2008-07-27
- Jornalistas do Janeiro recusam assinar o seu próprio despedimento
- A morte de mais um jornal diário
- Siza zangado com Câmara do Porto por causa dos Aliados
- Líder do PS/Porto poderá ser número dois de Elisa
- Três pontes no Douro custam um décimo da nova ponte em Lisboa
- Um pilar no Douro
- Passear por cima de onde passa o TGV
Nota: hoje de manhã o blog provocava um problema no Internet Explorer que impedia a sua leitura. Tratava-se de algo no script remoto para recolha de estatísticas de acessos, ou no Sitemeter ou no Google. Aparentemente já está resolvido, mas se por acaso voltar por favor avisem-me para taf@etc.pt. É que eu uso normalmente o Firefox ou o Safari e posso não me aperceber.
- Aeroporto: O que terá acontecido ao resto do estudo?
- 105 anos do Boavista
- Autarcas do Porto e Vigo reforçam laços de cooperação
- Trabalhadores do Primeiro de Janeiro recebem carta de despedimento colectivo
- PCP pergunta para onde vai o património da Fundação da Zona Histórica
- Criticar por (des)Porto
- O Portugal profundo
- Bolhão: Câmara do Porto lança ultimato à TramCroNe
- Câmara do Porto admite anular contrato com TCN
- TCN disponível para mexer no projecto só se o investimento for "remunerado e amortizado"
- Câmara impõe prazo para o Bolhão - no site da Câmara (enquadramento)
- Gaia procura consenso técnico e político para criação de três novas pontes sobre o Douro
- Câmara de Gaia propõe três novas pontes em parceria com autarquia do Porto
- Li há uns dias, é off-topic, mas sendo especial merece referência
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Nota sobre privatizações e prioridades
Já me tenho pronunciado sobre a incompetência do Estado e sobre a sua excessiva dimensão. Do ponto de vista do país é fundamental que as empresas, públicas ou privadas, funcionem bem e dêem lucro. Por isso não me passaria pela cabeça começar por privatizar as que estejam com boa gestão e bom desempenho financeiro! Pois se eu não confio no Estado nem nos nossos governantes, vou querer que sejam eles a estabelecer as regras e os preços para a venda daquelas empresas que, afinal, nos estão a beneficiar a todos? O que eu recomendo é que o Estado privatize primeiro as que funcionam mal!... Mais tarde, com tempo e outras garantias de competência, analisemos então as que dão lucro e não faz sentido serem públicas.
"Norte cada vez mais pobre", "A parábola do Porto e o aeroporto" e "Sonae e Soares da Costa oferecem mil milhões pelo Aeroporto do Porto" são três artigos saídos no Jornal de Negócios dos últimos dias, que, suponho, serão de todo o interesse para a maioria daqueles que frequentam este blogue.
Entretanto, como a disputa do aeroporto também se trava nos media, a ANA já respondeu (leia-se a TSF) afirmando há duas horas atrás, que a gestão independente do Aeroporto do Porto pode duplicar os custos de exploração daquele infra-estrutura. Só lhe faltou dizer que a SONAE e a Soares da Costa andam a dormir.
Carlos Ruben
Caro Tiago,
Este é um assunto de que faço questão em participar também aqui n'A Baixa. Como o Tiago se deve lembrar, o tema "Comunicação Social" é um dos que mais me interessa e preocupa no contexto degradante da actualidade do Porto/Norte de Portugal. Não houve, até hoje, nada, nem ninguém que me convencesse de que a inexistência de "mídias" locais autónomos e economicamente consistentes não é um dos principais motivos - senão mesmo o principal - da perda de protagonismo do Norte a todos os níveis, à excepção claro, do FCPorto, agora também transformado em troféu de caça nacional...
Por falar nisso, o Tiago há dias contrariou a ideia que muitos de nós aqui na Baixa temos de que não gosta de futebol, mas já agora pergunto-lhe: gosta? E tem algum clube de preferência? Não é nenhuma provocação, mas responder a esta inocente pergunta pode equivaler a uma pouco inocente resposta... Os políticos (tenho de ter cuidado porque o Tiago é capaz de já pertencer à "família"), que são o pior dos paradigmas em matéria de coerência, costumam dizer que não devemos misturar as coisas (futebol c/ política), mas eu consigo misturá-las quando é preciso e separá-las também.
