2007-10-07
Seguem duas fotos da exposição «Leonardo Da Vinci - O Génio» patente no Palácio de Cristal até Janeiro. A exposição está excelente, mas recomendo que a visitem daqui a uns dias já que faltam ainda elementos, como helicóptero para crianças, peças de merchandising, e alguns retoques no exterior.
Quem for cliente do Millennium BCP tem entrada gratuita, se apresentar BI e cartão de crédito desta entidade. Pelo menos hoje, a afluência foi intensa, vários debates em torno da «Última Ceia» - de quem será a mão que empunha a faca? E será uma faca? A reprodução gráfica não nos permite uma conclusão que não seja relativa. As fotos são pobrezinhas e não fazem justiça ao evento, o staff não dá um minuto de sossego, foi o melhor que consegui para vos mostrar aqui.
Um abraço a todos, bom fim de semana.
Quero juntar a minha voz à de Alexandre Burmester, não para fazer perguntas a especialistas a propósito do eléctrico na Baixa (chega-me ler o que propôs António Babo em Junho de 1999 para a PORTO 2001 ou no PDM do Porto), mas para:
1. Pedir ao Senhor Dr. Rui Rio e à Senhora D.ª Laura Rodrigues que, face à adesão das pessoas ao eléctrico, admitam que fizeram a cidade perder 6 anos entre as intervenções da Porto 2001 e o acabamento das obras que concretizam uma proposta diabolizada por ambos e agora (parece!) apenas por um(a) dos dois;
2. Agradecer que a Metro do Porto deixe de querer multiplicar linhas intra-urbanas de serviço de proximidade (como na Avenida da Boavista) e deixe o eléctrico (de preferência menos histórico) prestar o serviço que os autocarros não fazem bem e que fica excessivamente caro (a todos os portugueses) ser o metro a fazer;
3. Solicitar à STCP que se deixe de brincadeiras e que não mantenha apenas 1 eléctrico na linha da Baixa e acabe com o acto ridículo de obrigar passageiros a sair no Carmo, no que é apenas uma das muitas paragens de uma linha circular (logo, sem fim nem princípio), para disfarçar o serviço deficiente realizado por apenas uma viatura;
4. Rogar à STCP que não se faça de parva e que não concretize o que anda a pensar, que é matar a linha da Baixa, por junção entre esta e a carreira 18, disfarçando a ausência de viaturas (por indisponibilidade de guarda-freios), assim diminuindo em simultâneo a procura. Quando não se quer ter êxito, que remédio senão apanhar o metro, andar de carro, ou fugir da Baixa!
José Rio Fernandes
PS. Já agora, se o Dr. Rui Rio estiver em maré de diálogo, era bom confirmar-nos que de facto é um bom gestor financeiro e grande economista, explicando as vantagens para a CMP dos negócios no Rivoli com La Féria (ou a empresa de uma D.ª Ermelinda), no Palácio do Freixo com os madeirenses Pestana, no Bessa com as transformações ao PDM em favor do Boavista, ou no Parque da Cidade com o glorioso e por certo muito popular Sport Club do Porto.
Bom, será esta a minha última intervenção sobre este assunto, para dar o espaço aos assuntos prementes neste momento: pressionar a STCP para o aumento do número de eléctricos, encontrar uma solução adequada para o problema da Nun'Alvares, manter todas as informações actuais sobre o processo de reabilitação da Baixa, e, de uma forma geral, pensar o Porto.
Mas não queria deixar de clarificar a minha posição que creio ter sido um pouco adulterada pelas palavras do caro José Luís Ferreira. Creio que os entendimentos subjectivos na condução da nossa vida enquanto seres racionais são inequivocamente essenciais à nossa condição humana, concordo. Mas, enquanto pessoas inseridas numa sociedade, criamos um conceito, chamado "Lei", que procura ser objectiva. Entendimentos subjectivos, são, a meu ver, dispensáveis na análise de um caso perante a Lei. Eu não sou especialista em Direito, mas sinceramente, tremo quando a frase "apenas demonstrar da forma que entendiam" aparece enquadrada numa decisão judicial. E foi isso que referi. Mas este é o meu entendimento subjectivo sobre o caso. Outras pessoas terão outro. E não as considero menos cultas por causa disso (eu usei da ironia no que respeita a ser culto, não sei se terá bem atingido o seu propósito. Embora a cultura, novamente, seja muito subjectiva. Assim como o que é uma elite, mas isso é outra discussão.).
E, clarificando, não vejo o absurdo de considerar que acções impulsivas são antagónicas em relação ao que pretendemos hoje em dia para o Porto (ou que, pelo menos eu, julguei que era o sentimento predominante entre as pessoas que aqui escrevem): uma atitude construtiva, de execução, de bom-senso, de encontrar soluções. Ora diga-me, frontalmente, e fica aqui o meu e-mail para quem quiser continuar uma discussão sã sobre o tema (danielcr@ieee.org), se considera a atitude dos intitulados 'artistas' construtiva. Se através da sua acção mobilizaram forças e energias na cidade. Se movimentaram o (subjectivo) povo, ou apenas algumas (subjectivas) elites. Se evitaram a atitude de confronto para encontrar um espaço adequado para as suas actividades. Se actos como este devem ser admissíveis numa sociedade democrática? É certo que uma sala de espectáculos tem a sua especificidade, mas devemos aceitar o precedente? Se o Filipe La Feria se decidir neste momento a contestar esta esta decisão judicial e encerrar-se dentro do Rivoli, o que dirá o José Luís Ferreira? Presumo que gritará na rua que a sala é do povo do Porto, mas isso é só uma assunção.
