2011-11-13
Declaração de voto feita na A.G. da SRN da o.a. no dia 17 de Novembro de 2011 contra o plano de actividades para 2012
Voto contra porque neste plano não se enfrenta a situação miserável em que se encontra a prática profissional devido: 1- às leis e planos (P.D.M.s etc.) estúpidos, incultos, burocráticos, que impedem a criatividade do arquitecto, e também 2 - à maneira como os projectos são vandalizados e reduzidos a transcrições de regras mal interpretadas, ou inventadas, dos textos legais, pelos funcionários e políticos; sem qualquer valor intelectual e cultural, nos serviços das câmaras e demais intervenientes na "apreciação" dos projectos, sublinhando especialmente a participação e responsabilidade dos arquitectos que dessas entidades e serviços fazem parte.
Não há qualquer frente de luta pela dignificação da profissão e pela correcção da prática profissional com responsabilidade civil, moral/ética e deontológica de TODOS os arquitectos, trabalhem eles onde trabalhem. A classe está na merda e parece (pelo texto apresentado) que estamos todos - mas não estamos todos - na corte de Luís XIV num baile a dançar a "gavotte" sem preocupações sociais, desconhecendo a vida fora do palácio. Não somos uma organização amadora, columbófila ou banda de música, temos problemas gravíssimos de realização profissional até na concorrência entre arquitectos. Abusos de uns, os dos serviços, contra os direitos dos outros, os profissionais liberais e dos patrões contra os empregados.
Não se vê neste plano qualquer preocupação com a situação calamitosa da profissão que pouco mais será que uma classe de desenhadores com mestrado.
José Pulido Valente
nº 8604 srn
O mesmo governo que assume dívidas da RTP continua a afundar a Metro do Porto no sorvedouro da dívida insustentável.
«Autorizo, conforme ficha técnica anexa:
1 — A contratação e a concessão da garantia pessoal do Estado para cumprimento das obrigações de capital e juros do empréstimo da Metro do Porto, S. A., (2010 -2015) de 100 milhões de euros, nos termos da base XIII das bases da concessão do sistema de metro ligeiro do Porto, aprovadas pelo Decreto -Lei n.º 394 -A/98, de 15 de Dezembro, na sua actual redacção, e do n.º 1 do artigo 15.º da Lei n.º 112/97, de 16 de Setembro.
2 — A fixação da taxa de garantia em 0,2 % ao ano.
18 de Outubro de 2011. — A Secretária de Estado do Tesouro e das
Finanças, Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque.
Ficha técnica
Tipo de operação — contrato de mútuo.
Finalidade — cobertura financeira do plano de investimentos.
Mutuário — Metro do Porto, S. A.
Garante — República Portuguesa.
Montante — € 100 000 000.
Mutuante — Banco Comercial Português, S. A. (Millennium BCP).
Utilização — de uma só vez na data de contratação.
Taxa de juro — indexada à Euribor 3M com um spread de 5,5 %.
Periodicidade — os juros serão pagos trimestral e postecipadamente.
Prazo — 12 meses.
Reembolso — bullet.»
(Diário da República, 2.ª série — N.º 219 — 15 de Novembro de 2011)
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Nota de TAF: por coincidência eu também tinha comentado este assunto no Twitter, há dias. Se o Estado dá garantia ao BCP para a Metro obter empréstimo, mas se também tem de dar garantias para que o BCP se consiga financiar para poder emprestar, o BCP está a mais ali no meio.
Sobre o negócio do Aleixo, junto posição do grupo municipal do Porto do BE.
Cumpts. José Machado de Castro
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Vítor Raposo, sócio da CMP no negócio do Aleixo, com mandado de detenção… Rui Rio deve explicações à cidade sobre os negócios que faz… e com quem os faz
As recentes notícias que dão conta da iminente detenção, por delitos na atividade imobiliária, de Vítor Raposo, empresário que detém 60% (correspondentes a três milhões e seiscentos mil euros) das participações do Fundo de Investimento Imobiliário denominado INVESURB, chamam de novo a atenção para o escandaloso negócio imobiliário que envolve Rui Rio e a coligação PSD/CDS-PP da Câmara do Porto.
