2009-08-30

De: José Eduardo Andrade - "Acerca da Avenida AEP"

Submetido por taf em Sábado, 2009-09-05 12:06

Em Lisboa constroem-se "túneis do Marquês" caríssimos e de utilidade duvidosa (já que servem para levar o trânsito à cidade)... Aqui optam por "rasgar" uma autoestrada no meio da cidade... Não se justificaria um túnel entre a rotunda AEP e o nó de Francos? Afinal seria uma (micro)infraestrutura de orientação do trânsito para fora da cidade ou mesmo evitar que este lá entre quando apenas está de passagem, enquanto o IC24, CREP, ou A41 (como lhe queiram chamar) se vai demorando eternamente na sua conclusão. Essa sim, uma obra importantíssima para o grande Porto e que evitaria o cruzamento da cidade por umas centenas de milhar de automóveis diárias...

José Eduardo

De: TAF - "Apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2009-09-04 12:14

- Linha de Leixões: Comboios na próxima semana
- Metro entre o Porto e a Póvoa vai ser 10 minutos mais rápido e mais confortável
- Ryanair inaugurou a primeira base aérea em Portugal
- Douro Azul acusa Menezes de querer deslocar os barcos do cais de Gaia por "perseguição"
- Ciclovia liga Pasteleira ao Parque da Cidade
- Câmara acusa Ministério de mentir sobre Avenida AEP

- Rui Moreira lamenta em livro que o Porto esteja "mais fechado e agreste"
- Aprovada alteração de lei sobre prédios arrendados
- Rui Rio defende discussão sobre a eleição directa da Junta Metropolitana

- Rui Rio cria ginásio para uso incógnito
- CDU acusa Rio de "sonegar informações de acordo com as suas conveniências políticas" - "De acordo com a CDU, Rui Rio nunca apresentou as cópias, pedidas, do contrato com o presidente da comissão de estruturação da empresa municipal Águas do Porto (Poças Martins), nem dos relatórios de actividades e contas da Comércio Vivo ou da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica. O autarca também ignorou o pedido de envio dos estudos - que Sá diz "não existirem" - que apontariam para uma poupança de 700 mil euros por ano, com a concessão dos serviços de limpeza. Os protocolos com La Féria, para uso do Teatro Sá da Bandeira, ou os contratos com a PA Leading (sobre o Circuito da Boavista), são outros documentos cujo pedido ficou sem resposta."

- Artistas da ART FORUM Graz-Áustria - "Novos pontos de vista", inauguração hoje às 18:00 na Árvore
- Homenagem a Fernando Lanhas, amanhã, 16:00
- Inauguração do "Parque Aventura" da Lipor, amanhã à tarde
- 3ª Marcha pela Linha do Tua: Foz Tua – Castanheiro do Norte, Domingo
- Cabeças de lista pelo Porto debatem gestão do aeroporto no Palácio da Bolsa, dia 16, 21:30

- Posts novos e interessantes no Porto Antigo

Ainda não tive tempo de passar os meus apontamentos sobre este debate mas aqui ficam já as diferentes intervenções realizadas no debate sobre o PROT-N que a Campo Aberto organizou na última quarta feira:

Campo Aberto
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blog.osmeusapontamentos.com

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Nota de TAF: Plano assume TVG como prioridade

De: Pedro Marinho - "Ciclovias vs. «Zonas 30»"

Submetido por taf em Sexta, 2009-09-04 11:41

Meus caros

Antes de mais agradeço imenso a recepção e consideração que as minhas palavras mereceram. No entanto, notei que o assunto tendeu a focalizar-se em ciclovias. Peço, por isso, que comecem por ler este post: Ciclovias? Capacetes? Para quê?

O meu desejo – e o dos demais ciclistas – é que assome na mente do comum cidadão o conceito «Zona 30» e não «ciclovia»; porque, no fundo, gostaríamos de falar de meios de «integração de ciclistas no trânsito motorizado», e não de «segregação de ciclistas do trânsito motorizado».

com os melhores cumprimentos,
Pedro Marinho

De: Serafim Pereira - "Património que já foi do Porto"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 23:58

Lembro aos novos intelectuais da cidade mais um monumento que já foi nosso.

