2008-03-09
Continua a iniciativa do Projecto Porto, Bairro a Bairro e da Porto Lazer. Hoje foi nos Capuchinhos, na Quarta-feira será no Marquês.
O Projecto Porto, Bairro a Bairro (do Pelouro da Habitação e Acção Social da CMP) e a Porto Lazer organizam um conjunto muito recomendável de concertos de Páscoa. O mais recente decorreu na Igreja de Aldoar e valeu bem a pena. Aqui ficam algumas sugestões para melhorar ainda mais a qualidade desta iniciativa:
- executar sumariamente os portadores de telemóveis que toquem durante os eventos;
- melhorar o ambiente de recolhimento, diminuindo a intensidade da luz no local;
- dado o tipo específico de música (gregoriano, polifonia), dar instruções ao público para que eventualmente apenas aplauda no fim do concerto, e nunca no intervalo entre as obras.
PS: Hoje, Sábado, é a vez do Coro Gregoriano de Lisboa na Igreja dos Capuchinhos, no Amial.
Ele vem aí, ainda vai parar em muitos apeadeiros, mas os nossos amigos socialistas estão cheios de vontade de fazer a viagem ao poder, por isso estão já na estação à espera do embarque... Segundo a imprensa, candidatos à locomotiva é o que não falta... mas vamos apenas a 3: Elisa Ferreira, Narciso Miranda e Nuno Cardoso.
Nuno Cardoso, teve aquela saída airosa que, com o queijo, as memórias se apagaram... então relembrando: no final do seu mandato deixou os buracos da Porto 2001 Carlos Alberto, D.João I, Infante, Praça dos Poveiros, Casa da Música... etc. etc. etc. e ainda nos deixou outro presentão o Plano de Pormenor das Antas! Se eu já acho aquilo ridículo, aterrados de prédios em cima da VCI, (com aquelas rotundas e túneis típicos de um país desenvolvido) imagino então se Rui Rio não tivesse pegado no touro pelos cornos... E o mamarracho do Parque da Cidade que está em tribunal? Bem nunca mais saíamos daqui...
Elisa Ferreira é uma incógnita a quem eu dou o benefício da dúvida. Não lhe vi grandes intervenções no Parlamento Europeu, mas quero prestar-lhe o meu reconhecimento por dar oportunidade a estudantes e universitários de poder aceder ao Parlamento Europeu. Igualmente tenho boa impressão dela como Ministra da Igualdade se a memória não me falha. Mas falta-lhe ainda o essencial, um projecto, um rumo, uma ambição. Será a única candidata em que, em caso de escolha do "aparelho", gostaria de ouvir as suas propostas.
Narciso Miranda é o paraquedista. Vai a todas. Só não sabe se tem o bilhete (entenda-se apoio do partido) para alguma das câmaras. O PS gosta tanto dele que só o atira para Gondomar ou Gaia que são casos quase perdidos. Honra seja feita, ele fez mais por Matosinhos do que qualquer autarca socialista fez por alguma câmara do Grande Porto. Só que o seu prazo de validade esgotou-se como autarca, teve, e muito bem, de dar lugar a outro. Talvez fosse útil ao seu partido noutro combate político!
Estão todos disponíveis, Nuno Cardoso a muito custo deixou a administração da Metro do Porto, Narciso não sabe em que comboio quer ir e não sabe se tem bilhete para algum deles, e Elisa vai aterrar nesta estação vinda de Bruxelas e com muita vontade de mostrar o que vale... mas está o PSPorto a trabalhar para algum deles?
Tenho as mais sinceras dúvidas, porque propostas alternativas, a última que me lembre foi a dos corredores BUS nos quais já vinham inseridos os vários Km dos actuais. Depois disso, talvez me esteja a falhar a memória... Não se vèem ideias, posições definidas, não temos visto uma postura de apoio à política de recuperação de bairros sociais ou ao programa de apoio aos arrumadores, deambulantes e excluidos da nossa sociedade. Mais grave do que isso, não vi uma única palavra sobre os constrangimentos burocráticos sobre a recuperação da Baixa que em muito dependem do Governo Central. Não vi uma posição clara sobre o Bolhão, o Palácio de Cristal... Agora vêm com a última novidade: o referendo local... Até custa a acreditar! Não promoveram referendo ao Tratado Europeu, à Regionalização, e agora propõem um referendo local! Eu para além de referendar a privatização da gestão de alguns equipamentos colocava também a votação nesse referendo a seguinte pergunta: "Acha esta oposição muito má ou inexistente?"