Tendo em conta a falácia tremenda apresentada pelo seu autor, desejo-lhe outras leituras, mais... reais. Permita-me, por exemplo, citar uma breve passagem de uma obra de um nosso grande conterrâneo que foca bem a problemática do espalhafato artístico. Estou seguro que entenderá perfeitamente a metáfora (e deixemos a política expressa de parte.)
"— À força é que se fala — tornou o campino para estabelecer a questão em terreno que lhe convinha. — À força é que se fala: um homem do campo que se deita ali à cernelha de um toiro que uma companhia inteira de varinos lhe não pegava, com perdão dos senhores, pelo rabo!...
E reforçou o argumento com uma gargalhada triunfante. que achou eco nos interessados circunstantes que já se tinham apinhado a ouvir os debates.
Os ílhavos ficaram um tanto abatidos; sem perderem a consciência de sua superioridade, mas acanhados pela algazarra.
Parecia a esquerda de um parlamento quando vê sumir-se no burburinho acintoso das turbas ministeriais, as melhores frases e as mais fortes razões dos seus oradores.
Mas o orador ílhavo não era homem de se dar assim por derrotado. Olhou para os seus, como quem os consultava e animava, com um gesto expressivo, e voltando-se a nós, com a direita estendida aos seus antagonistas:
— Então agora como é e força, quero eu saber, e estes senhores que digam, qual é que tem mais força, se é um toiro ou se é o mar.
— Essa agora!...
— Queríamos saber.
— É o mar.
— Pois nós que brigamos com o mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é o que tem mais força?
Os campinos ficaram cabisbaixos; o público imparcial aplaudiu por esta vez a oposição, e o Vouga triunfou do Tejo."
Bem haja,
Daniel Rodrigues, a partir de bem longe do Porto...
PS: Caso não se tenha apercebido da falácia, a pessoa normal, provavelmente inculta, escrevendo a tinta azul, mente, logo como interpretar a indicação de que ele não tinha tinta vermelha? Estava provavelmente a mentir, o que significa que tinha a tinta vermelha... ora se tinha tinta vermelha, poderia escrever com ela. Mas optou por utilizar a tinta azul. Que raio de beco. Então ele optou por não ser livre? Mas pronto, são estes idiotas raciocínios matemáticos que quebram a frase brilhante e a poesia dos autores estrangeiros. Raios partam o povo! Já agora, sabe sequer pronunciar Žižek? Não assuma a ignorância das outras pessoas. Pode ficar agradavelmente surpreendido...
Corroborando a opinião de F. Rocha Antunes, gostaria de acrescentar uma "máxima" relativa a qualquer sistema de transportes: ninguém normal (ie, sem outro tipo de motivação: deficiência física, transporte de cargas pesadas, curiosos, turistas, etc.) espera por um veículo de tranporte público mais tempo do que aquele que demoraria a fazer o mesmo percurso a pé. Consequentemente, um eléctrico de vai-e-vem que passa a cada 50 minutos (30 minutos de horário e 20 de atrasos acumulados) não vai, de forma alguma, atrair nem fidelizar quaisquer clientes. E mesmo os turistas terão de ser muito pacientes para o conseguirem ver passar.
De certa forma entendo a atitude do Museu do Carro Eléctrico (e não da STCP, como referido no blogue, já que não é a operadora directamente que explora os eléctricos, mas sim através do Museu) de colocar apenas um veículo em circulação; mas que não é, de forma alguma, aceitável. As adequadas 'movimentações' internas terão de ser feitas para que o eléctrico na Baixa do Porto não se torne num fisco semelhante ao fogo de artifício nos Aliados na entrada do século...
Emídio Gardé
Meus Caros
Pegando naquilo que o Alexandre Burmester escreveu hoje, e depois da proposta que fiz há algum tempo, gostaria de lembrar que o custo do actual eléctrico único a circular entre o Carmo e a Batalha é altíssimo, e que há uma forma simples de o reduzir: multiplicar por 12 o número de eléctricos em circulação!
O custo de um sistema de transportes é o resultado da soma do amortização do custo da infraestrutura e do custo de exploração de cada passageiro transportado. Imaginando que o custo da actual rede de eléctricos foi de cerca de 10 milhões de euros, em investimento directo da STCP, aos quais é necessário acrescentar os custos de interrupção das várias ruas centrais durante 8 meses, mais as quebras de facturação de largas dezenas de comerciantes, o aumento de consumo de combustíveis provocados a todos os que demoraram o dobro do tempo a circular pela Baixa durante esse tempo, temos mais uma dúzia de milhões de euros. É esse o custo total da infraestrutura dos eléctricos no novo circuito entre o Carmo e a Batalha.