Convento da Avé Maria


De: Joaquim Pinto da Silva - "O Porto e os Tachos"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 21:29

Enviada para um jornal, esta opinião não foi publicada. Por isso aqui vai, com um acrescento: nesta altura não tinha a confirmação de que Rui Rio também afirmou que ou ganha ou nunca será vereador de Elisa Ferreira. Isto é, em termos práticos, ambos só admitem ganhar ou mudam de vida, o que me parece perfeitamente aceitável.

Os "dois tachos" da Elisa Ferreira e a Panela de Rui Rio

Estou convencido que, no Porto, o que mais separa neste momento, em termos de escolha eleitoral, Elisa Ferreira de Rui Rio, é o argumento dos 2 "tachos" que, dizem, aquela pretender. Argumento falacioso, fruto duma mesquinhez entranhada de muitos (que sonham e tudo fazem para os poder ter, e alguns têm, isso ou mais), essa asserção tem de ser desmontada rápida e eficazmente.

Elisa Ferreira fê-lo já em carta aberta a Miguel Sousa Tavares, destacando de novo o seu compromisso essencial com o Porto (sendo eleita abandona o Parlamento Europeu, "tacho" onde ganha X vezes mais do que a Presidente da Câmara) e relembrou os casos de Paulo Portas (cabeça de lista ao PE e AR), Ana Manso (PSD) na Guarda, Menezes (PSD) em Gaia, Maria Carrilho (PS) em Lisboa, Honório Novo (CDU) em Matosinhos, todos deputados à Assembleia e candidatos a autarquias a seu tempo.

Mas há um argumento fundamental que o oportunismo político ignorou (e de alguns bem "próximos" de Elisa Ferreira) que é o da coincidência (azar de Elisa) de proximidade de calendário entre as eleições europeias e as autárquicas. Se, por exemplo, Elisa fosse deputada no PE há um ano, e se candidatasse agora à Presidência da Câmara, ninguém utilizaria o argumento, por reforçadamente inválido, e realçaria mesmo a opção de Servir o Porto da candidata: trocava um bom salário e uma função "calma", por um salário muito mais baixo e as preocupações que uma Câmara envolve.

E é isso que é importante salientar. Elisa Ferreira, que aliás não tinha de falar (como muitos o fizeram) tão claramente das suas opções pós-eleições em caso de derrota (foi "excesso" de honestidade), é uma candidata que, em nome dos seus princípios e da sua dedicação à cidade do Porto, está disposta a prescindir de um lugar financeira e politicamente importante, por um outro que apenas é politicamente importante. Esta é que é a outra visão do assunto e é essa que eu valorizo.

Quanto à política pura propriamente dita, Rio está a transformar-se, como infelizmente fizeram outros antes dele, num homem "idolatrado" e "querido" pelo tipo de exercício de poder que utiliza: contenção nas aparições públicas mas exuberância nas notícias e nas fotografias, desprezo absoluto pela opinião contrária, as oposições e, principalmente, a opinião do cidadão, e um conceito de cidade como coutada própria, em que propostas e acções gizadas em grupo restrito não sofrem o crivo necessário do confronto democrático da opinião adversa. Em resumo: uma Panela (no ajustado conceito tripeiro).

Rui Rio pode ser derrotado nestas eleições, e pode-o exactamente pelos mesmos motivos que outros antes deles as perderam… e que ninguém previa. O Porto é bem capaz disso! Diria mais: em Portugal, só o Porto é capaz disso!

6.7.2009
Joaquim Pinto da Silva

Uma certa oposição (alguma parte e outra não, de uma classe média inculta e mal formada) então é verdadeiramente "radical" no seu ataque a Elisa Ferreira. Exigem a uns o que não exigem a outros (agora ou antes), e ficam confortáveis quando encontram um argumento (neste caso "pseudo") para atacar "pela esquerda" uma candidata que traria a mudança que o Porto precisa. E mudança é coisa que eles odeiam… e quase que diria ainda bem, pois a crise ameaça bater mais fundo: perdendo privilégios, pode ser que acordem.

Joaquim Pinto da Silva

De: António Alves - "Hostels e metrotáxis"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 21:22

Hostels

Podem não ser "os melhores hostels da Europa" - no mês corrente - mas existem. Alguns deles têm já bastante prestígio internacional. No site hostelworld.com pode obter-se uma listagem dos existentes e até um guia do Porto em PDF. Se precisamos de mais e subir a qualidade? Precisamos. Precisamos sempre. Precisamos sobretudo de mais e melhor marketing. Por exemplo: nenhum dos hostels do Porto tem um vídeo no hostelworld.com. Os gestores destas empresas não podem ficar à espera que os outros façam o trabalho que lhes compete. Eles próprios podem tomar a iniciativa de promover a realização de pequenos vídeos sobre os seus estabelecimentos e enviá-los ao site.