Pouco me importa se o Bolhão vai ser quadrado ou redondo, se se vai reconstruir o interior, ou se vai parecer muito um centro comercial! O que importa a mim e muitos dos portuenses é que o PS Porto responda perante os seus eleitores o que dizer de portajar as ligações Norte (Viana), Este (Paços de Ferreira) e Sul (Aveiro), e o que dizer do flagelo que é o desemprego na Região Norte! O que importa a mim e aos portuenses é quando vão ter um transporte público em condições para Gondomar, para Valongo, para Águas Santas, para a Boavista, para Rio Tinto!
P.S. (ironizando com a sigla): O Sócrates vem aí! Vamos todos dar vivas de alegria pelo estado em que o Norte do País se encontra e pelo que ainda vem este ano!
Luís Alexandre Gomes
Em relação a alguns assuntos actualmente em voga na nossa cidade e com a sustentação prática e objectiva, que os últimos 30 anos da história da nossa Baixa, com tudo sempre a piorar, me dá, eu gostaria de dizer o seguinte:
BOLHÃO - O meu estado de pessimismo é tal que me arrisco a dizer: Qualquer coisa é melhor do que o que lá está! Força CMP não quebrem agora! Trancrone, Amorim, Sonae... qualquer um desde que altere o «statuo quo»!
RIVOLI - Força CMP! Não desistam agora e mantenham o caminho como está traçado!
PORTO VIVO - Está tudo muito lento! Não dá para acelerar um pouco a transformação dos quarteirões?
PARQUES DE ESTACIONAMENTO - Façam o máximo que puderem! E quem diz que já há excesso de oferta, por favor deixe lá a bicicleta, e venha de carro até à Baixa!
CINEMA ÁGUIA D'OURO - Atenção CMP, não façam nada!, NÃO FAÇAM NADA!, pois no momento em que disserem, ou até pensarem, alguma coisa sobre o Águia D'Ouro, logo se iniciarão as "vigílias", os "apagões", as "petições", as "marchas de protesto", as "ocupações" e sei lá mais o quê terminado em "ões"! ..."Daqui d'el rei que querem destruir o nosso Águia D'Ouro...!"
SEGURANÇA - Nunca é de mais! Invistam na segurança, por toda a cidade é claro, mas especialmente na Baixa para as pessoas não a trocarem por qualquer Shopping de periferia. E não coloquem uns quantos agentes a passearem na Baixa das 9h às 18h tipo horário de repartição pública, tem que ser mesmo com força e visibilidade até à meia-noite e depois manter vigilância de perto.
Subscrevo as palavras de Cristina Santos. Julgo mesmo que o País ruiu de forma serena e ninguém se apercebeu. Todas as forças políticas, PS, CDU, BE, PSD, CDS-PP por alguma razão estão comprometidas com o regime e existe uma constante falta de honestidade nas palavras das "vozes colocadas" dos senhores políticos.
Já se percebeu, tal como TAF referiu, o projecto do Bolhão é destruidor. A cada dia que passa as situações ficam mais claras e o projecto apresentado pela TCN e publicado por Sérgio Caetano aqui no blog demonstra que os pisos vão deixar de existir. Mais, as fachadas essas, se ficarem, ficarão descaracterizadas, veja-se a plantação de caixas de escadas no piso 0, junto aos alçados em todo o perímetro.
Mais: o 3D que a TCN produziu, e que Carlos Manta publica, é enganoso porque dá a sensação que tudo se mantém, mas o piso onde se vêem as barracas situa-se no 3º andar, por debaixo do mesmo situam-se duas lages, suportando a área do shopping. Vejam as plantas. Estive hoje com um comerciante que referia que o Eng.º Pedro Neves, penso que o administrador da empresa imobiliária, lhe terá dito que o último piso era o dos comerciantes, ficando com uma área de 3% no volume total do edifício, para o Mercado do Tradicional. E que lhe referiu que o edifício terá de ser todo demolido pelo interior, para ser moderno e rentável.
