2005/12/10

De: Mafalda Ferreira - "Rui Valente, desistir é capitular" 

Caro Rui Valente

Compreendo o seu desespero e partilho da sua angústia face à situação do Norte português. Mas a mudança por vezes faz-se a passos curtos e encontra sempre retrocessos. O estado de Limbo em que nos encontramos só favorece a actual classe política e por isso mesmo é sempre fomentado. E é de facto dificil alterar o estado actual da situação. O existir este espaço é só por si um sinal de que alguns não estão a dormir mas sim que procuram alternativas para modificar o status quo. E por isso agradeço a TAF que não conheço mas que proporcionou a muitas vozes, a expressão da sua opinião. O país está a chegar a ponto de rebuçado. Parece-me. Se for organizado um movimento de protesto independente e honesto, que apele directamente á defesa da nossa região, de bom grado nele participarei embora como aqui já tive oportunidade de dizer não seja pessoa de peso intelectual ou económico. Mas sou uma pessoa da cidade do Porto que não se conforma com o estado actual das coisas. Lamento o papel tão insignificante que tenho visto o nosso presidente da câmara assumir e desejo arduamente que alguma coisa ou alguém possa ajudar no sentido de inverter o estado actual das coisas. Por isso volto a escrever - Contem comigo para qualquer iniciativa seja de que tipo for, desde que concebida com independência, com honestidade intelectual e em prol da nossa fantástica região.

De: Rui Valente - "Os blogues" 

Caro TAF,

Por vezes, a decepção, o sentimento de impotência por não podermos fazer algo mais em defesa das coisas que amamos, como é o caso da cidade do Porto, leva-nos a cometer pequenas injustiças. Foi o meu caso, por isso lhe quero dizer que considero este Blogue, um espaço útil e de bastante interesse. Eu mesmo, depressa a ele aderi e nele participei com o maior entusiasmo logo que soube da sua existência.

Só que, desculpe-me insistir nesta "tecla", a situação da nossa região é tão degradante, tão vazia de perspectivas a curto e a médio prazo, que devíamos aproveitar o pouco que temos (e este espaço, já é alguma coisa), para fazermos algo de mais relevante do que um "simples ponto de encontro", entre cidadãos. Mas admito e compreendo, que o meu amigo não esteja na disposição de lhe alterar a finalidade. Está no seu direito.

Andámos há décadas a pregar, entre as paredes das nossas casas ou em amenas cavaqueiras de café com os amigos, que estamos mal, que estamos a ser passados e ultrapassados, só que entretanto, nada acontece... Damos palpites e chega. Acha isto suficiente, para quem tanto protesta?

Já aqui alguém sugeriu a criação de um partido regionalista ou semelhantes, mas não obstante a minha simpatia pela ideia, e face à urgência de uma solução, tem dois senãos: leva tempo e custa muito dinheiro. Além disso, a novidade de um partido, não nos garante qualquer certificado de autenticidade, por melhor concebido que ele fosse. Como na vida, nas suas fileiras de militância, caberiam inevitavelmente os elementos confiáveis e positivos, misturados com os corruptos e oportunistas, e isso acabaria por nos levar ao mesmo ponto.

Por isso, é que face à realidade actual, considero prioritário um grande movimento de protesto, susceptível de "impressionar" o governo, de forma a perceber o nosso verdadeiro estado de espírito, de forma a compreender o rosto da cidadania inconformada. Esse passo terá de ser dado, porque não é apenas com actos de inicitiva privada e empresarial que o progresso se define. Este, é na essência um problema de carácter e de poder político! Mais importante do que fabricar novos partidos políticos, é refinar-mos a capacidade de controlar o poder político. E nós, apesar dos pesares, não o controlamos, é este (o poder político) quem nos controla e descontrola.

Os blogues, ao envolverem-se em matéria política e social, têm inevitavelmente mais tarde ou mais cedo de lhe conferir consistência. Como cidadãos, não devíamos usá-los com a leveza ou excentricidade intelectual de Pacheco Perreira, porque para ele a política é um brinquedo, que lhe anima os dias. Discute-a, sem a praticar, no sentido do bem estar comum. E é disso que menos precisamos.

Rui Valente
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Nota de TAF: De facto não tenciono alterar o objectivo d'A Baixa do Porto mas nada impede que aqui se dê notícia de iniciativas que sejam lançadas e, até, que usem outros blogs como ferramenta. Veja o caso do Aliados. Lá está, este blog é para isso mesmo: colocar as pessoas em contacto.

De: José Silva - "Resposta a Rui Valente" 

Caro Rui,

Concordo com o que escreveu. Mas tem que reconhecer que ao contrário deste «bloguista», à minha caixa de correio, ainda não chegou qualquer mensagem sua. É por isso que estes questionam, e bem, o que resta do espírito empreendedor do Porto. Como pode ver aqui, não está tudo perdido!
Tenha esperança e não se vá embora!

Cumprimentos
José Silva

De: Cristina Santos - "Pronto" 

Carlos Gilbert

Se não pode transportar mercadorias lá se vai a minha teoria.
Em 2003 o que me foi dito é que seria um transporte misto, que a linha prioritária seria Vigo/Porto, como forma de ligar Portugal à linha europeia de TGV.

Na altura ainda não se falava da OTA.

Pois bem, era nesse seguimento que sugeria que existisse uma ligação à Rede Europeia através do Porto, porque Portugal não tem expansão que permita a velocidade de ponta do TGV.

Então recebíamos viajantes e mercadoria aqui, porque a ligação a Vigo não é cara, muito menos quando comparada à OTA.
Aproveitávamos o tráfego do TGV para remodelar a CP e criar distribuição interna, repondo linhas que foram recentemente suspensas.

Tenho muitas dúvidas quanto ao que aqui vem sido afirmado, não quero pôr o Google acima dos nossos conhecimentos, mas basta pesquisar «Porto / Vigo TGV» para ficar na dúvida.

Há uma moção em curso por parte dos comerciantes da Galicia e da própria Xunta, contra a atitude do Governo de preterir a linha de Vigo, espero sinceramente que Rui Rio se alie.