Metrotáxis

Segundo o que um taxista me disse hoje, existem cerca de 700 táxis no Porto, 80 na Maia e 60 em Gaia. O Aeroporto Internacional do Noroeste Peninsular é, devido às normas medievais com que o negócio é gerido, servido apenas pelos 80 táxis da Maia. Estes 'coutos' dos táxis sempre me fizeram espécie e são, na minha opinião, contraproducentes para a indústria. A cidade Porto, a funcional e sociológica, vai, no mínimo, da Maia-Matosinhos a Espinho. Os táxis deviam funcionar livremente em toda a área apenas com a tarifa 1. Ganhariam os consumidores que passariam a fazer viagens mais longas a preços mais acessíveis e ganhariam os taxistas que aumentariam o seu raio de acção e evitariam muitos percursos de retorno em vazio. Uma alternativa seria criar uma categoria de táxis metropolitanos que a troco de uma licença mais cara poderiam circular e trabalhar livremente em todo o território da cidade. Ao cuidado da Junta Metropolitana que é a entidade com capacidade de juntar os municípios e os industriais do sector para acabar com este feudalismo absurdo e anacrónico.

A minha tese é que a desnaturalização da paisagem via construção de barragens e desertificação humana do interior Norte é uma conspiração lisboeta para lá construir uma central nuclear. Independentemente da minha opinião, perante a constatação dos factos, ilustres bloggers e movimentos de cidadãos insistem na linha do Tua até Sanábria como solução contra a barragem de foz Tua. Ver artigos de:

Pura fantasia. Há que contextualizar a questão do Tua e reconhecer as variáveis e o poder do «adversário» em jogo:

  • - Há outras barragens (Fridão e Sabor) em projecto e que estão a ser combatidas (aqui e aqui) sem a argumentação da linha férrea;
  • - Há o desespero da influente EDP com uma dívida de 14 000 milhões que tem de rentabilizar ao máximo o aproveitamento hidroeléctrico para não falir;
  • - Há a questão das reservas estratégicas de água em Portugal no século XXI, como se pode depreender neste artigo;
  • - Há ainda a questão da ausência de representação política e de poder regional, que não poderá nunca ser substituído pelo voluntarismo da sociedade civil;

A estratégia de combate à barragem tem que ser diferente, mais realista e não pode contra-argumentar com a linha férra até Sanábria. As ferrovias em Portugal e no interior Norte foram construídas numa altura que não havia concorrência de outros modos de transporte e havia maior procura porque havia mais população residente. Eram portanto economicamente viáveis. Hoje há concorrência do avião, rodovia e fluvial. Há menos população do que há 100 anos atrás. Na minha opinião, hoje o investimento em ferrovias no interior Norte deve ser circunscrito a turismo e logística. Para além disso haverá com certeza outros projectos em Trás-os-Montes e Alto-Douro mais úteis. Comparemos, por exemplo, o cenário de reabilitação da linha do Tua até Bragança mais o novo troço até Sanábria face à reabilitação da Linha do Douro. A utilização, lobby ibérico, potencial turístico/logístico e investimentos já previstos da/para da Linha do Douro são muito superiores aos da linha do Tua. Além do mais, pessoas e mercadorias partindo da foz do Tua e chegando a Sanábria, onde se dirigiriam? Só pode ser à Galiza, Salamanca/Madrid ou Medina del Campo / Nordeste de Espanha. Ora quem está na foz do Tua, se quer algum desses destinos, vai directamente para lá sem precisar de passar por Bragança: pela Linha do Douro rumo ao Porto e depois à Galiza ou pela Linha do Douro reabilitada até Salamanca e daí para Norte ou Madrid. É preciso realismo mesmo nas organizações informais para se ter credibilidade. A argumentação anti-barragem da foz do Tua tem que ser baseada em critérios mais fortes e menos utópicos. Caso contrário, nem mesmo vitórias morais se alcançarão. E o realismo que peço é apresentar soluções alternativas às barragens em causa:

  • - Mini-hidrícas;
  • - Barragem no Águeda ou Alto Coa.

