2009-12-06
Caro TAF
Só agora me foi possível enviar o esclarecimento pessoal prometido, que se deve sobretudo ao seu comentário “não são contudo nada invulgares exemplos de erros sistemáticos que ocorrem ao longo de muito tempo, ….”
Começo por apresentar, em contexto, um facto que complementa o “Porto Gravítico”:
As perdas de água no Porto baixaram para menos de metade em apenas 6 meses (Janeiro/Junho de 2007), com uma poupança de mais de 4 milhões de euros por ano num volume de vendas anual de cerca de 40 milhões de euros. Tal foi conseguido com medidas de gestão e praticamente sem investimentos que, aliás, não seriam exequíveis em meio ano.
- Ler o resto em PDF.
- Cavaco Silva inaugura Palácio das Artes - Fábrica de Talentos
- A Casa da Crise revista
- O prédio mais caro do Porto: 4.100 euros por metro quadrado
- Casa da Música lança livro para contar o passado musical do Porto
- Provavelmente o maior motivo de preocupação que vi até hoje na relação entre o Estado Português e os cidadãos. Isto é mesmo grave porque é legal. (Link corrigido.)
O preço não é assim tão alto. A minha solução é simples. A distribuição da população nacional é a seguinte (dados do INE):
- Norte: 3 745 439
- Centro: 2 383 284
- Lisboa: 2 819 433
- Alentejo: 757 069
- Algarve: 430 084
- Açores: 244 780
- Madeira: 247 161
A linha Poceirão-Caia, que vai servir exclusivamente a região de Lisboa nos próximos 10 anos, custa 1.359 mil milhões de euros. A minha solução é simples:
- 1359 milhões de euros / 2,8 milhões de habitantes = 485 euros /habitante
- 485 euros / 12 = 40 euros /mês /habitante.
Os deputados eleitos pelo resto do país devem pedir aos cidadãos da região de Lisboa, única beneficiada pela construção da linha Poceirão-Caia numa primeira fase, para pagarem um imposto extraordinário em 2010 de 485 euros por habitante. Fiquem com o vosso comboio, e deixem o resto do país em paz.
Sugeria no Norte fazer as coisas à moda do Norte: Criar uma Associação Comercial "Portuscale" com o único intuito de financiar a construção de uma linha em bitola europeia destinada a mercadorias, Aveiro-Salamanca, negociando com o governo espanhol a ligação da fronteira a Irun, e a construção de uma plataforma logística igualmente em Aveiro, de onde, com os lucros de exploração da linha, comecem a sair linhas radiais que sirvam todo o Norte de Portugal. 6.128.723 habitantes directamente afectados agradeciam, e estou certo que as empresas nas áreas afectadas também. A Associação Comercial poderia ser financiada por empresas e individuais. Eu estaria disposto a pagar 1 euro por dia para tal. Para este governo, não. Acho que estes 6.128.723 habitantes têm mais confiança na iniciativa privada que num Estado que sistematicamente toma o resto do país por parvos.
Melhores cumprimentos,
Daniel Rodrigues
É um motivo de orgulho saber que algumas instituições consagram ao Porto os seus melhores. Independentemente das crenças de cada um, é positivo para todos que a presença da Igreja Católica no Porto seja uma referência incontornável para os seus cidadãos por uma firme postura de nobreza e lealdade para com a cidade.
"A sua intervenção cívica tem-se destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja. Ao mesmo tempo que leva a cabo a sua missão pastoral, D. Manuel Clemente desenvolve uma intensa actividade cultural de estudo e debate público. Em tempos difíceis como os que vivemos actualmente, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo."
Muitos parabéns à Diocese do Porto e ao seu bispo Sr. D. Manuel Clemente
É já no próximo Domingo, dia 13 de Dezembro, o 1º Mercadinho de Artesanato, organizado pela Casa da Horta, Associação Cultural. Terá lugar das 15h às 18h, no espaço multiusos da Junta de Freguesia de São Nicolau, Rua Nova da Alfândega nº 25 (mesmo ao lado do Clube Literário do Porto). Vão estar presentes as seguintes bancas:
- Casa da Horta - produtos naturais
- Casa do Bosque - artigos em tecidos reaproveitados e produtos naturais
- Raízes - legumes biológicos
- Celeste Fernandes - bijuteria
- Clube dos Avós - artigos em tecido, tricôt, crochet...