O caso já remonta a 2008, sem que as chamadas de atenção do BE ao Ministro das Finanças e à CMVM tenham tido resposta adequada. O fundo INVESURB, do qual também fazem parte a ESPART (do grupo Espírito Santo) com 30% do capital e a Câmara Municipal do Porto com 10% dos seis milhões de euros do valor inicial do fundo, foi constituído em 15/11/2010, e tem como objectivo principal (artigo 8º do Regulamento de Gestão aprovado pela CMVM em 07/10/2010) “a promoção imobiliária dos terrenos sitos na freguesia de Lordelo do Ouro, Porto, conhecidos por Bairro do Aleixo e classificados como Área de Reabilitação Urbana”. E é gerido pela GESFIMO – Espírito Santo Irmãos, sociedade de fundos de investimento imobiliários.
... Ler o resto em PDF.
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Nota da TAF: Há aqui algo que me escapa. Se afinal os accionistas têm participação no fundo em percentagens diferentes das que estavam previstas nos documentos aprovados em Assembleia Municipal, este contrato é legal? Ou seja, não estaremos perante um negócio nulo pelo facto de eventualmente o Executivo da CMP ter assinado compromissos diferentes daqueles para os quais estava mandatado?
Sinceramente acho que as iluminações de Natal ou são algo de bom e bem feito, ou não trazem mais-valia nenhuma para a Cidade. Mas num ano cortam 60%, no ano seguinte cortam + 50%, e o Vereador ainda tem a lata de afirmar: “Temos também que dar algum estímulo ao comércio local. O turismo está a crescer. O esforço de poupança feito ao longo dos anos permitiu-nos amealhar antes para gastar depois”
Então fizeram poupança e cortam 60% num ano e no ano seguinte cortam 50%?! Ou será o contrário: PORQUE NÃO FIZERAM POUPANÇA num ano tiveram de cortar 60% e no ano seguinte tiveram de cortar 50%. O DINHEIRO É TODO GASTO NO CIRCUITO DA BOAVISTA... Aí nunca há poupança, para o resto ficam migalhas. É verdade que o Porto tem cada vez mais turismo, mas isso devemos à beleza da nossa Cidade e ao Aeroporto do Porto e as suas Low Costs. A Câmara infelizmente pouco fez...
Em relação ao tráfego transfronteiriço o melhor é ver os números do Observatório Transfronteiriço Portugal-Espanha. Valença-Tui é claramente a fronteira mais utilizada seguida a sul pela de Ayamonte e depois Vilar Formoso. No tráfego de passageiros a mais importante é novamente Valença-Tui e no de mercadorias é Vilar Formoso. Caia-Badajoz fica bastante abaixo de qualquer das citadas qualquer que seja o ângulo de análise. Percebe-se pouco, na realidade, a prioridade dada ao TGV Lisboa-Badajoz-Madrid a não ser por razões de umbiguismo e parvoíce centralista.
P.S. – Caro Daniel Rodrigues, dou-lhe de barato as suas médias salariais e o número de empregados da Metro do Porto. Isso apesar das contradições no próprio relatório e de ter que engolir uns batráquios do tamanho de Rui Rio, Valentim Loureiro e Guilherme Pinto e considerá-los como “empregados” da empresa. O que interessa é o facto de a MP não ser tão eficiente operacionalmente como os directores em duplicado se arrogam. Sabe também muito bem que quando me refiro ao paradigma neo-liberal não me estou a referir à qualidade dos pdf’s. Eu sou funcionário da CP, EPE e já muitas vezes aqui e noutros lados a critiquei. Digo-lhe também que isso já me presenteou com alguns telefonemas ao meu chefe para perceberem quem sou. Mas também é meu dever defendê-la quando merece ser defendida. Cumprimentos :-).
António Alves
Em relação a este assunto, acho que nunca foi bem explicado... E acima de tudo o que me leva a ter mais suspeitas é que um negócio destes sempre foi feito muito à pressa, com poucas explicações e poucos detalhes e sem qualquer timing definido.
Sinceramente espero que sejam pedidas todas as explicações ao Executivo e não basta um mero comunicado; Rui Rio, a Vereadora da Habitação e o anterior Vereador do Urbanismo, têm muito que explicar... É que já começam a ser muitas coisas estranhas... Foi o negócio e a entrega dos terrenos do Parque da Cidade a um clube desportivo, são a entrega do património municipal a uns fundos que ninguém entende, agora isto?! Já começa a ser coisa a mais.