O mais grave, em minha opinião, não reside na empresa imobiliária, reside na falta de vontade política por parte da Câmara em gerir os interesses público/privados. Demitiu-se. E o processo não está a ter nenhum diálogo com a C.M.P. Resta-me salientar que leiam a entrevista que o arquitecto americano deu ao JPN acerca do seu projecto. Penso que a Ordem dos Arquitectos portugueses vai estar estar de cabelos em pé, depois de ler o artigo.
Luis Damião
"Quão modificada vai ser a fachada? Foi dito que o interior teria de ser "inevitavelmente" demolido.
A nossa intenção é não modificar o design das fachadas externas. São lindíssimas e queremos restaurar os detalhes originais para tornar os elementos arquitectónicos seguros. As fachadas das lojas vão ser um desafio, já que foram modificadas muitas vezes no passado e precisarão de responder a novos comerciantes."
- A primeira imagem do “novo” Bolhão
- Proposta para o Mercado do Bolhão pronta para ser submetida à apreciação do Igespar
- Previstos seis pisos onde, até agora, só existem dois
- Só a verdade serve
- Bolhão: Incertezas e tensões marcam reunião de apresentação de projecto (com PDFs)
- Tribunal de Contas chumba proposta para consolidação da dívida da Câmara do Porto
- Poupar algums milhões de euros em juros
- TC chumba consolidação de dívida da CMP
- Câmara assegura que não há aumento da dívida municipal
- Chumbado empréstimo de 64 milhões de euros
- Tribunal de Contas chumba transferência de dívidas da Câmara do Porto
- Procura-se privado para construir residência e hotel no morro da Sé - Pormenores
- Morro da Sé terá residência de estudantes e um hotel
- Alameda com ciclovia ligará as duas margens da Prelada
- Prelada: Arranca obra de acesso ao viaduto
- Opositor crítica posição de Sérgio Vieira contra Rui Rio
- Orlando Soares Gaspar deverá ser o único candidato à concelhia do PS Porto
- PS vai lançar candidato antes do Verão
- Litoral Norte: Assinaturas contra portagens
- Comissões e utentes avançam campanha contra a introdução de portagens nas Scut do Norte e Centro
- Praias geridas pelas câmaras
- Menos desemprego no Norte
- Norte termina 2007 com 182 mil desempregados
- TVTel prestes a ser vendida
- Estreias no primeiro dia do PortugalFashion
- Orquestra do Porto e Coral de Letras ao vivo
- Em busca do património
- «Cimo da Vila, uma cidade do tamanho do mundo»
- 3ª Travessia sobre o Rio Tejo - por sugestão de Rui Rodrigues
- Xxxxxxxxxxxxx - Mistérios dos media na net... :-)
O Sr. Primeiro-Ministro vem ao Porto no próximo Sábado, não deixa de ser caricato que procure legitimar o apoio do povo em terras do seu principal opositor. Mais burlesco e surreal é que venha procurar apoio no Distrito que mais empobreceu na sua legislatura, merecia que o recebêssemos com cartazes imponentes de agradecimento, não só por isso, mas também pela expansão do Metro, pela agenda do TGV, pelas portagens, pelo Porto Feliz, pelo fecho de urgências e maternidades na nossa região, enfim não chegariam os cartazes para tantos agradecimentos ao Sr. Primeiro-ministro.
Mas o maior de todos teria que ser o cartaz de agradecimento ao precedente aberto na política nacional, agora temos a noção concreta de que, independentemente do que seja a nossa conduta moral e profissional ao longo dos tempos, poderemos sempre ser Ministros, desde que apoiados por um bom aparelho partidário, uma boa equipa e uma voz colocada no tom.
Vem ao Porto o Sr. Ministro, vamos olhar para ele como ele tem olhado para nós, como se avistássemos um enorme vazio de sentido e de oportunidade. Este texto é uma enorme falta de respeito para com a Democracia e para com o sufrágio, mas o nosso voto não legitima leis nem medidas, valida apenas o poder dos que nos apresentam como opção, e depois destas duas que se nos afiguram, que em pouco ou nada se diferenciam, está perdida a réstia de consideração pela política nacional, suspeito até que 2009 seja o ano da maior abstenção da nossa história Democrática.
