2007-03-25

De: Cristina Santos - "História das energias"

Submetido por taf em Sábado, 2007-03-31 13:39

Foi por via deste texto do Dr. JPP que me lembrei de uma história marcante. O primeiro contacto de um grupo de portuenses, daqueles tipo incultos que insistem em morar na cidade :-), com a energia eólica. Corria o longínquo ano de 2003, os portuenses estavam extasiados com o Metro do Porto, sonhavam com o TGV e estavam longe de prever o destino de Durão Barroso. Longe de imaginar que Sampaio seria um notável Presidente da Republica e que Portugal viria a ser governado por metropolíticos.

Tinham saído da cidade por uns dias, para se afastar do fim das obras da Porto 2001, estavam motivados, tinham descoberto que podiam debater soluções locais por via das novas tecnologias, e estavam enternecidos, não sabiam se voltavam a ver os arrumadores da cidade. Regressavam de Espanha, convencidos com os chopitos, mas desconfiados, concordavam que de Espanha não vinha bom vento, nem bom casamento. Foi quando olharam para o céu e viram um parapente e no Larouco umas ventoinhas megalómanas. Houveram aqueles que insurgiram imediatamente contra a iniciativa em defesa do património, argumentando que aquilo que ali estava só podia ser uma ideia de espanhóis, energia renovável, parapentes, essa gente não tinha limites, saberiam eles que o Lince Ibérico viveu na serra do Larouco, que é lá próximo que está um tesouro qualquer do S. Cipriano? Porque não tinham optado por construir moinhos em pedra? Era mais adequado para o local em questão, mais económico e conservador. Mas houveram aqueles que pensaram imediatamente em Gaia, nos prédios altos que podiam ter ventoinhas em vez de parabólicas. No progresso, na ousadia do projecto, na sustentabilidade económica, e também na sustentabilidade energética.

De: António Alves - "Fins e Princípios"

Submetido por taf em Sexta, 2007-03-30 21:58

Cara Cristina Santos

A regionalização é uma tarefa exigente e exige consenso? Concordo. A união é necessária? Concordo. Mas os fins não justificam todos os meios. Há princípios que são inultrapassáveis. Erguer o populismo reaccionário de Rui Rio como bandeira da regionalização não é, de modo nenhum, uma mais valia. Eu não estarei nessa barricada.

As minhas propostas sobre a regionalização poderá lê-las aqui, ao longo dos numerosos posts que já neste blogue publiquei, e também aqui (post: REGIÃO NORTE - Porto, Braga ,Trás-os-Montes ...), uma espécie de resumo geral das minhas ideias.

Por norma nunca me refiro a ninguém em concreto. Prefiro falar em abstracto e deixar a discussão no campo das ideias. Excepto quando comento ou me dirijo a um qualquer protagonista político eleito. Isto porque tenho esse direito e ele a isso tem que estar sujeito. Foram eleitos também por mim e são pagos também por mim e assumiram essa condição de livre vontade. De certo modo são meus funcionários e têm a obrigação de me prestar contas e sujeitar-se ao meu escrutínio crítico. É certo que muitos deles (a maioria) julga-se, erradamente, acima destas condicionantes. Mas é assim que eu entendo a democracia.

Em nenhum parágrafo do meu post disse que os que ficaram no Porto eram menos inteligentes. São conclusões suas e por elas responderá. O que eu sei, e isso é um dado objectivo, é que o concelho (repare: não escrevi cidade) do Porto perde cerca de 12 habitantes por dia. Habitantes que são dos mais jovens, mais instruídos e qualificados. Esta sangria acentuou-se nos tempos de Rui Rio. Talvez porque não vislumbrem, e isto é pura especulação da minha parte, qualquer inversão no percurso descendente do Porto concelho.

Não alcanço o que o Metro tem a ver com cosmopolitismo. Principalmente na cidade pioneira do transporte urbano sobre carris em toda a Ibéria. Ainda os outros andavam a penates e por cá já andavam de americano.

Já que me questiona directamente, há uma outra coisa sobre a qual também nunca estaremos de acordo: a mim jamais me verá a congratular-me com acções desumanas (podia usar outro género de adjectivos), executadas por alguém escudado no aparelho repressor do estado, contra grupos de seres humanos fragilizados. A minha misantropia não chega a tanto. De todos os "ismos" deste mundo eu só me identifico totalmente com um: o humanismo cristão. Princípios.