A pior forma de rentabilizar esse importante investimento feito por todos, desde os contribuintes em geral aos comerciantes e utilizadores da Baixa em especial, é fazer com que toda a rede criada seja utilizada por apenas um eléctrico que circula de meia em meia hora, isto quando não se atrasa significativamente como aqui já se disse. Não conheço os custos de exploração concretos, mas seguramente que são insignificantes quando comparados com o peso da amortização do custo do investimento. Por essa razão, a melhor forma de amortizar esse custo é aumentar substancialmente o número de eléctricos em circulação e parece-me que o desejável é que os eléctricos pudessem circular com um intervalo máximo de 5 minutos entre cada um.
Claro que não sou entendido em transportes, e por isso espero que os especialistas reduzam a pó estes meus argumentos, ou então, como bem perguntou o Alexandre, justifiquem o que andam cá a fazer.
Francisco Rocha Antunes
promotor imobiliário
Por um lado, não é assunto que mereça resposta. Ou pelo menos, assim me pareceu inicialmente, mas a coisa continua e se calhar é melhor não deixar a discussão pelos argumentos mais primários. Mais Rivoli, menos Rivoli, a cidade não morre. E estou inclusivamente de acordo que há assuntos cuja matéria seja mais decisiva para as pessoas «reais» (belisquem-me, por favor). É pena que a «miséria do simbólico» seja vista como prescindível para a malta do «real», mas ora abóbora!
O que me levou a, afinal, escrever este post, foi uma certa ideia que começa a instalar-se, segundo a qual «não é justificação plausível para um acto o nosso entendimento sobre a nossa acção». Ou a de que as «acções impulsivas são bem antagónicas em relação a característica construtiva que mais é necessária nos dias de hoje». Ou a pérola: «Entendimentos subjectivos são, a meu ver, dispensáveis.»
Ora abóbora, outra vez. Somos capazes, apesar da nossa miséria vivencial, de continuarmos a ser seres éticos, ou somos mesmo ratos? O que pode fundamentar um acto se não for o nosso entendimento sobre ele? O telejornal da TVI? O JC superestrela? O que poderá dispensar-se menos do que os entendimentos subjectivos? Ou lemos o pasquim telemático da CMP para sabermos o que pensar? Concordarei também que as acções impulsivas implicam riscos para quem as tome (é a vida…), mas a ideia de construção que subjaz (subjaz, porque eu sou culto e sei usar o léxico) a esta ideia daquilo que é necessário nos dias de hoje é suficientemente aterradora. Mas isto deve ser porque eu vivo fora do «real».
As elites e o povo, e o povo e as ditas, são uma salada onde eu não gostaria de por as mãos. O problema, diria, está pelo menos dos dois lados... Mas isto sou eu a tresdizer-me, eu que sou culto.
«Bem vindos ao deserto do real.»*
José Luís Ferreira
*É apenas uma forma de sublinhar, de dar um pouco de grotesco à minha mesquinha condição de culto. Trata-se de uma dupla citação: Morpheus, em Matrix, dando as boas vindas ao recém-acordado Neo; e depois o título de um livrito de um esloveno (ou seja, nascido num concelho para lá da área metropolitana) chamado Slavoj Žižek, onde, entre outras pequenas reflexões que talvez interessassem a um senhor tomado, lacanianamente (uau!), pela «bruta paixão pelo Real», ele conta a parábola da tinta azul: uma pessoa, normal, talvez inculta, arranja trabalho num sítio onde a vida é difícil e a liberdade de expressão não é propriamente acarinhada. Combina então com os amigos a quem promete escrever que, se a carta estiver escrita a azul, podem acreditar no que diz; se, pelo contrário, estiver escrita a vermelho, estará a mentir. Um mês depois, os amigos recebem uma carta, escrita a azul, que diz: «Aqui tudo é maravilhoso, as lojas estão abastecidas, a comida é abundante, os aposentos espaçosos e bem aquecidos, as salas de cinema passam filmes ocidentais, há muitas raparigas disponíveis – a única coisa que falta é a tinta vermelha.» E conclui Žižek (que raio de nome, deve ser estrangeiro!!): «sentimo-nos livres pela boa razão de que nos falta precisamente a linguagem [a tinta vermelha, digo eu porque sou culto e sei interpretar] que poderia articular a nossa falta de liberdade». Bem haja, meu amigo!
Pelas 18 e qualquer coisa uma senhora, que aparentava estar bastante nervosa, contrapunha argumentos com as autoridades na Praça da República. Alegava não vir a falar ao telemóvel e ter testemunhas que o podiam comprovar. Passados alguns minutos, a senhora arranca na viatura com acelerador, trava a fundo, embate com a cabeça no tablier. Perante as buzinadelas do restante tráfego, que se via obrigado a contornar a senhora, esta reinicia a marcha e repete-se a situação. Os senhores agentes da autoridade continuavam no centro de fiscalização às infracções, voltados de costas para a ocorrência.