Mas, vamos ao que interessa. Mais um jornal do Porto que está em vias de se despedir da vida. O Primeiro de Janeiro! Este, dadas as suas características, antiquado, formalista e pouco ambicioso, só podia ter este fim. Contrariamente, já não digo o mesmo do extinto Comércio do Porto nem da extinta NTV. Nunca me convenceram os argumentos apresentados que "explicaram" (muito mal) a sua extinção. Não faziam sentido.
Estou portanto de acordo com o Tiago quanto à urgência de tentar reabilitar o pré-falido PJ e com os seus argumentos, só não sei exactamente o que quer dizer com viabilidade económica. A viabilidade económica é apenas um valor económico, mas há alguns outros valores a considerar para entendermos como boa a viabilidade de uma empresa de informação, nomeadamente: o cariz (regional/nacional), o público alvo / mercado, a autonomia financeira e redactorial, etc.,
"Aborreci" aqui alguns participantes por dar a entender algum cepticismo em relação à teoria defensora da regeneração sócio-económica do Porto que a confia e deixa nas "mãos" dos empreendedores privados e esforcei-me por explicar porquê. O Estado tem de ser o exemplo e, se for, depois o tempo fará o resto. Se o Estado não for capaz de se regenerar, então cabe aos cidadãos obrigá-lo a isso. Tal não significa que se extrapole desta teoria que se está com ela a defender uma sociedade estatizada, mas antes a reforçar a base de qualquer sistema: o da moralização. Na Suécia, apesar do alto nível de vida, dos bons salários, os cidadãos levam rombos fabulosos só em impostos, mas aceitam-nos porque sabem exactamente o destino de todos eles. Porque confiam na seriedade do Estado. Cá, sabemos que não é assim. O Estado é caloteiro, o Estado convida a sociedade à vigarice, depois queixa-se dos cidadãos! Está tudo ao contrário.
Para terminar, vou recordar um projecto emanado da sociedade civil, do Porto e de Comunicação Social: a TVTel. Sim, aquela que ia ser a televisão do Norte! Essa mesmo. Ainda não vai muito tempo que um dos seus administrador, Paulo Pereira, chegou a trocar opiniões connosco aqui na Baixa. Talvez já saibam, porque a notícia não é de ontem, mas convido-os a lerem este meu post no Renovar o Porto para se inteirarem do que aconteceu a esse projecto "nortista", e ao mesmo tempo ficarem com uma ideia menos poética do que pode acontecer se continuarmos a pensar que o privado se pode substituir ao Estado...
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Nota de TAF: Caro Rui, o meu clube preferido é o Tirsense, pelas raízes familiares que tenho em Santo Tirso onde, aliás, (publicidade...) até tenho uns pequenos terrenos para venda, num excelente local. :-) Quanto ao meu conceito de "viabilidade económica" para o PJ, é simples: o negócio tem que dar lucro. Quem quiser preservar outros valores, que pague por isso - assim contribui para garantir lucro. ;-) Para novidades, leia-se Pedro Bessa.
- Jornal “O Primeiro de Janeiro” não sai sábado e redacção foi demitida em bloco
- "O Primeiro de Janeiro" suspende publicação para se "modernizar"
- Um editorial pouco convincente
- O Primeiro de Janeiro suspende edição
Não adianta tentar reavivar algo sem sustentabilidade. O que vale a pena é pegar nesse património - arquivos, pessoas (as que tiverem qualidade), know-how - e aproveitá-lo de outra forma que tenha viabilidade económica. Poderá ser necessária uma atitude voluntarista (mas racional!) para que não se perca aquilo que tem efectivamente valor. Não estou a defender subsídios nem nada do género, apenas que se preserve o património e, em simultâneo, se compreenda como o usar no mercado.
