2006-11-19
A inundação da Av. da Boavista e do Castelo do Queijo diz bem das excelentes obras de que foram objecto no passado. Agora é a vez do rio Douro, parece que uma vez mais salta fora das suas margens, como comprova a foto tirada às 15:00 de hoje.
Veremos também para que servem os Molhes…
Alexandre Burmester
No Centro Histórico do Porto voam telhas, caleiras e objectos não identificados.
Na Rua do Monte Cativo uma cratera impede a circulação.
Na Rua da Boavista a chuva, finalmente, lava os passeios.
Hoje, vamos estar caladinhos a torcer para que a Cidade resista a esta angústia que é o medo de a ver cair.
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Cristina Santos
Neste Blog sempre se deu voz à CMP ou aos cidadãos para que dissessem de sua justiça, para que defendessem as suas posições, e penso que continua disponível para isso, uma vez que é um blog livre para qualquer pessoa e para qualquer profissão.
Da minha parte encaro a participação do Vereador Lino Ferreira como a participação de mais um cidadão do Porto, interessado na Cidade. A profissão que exerce ao momento só sobressai, na medida em que beneficia a imagem dos políticos, demonstrando que muitos deles estão abertos ao diálogo, interessados em ouvir o povo e transmite um certo aconchego a todos aqueles que pensam que falar para o actual Executivo é falar para o tecto.
Não obstante, preferia a participação de um Lino Ferreira Cidadão livre, com ideias sem coacção, porque todos os políticos deviam ser livres: livres para darem opiniões, livres para comentarem, livres para contestarem. Infelizmente nem sempre pode ser assim e, não sendo possível, já é bom que Lino Ferreira tal como outros vereadores, políticos ou profissionais, retirem daqui ideias, ou conjecturem soluções que melhorem a cidadania, sem por isso serem obrigados a assumir esse facto publicamente.
Este raciocínio só para dizer que naturalmente no caso das árvores da Avenida dos Aliados todos percebem que foi uma manobra para entregar a obra rapidamente e sem levantar mais contestações. Mas em rigor o que deveríamos ter feito era comprar umas árvores em plástico, que agora serviriam de pinheiros de Natal iluminados por toda a Cidade, ou no mínimo tínhamos comprado uns vasos, ou plantado uns vidoeiros. Não sei, mas em rigor deveríamos ter assumido a problemática, explicado de forma transparente o que se passava, ou então, e se não estava em causa entregar a Avenida com umas pobres sombras, isso significa que quem escolheu o tipo de árvore escolheu mal.
Em suma ou fomos enganados ou alguém se enganou, mas engano existiu de certeza, e quem paga? E quem garante agora que as novas árvores terão folhas no Verão, quem garante que não vão existir mais erros de palmatória?
Se o povo fosse tão rigoroso como o Presidente afirma ser, a esta altura estávamos todos agarrados a esse lapso, pedíamos explicações nos jornais e cortávamos relações. Pedíamos desmentidos, temos mais provas e alegações que algum dia a CM poderá utilizar na contestação ao JN.
Que este erro da Avenida sirva de lição a Rui Rio, todos erram, raramente conseguimos ser perfeitos e rigorosos como desejaríamos, nem por isso saltamos para a punição rigorosa, tentamos perceber e esperamos a evolução face ao erro. Claro está, que se o erro se mantiver, não restará hipótese senão pagar na mesma moeda, com o mesmo rigor e a mesmíssima mesquinhez de tirar a limpo qualquer afirmação que publicamente se faça.
Quanto à TVTEL e Porto Canal estão a perder uma boa hipotese de lobby, e o que não der frutos no lugar onde foi plantado raramente pode ser exportado.:-)
Um abraço a todos e vão pensando em questões para o debate no Ateneu.
Cristina Santos
A explicação que o Sr. Paulo Pereira da TVTel teve a cortesia de nos dar, acerca dos meus comentários a essa estação, é de louvar, mas não me surpreende.
Efectivamente, sabe-se, o grupo Portugal Telecom à qual a TV Cabo pertence tem-se notabilizado por uma prática comercial um tanto ou quanto abusiva e monopolista com frequentes aumentos de preços junto do consumidor final. À margem disto, o braço de ferro que a PT vem mantendo tenazmente com a SONAE, na tentativa de dificultar ao máximo a OPA que esta propôs, parece ultrapassar, tudo indica, a defesa natural dos seus legítimos interesses e ajuda-nos a perceber melhor como funciona.