Ao terceiro arranque a senhora ingressa pela via pública, fica ali estacada, dobrada, com a cabeça baixa sobre o guiador. Os senhores Agentes não abandonaram o posto de operações, para multar a senhora por estar com o carro no passeio, manteram-se firmes, observando à distância.
Para terminar em grande, o INEM passa no local, as pessoas fazem-lhe sinal, o INEM não vê o acidente, contorna a Praça, desce a Boavista e volta a subir Alvares Cabral. O que sucedeu depois, desconheço, mas com certeza que não foi nada de grave, provavelmente a senhora estava a fazer fita para não pagar a multa... Agora imaginem que a senhora em vez de circular para a frente, fazia marcha atrás.
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Cristina Santos
A propósito do que aqui se tem dito sobre o Rivoli gostaria de dizer o seguinte:
- - Descer à rua e ir falar com "ocupantes" do que quer que seja não me parece condição necessária para classificar alguém ou uma instituição de democrática.
- - Antes uma acção ao estilo "filmes americanos sobre reféns" cortando a luz, água, aquecimento, médicos e alimentação que uma acção ao estilo Russo/Putin que invadiu um teatro em Moscovo ocupado por rebeldes tchetchenos com o fim dramático que todos conhecemos.
Reconheço a necessidade de sensibilidade para se tratar de assuntos que mexem com a vida, com os empregos e outras questões sociais, das pessoas e isto de facto não abunda muito pela CMP. Na minha opinião a actual liderança da CMP pode ter, e tem seguramente, defeitos mas neste caso o objectivo final é meritório: Travar as despesas loucas, pagas por todos nós, para os habituais subsídio-dependentes!
Desde o dia em que os STCP decidiram retirar os Eléctricos da cidade, muitas pessoas houve, entre as quais me incluo, que têm vindo repetidamente a pedir a sua volta. Tipicamente os STCP, com aqueles ouvidos cheios de cera e os olhos cheios de miopia, apostaram nas linhas de Autocarros de 2 andares ou articulados nas sanfonas, tão à escala da nossa malha urbana. Apostaram nos trajectos fantásticos, do tipo “Matosinhos/Hospital S. João”, passando pela Foz, Pasteleira, Campo Alegre, Palácio de Cristal, Stº António, Baixa, etc..., e muito outros, sempre com direito de passagem pela casa da partida (Av. dos Aliados), e que se traduzem em itinerários que deviam constar nos livros do Guiness.
Mas à semelhança da lógica de mobilidade automóvel, os nossos técnicos só pensam em grande, assim como já não sabem fazer ruas, porque só entendem de auto-estradas e ICs, que cruzam pelo meio do espaço urbano, também não entendem que para além destes paquidermes de transportes públicos que circulam na cidade, como os Autocarros, ou o “Metro”, não há lugar a transportes e à mobilidade de pequena escala. A mobilidade de pequena escala, que serve as ligações entre a Batalha e Santa Catarina, entre esta e a Av. dos Aliados, entre estes e Gonçalo Cristóvão, ou Cedofeita e Praça Velásquez, ou Rotunda da Boavista, Júlio Diniz, Campo Alegre, Palácio de Cristal, Marginal, Foz, etc, etc, etc…. Serão estas ligações que, garantindo a interligação entre as partes da cidade, irão permitir a sua unidade e a sua reabilitação, fazendo-as funcionar num todo.
Hoje temos partes de partes entre interstícios de cidade, verdadeiras rupturas urbanas que dificultam a renovação da Baixa do Porto. Não será preciso aqui enumerar os muitos trechos de ruas abandonados entre Santa Catarina e Sá da Bandeira, entre estas e a Rua da Alegria, S. Lázaro, Bonfim, entre Cedofeita e Aliados, etc… O eléctrico deveria aqui servir como o tapete rolante entre estas partes da cidade, devia ser de graça (porque facilmente se subsidia), deveria ter a regularidade de um serviço à população, e não um tempo apenas para o turista. Deveria seguir toda a marginal, seguir pela frente marítima (que, tendo os trilhos, aguarda sem entender aos anos a sua ausência), continuar para Matosinhos e subir a Boavista. Deveria ser o Eléctrico, antigo ou moderno, à escala das ruas, à escala do trânsito e à escala da cidade. Não inventem por favor uma linha de tipo de rolo compressor, que venha rasgar a dimensão urbana. Esqueçam as auto-estradas e pensem nas ruas.
Mas o que fazem os STCP, gastaram um dinheirão a retirar trilhos desde 1980, a recolocar trilhos em 2001, a retirar trilhos em 2004, a recolocar trilhos em 2007, e no final com pompa e circunstância inauguram um pequeno trecho, onde colocam um e apenas um eléctrico a fazer todo o circuito. É caso para dizer que estamos perante um caso de polícia. Tanta estupidez não se justifica pela incompetência, mas sim pela má-fé, má gestão e fundamentalmente pela falta de responsabilização.