António Ferreira
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Nota de TAF: notícia acabada de sair no Porto 24 - Rui Rio garante “tudo fazer” para concretizar projecto do Bairro do Aleixo
Caro Alexandre:
Permita-me questionar o estudo citado, primeiro porque não percebo de que modo vê a A5 como travessia fronteiriça, e segundo porque duvido dos valores apresentados. Segundo os valores disponibilizados pelas concessionárias ao InIR, e disponíveis no site no InIR, temos, para as principais travessias fronteiriças nascente-poente:
- A6 (Sublanço Caia – Fronteira do Caia) - 8665
- A25 (Sublanço Pínzio – Alto do Leomil) - 8687
- A22 (Sublanço Monte Gordo – Castro Marim) - 9861
Nas restantes travessias temos a A24 com 3712, a A3 com 6806 e a A28 com 6449.
Nelson Bento Pereira
Caro Tiago Azevedo Fernandes,
Há muito que leio o seu blog "A Baixa do Porto", pois como portuense interesso-me pelos assuntos da minha cidade, apesar de aí não viver. Nunca ousei escrever, mas julgo que esta é uma boa oportunidade para dizer algumas coisas, a propósito das notícias ontem publicadas sobre a detenção de Duarte Lima, Pedro Lima e das buscas domiciliárias a Vítor Raposo, que apenas não foi detido por se encontrar no estrangeiro.
Como todos sabem, Vítor Raposo será detentor de 60% do Fundo de Investimento Imobiliário constituído pela CMP para demolir o Aleixo. Aqueles que olham para o Aleixo apenas pelo gravíssimo problema que o caracteriza aplaudiram desde cedo a demolição, sem nunca questionar o ruinoso negócio para a cidade. Noutras situações, criaram-se movimentos de cidadãos - casos do Bolhão, do Bom Sucesso ou dos Jardins do Palácio de Cristal - que procuraram contrariar as decisões municipais. Mas no Aleixo o problema da criminalidade funcionou como um entrave à movimentação das massas, pois ninguém quis ou quer ficar com o anátema de defender esse bairro e os seus moradores.
Acontece que aquele valiosíssimo terreno será entregue de mão beijada a um "gang" que terá altíssimos dividendos à custa do patrimonio municipal, numa operação cujo financiamento é em tudo idêntico àquele que ocorreu em Oeiras. Para terminar, deixo-lhe aqui, em anexo, um artigo publicado em tempos na revista Sábado e transcrevo apenas uma pequena parte sobre Vítor Raposo, para depois deixar uma pergunta à sua consideração.
«(...) o filho de Duarte Lima é ainda vogal do conselho de administração da Dulivira, Investimenros Imobiliários, S.A., presidida por Vítor Igreja Raposo, o seu sócio no fundo Homeland, que também apresentou baixos rendimento ao Fisco por conta de outrem. Em 2007 foram 34.128 euros e, em 2008, 31.307 euros. Registada em Abril de 2005, a Dulivira tinha, no final de 2008, quase 10 milhões de euros de dívidas a terceiros, a médio e longo prazo e, um saldo líquido que acumulava prejuízos nos três anos, desde 2006: respectivamente 275 mil, 181 mil e outros 181 mil euros. No entanto, a Dulvira adquiriu, no final de 2005, terrenos com um forte potencial urbanístico em Vila Nova de Gaia. O negócio de 15 hectares envolveu 28 milhões de euros prevendo o contrato o direito de cedência da posição da empresa a um fundo imobiliário semelhante ao Homeland, desta vez gerido pela GESFIMO, Espírito Santo Irmãos - a mesma gestora que surgiu no ano passado [2009] associada a Vítor Raposo e à Câmara Municipal do Porto, no negócio de aquisição dos terrenos onde está hoje o degradado bairro do Aleixo.»
Como é possível que alguém, com tão parcos recursos, apareça à frente de 60% do Fundo Imobiliário do Aleixo? Aos portuenses apenas peço para que abram os olhos!
José Sousa
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Nota da TAF: Aproveito para lembrar alguns dados sobre o negócio do Aleixo que publiquei em 2008.