Com isto, não pretendo sugerir que os métodos da SONAE sejam muito diferentes, mas apenas duvidar se toda esta resistência pela parte da PT à referida OPA seria tão obstinada se o comprador não fosse um magnata nortenho. Belmiro de Azevedo (goste-se ou não) provoca muita "azia" nas chamadas elites sulistas, não tenhámos dúvidas (só é incompreensível é que nunca tenha apostado seriamente numa televisão regional).
Agora, quanto às dificuldades colocadas à TVTel por alguns municípios regionais (embora não concorde com elas), são naturais e previsíveis. A TVCabo chegou primeiro ao mercado e como tal beneficiou de todas as "facilidades" de quem é pioneiro numa actividade com tão pronta aceitação pública. É assim em todos os negócios e em todas as regiões do país. Para quem pretende lucrar com o que já existe e quer competir, só tem é que investir previamente e em força na divulgação da sua empresa (publicidade) e depois apresentar ao consumidor alternativas interessantes, quer na qualidade, quer no preço.
Para falar verdade, o meu caso pessoal - que como já aqui disse, troquei a TVCabo pela TvTel e dei prioridade à proximidade dos empreendimentos - não é paradigmático e até certo ponto é um tanto voluntarista, porque não é assim que as pessoas por sistema reagem. O mercado precisa cada vez mais de ser apelativo para ser conquistado, e o que me quer parecer é que a TVTel, apesar de agora estar a conquistar o seu espaço, não soube (ou não pôde) entrar com a energia e a visibilidade necessárias para conquistar mais confortavelmente clientela à concorrência.
Por fim, e quanto à impressão do Sr. Paulo Pereira da TVTel acerca do (maior) número de clientes que supostamente teria se a TVTel fosse de Lisboa, também não me admira, mas apenas pelas razões que aqui tenho insistido em apontar e não por questões meramente geográficas.
Rui Valente
PS-Uma forma de angariar mais clientes para a TVTel seria por exemplo, colocar a InvictaTV a competir saudavelmente com a Porto Canal. Tal como está é que não vai a lado nenhum, é como se não existisse.
Neste momento corre um autêntico ribeiro de água Av. da Boavista abaixo... note-se o quase 1 metro de água em altura que um dos bueiros debita... Peço desculpa pela qualidade das fotos, foram de telemóvel... dava-me jeito aqui agora a máquina do Tiago! :-)
Sobre a TVTel: a Baixa não é o local apropriado para discutir operadoras de Tv por Cabo, mas o que é certo é que moro em Lavra (Matosinhos) e já contactei duas vezes a TvTel e não só não tenho cobertura como nem sequer me sabem dizer quando a poderei ter ou o que estará a ser feito para um dia ter cobertura TvTel...
José Pedro Lima
Boa Noite
Queria deixar um comentário sobre a TVTEL e a referência feita pelo Sr. Rui Valente.
Tendo iniciado a sua actividade em 2001, concorrendo com a TV CABO e com todo o Grupo PT, tivemos grandes obstáculos na nossa expansão: a própria PT por obstrução na disponibilização de condutas para passagem dos nossos cabos e com quem temos um processo judicial; a TV CABO por prática sistemática de preços predatórios e com quem temos outro processo, a Câmara do Porto, também com quem temos um processo judicial por cobrança de taxas a nosso ver ilegais, e também a baixa adesão dos habitantes do concelho do Porto onde iniciamos a actividade.
Tivemos ainda muitas vezes por parte de alguns outros municípios limítrofes do Porto atitudes que beneficiavam na prática a TV CABO. Ou seja, de nada nos serviu no Porto sermos do Porto, pelo contrário. A impressão que temos na TVTEL é que se fossemos de Lisboa teríamos mais clientes!
Outro caso absurdo aconteceu com a NTV, pois tivemos que ameaçar a NTV (detida em parte pela empresa pública RTP) com um processo, para que essa empresa nos VENDESSE o canal. Era Administrador o Sr. Bruno Carvalho, que está a liderar no Porto Canal, e que há poucos meses disse que o Porto Canal é para ser distribuído em exclusivo pela TV CABO.
Em Lisboa estamos a instalar uma rede nova e como é natural será mais avançada que a que temos e que todos os outros têm no Porto, e que será a mais avançada e arrojada em Portugal.
Atentamente
Paulo Pereira
TVTEL
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Nota de TAF: era interessante esclarecer melhor um ponto. O Porto Canal não está na Tvtel por recusa do próprio Porto Canal? Por ausência de acordo quanto às condições? Por imposição do contrato com a TVCabo? Outra razão qualquer?