Eu nasci no Porto e por cá também vivo. Vivo também noutros sítios. Com o prazer possível. :-)

Cumprimentos tripeiros,
António Alves

No site da Ryanair


Ainda a propósito da Ryanair.
... A Bem da Nação

De: Cristina Santos - "Milhões em notícia"

Submetido por taf em Sexta, 2007-03-30 17:26

- «Centralidade às regiões fronteiriças»
- Milhões para as zonas raianas

- Mexia pode ganhar até 4,2 milhões de euros na EDP

«Esta nova política salarial também abrange os restantes membros do conselho da administração executiva, mas com percentagens diferentes. Neste caso, os administradores podem receber até 3,36 milhões de euros, 80% do salário de António Mexia. Segundo Rafael Mora, o modelo é baseado nas "melhores práticas internacionais" e visa "premiar a execução de uma estratégia", sendo aplicável a todas as empresas.
O responsável acrescenta ainda que já existem outras empresas no mercado com este sistema, como "o Millennium bcp, que implementou o modelo em 2005, a Portugal Telecom, a TAP e os CTT" - nestes dois últimos casos graças aos modelos de gestão por objectivos que o Governo está a implementar nas companhias do sector empresarial do Estado.»

- BPI diz que compra da Horizon Wind Energy tem impacto 'Neutral' na EDP
- GE Electric à procura de mais projectos de energia em Portugal
- Uma enorme ventania... :-)

De: Rui Valente - "O Porto agradece!"

Submetido por taf em Sexta, 2007-03-30 17:08

Sr. Rocha Antunes

Nasci, cresci, estudei e brinquei na cidade do Porto, uma cidade que eu amo antes e sobre qualquer outra. Bacoquismo, isto? Pode ser, mas se é, é coisa boa.

De: Miguel Oliveira - "Estereótipos"

Submetido por taf em Sexta, 2007-03-30 17:05

Seguindo o pensamento do que o normal lisboeta pensa sobre o Porto sugerido pelo caro Rui Valente, aqui fica um estereótipo portuense na versão dos lisboetas. Divirta-se, afinal é uma brincadeira e não somos todos iguais como algumas pessoas sugerem.

Nota : Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência

Cumprimentos alfacinhas, Miguel Oliveira

De: Cristina Santos - "Notícias"

Submetido por taf em Sexta, 2007-03-30 10:13

De: Cristina Santos - "Novos ou reabilitados?!"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 22:41

A regionalização é uma tarefa exigente, se as pessoas das cidades circundantes são potencialmente mais desenvolvidas e criativas do que as do Porto, cumpre-nos estar à altura das exigências. O objectivo será reunir a região norte em torno da cidade, todos os contributos são importantes.

Não podemos é partir do princípio que o mal do Norte são os Nortenhos e as escolhas que os Nortenhos fazem, se formos por aí a região Porto continuará a ser o que é hoje, uma zona metropolitana alargada. Para ver do Porto as eólicas de Tourém é necessário começar já a trabalhar, não há tempo para esperar D. Sebastião. O conceito urbano deve expandir-se direccionando a tecnologia à agricultura, pesca e ao turismo rural. A oportunidade é a ideal, se o debate da regionalização se realizar a par das legislativas vamos ser lesados. O que é necessário é alguém que publicamente proponha a regionalização ao interior e estruture a proposta. Tem é que ser alguém que se ouça. No post anterior fiz a minha proposta, concretize a sua, não percebi a quem se referia em concreto. Não nos vamos dividir, tem que haver consenso a Norte e isso consegue-se.

Mas há algo em que nunca concordarei consigo, então os portuenses que saíram do Porto são mais inteligentes? Só ficaram os pobres e os alucinados dos anos 20? Realmente os que residem no Porto são muito atrasados, ficam espantados a olhar para o metro e a pensar na fantástica evolução tecnológica do comboio. Mas muita gente do interior nunca viu o metro e nós vimos há meia dúzia de anos, não percebo de onde vêm esses portuenses evoluídos que fazem de conta que isso nunca aconteceu, que exigem que o povo esqueça as origens e passe a agir como um povo cosmopolita que conheceu o metro no primeiro dia que nasceu.