Não sei, mas para mim não é caro pôr o TGV a ligar ao Porto, aliás não faz sentido que venha de França em TGV e embarque num Alfa para chegar a Portugal, o TGV deve chegar a Portugal.
Há muitos emigrantes à espera dessa ligação. Mas deve chegar a Portugal pelo Porto e terminar aqui, uma vez que Lisboa já vai ter a OTA.
Chega aqui termina e o tráfego é redestribuido pela CP, claro que deve incluir mercadorias, de contrário não cumpre os requisitos, não anula o trfego de TIRs, nem as cargas de aviões ou cargueiros.
Tem que ter mercadorias porque os TGV na europa também têm transporte misto, o nome que lhe dão pouca me interessa (TGV; TAV; CAV????), interessa-me que são transportes eficientes, rápidos e cómodos.

Mas se é assim tão caro, pois aceite-se que a linha principal ligue Lisboa Madrid (é inevitável) e depois recue em território nacional até ao Porto.
Como sabem em Portugal o que não é prioritário é para nunca... Lá vai o Porto ficar mais uma vez afastado do desenvolvimento.
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Cristina Santos

De: Pedro Aroso - "Ninguém é Profeta Na Sua Terra" 

Enquanto continua a ser atacado diariamente pelas nossas "Elites", o arquitecto Álvaro Siza acaba de ser condecorado em Santiago de Compostela, no âmbito das comemorações do 20º aniversário do reconhecimento desta cidade galega como Património da Humanidade.


"El prestigioso arquitecto portugués Álvaro Siza Vieira fue ayer el gran protagonista de los actos conmemorativos del vigésimo aniversario de la declaración de Santiago como Patrimonio de la Humanidad, que se produjo el cuatro de diciembre de 1985".


De: Manuela DL Ramos - "Providências cautelares..." 

"... contra o IPPAR e a METRO enviadas para o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto"

A primeira vez que pensámos optar por esta via foi em Junho de 2005! No entanto sempre tivemos a esperança que se cumprisse a lei, imperasse o bom senso, fosse possível o diálogo e que as iniciativas tomadas surtissem efeito -com resultados concretos e atempados. Nada disso aconteceu. As obras avançaram, e continuam a destruir um bem que é de nós todos. Intolerável!

Por isso agora este recurso ao Tribunal. Esperemos, como noticia o Jornal, que disto resulte o retorno dos Aliados e das praças ao desenho antigo e que o projecto de Siza Vieira e Souto Moura vá para a gaveta.

Esperemos... Se isso não acontecer resta-nos a vergonha. Não a vergonha de não termos feito nada, mas a de vivermos num país e numa cidade em que, impunemente, foi permitida esta destruição, este desperdício!

Publicado nos ALIADOS

Cordialmente
Manuela D.L.Ramos

De: TAF - "Para quê os blogs?" 

Caro Rui Valente, o seu texto publicado abaixo suscita-me os seguintes comentários breves. Afinal para que serve “A Baixa do Porto”?

1) É um ponto de encontro das pessoas que se interessam pela cidade. A facilidade com que aqui cada um pode expor as suas ideias e o grau de interactividade que se consegue não têm paralelo com o que é viável nos media convencionais. É uma importante via complementar para o exercício efectivo da cidadania.

2) Dá visibilidade às ideias. Não subestime o impacto que os blogs têm (não me refiro apenas a este, como é evidente). Apesar de chegarem directamente a uma pequeníssima parte da população, a sua influência nos decisores e nos jornalistas, por exemplo, é muito grande. Não tenha dúvidas que os políticos e que os media seguem com muita assiduidade o que se passa na blogosfera.

3) A Baixa do Porto não visa encontrar “uma solução” para a cidade. Procura apenas reunir diferentes argumentos e colocar as pessoas em contacto umas com as outras. É dessa diversidade que poderá sair algo concreto fora do âmbito da blogosfera e já no “mundo real”.

4) Já agora, aqui ficam alguns dados estatísticos sobre A Baixa do Porto: pelo menos 400/500 visitas diárias nos dias úteis (muitas vezes mais do que isso, e a média tem tido um crescimento contínuo), cerca de 300 visitas diárias aos fins de semana. E isto é um “blog local”. Compare por exemplo com as 2000/3000/4000 visitas diárias dos maiores “blogs de âmbito nacional”, como o Abrupto ou o Blasfémias.
Que percentagem da população é isto? Uma miséria.
Que percentagem dos opinion makers? Enorme!

De: Rui Valente - "«A Baixa do Porto»" 

"A recuperação da Baixa e os problemas que a Câmara causa à cidade". É assim que rezam, os temas base, bem destacados no cabeçalho deste blogue.

Todavia, como é bem fácil de constatar, percebendo que o problema da baixa portuense é muito mais amplo do que aquele que essa zona específica da cidade vive, as pessoas acabaram por alargar os seus comentários, às questões de âmbito regional e mesmo nacional (como são os casos do TGV, da OTA e mais recentemente da refinaria de Sines). Creio que ninguém ousará contestar esta inevitabilidade.

Por incontornável e generalizada que é esta tendência, pudemos concluir, sem muito duvidar, que as nossas questões "caseiras" estão implicitamente relacionadas com a concentração excessiva de poder na capital. O problema, é que, não conseguimos entender-nos quanto à forma de inverter a situação. Talvez, porque a vontade de mudança não é tão forte como aparenta, ou talvez por mero comodismo, alguns defendem a regionalização, outros a descentralização, e outros ainda (o que é espantoso), a manutenção do status quo. Todos (salvo parcas excepções), preferem opinar e esquematizar o seu saber, sobre os mais variados assuntos, e todos continuam obstinados a não querer perceber a inocuidade quase infantil desta posição.

Ora, se é apenas este o sentido de valência deste blogue, pela minha parte, prefiro trocar impressões à mesa de um café, ou durante um almoço em boa companhia, do que expor-me de forma semi pública perante pessoas, de quem mal conheço o nome e ainda menos o rosto. Ou então, escrever só por escrever, temos os jornais que apesar de parcos na abertura à opinião escrita do público, sempre têm mais cobertura e impacto.

Creio que a nossa cidade, o nosso querido Porto, a nossa região, de gente tão especial (penso eu), merecia muito mais do que um simples espaço globosférico, onde todos ralham com razão, mas que acabam por perdê-la, por andar a bater em si próprios. O Porto, merecia que as suas gentes defendessem os seus interesses sem qualquer tipo de complexos, porque não tem razões para os ter. Se complexos houver na cabeça de alguns portuenses, é por indução do poder mediático lisboeta, por incapacidade de acesso aos meios que possibilitem o contraditório e esvaziem o efeito de lavagem ao cérebro que nos tem sido ministrado sempre que é conveniente.