Independentemente das divergências que tenho com a maioria que a partir da Câmara governa (ou era suposto governar) a cidade e sem ter qualquer comentário a fazer relativamente a casos concretos que têm estado em debate recentemente no Baixa do Porto (os factos falarão por si mesmo), quero cumprimentar o Vereador Lino Ferreira (que não conheço pessoalmente), pela sua disponibilidade a abrir-se ao debate no espaço electrónico e nos convidar ao seu gabinete, dando provas de uma cultura democrática e espírito de abertura que muito se saúda, mais ainda em contraste com o comportamento do seu “chefe” que recusa o confronto de ideias e fala pelo site que devia ser da instituição. Esta atitude contrasta também com a dos outros vereadores que talvez um dia venhamos a ter o prazer de conhecer através de qualquer medida que venham eventualmente a efectuar e que ultrapassem em alcance a colocação de sacos para as fezes dos cães.
Claro que a sua atitude, caro vereador, não permite fazer esquecer a apatia imobiliária em que a cidade caiu (encontra para tal alguma explicação? Ou é apenas uma “impressão” da oposição?), nem ajuda a explicar as contradições do pelouro entre o senhor, o seu antecessor Paulo Morais e o antecessor deste, Ricardo Figueiredo (como se viu por exemplo no caso da Quinta da China).
Quatro perguntas que talvez possa responder, ou permitir audiência para me esclarecer:
- 1. Quantos e quanto somam os pedidos de indemnização por impossibilidade de construir?
- 2. Qual o tempo médio entre a entrada de um processo de construção e a sua aprovação (sabendo-se o que a “gestão do tempo” suscita em termos de corrupção)?
- 3. As árvores escolhidas por Siza Vieira e que ele garantiu estarem para durar, foram afinal retiradas meio ano depois da Avenida dos Aliados e substituídas por outras que vão agora dar muita sombra, aparentemente porque as primeiras foram colocadas no Verão. Qual o custo do disparate e porquê tal lapso? (Não me diga que foram necessidades de inauguração ou que não se sabia que a altura era pouco propícia a plantações, porque eu não quero acreditar que o nosso super-gestor/contabilista de trazer por casa anda a fazer mais desperdícios além dos que fez na Avenida da Boavista com a trapalhada dos carros antigos por conta do ovo (Metro) que haveria de sair do cu da galinha (Governo).
- 4. Como explica que na cultura a prioridade seja atribuída aos ralis de carros antigos e se como explica a sua cumplicidade com uma incompreensão política em relação à importância estratégica da cultura, que como lembra Alexandre Burmester (e qualquer livrito menos antigo que trate o desenvolvimento recente de Nova Iorque, Paris, Barcelona ou Bilbao, esclarece) é absolutamente fundamental?
Cumprimentos. E a melhor sorte do mundo (a cidade bem precisada está), Rio Fernandes
Pegando no tema da Cultura e num post que aqui foi colocado e pouco comentado, de Carlos Araújo Alves em 16/11, e porque na altura tive outros “valores que se levantaram” relacionados com o post: “Ao Vereador - «Leitor Activo»”, não tive oportunidade de comentar este tema. Mas como nunca é tarde, faço-o agora.
Analisando os dias que correm, em que a Indústria zarpou para a exploração da mão de obra dos países ex-comunistas como a China e outros, os Serviços administrativos para os países “Call Center” como a Índia, as empresas estão sedeadas nos paraísos fiscais, e são dominadas pelos cada vez maiores grupos económicos tradicionalmente Europeus e Americanos, mas que se vão tornando Russos, Japoneses, Árabes, ou tão Globais por pertencer a tantos… que a pergunta que sobra é onde a Europa e nós em particular em Portugal nos devemos situar no futuro próximo? Qual a aposta a fazer?
A solução é óbvia e tem quase só uma resposta – Cultura.
(Este é um tema demasiado complexo para poder ser exposto num post de um Blogue, mas assim mesmo vou levantar alguns aspectos, na expectativa de acrescentar alguma coisa à discussão que actualmente se faz por aqui.)