As pessoas são o que são, e o voto representa-as. As que cá estão são tão boas quanto as que partiram, e não são impedimento para as que hão-de chegar. Há quem viva no Porto por prazer, por comodidade, pelos mais diversos motivos, a gente que vive cá tem o direito de não ser subestimada.

De: F. Rocha Antunes - "O Porto agradece?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 22:35

Caro Rui Valente

Não tencionava voltar a ter de me dirigir a si para falar destas coisas mas o respeito que todos me merecem,incluindo o Rui Valente, obrigam-me a isso. Eu não lhe chamei nem bacoco nem primário, mas qualifiquei um texto seu como bacoco e primário, porque de facto o considerei, ao texto, como primário na opinião que formula a propósito dos lisboetas, onde se inclui, por exemplo, parte significativa da minha família.

Já não é a primeira vez que o Rui Valente se acha no direito de me julgar como mau cidadão por eu não apreciar as suas classificações primárias sobre os lisboetas, e está no seu direito. Foi também a única pessoa aqui, em quase 3 anos de blog, que me disse que eu não tinha o mesmo direito que as pessoas que aqui nasceram, e me fez ver que eu seria quando muito tolerado se me portasse bem. Eu não sou nem mais nem menos que qualquer outro cidadão e não lhe reconheço nenhuma autoridade especial para falar contra mim em nome do Porto. Quem chegou aqui depois, a este debate, foi o Rui. Eu já cá estava, portanto essa sua pretensão de me dispensar é, também ela, bacoca e primária. Repare que é da pretensão que falo, não de si. É que é diferente, embora nem sempre me pareça que faça essa distinção.

Este blogue é um espaço público civilizado no qual eu, como tantos outros, contribuimos o melhor que sabemos para discutir a Baixa do Porto - a recuperação da Baixa e os problemas da cidade e eu não abdico de participar nele só porque alguém se acha mais puro e se arroga ao direito de me dispensar. Quem não convive bem com opiniões diferentes não sou eu. Por mim, podem vir todos dizer o que lhes apetecer. Eu apenas não abdico de ter, sempre que achar, a minha opinião. Mais do que um direito, sinto a obrigação de defender a pluralidade deste espaço. Especialmente dos fundamentalistas, venham de que lado vierem.

Francisco Rocha Antunes
morador e eleitor em Miragaia

De: António S. Almeida - "Nem tudo o que é inovador vem de Lisboa"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 19:52

Presentes na Barba&Cabelo até 19/04/2007

Foto de Manuel Varzim  Foto de Manuel Varzim

Foto de Manuel Varzim

Manuel Varzim – Luminosidades Diletantes | Exposição de Fotografia

Natural do Porto, desde muito novo que se interessa pela fotografia, arte que durante muitos anos cultivou em paralelo com a sua intensa actividade musical. Limitado pela profissão que abraçou, relacionada com as Tecnologias de Informação, só recentemente decidiu voltar a dedicar algum do seu pouco tempo a esta nobre arte. Com essa aproximação acabou por ser convidado a participar numa exposição colectiva no Espaço Tenente Valadim (Portugal Telecom), em Maio de 2006, que o motivou a redobrar a sua constante pesquisa. Fascina-o a fotografia de paisagem, onde a água está presente com regularidade, e tecnicamente tem dado especial preferência ao tratamento da cor e ao trabalho sobre as intensidades de luz. A presente exposição aborda o Porto, como tema principal.

Enologia – Gambozinos Reserva Tinto 2004 | Apresentação e Prova

Sob esta peculiar denominação esconde-se um vinho do Douro muito bem feito, fruto do trabalho aturado do seu produtor, Paterno Dias e da arte do enólogo Jean Hugues Gros. Sobre este vinho não diremos mais, nem sobre a sua prova nem sobre a sua história. Apenas lhe podemos afirmar que certamente depois de o provar não deixará de o querer caçar na sua cave. Em prova gratuita até 19/04/2007.

Um abraço a todos
António Santos Almeida
Barba&Cabelo - Rua S. João Bosco, 295, Porto (com mapa de localização)
226107920 | atendimento@barbaecabelo.com

De: TAF - "A culpa é dos alvos..."

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 19:16

- Uma notícia bem portuguesa - "O exercício Relâmpago 07, para testar com fogo real o sistema de míssil antiaéreo Chaparral, não cumpriu os objectivos iniciais e os militares responsabilizaram os alvos utilizados (...)"

