2005/09/03
De: Pedro Aroso - "Morreu Fernando Távora"
Conheci o Arq. Fernando Távora em 1973, durante o Exame de Aptidão ao curso de Arquitectura. Mais tarde, viria ser meu professor no 1º e 2º anos da ESBAP (actual FAUP).
Nesses anos conturbados do PREC, era praticamente proibido falar de Arquitectura na escola. As "aulas" realizavam-se no anfiteatro e, durante a maior parte do tempo, discutia-se o saneamento dos professores, alunos e funcionários fascistas. Em alternativa, organizavam-se manifestações de apoio às comissões de moradores, comissões de trabalhadores, SUVS (Soldados Unidos Vencerão), sindicatos e outras organizações representativas do Poder Popular. De vez em quando, Fernando Távora "desencaminhava" os estudantes para contar as suas viagens. Foi assim que comecei a ouvir falar de Corbusier, Mies van der Rohe, Gropius, Frank Lloyd Whright e tantos outros. Não tenho dúvidas de que, sem esses balões de oxigénio, esses anos teriam sido bem mais difíceis, sobretudo para aqueles que, como eu, acreditavam numa democracia representativa (ou burguesa, para usar a designação dessa época).
Como éramos praticamente vizinhos, via-o com frequência mas, a última vez que me recordo de ter conversado demoradamente com ele, foi em 2002, durante uma visita ao seu atelier, em que teve a gentileza de mostrar à minha estagiária suíça Anne Prida, ao Luiz Botelho Dias e a mim, alguns dos seus trabalhos mais emblemáticos. Desse encontro ficaram algumas fotografias que hoje revisitei com saudade e de que publico uma.
Por tudo, obrigado Mestre Fernando Távora
De: Carlos Gilbert - "Estratégias e opiniões"
Caro Pedro Lessa,
Sem querer alongar demasiado este nosso diálogo, apesar de o mesmo se destinar a apontar realidades menos boas na nossa cidade e eventualmente a tentar descobrir como a elas se chegou e quem são os responsáveis, quero só apontar o facto de que quando eu disse que "não há estratégia que qualquer autarquia possa fazer cair do céu" era dentro do seu contexto no meu primeiro post, ou seja, quando a cidade perde em duas ou três décadas grande parte do comércio e indústria que lhe davam vida e lhe sustentavam a sua urbanidade - pelo menos como a conhecíamos em tempos idos - não há autarquia que possa ter uma espécie de "varinha de condão" para de forma eficaz fazer inverter essa situação. Era isso que eu quis ter transmitido. Que no momento presente é necessária uma estratégia autárquica forte para ao menos tentarmos salvar o que ainda existe e melhorar o que está a degradar-se, ai aí estamos completamente de acordo!
Quanto ao que resta do "Porto romântico" eu sou de opinião, como o disse já, que deveria ser considerado "património municipal", até para atrair gente a locais aprazíveis, para não falar na sua componente dentro do que se poderá chamar de "memória da cidade". Por mim falando, até fomentava a reconstrução de muitas fachadas de edifícios na Baixa para um estilo que se aproxime do que existia no Porto no seu tempo áureo. Não é "revivalismo", termo que tanta gente gosta de arremessar quando se fala em conceitos que não estão hoje "na moda", é tentar manter o cariz que tornou o Porto uma cidade com uma imponência multi-secular e que se está a perder de forma acelerada. Para ser mais preciso, se houver chineses que queiram montar negócio na cidade ao menos que sejam obrigados a manter as fachadas ao nosso estilo e não no deles (sei que isto provavelmente irá dar discussão, mas seja...).
Obrigado pelas suas palavras quanto ao meu "ensaio" e bom fim-de-semana.
Carlos Gilbert
Sem querer alongar demasiado este nosso diálogo, apesar de o mesmo se destinar a apontar realidades menos boas na nossa cidade e eventualmente a tentar descobrir como a elas se chegou e quem são os responsáveis, quero só apontar o facto de que quando eu disse que "não há estratégia que qualquer autarquia possa fazer cair do céu" era dentro do seu contexto no meu primeiro post, ou seja, quando a cidade perde em duas ou três décadas grande parte do comércio e indústria que lhe davam vida e lhe sustentavam a sua urbanidade - pelo menos como a conhecíamos em tempos idos - não há autarquia que possa ter uma espécie de "varinha de condão" para de forma eficaz fazer inverter essa situação. Era isso que eu quis ter transmitido. Que no momento presente é necessária uma estratégia autárquica forte para ao menos tentarmos salvar o que ainda existe e melhorar o que está a degradar-se, ai aí estamos completamente de acordo!
Quanto ao que resta do "Porto romântico" eu sou de opinião, como o disse já, que deveria ser considerado "património municipal", até para atrair gente a locais aprazíveis, para não falar na sua componente dentro do que se poderá chamar de "memória da cidade". Por mim falando, até fomentava a reconstrução de muitas fachadas de edifícios na Baixa para um estilo que se aproxime do que existia no Porto no seu tempo áureo. Não é "revivalismo", termo que tanta gente gosta de arremessar quando se fala em conceitos que não estão hoje "na moda", é tentar manter o cariz que tornou o Porto uma cidade com uma imponência multi-secular e que se está a perder de forma acelerada. Para ser mais preciso, se houver chineses que queiram montar negócio na cidade ao menos que sejam obrigados a manter as fachadas ao nosso estilo e não no deles (sei que isto provavelmente irá dar discussão, mas seja...).
Obrigado pelas suas palavras quanto ao meu "ensaio" e bom fim-de-semana.
Carlos Gilbert
De: David Afonso - "Teixeira Lopes no Majestic"
[publicado n'odoloeventual]
A convite de um amigo, fui na passada 5ª feira assistir à conferência de João Teixeira Lopes no Café Majestic organizada pelo Sport Club do Porto.
1. A apresentação do candidato do BE foi tão clara quanto pode ser uma candidatura cujos objectivos não podem, pelos para já, ser tão ambiciosos como o de outras candidaturas. O discurso inicial foi um discurso de denúncia: a falta de apoio às associações de bairros sociais, a necessidade de reintegrar na cidade a população actualmente guetizada, a existência de uma «cidade invisível» (Porto tem a maior taxa de tuberculose da Europa!), a negação da efectiva participação cívica, as questões ambientais (perdemos na rede de distribuição cerca de 50% da água!), o esvaziamento de competências do CRUARB, a intenção da SRU de fazer negócio com a Baixa e de a transformar num território exclusivo da classe média/alta e a não implementação da Agenda21. Neste último ponto, parece-me que o BE deve estar mais atento porque a Agenda21, apesar de tudo, já arrancou no Porto tendo já sido publicado o relatório de diagnóstico no passado mês de Julho (www.eixo21.com). Não obstante, o candidato poderia ter encontrado aqui terreno fértil para um discurso crítico, a começar pela ausência de envolvimento da comunidade (como é pressuposto nos princípios da Agenda21 Local) e de articulação com a PortoVivo, por exemplo. Agora dizer que a autarquia ignorou a Agenda21 Local será excessivo, até porque, de certa forma, não tem outra alternativa.
2. No que diz respeito a propostas, creio que o ainda deputado do BE (se for eleito vereador renunciará o seu lugar na Assembleia da República), foi estabelecendo dois níveis de intervenção: a) um nível mais geral, de âmbito nacional, que passa por uma nova Lei do Financiamento das Autarquias baseada em critérios de área e população, mas que privilegie os municípios que investam em políticas ambientalmente sustentáveis e na reabilitação, mas também pela limitação voluntária de mandatos a partir desde já (e não de 2013 como estipula a lei); b) a nível local propõe, entre outras medidas, a implementação da Agenda21 Local, a obrigatoriedade de todos os processos passarem por um período de consulta pública verdadeiramente participativa (dando o caso da Avenida dos Aliados como exemplo do que não deve ser feito), a criação de um roteiro de restaurantes e hotéis, o desenvolvimento de uma programação cultural metropolitana, apoio às associações a partir de projectos próprios, dar prioridade à reabilitação, instauração de uma moratória na construção nova, subir o IMI para os proprietários que insistam em manter devolutos os seus prédios e a suspensão imediata do deferimento tácito. Esta última proposta é, obviamente, problemática dado que retira uma das poucas garantias que o cidadão tem para se defender da incompetência dos serviços municipais.
3. Relativamente às outras candidaturas, João Teixeira Lopes assegurou, sem surpresa, que a única coligação pós-eleitoral que está disposto a fazer é com Francisco Assis. A uma provocação de Carlos Magno, que chamou a atenção para o paradoxo de Rui Rio ter um discurso que poderia ser o do BE, o candidato reagiu afirmando não existir uma coincidência entre a imagem do presidente da Câmara e a realidade, argumentando que Rui Rio é autoritário, demagogo, vingativo e pouco sério. E Paulo Morais? «Paulo Morais não é um herói!». Os outros candidatos foram naturalmente ignorados, aliás, o próprio moderador ao enumerar os candidatos quando chegou a Rui Sá não lhe saiu nada melhor do que um «Como é que se chama o outro?» e quando tentou enumerar os partidos esqueceu-se do CDS/PP que concorre coligado com o PSD. É outro paradoxo do Porto: PCP e CDS apostam na irrelevância como estratégia de poder.
4. Uma última palavra para Carlos Magno: não apreciei o modo pelo qual conduziu o debate. Foi mais do que um moderador. A dada altura, se alguém entrasse ali desconhecendo os personagens, acreditaria que o jornalista é que era o candidato. Não sei se foi por vaidade ou apenas por entusiasmo, mas demasiadas vezes se esqueceu de que as pessoas estavam ali para ouvir o João Teixeira Lopes e não o Carlos Magno. Também não esteve bem ao tentar, de uma forma insistente, reduzir a candidatura do BE ao pelouro da cultura. É verdade que a especialidade de João Teixeira Lopes é a sociologia da cultura, mas acontece que a sua candidatura é expressão de um projecto político e ideológico muito mais vasto, que compreende também todas as outras questões da cidade. Por último, sempre quero ver se o «liberal do Porto» Carlos Magno vai tratar também por «tu» Francisco Assis e Rui Rio. Aposto que não.
David Afonso
attalaia@gmail.com
A convite de um amigo, fui na passada 5ª feira assistir à conferência de João Teixeira Lopes no Café Majestic organizada pelo Sport Club do Porto.