Ou mesmo eventualmente aceitar a barragem negociando fortes contrapartidas para a região:

  • - Reabilitação/upgrade de outras linhas, nomeadamente do Sabor e Douro;
  • - Regionalização piloto no Interior Norte;
  • - Garantia de não ser instalada central nuclear no Douro;
  • - Mais receitas dos proprietários das barragens para a região;
  • - Ryanair em Bragança;
  • - IRC a 15%, como promete o PSD;
  • - Etc.

Decisão a tomar por quem está depois do Marão e a debater em futuros posts.

PS: Este post foi escrito ontem de manhã. Durante a tarde tive conhecimento das declarações do candidato do PS pelo distrito de Bragança que afirma que Foz Tua - Sanábria não é rentável e que portanto se deve construir rodovia. Concordo com o diagnóstico mas discordo, obviamente, da conclusão.

José Silva - Norteamos

De: José Ferraz Alves - "A «ingenuidade política» do PROT - Norte"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 20:57

Tenho de começar por agradecer e dar os parabéns à Campo Aberto por esta iniciativa de apresentação e debate do PROT Norte – Plano Regional de Ordenamento do Território - Norte, de salientar ter sido a única iniciativa tomada pela sociedade civil no sentido de intervir na discussão pública deste “documento” e de realçar a qualidade das intervenções dos oradores e, sobretudo, das perguntas, dúvidas e receios da assistência.

Sempre me insurgi com os contínuos atropelos dos políticos em questões que são de natureza técnica. Agora, permitam-me manifestar a minha posição de indignação por técnicos se pretenderem substituir a políticos. Eu sou um cidadão. Voto em políticos para tomarem decisões. E espero destes que se façam rodear dos melhores técnicos. Não dei nenhum cheque em branco a nenhum político para as decisões que entenda tomar durante 4 anos, nem nenhum mo pediu. Aceito que apresentem uma dada visão e perspectiva da região. Mas nem a região é só de técnicos, nem pode ser objecto exclusivamente de uma racionalização científica, sejam estes geógrafos, arquitectos, economistas, etc. Há aqui muito de estratégia, de visão, de perspectiva, de sonho, porque as pessoas têm de ser mobilizadas em torno de algo em que se revejam, as guie, as motive. E este predicado não fica satisfeito pela abertura de um período de discussão pública durante o mês de Agosto. Isso é viver entre gabinetes de técnicos. E o que está no papel mexe com o dia-a-dia de cada um.

Se o comportamento dos políticos não tem sido o melhor, acredito que algum decorre destes atropelos que lançam ainda maior confusão, até nos próprios políticos. E o que dizer nos cidadãos? Eu sou sincero, muito limitado intelectualmente decerto, tive tanta dificuldade em ler os documentos... Mas não é por serem complexos que eu vou dizer que os entendi. Eu perdi-me na sua leitura. Assim, entendo que se abre a porta a discussões jurídicas e políticas sobre o que se escreveu neste documento, a sua contradição com outras peças de planeamento e uma abertura à imposição de projectos de investimento, que por omissão nem tenham sido referidos neste documentos. Nós vivemos numa sociedade tão conflituosa juridicamente como os EUA, porque nós formamos anualmente demasiados advogados que têm de viver. Por exemplo, se o Plano é omisso em relação à linha do Tua e refere, muito concretamente, outras acções de investimento muito precisas em linhas ferroviárias, eu, como membro do Conselho de Administração da EDP, em Lisboa, tenho toda a legitimidade para continuar com o meu projecto e com a decisão de apresentar barcos e táxis para a mobilidade dos locais e turistas, dado que são as próprias pessoas do Norte a admitir a não continuidade da linha do Tua.

É que não se pode dizer que é um Plano genérico, de linhas de orientação, porque para isso teria de o ser na sua integralidade. Não é isso que acontece. Porque algumas pessoas do País, que pouco fazem, acrescem a esta capacidade de saber estar na vida a ironia cirúrgica de saber intervir como reacção. Esperam, e limitam-se a aproveitar os vazios e as contradições que são criados pelos que, muito bem, gostam de trabalhar e de investigar. Por isso falo em ingenuidades. Mais, ainda por cima, foi dito pela própria coordenação do PROT que o mesmo já auscultou decisões do Conselho de Ministros e de algumas Empresas, porque senão o mesmo seria objecto de não aprovação por entrar em contradição. Não estou a falar de Governos em concreto, o que está em causa é a lógica dos reportes. Então, para mim, o PROT-N representa apenas a posição de alguns técnicos de um organismo descentralizado da Administração Central sobre a Região Norte, após auscultarem hierarquias. Somente isso.

