De: TAF - "Mais obras de ficção"
O Norte de Portugal está numa fase ímpar de criatividade! Depois do argumento para filme que comentei há dias no JN, agora é a vez de Souto Moura desenhar uma casa para um orçamento de 100.000 euros. Veja-se o vídeo de apresentação e a peça multimédia anexa. Uma casa "barata", "para a crise".
A proposta em si é muito interessante do ponto de vista da arquitectura, mas também sob a óptica da criatividade orçamental, pois o custo real será provavelmente pelo menos o dobro (gostaria de ouvir comentários de especialistas). A menos que não se incluam custos do terreno, dos projectos, da montagem de estaleiro, das licenças, etc., etc.. Portanto, até do ponto de vista da preservação da herança cultural portuguesa é um trabalho relevante: as derrapagens de custo são bem características da nação portuguesa. Conversei há pouco no Twitter com o director do Expresso acerca do papel dos jornalistas na verificação dos factos, e confirmei a vontade deste semanário apostar na capacidade inventiva nacional custe o que custar, literalmente.
Já que Terça-feira é feriado, como gosto de boa arquitectura mas tenho pouco talento para o planeamento financeiro ousado, se calhar vou outra vez tomar um café à Casa de Chá da Boa Nova procurar inspiração. (A Casa de Chá não foi projectada por Souto Moura mas por Siza Vieira e seus colaboradores; também serve.)