- Diana Dias - artesanato reciclado e bombons caseiros
- Helena Leandro - LaurusNovilis - compotas artesanais e azeites aromáticos
- Inês Caetano - artesanato reciclado e licores caseiros
- Joana Soares - Segresdos da Gula - compotas artesanais
- Juliana Lima - artesanato reciclado
- Mafalda Guedes - colares de trapilho
- Marlene Almeida - flores de lã e origami
- Muni e Inês - flores de filtro, crochet e agendas lunares
- Tânia Santos - Atelier Suma-Uma - artesanato reciclado
- Tita Almeida - bijuteria tribal
- Van Nguyen e Teresa - bijuteria e livros para crianças
- Xana Valente - artigos em filtro
- E talvez mais uma ou outra banca surpresa! ;)
Apareçam e tragam a família e os amig@s!!
Casa da Horta, Associação Cultural
- D. Manuel Clemente vence Prémio Pessoa
- Bispo do Porto recebeu galardão "com grande surpresa"
- Prémio Pessoa atribuído a D. Manuel Clemente
- Prémio Pessoa para o Bispo do Porto
- D. Manuel Clemente é "uma referência para a sociedade", presidente da REAPN/Portugal
- Prémio Pessoa: Galardão "não poderia ter sido mais bem atribuído" - AEP
- Agência Ecclesia: D. Manuel Clemente é o vencedor do Prémio Pessoa 2009
Eu bem disse em 2007 que o novo Bispo era uma boa notícia para o Porto. ;-)
PS: Pontaria! - «D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, vencedor do prémio Pessoa 2009, é a personalidade em destaque na edição deste mês da revista "O Tripeiro"»
Via Movimento pelo Cineclube do Porto:
- Direcção do Cineclube do Porto quer nova sede para revitalizar instituição
- O Porto ainda é a cidade do cinema?
- Boa notícia: reparei ontem que há finalmente obras nas instalações da Fundação Marques da Silva no Marquês. Passaram mais de 4 anos desde que aqui falámos da instituição e das dificuldades por que passava.
- O pombal do Rio Mau - mais dúvidas para juntar às minhas sobre o trabalho de Souto Moura. Ainda há poucas horas eu comentava com outro convidado para a inauguração das instalações da PMA (em plena Baixa :-) ) que há em alguns meios "fashion" uma tendência para tratar a arquitectura como "escultura de espaços", desprezando os aspectos funcionais.
- U.Porto: Galeria dos Leões é inaugurada a 12 de Dezembro
- Papa vai estar no Porto a 14 de Maio
- Palácio das Artes - Fábrica de Talentos vai ser inaugurado hoje no Centro Histórico
- Às sextas na cave | quando o poema se cumpre | noite de poesia, 18 de Dezembro, 22h30, sugestão de Amanda Ribeiro
- Lançamento do Livro "Ciência para meninos em poemas pequeninos" de Regina Gouveia, 16 de Dezembro, 18h na Vivacidade, sugestão de Adelaide Pereira
- Opúsculo Regresso ao Passado, de Paulo Moreira, sugestão de Dafne Editora
- Histórias e memórias das Ruas do Porto apresentadas em livro no Palácio da Bolsa, 17 de Dezembro, 18h
- Casa da Música inaugura televisão para transmitir concertos na Internet
- Vazios - a Casa do Cinema
- Reabilitação do Morro da Sé posta em causa - uma trapalhada inacreditável!
- Nova bandeira de Rio vai ter mais dinheiro
- Competitividade ultrapassa coesão social e ganha a maior fatia do orçamento camarário
- Procura de cinco propostas para a Via Nun'Álvares - "a passagem do metro na nova avenida, que ligará a Praça do Império à Avenida da Boavista, deverá ser feita de forma enterrada"
Já está online a edição de Dezembro do Porto em Conversa. O meu convidado foi Joaquim Jorge, o mentor do Clube dos Pensadores. Numa conversa animada falámos da motivação para a realização das diferentes actividades de que o Clube dos Pensadores é composto, nomeadamente os debates, o programa de rádio na RCM, o blog e o livro.