E é a Cultura porque:
- - Pelos anos de Conhecimento de que somos depositários da nossa História;
- - Pela forma e estrutura educacional, que nos faz culturalmente “revolucionários”, “contestatários”, “conceptualistas” e “criativos”;
- - Pelo Património da nossa civilização que continuará a atrair cada vez mais forasteiros. (O Egipto ainda nos leva a visitá-lo pelas suas Pirâmides.) Se a nossa civilização baseada nas Pirâmides ou Templos passou por Gregos, Romanos, Idade Média, Renascimento, Idade Moderna, Revoluções Industriais, e a tantos outros movimentos mais ou menos modernos, continua a criar e a produzir um sem número de objectos que são referência no panorama Mundial;
- - Pela capacidade de vender Mundialmente a “Imagem”, a “Marca” e o Status. (Por muito que o Toyota se pinte de vermelho nunca será um Ferrari);
- - Pelos padrões estéticos que orientam o desenho, a música, a imagem, a moda…, que regulam as tendências mundiais, e que serão sempre a origem da “mais-valia” criativa do artista, independente da produção industrial do produto;
- - Pela fasquia de qualidade que atingimos, e que se situa bastantes furos acima da geral;
- - Pela forma de vida “civilizada” que serve de padrão comportamental mesmo nos países mais díspares culturalmente;
- - E finalmente, pelos padrões sociais e políticos que a Europa atingiu, e que a maioria dos outros Países anseia e que dificilmente concretizarão.
Pelas razões, em tópicos, acima apontadas deveria entender Portugal, porque a Europa e os Países civilizados já o entenderam há muito, que o investimento na Cultura é bem mais importante e mais lucrativo que os TGVs e as OTAs. E que se a Festa da Música poderá só dar 1% dos proveitos do Euro do Futebol, só custará 0,01% deste. (Sem desprestigiar o Futebol, que também é cultura.)
Por estas razões acho que a Câmara do Porto faz o investimento correcto na Reabilitação da Baixa, na tentativa de privatizar o Rivoli (embora apenas apresente razões monetárias), e uma avaliação completamente incorrecta, porque ignora e é ignorante, dos investimentos Culturais que deveria fazer na cidade.
Alexandre Burmester
Exmo. Senhor
Vereador do Urbanismo
Dr. Lino Ferreira
Parafraseando o Arq. Ricardo Blanc, também não entendo o seu "nervosismo, agressividade e falta de educação". Vamos por partes:
Serviços Camarários
Como aqui referiu o Arq. José Pulido Valente, com "serviços destes, o Dr. Lino Ferreira não necessita de inimigos". Com excepção do Ricardo Blanc, todos os intervenientes que citou no seu post já manifestaram publicamente o apreço pela sua abertura e mudança de atitude em relação aos seus antecessores.
Há cerca de um mês e meio encontrei o Dr. Rui Rio na Exponor e transmiti-lhe essa opinião que temos a seu respeito. Mas também lhe contei que um certo "engenheiro" que trabalha na CMP não perdeu a oportunidade para o "sacanear", fazendo tábua rasa do compromisso que V. Exa. assumiu comigo, na frente de várias testemunhas. Recorda-se?
Insinuações
Tem razão quando diz que as minhas "insinuações não servem de nada e não servem a ninguém". Apenas uma correcção: não são insinuações, são afirmações. Se V. Exa. estiver interessado em averiguar, posso fornecer-lhe dados concretos. É fácil, porque os casos estão à vista de todos. É lá consigo.
Caso antigo, do passado
O "caso antigo, do passado", como lhe chamou, passou-se em 2002. Indiquei o nome da minha estagiária porque, ao contrário de outros colegas que reivindicam para si a autoria de todos os projectos que saem dos seus gabinetes, eu respeito a "paternidade" das ideias dos meus jovens colaboradores.
A minha tensão arterial sobe todos os dias quando passo naquele local, que fica a poucas centenas de metros do prédio onde moro e vai continuar a subir enquanto me lembrar que podia ter ganho uns milhares de contos com aquele projecto… Mas o que mais me revolta, é saber que o projecto foi aprovado pelo Dr. Paulo Morais, de quem sou amigo e que sempre tive na conta de uma pessoa íntegra. A única explicação que encontro é dada pelo Zé Pulido Valente: o "mal é que os seus comportamentos (do vereador) são condicionados pelas informações que (os serviços) lhe prestam".
Falta de educação
Já sei que vai dizer que não me reconhece autoridade moral para o acusar de falta de educação, mas o último parágrafo do seu post, além de pouco elegante, contrasta com a postura expressa em posts anteriores. Se para si é um prazer "passear" na Baixa do Porto, então estávamos todos iludidos acerca do seu relacionamento com a única tribuna realmente preocupada com o descalabro a que chegou a nossa cidade e que, na área da construção civil, se traduz num imobilismo sem fim à vista.