1. A apresentação do candidato do BE foi tão clara quanto pode ser uma candidatura cujos objectivos não podem, pelos para já, ser tão ambiciosos como o de outras candidaturas. O discurso inicial foi um discurso de denúncia: a falta de apoio às associações de bairros sociais, a necessidade de reintegrar na cidade a população actualmente guetizada, a existência de uma «cidade invisível» (Porto tem a maior taxa de tuberculose da Europa!), a negação da efectiva participação cívica, as questões ambientais (perdemos na rede de distribuição cerca de 50% da água!), o esvaziamento de competências do CRUARB, a intenção da SRU de fazer negócio com a Baixa e de a transformar num território exclusivo da classe média/alta e a não implementação da Agenda21. Neste último ponto, parece-me que o BE deve estar mais atento porque a Agenda21, apesar de tudo, já arrancou no Porto tendo já sido publicado o relatório de diagnóstico no passado mês de Julho (www.eixo21.com). Não obstante, o candidato poderia ter encontrado aqui terreno fértil para um discurso crítico, a começar pela ausência de envolvimento da comunidade (como é pressuposto nos princípios da Agenda21 Local) e de articulação com a PortoVivo, por exemplo. Agora dizer que a autarquia ignorou a Agenda21 Local será excessivo, até porque, de certa forma, não tem outra alternativa.
2. No que diz respeito a propostas, creio que o ainda deputado do BE (se for eleito vereador renunciará o seu lugar na Assembleia da República), foi estabelecendo dois níveis de intervenção: a) um nível mais geral, de âmbito nacional, que passa por uma nova Lei do Financiamento das Autarquias baseada em critérios de área e população, mas que privilegie os municípios que investam em políticas ambientalmente sustentáveis e na reabilitação, mas também pela limitação voluntária de mandatos a partir desde já (e não de 2013 como estipula a lei); b) a nível local propõe, entre outras medidas, a implementação da Agenda21 Local, a obrigatoriedade de todos os processos passarem por um período de consulta pública verdadeiramente participativa (dando o caso da Avenida dos Aliados como exemplo do que não deve ser feito), a criação de um roteiro de restaurantes e hotéis, o desenvolvimento de uma programação cultural metropolitana, apoio às associações a partir de projectos próprios, dar prioridade à reabilitação, instauração de uma moratória na construção nova, subir o IMI para os proprietários que insistam em manter devolutos os seus prédios e a suspensão imediata do deferimento tácito. Esta última proposta é, obviamente, problemática dado que retira uma das poucas garantias que o cidadão tem para se defender da incompetência dos serviços municipais.
3. Relativamente às outras candidaturas, João Teixeira Lopes assegurou, sem surpresa, que a única coligação pós-eleitoral que está disposto a fazer é com Francisco Assis. A uma provocação de Carlos Magno, que chamou a atenção para o paradoxo de Rui Rio ter um discurso que poderia ser o do BE, o candidato reagiu afirmando não existir uma coincidência entre a imagem do presidente da Câmara e a realidade, argumentando que Rui Rio é autoritário, demagogo, vingativo e pouco sério. E Paulo Morais? «Paulo Morais não é um herói!». Os outros candidatos foram naturalmente ignorados, aliás, o próprio moderador ao enumerar os candidatos quando chegou a Rui Sá não lhe saiu nada melhor do que um «Como é que se chama o outro?» e quando tentou enumerar os partidos esqueceu-se do CDS/PP que concorre coligado com o PSD. É outro paradoxo do Porto: PCP e CDS apostam na irrelevância como estratégia de poder.
4. Uma última palavra para Carlos Magno: não apreciei o modo pelo qual conduziu o debate. Foi mais do que um moderador. A dada altura, se alguém entrasse ali desconhecendo os personagens, acreditaria que o jornalista é que era o candidato. Não sei se foi por vaidade ou apenas por entusiasmo, mas demasiadas vezes se esqueceu de que as pessoas estavam ali para ouvir o João Teixeira Lopes e não o Carlos Magno. Também não esteve bem ao tentar, de uma forma insistente, reduzir a candidatura do BE ao pelouro da cultura. É verdade que a especialidade de João Teixeira Lopes é a sociologia da cultura, mas acontece que a sua candidatura é expressão de um projecto político e ideológico muito mais vasto, que compreende também todas as outras questões da cidade. Por último, sempre quero ver se o «liberal do Porto» Carlos Magno vai tratar também por «tu» Francisco Assis e Rui Rio. Aposto que não.
David Afonso
attalaia@gmail.com
2005/09/02
De: Pedro Lessa - "Caro Carlos Gilbert."
Caro Carlos Gilbert:
O que levou a dirigir-me a si a propósito do seu post Estratégias foi que, do meu ponto de vista, tudo o que nele enumerou, se deve, pelo menos em grande parte, a um executivo camarário fraco, sem ideias, projectos e mais grave ainda sem estratégia.
Digo-o com toda a clareza. A principal culpada desta situação é a C.M. do Porto.
Nele dizia que: “não há estratégia que qualquer autarquia possa em toque de magia fazer cair do céu!”.
A meu ver é precisamente isso que uma autarquia deve ter, uma estratégia.
No seu segundo post pelo menos já se pergunta quem na autarquia se interessa.
Com o meu post pretendi apenas que os culpados se apontem com clareza e nomeá-los abertamente. Para que ninguém tenha duvidas.
Aproveito para felicita-lo pelo seu excelente trabalho sobre o Porto Romântico.
Mais uma vez é pena “ninguém” aproveitar estes ensaios.
Quanto ao romântico já aqui me pronunciei. Sou relativamente céptico.
Questiono-me muito quanto ao seu conceito, nas sociedades contemporâneas, conforme vou avançando com o meu interesse e estudo sobre as cidades.
Nisso os americanos (que como povo são um exemplo na procura e apoio à ciência, mas com quem ainda vou discordando muitas vezes em vários assuntos infelizmente) têm conceitos e opiniões fortíssimos. A cidade é cidade, portanto construção em altura, em massa e com qualidade, e o campo é o campo (periferias) onde se constrói a níveis reduzidos e nenhuma altura. A cidade é para trabalhar e o resto para relaxar.
Mas enfim, são conceitos.
Por mim limito-me apenas a ponderar e reequacionar.
Cumprimentos portuenses.
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
O que levou a dirigir-me a si a propósito do seu post Estratégias foi que, do meu ponto de vista, tudo o que nele enumerou, se deve, pelo menos em grande parte, a um executivo camarário fraco, sem ideias, projectos e mais grave ainda sem estratégia.
Digo-o com toda a clareza. A principal culpada desta situação é a C.M. do Porto.
Nele dizia que: “não há estratégia que qualquer autarquia possa em toque de magia fazer cair do céu!”.
A meu ver é precisamente isso que uma autarquia deve ter, uma estratégia.
No seu segundo post pelo menos já se pergunta quem na autarquia se interessa.
Com o meu post pretendi apenas que os culpados se apontem com clareza e nomeá-los abertamente. Para que ninguém tenha duvidas.
Aproveito para felicita-lo pelo seu excelente trabalho sobre o Porto Romântico.
Mais uma vez é pena “ninguém” aproveitar estes ensaios.
Quanto ao romântico já aqui me pronunciei. Sou relativamente céptico.
Questiono-me muito quanto ao seu conceito, nas sociedades contemporâneas, conforme vou avançando com o meu interesse e estudo sobre as cidades.
Nisso os americanos (que como povo são um exemplo na procura e apoio à ciência, mas com quem ainda vou discordando muitas vezes em vários assuntos infelizmente) têm conceitos e opiniões fortíssimos. A cidade é cidade, portanto construção em altura, em massa e com qualidade, e o campo é o campo (periferias) onde se constrói a níveis reduzidos e nenhuma altura. A cidade é para trabalhar e o resto para relaxar.
Mas enfim, são conceitos.
Por mim limito-me apenas a ponderar e reequacionar.
Cumprimentos portuenses.
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
De: L F Vieira - "O futuro do ambiente"
De: Pedro Aroso - "João Teixeira Lopes no Majestic"
Tal como havia anunciado, iniciou-se ontem no café Majestic o ciclo de conferências subordinado ao tema "O Futuro do Porto no Porto do Futuro", promovido Sport Club do Porto, em que são oradores os candidatos à Câmara do Porto.
A sala estava cheia, sendo de registar a presença de gente de todos os quadrantes políticos.
João Teixeira Lopes é um tipo inteligente e bem-educado, mas fez afirmações graves, que retiram qualquer credibilidade ao seu discurso, causando mesmo algum embaraço entre os seus apoiantes. Dizer que a política do actual Executivo camarário em relação aos bairros sociais e à erradicação dos arrumadores tem sido um fiasco (só 3 toxicodependentes recuperados) só se explica devido às suas prolongadas estadias em Lisboa. Em contrapartida, não fez promessas bacocas, com aquela generosidade infinita com que o Dr. Assis nos tem brindado, mas há uma que vale a pena registar: "Se for eleito vereador, com pelouro ou sem pelouro, renunciarei ao cargo de deputado".
Embora seja de esquerda, João Teixeira Lopes não é PS, por isso eu acreditei nesta promessa.
Carlos Magno esteve bem na forma como moderou o debate, criando um clima muito informal, mas participativo e civilizado.
Pedro Aroso
A sala estava cheia, sendo de registar a presença de gente de todos os quadrantes políticos.
João Teixeira Lopes é um tipo inteligente e bem-educado, mas fez afirmações graves, que retiram qualquer credibilidade ao seu discurso, causando mesmo algum embaraço entre os seus apoiantes. Dizer que a política do actual Executivo camarário em relação aos bairros sociais e à erradicação dos arrumadores tem sido um fiasco (só 3 toxicodependentes recuperados) só se explica devido às suas prolongadas estadias em Lisboa. Em contrapartida, não fez promessas bacocas, com aquela generosidade infinita com que o Dr. Assis nos tem brindado, mas há uma que vale a pena registar: "Se for eleito vereador, com pelouro ou sem pelouro, renunciarei ao cargo de deputado".
Embora seja de esquerda, João Teixeira Lopes não é PS, por isso eu acreditei nesta promessa.
Carlos Magno esteve bem na forma como moderou o debate, criando um clima muito informal, mas participativo e civilizado.
Pedro Aroso
De: José Pedro Lima - "Debates Autárquicos na SIC Notícias (II)..."
"... - Amarante e Gondomar"
Na continuação dos debates na SIC notícias, mais dois concelhos do Distrito do Porto: Amarante e Gondomar
Quanto à edificante batalha por Amarante, com Avelino Torres à cabeça pouco se percebeu excepto algumas comparações entre tanques e piscinas ou o número de pavilhões polidesportivos. De resto foi apenas uma berraria marcada por pérolas como "Seja homem!", "o Sr é um mentiroso!", "não seja um menino!", "Isto parece as Lições do Tonecas!" ou "vou deixar de lhe chamar Eng!". A moderadora do debate nunca teve mão naquilo e foi o que se costuma designar por uma "peixeirada".