São precisas tantas redacções independentes a tratar os mesmos temas, de forma razoavelmente semelhante, em tantos suportes diferentes? Jornais, revistas, rádios, televisões, Internet, ... Não precisamos de 20 redacções a tratar de futebol, nem de 30 a tratar de política nacional, nem de 15 a tratar de assuntos locais do Porto, por exemplo. Há gente a mais a trabalhar separadamente sobre a mesma coisa para um mercado que é pequeno. É fundamental tentar mercados mais alargados, outros temas, etc. Complementaridade, pois concorrência já há até demais…
O que sobrou d'O Comércio do Porto? O que vai sobrar d'O Primeiro de Janeiro? Por que é que não conseguimos trabalhar em conjunto? Por que é que ao menos não conversam seriamente com quem já tem visibilidade na Internet e a sabe usar de forma produtiva - os blogs? Repare-se num erro sistemático dos jornais: tentam um upgrade criando os seus "blogs privativos", em vez de coordenarem actividades com os que já estão solidamente implantados. Evitam os links para o exterior. Fecham-se num ambiente que é intrinsecamente aberto. Depois corre mal, claro.
Cavaco, o Presidente de Portugal, fez-se anunciar e interrompeu as férias, para nos falar de questões jurídicas ligadas à Região Autónoma dos Açores. Questões que estão a milhas do entendimento e do interesse prático da maioria dos cidadãos deste pobre país. Melhor fora, como disse um sapiente e popular comentador televisivo polivalente (que consta ter posto, juntamente com os jornais gratuitos, os portugueses a ler) que interviesse sem tanto alarido, directamente para a Assembleia da República, evitando protelar a hora de abertura dos noticiários, já de si tão pouco interessantes.
No mesmo tempo cronológico, Alberto João Jardim, o Presidente da Madeira, foi mais prático e objectivo. Este, depois de ter perguntado à Galp por que razão não descia os preços dos combustíveis na região, tal como a empresa havia feito no continente, e de ter recebido a habitual resposta sobranceira, de quem julga estar acima de qualquer poder, determinou o abaixamento do preço dos combustíveis por portaria do governo regional.
Pode discordar-se dos métodos, mas a grande diferença, entre uma e outra intervenção política, está na coragem habitual de Alberto João Jardim, que mais uma vez ousou defrontar os poderes instalados na Lisboa opulenta, abastada e centralista, a favor da sua região. Neste caso, talvez o presidente madeirense se tenha limitado a repor o preço de mercado nas gasolinas, subvertido pelo arbítrio galpista.
Foi publicada em Diário da República a Portaria nº 701-H/2008, de 29 de Julho, que substitui a Portaria de 7 de Fevereiro de 1972, publicada no Diário do Governo, 2.ª série, n.º 35 (suplemento), de 11 de Fevereiro de 1972, que aprovou as instruções para o cálculo de honorários referentes aos projectos de obras públicas.
Feita por Engenheiros e afins, para os próprios. A nossa Ordem (a dos Arquitectos) nem foi tida nem achada. Vem agora dar gritinhos, tal como um par atraiçoado.
Afinal para que interessa saber a opinião dos Arquitectos nesta matéria? Os Engenheiros fazem os mil e um projectos de que inventam haver necessidade (porque a maioria deles não serve para nada e é mesmo vigarice) em cima do quê? Do Projecto de Arquitectura? Acho que não.
O Instituto da Construção e do Imobiliário (que fez a Lei), o Ministério das Obras Públicas (na figura do “Jamais”), e o Primeiro-ministro (na figura de projectista de Arquitortura) não precisam dos Arquitectos para nada. Eu até acho que eles têm razão. Para o que fazem os Arquitectos atrapalham bastante.
Alexandre Burmester
Fugindo um pouco do âmbito do blog (ou talvez não, uma vez que se reflecte na produção de cidade), foi aprovada anteontem a nova portaria para as Instruções de Cálculo de Honorários referentes aos Projectos de Obras Públicas. Esta portaria revoga as anteriores Instruções de Cálculo.
Conclusão, face à nova legislação, deixa de existir qualquer regra para o cálculo dos honorários de projectos de obras públicas e privadas. Assim vai o nosso país. Se já com regras era o que se sabia, agora vai ser o caos e anarquia total. Claro que isto se reflectirá na boa produção de Arquitectura, porque se passará a regatear e adjudicar-se pelo menor preço, mas isto não preocupa quem legisla. Quem quiser, pode ler aqui o comunicado da Ordem dos Arquitectos relativo a esta Portaria.