Pedro Aroso
- Acrescentei o feed do Nortugal no menu esquerdo.
- A máquina fotográfica do blog teve nos últimos dias mais dois contribuintes, com um total de 15 euros, a acrescentar aos 52 dólares anteriores. Mais um sinal de que este espaço é mesmo uma obra colectiva. :-)
«A Ordem dos Economistas, através da sua Delegação Regional Norte, em parceria com a Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo e com o apoio do Ateneu Comercial do Porto, vai promover uma Conferência/Debate subordinada ao tema "Investir no Centro da Cidade”, no próximo dia 29 de Novembro, pelas 18h30. A entrada é livre.»
Em 15 de Novembro, “vim à Baixa do Porto” a propósito do tal artigo do JN sobre o Arq. Ricardo Blanc e dos comentários que sobre ele foram feitos por Pedro Aroso e Manuela Regueiras. Nessa altura, desafiei Pedro Aroso e Manuela Regueiras a virem ao meu gabinete para consultarem o processo.
Depois disso:
- 1. Pedro Aroso, em 16-11, veio dizer que já não fazia sentido ir ao meu gabinete uma vez que se considerava esclarecido com a carta já enviada ao JN, esclarecendo.
- 2. Pedro Aroso, nesse mesmo post, veio, uma vez mais, avançar com um conjunto de insinuações que não servem de nada e não servem a ninguém. É lá com ele.
- 3. Manuela Regueiras nada disse.
- 4. Alexandre Burmester aproveitou ver-me como “leitor activo” e apresentou um caso antigo, do passado. Não insinuou... disse o nome, o número, etc... Aceitei o desafio e já lho comuniquei telefonicamente. Estou a analisar... (continuo, porém, a considerar prioritário o presente)
- 5. Pedro Aroso, logo no dia 17, voltou a falar e “sublinhou” o que já tinha dito Alexandre Burmester. Juntou, apenas, a sua estagiária suíça e o seu estudo de volumes. Claro que depois de “analisar”, também lhe comunicarei o resultado da minha análise. Espero poder contribuir para lhe “baixar a tensão arterial”...
- 6. Ricardo Blanc veio à Baixa do Porto dizer que o meu esclarecimento demonstrava “nervosismo, agressividade e falta de educação”. Por tudo que pude apreciar, no processo e nos textos e afirmações do Senhor Arquitecto Ricardo Blanc, creio bem não ser merecedor de lições, de sua parte, nem no capítulo do nervosismo, nem na agressividade e, muito menos, na educação... O Senhor Arquitecto Ricardo Blanc tem também a minha porta aberta para verificarmos, página a página, o processo da sua obra ilegal. Mas olhe que gosto de tratar os assuntos com frontalidade e com VERDADE!!! Não se pode “falar” para um Jornal, mentindo, dar origem a uma página contra o programa de recuperação do edificado da Baixa da Cidade e achar que ainda merece uma estátua... E quanto à insinuação da aprovação na véspera do seu artigo... Oh, Senhor Arquitecto, venha ver e não continue a insinuar malevolamente... Fica-lhe mal! É uma questão de boa educação... Venha ver para crer! Não preciso desses expedientes. Não faço despachos com datas ilegais...
- 7. No dia 20 foi Pulido Valente quem veio a terreiro, perdão, à Baixa do Porto, falar mais uma vez “a sentimento”. Já o ouvi falar assim no jantar da Baixa, sobre as flores que foram substituídas nos canteiros... (lembra-se?), sobre a Quinta da China (lembra-se?). Hoje, como sempre, venha ver! Volte ao meu gabinete, desta vez acompanhando o “seu” colega Ricardo Blanc... Diga-lhe como foi recebido. Prometo que voltará a ser bem recebido, como merece, aliás.
- 8. Antes que alguém aceite VIR VER para, depois, falar COM VERDADE, não voltarei a este assunto, mesmo que venha a ser "desafiado". Quem tem medo da VERDADE???
Mas a Baixa do Porto animou-se, manteve o seu espírito de diálogo construtivo e, sobretudo, o seu “bom ambiente”. É um prazer “passear” na Baixa do Porto.
Um abraço para todos.
Lino Ferreira
A SRU do Porto já promoveu imensos debates, desde o Masterplan, aos projectos de reabilitação, aparentemente já conhecemos todo o discurso. Mas existiu uma quebra enorme na informação, divulgação, publicidade, o projecto Porto Vivo continua a ser confundido com o Cruarb, a Porto Vivo não nasceu para morrer. Tem que continuar, agora cumpria-lhe fazer uma jornada para mostrar transparentemente como correu na Rua das Flores, qual foi a experiência, as dificuldades, como vai reinvestir o retorno.