Surpreendentemente pelo menos para mim, o debate de Gondomar foi muito mais calmo, não só porque os candidatos não se interromperam tanto mas também porque havia um moderador capaz e preparado e que disciplinou dentro do possivel o debate. Valentim Loureiro pareceu-me muito calmo e confiante na vitória enquanto dos adversários do PSD e PS não surgiu, a meu ver, nada de novo. Assim enquanto nos dois primeiros debates Guilherme Pinto e Avelino F Torres inviabilizaram qualquer discussão neste conseguiu haver alguma troca de opiniões.
Foi curioso verificar que muito do debate se centrou no tema do desemprego que é um problema nacional e não um problema autárquico. Parece-me a mim que as Camaras municipais têm uma influência relativamente restrita e minimizadora de uma questão que é grave, vai ficar pior mas é uma questão de todo o país. Claro que o metro veio à baila mas a questão já discutida aqui no blog do Metro para Gondomar tem mais a ver com outros factores como as questões do financiamento estatatal ou das opções estratégicas da Metro do Porto a favor de umas linhas e em detrimento de outras.
À margem dos três debates ficou a iniciativa privada, tão do agrado do TAF. Nenhum dos candidatos, que eu visse, apresentou um projecto concreto de apoio à iniciativa privada excepto os agora tão na moda "Parques Industriais".
Em resumo e sem ter lido quaisquer sondagens parece-me que:
Até lá a gritaria continua para a semana, desta vez a Sul, na SIC Notícias. Eu pela minha parte vou trabalhar.....
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
Na continuação dos debates na SIC notícias, mais dois concelhos do Distrito do Porto: Amarante e Gondomar
Quanto à edificante batalha por Amarante, com Avelino Torres à cabeça pouco se percebeu excepto algumas comparações entre tanques e piscinas ou o número de pavilhões polidesportivos. De resto foi apenas uma berraria marcada por pérolas como "Seja homem!", "o Sr é um mentiroso!", "não seja um menino!", "Isto parece as Lições do Tonecas!" ou "vou deixar de lhe chamar Eng!". A moderadora do debate nunca teve mão naquilo e foi o que se costuma designar por uma "peixeirada".
Surpreendentemente pelo menos para mim, o debate de Gondomar foi muito mais calmo, não só porque os candidatos não se interromperam tanto mas também porque havia um moderador capaz e preparado e que disciplinou dentro do possivel o debate. Valentim Loureiro pareceu-me muito calmo e confiante na vitória enquanto dos adversários do PSD e PS não surgiu, a meu ver, nada de novo. Assim enquanto nos dois primeiros debates Guilherme Pinto e Avelino F Torres inviabilizaram qualquer discussão neste conseguiu haver alguma troca de opiniões.
Foi curioso verificar que muito do debate se centrou no tema do desemprego que é um problema nacional e não um problema autárquico. Parece-me a mim que as Camaras municipais têm uma influência relativamente restrita e minimizadora de uma questão que é grave, vai ficar pior mas é uma questão de todo o país. Claro que o metro veio à baila mas a questão já discutida aqui no blog do Metro para Gondomar tem mais a ver com outros factores como as questões do financiamento estatatal ou das opções estratégicas da Metro do Porto a favor de umas linhas e em detrimento de outras.
À margem dos três debates ficou a iniciativa privada, tão do agrado do TAF. Nenhum dos candidatos, que eu visse, apresentou um projecto concreto de apoio à iniciativa privada excepto os agora tão na moda "Parques Industriais".
Em resumo e sem ter lido quaisquer sondagens parece-me que:
- Guilherme Pinto e Valentim Loureiro tem a vitoria relativamente assegurada...
- Em Amarante o PS pode beneficiar da divisão de votos entre PSD e Avelino F Torres, sendo que este está determinadíssimo a ganhar e pode muito bem consegui-lo.
Até lá a gritaria continua para a semana, desta vez a Sul, na SIC Notícias. Eu pela minha parte vou trabalhar.....
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
2005/09/01
De: Carlos Gilbert - "Estratégias e Orgulho"
Caro Pedro Lessa,
Obviamente que vai havendo gente do Porto que tem orgulho em ser "tripeiro", mau era!... O que eu quis demonstrar é que nos dias que correm já não há globalmente falando o mesmo "sentir tripeiro" como em outros tempos. Eu vivi tempos em que "ser-se do Porto" era cartão-de-visita e criava inveja até na capital! E o que quis demonstrar foi que cá no Porto perdemos a oportunidade de ir adaptando a cidade à mudança dos tempos. O que a autarquia de Gaia que cita parece estar a fazer com bastante sucesso (não vivo lá, só posso ver o que observo de passagem e o que vou lendo) desde a despoluição de ribeiras e das suas margens, a acessos rodoviários estruturantes que conferem ao concelho uma abertura ímpar, à genial transformação do cais de Gaia e o passadiço até à beira-mar, e a uma reordenação gradual com princípio, meio e fim, tudo isto são provas de que a autarquia local parece ter uma estratégia bem pensada e tal facto, suponho, deve conferir aos gaienses um orgulho muito próprio na transformação que a sua cidade e o concelho estão a ter de forma acelerada. A vista privilegiada para o miolo histórico do Porto, essa foi e será sempre gratuita...
Quanto a nós, temos mamarrachos onde antigamente havia moradias e palacetes de fazer inveja; temos uma baixa cheia de frontarias tapadas com tijolos ou taipais de madeira; temos bairros que são um autêntico flagelo e um atentado ao bem-estar de quem lá vive e de quem vive na vizinhança, e genericamente falando já não temos grandes motivos que nos levem no nosso dia-a-dia a termos de nos deslocar à Baixa para os nossos afazeres. O Porto vive-se fora da baixa, salvos as devidas excepções. Como se pode ter orgulho assim?
Há uns anos fiz um trabalho sobre o "Porto romântico" que me levou a locais deslumbrantes e foi publicado na net (creio que dei o link ao TAF) e que qualquer autarquia com visão teria declarado há muito "património municipal" com regras próprias para se manter a traça e ampliá-la. Quem aqui no Porto sabe que houve um "Porto romântico", o que significou e o que dele ainda resta? Quem na autarquia tem interesse em dar condições especiais a quem se quiser instalar na Baixa (morar e/ou trabalhar)? Quem tenta cativar a abertura de estabelecimentos de restauração para servir os visitantes da cidade que é Património Mundial? Quem tenta dar vida ao rio com tráfego fluvial, para além do que parte e chega do Alto Douro? E muitas mais coisas sobre as quais temos aqui vindo a falar há tempos...
Cumprimentos,
Carlos Gilbert
Obviamente que vai havendo gente do Porto que tem orgulho em ser "tripeiro", mau era!... O que eu quis demonstrar é que nos dias que correm já não há globalmente falando o mesmo "sentir tripeiro" como em outros tempos. Eu vivi tempos em que "ser-se do Porto" era cartão-de-visita e criava inveja até na capital! E o que quis demonstrar foi que cá no Porto perdemos a oportunidade de ir adaptando a cidade à mudança dos tempos. O que a autarquia de Gaia que cita parece estar a fazer com bastante sucesso (não vivo lá, só posso ver o que observo de passagem e o que vou lendo) desde a despoluição de ribeiras e das suas margens, a acessos rodoviários estruturantes que conferem ao concelho uma abertura ímpar, à genial transformação do cais de Gaia e o passadiço até à beira-mar, e a uma reordenação gradual com princípio, meio e fim, tudo isto são provas de que a autarquia local parece ter uma estratégia bem pensada e tal facto, suponho, deve conferir aos gaienses um orgulho muito próprio na transformação que a sua cidade e o concelho estão a ter de forma acelerada. A vista privilegiada para o miolo histórico do Porto, essa foi e será sempre gratuita...
Quanto a nós, temos mamarrachos onde antigamente havia moradias e palacetes de fazer inveja; temos uma baixa cheia de frontarias tapadas com tijolos ou taipais de madeira; temos bairros que são um autêntico flagelo e um atentado ao bem-estar de quem lá vive e de quem vive na vizinhança, e genericamente falando já não temos grandes motivos que nos levem no nosso dia-a-dia a termos de nos deslocar à Baixa para os nossos afazeres. O Porto vive-se fora da baixa, salvos as devidas excepções. Como se pode ter orgulho assim?
Há uns anos fiz um trabalho sobre o "Porto romântico" que me levou a locais deslumbrantes e foi publicado na net (creio que dei o link ao TAF) e que qualquer autarquia com visão teria declarado há muito "património municipal" com regras próprias para se manter a traça e ampliá-la. Quem aqui no Porto sabe que houve um "Porto romântico", o que significou e o que dele ainda resta? Quem na autarquia tem interesse em dar condições especiais a quem se quiser instalar na Baixa (morar e/ou trabalhar)? Quem tenta cativar a abertura de estabelecimentos de restauração para servir os visitantes da cidade que é Património Mundial? Quem tenta dar vida ao rio com tráfego fluvial, para além do que parte e chega do Alto Douro? E muitas mais coisas sobre as quais temos aqui vindo a falar há tempos...
Cumprimentos,
Carlos Gilbert
De: Pedro Aroso - "O Futuro do Porto no Porto do Futuro"
O Sport Club do Porto vai realizar um conjunto de conferências subordinado ao tema "O Futuro do Porto no Porto do Futuro".
Os debates serão moderados pelo jornalista Carlos Magno e terão lugar no café Majestic, às 21h30:
Pedro Aroso
Os debates serão moderados pelo jornalista Carlos Magno e terão lugar no café Majestic, às 21h30:
- 1 Setembro: João Teixeira Lopes - BE
- 8 Setembro: Rui Sá - PCP
- 15 Setembro: Francisco Assis - PS
- 22 Setembro - Rui Rio - PSD-CDS
Pedro Aroso
De: Pedro Lessa - "Um portuense com orgulho"
Meu caro Carlos Gilbert:
Nas suas dúvidas quanto ao orgulho dos portuenses, aqui me apresento como um deles.
Tenho muito orgulho em todas as questões que levantou.
Espero não o decepcionar. E como eu, certamente haverá muitos.
Quanto a mim, a prova que assim é, é que basta passar, nem que seja uma semana, fora do nosso Porto e noto, quando entro na Ponte da Arrábida e olho para as maravilhosas margens do Douro, uma saudade e um orgulho considerável.
O que se calhar não quer ver ou perceber, é que nos tempos difíceis, a todos os níveis, que estamos a passar (incluindo as cidades e regiões), supostamente quem deveria dar-nos alento e esperança nos vire totalmente as costas.