- Exposição "A Metamorfose da Matéria" de José Rodrigues, sugestão da Fundação Escultor José Rodrigues
- Apresentação do livro "O mundo no chão", Sábado às 16h00, convite de Nuno Casimiro
- Estou cheio de ser roubado, sugestão de Dario Silva
- As ruas que derramam carros, sugestão de Miguel Barbot
- A ressurreição de Tchaikovsky no Rivoli
- Startup Pirates Battle: Batalhas de empreendedorismo chegam ao Porto - Eu não digo? O que falta é empreendedorismo dos detentores de capital. Já escrevo isso desde 2003, o problema não é de hoje.
- "Esta lembrança do TAF dá que pensar... Aquele negócio, que nunca foi bem explicado, sempre foi estranho. Mas o que me preocupa é que vamos ter mais 2 anos de Porto parado e sem qualquer oposição... Como é possível?", comentário de Carlos Oliveira
Li hoje numa publicação do ACP qual é a relação de tráfego médio diário entre a A5 e a A6, isto é, as principais entradas e saídas de Portugal rodoviárias:
- A5 – 89.609
- A6 – 4.872
Bem sei que os dados rodoviários não terão uma leitura directa com a relação ferroviária, contudo tão grande diferença é bem exemplificativa da opção da linha do TGV a Sul pelo Poceirão... Há razões que a razão desconhece.
Alexandre Burmester
Atendendo às notícias de hoje relativas ao caso de Duarte Lima / BPN, onde aparece destacado o nome de Vítor Raposo (o promotor do fundo de investimento que supostamente iria avançar no Aleixo financiado pelo BES), Rui Rio continuará a insistir na tese de que o negócio se vai concretizar?
Caro Tiago,
Quando hoje lemos a entrada do Dr. Rui Moreira (julgamos que na qualidade de presidente da SRU!?) fomos invadidos por um sentimento unânime e misto de satisfação e de tristeza. O primeiro porque, apesar de sabermos que é habitual o seu comentário neste “fórum”, é sempre bom verificarmos que do outro lado da linha de pensamento ainda existe alguém e, no caso, alguém com opinião própria (mesmo sabendo o que o Dr. Rui Rio pensa sobre aqueles que aqui escrevem e que ele julga lhe deverem vassalagem). O segundo porque, como o próprio Dr. Rui Moreira diz, todas as acções que se encontram em desenvolvimento precederam a sua nomeação e será difícil concordar com todas ou alterá-las, até para uma pessoa de espírito aberto e verdadeiro como é o actual Presidente da SRU. Recomendará a prudência um outro recato, pelo menos até poder mudar alguma coisa para melhor, qualquer coisa… O seu silêncio não nos estava a incomodar. Mas, a conselho do próprio, fomos (mais uma vez) buscar informação ao site da SRU.
- É pois, verdade que o mandato do actual CA da Porto Vivo acaba no final deste ano, porque com a última nomeação deve ter havido uma redução desse período, que aqui nestes estatutos disponibilizados, ainda está com quatro anos. Aliás, o mesmo nº 2 do art. 7º refere um “sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 11.º”, que não existe. Diga-se em abono da verdade que à semelhança da demais forma de comunicar da SRU para o exterior, este documento é tão miserável que nem data tem. Ainda nesse âmbito, faz bem o Dr. Rui Moreira reforçar a informação da participação accionista da SRU, porque há elementos do seu Conselho Consultivo que não conhecem as percentagens. Esperamos nós que ao número de elementos que integram o CA sejam feitas as alterações condizentes com a actual situação política e económica do País, reduzindo-o.
- Em nossa opinião a Lei das Rendas não é o principal responsável pela ruína dos edifícios do CHP, caso contrário, a julgar pelas notícias, pelo menos metade estará disponível para reabilitar uma vez que se encontram vazios, conforme os Censos 2011 confirmam. Existem dois outros factores que têm contribuído de forma discreta (porque ofuscada pelo congelamento das rendas) mas decisiva para o avolumar da degradação: a demagogia e a burocracia. O primeiro reflecte o pensamento tacanho e irresponsável de não intervenção em propriedade privada, nem mesmo nos casos em que se encontra classificado como Património da Humanidade, de Interesse Público ou Municipal. Se assim é, para quê manter a classificação, uma vez que o resultado está bem à vista e as declarações do Dr. Rui Rio, por ex., sobre o “Cinema Batalha” não nos desmentem. O segundo refere-se ao excesso de legislação errada e desadequada (em todos os aspectos) a um centro histórico como o do Porto. Repare-se que neste momento “limpar” a casa no CHP requer o procedimento administrativo de Licença de Obras de Edificação. A reabilitação urbana foi consagrada na legislação como um desígnio nacional e julgamos, tal como o Dr. Rui Moreira, que isso deveria reflectir o correspondente investimento público do Estado, dada a gravidade da situação.