Enfim, já esteve mais longe a hipótese de emigrar…
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
Pelo menos é o que escreve Pedro Bessa, antigo jornalista do Comércio.
Um pouco de humor negro: será sobre isso que Cavaco logo vai falar? ;-)
Agora a sério: por que será que os jornais continuam sem perceber que precisam de criar relações de colaboração muito mais estreita com os blogs e com outros meios de comunicação? Há uns esforços tímidos do Público, outros do Expresso, claros fracassos (pelo menos neste aspecto) como o Sol, e upgrades não muito felizes como o do JN. Mas não chega.
PS: dizem que é para modernização.
... o que Cavaco Silva vai dizer hoje ao País (se é que se confirma a notícia), aqui ficam mais alguns apontadores:
- CCDR anuncia 100 milhões de euros para o metro
- Apoios começam a chegar ao Norte do País
- JMP e associações empresariais mobilizam-se pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro
- Norte reclama unido gestão do aeroporto
- Turismo mantém as ex-regiões
- "Construir Ideias", um novo think tank promovido por Pedro Passos Coelho
- Porto Canal "está para ficar"
- «Magalhães», um computador pouco português - No fundo trata-se de uma encomenda gigante à Intel sem concurso público, que incluiu como contrapartida a possibilidade de as máquinas serem fabricadas cá por uma empresa portuguesa escolhida também sem concurso público. Será que o Tribunal de Contas deixa passar isto? Um bom motivo para demissão do Governo... ;-)
- Bispo do Porto altera geografia eclesiástica - a reorganização territorial que o poder político não faz, a Igreja Católica está a fazer. ;-)
- "Rosa Mota" espera fundo europeu
- Faz hoje três anos
- Vila d’Este recebe 10 milhões
- Aeroporto do Porto: Políticos e empresários do Norte mobilizam-se por gestão privada autónoma
- Grupo Quintas vai investir 35 milhões em Vila Nova de Gaia
- Gaia garantiu um terço do QREN-Norte
- Elisa candidata à Câmara e ao Parlamento Europeu
- Conexões no Contagiarte
Quantos subsídios e facilidades extraordinárias estarão implícitas nisto? Não consigo deixar de desconfiar desta iniciativa:
- Apresentado 1.º computador portátil made in Portugal
- PC Magalhães “made in” Portugal
- Tecnologia: Novo programa `e.escolinha` distribuirá 500 mil portáteis aos alunos primeiro ciclo
- Produção do computador português envolve 80 milhões de euros
PS: Investimento da Intel: zero. Know-how e design nacional: zero - trata-se apenas da implementação em português de um produto já existente. Possibilidade de exportação: existe, em igualdade de circunstâncias com qualquer outro país que o queira fazer (ou seja, não temos nenhuma hipótese contra mão-de-obra mais barata). Moral da história: "notícias" como esta são pura desinformação. Mesmo este texto no portal do Governo inventa que "o Magalhães deverá incorporar apenas tecnologia nacional, com excepção do microprocessador"! Quando muito os componentes poderão ser fabricados cá, mas daí a serem 100% nacionais... Em resumo: o facto do "Magalhães" ser construído cá é positivo; a tentativa de fazer isso parecer algo muito mais importante é uma palhaçada do Governo e acaba por dar uma imagem negativa. Não estou também a ver como é que o nosso sistema de ensino, nesta onda de facilitismo, vai utilizar as máquinas de forma construtiva...
PS 2:
- Reabilitação do Morro da Sé vai receber apoio do QREN
- Metro do Porto: Operação Norte 2 disponibiliza 100 milhões de euros - Carlos Lage
- Fundos europeus comparticipam com com 48,7 ME oito projectos de regeneração urbana
- Reabilitação do Morro da Sé: Aprovada candidatura ao QREN - "No caso do Porto, a candidatura para a reabilitação do morro da Sé (1ª fase) é liderada pela Câmara Municipal e tem como parceiros a Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), Associação Porto Digital, a Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto, o consórcio NOVOPCA e a empresa Widescreen, produção e distribuição de produtos audiovisuais e multimédia." - Mas afinal a fundação não foi extinta?!