Quando quem supostamente nos deveria encorajar e encaminhar no nosso orgulho de ser portuense, se alheia completamente da cidade, nas suas vivências, nos seus costumes, na sua cultura, na sua manutenção como cidade limpa e organizada e cosmopolita e ainda por cima fecha a porta aos festejos de algumas conquistas que vamos tendo, o que fazer??
O órgão executivo da população como diz, bem que queria fazer algo, mas as portas estão fechadas, ou não?
Permita-me apenas um exemplo do oposto da nossa situação.
Basta olharmos para a outra margem do Douro para percebermos como as coisas se devem fazer. E nem tem as nossas grandes tradições que enumera (salvo o Vinho do Porto), nem costuma ter a tradição e exigência das pessoas como tem o Porto em reivindicar, nem a tradição cultural, nem o comércio, etc, etc,...
Dá que pensar não dá?
Cumprimentos portuenses.
Pedro Lessa
pedrolessa@a2mais.com
Nas suas dúvidas quanto ao orgulho dos portuenses, aqui me apresento como um deles.
Tenho muito orgulho em todas as questões que levantou.
Espero não o decepcionar. E como eu, certamente haverá muitos.
Quanto a mim, a prova que assim é, é que basta passar, nem que seja uma semana, fora do nosso Porto e noto, quando entro na Ponte da Arrábida e olho para as maravilhosas margens do Douro, uma saudade e um orgulho considerável.
O que se calhar não quer ver ou perceber, é que nos tempos difíceis, a todos os níveis, que estamos a passar (incluindo as cidades e regiões), supostamente quem deveria dar-nos alento e esperança nos vire totalmente as costas.
Quando quem supostamente nos deveria encorajar e encaminhar no nosso orgulho de ser portuense, se alheia completamente da cidade, nas suas vivências, nos seus costumes, na sua cultura, na sua manutenção como cidade limpa e organizada e cosmopolita e ainda por cima fecha a porta aos festejos de algumas conquistas que vamos tendo, o que fazer??
O órgão executivo da população como diz, bem que queria fazer algo, mas as portas estão fechadas, ou não?
Permita-me apenas um exemplo do oposto da nossa situação.
Basta olharmos para a outra margem do Douro para percebermos como as coisas se devem fazer. E nem tem as nossas grandes tradições que enumera (salvo o Vinho do Porto), nem costuma ter a tradição e exigência das pessoas como tem o Porto em reivindicar, nem a tradição cultural, nem o comércio, etc, etc,...
Dá que pensar não dá?
Cumprimentos portuenses.
Pedro Lessa
pedrolessa@a2mais.com
De: Carlos Gilbert - "Estratégias (para o Porto, para o Norte...)"
Ele de facto ainda há quem pense que o mal da nossa cidade (e da região da qual foi já cidade-dominante para não lhe chamar "capital") é a tal falta de estratégias, de ideias e que as que são aplicadas o são mal pensadas e pior executadas. Nada de mais errado! Leiam os jornais e vejam o que se vai dizendo do país. O Porto de facto foi em tempos passados uma urbe dinâmica, pulsante e frenética no seu dia-a-dia: fervilhava o comércio e havia indústria multi-facetada dentro e fora de portas que fomentava os mais diversos estratos sociais de então, de tal forma que até banqueiros autónomos havia... e expoentes da sua vida social e artística dos quais enumero o Clube Portuense, o Ateneu, os Fenianos, o Coliseu, o Teatro de S. João, o Sá da Bandeira das "revistas", estabelecimentos de ensino da grande prestígio e uma parafernália de lojas de requinte, restaurantes bem frequentados até às mais pequenas tasquinhas que davam à nossa cidade uma vida da qual hoje só podemos sonhar!
Foi-se a grande maioria disto tudo pura e simplesmente porque a vida mudou e a cidade de tão agarrada que estava a viver do comércio e da riqueza de quem explorava indústrias rentáveis na periferia se esqueceu de mudar de agulha a tempo e horas...
Podemos hoje ter Serralves, a Casa da Música e o Metro como obras emblemáticas da modernidade da cidade, mas falta-lhe o essencial: a teia de actividades que gera a riqueza e o pulsar da vida quotidiana, e isso não há estratégia que qualquer autarquia possa em toque de magia fazer cair do céu! Faltam à cidade os diversos estratos sociais que lhe sustentam de forma contínua o pulsar, e não se pense que a "vida" em alguns dos mais badalados restaurantes e nas discotecas até altas horas da madrugada é futuro. O Porto perdeu a sua "sociedade" e isto devido a uma radical mudança dos usos e costumes e como nunca de facto teve verdadeiras raízes culturais, é o deserto que hoje se vê. Qual é o portuense que no fundo de si mesmo sente orgulho por a parte histórica da sua cidade ser "património mundial"?? Qual é o portuense que sente orgulho por alguém ter posto finalmente a andar o turismo fluvial e esta actividade estar a ter uma expansão inimaginável há uns anos atrás? Qual é o portuense (não dado a exacerbadas paixões desportivas) que tenha vibrado por um clube da sua cidade ter vencido num ano a "Taça UEFA" e no seguinte a "Liga dos Campeões"? Ou que sequer tenha conhecimento que um nosso conterrâneo conseguiu agarrar um lugar na Fórmula 1, onde só os 20 melhores pilotos do Mundo conseguem assento a cada ano que passa?
Não, quando a cidade se fecha em si mesma e quando por cima pertence a um país onde a mesquinhez, a gula pelo poder e a mediocricidade a todos os níveis (salvo as devidas excepções) são os "valores" que contam, não se venha pretender que haja autarquia com planos de estratégia que funcione. Porque "autarquia" não é o seu respectivo presidente e os seus vereadores, mas é sim o "órgão executivo" da população que representa. Ou assim deveria ser, só que nunca ninguém se deu ao trabalho de ensinar estas noções básicas à maioria dos portugueses.
C. Gilbert
Foi-se a grande maioria disto tudo pura e simplesmente porque a vida mudou e a cidade de tão agarrada que estava a viver do comércio e da riqueza de quem explorava indústrias rentáveis na periferia se esqueceu de mudar de agulha a tempo e horas...
Podemos hoje ter Serralves, a Casa da Música e o Metro como obras emblemáticas da modernidade da cidade, mas falta-lhe o essencial: a teia de actividades que gera a riqueza e o pulsar da vida quotidiana, e isso não há estratégia que qualquer autarquia possa em toque de magia fazer cair do céu! Faltam à cidade os diversos estratos sociais que lhe sustentam de forma contínua o pulsar, e não se pense que a "vida" em alguns dos mais badalados restaurantes e nas discotecas até altas horas da madrugada é futuro. O Porto perdeu a sua "sociedade" e isto devido a uma radical mudança dos usos e costumes e como nunca de facto teve verdadeiras raízes culturais, é o deserto que hoje se vê. Qual é o portuense que no fundo de si mesmo sente orgulho por a parte histórica da sua cidade ser "património mundial"?? Qual é o portuense que sente orgulho por alguém ter posto finalmente a andar o turismo fluvial e esta actividade estar a ter uma expansão inimaginável há uns anos atrás? Qual é o portuense (não dado a exacerbadas paixões desportivas) que tenha vibrado por um clube da sua cidade ter vencido num ano a "Taça UEFA" e no seguinte a "Liga dos Campeões"? Ou que sequer tenha conhecimento que um nosso conterrâneo conseguiu agarrar um lugar na Fórmula 1, onde só os 20 melhores pilotos do Mundo conseguem assento a cada ano que passa?
Não, quando a cidade se fecha em si mesma e quando por cima pertence a um país onde a mesquinhez, a gula pelo poder e a mediocricidade a todos os níveis (salvo as devidas excepções) são os "valores" que contam, não se venha pretender que haja autarquia com planos de estratégia que funcione. Porque "autarquia" não é o seu respectivo presidente e os seus vereadores, mas é sim o "órgão executivo" da população que representa. Ou assim deveria ser, só que nunca ninguém se deu ao trabalho de ensinar estas noções básicas à maioria dos portugueses.
C. Gilbert
2005/08/31
De: Carlos Gilbert - "Pulido Valente e o caso Paulo Morais"
Caro Pulido Valente,
A atitude do ainda vice-presidente foi um acto de coragem? A mim parece-me ter tanto valor como a denúncia do sujeito que foi tesoureiro do PS em Felgueiras quanto ao famoso caso do "saco azul": zangaram-se as comaderes e sabem-se as verdades... Por que motivo Paulo Moraís só agora fala, quando está há anos na câmara e poderia (deveria!) ter-se demitido por não aceitar aquilo que agora se vê oficialmente ser o "status-quo"? Porque faz agora de "virgem ofendida" com costumes que em si de facto são calamitosos? Por que motivo o Joaquim Freitas veio denunciar o caso de Felgueiras e das negociatas com a firma de reciclagem de resíduos urbanos Resin no momento em que o fez e não antes, quando aquilo era prática corrente? Sabe-se porquê, veio publicado.
Se Paulo Morais tivesse agido passado, digamos, dois anos de mandato e viesse com provas efectivas entregando-as na PJ, aí sim, merecia o aplauso unânime. Assim, cheira - como muitos já o disseram - a arrufo de quem foi preterido.
Cumprimentos,
Carlos Gilbert
PS: Mas não me restam dúvidas que se Paulo Morais tivesse agido com lisura política como acima digo, o caso ficava na mesma "em águas de bacalhau" como vai ficar agora. Como vai ficar também o caso das autarquias, ou alguém julga mesmo que a Resin só fazia o favor de encher o saco azul à cidade de Felgueiras? Tiveram foi o azar de apanharem um sujeito "de mau feitio" quando é despeitado e não teve pejo em dizer o que sabia. E, já agora, o "apito dourado", alguém julga mesmo que vai dar algo de palpável, para além do afastamento do major Valentim Loureiro do PSD em Gondomar? O polvo já tem demasiados tentáculos, disso temos tido provas irrefutáveis e nos mais diversos níveis.
A atitude do ainda vice-presidente foi um acto de coragem? A mim parece-me ter tanto valor como a denúncia do sujeito que foi tesoureiro do PS em Felgueiras quanto ao famoso caso do "saco azul": zangaram-se as comaderes e sabem-se as verdades... Por que motivo Paulo Moraís só agora fala, quando está há anos na câmara e poderia (deveria!) ter-se demitido por não aceitar aquilo que agora se vê oficialmente ser o "status-quo"? Porque faz agora de "virgem ofendida" com costumes que em si de facto são calamitosos? Por que motivo o Joaquim Freitas veio denunciar o caso de Felgueiras e das negociatas com a firma de reciclagem de resíduos urbanos Resin no momento em que o fez e não antes, quando aquilo era prática corrente? Sabe-se porquê, veio publicado.