- Em matéria de despesas desajustadas, nem a CMP ou a Porto Vivo são exemplo para ninguém. Possuir três carros de gama média/alta ao serviço particular dos administradores, pagar as indemnizações e expropriações feitas nos quarteirões prioritários ou contratar projectos e demais serviços aos preços aqui indicados, não parece muito saudável… Antes, saber canalizá-los, como diz o presidente da SRU, é que é magia.
- O projecto referente ao Quarteirão do Corpo da Guarda não tem defesa possível. Tratando-se de um de muitos desvarios do arq. Rui Loza, quando ainda era apenas técnico da SRU, seria de esperar que nem o Dr. Rui Moreira arriscasse sequer falar no assunto. Ali tudo é mau… O emparcelamento é a primeira e mais óbvia opção a contribuir para tamanha desgraça, mas contratar um arquitecto como o autor daquele projecto não caberia na cabeça de qualquer um!
- Quanto aos restantes projectos do Morro da Sé, freguesia que bem conhecemos, preocupa-nos que o parceiro privado escolhido para a unidade hoteleira e residência de estudantes tenha pedido a insolvência, levantando sérias incógnitas sobre o seu desenvolvimento. E daí talvez não, se tivermos em conta a qualidade dos projectos e a destruição irreversível que se pretende ali infligir, principalmente na Casa do Cabido e no tramo de muralha que se descobriu. Sobre o programa de realojamento convinha não falarmos muito, porque os desastres em matéria de salvaguarda do valor patrimonial dos edifícios alvo não nos deixariam terminar tão cedo.
- Sobre o Eixo Mouzinho/Flores, agrada-nos que o Dr. Rui Moreira tenha sido o único a falar verdade sobre o projecto do túnel de estacionamento (cidade subterrânea) uma vez que aos argumentos falsos que a culpa era do IGESPAR contrapôs com a verdade sobre a viabilidade económica que atirava o valor de cada lugar de estacionamento para preços aproximados de 70.000€ cada um, para além (dizemos nós) do grande disparate que significava mais aquele desvario de Rui Loza.
- Na cidade do Porto, no CH, o modelo de reabilitação por quarteirão é o mais disparatado e irresponsável que pode existir. Julgamos que o modelo adequado seria, ainda assim, por rua. Com facilidade encontramos quarteirões com ruas medievais de um lado e outras mais tardias de outro, ambas com exigências diferentes e formas de intervir que já se encontram estudadas e que foram ignoradas pelos técnicos da Porto Vivo. Aliás até agora não percebemos para que serviu o “Plano de Gestão do Centro Histórico”, porque não o vemos reflectido em nenhum documento ou acção.
- Quanto ao “estado da arte”, o incompreensível site da Porto Vivo não nos diz grande coisa. Antes, procuramos na rede e encontramos um documento recente que parece contradizer muita da demagogia utilizada pela SRU. Na sua apresentação na CPCI o Dr. Rui Moreira/SRU apresenta elementos como:
- Fórum "Ano Europeu do Voluntariado 2011 no Porto - O Voluntariado no Desenvolvimento Local", 18 de Novembro, Biblioteca Municipal Almeida Garrett, programa aqui, sugestão do Serviço Municipal de Apoio ao Voluntariado da CMP
- Seminário Inclusão: Uma Partilha de Experiências, 18 de Novembro, ISCET, sugestão de Michael Babb
- Cineclube do Porto regressa com "Filme Socialismo"
- Para a Sra. Ministra do Ambiente e para a EDP Filantropia, sugestão de Dario Silva
- Pedro Carvalho substitui Rui Sá na tarefa de Vereador da CDU na Câmara do Porto
- Rui Sá é "engenheiro na política e não político na engenharia" (vídeo)
- Câmara quer VCI transformada numa “grande avenida urbana, com árvores, passeios e separadores”
- Privatizar água e vender Silo-Auto para desencravar obras no Rosa Mota e Bolhão
- Tarifas de recolha do lixo vão mesmo aumentar
- Escola Alexandre Herculano: infiltrações, tectos caídos, janelas podres
- Edifício do BPP na Foz comprado por 3,5 milhões de euros
- Feira do Empreendedor regressa à Alfândega - O negócio está normalmente mais na organização de iniciativas destas do que nos projectos de lá saídos; duvido muito da sua real utilidade. Mas enfim, a idade vai-me deixando mais céptico...