Eu sou apenas um cidadão. Mas todos somos apenas um cidadão, não mais do que eu. A minha posição, com a futura constituição de uma Região Norte, seria de começar logo por revogar qualquer um destes planos para a Região, porque o mesmo tem de ser uma peça nos programas de candidatura das diferentes forças políticas à sua liderança. Eu só sou obrigado a aceitar os sonhos e visões que sejam aceites democraticamente pela Região Norte, por um voto direccionado a algo concreto. Não a poderes que não elejo. A este nível, eu olho para os líderes políticos e espero deles que me apresentem o seu sonho e visão.

Agradeço a pessoas como a Direcção da Campo Aberto (Nuno Quental, Vítor Silva e Anabela …) e ao Sr. Arquitecto Correia Fernandes, pela sua atenção e sentido de dever cívico, ao alertarem para a necessidade de se olhar para estes documentos de planeamento. Porque ao parecer um mero processo burocrático, que nos afasta pela sua complexidade, eles vão de facto vincular a nossa qualidade de vida.

José Ferraz Alves

De: TAF - "Ponte Maria Pia"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 11:20

De: Luís Gomes - "Debater O Porto2009 - Turismo"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 10:25

A terceira prioridade proposta pelo candidato Rui Rio é a promoção da competitividade para fomentar o emprego. Julgo que uma das potencialidades que foi explorada nos últimos anos foi, precisamente a promoção turística. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, as regiões do País mais beneficiadas em Junho pela procura turística foram o Alentejo (mais 22,2%), o Centro (mais 12,1%) e o Norte (mais 4,8%). Para isto não é alheio o contributo que as low cost têm vindo a dar, e futuramente vão alavancar este crescimento do turismo com a inauguração hoje da nova base da Ryanair no Porto.

No que diz respeito à cidade do Porto concretamente, senti que existem mais empresas de circuitos turísticos. Os autocarros amarelos, vermelhos e azuis já entraram na vida dos portuenses. Num acto inconsciente permite-nos identificar uma parte dos milhares de turistas que se deslocam para nos visitar. Infelizmente não temos um conjunto de museus como o Tate em Londres ou o Pompidou em Paris, que nos permitam ter um cartaz turístico que permita uma competição de igual para igual. Há que fazer pela vida. Os Red Bull, os Grande Prémios, os Festivais de Verão,as regatas e as exposições itinerantes tem uma dupla funcionalidade: divulgar a marca Porto, fazê-la aparecer na comunicação social europeia, nas revistas de especialidade, no word of mouth dos milhares de europeus que têm apetência para viajar. Por outro lado, mobiliza os turistas que seguem estes eventos aonde quer que eles apareçam. O turismo cria postos de trabalho, o Sealife é espelho disso mesmo. É mais um ponto de passagem especialmente para os turistas que trazem os seu filhos.

Aplaudo a criação do passe turístico que permite a entrada e circulação em diversos pontos de interesse inegável. Neste sentido, defendo a recuperação do eléctrico. Dizer-se que se cumpriu a missão de fazer regressar o eléctrico à Baixa é falso. O eléctrico aparece de meia em meia hora, não proporcionando qualquer qualidade de serviço. O turista não pode esperar uma eternidade pelo transporte e ainda subir 31 de Janeiro deparando-se com sucessivas faltas de civismo. É necessário alargar o circuito turístico. O eléctrico nunca deveria acabar na Cantareira, faria sim todo o sentido acabar por exemplo junto ao Castelo da Foz. Deveria ser criado um interface com os autocarros turísticos.

Propunha a criação de uma segunda linha da Baixa que ligasse as zonas comerciais de Cedofeita - Aliados - Santa Catarina - Bolhão. Fomentar-se-ia um maior tráfego de turistas nas zonas comerciais ao ar livre do Porto que tanto precisam de visitantes.