Se Paulo Morais tivesse agido passado, digamos, dois anos de mandato e viesse com provas efectivas entregando-as na PJ, aí sim, merecia o aplauso unânime. Assim, cheira - como muitos já o disseram - a arrufo de quem foi preterido.
Cumprimentos,
Carlos Gilbert
PS: Mas não me restam dúvidas que se Paulo Morais tivesse agido com lisura política como acima digo, o caso ficava na mesma "em águas de bacalhau" como vai ficar agora. Como vai ficar também o caso das autarquias, ou alguém julga mesmo que a Resin só fazia o favor de encher o saco azul à cidade de Felgueiras? Tiveram foi o azar de apanharem um sujeito "de mau feitio" quando é despeitado e não teve pejo em dizer o que sabia. E, já agora, o "apito dourado", alguém julga mesmo que vai dar algo de palpável, para além do afastamento do major Valentim Loureiro do PSD em Gondomar? O polvo já tem demasiados tentáculos, disso temos tido provas irrefutáveis e nos mais diversos níveis.
De: Teófilo M. - "Estratégias"
(originalmente no AKIAGATO)
No nortadas, o Diogo, que passou por aqui um mês, volta a questionar o papel que o Porto pode e deve desempenhar como pólo dinamizador do País, e estranha o definhar das suas estruturas e o desaparecimento dos seus centros de decisão, questionando o papel da AMP.
Já o Tiago Azevedo Fernandes, em oportuno artigo, em finais do ano transacto, punha o dedo na ferida, desta feita afirmando que a regionalização seria dispensável.
Infelizmente, nos últimos anos, quer a autarquia, quer os poderes públicos, quer os industriais que por cá existem, têm entendimento diverso!
A autarquia, votou a cidade ao abandono, e não se vê iniciativa que fomente a criação de pólos de riqueza, ficando-se por anúncios do género do Porto - Cidade da Ciência, que geraram papelinhos destes, e destes, declarações destas, e resultados destes, que se realizariam da mesma maneira houvesse ou não houvesse Cidade da Ciência, pois estes eventos não se realizam em meia-dúzia de dias, da mesma maneira que não se tem um planetário fechado no mês de Agosto ou com apenas uma sessão no período de férias escolares, ou que olham para o turismo gastando dinheiro em festas de muito baixa qualidade para emigrantes, ou em projectos de utilidade duvidosa do tipo Museu do Vinho do Porto.
Os poderes públicos, enquanto derramam dinheiro na mudança de andares na AR pelos partidos políticos, em estudos e mais estudos sobre qualquer assunto que acaba por perder a oportunidade dada a morosidade das decisões, que entrega aos afilhados empresas como a CP, RTP ou a ANA, ou que apoiaram e/ou fomentaram todas as decisões que levaram a que os centros financeiros se localizassem a Sul, uma vez que só têm olhos para a capital, esquecendo-se que existe Pais para além de Lisboa, não irão fazer nada pelo que se vê na carruagem.
Os capitães de indústria e do comércio, preferem acumular fortunas em vez de dinamizar o País que os sustenta, só sabem copiar atrasadamente o que se faz lá por fora, têm uma resistência inconcebível ao desenvolvimento de produtos novos, olham para as academias como se fossem fornecedoras de 'borrachos' para as Queimas das Fitas, continuam incapazes de entender que o Porto é a melhor plataforma de movimentação de mercadorias, pela sua posição estratégica em relação ao noroeste peninsular e norte da Europa, continuando a clamar que o Estado lhes faça a papinha afirmando sempre que são contra o estatismo.
No meio de tudo isto, a Baixa agoniza, o Bolhão cai-não-cai, o comércio vai encerrando as portas e lançando para o desemprego mais umas dúzias, as empresas deslocalizam-se para os concelhos limítrofes uma vez que por cá ninguém lhes liga nenhuma, e o espaço que ocupam já está na mira dos construtores civis, o metro anda aos soluços no meio de birras e derrapagens, a água foge das condutas apodrecidas e a cidade agoniza transformando-se lenta mas teimosamente num jardim de pedra.
A falta de uma televisão regional forte, dinamizadora e empenhada e com a pronúncia do Norte, não arranca porque poderá incomodar o Paço, da mesma maneira que incomodou o município que lhe deu golpe fatal nas jogadas palacianas a que está habituado.
Os jornais vão fechando um a um, ou porque são incómodos, ou porque quem não tem dinheiro para comer, não poderá gastá-lo em leituras, ou porque não têm publicidade que os sustente, pois a televisão fica com a parte de leão, deixando as migalhas para os restantes.
A AMP, é um feudo partidário, que serve para trocar favores entre os que por lá se sentam, sem projecto e sem destino à vista.
Os transportes são tratados da maneira mais disparatada possível, pois da famosa Autoridade Metropolitana de Transportes não temos notícias desde 23.01.2004, por isso, fácil é ver de onde, na generalidade vem o desconchavo.
É verdade que poderíamos dar o salto para a frente, mas temo que quanto mais tempo passe, já não valha sequer a pena, pois já teremos chegado ao abismo, e passado a segunda ou terceira cidade do País, se entretanto a Galiza não nos comprar.
No nortadas, o Diogo, que passou por aqui um mês, volta a questionar o papel que o Porto pode e deve desempenhar como pólo dinamizador do País, e estranha o definhar das suas estruturas e o desaparecimento dos seus centros de decisão, questionando o papel da AMP.
Já o Tiago Azevedo Fernandes, em oportuno artigo, em finais do ano transacto, punha o dedo na ferida, desta feita afirmando que a regionalização seria dispensável.
Infelizmente, nos últimos anos, quer a autarquia, quer os poderes públicos, quer os industriais que por cá existem, têm entendimento diverso!
A autarquia, votou a cidade ao abandono, e não se vê iniciativa que fomente a criação de pólos de riqueza, ficando-se por anúncios do género do Porto - Cidade da Ciência, que geraram papelinhos destes, e destes, declarações destas, e resultados destes, que se realizariam da mesma maneira houvesse ou não houvesse Cidade da Ciência, pois estes eventos não se realizam em meia-dúzia de dias, da mesma maneira que não se tem um planetário fechado no mês de Agosto ou com apenas uma sessão no período de férias escolares, ou que olham para o turismo gastando dinheiro em festas de muito baixa qualidade para emigrantes, ou em projectos de utilidade duvidosa do tipo Museu do Vinho do Porto.
Os poderes públicos, enquanto derramam dinheiro na mudança de andares na AR pelos partidos políticos, em estudos e mais estudos sobre qualquer assunto que acaba por perder a oportunidade dada a morosidade das decisões, que entrega aos afilhados empresas como a CP, RTP ou a ANA, ou que apoiaram e/ou fomentaram todas as decisões que levaram a que os centros financeiros se localizassem a Sul, uma vez que só têm olhos para a capital, esquecendo-se que existe Pais para além de Lisboa, não irão fazer nada pelo que se vê na carruagem.
Os capitães de indústria e do comércio, preferem acumular fortunas em vez de dinamizar o País que os sustenta, só sabem copiar atrasadamente o que se faz lá por fora, têm uma resistência inconcebível ao desenvolvimento de produtos novos, olham para as academias como se fossem fornecedoras de 'borrachos' para as Queimas das Fitas, continuam incapazes de entender que o Porto é a melhor plataforma de movimentação de mercadorias, pela sua posição estratégica em relação ao noroeste peninsular e norte da Europa, continuando a clamar que o Estado lhes faça a papinha afirmando sempre que são contra o estatismo.
No meio de tudo isto, a Baixa agoniza, o Bolhão cai-não-cai, o comércio vai encerrando as portas e lançando para o desemprego mais umas dúzias, as empresas deslocalizam-se para os concelhos limítrofes uma vez que por cá ninguém lhes liga nenhuma, e o espaço que ocupam já está na mira dos construtores civis, o metro anda aos soluços no meio de birras e derrapagens, a água foge das condutas apodrecidas e a cidade agoniza transformando-se lenta mas teimosamente num jardim de pedra.
A falta de uma televisão regional forte, dinamizadora e empenhada e com a pronúncia do Norte, não arranca porque poderá incomodar o Paço, da mesma maneira que incomodou o município que lhe deu golpe fatal nas jogadas palacianas a que está habituado.
Os jornais vão fechando um a um, ou porque são incómodos, ou porque quem não tem dinheiro para comer, não poderá gastá-lo em leituras, ou porque não têm publicidade que os sustente, pois a televisão fica com a parte de leão, deixando as migalhas para os restantes.
A AMP, é um feudo partidário, que serve para trocar favores entre os que por lá se sentam, sem projecto e sem destino à vista.
Os transportes são tratados da maneira mais disparatada possível, pois da famosa Autoridade Metropolitana de Transportes não temos notícias desde 23.01.2004, por isso, fácil é ver de onde, na generalidade vem o desconchavo.
É verdade que poderíamos dar o salto para a frente, mas temo que quanto mais tempo passe, já não valha sequer a pena, pois já teremos chegado ao abismo, e passado a segunda ou terceira cidade do País, se entretanto a Galiza não nos comprar.
De: José Pedro Lima - "Debates na Sic Notícias - Matosinhos"
Ontem apanhei a meio o debate entre os candidatos à Camara de Matosinhos na SIC Notícias, realizado no Hotel Sheraton. Pareceu-me boa ideia uma vez que tenho de votar para a Camara de Matosinhos e sinceramente nem conheço os candidatos. Como ponto previo recordo que Matosinhos ficou tristemente célebre pelo episódio da lota, que levou ao falecimento do Professor Sousa Franco, e provocou que não houvesse recandidatura de Narciso Miranda nem de Manuel Seabra. Adiante.
Infelizmente não consigo dizer muito mais sobre o que cada um dos candidatos propõe tal a berraria que se instalou na sala. Aparentemente Guilherme Pinto (PS), o sucessor de Narciso, é o melhor preparado para este estilo de combate onde conseguiu quase sempre silenciar a oposição PSD/PP e CDU. Por outro lado os candidatos nunca conseguiram explicar devidamente o que fariam melhor/diferente da actual gestão camarária e limitaram-se a tentar dar algumas lições de moral ao candidato do PS.
A moderação do debate (?) limitou-se a contar o tempo das intervenções - e bastante mal com evidentes beneficios para o candidato PS e na parte que eu vi colocou apenas uma questão sobre a ausência de sanitários em Matosinhos Sul. Pertinente sem dúvida. No final disse esperar terem sido compreendidas as ideias dos candidatos.... muito mau e bem longe do que a SIC Notícias está habituada a oferecer.
Espero a compreensão dos leitores do blog para tão curta exposição do que foi debatido mas de facto, à parte de uma discussão sobre ribeiros poluidores das praias que podem ou não podem ser imputados à CMM, pouco mais se percebeu no meio da gritaria.