Vem cá o seu Ministro, eu vou ver se chove na aldeia.
--
Cristina Santos
Boa tarde.
Segundo o Portugal Diário, este será o primeiro esboço 3D do Bolhão segundo a TCN.
Carlos Manta Oliveira
A criação de portagens nas SCUT que rodeiam a cidade do Porto vai ser a sentença de morte da região Norte, muito mais do que o isolamento do Porto. Não fosse esta a região mais fustigada pelo desemprego e muito dependente (pelo menos outrora o terá sido) da indústria, verifiquem que as duas SCUT que irão ser portajadas (A28 e A42) ligam a cidade do Porto a Viana do Castelo e a Lousada, respectivamente. Ambas atravessam e servem áreas com desenvolvimento industrial considerável, como os casos de Esposende (no caso da A28) e Paços de Ferreira (na A42). Verifique-se que as portagens instaladas nestas vias irão restringir os acessos de muitas empresas ao Porto de Leixões, o que tornará mais dispendioso o transporte tanto de matéria prima como de produtos finais.
Este acaba apenas por ser mais um ponto de vista, no meio de tantos outros como o da Câmara Municipal da Maia ou a ausência de alternativas. Pelos critérios impostos pelo Governo as portagens deveriam ser abolidas entre Braga e Guimarães; entre Porto e Braga; entre Porto e Amarante; entre Porto e Guimarães; entre Guimarães e Póvoa. Em suma, não deveriam existir portagens no Norte (a fazer fé nos critérios estabelecidos pelo Governo, como é o caso de um tempo de percurso superior em 30% pelo trajecto alternativo). Mas que as coisas sejam feitas sem clareza, já nós estamos habituados...
Este texto também pode ser lido em: A Culpa é do Médico
assinado: ossopartido
--
Nota de TAF: o autor do texto, apesar de se ter identificado perante o moderador do blog, prefere manter publicamente o anonimato adoptando um pseudónimo.
Quem chegue à cidade a bordo de um comboio, ou quem viaje a bordo de um navio turístico no Douro, depara-se com este triste espectáculo junto ao local onde a abandonada Ponte Maria Pia se apoia no Porto. Além de uma inaceitável lixeira criada pelos moradores de uns casebres que lá se encontram, até um veículo automóvel abandonado lá foi depositado. Pede-se que a Câmara Municipal do Porto ponha cobro a esta situação que nos envergonha o mais rapidamente possível.
O manual de instruções para este fim-de-semana no Porto já está online!
Arquitectura + Artes + Cidade em opozine.blogspot.com
bom fim-de-semana
pb
- STCP confirma perda de clientes
- STCP com mais dívidas e menos passageiros
- Défice e dívida a longo prazo da STCP cresceram em 2007
- Aposta no gás poupou 1,8 milhões
- Praça de Lisboa: Spel será compensada
- Cinema Águia D'Ouro sem solução à vista
- PS admite avançar com referendo sobre Bom Sucesso
- Refúgio ornitológico no estuário do Douro
- Regime da gestão de resíduos de construção e demolição
- Atendendo à fixação dos políticos em "grandes questões nacionais" como esta, resta o recurso à sociedade civil para tratar dos assuntos realmente sérios e os empurrarem para o caminho certo.
Numa reunião secreta ontem realizada no pequeno auditório do Rivoli, onde nem os jornalistas foram autorizados a entrar (!) foi realizada uma sessão de "apresentação e esclarecimento" com a participação da TCN, Associação de Comerciantes do Bolhão (ACMB), o Vereador Lino Ferreira e Laura Rodrigues, moderada pelo jornalista Júlio Magalhães. Alcino Sousa, presidente da ACMB impediu jornalistas e convidados de entrar na sala, alegando que os ânimos se podiam exaltar durante a sessão...