Tal como Pedro Aroso acho que, com bandeira azul ou não, o ambiente urbano na Foz melhorou bastante e isso é perfeitamente visível no movimento humano, nas imensas actividades e na qualidade de vida que aí se consegue. Podem vir os críticos com exemplos de qualidade na Europa, que desde já informo que há muitos estrangeiros na Foz a passar férias e este ano, não tendo dinheiro para embarcar para o Dubai, estamos em crise, fico por aqui, não se justifica viajar.
O dinheiro que gastaria num hotel posso gastar no Porto, além da Foz para as caminhadas nocturnas ou matinais e as praias em Matosinhos interior, posso ver excelentes espectáculos, Casa da Música, Rivoli, cinema, bons shoppings, Dolce Vita por exemplo. Sinceramente tenho aqui tudo o que necessito para me divertir, e a Foz sem dúvida é uma excelente atracção, surfistas, brasileiros que cantam todo o dia, patins, bicicletas, carros de rolamentos, Parque da Cidade.
Este ano convido os meus amigos com orgulho, entretenho-os muito bem na Foz, ou aliás tenho entretido, não sei se acabaram as festas, sinceramente espero que não, os compatriotas que me desculpem mas a animação deste ano tem sido imbatível.
Sinto, frequentemente, profundas dúvidas sobre esta ideia de que é belo e genial termos na cidade do Porto praias com bandeira Azul essencialmente porque isso entra em confronto com a nossa simultânea vontade em termos um porto competitivo em Leixões, de entrada na Península Ibérica. Não percebo absolutamente nada de análises químicas à água mas, como leigo na matéria, arrisco dizer que a incompatível e contraditório um Petroleiro e uma praia com qualidade. Pelo menos quando estive no torneio de ténis de praia de Matosinhos sentia o cheiro a qualquer derivado do petróleo.
A cidade deve, claro, tomar uma opção. Se a opção passa por dar um nível de vida directamente satisfatório às pessoas, com praias de qualidade, água do mar sem petróleo, então que se transfira Leixões para o Norte e eles lá que aguentem a bomba (enfim…). Ou fechem o porto, ou que chamem o Manuel Graça Dias e ele propõe lá um Dubai tipo Doca 13. Se se entende que devemos optar por uma economia competitiva – que vai também resultar numa directa melhoria do nível de vida dos habitantes vamos, então, investir num Douro com actividade, onde os barcos (não turísticos) podem entrar e subir até Espanha com carregamentos.
Continuo a advertir para minha total ignorância nesta matéria. Mas parece-me lógico o contra-senso. E acredito que a estratégia tem vindo a passar pela segunda opção de desenvolvimento; daí não fazer sentido vangloriarmo-nos com uma bandeira azul. Seria a mesma coisa se eu vos dissesse "Tomo banho em lama, mas é uma lama muito limpinha…" Certamente que nos riamos todos.
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Entretanto posso dizer que me sinto concretizado pelos inúmeros projectos de qualidade que se perspectivam em concelhos do grande Porto e triste por nenhum ser na cidade.
Esperemos por dias melhores.
Cumprimentos, Tiago
Boas Férias para os que estão nessa situação
Pedro Bragança
Quando a Bandeira azul foi hasteada a 26 de Junho, ninguém se manifestou. Falei então nos problemas e nas obras que estavam a ser feitas. A questão da bandeira azul para mim é a cereja em cima de um bolo, esse sim importante. Porque para mim, mais do que análises químicas nos informarem que o valor obtido não pode ser superior a 100 Coliformes/100 ml, importa-me saber que existe um colector dos esgotos que antigamente desaguavam a céu aberto. Importa-me saber que já não corro o risco de levar com um pedaço de cimento da protecção ou que não preciso de passar por cima de calhaus para fazer uma caminhada. Não me impressionou muito a maneira como foi comunicado e vangloriado todo este processo mas isso são contas de outro rosário porque o contacto com os portuenses sempre pecou neste Executivo por muito que eu ache que a obra neste caso foi meritória.