Logo à noite espera-se mais do mesmo com o debate entre os candidatos à Camara de Amarante. Espero que não acordem os hóspedes do Sheraton, porque conhecendo as personagens isso é o mais provável...
Entretanto uma sugestão como o Taf gosta: já que os candidatos são obviamente incapazes de manterem uma conversa civilizada porque não fazer isto à moda dos EUA? O moderador pergunta, o entrevistado tem 1.30 mn para responder e o adversário pode refutar a seguir. Depois trocam. É um moldelo mais monotono admito mas sem duvida ideal para quem não consegue conversar sem desatar aos berros e a interromper os interlocutores. Fica a sugestão para a SIC Notícias....
Entretanto para os candidatos espero que ao menos marquem um novo debate nem que não seja na TV e desta vez sigam o que o povo diz: "QUANDO UM BURRO FALA O OUTRO BAIXA AS ORELHAS!!!!!"
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
Infelizmente não consigo dizer muito mais sobre o que cada um dos candidatos propõe tal a berraria que se instalou na sala. Aparentemente Guilherme Pinto (PS), o sucessor de Narciso, é o melhor preparado para este estilo de combate onde conseguiu quase sempre silenciar a oposição PSD/PP e CDU. Por outro lado os candidatos nunca conseguiram explicar devidamente o que fariam melhor/diferente da actual gestão camarária e limitaram-se a tentar dar algumas lições de moral ao candidato do PS.
A moderação do debate (?) limitou-se a contar o tempo das intervenções - e bastante mal com evidentes beneficios para o candidato PS e na parte que eu vi colocou apenas uma questão sobre a ausência de sanitários em Matosinhos Sul. Pertinente sem dúvida. No final disse esperar terem sido compreendidas as ideias dos candidatos.... muito mau e bem longe do que a SIC Notícias está habituada a oferecer.
Espero a compreensão dos leitores do blog para tão curta exposição do que foi debatido mas de facto, à parte de uma discussão sobre ribeiros poluidores das praias que podem ou não podem ser imputados à CMM, pouco mais se percebeu no meio da gritaria.
Logo à noite espera-se mais do mesmo com o debate entre os candidatos à Camara de Amarante. Espero que não acordem os hóspedes do Sheraton, porque conhecendo as personagens isso é o mais provável...
Entretanto uma sugestão como o Taf gosta: já que os candidatos são obviamente incapazes de manterem uma conversa civilizada porque não fazer isto à moda dos EUA? O moderador pergunta, o entrevistado tem 1.30 mn para responder e o adversário pode refutar a seguir. Depois trocam. É um moldelo mais monotono admito mas sem duvida ideal para quem não consegue conversar sem desatar aos berros e a interromper os interlocutores. Fica a sugestão para a SIC Notícias....
Entretanto para os candidatos espero que ao menos marquem um novo debate nem que não seja na TV e desta vez sigam o que o povo diz: "QUANDO UM BURRO FALA O OUTRO BAIXA AS ORELHAS!!!!!"
Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com
2005/08/30
De: Pulido Valente - "Paulo Morais"
Vai ficar na história por ter sido o primeiro vereador do urbanismo que denunciou pressões, a todos os níveis, para aprovar projectos ilegais.
Este facto deveras importante para a salvação da pátria não foi recebido como devia ser.
Qualquer pessoa mediamente inteligente percebe que uma denúncia deste calibre abre uma nova era na vida do país: ou ninguém liga e tudo fica na mesma – e fica a saber-se que o país não tem solução -, ou finalmente quem tem obrigação de o fazer vai desencadear as acções necessárias para erradicar a corrupção, o compadrio, o tráfico de influências e a preponderância dos interesses partidários.
Parece óbvio que uma revelação destas teria de ter da parte das “forças vivas” uma reacção de agradecimento, reconhecimento e alegria por, finalmente, alguém colocado nas estruturas do poder ter tido a coragem de abrir o livro e começar a contar.
Contrariamente a esta expectativa saudável e eticamente certa as reacções mostraram que a podridão está muito mais fundo e que uma resposta saudável não é já possível. O país está contaminado de alto a baixo pela corrupção e não quer ver os seus privilégios ilegais e mafiosos postos em causa.
No fundo as reacções foram pousar em aspectos laterais e deixaram a questão de fundo de lado, o que é a melhor maneira de confessar que não se quer resolver o assunto.
Que interessa discutir a oportunidade de uma revelação destas quando ela põe em causa todo o sistema?
Ao desviar as atenções e a discussão do assunto para questões laterais, mais uma vez, faz-se o jogo daqueles que se querem manter nas práticas denunciadas. Quer dizer os jornalistas e demais intervenientes neste assunto mais não são que peças da máquina que detém o poder. Poderes esses que, está claro, não querem que a coisa se altere.
Ficámos com a confirmação que faltava.
Para quando o pontapé? JPV
Este facto deveras importante para a salvação da pátria não foi recebido como devia ser.
Qualquer pessoa mediamente inteligente percebe que uma denúncia deste calibre abre uma nova era na vida do país: ou ninguém liga e tudo fica na mesma – e fica a saber-se que o país não tem solução -, ou finalmente quem tem obrigação de o fazer vai desencadear as acções necessárias para erradicar a corrupção, o compadrio, o tráfico de influências e a preponderância dos interesses partidários.
Parece óbvio que uma revelação destas teria de ter da parte das “forças vivas” uma reacção de agradecimento, reconhecimento e alegria por, finalmente, alguém colocado nas estruturas do poder ter tido a coragem de abrir o livro e começar a contar.
Contrariamente a esta expectativa saudável e eticamente certa as reacções mostraram que a podridão está muito mais fundo e que uma resposta saudável não é já possível. O país está contaminado de alto a baixo pela corrupção e não quer ver os seus privilégios ilegais e mafiosos postos em causa.
No fundo as reacções foram pousar em aspectos laterais e deixaram a questão de fundo de lado, o que é a melhor maneira de confessar que não se quer resolver o assunto.
Que interessa discutir a oportunidade de uma revelação destas quando ela põe em causa todo o sistema?
Ao desviar as atenções e a discussão do assunto para questões laterais, mais uma vez, faz-se o jogo daqueles que se querem manter nas práticas denunciadas. Quer dizer os jornalistas e demais intervenientes neste assunto mais não são que peças da máquina que detém o poder. Poderes esses que, está claro, não querem que a coisa se altere.
Ficámos com a confirmação que faltava.
Para quando o pontapé? JPV
De: Ricardo Salazar - "Uma Manhã no D.I.A.P."
Segundo as notícias que nos chegaram enquanto estavamos de férias, hoje é o dia em que o Dr. Paulo Morais irá prestar declarações no Departamento de Acção e Investigação Penal do Porto ( D.I.A.P.).
Considerando a entrevista à Visão, concluímos que – ao contrário do defendido pelo Professor Germano Marques da Silva no Jornal de Noticias – existe matéria mais do que suficiente para se abrir um inquérito penal. Atendendo a que o Ministério Público inicia um processo criminal aquando da noticia de um crime (que pode ser por conhecimento próprio, por intermédio dos orgãos de polícia criminal (por investigação) ou por denúncia - art. 241º C.P.P.), estão mais do que verificados os requisitos bastantes para que tal suceda.
Mesmo que depois se enviem os investigadores para Cabo Verde ou para França ou para outro ostracismo forçado. Se acreditassemos em teorias da conspiração poderíamos estranhar os afastamentos da Procuradora Maria João Morgado e o caso Moderna, ou os Inspectores que conduziram o Apito Dourado e as suas férias em outras paragens. E a forma como o Director da Judiciária caiu com as conversa no Jornal....
É certo que o facto de se não individualizar situações pode contribuir para a criação de uma aura “octáviomachadiana” mas, quem deve ser um dos garantes do Estado de Direito e da coisa Pública, obriga-se a analisar em sede de processo – pois é local indicado - o que se esconde por detrás de frases deliberadamente acusatórias como: “existem projectos que só podem ser aprovados por corruptos ou por atrasados mentais”.
Os corruptos são susceptiveis da aplicação de uma pena – que dada a confiança neles depositada deverá ser a prisão. Os atrasados mentais são, politicamente correcto, entendidos como inimputáveis, devendo-se aplicar uma medida de segurança. E a sua interdição naturalmente.
No entanto, e questões de timing político à parte ou da discutível verdade nas palavras do Dr. Paulo Morais, a sua atitude revela (entre outras coisas como amor ferido e vingança) coragem. Demonstra coragem ao dizer o que todos nós sabemos. O que nos habituamos a verificar cada dia que passa e a calar, pois todos tememos represálias ao agir. Existe também a desculpa de que, por vezes, não temos acesso a provas suficientes para tal.
Mas a (má) obra é feita. E a corrupção é alimentada com taxas altas, prazos de espera de anos, falta de transparência pública dos actos dos serviços, do demasiado poder de alguns funcionários, etc...
Existem desenhadores que têm gabinetes próprios e trabalham em Câmaras Municipais oferecendo garantias de que se forem eles a fazer o projecto este é aprovado. E como este tem erros é enviado para trás. E a culpa é lá do fiscal ou de quem analisa os projectos que quer algum dinheiro, por isso passe para cá mais....
Mas, pelo menos não existe – oficialmente – corrupção em Portugal. Não existe nenhum instituto do Estado que a combata em exclusivo (também, se existisse só servia para lá colocar mais boys).
Sobre a atitude do Dr. Paulo Morais, para além da sua inicial coragem (que, novamente, será mais uma visão pervertida do principio do in dubio pro reu em que, em que o que de facto iremos ter serão novas dúvidas que alguém venha a ser constituído arguido, quanto mais condenado) deve-se realçar que, do ponto de vista jurídico penal, existe a imposição do titular do cargo público (que será equiparado a um funcionário público) de obrigatoriamente denunciar os crimes que presenciou ou que tomou conhecimento.
Tal está previsto e punido segundo os termos dos artigos 242º nº 1, alínea b, do Código de Processo Penal, com remissão para o Artigo 386º, nº 1, alínea c, 2 nº 2, do C.Penal. Caso contrário está o próprio funcionário a cometer um crime que poderá ser qualificado como de abuso de poder, pois violou deveres inerentes às suas funções causando prejuízos a outras pessoas, conforme o Artigo 382º do C.Penal.
Ou como o povo diz, quem cala consente.
Ricardo Salazar
Portuense
Considerando a entrevista à Visão, concluímos que – ao contrário do defendido pelo Professor Germano Marques da Silva no Jornal de Noticias – existe matéria mais do que suficiente para se abrir um inquérito penal. Atendendo a que o Ministério Público inicia um processo criminal aquando da noticia de um crime (que pode ser por conhecimento próprio, por intermédio dos orgãos de polícia criminal (por investigação) ou por denúncia - art. 241º C.P.P.), estão mais do que verificados os requisitos bastantes para que tal suceda.