Pelas imagens "roubadas" no local consegue-se ver claramente a intenção da TCN de transformar o Bolhão num Centro Comercial, demolindo completamente o actual mercado, inclusive as escadarias laterais, e a escadaria principal, o varandim, e as próprias lojas exteriores, que terão que ser todas reconstruídas para acrescentar os acessos às habitações (a verde). Só ficam mesmo as paredes exteriores e acrescentam-se duas lajes onde será edificado um centro comercial, sem haver qualquer garantia escrita de que no piso 0 não será aberto um supermercado.
Sérgio Caetano
«O deputado socialista Raul Brito avisou o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, que, apesar de lhe dar o benefício da dúvida, o "PS admite recorrer ao referendo local pela primeira vez", se não forem salvaguardados alguns princípios essenciais no Mercado do Bom Sucesso. A saber, a salvaguarda dos interesses dos comerciantes que estão instalados no edifício, a manutenção do património arquitectónico e a adopção de um sistema de exploração que respeite a função de mercado de produtos frescos.
O PS promete recorrer ao referendo local, se não forem salvaguardados os interesses dos comerciantes e o próprio edifício»
No PS parece que acordaram da profunda letargia em que têm andado imersos. Mais vale tarde do que nunca. Salve-se, pelo menos, o Bom Sucesso.
António Alves
Se o objectivo é discutir com os comerciantes (os primeiros interessados em resolver a situação actual de degradação do mercado do Bolhão), acham realmente que essa discussão deve ser feita na praça pública, contaminando o debate com interesses, que como se tem visto em diversas ocasiões, são divergentes dos interesses dos comerciantes do Bolhão? Imaginem que o senhorio do prédio no qual têm um escritório de uma empresa, decidia proceder a obras ou mesmo concessionar o dito espaço. Imaginem ainda que o dito senhorio, em vez de tratar de conversar directamente com o inquilino de forma tranquila e recatada, no sentido de se alcançar uma solução que seja, tanto quanto possível, do agrado de ambas as partes, decidia discutir essa questão na presença de jornalistas, de outras empresas concorrentes da vossa própria empresa, etc. Acham que isso seria uma situação normal?
Situação diferente é a questão da discussão do projecto de arquitectura que, mais uma vez relembro, terá de obter a aprovação do IGESPAR; do projecto de concessão; da tramitação política do processo, etc, etc, etc. Obviamente que todo esse processo tem de ser absolutamente claro e transparente, não se permitindo que possa haver aqui situações do tipo "casino de Lisboa". Agora é tempo de encarar toda esta situação com tranquilidade e seriedade, pois convém não esquecer que um mercado vivo é, em primeira análise um interesse dos comerciantes do próprio Bolhão. Será que não nos estamos a esquecer disso?
P.S. Será que alguém me sabe dizer aonde é que fica a banca do Arq. Massena e a do Arq. Correia Fernandes no mercado do Bolhão?!
Cumprimentos,
Luis Filipe Pereira
Admitindo que este relato é fiel, nem é preciso consultar o projecto da TCN para o Bolhão para adivinhar que ele é mau. Não deve ser fácil encontrar pior maneira de gerir o diálogo com os comerciantes, e isso é uma componente fundamental de uma reabilitação bem sucedida.
- Projecto da Via de Nun"Álvares pode vir a ser objecto de um concurso público
- Processo pode ser exemplar, diz Alexandre Burmester
- Vigília de comerciantes do Bolhão Movimento manifestou-se junto à Câmara do Porto
- Comerciantes fizeram "apagão" e marcha de protesto
- TCN mostra hoje aos comerciantes do Bolhão novos desenhos do mercado que idealizou
- Faltam voluntários na Unidade de Socorro da Cruz Vermelha
- 185 mil seringas trocadas num ano nos bairros do Porto
- Soares da Costa denuncia dumping
- Cinema do passado na Universidade de hoje
PS: a ler - Essência de Porto
Portugal está todo em alta resolução na Internet (Público)
"Imagens detalhadas e actualizadas de todo o território português estão já disponíveis na Internet (em maps.live.com), para acesso gratuito de qualquer pessoa e para uso da administração central do Estado."
Depois de fazer zoom sobre a zona pretendida, clicar em "Bird's Eye" - experimentem a visualização a 360º utilizando os comandos disponíveis.