Senhores especialistas de trânsito e de mobilidade, façam um favor a vocês mesmos, venham a público dizer o que acham e justifiquem-se, ou então façam-nos o favor a nós – demitam-se.
«Não é verdade que a CMP tenha perdido algum processo contra os barricados no Rivoli porque nunca acusou ninguém. A CMP limitou-se a participar a situação ao Ministério Público, como era sua obrigação legal, institucional e cívica, tendo inclusive abdicado do direito de se constituir como assistente no processo, acusando juntamente com o Ministério Público os denominados ocupas. (...)
Como é do conhecimento geral e do JN, a Câmara do Porto não só participou a ocupação ao Ministério Público como ainda foi obrigada a chamar a polícia para retirar os ”ocupas” do Teatro Municipal que de outra forma se recusavam a sair.(...)
Ainda na mesma peça, o jornal dá voz à mentira. O vereador Rui Sá afirma que, nesta matéria, a Câmara gastou milhares de euros em assessoria jurídica o que, mais uma vez, não corresponde à verdade. A participação foi feita ao Ministério Público pelos serviços jurídicos da CMP, pelo que a autarquia não gastou nada.(...)»
Também acho que a CMP não gastou nada com este processo, isto se comparamos com o que vai gastar com os restantes, mas seja esta acção contra «os Okupas» um gasto do Ministério Publico ou da Autarquia, perder tempo com mesquinhices destas custa produtividade à justiça que se faz neste País.
Caro Rui, quanto à questão do código de trabalho, acredite que é surrealista, caduco, e despropositado. Não quero dizer que os trabalhadores do Rivoli não tenham razão, mas se até os despedimentos lícitos oferecem 50% de risco aos empregadores, quando os trabalhadores os contestam nesse tribunal parado no 25 de Abril, imagine-se o que pode suceder neste caso. Melhor será que o Executivo comece já a preparar acordos. Se arrisca ir a julgamento, e fazendo contas a salários e indemnizações, multiplicados por 28 funcionários, desde a data do despedimento até à data da sentença, vai ficar caro ao erário.
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Cara Cristina Santos,
"podemos dizer que esse crime está previsto na lei, mas ao caso não se aplica. Exigir que as leis sejam levadas à letra pode ser perigoso"
A mim parece-me perigoso considerar que as leis não sejam levadas a letra! Concordo que deva existir bom senso, e neste caso, pareceu-me existir toda a paciência do mundo para com artistas habituados, infelizmente, a toda a compreensão do mundo... O cidadão comum (e parece-me que muitos dos intervenientes no blog estao cada vez mais distantes dos cidadãos comuns), está cada vez mais farto de artistas impulsivos: acções impulsivas são bem antagónicas em relação a característica construtiva que mais é necessária nos dias de hoje.
O Porto, ao contrário do que diz, não tem como sua característica cor. Tem as cores graníticas, sem dúvida diversas (mica, feldspato, quartzo), mas cinzentas, duras, viscerais. O Porto não tem diversidade: o Porto aceita a diversidade, desde que as pessoas se adequem a um determinado tipo de valores: honra, respeito pelo próximo, verdade e determinação. Se vir o Porto pelos olhos de alguém exterior ao Porto apercebe-se que este traço é distintivo: o Porto é uma sociedade fechada em si: acolhedora, mas que distingue quem está dentro dela ou lhe é estranho. O Porto não exclui, integra, é verdade: conforme disso, desde que as pessoas se adequem a certos valores básicos. E porventura devíamos reflectir nisso como um dos factores para a perda da nossa força: neste blog, o que mais tenho lido são lamentações, frustrações, críticas insustentadas. Em vez de ver reflexão, resultados, construção. Essa mudanca de valores passa por comecar a mostrar uma imagem que reflicta aquilo que o Porto sempre foi. E o Porto nunca foi impulsivo. Nunca chegou ao fim de um espectáculo e envolveu o resto do público numa acção porque sim. O Porto sempre construiu, passo a passo, pedra sobre pedra, geração para geração. O Porto nunca foi uma cidade de elites, foi uma cidade em que as elites e o povo comungam de propósitos comuns.
Eu não entendo, sinceramente, porquê esta postura de 'fim-do-mundo'. O Rivoli foi entregue 5 anos ao Filipe La Feria? Então e o Rivoli não tem quase 100 anos? Quantos destes não esteve ao abandono? Não sera um ciclo necessário? Gostava sinceramente que em vez de pensar que o Rivoli enquanto o conhecemos acabou, se pensasse o que se poderá fazer para melhorar o Rivoli depois destes 5 anos. Para quem se quer perder em lamentos, 5 anos serão 5 anos perdidos. Para outros, será o tempo de fermentar ideias inovadoras, e daqui a 5 anos voltar com a energia para projectos mais aliciantes e mobilizadores que o de Filipe La Feria. Nao sei se o wikipedia está correcto, mas indica-se lá que apenas a partir da decada de 70 o teatro pertence à CMP, e esteve fechado entre 1992 e 1997. Ora, podemos pensar que é uma oportunidade de construir uma parte da história do Teatro Rivoli! Quem sabe não será uma fórmula de sucesso, para devolver a sala ao Povo do Porto?
