pública
Garantir postos médicos dedicados em Bairros Sociais e zonas desfavorecidas, que façam o acompanhamento de famílias em condições precárias, mesmo que dispondo apenas de um médico e de uma enfermeira, incluindo-se gabinete de psicologia, este poderia funcionar com o apoio de Universidades e Estagiários.
Importante - Acompanhamento médico dedicado das classe mais desfavorecidas, rastreio de doenças físicas e mentais, bem como tendências depressivas em crianças e jovens.

- Bairros Sociais
Obrigatoriedade de constituição de Associações de Moradores, ou pagamento à Autarquia de fundo, tipo condomínio, a um preço acessível, mas que posteriormente possa funcionar como incentivo à recuperação dessas zonas. Fiscalização periódica às condições das habitações, uso do espaço público, e respectiva punição/ ou coimas pagas num acréscimo de renda conforme as possibilidades das famílias em causa.
Criar rede directa de comunicações para denúncias. Responsabilização obrigatória dos utilizadores dos bairros.

- Toxicodependência
Incentivo às associações dedicadas, na forma de viaturas ou recursos humanos, que permitam o acompanhamento dos doentes in loco. Assistência médica e rastreio in loco.
Criar postos de trabalho para os doentes no tratamento de jardins e espaço público dos Bairros Sociais (in loco). Inventar uma forma de criar mandatos de captura para doentes em fases terminais ou contagiosas, obrigando o seu tratamento ou reclusão.

- Juventude / Crianças
Criar actividades lúdicas ao abrigo de programas tipo «Tempos livres/Férias desportivas», promovidos pelas Autarquias em conjuntos com as Juntas, através de recursos humanos solicitados ao IEFP (programa de estágios comparticipados), e a desenvolver nos novos ringues da câmara, que abrangessem toda a comunidade escolar. Esta medida ajudaria as famílias, promoveria a edução nos tempos livres, o pagamento seria de acordo com os rendimentos das famílias = sedentarização.
Cada Escola disporia de um gabinete para a gestão dos tempos livres, e os planos seriam desenvolvidos no bairro/ ou infra-estrutura, mais próxima da escola, para evitar investimento em meios de deslocação.

Tendo dito, passo a palavra aos técnicos.
Cristina Santos

2005/02/27

De: Lino Cabral - "Este blogue" 

e o STOP são bons exemplos da espontaneidade que nunca abandonou o Porto.

Nem pensem em partidos políticos, associações ou outra coisa semelhante, isso é jogar no campo do adversário. A Baixa é o nosso caminho. É livre, mobilizadora e participativa. Podem contar comigo.

Lino Cabral

De: TAF - "Domingo" 

Depois deste comentário da Cristina o STOP entrou em foco na imprensa! :-) Depois d'O Comércio do Porto no dia 12, mais um grande destaque hoje no Público que só tem online o Local Lisboa: STOP troca comércio pelo rock no Porto

- Central Shopping: Promessas adiadas desde 2003
- Rosa do Aleixo avança para a Câmara
- Rosa do Aleixo está "farta dos políticos" e quer entrar na corrida à Câmara do Porto
- Líder associativa quer candidatar-se à Câmara
- Hospital de S. João esteve a geradores durante seis horas
- "S. João" seis horas sem electricidade
- Obra de ampliação do porto de pesca da Afurada começa em Julho
- Passear de carro antigo na Baixa dá direito a descontos
- Oficiais da reserva naval criam "lobby" para formar "cluster" da economia do mar

- Pequena história dos sinos da igreja dos Congregados
- A Confraria de Santo António

This page is powered by Blogger. Isn't yours?