O Porto, apesar da crise em que vive, só pode afirmar-se, com poder, e esse, apenas se conquista se tivermos a lucidez e a coragem bastantes para afastar da nossa frente quem nos tolhe o passo. E, quer gostem ou não, do que aqui vou afirmar, talvez pela última vez, é o poder central e discricionário da capital quem mais nos tem afastado do progresso! Sempre pensei assim, e os factos que o tempo amplifica, reforçam-me essa convicção!

Agradeço ao TAF, e desejo boa sorte à "Baixa do Porto"

Cordialmente,
Rui Valente

De: Carlos Gilbert - "Cristina Santos: O Porto deve ser..." 

"...o fim da linha Ibérica do «TGV»"

Minha cara,

Mesmo não sendo especialista na matéria há alguns conhecimentos adquiridos com tanto debate e discussão que me permitem dizer-lhe o seguinte a este respeito:

- um TGV necessita de vários requisitos para ser operacionalmente rentável (pode ser operacionalmente viável mas não rentável, mas não iremos por aí). Há os requisitos técnicos e os de índole económica. Do ponto de vista técnico, é conveniente traçarem-se os canais dedicados a este meio ferroviário em terreno o mais plano possível, pois o traçado não admite curvas de raio "normal", estas têm de ser de um raio muito grande caso contrário o TGV terá de reduzir velocidade. A opção neste caso seria recorrer a túneis, com o consequente aumento exponencial de custos.

- precisamente devido aos elevados custos da implementação, um TGV necessita de um número mínimo de passageiros a recorrerem a este meio de transporte, e este número não se quedará pelas dezenas por composição... Se MST pergunta, no seu já aqui citado artigo no "Público", como vai o governo justificar os custos da linha Lisboa-Madrid, pois acha um delírio os cinco milhões de passageiros anuais, como vamos nós justificar uma linha do TGV terminar aqui no Porto? Para quem usar?

- vai-me desculpar uma afirmação, mas sou obrigado a colocá-la aqui: quando se opina sobre determinado assunto, é obrigatório ter-se um mínimo de conhecimento sobre a matéria. A sua frase "Um TGV a circular dentro do País é uma asneira para Portugal, mas um TGV a receber passageiros e mercadoria numa fronteira é um investimento fortíssimo." leva-me a perguntar-lhe: sabe que um TGV não transporta mercadorias? É um meio de transporte exclusivo para passageiros! E mais: mesmo dentro da discussão sobre as ferrovias temos de distinguir o tráfego de passageiros do de mercadorias. são matérias completamente distintas!

- a minha opinião sobre o TGV em Portugal já a coloquei aqui, não vou portanto repetir-me. Sou totalmente a favor de ligações de "elevada velocidade" num eixo norte-sul, pois a enorme diferença na relação custo/benefício entre a "elevada velocidade" e a "grande velocidade" só se justifica quando a distância entre paragens for bem superior às que estão actualmente sobre a mesa da proposta do nosso governo. Se de facto queremos fazer parar as composições (saídas de Lisboa) na Ota, em Leiria, em Coimbra e em Aveiro, a caminho do Porto, esqueçam de uma vez por todas o TGV!

C. Gilbert

2005/12/09

De: Carlos Gilbert - "António Alves:..." 

"... De uma vez por todas"

Miguel Sousa Tavares não é só "um opinador dos que pululam por aí nos jornais" mas sim um cronista que sabe pôr o dedo nas feridas. O que ele escreve hoje no "Público" sobre os TGV vai no mesmo sentido que o meu caro amigo aqui vem dizer: que é um disparate e totalmente descabido perante a actual situação financeira e económica de Portugal! Chama-lhe "delírios de rico em terra de pobres", não é? E o mais importante é que ele desmonta os argumentos do Governo com respeito à "saturação" da Portela se o TGV para Madrid for implementado (o que eu creio que vai ser feito de qq forma por imposição de Bruxelas "a pedido" de Madrid).

O importante é esclarecer-nos (a nós, que os vamos pagar) o motivo por que há estes "delírios" por parte do Governo...

C. Gilbert

De: Cristina Santos - "O Porto deve ser..." 

"... o fim da linha Ibérica do «TGV»"

Ora de facto sou uma ignorante em matéria ferroviária, confesso que até aos meus 10 anos pensei que os comboios não faziam curvas, porque não enjoava nas viagens.

Admitindo esta minha ignorância, que provavelmente se estende a toda a união europeia uma vez que em diversos sites oficiais se refere a ligação Porto/Vigo como uma ligação em TGV (Comboio de Alta velocidade) fazia aos peritos uma pergunta:
Pergunto isto porque os BMW novos podem atingir 260KM/H, agora dentro do Porto tem que circular a 50Km/Hora e isso não os prejudica em qualidade/valor patrimonial.

Não entendo nada de conservação e reabilitação da rede ferroviária, mas no meu parco entendimento acho que uma máquina de 1990 não é comparável a uma maquina de 2005, isso é negar o progresso.

Pelo menos nos carros é assim. Há pessoas que tem imenso trabalho para colocar turbos em carros lentos e antigos, mas não podem evitar ser ultrapassadas por um topo de gama de 2005. É uma questão de tecnologia.

Um TGV a circular dentro do País é uma asneira para Portugal, mas um TGV a receber passageiros e mercadoria numa fronteira é um investimento fortíssimo.
O Local indicado para recepcionar a Linha do TGV é o norte, é o Porto.

Depois de Portugal só há as Ilhas, por isso as pessoas chegam a Portugal de TGV e podem percorrer o país, em comboios rápidos e eficientes (os que não são TGV).
O Norte deve ser o fim da linha Ibérica do TGV.

O PSD projectou muito bem as prioridades quando esteve no Governo, soube ver as necessidades das regiões deprimidas.

Para mim, Portugal só deve ter uma linha de TGV, uma linha de chegada.
Não há dimensão interna, para aproveitar as capacidades de um TGV.
A solução é o Porto receber o TGV por Vigo, como fim da linha Ibérica.
O trafego nacional, inter-cidades deve ser assegurado por uma eficiente rede da CP, a economia está no traçado nacional, não na ligação à rede europeia.

Faz sentido que seja o Porto a merecer este privilégio, até porque será mais rentável, o norte do país tem uma excelente relação com Espanha, tem mais emigrantes, tem uma área regional para descobrir.