É necessário apostar não só em hotéis de charme mas criar uma rede de hotéis low cost e hostels para jovens e turistas que pretendem gastar o menos possível em estadia para poder despender noutras vertentes da sua visita. O turista que pesquisa os seus destinos em função do custo da viagem e do custo da estadia, não escolhe o Porto se tiver Ryanair mas não tiver uma rede de estadias acessíveis. Isso FALTA. Lisboa tem os melhores hostels da Europa, noticiavam os media anteontem. E o Porto? Tem de acarinhar estes projectos.

Obrigado pela atenção,
Luís Gomes

De: Correia de Araújo - "Calma!"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 10:20

João Medina diz no seu post:
"Será esta a ocupação indicada para um terreno Público, numa cidade com tanta falta de área verde por habitante (indicador onde estamos longe de qualquer valor aconselhável)?"

Descansem todos aqueles que querem ver os 44 km2 do Porto transformados num "jardim central" da Área Metropolitana do Porto, ainda que esse jardim esteja todo cercado por uma enorme selva de betão. Ontem mesmo, no JN, Paulo Morais lembrava a necessidade de se demolir a torre do Bom Sucesso. Também, e ainda, no JN de ontem, se faz menção à demolição das torres do Aleixo. Uau! São logo seis torres duma assentada só! Querem melhor?

Entretanto, nem de propósito, Lisboa vai ter uma nova sede da Polícia Judiciária. Um mega-edifício construído mesmo ao lado do actual mas com uma carga construtiva de quase cem mil metros quadrados... até heliporto vai ter (só mesmo no Porto é que a pretexto de "dificuldades" técnicas se inviabilizou um heliporto, mais propriamente no futuro Centro Materno-Infantil). Enfim, parece que eles lá para baixo não pensam "pequenino" como nós!

Correia de Araújo

De: TAF - "Alguns apontadores e uma dúvida"

Submetido por taf em Quinta, 2009-09-03 09:50

- Mais um indicador da incapacidade estratégica do Porto: Metro de Lisboa expande-se com pneus - sugestão de José Silva
- Bom Sucesso cidade do Porto, opinião de Paulo Morais sobre o shopping

- Ministro vai "ligar" câmaras na Ribeira - "O sistema de vídeovigilância na Ribeira começou a ser montado no início do próximo ano" - Ooops! :-)
- Carla Matadinho no "Aliados winter Club" - não faço ideia de quem é a referida senhora, mas isto supostamente será uma boa notícia para a animação da Baixa.

- Diferendo entre a Câmara do Porto e a EP empata alargamento da Via Rápida
- Alargamento do IC1 sem data para iniciar
- Rui Rio recusa debate televisivo só com Elisa Ferreira, mas aceita fazê-lo com os quatro

- Notice sur le Pont du Douro, a Porto : Pont Maria-Pia (1879), via comentário de Gabriel Silva neste post da Cidade Surpreendente

- Caro Francisco, quando escreves "O Estado, ao legislar sobre edificação e ocupação do solo, tem sempre o cuidado de se isentar de cumprir as regras que define para os outros cumprirem.", isto é mesmo assim? Eu tinha a ideia que de facto não era necessário o Estado submeter o pedido de licenciamento, mas também que isso não o dispensava de cumprir as regras, e em particular o PDM. Ou seja, haveria na lei apenas uma espécie de "presunção de competência e boa-fé" relativamente às obras do Estado. No n.º 1 do art.º 34º do PDM estipula-se genericamente que nas áreas de equipamento deverá ser "salvaguardada a sua adequada inserção urbana". Não sei a quem cabe avaliar isso. Mas qual a legislação que dispensa a Administração Central por exemplo de respeitar os limites de impermeabilização?

De: Vítor Silva - "Preparação para apresentação do PROT-N"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 19:56

Começa às 21.30 no Clube Literário do Porto a apresentação do Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Norte (PROT-N). Talvez não tenha feito todo o esforço que devia para ler todos os documentos disponibilizados no site mas espero que esta apresentação foque alguns dos aspectos mais relevantes. Parto no entanto para este debate com um preconceito... um preconceito em parte confirmado por um artigo que o Nuno Quental escreveu há algum tempo chamado "Ordem nos planos! Propostas para um sistema de planeamento mais coerente". É um artigo de 7 páginas que no resumo diz:

"O sistema de planeamento português é complexo. É composto por diversos planos e estratégias cuja integração e estrutura nem sempre são coerentes entre si, o que origina sobreposições de diferentes tipos que, ao invés de ajudarem o processo de planeamento, o tornam menos eficaz(...)"

