De: Cristina Santos - "Excesso de zelo"
A ocupação do Rivoli não causou danos. Tratou-se de uma manifestação pacífica, com respeito pela preservação do património e sem violência. O Executivo de uma cidade dinâmica e desenvolvida deve estar preparado para lidar com varias correntes de opinião e interesses. Se a queixa contra manifestantes fosse prática habitual, o Governo não fazia outra coisa se não instruir queixas contra manifestantes que ocupam espaço público, para manifestar o seu desacordo. Rui Rio devia ter evitado a perda de tempo. Obrigar o município a dispensar recurso numa situação destas, com o único propósito de mostrar poder e cumprimento, parece um investimento militar.
O Porto é uma cidade com cor, diversidade, não exclui, integra tudo num plano impulsionador, várias dinâmicas, vários grupos com poder de intervenção, ao Executivo compete conhecer, conjugar e equilibrar os interesses.
A justiça que foi feita é tão evidente, que não existe diploma que a justifique, podemos dizer que esse crime está previsto na lei, mas ao caso não se aplica. Exigir que as leis sejam levadas à letra pode ser perigoso, principalmente para um Executivo que se prepara para enfrentar em tribunal os antigos trabalhadores do Rivoli, ao abrigo de um código surrealista. Ainda vamos ver Rui Rio a reclamar do excesso de zelo da justiça.