E também porque se desse prejuízo, não o queriam a passar primeiro em Lisboa.
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Cristina Santos

De: António Alves - "De uma vez por todas" 

1.
A confusão de conceitos e siglas, a propósito do TGV, entre leigos, políticos, candidatos presidenciais (todos) e a mole imensa de opinadores que pululam pelos jornais (vide Miguel Sousa Tavares, hoje no Público), é generalizada. Enfim, muito à portuguesa, toda a gente "bota" opinião mesmo que não faça a mínima ideia sobre o modo como os comboios fazem as curvas.

TGV, "Train a Grand Vitesse" é a sigla francesa para comboio de alta velocidade. Entenda-se alta velocidade como velocidades de ponta superiores a 300 km/h; as velocidades médias ou comerciais, na prática, ficam-se pela casa dos 240 km/h.

Na famosa rede em Pi deitado, que nos foi proposta na sequência da cimeira ibérica da Figueira da Foz, apenas duas linhas eram supostamente para TGV: uma por parolice megalómana – a linha Lisboa-Porto; outra por pura saloiice estremenha e centralista – a linha Lisboa-Madrid. Todas as restantes "pernas" do Pi (Porto-Vigo e Aveiro-Salamanca) eram linhas de velocidade elevada (velocidades de ponta de 200/250 km/h; velocidade comercial na casa dos 165/175 km/h), comportando tráfego de passageiros e tráfego de mercadorias pesado à velocidade máxima de 120 km/h. De uma vez por todas não confundamos os conceitos.

Na minha opinião, não precisamos de qualquer TGV: as nossas distâncias, o nosso PIB e a nossa demografia não o justificam. Ficaríamos bem servidos com uma verdadeira rede de comboios pendulares que chegassem, por exemplo, a todas as capitais de distrito.

Em matéria ferroviária precisamos do seguinte:
Em post anterior, Emídio Gardé escreve algumas coisas com as quais não concordo:

«A ligação em "comboio de alta velocidade" (NÃO TGV), - ou seja, que circulasse a velocidades em torno dos 200 km/h (como os actuais Alfa da CP) entre Porto e Vigo sempre foi vista como uma ligação política. E altamente anti-económica.
Vigo fica no extremo sul da Galiza; e todas as ligações da cidade são-no para norte ou para este, nunca para sul - que é aí que está Portugal. E por mais internacionalistas que sejamos, vivemos em países há muito separados, com tradições, hábitos e "modus-vivendis" diferenciados.»


Julgo que os números do tráfego transfronteiriço em Valença desmentem eloquentemente as «tradições, hábitos e "modis-vivendi" diferenciados».

«Aliás vejam-se as actuais ligações da olívica cidade a Portugal: resumem-se a duas ligações diárias em cada sentido, e onde existe a peculiar particularidade de que sai mais barato comprar dois bilhetes (um de cada lada da fronteira) do que um único para a totalidade da viagem....
Se o movimento fosse, efectivamente, grande, porque diabo as ligações ferroviárias são cada vez menos ao longo dos últimos 50 anos?!?»


As ligações ferroviárias são cada vez menos ao longo dos últimos 50 anos por várias razões: auto-motorização acentuada em ambos lados da fronteira e melhoria assinalável das ligações rodoviárias; elevação do nível de vida das pessoas e gasolina relativamente barata em contraponto ao imobilismo ferroviário: ligações demasiado lentas, horários absurdos, política tarifária surrealista e material circulante obsoleto e desconfortável. Não podia ter sido feito melhor para destruir definitivamente o caminho-de-ferro. Espantoso é que ele ainda resista e, mesmo assim, transporte anualmente 40 mil pessoas entre os dois lados da fronteira.

«Sim à ligação ferroviária Porto-Vigo, com um novo traçado em terras galegas por forma a evitar a mudança de sentido em Redondela e para melhorar a velocidade comercial do serviço e com mais ligações e a horários que permitam aos galegos virem ao Porto e regressar a casa no mesmo dia e o mesmo para os portuenses.»

Aqui concordamos, mas, contudo, rectifico apenas aquilo que se deve, certamente, a algum desconhecimento da coisas no terreno: primeiro) já há alguns anos que, por ter sido construída uma variante (triângulo), não é necessária a inversão de sentido em Guillarei (e não em Redondela); segundo) mesmo hoje, com as ligações reduzidas a metade do que eram há alguns anos atrás, é possível ir e voltar do Porto a Vigo no mesmo dia. O mesmo é possível para os galegos que queiram vir ao Porto. Consultem-se os horários da CP.

2.
Uma nova linha entre o Porto e a Galiza poderá aproveitar grande parte do traçado da actual Linha do Minho: do Porto a Braga pelo canal recentemente renovado; um traçado totalmente novo saindo de Braga em direcção a Ponte de Lima, entroncando na actual linha a norte de Viana do Castelo, ou então, totalmente novo até Valença, ligando-se aí à nova rede espanhola. Esta ligação será construída inicialmente em bitola ibérica, mas com travessas bi-bitola para futura mudança para a bitola europeia (tal como os espanhóis a estão a construir).

De: Lino Cabral - "O poder" 

Não se cria um partido político da mesma forma que uma empresa. São naturezas muito diferentes. Não tem nada a ver com leis de oferta e procura, mercados ou management. Tem a ver com ideias de âmbito universal sobre o homem e a organização do poder: aquilo que defendo para a minha cidade é válido para todo o mundo. Um partido local escondido num partido nacional é uma farsa de muito má qualidade.

Poder não é sinónimo de corrupção. Nem é coisa que se dê; não há almoços grátis como nos ensina a prática. O poder é cumprido por todos nós a toda hora nas milhentas opções que tomamos ao longo do dia a dia. Se tivéssemos consciência da profundidade de tal facto, o poder seria exercido de outra forma. Quando hesitamos ou delegamos as nossas acções a outrem, a corrupção agradece. A corrupção é o parasita do poder tutelado, seja ele qual for.

A importância estratégica da AMP e do seu presidente Rui Rio não tem nada a ver com a pessoa RR ou outra, mas com a conjuntura muito favorável para a mudança de rumo no exercício do poder e respectiva organização do Noroeste. Se conseguirmos lançar as bases de uma estrutura de poder descentralizada, coesa, ágil, profundamente alicerçada na realidade regional, o desenvolvimento renasce. Estar falido não é uma condição; pode ser um recomeço.