Também já podem ouvir algumas das diferentes intervenções do evento Ignite Portugal que se realizou no Porto a 27-Nov. Tal como Miguel Duarte explicou, este é um evento que tem como objectivo inspirar. A ideia é falar de paixão e contar uma história, isto tudo em 20 slides x 15 segundos. Vão passando pelo blog porque todos os dias até ao dia 17-Dez vão ser publicadas as diferentes apresentações. Das que já estão online destaco por exemplo "A senhora da limpeza que ganhava comissões" de Luis Cochofel ou "Pode a Ibéria ser um mercado único para uma startup?" de Iago Soto Mata.
--
blog.osmeusapontamentos.com
Carissimos
Obviamente que, no quadro da projecção da cidade no exterior, a RBAR, tal como a Fórmula dos Carros Antigos e a Cidade da Ciência, todos têm o seu respectivo papel numa estratégia mais ampla. Isso não se discute e também não se discutem os custos destas operações. Ponto final parágrafo. Não sou TóTó e também não gosto que queiram fazer de mim TóTó. Portanto, todo aquele discurso dos gastos e porém, sim, mas talvez... não tem o menor cabimento.
Agora, já que o meu nome nunca apareceu em qualquer panfleto de qualquer estrutura partidária, clube de futebol, agremiação ou associação de qualquer tipo, nem do avental, nem do crucifixo, nem dos shackras e nem sequer das piscinas interactivas, sou presente para afirmar: Ou os Senhores das duas Margens do Douro conseguem demonstrar que tudo fizeram e estão a fazer para manter o RBAR no Porto/Gaia no quadro da estratégia de projecção da cidade, ou então DEMITAM-SE!
É que isto aqui em cima não deveria ser como os outros de lá de baixo que uma semana era na OTA e na outra era em ALCOCHETE! Tudo o resto são palavras de mau pagador...
Cada vez mais são as vozes que se levantam em defesa do futuro da Linha do Douro. De leitura obrigatória este excelente artigo do engenheiro Alberto Aroso no Público de 6-12-2009.
«Dado que se trata de uma linha que ainda não foi alvo de uma modernização profunda, importa perceber se este investimento deve apenas incidir numa mera e simples reabilitação do troço em causa destinado apenas a realizar alguns comboios turísticos, ou se se deverá ir mais longe e transformar esta infra-estrutura num importante acesso ao interior da Península Ibérica e à Europa. Tendo ainda em conta que atravessa uma região turística de excelência, a mesma poderá vir a ser a porta de entrada no nosso país.»
«O troço entre Caíde e Barca D’Alva representa 77 por cento do total da extensão da linha, configurando, por isso, um cenário privilegiado para a introdução a médio prazo da bitola europeia, o que, aliado ao Porto de Leixões e a um porto fluvial no Pocinho a construir, representaria um importante eixo ferroviário, quer de passageiros, quer de mercadorias, para o Norte de Portugal, o qual poderia ainda estar ligado às Beiras via Vila Franca das Naves.»
... eis-me de volta para colocar online os posts recebidos e ler o mail em atraso.
Para já fica aqui a sugestão de José Silva: "Leucemias à volta da VCI?" - VCI com excesso de Benzeno
Agora que está tudo crispado pela possível deslocalização da Red Bull Air Race, parece-me indiscutível que ganhamos uma outra! Pope Air Race, segundo o programa da visita Papal, o helicóptero que sairá de Fátima irá aterrar na Serra do Pilar.
(Só para descontrair...)
No passado dia 11-08-09, escrevi aqui neste blogue, num post chamado “O bom senso começa a vir ao de cima”, o seguinte:
«Neste momento impõe-se reequacionar estrategicamente toda esta questão da nova rede ferroviária e estabelecer definitivamente aquelas que deveriam ter sido sempre as prioridades nas ligações internacionais: a mudança de bitola e o escoamento de mercadorias para a Europa utilizando o eixo Irun – Salamanca. Os TGV não nos ligam à Europa. No máximo, com o traçado proposto, ligam Lisboa a Madrid e deixam mais de metade dos portugueses e mais de metade da economia nacional de fora. É hora também de deixar de pensar a Linha do Douro apenas como detentora de um grande potencial turístico. É inquestionável que o tem, mas o seu grande contributo para a “estruturação da Ibéria” será mesmo a sua reactivação para o transporte de mercadorias e abrir o Atlântico ao grande porto seco de Salamanca e ao nó logístico de Valladolid. O Porto de Leixões é a porta atlântica de excelência para toda a Castela interior.»
