2006-10-08

De: Francisco Oliveira - "Rua das Flores"

Submetido por taf em Sábado, 2006-10-14 23:57

Na Rua das Flores

Quando no passado dia 10 enviei uma fotografia com um curioso conjunto de símbolos, por lapso seleccionei a fotografia errada. Aqui envio a correcta.

Bom fim de semana
Francisco Oliveira

De: Pedro Leitão - "Apresentando... o (nosso) novo Bolhão"

Submetido por taf em Sábado, 2006-10-14 21:29

Duas propostas em cima da mesa, duas visões para um novo Bolhão. É chegada a altura de iniciar a discussão de uma terceira, onde os cidadãos do Porto definirão o futuro que desejam para seu antigo mercado. Tal discussão, que se pretende alargada, poderá revelar-se importante no grau de exigência das negociações, permitindo ao júri do concurso conhecer a opinião daqueles a quem se destinará todo o projecto de revitalização do mercado. No fim de contas, será a aderência da população ao novo mercado que decidirá a sustentabilidade a médio-longo prazo do projecto.

Coloca-se perante o público o desafio de ver definidos os seus planos e ambições para tão fulcral órgão da Baixa, antes mesmo de escolherem, entre as propostas apresentadas, a de sua preferência. Convém assim levantar questões tão pertinentes como a vontade de ver transformado o mercado tradicional num grande supermercado com valências de shopping; ou ainda até que ponto deverão as intervenções, dentro e fora do edifício, sacrificar o tradicionalismo do mercado de modo a adaptá-lo às exigências de conforto dos novos consumidores.

Questões como estas poderão passar à margem das negociações se os cidadãos, por via dos seus representantes eleitos, não exigirem o cumprimento de certas condições que consideram essenciais para o bom acolhimento do futuro mercado pela população.

Pedro A. Leitão
p3_leitao@hotmail.com

De: Pedro Lessa - "Ambiente controlado?"

Submetido por taf em Sábado, 2006-10-14 17:12

Caro Lino Cabral

Penso que o seu post é sintomático da realidade geral que se vive cá na terreola. Planeamento para quê?

No meio da incerteza, mais vale realmente vivermos com uma certeza, a da desordem. É que o Planeamneto define quase tudo, como por exemplo quantos contentores de lixo deve ter uma rua, para evitar o que acontece nas nossas cidades. Para quê vivermos em cidades planeadas como Barcelona, Paris ou Londres. Estamos por cá muito bem.

E, no meu humilde entendimento, Juan António Blanco refere-se a Arquitectura. No Planeamento de cidades por exemplo, a que se chama Urbanismo, a Arquitectura é apenas uma das disciplinas envolvidas. Agora quem o faz, essa é outra questão.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: Manuela DL Ramos - "Naturocoop - Cooperativa de produtos biológicos"

Submetido por taf em Sábado, 2006-10-14 17:01

Naturocoop

A propósito das folhas caídas dos plátanos da Praça da Corujeira lembrei-me de aqui anunciar (embora tardiamente pois a abertura já foi em Agosto) as novas instalações da Naturocoop - Cooperativa de produtos biológicos, na Rua da Corujeira de Baixo, 480 Porto, Telefone: 96.1217040.

Para quem gosta de produtos de qualidade produzidos de acordo com padrões razoáveis de sustentabilidade ecológica.

Cordialmente
Manuela D.L Ramos

De: TAF - "Uma boa notícia"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 19:06

De: Cristina Santos - "Bouça e Viela do Anjo"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 18:52

Outro assunto por exemplo é o Bairro da Bouça, o muro em betão virado para a Estação da Lapa é muito bonitinho, muito útil, mas era fácil chegar à conclusão de que iria ser um foco de insegurança pela barreira que cria e obviamente um bom espaldar para o graffiti. Assim se faz, assim se tem, passem por lá e verifiquem em que estado está a obra de Siza Vieira concluída há poucos meses.