Por outro lado, importa dizer aos arautos da desgraça que Vila do Conde, Póvoa Varzim e Matosinhos têm praias INTERDITADAS o que, felizmente, não acontece com o Porto. Acontece também que se o Presidente quisesse colocar 3 bandeiras azuis da praia do Homem do Leme para Sul manteria Gondarém e Molhe e Ingleses. Ironia, escolheu a errada!
Resta apenas terminar com uma discordância ao que aqui foi dito: o galardão da bandeira azul se tem em conta a qualidade da areia e os locais de depósito do lixo, deixem que vos diga que é um critério muito medíocre e que necessita de ser revisto, porque não podemos admitir que exista na maioria das praias do Norte sacos de plástico que não permitem a separação do lixo por categoria, e especificamente no caso do Porto a areia continua suja em muitos locais e que só com uma limpeza ou com reposição de areia é que o critério deveria ser cumprido. Nas praias de centro e Sul vemos marcas como a Olá e Vodafone a patrocinar com material justamente a facilitar a vida dos veraneantes, seja com depósitos de separação de lixo seja com cinzeiros.
P.S. Parabéns pelo duplo record nacional de Naide Gomes e desejar-lhe muita sorte para os Jogos Olímpicos!
- Gaia: Requalificação de Vila D`Este realizada "prédio a prédio"
- QREN: Gaia recebe 10 milhões de euros para reabilitação de Vila D`Este
- Fábrica da Intel vai para Matosinhos
- Autarca de Matosinhos aplaude "muito grande investimento" da Intel e JP Sá Couto
- Red Bull envolve Governo no espectáculo aéreo previsto para o Porto e Gaia
- Projecto "Arte sem Limites" começa amanhã no Porto
- Teatro: Comuna não vem ao Rivoli em Fevereiro
- Parcerias para a Regeneração Urbana - Apresentação da CCDRN
O simples facto da “Praia do Homem do Leme” ter perdido a Bandeira Azul, pouco tempo depois de ter sido hasteada, só vem confirmar o rigor e isenção das autoridades que controlam a qualidade das nossas praias, provando que o velho ditado “Cria a fama e deita-te na cama”, nestes casos, não se aplica. O mesmo aconteceu, na semana passada, com a famosa Praia da Falésia, em Vilamoura (Algarve). A desclassificação não é irreversível. Ironicamente, a análise feita à água das praias vizinhas (Molhe, Gondarém, Ingleses e Ourigo), às quais ainda não foi atribuída a Bandeira Azul, revelou um “grau de excelência”.
Ultimamente tenho percorrido, todos os dias de manhã, pelo mar, as praias entre o Castelo do Queijo e o paredão de Matosinhos (antigas praias Internacional, Emília Barbosa, Allen, etc.), coisa que já não fazia há umas dezenas de anos. Apesar do estado desolador em que se encontra o antigo Colégio CLIP (a que o Xano Burmester chama de Embaixada do Hamas), aquela frente de mar é uma verdadeira jóia sob todos os pontos de vista e, na minha opinião, a sua manutenção deveria merecer uma maior atenção por parte das entidades que tutelam a orla marítima da nossa cidade.
No rescaldo da discussão da proposta para o Aleixo, com cenas de perseguições e far-west, penso que passou despercebido a alguns mais uma má noticia para a cidade. Depois de muita publicidade e muitos auto-elogios, inclusive nas primeiras páginas do pasquim do regime, distribuído porta a porta, a cidade lá perdeu a única bandeira azul que tinha.
Era preferível reunir todas as condições em pleno e só depois avançar. A cidade nem tem mais nada importante para resolver. É o que dá a pressa de mostrar serviço. Mas quanto a mostrar serviço, estamos conversados. Já aqui mencionei a postura da Porto Vivo. Pelo visto, ninguém se manifestou e portanto a situação está bem.
Cumprimentos.
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
A Câmara Municipal do Porto afirma ter dívidas a si própria relativas aos anos de 2000, 2007 e 2008, e por isso abre processos para "auto-cobrança coerciva"!