- Rio gere autarquia com "prudência e rigor", diz agência de rating Fitch - Gostaria de saber se entraram em consideração com o que a CMP vai ter que pagar por causa da futura ex-Linha da Boavista, das indemnizações a inúmeros promotores que se viram ilegitimamente impedidos de prosseguir os seus projectos, etc. Terá também sido valorizada a falta de pagamento a cantoneiros, num exemplo (entre muitos outros) de como se usam fins correctos para justificar meios errados?

- Chefe de projecto da Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro inicia funções sexta-feira
- Ryanair comemora um milhão de passageiros

De: Jorge Nuno - "AMI"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 19:11

A AMI além de todos os fantásticos serviços que presta à sociedade, serviços esses que devem ser enaltecidos por todos, agora também presta serviços na área da cultura.

Ao contrário da cultura de outros em que basta passar à porta do Palácio de Cristal / Biblioteca Almeida Garrett e a grande tela que temos lá apenas anuncia a Rádio Festival... Já agora, não estava na altura de alguém entender o que realmente se passa no Rivoli?... É que acho que nem o La Feria entende...

De: Rui Valente - "Primários e bacocos"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 19:06

Caro Rio Fernandes

Não precisa de me responder mas, se quiser, esteja à vontade. A minha intervenção a seu respeito foi um simples acto de cortesia de cidadão para cidadão, motivado por um franco espírito de camaradagem e por uma consideração intuitiva. Mas, para ser sincero, não acho que qualquer político neste país tenha granjeado o capital de prestígio e de credibilidade suficientes para se sentir bem na sua pele. Só o futuro poderá responder aos que estão hoje no activo. Antecipadamente não arrisco dar palpites e prefiro estar de pé atrás. Pelo que se vê agora, o Governo continua a cometer vícios antigos: quando dá um passo em frente, dá logo dois atrás e assim não vamos lá.

Sobre as suas recomendações para as palavras avisadas de certos participantes, não leve a mal, mas não me inspiram a mínima confiança. São demasiado impressionáveis aos ecos do centralismo para me convencerem. Além disso, são deturpadores e dos que desatam logo a tratar de bacocos e primários todos os que não pensam como eles, e isso já diz tudo.

Rui Valente

Ps. O que tenho a dizer a quem se sente incomodado por eu falar contra o centralismo de Lisboa é apenas isto: façam as malas, vão já para lá e, se puderem, por favor deixem-se ficar. E não voltem. O Porto agradece.

De: António Alves - "Os verdadeiros novos regionalistas"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 16:30

Sócrates venceu as eleições e tornou-se primeiro-ministro com maioria absoluta. Este feito deve-se essencialmente à imagem de homem determinado e, ao mesmo tempo, moderno e cosmopolita. Imagem, não interessa se falsa ou verdadeira, que conseguiu fazer passar e que, em contraste com a desorientação santanista, deu os seus frutos. Pretender ver na eleição, do mesmo modo maioritária, de Rui Rio as mesmas razões de fundo, é não conhecer a realidade sociológica do Porto e do país.

O Porto (concelho) é uma sociedade em franco declínio, uma sociedade dual, profundamente dividida: dum lado uma burguesia com um quadro mental ainda oitocentista, retrógrado e reaccionário, que vive das glórias passadas (o revivalismo automobilístico é um sinal), que sonha com um regime que a proteja dos novos grupos sociais em ascensão; doutro lado uma massa de classes pobres (um quarto dos habitantes em bairros sociais, outro quarto em casas degradadas e ilhas), população pouco instruída, que usufrui de pensões e salários baixos ou está desempregada, que apresenta baixos índices de saúde (o concelho do Porto tem índices de tuberculose assustadores para os tempos modernos). A classe média que sobra está envelhecida e é também incapaz de compreender os novos tempos e a nova economia. Suspira de saudades pela segurança, medíocre mas reconfortante, do salazarismo e marcelismo. As modernas classes médias, jovens, profissionais, activas e criativas há muito que abandonaram a cidade.

Rui Rio é um produto deste quadro social. Julgar que um indivíduo cuja personalidade está eivada por preconceitos de classe contra as classes trabalhadoras autónomas, contra todos os que pensam que o homem tem ambições intelectuais mais largas que o burguês (e oitocentista) concerto de Natal num qualquer coreto, ou num qualquer festival de música de consumo rápido e conteúdo facilmente assimilável, e que tem até comportamentos desumanos contra grupos sociais extremamente fragilizados e sem qualquer hipótese de defesa, é exportável para o resto do país é um acto de desinformada ignorância. Rui Rio não ganha qualquer eleição fora do Porto; nem sequer, aqui ao lado, em Matosinhos. Não se confunda a opinião publicada (e interesseira) com opinião pública.