Viela do Anjo  Viela do Anjo

Outro assunto é a Viela do Anjo que tem que ser reabilitada no menor espaço de tempo possível, é uma entrada para o Centro Histórico do Porto, as ruínas ao alto pertencem à CMP, os ferros que as sustentam têm igual proprietário e não é de todo admissível que continue assim. É uma má imagem para o Porto e agora é um mau exemplo de vizinhança para a Porto Vivo.

De: Teófilo M. - "O Porto também é isto"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 16:07

Aí vai um link para um local onde se pode ver a face feia do Porto.

Cumprimentos
Teófilo M.
--
Nota de TAF: Meu caro, esse blog, juntamente com A Cidade Surpreendente, já consta do menu lateral esquerdo d'A Baixa do Porto há muitos meses. :-)

De: Lino Cabral - "Planeamentos"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 15:22

Quando ouço a palavra planeamento vem-me de imediato o que o velho grego Diógenes dizia sobre os poetas: aponto-lhes o meu bastão!

Há muito que as muralhas ruíram transmutando as cidades em sistemas abertos cuja certeza previsível é só uma: a incerteza. Esta mudança radical é irreversível e exige outros instrumentos e modelos de gestão não compatíveis com as boas intenções planificadoras dos nossos avós.

Se olharmos cuidadosamente para o que aconteceu nas últimas décadas concluímos que a planificação resulta até determinado ponto, num ambiente controlado, ou seja, totalitário. Rigidez só combina com rigidez (os famosos planos quinquenais soviéticos ou as políticas de fomento do Salazar são disto um sério testemunho.)

Curiosamente constatamos que à medida que o planeamento urbano foi sendo assumido como o remédio para os males urbanos, a especulação, desordem, corrupção e outras malignidades cresceram a olhos vistos. Aliás as constantes rectificações e alterações compulsivas do dito planeamento são sintomas de avaria grave.

Manter viva e sã uma cidade é um assunto de complexidades múltiplas para ser tratado à régua e esquadro nos imaculados estiradores dos arquitectos. Citando Juan António Blanco: "Ficamos enjaulados numa arquitectura institucional, tornada obsoleta e incapaz de responder com eficácia aos desafios da realidade em constante mudança. Sobretudo vivemos aprisionados pelo nosso imaginário moderno, axiomas civilizacionais e mitos culturais".

Como nos ensina a cibernética, os parâmetros de um dado sistema aberto só poderão ser controlados por outro sistema de maior complexidade. Teremos que construir a matriz integradora das inúmeras variáveis que traduzam fielmente a complexidade da cidade, enfim, teremos que construir o "algoritmo" da boa governança da nossa cidade. Mas isto é outro assunto.

Lino Cabral

De: João Medina - "Estamos mesmo no Porto?"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 15:06

Quiosque

Na renovada Avenida dos Aliados foram colocados uns quiosques aparentemente típicos. É de estranhar que os azulejos colocados nesse tão típico mobiliário urbano tenham motivos que são tudo menos portuenses, ou até portugueses (repare-se nas imagens: uns toucados, uns gorros em pele...)

Azulejos no quiosque

Azulejos no quiosque

Azulejos no quiosque

Algo não está bem quando na mesma Avenida, quando se aponta a utilização abundante do granito, se utiliza o argumento de este ser "tipicamente portuense". Acima de tudo, numa cidade com uma secular tradição de azulejos, este facto causa-me um profundo desagrado.

Creio que se trata de uma anomalia de fácil correcção. Já agora fica mais uma vez a questão: de quem é a responsabilidade?

João Medina

--
Nota de TAF: parece que há consenso, pois já em Junho passado José Paulo Andrade tinha focado o mesmo tema.

De: TAF - "É o «campus»..."

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-13 10:13

Hoje, além de alguns títulos dos jornais, ainda só tive tempo de ler esta opinião de Manuel Correia Fernandes. Já há tempos se tinha aqui e aqui referido o assunto.