Lino Cabral
lino.cabral@gmail.com

De: Alexandre Burmester - "Ainda a propósito..." 

"... das opções ferroviárias"

Aconselho a leitura desta crónica que é bem exemplificativa da qualidade estratégica das entidades ferroviárias...

"As opções estratégicas da CP fazem todo o sentido, «mas só se for para lhes tirarmos os comboios, os Mercedes, e lhes enfiarmos um par de patins»"
- Bilhete postal - «Comboios fantasma» - Crónica de José Júdice

Alexandre Burmester

De: Cristina Santos - "Porto sem TGV?" 

A Linha do TGV :

Vigo tem que ser ligado ao Porto por uma linha de alta velocidade.
Essa linha até pode terminar aqui, até pode discriminar mais uma vez os Leirienses, o que não pode é ser anulada.

A expansão de empresas para zonas regionais periféricas e comercialmente económicas, depende de meios, como o transporte acessível e rápido.
Não podem deixar-nos mais uma vez fora do progresso e do investimento.

Talvez não seja economicamente viável ligar Porto/Lisboa por TGV, embora que o défice de transportes públicos por exemplo Leiria/Porto o justificasse, mas ligar Porto/Vigo é com certeza um investimento necessário ao desenvolvimento consolidado do país.
O Norte não pode ficar entre o término de duas linhas, não pode ser a ilha inacessível.

Na minha opinião, o TGV ou transporte de alta velocidade é importantíssimo para os nossos jovens licenciados espalhados por território espanhol, para o turismo, para os emigrantes, para o comércio – para o progresso e para o futuro.

Quanto custa isso? A mim pouco me importa, se a OTA se fizer, então o TGV a norte também tem que ser feito e tem que incluir o transporte de mercadorias.

Cristina Santos
--
Nota de TAF: Cara Cristina, não chamemos "TGV" ao que não é TGV. Por exemplo, que sentido faz "TGV" para mercadorias? Leia-se isto ou isto para usar a terminologia correcta.

De: Alexandre Gomes - "Outros sizentismos..." 

Escrevo esta notinha a propósito do comentário, nos Aliados, ao que o nosso Siza andou a fazer em Vila do Conde recentemente, a cobro e às custas do programa POLIS, que admito ainda não conhecer.

No entanto, quanto a outros cizentismos, há a marginal de Leça da Palmeira onde os utilizadores imploram por mais um pouco de iluminação para a noitinha, umas arvorezinhas para a sombrinha, e talvez, se não for muito incómodo, uns banquinhos para aliviar as pernas e dar dois dedos de conversa. A resposta a esta última súplica é que, se já têm o murete, o que é que querem mais? E o facto de terem que ficar de costas para a praia, o mar e o pôr-do-sol, sem encosto para os costados e à mercê das carícias do astro rei não derrete o artista!

Se insistirem, ainda ouvem um irrefutável argumento do tipo do que levou à aniquilação dos jardins dos Aliados: Nos Campos Elísios, na civilizadíssima Paris, também não há canteiros! Tomem lá!

Alexandre BG
Luanda.

De: José Silva - "Linha Vermelha+Ramal de Leixões" 

Exemplo de falta de planeamento e de optimização dos investimentos públicos: Onde a linha Vermelha se cruza com o ramal de Leixões ou onde este ramal deveria ocupar o canal do Metro rumo à Póvoa em comboio sub-urbano CPPorto.


2005/12/08

De: José Silva - "Resposta a Mafalda e C.Gilbert" 

Cara Mafalda e C. Gilbert,

1. Rio não é, nunca foi e nunca será uma resposta aos nossos legítimos anseios de desenvolvimento. Rui Rio tem negócios pessoais (ligados à distribuição de material dentário) em Lisboa e deseja lá regressar para prosseguir a sua carreira política. Não vale a pena ter qualquer expectativa.

2. Obviamente que existem lobbies escondidos que determinam o futuro de Portugal. Se lerem bem os comentários na GrandeLojadoQueijoLimiano ou no Blasfémias, percebem que a Portela vai ser urbanizada, com ou sem Jogos Olímpicos 2016 ou 2020, que o TGV para o Porto não faz sentido, excepto para quem já comprou terrenos onde o comboio vai passar, que a OTA será um manjar para quem ficar com a exploração da ANA, para construtores civis e para os financiadores. Megalomanias pouco rentáveis, que todos pagaremos, que nos empobrecerá na mesma medida que enriquecerá os lobbies escondidos...

3. Os políticos nacionais que temos estão lá para receberem comissões. Mais nada.

4. Por isso é urgente divulgar campanhas como esta ou pensar na união de esforços de cidadãos comuns para organizar um partido/lobby/movimento em defesa dos nossos interesses. 4 milhões de residentes a norte tem muita força...

5. É certo que a uma pequena escala, a CasadaMúsica ou as obras extra do MetrodoPorto, também são um exemplo do desvario em que vivemos. O partido/lobby/movimento também terá que questionar a nossa própria gestão local. Lisboa só tem 50% da culpa...

Cumprimentos.
José Silva
--
Nota de TAF: O ponto 3 é um bocadinho excessivo... Juntar tudo no mesmo saco, além de injusto, não resolve o problema. Não é por aí que vamos lá.

De: Rui Valente - "Pois é Mafalda!" 

Pois é Mafalda, a anormalidade ou o autismo (como prefira), parece ter tomado conta, não só dos nossos (des)governantes, como também do nosso povo!

Acho até, que o povo, além de autista é masoquista, porque não vai decerto faltar às urnas para colocar o seu voto e eleger um Presidente da República! Era uma boa oportunidade de mostrarmos que não lhes passamos cartão, que estamos fartos, mas, mais uma vez, vamos agir ao contrário, ou seja, iremos votar de novo e dizer-lhes que podem continuar a asneirar à vontade, porque "malgré tout" confiamos no sistema...

O nosso povo é muito expedito... Então já imaginou a desgraça que não seria se ficássemos sem um Presidente da República? Era o fim do mundo!.. E depois já viu que feio era, sermos repreendidos pelas Eminências Pardas dos nossos governantes, pela nossa falta de espírito democrático? Não pode ser, temos de nos comportar muito bem, senão os "paizinhos" ralham...

Que vergonha! Talvez a anarquia não se distinga muito desta forma de governar.