Hoje a TVI passou uma reportagem muito esclarecedora sobre este assunto. Portugal arrisca-se, por cegueira, a ficar ferroviariamente isolado da Europa, em particular no que respeita ao tráfego de mercadorias. Esta questão, por umbiguismo centralista, é ainda mais premente no que respeita ao Porto e ao Norte: no nosso caso – coração da (ainda) principal região exportadora portuguesa - arriscamo-nos mesmo a ficar até isolados de Lisboa, a única região que poderá vir a ter uma ligação internacional em bitola europeia para mercadorias tendo em consideração que, segundo as últimas notícias, Portugal pediu aos espanhóis para que a ligação Porto-Vigo seja apenas para passageiros. Para o noroeste português o objectivo URGENTE é conseguir uma ligação ferroviária em bitola europeia a Valladolid. Se isso não for conseguido através do eixo Aveiro-Salamanca, como tudo indica, que seja feito através da Linha do Douro, que já ligou directamente o Porto de Leixões a Salamanca, transformando-a numa linha de bitola europeia. Esta linha tem a vantagem de fazer avançar o terminal marítimo de Leixões 100 km para o interior da Ibéria. Na costa portuguesa é materialmente impossível existir outro porto mais próximo de Madrid.
No debate que também hoje a TVI24 levou a efeito sobre o assunto o enviesamento centralista também foi evidente: discutiu-se apenas Lisboa e Sines. Para estes protagonistas Portugal resume-se a estes dois pontos. Os próprios estudos da RAVE provam que a região de maior tráfego, tanto de passageiros como de mercadorias, entre Portugal e Espanha é o eixo Porto/Noroeste – Madrid e não Lisboa-Madrid. A prioridade dada a esta ligação é uma cretinice política e uma aberração económica.
Eu estranho o silêncio da Comunidade Portuária de Leixões sobre este assunto. Provavelmente vai deixar-se ultrapassar e o Porto de Leixões acabará por definhar por falta de ligações ferroviárias viáveis. O futuro, ao que tudo indica, viajará de comboio e não de camião.
António Alves
maquinistas.org
- Festival Etnias 2009, 10, 11 e 12 de Dezembro no Teatro Sá da Bandeira, sugestão de Contagiarte
- Mercado de Natal no Plano B, 12 e 19 de Dezembro das 14h30 às 22h00
- Portuenses que residem no Amial, junto à VCI, expostos a níveis perigosos de benzeno
Caro Tiago,
vi hoje este post n'A Baixa do Porto, sobre o papel dos deputados eleitos pelo Porto no esclarecimento da deslocalização da Red Bull Air Race. Pergunta Daniel Rodrigues, e muito bem, se os eleitos pelo Porto à AR estão a acompanhar a questão. De facto, os quatro deputados do CDS eleitos no Porto já tinham apresentado, dois dias antes, uma pergunta ao ministro da Economia sobre exactamente essa questão. A pergunta pode ser consultada aqui. Uma notícia sobre o mesmo tema, a exemplo de outras, encontra-se aqui. Quando - e se! - recebermos uma resposta, terei todo gosto em lha fazer chegar.
Renovo-lhe os parabéns já dados noutras ocasiões pelo trabalho que tem com o site que acompanhamos com muito interesse pelos temas que se debatem.
Um abraço,
Michael Seufert
Deputado à Assembleia da República
Grupo Parlamentar do CDS/PP
Pista de gelo volta aos Aliados... e o Papa também virá aos Aliados, no próximo ano.
Para aqueles que acham que há "Aliados" a mais, e a Avenida está transformada numa espécie de feira, repleta de barracas e afins, aqui ficam mais umas fotos da (só podia ser) mais famosa Avenida do mundo! Tendinhas de Natal, carrosséis e afins, pois claro! Lá como cá... salvaguardando as devidas proporções!
Correia de Araújo
Caro TAF
Respondendo ao seu desafio, e com base na minha experiência de engenharia civil, sou totalmente da sua opinião quanto aos custos irrealistas que são apontados para esta construção.
