2007-06-17
Blogue: Comboio Azul
Mensagem: O São João no Porto (da série São João #2)
Com atenção tenho lido as entrevistas concedidas pelo Dr. Paulo Morais, quer a mais chorosa dada à Visão aquando do pós-divórcio, quer este último remake com orçamento mais baixo com a qual nos presenteou o JN em 17 de Junho. Quer numa, quer noutra ainda não percebi o que esperar. Pelas palavras, temos sido presenteados com lugares comuns que, até então, eram domínio dos dirigentes de clubes de futebol que muito perdiam. Não vem dizer nada que já não se soubesse, mas não provou nada de que fosse capaz. Assim, segundo o Dr. Morais, temos o “sistema” adaptado à gestão autárquica. Temos o papão do financiamento os partidos e do urbanismo na mão de empreiteiros. Temos atropelos à democracia feitos por autarcas corruptos. E temos a frase enigmática “Rui Rio já não tira o sono aos grandes interesses instalados”.
Nem Lucas, George, argumentaria melhor. Este tipo de frases de efeito garantem pelo menos uma próxima entrevista quando já ninguém se lembrar qual foi o cargo que o Dr. Paulo Morais ocupou. Aliás, já que a maioria esqueceu, recorda-se que foi da caneta empunhada pela mão do Dr. Paulo Morais – salvo erro, pois eu inclusive já nem me lembro bem qual realmente era o seu cargo: Vereador do Urbanismo / Vice-presidente na CM Porto - que saiu a assinatura no despacho que, há dois anos atrás, decidiu que o Mercado do Bolhão estava prestes a cair e que era necessário interditar a ala sul. E colocar três quartos do mercado na Praça de Lisboa (devia ser para venderem cerveja aos pólos universitários )!!!
Mais se recorda que o seu despacho se baseava num parecer do LNEC onde se defendia que deveriam ser feitas obras de segurança ou, em alternativa, evacuar a ala sul do mercado. Claro que o, na altura, Delfim optou por colocar as pessoas na rua e matar o mercado. Era Verão e tudo indicava que, quando chegasse o Outono o Dr. Morais voltaria ao seu gabinete na CM Porto. No entanto não voltou, e voltou a aprender o que não deveria ter esquecido. Esqueceu-se que o Porto não dorme e que a sua população, em alturas de aperto, fica com as tripas mas luta. Ao contrário dos partidos políticos que ficam com a carne toda deixando, a quem é deitado fora, quando muito, com as espinhas na garganta…
Como vem nos manuais da estória, o mercado não caiu, ao contrário do Dr. Morais. Hoje vemos que se fizeram as obras suficientes mas não as necessárias. E, nestes dias aguardamos que o mercado seja dado como o Rivoli… Será que quem vai ficar com ele são os “grandes interesses instalados”?
Se até os peões que eram vaiados e afastados do mercado por andarem a fazer o papel que o Dr. Rui Rio não fez – entrar no Bolhão – lá voltaram enquanto membros de júris, tudo se avizinha como possível. Agora, decidem-se futuros. E a Associação de Comerciantes do Porto, pela sua Presidente a prazo, dá o seu voto ao mesmo tempo que envia cartas aos associados a propor apoio jurídico. Não seria antes lógico que se a ACP não concorda com a direcção em que o mercado vai ser entregue, em notório prejuízo dos seus associados dada a necessidade de “apoio jurídico”, não deveria antes tomar uma posição de força contra essa entrega? E sair de júri do concurso. É claro que é boa moeda fazer-se passar por quem serve Deus, mas sempre ir servindo o diabo.
Gostava de ver aqui uma resposta do Dr. Paulo Morais. Talvez a reconhecer que errou. Ou que o fizeram errar. Gostava de explicações para a razão de se ceder um espaço que se autofinancia. Desde que completo e reabilitado. Com dignidade e com o investimento de todos. Como se de um coração de uma cidade que vai perdendo pulmões. E pessoas, das que a fazem viver e ser única. Ser-se paladino de causas perdidas cai em duas regras: temos a nobreza da procura do Graal ou a demência de se lutar contra os proverbiais moinhos. Temos demasiados Quixotes de triste figura e muitos barões. Duques nem vê-los, e o que interessava era da Ribeira. Tem agora nome de praça porque salvava pessoas de morrer no rio.