Rui Valente

De: Carlos Gilbert - "TGV/Ota: Governantes surdos?" 

De facto de tão estranho, isto põe o comum dos mortais a pensar... Eu vejo como possíveis razões:

a) para a Ota
  1. Dinheiros a gastar com o último QCA que vamos ter, talvez até "com o dedo" de Bruxelas pelo meio.
  2. "Lobby" da construção civil a ter de ocupar numa altura em que as auto-estradas e outras grandes obras estão praticamente todas feitas.
  3. Lisboa a querer expandir e só o poder fazer para norte/nordeste, precisamente onde fica a Portela e as zonas "non edificandi" devido à proximidade do aeroporto actual. Talvez até seja este o ponto principal...
b) para o TGV
  1. Em relação à linha Lisboa/Porto não vejo, pois não cabe na cabeça de ninguém fazer um investimento destes para um tipo de comboio que não vai poder atingir as velocidades para o qual foi concebido (devido às paragens na Ota, em Leiria, Coimbra e Aveiro). Volta o mesmo argumento: façam o "pendular" circular à velocidade que tecnicamente pode e todos ficam satisfeitos. Façam uma extensão da linha até Vigo (para norte) e até Sevilha (para sul) e mais satisfeitos ficamos.
  2. Em relação à linha Lisboa/Madrid vejo vantagem em que haja ESTA linha de verdadeiro TGV em Portugal, a qual será uma extensão da rede que já existe em Espanha. Patriotismos à parte que só me estou a debruçar nos aspectos técnicos.
C. Gilbert

De: Mafalda Ferreira - "Teoria da conspiração" 

Autista e/ou esquizóide? É uma das poucas possibilidades que me restam para classificar o actual estado deste país a par de todos os governos que têm "tomado conta de Portugal".

E a Camara do Porto? Autista ou esquizóide pela situação de indiferença que tem vindo a permitir aos sucessivos governos deste País levarem o Norte de Portugal ao buraco mais negro de que há memória?

Ou realmente vivemos num Conde Ferreira gigantesco, onde a maioria da população espera avidamente a colher de prozac que apenas meia duzia de iluminados pode distribuir pq só eles têm a chave do armário da farmácia ou então resta-me apenas outra hipótese. Será que Portugal está nas mãos de algum grupinho especial tipo daqueles que andam de avental às escondidas ou então estará na mãos de outro grupito que tem que ter confessores especiais? Ou estará na mão de ambos? Será que estes dois grupitos andam a ver quem consegue a fatia maior? É que sinceramente custa-me a acreditar em tanto autista junto. As regras da genética não o permitiriam. Cá para mim, o Presidente da nossa Câmara ainda não decidiu se quer brincar aos cozinheiros ou às missas... Talvez se aderisse a um destes grupinhos pudessemos ter melhor sorte. Se já aderiu, então deve estar a candidatar-se a comprar uma loja... É que passa tão desapercebido! Olhem, façam-me um convite para entrar num desses grupinhos... Pode ser que eu com o meu jeito individualista consiga estragar o espirito de união secreto e conseguir algum juízo nestas cabeças.

Foi um desabafo sobre a minha teoria da conspiração. Só assim é que as coisas neste país podem fazer sentido...

De: TAF - "Serralves" 

- Serralves com entrada gratuita no feriado
- O site.

2005/12/07

De: Artur Navarro - "Artur de Magalhães Basto..." 

"... - Historiador do Porto"

Estava à espera de bem mais do que uma simples exposição de objectos pessoais, principalmente por se tratar do maior Historiador do Porto. Posso estar enganado mas não haveria motivo suficiente para um conjunto de palestras? Uma reedição (facsimilada) das obras mais raras (com uma associação ao Jornal de Notícias ou Primeiro de Janeiro)? Quem sabe convidar os alfarrabistas a expôr os exemplares que tem para venda?

Fiquei admirado com o facto da CMP, por exemplo, não ter uma banca onde poderia ter vendido as obras que tem editadas do autor e que estão a ganhar pó na secretaría da BPMP.

Necessitamos urgentemente de Museus S.A., Bibliotecas S.A., ou de um outro modelo que vise combater o imobilismo reinante nas instituições culturais de capitais públicos. O objectivo primordial destas instituições deverá ser sempre o de "servir cultura" aos portugueses, mas nunca esquecendo a viabilidade financeira das instituições, seja com merchandising, venda de publicações, realização de workshops, etc. Veja-se o exemplo dos museus britânicos, é assim tão difícil copiar????

PS: Bem sei que a Biblioteca Almeida Garrett tem uma banca de venda de publicações, mas o estado das obras expostas era tão precário que julguei que fossem "velhos manuscritos".

Com os melhores cumprimentos
Artur Navarro
(publicado n'O Arco de Vandoma)

De: António Alves - "A modernização..." 

"... dos nossos caminhos de ferro"
«Por favor Sr. Ministro e outros Srs. Responsáveis (?) que tão mal o informam. Deixem de nos contar “histórias da carochinha” com o tão badalado TGV de cuja sigla se apropriaram “à tort et à travers”.
O que faz falta, Sr. Ministro, é um mínimo de “cultura ferroviária” sem a qual dificilmente poderão ser adoptadas as medidas adequadas que se impõem. E com a maior urgência.»

Henrique Oliveira e Sá
Convido os caros co-bloguistas a ler este artigo de enorme lucidez publicado no Sítio Internet sobre Caminho-de-Ferro que mantenho.

António Alves

De: Alexandre Burmester - "TGV / OTA" 

Porque será que tantos senão quase todos, dão os mesmo argumentos contras estas opções do Governo, e mesmo assim continua-se a bater no mesmo?

Seremos todos estúpidos? Estarão os governantes surdos?

Alexandre Burmester

De: Cristina Santos - "O que pode ser um Estudo criativo" 

Não será de estranhar que o novo estudo sobre o TGV venha a revelar que a ligação Portugal/Madrid é mais barata que a ligação Porto/Lisboa.
Dada a audácia deste Governo, pode bem acontecer que esses custos sejam justificados com as características do solo a norte. É que um solo rochoso e acidentado exige investimentos transcendentes, se bem se lembram foi preciso economizar 15 anos para pôr no Porto... um Metro de superfície.
Mesmo depois de 15 anos, o dinheiro não foi suficiente e o Governo viu-se obrigado a tomar as rédeas desse investimento.