As classes médias modernas não gostam de gente tão politicamente grosseira. O sucesso de Rui Rio deve-se ao quadro social específico da cidade: os grupos sociais dominantes são aqueles que propiciam o caldo de cultura ideal para o emergir de políticos deste tipo. Políticos autoritários e retrógrados que sempre seduziram a burguesia imobilista, ameaçada pelos novos ventos da história que é incapaz de acompanhar; políticos que seduzem também os mais pobres e ignorantes com o seu discurso pretensamente justicialista contra as classes médias trabalhadoras que pensam pela sua própria cabeça. Esta massa de “descamisados”, sem consciência de classe, é facilmente arregimentada contra os “privilegiados”, que invejam, não porque estes o sejam na realidade mas somente porque são os que lhes estão mais perto e com os quais é mais fácil estabelecer comparações.

Se há cenário que me assusta é ver um político deste calibre à frente dum possível futuro governo regional. O que precisamos é de mentes modernas, abertas, viradas para o futuro, humanistas e cosmopolitas. Mulheres e homens capazes de se entusiasmarem e entusiasmarem com as ideias como, por exemplo, as trazidas aqui pelo David Afonso. Mulheres e homens que não sejam timoratos, capazes de tecer redes para o futuro. Salazares, por mais reciclados que nos apareçam, não!

Os novos regionalistas são aqueles que não se revêem numa posição eternamente secundária e submissa aos interesses das oligarquias meridionais e dos seus novos conventos de Mafra (leia-se Ota); são aqueles que sonham com uma região dinâmica, moderna e cosmopolita; são aqueles que se identificam a SONAE, com a BIAL, com o IPATIMUP, com as empresas informáticas de Braga, com a animada e civilizada vida urbana desta cidade, com o Teatro Circo, com Serralves, com o prestígio internacional do FC Porto e com a dinâmica ascendente do Sporting Clube de Braga. Estes regionalistas não estão interessados num estatuto tutelado pelos partidos de Lisboa. Sonham com um futuro autónomo e verdadeiramente europeu. Não estão dispostos a esperar por Godot (leia-se a boa vontade de Sócrates). Sabem que se não forem eles a zelar pelo seu futuro ninguém o fará por eles. Estes são os verdeiros novos regionalistas.

De: Paulo R. Gonçalves - "Convite"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 13:26

Frutos da Terras

Caro Tiago
Muito boa tarde!

Este convite é dirigido a si e estende-se a todos os participantes e leitores do Baixa do Porto. Um convite para todos os do Baixa virem no próximo sábado à tarde até à Baixa - mais concretamente à Frutos da Terra - para celebrar a Festa da Primavera e participarem na Prova de Vinhos, Queijo da Serra e Pão-de-ló (três variedades: de Ovar, Tradicional e o de Vizela).

O espaço está aberto para conversar, conviver e, claro, brindar à nossa saúde e à nossa Cidade. E para isso, nada melhor que fazê-lo (tambèm) com um Vinho do Porto e um bom Espumante. Aguardamos pela participação de todos. Só precisam de levar apetite e boa disposição.

Um abraço
Paulo Rebelo Gonçalves
Ana Cláudia Gonçalves

De: Carlos Araújo Alves - "Euroregião Portugal-Galiza?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 13:16

O que é isto? Será verdade? Vem assim no Público a propósito do projecto "Green Car":
"Nos próximos dois a três anos, a euroregião Norte de Portugal/Galiza vai conceber e fabricar veículos automóveis sustentáveis, no âmbito de um projecto pioneiro de engenharia, previsto durar entre dois e três anos. (...) O projecto envolve o Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA) e o Centro Tecnológico de Automoción de Galicia (CTAG). Estas duas entidades vão desenvolver um novo conceito de veículo sustentável ou “green car”, ou seja, um carro com processos de fabrico e um motor “limpos” (...)"

Fui ver se era 1 de Abril, mas não! E, para cúmulo, este anúncio contou com a presença da Comissária Europeia para a Política Regional, Danuta Hubnera, que afirmou na circunstância: "é necessário que estes projectos se tornem "mais visíveis" na Europa e no mundo".