Caro António Alves
Lamento mas está enganado. Inicialmente indicou que 100 era o número de trabalhadores, dos quais presumiu 14 são administradores. Na realidade, 100 é o número de colaboradores, aos quais acresce 18 administradores. Pode verificar este valor na p. 39 do relatório e contas da Metro do Porto. Como o relatório da Metro do Porto (ao contrário do da CP) está num formato transparente, facilmente pode também encontrar a rubrica "Gastos com pessoal", e encontrar a pág. 81. Aí poderá retirar o seguinte dado: Gastos com pessoal: 5.847.558€. Nessa linha encontra uma indicação para ver a Nota 23 (imagem anexa). Para além da constatação do número médio de empregados (118), poderá retirar os dados adicionais, como o detalhe das Remunerações e os Encargos Sociais.
Concluindo, a remuneração média dos órgãos sociais foi de 632.740 / 18 = 35.152€, enquanto o do pessoal foi de 4.002.602 / 100 = 40.026€, excluindo encargos sociais. Pode ainda ler os detalhes da remuneração de cada um dos membros do conselho de administração nas páginas seguintes (125, 126, 127), e dos órgãos de fiscalização na página 128.
Se é por causa da transparência na gestão que apelida a MP de "neo-liberal", então espero que em breve este paradigma contagie as restantes empresas portuguesas, em particular a CP. De facto, a MP é uma empresa "anã", face a outra que gere as seguintes subsidiárias, supomos cruciais para atingir os seus objectivos:
- Saros - Sociedade de Mediação de Seguros
- Fernave - Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos, S.A.
- Ecosaúde - Educação, Investigação e Consultoria em Trabalho, Saúde e Ambiente, S.A.
- Pactogest - Prevenção, Controlo, e Tratamento de Dependências Sociais, Unipessoal, Lda.
- Fergráfica - Artes gráficas, S.A.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues
*Declaração de Interesses: Não tenho qualquer interesse na Metro do Porto, para além da demonstração de que o paradigma neo-liberal é muito mais ajustado e eficiente na gestão do capital que a alternativa (feudos político-partidários a partir do diktat aparelhístico).
- A solidão "mora" no coração do Porto, de Correia de Araújo: "Caro TAF, para si, que resiste e caminha em contraciclo, lutando herculeamente contra a desertificação da Baixa e da Zona História do Porto, aqui fica este link como sugestão."
- Rui Rio preocupado em mobilizar os funcionários da CMP, de Carlos Oliveira: "Que os politicos usem a demagogia, já estamos infelizmente habituados, mas este texto é simplesmente um insulto!"
Meu caro Tiago,
acerca de alguma coisa que tem sido escrita no seu blog:
- Em primeiro lugar, e quanto ao meu mandato, perguntou-me o jornalista quando ele termina. Disse, e é verdade, que o mandato do actual Conselho de Administração termina em 31.12.2011. Os accionistas (o Estado, com 60% de participação através do IHRU, e a CMP com 40%) deverão definir e nomear o novo CA. Não entendo a surpresa, tanto mais que toda a gente sabe que a minha nomeação como Presidente Não Executivo se deveu à saída, a meio do mandato, do meu antecessor, Dr. Arlindo Cunha.
- Quanto ao investimento público, sempre defendi que ele deve ter prioridades, e que a reabilitação urbana é uma das maiores. Ver, a propósito, o que escrevi no meu livro 'Uma questão de Carácter', em que refiro a importância da reabilitação urbana, e refiro a necessidade de haver investimento público para compensar os danos causados no edificado da cidade pela absurda lei das rendas que temos. Foi a lei das rendas do Estado Novo que arruinou os nossos centros históricos.