De: Tiago Cortez - "Planos"

Submetido por taf em Quinta, 2006-10-12 23:57

Meu caro Pedro Lessa, era efectivamente ao plano Auzelle que me referia, e peço desculpa pelo lapso, e agora, mais informado acerca do plano, reconheço que no que toca ao centro histórico seria uma perda enormíssima (Auzelle propunha demolir grande parte do centro histórico, e se hoje choramos por exemplo as casas góticas destruídas à custa dos Almadas, imaginem a perda de meio centro, actual património da humanidade). Não obstante, no que toca ao resto da cidade nota-se a falta de planos, no caso concreto que referiu, a rua de Diogo Botelho, optou-se por abrir uma avenida até à Avenida da Boavista, numa visão claramente municipalista, e não metropolitana!

Em 1932 (74 anos atrás!), Ezequiel de Campos escreveu o "Prólogo do Plano Director", onde previa um "plano global de crescimento que deveria ultrapassar o limite da Circunvalação, integrando as áreas suburbanas dos conselhos vizinhos" e ainda um "plano regional extensivo à Póvoa de Varzim, Santo Tirso e Espinho" (note-se que Santo Tirso só muito recentemente aderiu à AMP).
E se quisermos recuar ainda mais no tempo, em 1910 (!!!), o "Plano de Melhoramentos e Ampliação da Cidade do Porto", de Elísio de Melo, previa a anexação da então vila de Matosinhos!

P.S.- Realmente fala-se que o Bom Sucesso é ilegal, no entanto eu acho que o problema mais que tudo está em PDM´s demasiado restritivos, mais de 3 pisos e já se considera aberração urbanística, embora das casas de ilha onde o tecto fica à altura dos meus olhos ninguém diga nada. E para aqueles que dizem que o Porto está cheio de arranha-céus, eu digo, a altura aceite como mínima para se considerar um prédio arranha-céus são 150m, no Porto só o hotel do Campo 24 de Agosto e a Torre da Maia ficam perto dos 100, e quiçá algum mais; a torre da Serra do Pilar tem 160m, logo não existe um único arranha-céus em Portugal inteiro. Em Espanha na cidade de Valencia, com dimensões mais ou menos equivalentes ao Porto (isto se a AMP não for ampliada como propõe o estudo da Universidade do Minho), têm propostas para 3 torres entre os 200 e muitos e os 300 e pico metros (a de 300m tem por volta de 70 andares) e, sublinhe-se, o projecto é do arquitecto Valenciano (não catalão como já disse o Expresso) Santiago Calatrava. Onde for para fazer prédios baixos façam-se prédios baixos, onde for para fazer altos façam-se altos!

Os meus cumprimentos.

De: TAF - "Brincar aos Metros"

Submetido por taf em Quinta, 2006-10-12 11:22

Mais uma vez Álvaro Costa nos brinda com uma pérola de lógica de argumentação ao defender a Linha da Boavista, supostamente tão importante para servir o local, entre outras vantagens. Qual a novidade, desta vez?

"Quanto à nova ligação Matosinhos-Boavista, cuja execução é, igualmente, inquestionável, Álvaro Costa advogou, todavia, a supressão de duas estações, nomeadamente na zona do Parque da Cidade, por forma a aumentar a sua competitividade."

Sobre este assunto eu já disse o que tinha a dizer. Curiosamente, a informação que existia sobre este projecto no site da Metro do Porto aparentemente desapareceu. Pelo menos não está no mesmo sítio e eu não consegui encontrá-la noutro.

- Estudos da Metro e Governo apresentados aos autarcas da Área Metropolitana
- Expandir a Linha da Boavista a Gondomar e Leça da Palmeira
- Inúmeros posts sobre este tema aqui no blog em Fevereiro de 2005

Outros assuntos:

- O Beato dos pequenos - opinião de Rui Moreira
- Nova rota entre Porto e Madrid
- Portugueses aderem em massa às "low cost"
- Porto Canal estreia 20 programas no sábado
- O adeus do «pai da Católica»
- "Católica" quer maior ligação à Região Norte
- Descentralização em debate na Católica - há tempos escrevi sobre este tema
- Livro «A Sé do Porto no século XX» é lançado hoje

De: Pedro Lessa - "Planos"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-11 22:18

Considero que a questão dos Planos que Tiago Cortez refere é absolutamente essencial num país moderno, organizado e civilizado.