Independentemente de virmos nós próprios a fazer jornadas, troca de experiências, a Porto Vivo tem ainda muita gente para convencer, ou então arrisca-se a que daqui a 3 anos continue tudo na mesma. A Banca, por exemplo, tem que ser parceiro nesta reabilitação e falta informação e campanha nessa matéria. Em cada projecto que a Banca se mostrar renitente resulta num investidor desmotivado.
As campanhas têm que continuar, a publicidade, os folhetos, a divulgação. A Porto Vivo pode continuar à espera dos privados, lá sentadinha, a receber muito bem, numas boas instalações, mas se não continuar a insistir no projecto, na reabilitação, corre o risco de morrer lá sozinha.
Houve uma quebra enorme no investimento promocional, e com tantos projectos de reabilitação da Baixa que falharam ao longo dos anos, não chega um ano de publicidade para mudar mentalidades. A Porto Vivo tinha que divulgar, fazer campanhas de como está a decorrer o processo, toda a sua experiência, alertas. Já sabemos que dá boas condições e esta instalada na Sé do Porto, mas se parte do princípio que já convenceu os investidores e que agora tudo se faz por moto próprio, engana-se. Além de ter que continuar a promover-se, tem também que puxar questões, como a segurança, como vai investir o retorno da Rua da Flores... bem, ninguém lhe pede um tostão, pedem-lhe que continue a divulgar, a incentivar, a promover. Dizer uma vez não chega, senão nunca teríamos necessitado da SRU.
"... onde também aproveito para abordar a esquecida Linha do Douro"
1) O T deitado é de facto a melhor solução porque reune num só troço o tráfego proveniente do Porto com o proveniente de Lisboa. Pode ainda captar tráfego na Galiza. Outra vantagem seria contrapor um universo de mais de 6 milhões de pessoas que vivem nas margens do traçado em T aos 5,5 milhões da região de Madrid. Uma infra-estrutura ferroviária destas leva mais do que a vida duma geração a amortizar-se. Mas isso não implica que a sua operação deva ser hiperdeficitária: a reunião de tráfegos num só troço contribuiria certamente para a redução dos mais que prováveis défices de exploração. E ainda com a vantagem de não prejudicar o tempo de percurso de Lisboa a Madrid e reduzir o tempo do Porto a Madrid. Enfim, manda quem pode. Mas manda mal.
2) Miguel Oliveira diz que a rede em Pi invertido é "sem dúvida a mais completa (ligando dois portos e desenvolvendo o Alentejo e o Centro) e vantajosa quando totalmente construída". Mas o problema reside mesmo aí: nunca será construída. Se o Governo tivesse tal intenção, a linha prioritária seria Aveiro-Salamanca, que é o traçado que nos ligaria verdadeiramente à Europa e por onde as nossas mercadorias circulariam em direcção ao norte do continente sem ter que prestar tributo à capital espanhola. Pelo que se vê, não existe qualquer intenção de a construir e nunca passará dum traço no mapa. A linha Lisboa-Badajoz-Madrid não liga Portugal a nada. Liga apenas Lisboa a Madrid. Transforma também Badajoz na capital de facto do Alentejo. Mas isso, no actual estado das coisas, até deve ser vantajoso para os alentejanos.
3) Nestas circunstâncias o Porto e o Norte de Portugal devem agarrar com ambas as mãos a ligação Porto-Vigo e manter a pressão e vigilância para que não haja retrocessos neste projecto. Resta-nos ainda um problema: ligar os portos de Leixões e Aveiro à rede europeia. Tal pode ser feito religando a Linha do Douro a Salamanca. Esta região espanhola transformar-se-á em breve numa importante plataforma intermodal. Uma plataforma intermodal fluvio-ferroviária no Douro superior colocaria o Atlântico a 150 Km de Salamanca, 220 Km de Valladolid e 350 Km de Madrid. As oportunidades que se abririam a Leixões, ao Porto e à Região do Douro seriam imensas. A Linha do Douro tem ainda uma outra potencialidade que não pode ser desperdiçada: a turística. Esta linha, umas das mais belas e espectaculares do mundo, liga uma vetusta cidade cujo centro histórico é património mundial - o Porto - a outra de igual quilate: Salamanca que, por sua vez, também é classificada como património mundial. Por fim, mas não por último, a ligação entre estas duas cidades atravessa toda uma região que igualmente faz parte do inolvidável património cultural da comunidade humana: o Douro. Se isto não vende turisticamente nada se vende.