Por isso convidava todos os leitores a fazerem essa reflexão: afinal, que valores queremos defender para o Porto? A cidade é o reflexo de quê? Acho que devemos distinguir o que é de facto construção da cidade, e o que são fait-divers.
Felizmente este blog congrega tudo ;) E por isso tenho seguido atentamente a discussão sobre coisas bem mais essenciais, como as novas vias, as leis de reabilitação urbana (já agora, depois de fazer as leis melhores, elas nao vão ser para cumprir, cara Cristina?), os projectos estruturantes para o Porto. Sinceramente, acho que se está a perder tempo e energia a mais com coisas pontuais, quando se podia aproveitar a potencialidade deste blog como o canal de comunicação mais directo com o Executivo da Câmara Municipal do Porto, para passar ideias e sugestões mais vivas, práticas e concisas. Vivas, práticas e concisas, como o Porto é: nobre, leal, invicta.
Melhores cumprimentos,
Daniel Rodrigues
Cara Cristina:
Perdoe-me, mas o único excesso que vejo na análise que fez do arquivamento da queixa contra os ocupas é o excesso de bondade da sua análise.
A CMP de então, bem como Sr. Presidente da Câmara, à falta de capacidade de diálogo e de postura democrática (imperativa de quem recebe legitimidade do povo e por sufrágio) não quiseram descer à rua e ir ao Rivoli falar com os ocupas ou discutir com a sociedade civil a dita concessão do Rivoli a privados (nesta última parte, ainda bem que o não fizeram pois, como se vê agora, o que a CMP queria era gerir ela o Teatro e fazer dele o que bem quer, sem prestar contas).
Por isso é que ninguém, repito, ninguém, da CMP ou da Culturporto deu ordem de saída aos ocupantes, preferindo (recorde-se Cristina) cortar luz, água e aquecimento e cortar o acesso a médicos e alimentação (tipo daqueles filmes americanos sobre reféns). O protesto acabou ao fim de três dias, como podia ter acabado ao fim de três horas. O Dr. Rio é que só se lembrou, ou quis, chamar a PSP depois de três longos dias... sabe lá Deus para quê!
A queixa que a CMP fez, foi decidida e querida pela CMP, creio que deliberada em reunião do Executivo, e, por isso, não é um excesso, é uma vingança persecutória e discriminatória (pois a CMP não fez queixa quando se tratou do túnel de Ceuta ou dos cartazes no Palácio de Cristal contra a Ministra da Cultura). E, para terminar o ramalhete, à boa maneira do saudoso Eça, veja, pf, a notícia que está no site da CMP sobre a “oposição do JN” e sobre estas questões do Rivoli e ocupas. Para além da saudável gargalhada, é sempre bom recordarmos que o pasquim é uma forma tradicional, apesar de menor, de expressão social – ainda que não se recomende num site municipal e com dinheiro dos contribuintes.
Por fim, não consigo perceber a sua referência ao Código Surrealista, quando abordou a questão dos trabalhadores do Rivoli. A única coisa surrealista – para além de outros istas de muito má fama – nesse aspecto foi a conduta da CMP que correu ao pontapé, do dia para a noite, todos os que ali trabalhavam sob a invocação de que o Rivoli fechou. Se calhar é excesso de visão, pois o Rivoli está mesmo fechado e, como diz a CMP é um espaço livre que pode ser utilizado por todos quantos quiserem nele apresentar espectáculos... Devíamos nós todos, tripeiros, sentir-nos envergonhados e humilhados pelo facto da CMP e do seu Presidente, em nosso nome, ter fechado uma empresa à boa moda das têxteis do Vale do Ave (aliás, nem essas hoje fecham assim), da confecção de vão de escada, em que as máquinas são transportadas de noite e os trabalhadores quando chegam de férias já só vêem o ferro dos portões.
E, nesta questão, cara Cristina, não há excessos. Há processos, valores e princípios que excedem partidos e politiquices. Trata-se da nossa honra e do nosso bom-nome. Foram estes que a CMP, em nossa representação, fez, e faz, arrastar na lama mais suja, seja qual for o desfecho dessa acção no Tribunal.
Há dias vi na televisão um senhor das direitas que agora habita no PS. Parece que vai ser um comissário da parte ocidental de Lisboa, e que disse algo para o que peço ajuda no entendimento, enquanto português.
Falava o senhor na reconversão desse lado de Lisboa, e dizia que o “accionista” Estado ia promover a reconversão deste lado da cidade de Lisboa, o que seria muito benéfico para Lisboa e para o país! Ora tendo eu algumas acções desta “empresa”, e não tendo conhecimento de nenhuma assembleia-geral, fico intrigado quanto aos benefícios que tal “empreitada” me trará, já que nunca fui a Lisboa, e talvez seja adequado aproveitar para vender os “papéis” que possuo. Haverá alguma alma caridosa neste blogue, sempre esclarecido, que me elucide?