Mesmo que depois se enviem os investigadores para Cabo Verde ou para França ou para outro ostracismo forçado. Se acreditassemos em teorias da conspiração poderíamos estranhar os afastamentos da Procuradora Maria João Morgado e o caso Moderna, ou os Inspectores que conduziram o Apito Dourado e as suas férias em outras paragens. E a forma como o Director da Judiciária caiu com as conversa no Jornal....
É certo que o facto de se não individualizar situações pode contribuir para a criação de uma aura “octáviomachadiana” mas, quem deve ser um dos garantes do Estado de Direito e da coisa Pública, obriga-se a analisar em sede de processo – pois é local indicado - o que se esconde por detrás de frases deliberadamente acusatórias como: “existem projectos que só podem ser aprovados por corruptos ou por atrasados mentais”.
Os corruptos são susceptiveis da aplicação de uma pena – que dada a confiança neles depositada deverá ser a prisão. Os atrasados mentais são, politicamente correcto, entendidos como inimputáveis, devendo-se aplicar uma medida de segurança. E a sua interdição naturalmente.
No entanto, e questões de timing político à parte ou da discutível verdade nas palavras do Dr. Paulo Morais, a sua atitude revela (entre outras coisas como amor ferido e vingança) coragem. Demonstra coragem ao dizer o que todos nós sabemos. O que nos habituamos a verificar cada dia que passa e a calar, pois todos tememos represálias ao agir. Existe também a desculpa de que, por vezes, não temos acesso a provas suficientes para tal.
Mas a (má) obra é feita. E a corrupção é alimentada com taxas altas, prazos de espera de anos, falta de transparência pública dos actos dos serviços, do demasiado poder de alguns funcionários, etc...
Existem desenhadores que têm gabinetes próprios e trabalham em Câmaras Municipais oferecendo garantias de que se forem eles a fazer o projecto este é aprovado. E como este tem erros é enviado para trás. E a culpa é lá do fiscal ou de quem analisa os projectos que quer algum dinheiro, por isso passe para cá mais....
Mas, pelo menos não existe – oficialmente – corrupção em Portugal. Não existe nenhum instituto do Estado que a combata em exclusivo (também, se existisse só servia para lá colocar mais boys).
Sobre a atitude do Dr. Paulo Morais, para além da sua inicial coragem (que, novamente, será mais uma visão pervertida do principio do in dubio pro reu em que, em que o que de facto iremos ter serão novas dúvidas que alguém venha a ser constituído arguido, quanto mais condenado) deve-se realçar que, do ponto de vista jurídico penal, existe a imposição do titular do cargo público (que será equiparado a um funcionário público) de obrigatoriamente denunciar os crimes que presenciou ou que tomou conhecimento.
Tal está previsto e punido segundo os termos dos artigos 242º nº 1, alínea b, do Código de Processo Penal, com remissão para o Artigo 386º, nº 1, alínea c, 2 nº 2, do C.Penal. Caso contrário está o próprio funcionário a cometer um crime que poderá ser qualificado como de abuso de poder, pois violou deveres inerentes às suas funções causando prejuízos a outras pessoas, conforme o Artigo 382º do C.Penal.
Ou como o povo diz, quem cala consente.
Ricardo Salazar
Portuense
De: Pedro Lessa - "A(O) nossa(o) Baixa."
Após mais uma leitura do Baixa, gostava de fazer um comentário ao texto de Teófilo M. sobre o Bolhão (aliás penso que este blog será mesmo o sitio indicado para discutirmos os problemas da baixa e não a incompetência de um vereador de urbanismo a espalhar-se ao comprido numa entrevista).
Quando se discute a revitalização da nossa baixa (e as outras também mas a nossa é gritante) continuam a propor-se soluções que ao contrário de a desenvolver e a tornar atractiva, só a desertificam e a estragam com posturas abstractas. Mais uma linda opinião deste presidente de câmara.
De uma maneira geral é comum ouvir-se que para determinados edifícios ou locais a solução passará por hotéis e habitações, etc etc …
A nossa câmara esquece-se que o Bolhão é precisamente um local que serve a população, portanto um equipamento, para as futuras intervenções na baixa (as tais que vão trazer mais habitação, etc). Naturalmente que precisa de ser remodelado (lembram-se que já se pagou 140 mil contos por um projecto de remodelação?)
É por estas descoordenadas opiniões que se percebe que a estratégia para a chamada revitalização da baixa não existe. Estas situações não se resolvem só com as SRUs (ainda não deu para perceber a sua eficácia, mas enfim cá estaremos para ver).
Muito mais haveria a fazer na baixa no imediato. Por exemplo, como indica David Afonso no seu post, a limpeza das ruas que a continuar assim, sempre que se quiser ir à baixa só de galochas tal é a porcaria (mas não, é preferível multar os carros, mais uma vez uma medida desconexa, que só afasta quem lá vai).
Quando as pessoas começarem a vir morar para a baixa (assim todos o esperamos) e mesmo para os que já lá vivem, onde vão depois fazer as suas compras? Ah pois vão aos shoppings!! Será assim que se revitaliza uma baixa, com medidas avulsas?
Dou mais uma vez exemplos de cidades europeias: Madrid, Londres com os seus mercados tradicionais, e o de Barcelona lindíssimo e cheio de pessoas como pude constatar.
Existem de facto vários exemplos meu caro Teófilo M, basta apenas os nossos decisores os estudarem. Partilho as suas dúvidas nesta notícia do Bolhão (aliás fiquei boquiaberto).
Penso que para resolver muitos dos problemas da baixa, nomeadamente o comércio tradicional, a estratégia a seguir não é muito difícil de perceber (não sei em que ocupam o tempo os ex.mos vereadores). Basta dar às pessoas que querem ir à baixa as mesmas condições que lhes são oferecidas numa visita aos shoppings. Ruas limpas, seguras, estacionamento se não gratuito mais acessível (1.20 € nos parques ???), abrigadas da chuva (falou-se em cobrir certas ruas), diálogo com os comerciantes para reformulação de horários e mesmo iniciativas conjuntas com os mesmos, pólos de atracção variados (em Madrid existem ruas só com cinemas por exemplo), enfim, uma série de medidas que dão trabalho pois dão mas é para isso que os senhores lá estão.
É muito fácil dar tudo à iniciativa privada.
Quanto ao tema Urbanismo, e para não me alongar muito na discussão do lamentável Vereador, mais uma vez é só aprender com o que os outros fazem lá fora (somos um país que parece não conseguir ter ideias). Em Espanha um projecto de licenciamento só entra numa câmara depois de o processo ser revisto e analisado pela Ordem dos Arquitectos. È por isso que eles são aprovados em 5 (cinco!!) dias. E mais, para se evitar que maus arquitectos consigam trabalhos com grandes descontos nos honorários, é a própria Ordem que regula os pagamentos. As pessoas pagam à Ordem e a Ordem paga aos arquitectos evitando o desrespeito da tabela de honorários em vigor.
É simples não é? Imaginem a carga de trabalhos que as nossas câmaras evitavam de ter com pesadas estruturas de pessoal, de instalações e por aí adiante. E assim se evitava também as pressões nos ombros dos nossos vereadores coitadinhos…..
Cumprimentos portuenses a todos.
P.S. – Interessante, meu caro TAF, a sua sugestão da abertura de um novo espaço na ribeira. A publicidade é sempre necessária. Existem mais sabe, como o de onde este modesto “escriba” vos escreve. Perdoe-me o lamento, mas nossa baixa somos tão maltratados…
Pedro Santos Lessa
pedrolessa@a2mais.com
--
Nota de TAF - Meu caro, o vosso site tem uma falha imperdoável: não diz a morada! ;-)
Já tenho feito algumas "micro-reportagens" e o blog está à disposição de quem quiser escrever (mesmo com fins comerciais) sobre espaços na Baixa.
Quando se discute a revitalização da nossa baixa (e as outras também mas a nossa é gritante) continuam a propor-se soluções que ao contrário de a desenvolver e a tornar atractiva, só a desertificam e a estragam com posturas abstractas. Mais uma linda opinião deste presidente de câmara.
De uma maneira geral é comum ouvir-se que para determinados edifícios ou locais a solução passará por hotéis e habitações, etc etc …
A nossa câmara esquece-se que o Bolhão é precisamente um local que serve a população, portanto um equipamento, para as futuras intervenções na baixa (as tais que vão trazer mais habitação, etc). Naturalmente que precisa de ser remodelado (lembram-se que já se pagou 140 mil contos por um projecto de remodelação?)
É por estas descoordenadas opiniões que se percebe que a estratégia para a chamada revitalização da baixa não existe. Estas situações não se resolvem só com as SRUs (ainda não deu para perceber a sua eficácia, mas enfim cá estaremos para ver).
Muito mais haveria a fazer na baixa no imediato. Por exemplo, como indica David Afonso no seu post, a limpeza das ruas que a continuar assim, sempre que se quiser ir à baixa só de galochas tal é a porcaria (mas não, é preferível multar os carros, mais uma vez uma medida desconexa, que só afasta quem lá vai).
Quando as pessoas começarem a vir morar para a baixa (assim todos o esperamos) e mesmo para os que já lá vivem, onde vão depois fazer as suas compras? Ah pois vão aos shoppings!! Será assim que se revitaliza uma baixa, com medidas avulsas?
Dou mais uma vez exemplos de cidades europeias: Madrid, Londres com os seus mercados tradicionais, e o de Barcelona lindíssimo e cheio de pessoas como pude constatar.
Existem de facto vários exemplos meu caro Teófilo M, basta apenas os nossos decisores os estudarem. Partilho as suas dúvidas nesta notícia do Bolhão (aliás fiquei boquiaberto).
Penso que para resolver muitos dos problemas da baixa, nomeadamente o comércio tradicional, a estratégia a seguir não é muito difícil de perceber (não sei em que ocupam o tempo os ex.mos vereadores). Basta dar às pessoas que querem ir à baixa as mesmas condições que lhes são oferecidas numa visita aos shoppings. Ruas limpas, seguras, estacionamento se não gratuito mais acessível (1.20 € nos parques ???), abrigadas da chuva (falou-se em cobrir certas ruas), diálogo com os comerciantes para reformulação de horários e mesmo iniciativas conjuntas com os mesmos, pólos de atracção variados (em Madrid existem ruas só com cinemas por exemplo), enfim, uma série de medidas que dão trabalho pois dão mas é para isso que os senhores lá estão.