Sem comentários. Ver documentos abaixo:
Julgo que o Dr. Paulo Morais se refere ao valor da reabilitação de fogos em bairro sociais. Ou seja num fogo desocupado num bairro da CMP, para ficar em condições de ser reocupado, despendia-se essa verba em 2003, agora rondará os 26.000€/28.000€ (canalizações novas, electricidade, pavimentos, pinturas, móveis de cozinha, sanitários), em alguns casos menos, mas geralmente quando o fogo se dá de vago está a necessitar de intervenção geral. Portanto o valor apresentado, se for esta a lógica, não está assim tão errado.
Também não estará errado de acordo com os programas de apoio em vigor.
«Apoios financeiros a conceder pelo INH:
- - Aquisição: comparticipação de 50% na aquisição de habitações e partes acessórias e infraestruturas
- - Reabilitação: comparticipação de 50% na realização de obras de reabilitação nos prédios ou fracções devolutos ou com renda condicionada desde que os beneficiários sejam os proprietários (podia ser utilizado nas casas do bairro da Sé)
- - Aquisição e reabilitação: comparticipação de 50% na aquisição de prédios devolutos e a realização de obras
- - É ainda disponibilizado em todas as situações um empréstimo no valor de 50% dos gastos para a opção em causa, com juro bonificado a um prazo máximo de 25 anos.»
Cristina Santos
Continuando a conversa sobre valores sobre o Aleixo, há um que eu não sei explicar: os 23.333 euros que o Dr. Paulo Morais diz que são necessários para realojar cada família (se 7 milhões de euros são necessários para realojar 300 famílias, esse é o valor que resulta em todas as calculadoras em que fiz a conta, e para desempatar até fiz à mão para ter a certeza).
Reconhecendo que o Dr. Paulo Morais é uma autoridade na matéria, já que teve a responsabilidade de iniciar e levar a cabo a demolição de outros edifícios problemáticos, com realojamentos forçados dos respectivos moradores, era um importante serviço público divulgar como se consegue despender esse montante para realojar cada família, isto porque todas as pessoas que conheço e que trabalham no mercado imobiliário acham impossível, através da permuta de casas, que os concorrentes ao Aleixo consigam um custo tão baixo. Se pesquisar, por exemplo no site www.lardocelar.pt (da insuspeita Caixa Geral de Depósitos) verá que não encontra no Porto nenhum apartamento por esse valor.
Claro que se esse valor for praticável, e não acredito que não seja porque o Dr. Paulo Morais não iria nunca fazer declarações apenas para conseguir um título de jornal, deverá vencer o concurso o concorrente que conseguir realojar mais moradores de outros bairros sociais para além do Aleixo, previsivelmente mais 170 a 250 famílias.
Como vê, meu caro, não há nada que substitua as discussões públicas para se começar a perceber como se resolve um problema complexo. Às vezes é mais simples do que parece, mesmo que seja preciso reinventar a pólvora.
Francisco Rocha Antunes
Ps. declaro que neste momento não tenho qualquer intenção de me envolver profissional ou pessoalmente no concurso do Aleixo mas que não me sentirei inibido a fazê-lo se achar que isso faz sentido. Se isso acontecer não deixarei de o dizer também aqui.
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Nota de TAF: Caro Francisco, desconfio que terá havido alguma confusão nas notícias e noutros blogs que relataram as afirmações de Paulo Morais. Conforme comentei aqui, o "custo de realojamento" é diferente do "custo de construção dos imóveis onde as pessoas serão realojadas". Julgo (especulação minha, agora) que Paulo Morais se referia ao primeiro e não ao segundo. É que as habitações não vão ser oferecidas aos seus habitantes, vão ser arrendadas por valores e prazos que dependerão da situação concreta de cada agregado familiar. Não se consegue calcular o custo dessa operação sem dados que, ao que sei, não são públicos. Pode-se quando muito fazer uma estimativa rude - os 7 milhões de euros serão apenas isso e não me parecem à primeira vista, para este efeito específico, totalmente descabidos.
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PS: Caro Tiago,
Em nenhum momento achei que PM falava do custo das casas a permutar, por isso mesmo achei, e acho, importante que explique que alternativa é essa que conhece que nós não sabemos qual é. Seguramente são valores acessíveis ao público, basta dizer onde os poderemos verificar, já que não me passa pela cabeça que tivesse utilizado informação privilegiada...
Francisco