Ainda desconfiado, adiantei a leitura: "De acordo com os dados do CEIIA, a indústria automóvel na euroregião integra dois construtores e 190 fornecedores, que empregam um total de 40 mil pessoas e produzem anualmente um volume de negócios de cerca de quatro milhões de euros.

Como será isto compaginável com o que aqui dei conta sobre a hipotética pressão de José Sócrates junto do governo espanhol contra esta tal Euroregião Norte de Portugal e Galiza? Relembro o que saiu no El Pais e ainda ninguém desmentiu:
"(…) la decisión de los Gobiernos de Lisboa y Madrid no ha pesado exclusivamente el interés de Extremadura. El deseo del Ejecutivo portugués, presidido por José Sócrates, de desincentivar cualquier posible aspiración autonomista por parte de la Región Norte ha terminado por inclinar la balance del lado contrario a los intereses de Galicia.(...)
De hecho, la Xunta (de Galicia) tenía mucho interés en hacerse cargo de la gestión de los fondos a través de un nuevo instrumento comunitario, una Agrupación Europea de Cooperación Transfronteriza (AECT), que permitiría a la Región Norte dotarse de un organismo con personaldad jurídica propia, algo de lo que carece en el sistema constitucional portugués. La AECT permitiría a ambos territorios, protagonistas desde hace años de la cooperación a lo largo de la frontera, superar el estrecho marco de la Comunidad de Trabajo, dentro la cual habían venido situando sus iniciativas. La AECT permitiría además, según fuentes de la Xunta, consolidar la relación con el Norte de Portugal cuando se acaben los fondos europeos de cooperación al salvar definitivamente las dificultades derivadas de la naturaleza centralizada del Estado portugués."

Por aqui, por este país, nada! Continua tudo muito calado, a assobiar para o ar...
ps: parte do texto citado em evidência é de minha iniciativa.

Carlos Araújo Alves
Ideias Soltas

Sempre que se fala em regionalizar, há alguém que vem dizer que não podemos dar o poder regional aos autarcas do norte, porque são uma desgraça, porque a Nação não pode ser governada por estes protótipos. Para rebater isto, podíamos dizer que a culpa não é dos autarcas locais eleitos por nós Nortenhos, mas sim do poder central, uma vez que a autonomia dos municípios é um dado discutível, os que nós elegemos localmente governam de acordo com as verbas que o governo central disponibiliza, não com a receita gerada localmente. Um processo destes inicia-se dizendo que os nossos autarcas não fazem mais porque não podem, porque o Estado não o permite. Se vamos enxovalhar os autarcas então a culpa é local e não nacional.

O facto de apontar Rui Rio como primeiro moderador da 2ª etapa da regionalização, assenta em 2 factos: é o autarca eleito pela maior cidade nortenha, e tem uma postura apreciada a norte. Estando eleito pode iniciar já a campanha, justificando o que se poderia fazer na Cidade e na Área metropolitana se houvesse regionalização. As parcerias que se poderiam estabelecer em termos de turismo, agricultura e pesca, com todo o Norte. Tem condições para ser ouvido e despertar mentes, porque a cultura e o estado assim o permitem.

O facto de Rui Rio iniciar o trabalho de coesão e divulgação prende-se apenas com os interesses do Porto e não significa que o deva fazer para depois ser eleito ou eleger os do PSD. Significa apenas que é o autarca em funções na maior cidade do Norte, segunda do país e por isso cumpre-lhe essa tarefa, é do nosso interesse que o faça, que exija melhores ligações aos diversos distritos.

Se demorarmos mais tempo, Galiza continuará a sua demanda, Montalegre, Arcos, Viana, Braga, façam um exercício e perguntem a pessoas que conhecem desses concelhos onde vão ao Corte Inglês, se vão a Vigo ou a Gaia? Onde vão à noite, a Orense ou ao Porto? Quem patrocina os eventos nessas terras é o Porto ou é Galiza? E Galiza ao fazê-lo perde dinheiro, então porque esperamos nós? Temos que demonstrar que não participamos na coesão a Norte porque o Governo não permite, as verbas que nos atribui não chegam, se nos unirmos todos temos a lucrar.