Existem sinais de que o governo pretende encerrar a Linha do Douro entre a Régua (ou o Pinhão) e o Pocinho para o serviço de passageiros mantendo apenas, e enquanto for necessário, os comboios de mercadorias com cimento da CIMPOR para o terminal do Pocinho. Tal facto representará o golpe mortal final desta linha. Espero que a Associação Comercial do Porto, instituição que esteve na génese da construção desta extraordinária via férrea, esteja atenta e se oponha violentamente àquilo que António Barreto já classificou como um acto criminoso numa das suas crónicas no Público: pensar o desenvolvimento do Douro sem o Caminho-de-Ferro.
António Alves
Bom dia
Por acaso era minha intenção publicar este texto A responsabilidade dos agentes culturais também aqui n'A Baixa do Porto, mas o Tiago antecipou-se e linkou-o :-)
Não o publiquei de imediato porque queria acrescentar uma pequena nota a propósito da sugestão de F. Rocha Antunes. Parece que o meu caro, a avaliar pelo entusiasmo que despertou, desta vez acertou na mosca. Concordo com a Cristina e também acho que seria uma pena deixar cair esta ideia. No entanto, se me permite, só não estou de acordo quando faz um apelo à PortoVivo para que seja esta a organizar as Jornadas Temáticas de Reabilitação. Não podemos andar sempre a empurrar as nossas responsabilidades para cima. A minha sugestão é que organizemos nós próprios essas Jornadas, nas quais a PortoVivo terá, certamente, um papel central. Do meu ponto de vista esta seria uma oportunidade de demonstrar que a sociedade civil ainda está viva no Porto. Seria um trabalho dos diabos, mas perfeitamente exequível. É apenas uma questão de coordenação e divisão de tarefas. Vamos a isso?
David Afonso
attalaia@gmail.com
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Nota de TAF: Aproveito para sugerir também à Porto Vivo e à CMP que usem essa oportunidade para estudar e debater a questão dos fundos de investimento. Já agora, a Universidade do Porto estaria certamente na disposição de colaborar nestas Jornadas, se calhar até nos aspectos logísticos.
Ainda o Porto Canal, interessa-me a recolha constante da opinião pública. Através dela podemos medir o grau de evolução das pessoas, as suas tendências e sobretudo como vêem a região nos dias que correm, onde vão, o que querem e como pensam.
Por exemplo, ontem foram entrevistadas várias senhoras na casa dos seus 60/70 anos, o Porto Canal perguntou-lhes os votos para o Natal e os presentes que iriam comprar. Uma a uma foram respondendo que neste Natal não gastavam nem um cêntimo, não compravam nada para oferecer aos outros (talvez um aviso para o comércio tradicional), mas sabem o que é engraçado, é que todas elas admitiram que iriam passar o Natal fora da Cidade, no estrangeiro ou noutra região com os filhos, e isso é importante, porque demonstra os elos com urbe, ao mesmo tempo que não gastam dinheiro na Cidade, gastam dinheiro a viajar. Elas moram cá, mas os filhos moram fora. Não foram escolhidas a dedo para a entrevista, são apenas uma amostra pública e independente do estado das coisas, da mobilidade e como podemos interagir. Gosto do canal assim, regional e puro, sem efeitos de Tv de massas.
Agora voltando às iniciativas, como as referidas pelo Francisco Antunes que mereceram o apoio de Paula Morais, Pedro Lessa, Luís Sousa e Rio Fernandes, não podemos perder esta ideia, há que arranjar maneira de a pôr em prática, seja numa reunião/jantar, seja de uma forma mais abrangente, e se possível avaliar também o papel da Banca na reabilitação da Baixa do Porto. E agora os fundos de investimento.
Meus caros
Aquando do meu regresso de Luanda em Setembro passei uma semana por aí, entre o Porto e Castro Daire, terra de família. Pausa para habituação, pode-se dizer.
Alguns se lembrarão como choveu nesse final de mês. Eu embarquei para cá a 22 e fazia um mau tempo tremendo. Ao chegar ao meu lugar na cabine – em C, por direito inalienável – ia ensopado!