Obviamente que o Governo não pode agora apostar num TGV que cruze terrenos nortenhos, já repararam quanto custou o Metro e para quê? Para se tornar rentável?! Isso tem alguma importância para o país, por acaso a rentabilidade do Metro do Porto vai permitir a expansão da rede de metro em Lisboa?

Então o Governo tem possibilidade de ligar Lisboa a Madrid, com umas escassas centenas de quilómetros, e ainda assim ficar com dinheiro suficiente para modernizar os Alfas do norte, porquê esbanjar dinheiro?!

Esbanjar dinheiro é em estudos credíveis que revelem que os únicos viajantes internacionais que passam pelo norte são os emigrantes e que só vêm cá uma vez por ano.
Estudos demográficos que comprovem que mais cedo ou mais tarde a população e as grandes empresas estarão sedeadas a Sul, razão pela qual o governo vai anulando serviços de expresso ou de comboio.
Estudo que comprovem que de Porto a Lisboa as pessoas podem ir de carro ou de comboio – efectivamente depois de passar o Porto chegar a Lisboa é fácil.

Estes estudos são investimentos necessários, servem para anular estudos anteriores e para mostrar aos portugueses que o nossos país se desenvolve à velocidade da luz - o que hoje pode ser, amanhã é impossível – ou se faz hoje, ou não se faz mais.

De: Emídio Gardé: - "Custos de construção do TGV..." 

"... não são recuperáveis"

Onde se fala das ligações em TGV Porto-Lisboa e Porto-Vigo, e onde o mais interessante da notícia está nos comentários dos leitores.

E. Gardé
--
Nota de TAF - sobre o mesmo assunto:
- TGV: Projecto vai custar o dobro do aeroporto da Ota
- Uma aposta errada, diz a ADFER

De: F. Rocha Antunes - "Exportar casas" 

Meus Caros,

Um dos desafios da nossa economia é conseguirmos aumentar as exportações. Eu proponho que nos concentremos num novo tipo de exportações: as casas.

Não, não fiquei maluco. As casas podem-se exportar. Se não acreditam, lembrem-se da quantidade enorme de casas que os brasileiros exportam, ou seja, a quantidade enorme de casas que os portugueses têm ido comprar ao Brasil. E o Algarve faz isso há décadas.

Por isso proponho que nos concentremos em exportar casas para os nossos parceiros da União Europeia que mais apreciam o Porto, os ingleses. Não sei se sabem mas existe uma enorme tradição dos ingleses em comprarem casas fora de Inglaterra. Já compraram mais de um milhão de casas em França e a zona Noroeste de França é hoje uma zona muito pujante graças à presença fortíssima de cidadãos ingleses.

O Porto tem tudo para ser um destino de compra de casas por ingleses: tem uma forte ligação histórica, coisa que é muito apreciada por aquelas bandas, é a única cidade atlântica da Península com alguma dimensão, tem jardins e árvores em quantidade (por enquanto…), e tem um preço muito atraente para os bolsos de quem tem uma economia pujante há mais de 10 anos. Agora passa a ter três ligações fortes a Londres e Liverpool com um aeroporto renovado que vai dispor este mês de acesso por metro ao centro.

São pessoas que apreciam o que há de mais valioso no Porto, o seu património histórico e a qualidade do edificado da Baixa, e que podem mobilizar o consumo de serviços de valor acrescentado nas áreas do turismo e da restauração de qualidade. Não é por acaso que são os principais clientes das rotas do Douro Vinhateiro.

Para isso apenas temos de ser capazes de ser eficientes. Coisa pouca. Apenas temos de pôr as coisas a funcionar: a CMP a despachar processos dentro de tempos aceitáveis, a limpeza urbana ser melhorada, a segurança ser efectiva e proteger os alvos preferidos dos larápios que são os turistas a passear pelas zonas mais bonitas da cidade, os senhores comerciantes perceberem que a cuspidela para o chão não é apreciada, os horários dos estabelecimentos serem compatíveis com quem quer comprar, o letreiro “volto já” desaparecer das portas fechadas, etc. etc. Nada de muito excitante, eu sei, mas apesar de tudo importante.

Nem vou perder tempo a demonstrar o que significaria para a cidade e para a região o impacto económico de ter consumidores com poder de compra e padrões de consumo exigentes. É só pensar que estávamos a importar consumidores de forma duradoura para perceber o que significa. E quanto mais penso nisto, menos razões estruturais encontro para que isto não aconteça. Só resiste uma: nem sequer tentarmos a sério.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

2005/12/06

De: Cristina Santos - "Casa da Música e Palácio do Freixo" 

Aprovações em destaque:
«A Assembleia Municipal do Porto aprovou "à justa" a participação autárquica no capital da Casa da Música e a concessão do Palácio do Freixo ao grupo Pestana para integrar as Pousadas de Portugal ...»

Aprovação de Orçamento para 2006 adiada, devido ao documento ter sido apresentado à oposição com apenas 24 horas de antecedência...
«Uma primeira versão continha alguns erros, denunciados pelo vereador comunista Rui Sá e admitidos pela maioria PSD/CDS, conforme confirmou o vice-presidente da autarquia, Álvaro Castello Branco.
"As gralhas foram corrigidas e a versão correcta foi entregue segunda-feira de manhã. Não havia tempo para os senhores vereadores o analisarem, pelo que decidimos adiar a votação", referiu.
Para Francisco Assis, "infelizmente, a única razão por que Rui Rio aceitou adiar a votação foi por ter reconhecido que o orçamento tinha erros".
Numa primeira avaliação da proposta de orçamento, Assis disse aos jornalistas que o documento reflecte uma "política de abdicação, de renúncia e de falta de ambição" da maioria absoluta PSD/CDS-PP.»

2005/12/05

De: TAF - "Reportagens" 

Via "a barriga de um arquitecto" fiquei a saber que o site "últimas reportagens" tinha sido actualizado. Vale a pena visitar para ver boa fotografia de Arquitectura.