E entre outras coisas tem este esquema magnífico de todos os programas, para-programas, supra-programas, programitas e pseudo-programas que guiam a nossa vida.

Esquema dos Planos

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blog.osmeusapontamentos.com

De: Carlos Manta Oliveira - "O valor dos pormenores"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 19:42

Responde-me o Arquitecto Pulido Valente que não é "só de lazer". É evidente que tem toda a razão no que diz. Quem morar na Foz e se deslocar para o trabalho por exemplo na Ribeira, vai usar a ciclovia da Marginal como solução de mobilidade e não como de lazer. E apesar de ter razão, acaba por não retirar absolutamente nada à afirmação que essa é uma ciclovia de lazer. Pelo menos em parte do trajecto até é essa a classificação que lhe é dada nos documentos da "Futuro Sustentável" que Vítor Silva refere, citando "Os percursos do Parque da Cidade, ribeirinhos e marítimos constituirão as ciclovias de recreio da cidade do Porto, sendo que os dois últimos têm âmbito regional."

Aproveito para dizer que não os conhecia, e que agradeço a referência aos mesmos. De facto em 2003 nem sequer eu residia em Portugal, e repito o espanto de Vítor Silva face ao tempo que leva entre o "Planear e Executar", o título do post. Aproveito também para sublinhar, contudo, que das quatro ciclovias mencionadas na carta pela CMP a Pedro Marinho, a intersecção é ténue! E estão no documento quase 900 km de ciclovias (na AMP, não apenas na cidade do Porto). Citando: "A partir do pólo universitário da Asprela nascem três ciclovias: ligação à Areosa, ligação ao Estádio do Dragão, fazendo igualmente a ligação entre a Linha D (Combatentes) e as Linhas A, B e C (Estádio do Dragão) e passando pela escola secundária António Nobre e atravessando a ciclovia de Fernão Magalhães. A terceira atravessará toda a cidade até ao tabuleiro superior da Ponte D. Luiz I."

Destas 3 só uma aparece no documento da Câmara, e em parte, pois fala da ligação de Asprela a Combatentes, Antas e Campanhã, mas não ao estádio do Dragão. A Ciclovia Asprela - Prelada - Francos - Pasteleira aparece talvez a tracejado em partes no documento da FS, o que significa "2a fase" e em parte do traçado nem está prevista. A Ciclovia no ramal da Alfândega não identifico no documento, e se consigo ver uma ciclovia na marginal a montante da ponte D. Luís, não vejo nenhuma continuação para Campanhã. Pelo contrário, das muitas ciclovias de primeira fase da FS não faz referência a carta da CMP. Não retirando virtudes a nenhuma das ciclovias propostas em qualquer dos documentos, não me sinto seguro em afirmar que as propostas da CMP resultam das recomendações da FS. Mas até pode ser que sim, dado que parcialmente coincidem.

Agora, seja em 2009 ou em 2010 era bom que a implementação das ciclovias avançasse, assim como a adesão a essa forma de mobilidade. Já sobre a utilização do ramal da Alfândega como ciclovia, julgo que até o Arquitecto Pulido Valente concordará que existe uma alternativa no elevador dos Guindais.

Cumprimentos,
Carlos Manta Oliveira

P.S.: Uma das propostas interessante no documento da FS é a inclusão de ciclovias no "perfil-tipo" de arruamentos. Espero que seja essa uma prática a seguir pelo menos para os arruamentos novos.

De: F. Rocha Antunes - "Campus da Justiça não é verde, é cinzento"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 19:37

Caro João Medina

Se consultar o PDM poderá ver que na planta da qualificação do solo a zona do futuro Campus da Justiça não está classificada como espaço verde mas está marcada a cinzento, o que identifica o espaço como equipamento. Isto quer dizer duas coisas muito simples: a Câmara Municipal não tem nada a ver com o licenciamento, é apenas informada mas não tem de licenciar nada, e que as regras do PDM deixam de ser aplicáveis.