Como já há muito tempo tenho referido, o grande problema das nossas cidades, do país inteiro, aliás, é a falta de Planos. Já começa a ser um tradição a falta destes. E não me refiro só a Planos Urbanísticos mas também à total ausência de Planeamento em todas as suas vertentes. Seja na Saúde, na Educação, seja em todas actividades em que a falta do mesmo é gritante. E, quando existe algum, é feito de forma errada e medíocre. Um verdadeiro atentado às regras básicas de desenvolvimento. Posso dar o exemplo da Linha Amarela do Metro do Porto, que foi pensada e planeada (lá está, mal feito) para uma capacidade de alguns milhões de utilizadores para não sei quantos anos e já ultrapassou tudo e encontrando-se já saturada (peço desculpa pela falta de informação, mas já não tenho presente os números).

Em Portugal, pura e simplesmente não se faz Planeamento, nem Planos. Bem sustentados, claro. E os que se fazem são modificados descaradamente, como por exemplo os PDMs, onde são permitidas a posteriori as mais escandalosas arbitrariedades e alterações, para tentar legalizar o que era ilegal (p.ex. shopping Bom Sucesso).

Já aqui indiquei vários exemplos de Planeamento bem feito na Europa, como por exemplo em Paris com o Haussman, em Barcelona com o Plano Cerdan, e os ingleses que são mestres em Planeamento, onde se era necessário demolir meia cidade, demolia-se. E não é de agora, é do início do século. Mas não deste, é do outro, do XIX. É só fazer contas ao nosso atraso.

Cá no Porto também existiu uma tentativa com o Plano Auzelle (penso que era a este que se referia, Tiago Cortez) mas como sempre todas as intenções dos técnicos são cerceadas pelo nosso famoso poder político. Alguns talvez não saberão que por exemplo a rua de Diogo Botelho foi planeada precisamente por Auzelle, e que se prolongaria depois da Praça do Império, atravessando o Parque da Cidade para passar exactamente à frente da Câmara de Matosinhos. Isto sim, era Planeamento, era pensar cidade, inclusive interligando cidades diferentes.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: TAF - "Leituras rápidas"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-11 14:51

De: Cristina Santos - "O Partido Socialista local"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-11 12:28

Gomes Fernandes, entre afirmações que colocam o Dr. Francisco Assis numa situação de falta administrativa para com a agenda política local, e demonstrações de estar cansado de não ver o PS fazer nada, pergunta aos leitores:

«Será Assis uma bandeira do PS suficientemente forte e credível para arrastar sociologicamente o Porto para uma alternativa de governação da Cidade à esquerda?»

Esta pergunta é mais direccionada para o interior do PS do que propriamente para a opinião pública, mas acho que nos cumpre dar a nossa resposta porque a oposição é um elemento necessário à cidadania plena.

Vejamos, quando se vira para a esquerda ou para a direita o que se pretende é encontrar uma estrada que vá em frente, a viragem depende essencialmente do destino indicado, não adianta continuar a falar de posições, urge um plano que nos indique o destino final, a esquerda é facilmente confundível com a direita, portanto dizer que se pretende adoptar conceitos de esquerda é não dizer nada.

Reduzir o PS local ao Dr. Francisco Assis parece uma forma de arranjar alguém que nos sacuda a água do capote, há vereadores, há toda uma equipa que precisa de assumir a sua responsabilidade a cada passo que dá. O PS tem que se separar destas teorias mesquinhas, da mania da perseguição; quando há trabalho, esforço e sentido, não há conspiração que nos derrube.

Voltando à teoria das viragens e dos destinos, para existir um caminho há que estudar e colocar as placas, só depois disso se arranja um sinaleiro para carregar a bandeira. Do meu ponto de vista ninguém pode esperar ganhar eleições só porque tem um líder carismático.