A TCN não está a fazer caridade com a cidade, está a investir, penso que se dispensam as tomadas de posição que referem um grande investimento, um esforço financeiro enorme, quase como se estivéssemos a pedir caridade a entidades como a TCN ou o grupo Amorim. A CMP teria a meu ver 2 opções, ou se limitava a restaurar e consolidar o espaço, dispensando as tais obras que Rui Rio abominava no 1º mandato por serem grandes demais para as nossas possibilidades, ou fazia o que fez, abria um concurso e sujeitava-se às condições dos investidores.
Tendo optado pela última, esperamos que tenha efeitos positivos para a cidade, mas efectivamente habitação no Bolhão só se justifica para os investidores. Parques também eram dispensáveis nesta altura, já que desde a Pedreira ao Infante não há parques esgotados na Baixa, concessões para 50 anos é no mínimo surreal, basta olhar para a situação do Brasília. Mas enfim, cada qual terá a sua opinião, estamos numa democracia, existiu um concurso, temos que acabar com estas perseguições aos investidores, não há negócio que se crie que não seja contestado e assim não há condições, nem atractividade. Vamos aprender com isto e doravante ser um povo mais zeloso e aprender a agir na hora certa. Quem dispara tarde, fere mas não caça. :-)
Cristina Santos
Caro Luís Filipe Pereira
Para não me repetir remeto-o para este meu post, onde já respondi às suas questões. O que eu desejo para o Bolhão é que o deixem ser aquilo que ele sempre foi: um mercado de frescos. O pior que fizeram à Praça do Anjo (Actual Praça de Lisboa) foi terem-na transformado num centro comercial pindérico. Deveria ter continuado, embora modernizada e mais funcional, um local de abastecimento do pequeno comércio tradicional da cidade e ainda hoje estaria viva. Na época tinha-se horror ao pó das batatas, ao cheiro dos legumes esmagados, ao linguajar rude dos vendedores e achava-se que a cidade era só para gente engravatada e seus escritórios. O resultado está à vista. Alterar funções e significados de edifícios e locais deste tipo é matéria perigosa que deve ser mexida sempre com pinças de alta precisão, pois caso contrário arriscamo-nos a matar a própria cidade. Este é um caso – Bolhão – em que, na minha opinião, o executivo camarário não tem o direito de decidir sozinho. Só o faz porque se julga dono do património público. Entenda-se património como o material e, mais importante ainda, o imaterial.
A recuperação da Baixa precisa de tudo menos de uma espécie de pequeno museu antropológico num recanto do futuro Bolhão renovado. Não é a recuperação do Bolhão que vai renovar e repovoar a Baixa. Também não serão as lojas do tipo Zara ou similares que trarão mais habitantes ao centro da cidade. Já uma vez, há muito tempo, escrevi aqui que o repovoamento da Baixa deveria andar ligado à resolução do problema dos Bairros Sociais. A autarquia deveria promover o retorno dos seu habitantes à Baixa, onde existem imensos prédios devolutos (mesmo ao lado do Bolhão na Rua Alexandre Braga, por exemplo), e financiar essa operação com os terrenos onde actualmente se situam estes Bairros, que seriam assim libertados para o mercado imobiliário. Aqui entraria a iniciativa privada, que pagaria, numa primeira fase, a compra e recuperação de edifícios de habitação na Baixa, e seria depois muito bem recompensada com operações imobiliárias nos terrenos libertados, muitos com localizações deveras privilegiadas. Obviamente que subjacente a tudo isto existe uma questão ideológica: este executivo julga que recuperará a Baixa exclusivamente através de uma operação de gentrificação - uma espécie de upgrade ao povo. Já foi tentado em outras cidades do mundo e os resultados não foram os melhores.
Não se julgue que me oponho a toda e qualquer operação de recuperação do valor imobiliário das zonas mais degradadas da cidade de modo a atrair gente de estatuto económico mais elevado. Oponho-me é a que seja esse o único objectivo. A diversidade social deve ser um valor a conservar. Só assim teremos cidades saudáveis. O ideal será ir eliminando paulatinamente as zonas de exclusão e ter uma visão integradora. Caso contrário, porque nunca haverá ricos suficientes, arriscamo-nos a criar apenas pequenas ilhas de bem-estar rodeadas por um mar de miséria.
António Alves