Muito obrigado
Victor Sousa
Caros participantes
Por considerar que o tema é o suficientemente importante a ponto de ser merecedor de uma reflexão colectiva, aproveito este post de Jorge Oliveira e Sousa para fazer uns breves comentários sobre o “nevoeiro electromagnético” e as suas relações de “vizinhança” com o urbanismo. Sendo objecto de investigação na comunidade científica desde há algumas décadas [ver por. ex. a Organização Mundial de Saúde (OMS) ou a ICNIRP], os campos electromagnéticos e a sua influência na saúde das populações têm sido objecto de uma grande controvérsia. Seja porque não há, ainda, certezas técnicas e científicas sobre os eventuais efeitos destes possíveis inquinamentos ambientais, seja porque quem decide a criação destes espaços emissores são as empresas de telecomunicações (que visam essencialmente fins económicos) e quem suporta os eventuais riscos são os residentes, os trabalhadores ou outros utilizadores do espaço envolvente às infra-estruturas emissoras de campos electromagnéticos (portanto cidadãos detentores de direitos fundamentais, como o direito à saúde, ou ao ambiente e à qualidade de vida)...
Pressionados por tal controvérsia, e reconhecendo que vivemos actualmente integrados na designada pelos sociólogos de sociedade de risco, são já alguns os governantes e decisores político-administrativos que adoptaram medidas para dar resposta a tal fonte de preocupação. Medidas essas sempre suportadas por aquele que é um dos mais recentes princípios jurídico-ambientais, o princípio da precaução. Por exemplo, nos anos 90 a ICNIRP publicou as “Guidelines for Limiting Exposure to Time-Varying Electric, Magnetic, and Electromagnetic Fields (up to 300 GHz)”, que serviram de fundamento para a Recomendação 1999/519/CE do Conselho da União Europeia relativa à limitação da exposição da população aos Campos Electromagnéticos. Como resultado, na maior parte dos países da UE – tais como a Alemanha, Espanha, Reino Unido, Grécia e Finlândia –, cedo foram criadas medidas legislativas que adoptaram total ou parcialmente as orientações da Recomendação; Na Itália e na Bélgica foram adoptados níveis de referência mais reduzidos (bastante inferiores aos recomendados pela UE); Na Suíça foram adoptados os valores-limite da Recomendação (à excepção das áreas residenciais, onde são mais reduzidos); Por sua vez, nos EUA os valores-limite são superiores aos definidos pela UE, enquanto que no Canadá, na Austrália e no Japão os valores-limites são semelhantes aos europeus.
Em Portugal, e após ter sido publicada a importante Resolução da Assembleia da República que obriga à adopção daquelas que podem ser chamadas de boas práticas ambientais, tendo tal órgão deliberativo estabelecido recomendações ao Governo para que este, em estreita articulação com os municípios, procedesse à elaboração de um Código de Conduta e Boas Práticas para a instalação de equipamentos que criam campos electromagnéticos, foram adoptadas recentemente duas medidas através da publicação de um Decreto-Lei e de uma Portaria: por um lado os níveis dos valores-limite para exposição a estes campos definidos pela União Europeia foram transpostos para Portugal; e por outro lado tentou-se regular a autorização inerente à implantação e instalação das infra-estruturas de suporte das estações de radiocomunicações e respectivos acessórios (fontes emissoras de campos electromagnéticos), incumbindo tal tarefa aos municípios, que ficam deste modo com competência e poderes autorizativos/planificadores em sede de urbanismo para este tipo de ocupação do solo.
Contudo, uma leitura atenta à legislação nacional (art. 8.º do Decreto-Lei), permite constatar que tais poderes autorizativos atribuídos pelo Governo aos municípios (incumbindo aos presidentes das câmaras municipais a decisão da localização das antenas emissoras de campos electromagnéticos) não são, de facto, verdadeiros poderes para a tomada de decisões amigas do ambiente, uma vez que permite o chamado deferimento tácito. Ou seja, se o presidente da câmara municipal não se pronunciar sobre o pedido de autorização de instalação de uma antena no prazo que tem para o efeito, o requerente (as empresas de telecomunicações) podem iniciar a sua colocação após pagarem as taxas devidas.
Paula Morais
Arquitecta
Nota: Caro Tiago, não sei ao certo em que dia, mas já foi disponibilizado no website da CMP, algures na semana passada, o edital com a versão aprovada do regulamento do SIM-Porto. Pelo que percebi, as alterações são apenas de pormenor, não existindo alterações substanciais ao documento que foi submetido a apreciação pública.
A ocupação do Rivoli não causou danos. Tratou-se de uma manifestação pacífica, com respeito pela preservação do património e sem violência. O Executivo de uma cidade dinâmica e desenvolvida deve estar preparado para lidar com varias correntes de opinião e interesses. Se a queixa contra manifestantes fosse prática habitual, o Governo não fazia outra coisa se não instruir queixas contra manifestantes que ocupam espaço público, para manifestar o seu desacordo. Rui Rio devia ter evitado a perda de tempo. Obrigar o município a dispensar recurso numa situação destas, com o único propósito de mostrar poder e cumprimento, parece um investimento militar.