Por duas razões, uma, a ver com o desenho da nossa nova aerogare, e outra, com uma noção de economia da então SN Brussels Airlines que, obviamente, já antevia a sua fusão com a Virgin Express, que efectivamente se veio a verificar, tendo a primeira largado o «SN» do seu nome e as duas adoptado um novo símbolo em vez do fumegante «S» de outrora. Bem, adiante.
Como vos dizia, ao chegar ao aeroporto chovia a potes. Eu conduzia e era acompanhado pela minha Mãe, senhora de orgulhosos oitenta aninhos, que regressaria a casa tão logo nos despedíssemos. Eu saio, retiro as malas do carro, e preparo-me para a despedida, como em tantas outras ocasiões mas a senhora, ao tentar abrir a porta do seu lado – o do passageiro – nota como que uma cachoeira que lhe entra carro a dentro e lhe molha o braço e mão. Volta a fechar-se e começa a difícil tarefa de se mover para o lado do condutor sem sair do carro! Eu próprio enfrento pela quarta vez a dita cortina de água (três malas, mais a despedida) ao fim do que estou já bastante, digamos, desarranjado e pouco contente!
Ora, quem desenhou e da aerogare achou por bem – não deve nem ter pensado nisso, essa é que é essa – fazer o remate redondo da cobertura de maneira a que a água da chuva role por ela abaixo até que a gravidade a obriga a largar o metal de que aquela é feita e cai em cascata de alto precisamente no local onde se abrem as portas dos passageiros dos carros que os trazem para embarcar. Tive a oportunidade de observar nos poucos minutos que por aí pairei que outros desavisados havia que, como eu, paravam no sítio de maior incidência do dito fenómeno. Outros, no entanto, mais avisados, estacionavam mais a meio da via dupla para o evitar. Em dias mais movimentados, mai-la polícia pelo meio a forçar os infelizes a estacionar convenientemente, isto é debaixo da torrente, eu imagino o resultado.
Como e possível, com um clima como o nosso em que há tanto sol e tanta chuva? A mim dá-me a impressão, vista a rapidez com que o projecto apareceu quando foi decidido fazer as obras, que alguém foi lá ao catálogo dos aeroportos e pegou num dos projectos originalmente previstos para os Emirados Árabes Unidos...
A segunda parte da minha húmida saga deveu-se ao facto de a dita SN ter decidido poupar nas mangas e nos autocarros – assim nos foi dito pelo constrangido pessoal de terra que a serve – tendo os passageiros que marchar os cerca de 100 metros até ao avião debaixo do dilúvio a que atrás referi.
A diferença aqui é que os erros de uma companhia privada são lá com eles, arriscam-se a perder a clientela e podem sempre voltar atrás à sua custa. Agora o aeroporto, construído com dinheiros públicos…
Abraços,
Alexandre Borges Gomes
Bruxelas
Caro Vereador do Urbanismo
Não acha que este assunto é suficientemente importante para que se distribua muito mais informação sobre ele e, quiçá, se discuta aqui antes de se tomarem mais decisões?
Os meus cumprimentos.
PS: Ler também Câmara do Porto vai integrar 21 propriedades em fundos de imobiliário e Maioria aprova criação de fundos de investimento.
Gostei muito dos últimos posts contrastando com a monotonia "política" do debate Rui Rio vs Cultura.
Sobre o TGV, a maioria defende (julgo) uma ligação única Lisboa-Porto a Madrid, o famoso "T". Concordo que do ponto de vista económico seja mais barato, mas a solução adoptada pelo Governo, o PI invertido, é sem dúvida a mais completa (ligando dois portos e desenvolvendo o Alentejo e o Centro) e vantajosa quando totalmente construída. O problema é que a ligação Aveiro-Vilar Formoso mantém-se em "águas de bacalhau", tal como a linha Lisboa-Faro. Enquanto a primeira tem o garante de ser a principal via exportadora de Portugal (velocidade elevada, linha mista), a segunda só teria procura seguramente no Verão.
Concordo de resto com a Regionalização gizada por este Governo, baseado em NUTS II. Esperemos que o PRACE seja um avanço seguro e que o referendo seja o mais rápido possível. Dito isto, julgo que foi acertado o "não" à Regionalização anterior, porque o modelo e delimitação das regiões era muito grande e polémico. Aos poucos vamos lá..
Quanto ao PortoCanal, concordo com as críticas no essencial positivas. Gosto principalmente do programa que dá entre as 23h30 e as 24h que dá um resumo do dia com convidados. Também gosto das imagens que dão do Metro e do Aeroporto, mas parece-me um pouco excessiva a colagem nestas duas infra-estruturas como o "must" do Porto.