Por último Francisco Assis parece ter falhado, e este alerta de Gomes Fernandes é necessário, contudo convém analisar onde falha Francisco Assis.

Francisco Assis falha porque não consegue ter pulso duro com a sua equipa, porque não exige trabalho, porque encara os membros como trabalhadores com contrato efectivo, a quem se tem que dar o devido desconto antes de se lhe dar devida reforma. O dirigente do PS local tem que perceber que quem goza de vínculo efectivo, estatuto de lugar no quadro, geralmente encontra mil e umas razões de queixa que justifiquem a sua quebra produtiva e a falta de interesse que um lugar assegurado produz.

Posso até estar a perceber isto tudo mal, mas da minha parte só há 2 hipóteses: ou efectivamente a equipa PS é boa e apresenta soluções para além do seu líder, ou então Francisco Assis está a braços com um problema de recursos humanos e a sua única solução é contratar independentes.

Que me desculpe o PS, porque não sou nem tenho conhecimentos políticos, mas muita coisa podia ser melhorada na cidade se o PS tivesse um papel activo, que soubesse negociar e aprimorar propostas da oposição em vez de estar sempre contra usando sempre os mesmo motivos.

Da minha parte estou bastante chateada com o PS e muito mais devem estar aqueles que os elegeram. Quem está ou não à frente do PS não me interessa, o que me interessa é as ideias e as propostas que trazem à cidade.

Com respeitosos cumprimentos,
Cristina Santos

De: TeoDias - "O fresco de Júlio Pomar"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-11 11:08

Creio que o assunto dos dois frescos do Batalha já pertence à história da cidade pois, segundo o parecer dos especialistas, são impossíveis de recuperar.
- O fresco de Júlio Pomar no cinema Batalha, e o que resta dele:

no Batalha

Em relação ao baixo relevo que se encontra na fachada do mesmo cinema pouco ou nada foi escrito. O baixo relevo também foi censurado na noite cultural do "estado novo". Após o "25 de abril" foi parcialmente "recuperado", simplesmente, na altura, esqueceram-se de recolocar o martelo na mão do operário e o freio no cavalo.

TeoDias
Ruas do Porto

De: Tiago Cortez - "Planos"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-11 10:53

Estive a dar uma vista de olhos ao PNPOT e a um estudo do INE e reparei que o problema que se aplica ao Porto, e que igualmente dificulta o estudo da região do ponto e vista metropolitano, é o facto de a população se encontrar demasiado dispersa, coisa que não acontece por exemplo em Lisboa! Podemos dizer que temos casas a mais e pequenas demais!

Eu sinceramente acho que o Porto é uma cidade mal pensada, faltou por cá a mão do Marquês de Pombal, apesar de também por cá terem passado bons "urbanistas" como o Almada e o nobre presidente que abriu a Avenida da Boavista (que não sei quem foi) e as artérias rectas que acabam na Rotunda da Boavista!

Muita gente pensará que estas questões são secundárias, no entanto uma cidade tem de ser planeada pela base, ou seja: a planta, e só depois passar para o resto! O Porto nasceu como todas as cidades medievais, no entanto não se soube endireitar a devido tempo; a cidade expandiu-se ao sabor de cada um, uma autêntica anarquia urbanística!
Experimentem um passeio por Gondomar, se não se perderem 40 vezes no meio de hortas, prédios altos e baixos, casas, polidesportivos, fábricas, ruelas e avenidas sem saída, shoppings gigantescos! Eu já me perdi por lá, e o mais irónico é que me queria dirigir ao Estádio do Dragão, tinha contacto visual, mas não sabia como lá chegar!!!! Na minha opinião uma cidade com estas características não propicia uma vida com qualidade!

O Porto não precisa de intervenções pontuais (também precisa evidentemente), precisa de um plano de pormenor que abranja toda a região do actual Grande Porto! Concentremos a população, ganhemos qualidade de vida e uma cidade onde saiba bem viver! Alguém ouviu falar de um certo plano Razel (não sei se é assim que se escreve)?