- Criticar o investimento público faraónico, que contribuiu para o estado da Nação que se conhece, resulta também do facto de esse investimento público mau retirar fundos disponíveis, que bem melhor teriam sido utilizados em investimentos públicos bons. É o custo de oportunidade dos disparates que, de facto, foram alvo da minha crítica, como é o caso, por exemplo, do aeroporto da Ota, que tantos reclamavam ser imprescindível, e que não o é, como agora se comprova.
- Quanto ao Corpo da Guarda, investimento que precedeu como se sabe a minha nomeação, creio que muitas das críticas são injustas. Ainda assim, e esse é o aspecto mais importante deste meu email, queria pedir aos leitores do seu blog que consultassem esta página onde poderão inteirar-se sobre o que está em curso na Sé, e que provavelmente não conhecem porque é zona que se calhar não frequentam.
- Essa obra é muito emblemática, sofreu alguns atrasos porque foram feitas importantes descobertas arqueológicas que precisam de ser preservadas, mas está em marcha. A sua essência contrasta com alguns dos comentários que li.
- A comparação entre a reabilitação urbana no Porto e em Lisboa é ridícula. O modelo é diferente, como creio que toda a gente sabe. E o Porto está muito à frente, o que não gostaria que fosse entendido como uma afirmação bairrista, porque não o é. Se alguém ouviu a recente palestra na Exponor da Arquitecta Helena Roseta, ficará ciente de que essa é, também, a sua opinião.
- Quanto ao Estado da Arte, ou seja, quanto ao número de intervenções já realizadas, e quanto ao que está em curso, o site da Porto Vivo tem lá a informação que é necessária para fazer uma avaliação. A reabilitação urbana não decorre, apenas, das obras da Porto Vivo, e há muitos investidores privados, entre os quais os tradicionais senhorios, que têm reabilitado os seus edifícios.
- Finalmente, e ainda a propósito de comentários, ao Senhor Figueiredo que entende que eu sou um comentador, e como não sei o que mais ele faz na vida, gostaria de lhe chamar, também, comentador. Porque é isso que ele faz no blog do Tiago, o que não tem mal nenhum. Certamente fará qualquer outra coisa de mais útil, tal como eu tento fazer.
Um abraço do
Rui Moreira
Fazer greve na Metro do Porto não é um direito de facto, porque quem está precário "supostamente" não tem este direito. Melhor: até têm os precários a recibo verde este direito, só que sofrerão em princípio as consequências da sua precariedade em retaliações internas porque aos precários não há quem os defenda.
Na Metro do Porto é assim. Por experiência própria pude há cerca de um ano concorrer a um posto de auxiliar de bilheteira (aquele pessoal que ajuda as pessoas a usar as máquinas e a tirar bilhetes). Claro que o salário era baixo. Não esperava outra coisa. Menos claro é que, "seguindo a moda" liberal em voga, era "a recibo verde", ou seja, soma precariedade a baixo salário. O que já não devia ser normal. Acresce a isto o total - repito - total, desregulamento dos horários de trabalho. Este pessoal é enviado para uma qualquer estação, num qualquer horário e só no dia anterior é que sabe qual é o horário e a estação do dia seguinte... IMPERA PORTANTO A DESREGULAMENTAÇÃO e a total desorganização dos serviços. O tal grupo de privilegiados - altos quadros - fala portanto nas "mais modernas práticas empresariais do sector privado"... É disto que estamos a falar. É do retrocesso civilizacional que o capitalismo em geral tanto gosta e o governo PSD tanto incentiva.
Esses "quadros" que escreveram a carta devem ganhar bem, para se darem ao luxo de "falar". Os trabalhadores a recibo verde não devem nem falar, nem fazer greve, nem ter contrato, nem... nem... nem... etc etc. E quanto ganham os administradores de topo da Metro? Muito. Estamos carecas de o saber (eu sou careca). Posto isto, a greve não sendo um direito, torna-se um dever. E já nem falo nas questões nacionais que determinam o acumular de razões e razões para não só fazer greve, mas fazer uma Revolução. Que é o que Portugal precisa em geral e a Metro do Porto em particular.