É muito fácil dar tudo à iniciativa privada.
Quanto ao tema Urbanismo, e para não me alongar muito na discussão do lamentável Vereador, mais uma vez é só aprender com o que os outros fazem lá fora (somos um país que parece não conseguir ter ideias). Em Espanha um projecto de licenciamento só entra numa câmara depois de o processo ser revisto e analisado pela Ordem dos Arquitectos. È por isso que eles são aprovados em 5 (cinco!!) dias. E mais, para se evitar que maus arquitectos consigam trabalhos com grandes descontos nos honorários, é a própria Ordem que regula os pagamentos. As pessoas pagam à Ordem e a Ordem paga aos arquitectos evitando o desrespeito da tabela de honorários em vigor.
É simples não é? Imaginem a carga de trabalhos que as nossas câmaras evitavam de ter com pesadas estruturas de pessoal, de instalações e por aí adiante. E assim se evitava também as pressões nos ombros dos nossos vereadores coitadinhos…..
Cumprimentos portuenses a todos.
P.S. – Interessante, meu caro TAF, a sua sugestão da abertura de um novo espaço na ribeira. A publicidade é sempre necessária. Existem mais sabe, como o de onde este modesto “escriba” vos escreve. Perdoe-me o lamento, mas nossa baixa somos tão maltratados…
Pedro Santos Lessa
pedrolessa@a2mais.com
--
Nota de TAF - Meu caro, o vosso site tem uma falha imperdoável: não diz a morada! ;-)
Já tenho feito algumas "micro-reportagens" e o blog está à disposição de quem quiser escrever (mesmo com fins comerciais) sobre espaços na Baixa.
De: Paulo Espinha - "Um arrufo de namorados..."
Caríssimos,
Antes demais, a entrevista de Paulo Morais à Visão não será apenas um arrufo de namorados?
Duas questões:
Que concluímos acerca dos intervenientes? Cada um que encontre a resposta e, tal como no filme do Wong Kar Way, a segrede no buraco do templo mais próximo...
Antes demais, a entrevista de Paulo Morais à Visão não será apenas um arrufo de namorados?
Duas questões:
- a) não devemos aceitar críticas de quem diz que faz, mas sim de quem faz mesmo;
- b) um verdadeiro suícida nunca diz antes que se vai suicidar.
Que concluímos acerca dos intervenientes? Cada um que encontre a resposta e, tal como no filme do Wong Kar Way, a segrede no buraco do templo mais próximo...
De: Teófilo M. - "Hospital pediátrico!!!!"
Mas afinal o que é isto? Não lhes chega andarem a gozar com a cidade desde 1977, para agora darem um nó cego ao projecto inicial e distribuir as valências do Centro Materno-Infantil pelos arredores?!
Ninguém já se recorda, que inicialmente o Centro serviria para encerrar os serviços de pediatria do Hospital Maria Pia e Hospital Geral de Santo António, e aliviar a pressão da obstetrícia do Hospital de S. João, libertando-o posteriormente do espaço ocupado e canalizando-o para outras valências?
Será que os obstetras não concordam que nos partos onde ocorram complicações, será muito mais perigoso actuar sobre o recém-nascido, se não existirem serviços pediátricos adequados, e a pulverização desse tipo de serviços será um desperdício de médicos, equipamentos, espaços hospitalares e dinheiros públicos.
Por outro lado, ao entrarem em linha de conta com a redução de partos, estarão a dizer que vão deixar a cidade estagnar ou até desaparecer, e que os tão propalados planos de repovoamento e chamamento ao Porto de casais jovens, é apenas fogo de artíficio para inglês ver em período de eleições?!
Entendo perfeitamente que os municípios vizinhos se disponibilizem para oferecer espaços, pois é essa a sua função, face ao imobilismo que grassa nesta cidade dirigida por gente que não merecia sequer ter cá nascido.
Será que a ARS está a zelar pelo interesse do País, ou apenas pelo interesse da classe médica em ter mais uns lugarinhos para trabalhar e umas equipezinhas para chefiar?
Numa altura em que a Trans-Saúde ainda não saíu do concurso público, em que documentos se baseia a ARS para emitir esse tipo de pareceres, e com quem dialogou para saber dos projectos que estão destinados para o Porto, pelas diferentes forças políticas concorrentes à autarquia?
Como é que a ARS tem lata para indicar que há uma possibilidade do Hospital Pediátrico ser construído junto do S. João ou Pedro Hispano, para logo a seguir vir dizer que ambas as soluções tem defeitos, a primeira pela sobrecarga de valências na Asprela e a segunda por não ser recomendada pela localização!!!!
Haja pachorra para este tipo de estudos, já parecem os da OTA ou TGV de que ninguém sabe, nem tampouco tem conhecimento.
Telenovela para seguir com atenção.
Cumprimentos
Teófilo M.
Ninguém já se recorda, que inicialmente o Centro serviria para encerrar os serviços de pediatria do Hospital Maria Pia e Hospital Geral de Santo António, e aliviar a pressão da obstetrícia do Hospital de S. João, libertando-o posteriormente do espaço ocupado e canalizando-o para outras valências?
Será que os obstetras não concordam que nos partos onde ocorram complicações, será muito mais perigoso actuar sobre o recém-nascido, se não existirem serviços pediátricos adequados, e a pulverização desse tipo de serviços será um desperdício de médicos, equipamentos, espaços hospitalares e dinheiros públicos.
Por outro lado, ao entrarem em linha de conta com a redução de partos, estarão a dizer que vão deixar a cidade estagnar ou até desaparecer, e que os tão propalados planos de repovoamento e chamamento ao Porto de casais jovens, é apenas fogo de artíficio para inglês ver em período de eleições?!
Entendo perfeitamente que os municípios vizinhos se disponibilizem para oferecer espaços, pois é essa a sua função, face ao imobilismo que grassa nesta cidade dirigida por gente que não merecia sequer ter cá nascido.
Será que a ARS está a zelar pelo interesse do País, ou apenas pelo interesse da classe médica em ter mais uns lugarinhos para trabalhar e umas equipezinhas para chefiar?
Numa altura em que a Trans-Saúde ainda não saíu do concurso público, em que documentos se baseia a ARS para emitir esse tipo de pareceres, e com quem dialogou para saber dos projectos que estão destinados para o Porto, pelas diferentes forças políticas concorrentes à autarquia?
Como é que a ARS tem lata para indicar que há uma possibilidade do Hospital Pediátrico ser construído junto do S. João ou Pedro Hispano, para logo a seguir vir dizer que ambas as soluções tem defeitos, a primeira pela sobrecarga de valências na Asprela e a segunda por não ser recomendada pela localização!!!!
Haja pachorra para este tipo de estudos, já parecem os da OTA ou TGV de que ninguém sabe, nem tampouco tem conhecimento.
Telenovela para seguir com atenção.
Cumprimentos
Teófilo M.
De: TAF - "O debate?"
- Ateneu reúne candidatos a 13 de Setembro - falta só a resposta de Rui Rio...
- Ateneu quer mostrar espólio à cidade - site oficial aqui.
- Eleições condicionam reentré - Imobilismo pede nova atitude
- Hospital pediátrico em vez do Centro Materno-Infantil - Cronologia - "as câmaras da Maia e de Valongo já se disponibilizaram para ceder terrenos" - continua o assédio.
- Fim do acordo entre STCP e privados penaliza utentes
- Voltamos ao problema da "estratégia para a região"...
- Mais ou menos "off-topic": Por que é que esta "LP-Brothers Venture Capital", que quer comprar tudo e mais alguma coisa, apesar de já ter andado cá por Portugal, me parece uma história mal contada?
- Ateneu quer mostrar espólio à cidade - site oficial aqui.
- Eleições condicionam reentré - Imobilismo pede nova atitude
- Hospital pediátrico em vez do Centro Materno-Infantil - Cronologia - "as câmaras da Maia e de Valongo já se disponibilizaram para ceder terrenos" - continua o assédio.
- Fim do acordo entre STCP e privados penaliza utentes
- Voltamos ao problema da "estratégia para a região"...
- Mais ou menos "off-topic": Por que é que esta "LP-Brothers Venture Capital", que quer comprar tudo e mais alguma coisa, apesar de já ter andado cá por Portugal, me parece uma história mal contada?
2005/08/29
De: TAF - "Apontadores ao fim da tarde"
- Ateneu Comercial comemora 136 anos
- Moradores do Bairro Rainha D. Leonor preocupados com futuro das suas habitações
- Linha de metro deverá chegar ao aeroporto no final do ano
- Comissão 'chumbou' estudo de impacte ambiental da Ota
- Moradores do Bairro Rainha D. Leonor preocupados com futuro das suas habitações
- Linha de metro deverá chegar ao aeroporto no final do ano
- Comissão 'chumbou' estudo de impacte ambiental da Ota
2005/08/28
De: Teófilo M. - "Pressões"
A Patrícia Gonçalves fez bem em recordar a entrevista de PM ao PJ em Janeiro do corrente ano, pois torna ainda mais fácil analisar o assunto.
PM, diz em Janeiro que existem pressões mas... que a maior parte delas são compreensíveis, embora algumas sejam ilegítimas sob o ponto de vista de quem as faz.
Quem está em lugares de decisão, sofre sempre pressões, resta saber se essas pressões são:
Ninguém por aqui tem alegado que o pelouro do Urbanismo não é propício a negócios menos claros, mas o que me parece muito escuro, é que só agora PM tenha resolvido voltar à carga, sobre um assunto onde tinha obrigação de ter actuado, ou não seja ele o vereador com o dito pelouro.
Não chega à mulher de César ser séria...
Cumprimentos
Teófilo M.
PM, diz em Janeiro que existem pressões mas... que a maior parte delas são compreensíveis, embora algumas sejam ilegítimas sob o ponto de vista de quem as faz.
Quem está em lugares de decisão, sofre sempre pressões, resta saber se essas pressões são:
- Hipótese 1 - simples pedidos que nem sequer deviam existir se os serviços trabalhassem em condições e despachassem a tempo e horas;
- Hipótese 2 - pressões para acelerar um despacho, passando-o para a frente de outros processos que já não deviam lá estar - pressão que sendo ilegítima é compreensível;
- Hipótese 3 - pressões passíveis de denúncia nos locais próprios (IGAT, MP, PJ) por caírem na área do suborno ou ameaça.
Ninguém por aqui tem alegado que o pelouro do Urbanismo não é propício a negócios menos claros, mas o que me parece muito escuro, é que só agora PM tenha resolvido voltar à carga, sobre um assunto onde tinha obrigação de ter actuado, ou não seja ele o vereador com o dito pelouro.
Não chega à mulher de César ser séria...
Cumprimentos
Teófilo M.