P.S- Neste blog expomos opiniões, no entanto não é propriamente um local de debate! Eu gostava de dialogar e discutir o assunto! Bem, espero opiniões para abrir mais os meus horizontes, se para tal houver disponibilidade da parte de quem lê!

De: Paula Morais - "Simple pleasures"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-10 22:01

Caros participantes

Porque o Porto, apesar de tudo, ainda consegue despertar aprazíveis sentimentos, aproveito as palavras de Cristina Santos sobre os artesãos da pedra e da cal visíveis nos alçados da Rua das Flores para partilhar um pequeno excerto de um texto da autoria de Roy Hersh, um turista norte-americano que no último Verão fez uma visita à Baixa portuense:

«I could easily live in Oporto, a city with a warm heart and vibrant soul. Every time I visit, I see, taste or experience something new that just provides such a visceral pleasure. It is usually something quite simple that strikes me, while I notice others walking by unaware or without a care. In this particular instance, I stood and watched a road crew repaving a street adjacent to the Sao Bento train station which was roped off for repair. Although it might sound mundane to most, this crew was not involved in using a steam roller truck to flatten molten tar and asphalt as would take place on your typical American street resurfacing. No, here I observed men who were “repaving” this street by individually hand placing 4’’ square stones onto a leveled sand base, creating an eye pleasing pattern that was more intricate than any jig saw puzzle imaginable. Although they’re probably considered common laborers, these men were actually artisans, painstakingly pounding each stone into place to develop a smooth roadway. Like I said, ‘simple pleasures.’»

Paula Morais
Arquitecta

De: Luís de Sousa - "Rua das Flores II"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-10 21:58

A Cristina Santos fez no seu último post uma descrição muito precisa da realidade actual da Rua das Flores. Ainda que não concorde muito com o modelo arquitectónico de reabilitação patente na intervenção da Porto Vivo naquela rua, certo é que desde a sua conclusão já vários edifícios privados começaram a ser reabilitados, o que só por si é de louvar. Os estabelecimentos, principalmente os dedicados à restauração, são de qualidade muito razoável, o que permite a quem lá vive diariamente como eu discutir o local do almoço com amigos, tal é a diversificação da oferta. O que falta àquela rua é ver-se livre da circulação e estacionamento automóvel. O ambiente de vivacidade que a rua tem neste momento não se pode sustentar em duas faixas de metro e meio de largura feitas em cimento esburacado. Ao longo do passeio somos confrontados com os mais variados obstáculos. Ora são candeeiros públicos, ora são sinais de trânsito, ora são os próprios automóveis que abalroam o passeio. Isto torna o trânsito pedestre um caos nas horas de maior movimento, obrigando as pessoas a andarem no meio da rua já que o estacionamento é feito nos dois lados. Esta realidade é absolutamente inexplicável que continue, já que a Rua das Flores termina no Largo S. Domingos, que no momento funciona como um parque de estacionamento selvagem, que com a opção pedestre na rua ganharia uma nova dinâmica e se tornaria num espaço altamente qualificado e com níveis de ocupação insuperável por qualquer praça da cidade. A ideia de ligar o eléctrico de S. Bento ao Infante poderia passar também por esta nova via pedestre.

Cumprimentos
Luís Sousa
Designuviar

De: Francisco Oliveira - "Rua das Flores"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-10 21:44

Na Rua das Flores

Como nos últimos dias se tem aqui falado bastante da Rua das Flores e como no princípio de Setembro fotografei toda a dita rua (e também S. Domingos e Belomonte), não resisto a enviar-lhes a curiosa situação da foto em anexo, com

  • - a bandeira da República
  • - um brazão da Monarquia
  • - um tubo de esgoto que simboliza o "desenrascanço" português
  • - uma mesa de cabeceira na varanda
  • - e a indispensável parabólica

A colecção de fotografias que fiz servirá para ir conferindo as modificações.

Saudações
Francisco Oliveira

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