“The world desperately needs dedicated leaders. Not heroes on some kind of fast track, but decent human beings who engage themselves and others substantially.” - Henry Mintzberg
Quebro a minha promessa de não me pronunciar mais sobre este assunto para uma correcção e mais uns dados novos que, julgo, devem ser dados ao conhecimento geral. Primeiro a correcção à correcção do Daniel Rodrigues: no relatório e contas da Metro do Porto (MP) está registado que a empresa em 2010 teve um efectivo médio de 99 pessoas e não 118. Logo os valores salariais médios por pessoa são os que indiquei. A tabela abaixo foi retirada do Relatório e Contas 2010 da MP.
Umas das “melhores práticas internacionais” seguidas na MP deve ser o estranho caso da duplicação de directores. Tem dois directores de Infra-estruturas, dois directores de Sistemas Técnicos, dois directores de Exploração, dois directores de Projectos e dois directores de Gabinete Jurídico. Lembre-se que a MP não passa de um anão comparada com as outras grandes empresas de transportes portuguesas. Felizmente para nós, contribuintes e trabalhadores, nessas ainda não se lembraram de seguir tais “práticas”. Outra das “melhores práticas internacionais” seguidas por estes gestores é o assédio laboral. Nesta empresa chega-se ao ridículo de estabelecer um processo disciplinar a um maquinista por durante a condução ter ido à sua carteira pessoal, durante breves segundos, consultar um documento.
A MP é o paradigma da empresa neoliberal que nos querem impor. Uma casta restrita de brâmanes, lá no topo, com salários de príncipe, contratos de trabalho estáveis e repletos de mordomias; o resto, os operacionais, os intocáveis, alugados como máquinas a empresas de outsourcing e trabalho temporário apelidadas na nomenclatura político-gestionária vigente de “concessionários”. Precisa-se de mais Mintzberg e menos filosofia MBA. Infelizmente a Metro do Porto não tem nada a ensinar aos sindicatos. Tem é muito a aprender com eles.
António Alves
Continuando no programa eleitoral... Os políticos normalmente têm programas eleitorais com as principais linhas orientadoras para o mandato futuro... Vejam o texto sobre Águas no programa eleitoral de Rui Rio à Câmara do Porto para o mandato 2009-2013... Quem descobrir onde se fala da privatização que avise...
"Águas & Saneamento
Com a criação da empresa “Águas do Porto” a situação do sector na cidade evoluiu muito: O Porto é hoje um caso de estudo mundial, porque mudou muito rapidamente. Esta rapidez de mudança foi alavancada por ganhos de eficiência de água e energia. Estes ganhos de eficiência estão hoje a permitir, com os fundos libertados, reabilitar a rede de águas pluviais, e renaturalizar as ribeiras e a sua envolvente; mas é determinante continuar este esforço e manter medidas específicas, tais como:
- Implementar contadores com a possibilidade de leitura remota, evitando assim as normais estimativas de consumo, e contribuindo para o maior conforto e segurança dos clientes, com ganhos evidentes também ao nível dos custos operacionais da empresa;
- Continuar o esforço de redução das perdas de água que permitiram ganhos de eficiência significativos, nomeadamente possibilitando que a factura da água no Porto baixasse em termos reais, ao contrário da generalidade do sector;
- Completar, o mais tardar até 2011, todas as ligações de saneamento pendentes, cobrindo assim a cidade na sua totalidade;
- Materializar o aproveitamento, para uma segunda vida, dos reservatórios não usados, que se encontram em locais privilegiados da cidade;"
... uma notícia surpreendente: Rui Sá deixa de ser vereador na Câmara do Porto. Era o mais antigo.
Outras:
- FEUP lança programa de divulgação de ciência e tecnologia num minuto
- Bingos do Brasília e Olímpia reabrem pela mão da Pauta de Flores e Lisbingo
- Deputados municipais voltaram a ouvir queixas da “movida”
- Criação de novas empresas municipais proibida a partir de amanhã
- É possível ver a cidade sem metro?
- Em Dezembro há jazz à borla
PS:
- Entre a “frustração” e o “orgulho”, Rui Sá abandona Câmara do Porto
- Assembleia Municipal do Porto aprovou moção da CDU contra "extinção de freguesias", com voto de um eleito do PSD