O Estado, ao legislar sobre edificação e ocupação do solo, tem sempre o cuidado de se isentar de cumprir as regras que define para os outros cumprirem. Não se entende como é que são precisamente os equipamentos públicos, aqueles que por definição são feitos para usos públicos com dinheiros públicos, que não são sujeitos a períodos de apresentação e discussão públicas. Este caso é apenas um dos vários que estão a ser feitos na cidade e que violam grosseiramente as regras de publicidade e de ocupação do solo impostos, e bem, aos promotores imobiliários privados. Basta ir ao jardim do Palácio de Cristal e ver o tamanho da cratera gigante que está a ser feita do outro lado da rua de Jorge Viterbo Ferreira para a instalação de duas novas faculdades no antigo CICAP, violando todas as proporções de impermeabilização dos solos definidas no PDM do Porto. Já o mesmo se passou anteriormente com a expansão recente das instalações da Faculdade de Letras, com uma impermeabilização total dos terrenos.

Neste caso concreto, e assumindo que a área do terreno anda pelos 5 hectares, não me parece que 55.000 m2 de construção sejam excessivos e a escala é a predominante na zona, parecendo-me também uma implantação arejada. Não comento o resto porque aquilo que vi não é ainda um projecto de arquitectura, é um estudo de volumes. Não concordo que a concentração dos tribunais seja má, aliás reforça a centralidade de uma zona a precisar de revitalização e liberta edifícios que, pela sua escala, podem facilmente ser reabsorvidos ou por outros serviços do Estado ou, o que seria ainda melhor, por reconversão para arrendamento habitacional. O facto de se poupar nas rendas em princípio é boa ideia mas infelizmente acho que não é por isso que os nossos impostos vão baixar.

Francisco Rocha Antunes
Gestor de Promoção Imobiliária

De: José Ferraz Alves - "Caros Vítor Silva e Pedro Marinho"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 19:34

Mas se o problema só tem estado porque não se executa... Preguiças, falta de capacidade para a implementação e medo de arcar com as consequências da execução... O que os dois, e muitos que passam por aqui, têm mostrado ao longo do tempo é bem diferente destes responsáveis pela decisão e execução que temos tido perto de nós.

José Ferraz Alves

De: Pulido Valente - "Alto lá!"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 17:59

O circuito de bicicleta pela marginal não é só de lazer pois todos os que vivem naquela corda e trabalham na Baixa, Campanhã, Antas, etc... deviam poder subir à Batalha com as bicicletas no elevador dos Guindais para seguir para os seus destinos de metro.

De: João Medina - "O Campus da Justiça – uma má notícia?"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 17:30

Foi nesta semana apresentado o “Campus da Justiça” do Porto (notícia JN). A notícia foi apresentada como muito positiva pelo Ministério da Justiça. No entanto, creio que existem alguns pontos que a fazem bastante negativa para a Cidade e que devem ser denunciados:

1 – O “efeito Campus“

Os “Campus” são resultado de uma política antiquada dos chamados “zonamentos monofuncionais”. O facto de se concentrar apenas uma actividade numa zona específica tem normalmente consequências negativas para o funcionamento da Cidade. O Campus da Justiça será seguramente um deserto a partir do fim da tarde e será seguramente (mais um) gerador de trânsito nas horas de ponta, nas deslocações casa-trabalho.

2 – A desertificação

Outra consequência deste campus é o encerramento de inúmeros serviços disseminados pela cidade. Entre rescisões de arrendamento e alienações somam-se cerca de 40 imóveis a abandonar, muitos deles em plena Baixa e Centro Histórico. Ver figuras:

Campus da Justiça  Campus da Justiça


Entre trabalhadores e frequentadores destes serviços, vai-se esvaziar a Cidade, com consequências seguramente negativas para os comerciantes destes locais. Também aqui, o Porto já tinha aprendido com a experiência da retirada de milhares de alunos das faculdades do centro para o Pólo da Asprela.

3 - A área verde

A área de implantação do “Campus” situa-se numa das maiores zonas verdes contínuas do centro da Cidade (ver imagem do Google – cerca de 5 hectares?).

Campus da Justiça


Esta zona verde vai desaparecer e ser completamente ocupada por 7 edifícios, de acordo com a planta que também aqui apresento:

Campus da Justiça


Será esta a ocupação indicada para um terreno Público, numa cidade com tanta falta de área verde por habitante (indicador onde estamos longe de qualquer valor aconselhável)? Creio que os Portuenses preferiam outro uso.

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Nota de TAF: sobre este assunto, eis alguns comentários já aqui escritos no blog em Abril 2006, em Julho de 2007 e em Agosto de 2007.

De: TAF - "Ontem"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 10:32

Inauguração na Fundação da Juventude

Na inauguração da exposição da Ana na Casa da Companhia (Rua das Flores, 69).

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