De: Cristina Santos - "Notícias"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-29 13:00

De: José Silva - "Adesão e demissão de partidos políticos"

Submetido por taf em Quarta, 2007-03-28 17:14

Há uns anos estive para me filiar no PS. Acreditava que as causas do atraso do Norte eram o centralismo do PSD e a tese do Portugal Unipolar de Cavaco. Ainda tenho a proposta de adesão. Cheguei a ir falar com o responsável da secção local de S. Mamede de Infesta. Mais tarde, acabei por perceber que a política partidária era uma actividade sinuosa com pouca liberdade e muitos interesses, contrário ao meu carácter. Não estou arrependido.

Julgava que o PSD era o partido concentrador: os tais «sulistas elitistas e liberais». Mas, para ser franco, Durão e sobretudo Santana foram para mim uma agradável surpresa por travarem a OTA, por tentarem a reforma Relvas, por tentarem deslocalizar ministérios, pelo avanço que teve o Metro, pela API no Porto, por dizerem que «Portugal não é Lisboa». Mesmo que tudo isto possa ter sido para inglês ver e que tenha coexistido com outros aspectos negativos com a centralização do INE ou Rui Rio a fazer campanha para ministro das finanças usando a CMPorto. Afinal o PSD não era assim tão mau.

Por outro lado, o PS tinha e tem pessoas em quem confiava pela sua seriedade e competência: Daniel Bessa e os citados «benfiquistas». Porém a governação de Guterres na perspectiva do Norte revelou-se uma desilusão. Uma rápida análise à localização do eleitorado nacional do PS levaria a antecipar que a governação de Socrates seria novamente um Keynesianismo dos grandes interesses da capital.

Como refere muitissimo bem David Afonso («Enquanto Lisboa redefine as fronteiras da nação à sua maneira, isto é, esquecendo as populações do norte e interior»), a manipulação do desenvolvimento territorial executada por este governo à custa do Norte é obviamente detectada pelos ilustres «benfiquistas». Disso não tenho dúvida. Também não tenho dúvida que não estão na política para proveitos pessoais ou tráficos de influências. Assim sendo, pessoas notáveis, inteligentes, sérias e desinteressadas e empenhadas no Norte como são, torna-se um grande mistério o facto continuarem a ser militantes do PS. O chocante é terem razão nos diagnósticos mas pactuarem. Por muito menos MJNP abandonou hoje um partido.

De: JA Rio Fernandes - "Rui Valente"

Submetido por taf em Quarta, 2007-03-28 16:39

Pois é… este belo blog (que vale pela ideia e gestão discreta do TAF e pelas pessoas que diariamente o animam) tem destas coisas, de ser capaz de despertar paixões que por excessivas se tornam por vezes manifestamente injustas e até ridiculamente desacertadas, como aconteceu em relação a Vasco Gonçalves. Mas por aqui passam também gestos simpáticos e boas conversas com pessoas cujo rosto desconhecemos, ou julgamos desconhecer.

Ainda que, como muito bem diz, caro Rui Valente, não precise e nem sequer tenha alterado a minha opinião sobre José Silva e as boas intenções que estão na base do que pensa e diz, agradeço a sua consideração por pessoas como eu, as quais, como pessoas, não se sentem diminuídas na sua cidadania por militar num partido. Se me permite, ainda que já sem a ingenuidade de outros tempos, acredito até que a militância num partido, como a presença em associações as mais diversas (no meu caso elegi a AMI, a UNICEF, a Amnistia Internacional e a Campo Aberto), pode ser uma forma de cidadania acrescida, desde que se reconheça que o grupo não é apenas a soma da total liberdade de cada um, nem que tudo se não tolere em nome da solidariedade partidária.

Relativamente à regionalização, estou convicto que o referendo será apenas depois de legislativas (considerando o programa do PS). Daqui até lá, é bom prepararmo-nos. Recomendo, em alternativa ao que propõe a Cristina Santos, que se leiam com atenção as palavras avisadas de Francisco Rocha Antunes. Entretanto, além de outras lutas – em que cada um defende como sabe e pensa ser melhor o Porto e o Norte, sem esquecer o país, mas exigindo reciprocidade – esperarmos que a necessidade de reforço das associações de municípios (NUT III) leve a curto prazo o Grande Porto e o Entre Douro e Vouga a construir com a CCDRN um projecto capaz de aproveitar bem as possibilidades oferecidas pelo PO_Norte, pelo QREN e pelo PROT.

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