O Porto é uma cidade com cor, diversidade, não exclui, integra tudo num plano impulsionador, várias dinâmicas, vários grupos com poder de intervenção, ao Executivo compete conhecer, conjugar e equilibrar os interesses.
A justiça que foi feita é tão evidente, que não existe diploma que a justifique, podemos dizer que esse crime está previsto na lei, mas ao caso não se aplica. Exigir que as leis sejam levadas à letra pode ser perigoso, principalmente para um Executivo que se prepara para enfrentar em tribunal os antigos trabalhadores do Rivoli, ao abrigo de um código surrealista. Ainda vamos ver Rui Rio a reclamar do excesso de zelo da justiça.
Alcobaça ou a Paixão de Inês, é o título da exposição de fotografias da minha autoria, que estará patente até ao final do mês no Café Progresso, cuja divulgação agradeço.
A abertura da exposição ocorrerá amanhã Sexta-Feira pelas 22h00, com a leitura de poemas por Isaac Ferreira, organizada pela livraria Poetria, para a qual estão convidados todos os visitantes da Baixa do Porto.
Os meus cumprimentos
Augusto Vieira
Quando foi anunciada a nova linha de eléctricos na Baixa e conhecido o seu percurso, decidi mudar o meu escritório para a zona dos Leões visto que achei positivo para mim e para a cidade poder contribuir, ainda que minimamente, para a despoluição e desafogo do trânsito. Tudo muito lindo mas ainda não tinha entrado em funcionamento e já éramos informados que afinal o eléctrico era para os turistas e que, por isso, bastava que passasse de meia em meia hora. Primeira desilusão e tentativa de interiorizar que, enfim, era melhor que nada (turista na sua própria terra é piada de mau gosto, mas vindo de onde vinha, já nada admirava…).
Agora, constato que, na prática, mesmo a meia hora é conversa fiada. Já tive que esperar 50 minutos pelo “amarelo” e sabem porquê? É que o eléctrico é sempre o mesmo e, se se atrasar por qualquer motivo, bem pode acontecer o que, ao que parece, é corrente: parte quando parte, chega quando chega, porque os horários anunciados são mesmo para turistas, ou seja “para inglês ver”. É óbvio que é necessário que existam dois eléctricos em simultâneo a fazer o percurso, saindo ao mesmo tempo um do Carmo e o outro dos Guindais. Será que é difícil a STCP entender este princípio tão simples ou fingirá que não percebe e quer que andemos aqui “por ver andar os eléctricos”? E que os respectivos guarda-freios possam comunicar um com o outro, sempre que se apercebam que por qualquer motivo de força maior o trânsito não flui, evitando assim que se “encostem” um ao outro. Se é por falta de dinheiro para o segundo eléctrico e respectivo funcionário, abro já aqui uma subscrição: cem portuenses a cem euros, para um ano será suficiente, ou precisam de mais?
P.S. – A Câmara do Porto é “cabeçuda” q.b., mas tem demonstrado ultimamente que a casmurrice, mesmo ali, tem limites: afinal sempre permitiu o “Se esta rua fosse minha...” e já(!) gradeou os acessos às ruínas da Praça de Lisboa, dificultando o seu uso pela “galfarrada” que ali fazia “ninho” e colocava em risco a segurança pública. Está, pois, provado que vale a pena enfrentar e vencer civicamente Rui Rio e “acólitos”.
Não fora um recente post sobre a Nun'Álvares (com referência ao Plano Auzelle que, afinal de contas, tantos anos depois parece ainda mexer) e começava a acreditar que Menezes já tinha levado também para Gaia a nossa querida Via.
Correia de Araújo
Da notícia:
«"Os arguidos, artistas que são, movimentando-se nesse meio diferente que é o espectáculo, tiveram uma atitude de revolta também diferente", refere-se no documento, adiantando que a actuação do grupo não tinha o propósito de desobedecer a uma ordem, mas "apenas demonstrar da forma que entendiam e da forma que se proporcionou o seu desacordo relativamente à política cultural a seguir para o teatro Rivoli"».
Eu sou leigo em matéria de lei, mas enquanto cidadão com bom senso, e defensor da igualdade de direitos e deveres dos cidadãos, acabo por me perguntar como pode uma decisão judicial basear-se no facto de alguém ser artista para desculpar um acto de 'revolta'. Porque é que um artista é diferente de outro cidadão? O que tem esse 'meio do espectáculo' assim de tão diferente de todos os outros meios?
Também, ainda leigo, mas procurando ainda ter bom senso, pergunto-me se cada um se pode agora manifestar da forma que bem entende. Parece-me a mim que, perante a lei, não é justificação plausível para um acto o nosso entendimento sobre a nossa acção, mas sim se ela respeita ou não a lei. Entendimentos subjectivos são, a meu ver, dispensáveis. Mas isso talvez seja por eu também ser inculto, e gostar de ir ver outros espectáculos para além dos considerados 'cultura' pelos 'cultos'...
Talvez seja também por ser inculto...