De: António Alves - "A Holding dos Aeroportos" 

Se dúvidas ainda houvessem, as últimas notícias acabam definitivamente com elas. Segundo o jornal Público, o governo tenciona entregar aos privados que ficarem com a Ota os aeroportos do Porto e Faro. A intenção é, segundo o citado periódico -e na qual eu acredito plenamente-, fazer com que "o consórcio vencedor do concurso da Ota assegure desta forma que os outros dois aeroportos não se tornam concorrentes de Lisboa". Nada que nós não tivéssemos já adivinhado. Nenhum privado lá enterrará o seu dinheiro sem que antes garanta as habituais condições leoninas. Típico do raciocínio económico do partido Socialista. Lembram-se da FERTAGUS e das SCUTS? O aeroporto do Porto, apesar de todos os milhões lá investidos recentemente, será reduzido a uma aerogare regional e subsidiária da Ota. Os prejuízos para a competitividade internacional da cidade e da Região Norte serão incalculáveis.

Há cerca de uma década atrás o Porto de Leixões era uma infra-estrutura obsoleta, ineficaz, caríssima e com um sistema laboral siciliano. Entretanto sofreu uma profunda reestruturação e modernização. Hoje é um porto moderno e funcional, que movimenta o maior volume de carga contentorizada entre todos os Portos portugueses; e, coisa inédita neste país, obtém lucros que reinveste na sua contínua modernização. Tudo isto se deve a uma gestão moderna e localizada. Cada porto nacional tem gestão própria e competem entre si.

Ainda durante a vigência do governo anterior, por recomendação dum estudo efectuado por uma entidade espanhola, houve uma tentativa para centralizar a gestão dos Portos de mar nacionais numa só entidade: a chamada "Holding dos Portos". Naturalmente tal estrutura ficaria situada em Lisboa. A intenção era óbvia: canalizar os lucros de Leixões para colmatar os rombos financeiros das sempre ineficientes administrações dos Portos de Lisboa e Sines. Que os espanhóis tivessem o propósito (mal) escondido de sabotar o sistema portuário nacional compreende-se. O que não se compreende é que, perante as evidências, as centralistas mentes que mal nos governam, em vez de tentar juntar tudo numa mesma administração, não aplicassem a receita de Leixões aos outros dois. Mas isso é coisa que não cabe em tão excelsas cabeças.

Se o governo pretende privatizar a gestão dos aeroportos que os privatize em separado e que eles concorram entre si. Depois, quem tiver unhas que toque guitarra.

De: Pulido Valente - "Pendentes" 

Olá,

Há duas coisas que foram escritas a que não dei a devida resposta. Aqui vai:

1 - Alguém, já não sei quem, escreveu que o "shopping" do Bom Sucesso é uma prova de que nada se consegue por vias ditas normais.

De acordo na generalidade mas o caso referido é uma excepção. Explico porquê.
Neste país de bananas o poder faz valer a lei para seu próprio benefício sempre que pode e, muitas vezes, consegue fazer ilegalidades muitíssimo ruidosas. Só que ninguém quer ouvir.

Este é um desses casos.

O STA (Supremo Tribunal Administrativo) fez um acórdão que declara a obra ilegal mas não disse o que a CMP tem a fazer em consequência. Está-se à espera há anos que o tribunal (TAFP - tribunal administrativo e fiscal do Porto-) diga como a lei deve ser cumprida. Isto é: o que fazer ao monstro.

Só que o juiz do TAFP esteve uma data de meses à espera de que o PDM entrasse em vigor e, começando por fim a ter vergonha da demora, decidiu dar um despacho no sentido de esperar mais seis meses pela entrada em vigor do PDM para DEPOIS DECIDIR. Isto é: prepara-se para utilizar uma lei que entrará em vigor mais de dez anos depois do crime cometido para afirmar que AGORA já é legal e não tem de ser demolido.

Como todos sabemos isto é pura protecção do poder. No caso da CMP e das firmas construtoras.

É uma ilegalidade mais que gritante que aqui e noutros sítios já denunciei sem que alguém se tenha disposto a fazer frente a tamanha sem vergonha. Continuamos a brincar às pessoas crescidas: não é a sério, não vale pedir contas a quem é responsável por tamanha degradação da ética e da cidadania.

E ainda há quem diga que o processo não serviu para nada! Serviu para mostrar esta realidade que são duas: a do poder, que abusa e esmaga os direitos e as práticas mais elementares, e a dos cidadãos que nem dão por ela, ou, se dão não se mexem. Falam, falam,... Parabéns.

2 - Houve quem, a propósito do meu texto sobre elites referisse que me auto-flagelo. Como vêem pelo que fica acima tinha razões para isso.

Mas não foi o caso.

Tratou-se simplesmente de tentar fazer humor negro com um caso muito sério: a panelinha, as capelinhas e o compadrio de que o Porto é feito.
Se escrevesse de maneira diferente iria preso ou era esmagado por um camião numa esquina. Há acidentes que dão tanto jeito....

Mas fica aqui a dica: o Porto é fechado e só lá entra quem ELES querem. Portanto não há sequer atribuição de valor às pessoas. Há avaliação e aceitação só das pessoas que têm condições para integrar os diversos grupos. Perceberam? JPV
--
Nota de TAF: Acrescentei os apontadores.

De: Pedro Lessa - "Esquizofrenia institucionalizada" 

Relativamente ao caso Mglass, meu caro Taf, é mais um caso ilustrativo de como as coisas em Portugal se vão desenvolvendo.
Conheço o projecto, porque já o trabalhei, teria todas as condições para funcionar exemplarmente, mas, como em vários sectores da sociedade portuguesa, a todos os níveis mesmo, a incompetência, a irresponsabilidade e a ignorância ainda reinam.
Enquanto não se mudarem mentalidades e posturas nunca conseguiremos chegar ao sucesso.

É por isto que sou muito céptico e tenho muitas dúvidas relativamente a "choques ou planos tecnológicos".

Cumprimentos,
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: TAF - "A caminho do Natal..." 

- Centro Histórico do Porto: Património da Humanidade há 9 anos
- “Uma oportunidade perdida”
- Esperança renasce com a «Porto Vivo»
- Eléctrico histórico chegará este mês ao 'Santo António'
- Complexo metamórfico da Foz do Douro desperta cada vez mais interesse

- MGlass ou a equizofrenia institucionalizada - Não conheço este caso, mas se é como aqui contam... Ao menos que cá no Norte se aprenda com os erros dos outros.

2005/12/04

De: José Silva - "O desenho" 

Resposta a Alexandre Burmester:


De: TAF - "Notícias da CMP" 

- Câmara reduz orçamento para 226 milhões em 2006
- Insucesso baixa a expectativa na alienação de terrenos - quando a própria autarquia se dedica à especulação imobiliária...

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