Na realidade e sem entrar em muito detalhe, fazemos um cálculo da área por piso (6x6 + 3x6/2) a 45 m2, multiplicado pelos 3 pisos, e chegamos a uma área de construção de 135 m2. Se o custo (só de construção!) forem os 320 contos/m2, considerados pelo Sr. Arquitecto (apontamento que aparece na apresentação) teremos 216.000€! Obviamente que 320 c/m2 não é um preço que dê para muitas brincadeiras... Espero que o Expresso corrija essa informação.
Cumprimentos
José Manuel Oliveira
Vi há dias em Matosinhos, em local que agora não estou a lembrar, um espaço destinado às futuras instalações do jornal Expresso. Portanto, este projecto será para outra coisa que não as actividades do dito jornal. Pode também ser uma casa que, quando vendida, disponibilize lucro para a construção em Matosinhos.
Contudo, e no que diz respeito a derrapagens orçamentais, este vídeo dá-nos uma prova clara de como se semeiam essas atitudes. É visível nas imagens uma conta de somar em que 36 + 18 = 44 X 2 = 88. Se a conta estivesse bem feita daria 108. 108 não sei o quê. Sei que um arquitecto não sabe fazer contas. Por valor inferior ganha-se um concurso, o custo final é outra conversa. E os costumeiros erros sabe-se também que é fácil resolver. Com as alterações climáticas percebe-se facilmente que as luvas tenham mudado de função, e de proveito. Portanto, aquela conta se calhar até está certa. Eu é que não lhe apanhei o ponto de vista.
Segundo notícias recentes na imprensa escrita, a Câmara do Porto está a pressionar a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos no sentido de que a empresa de construção Eusébios fique isenta de pagar 200.000 mil euros de Imposto Municipal de Transacções no momento da assinatura do contrato de direito de superfície para exploração do Mercado do Bom Sucesso por um período de 50 anos.
O Movimento Bom Sucesso Vivo, movimento cívico de defesa do Mercado do Bom Sucesso, não pode deixar de exprimir a sua indignação por esta situação. Uma cidade viva precisa de mercados municipais vivos, à semelhança do que se passa em grandes cidades europeias. Desde o início que nos opusemos a que um mercado municipal, que deveria ser remodelado e mantido pela Câmara, fosse entregue à exploração privada. Como temos manifestado a nossa indignação pelo estado de degradação a que intencionalmente a Câmara deixou chegar o Mercado do Bom Sucesso para seguir apresentar essa privatização como a solução.
Acontece que o projecto que a Eusébios tem para esse espaço é de um péssimo urbanismo, uma péssima solução para aquele que é o segundo centro da cidade, a Boavista, destrói a função de mercado, como tal o carácter do edifício e o que ele representa para as pessoas. Esta zona está já saturada de centros comerciais e de hotéis, não faz qualquer sentido criar mais um centro, mais um hotel e eliminar assim uma estrutura de comércio de proximidade. Nos mercados localizados no centro das cidades pode-se comprar sem ter de se fazer grandes distâncias, pode-se ir a pé ou de transporte público, encontram-se produtos vindos de locais próximos também, com grandes poupanças de energia em relação a outras formas de comércio.
Além do mais este edifício é de grande qualidade arquitectónica e por isso foi agora classificado de interesse municipal. Note-se, aliás que a classificação como património nacional pelo IPPAR estava já em curso. Mas a lei é subvertida por estes agentes económicos que se orientam apenas pelo lucro e não pelo interesse público. A classificação recente é agora usada para ir buscar uma isenção de imposto, mas não pretende ser usada para manter o edifício na sua traça actual nem com a função para o qual foi desenhado. É caso para dizer que os 200.000 mil euros seriam muito bem empregues na modernização do Mercado, isso sim, seria uma medida de interesse público e que favoreceria a cidade.
A Câmara quer, mais uma vez, entregar a privados o que é publico o que é de todos, desrespeitando tanto quem trabalha no Mercado do Bom Sucesso como quem lá compra. O Movimento Bom Sucesso Vivo vem assim demonstrar a sua indignação com esta posição da Câmara e apela ao poder central para que faça valer a classificação do edifício no sentido da sua preservação e modernização.
Porto, 7 de Dezembro de 2009
--
Movimento Bom Sucesso Vivo