Uma vez que o debate sobre a questão do Rivoli está aceso, gostaria de dar o meu contributo e, nesse contexto, fazer notar ao Arq. Pedro Aroso que do seu texto se podem tirar as seguintes ilações: tendo o governo PS maioria, terá então todo o direito de construir aeroporto na Ota ou na Porcalhota, como lhe aprouver e os cidadãos deverão calar democraticamente(!), aproveito também para lhe lembrar também que o Sr. Hugo Chavez foi eleito por maioria em eleições presenciadas por observadores internacionais, o que certamente (e como frisa), não legitima os rumos ditatoriais que alegremente tem assumido.
Com isto quero dizer que os cidadãos do Porto, apoiantes ou não do Dr. Rui Rio, têm todo o direito de expressar o seu desagrado pelas decisões tomadas no exercício do seu mandato - como o fizeram relativamente ao Rivoli. Ou seja, as manifestações de desagrado relativas à coisa pública devem merecer todo o respeito quer por parte dos representantes democraticamente eleitos pelos cidadãos, quer por parte de outros cidadãos que discordam ou nunca sequer ponderaram o assunto - creio ser este um princípio básico de democracia.
Posto isto, abordo o que do meu ponto de vista está em causa na questão do Rivoli.
Ora, o Rivoli foi reabilitado com fundos do FEDER e outros dinheiros públicos, que na altura integraram um plano de investimento na área cultural que abrangia a programação, implicando uma oferta cultural diversificada ao público da cidade. Eventualmente, o investimento então feito pode explicar a tal abundância de artistas nesta área metropolitana - aliás confirmado pelo Sr. La Féria - é que há também ensino artístico e apetência por estas áreas.
Ora, esta maioria camarária entende que tal investimento é obsoleto, como tal entrega o equipamento a um produtor comercial que deverá pagar 5% da bilheteira - assim, há na melhor das hipóteses a opção por deitar fora todo o investimento feito até agora. Acabou-se a diversidade, agora há a aposta no género musical - um género vocacionado ao entretenimento, logo comercial. Pior, não se percebem os contornos do tal concurso ou consulta que validam esta decisão. A ausência da programação do Rivoli poderá não significar nada para o Arq. Pedro Aroso, mas seria simpático (e democrático) se admitisse que para mim, e para muitos outros habitantes da área metropolitana, significa que para poder fruir um espectáculo de dança contemporânea do circuito internacional - tive o prazer de assistir a espectáculos de Alain Platel, Bill T Jones, Companhia Rosas, William Forsythe, entre muitos outros - será necessário ir a Lisboa, porque no Porto resta o Auditório de Serralves cujo palco é pequeno para apresentar muitos espectáculos, e a vocação do Teatro Nacional de S. João é, naturalmente, o teatro.
Pior, o suposto produtor comercial de sucessos de bilheteira ainda se vem queixar da falta de equipamentos técnicos que o surpreendeu. Quanto a este ponto (outro dos pontos que me deixam perplexa neste negócio) há que dizer o seguinte: se a produtora do sr. Filipe La Féria concorre à concessão de um teatro, deveria informar-se de todas as condições técnicas e logísticas envolvidas - só assim se encontra em condições de apresentar uma proposta realista - mais ainda, tal como os outros concorrentes, recebeu um inventário do equipamento do Teatro, onde certamente não constava a tal máquina de fumo.
Assim, muito me aliviaria o abandono, pelo sr. produtor de sucessos de bilheteira, de um discurso cuja leitura (para mim) é a de que os "mecenas" municipais terão de reforçar o seu "mecenato". Nada tenho contra as produções do Filipe La Féria, agora entendo que estão na área do entretenimento que, como tal, não tem de ser subsidiado. Por isso não entendo que as autarquias sejam consideradas mecenas, e mais, espero sinceramente que a D. Ermelinda não seja tão subsidiada como os tais subsidio-dependentes de que tanto se fala.
Já não me parece aceitável o teor do discurso da página da CMP, principalmente o vídeo anónimo que tanta celeuma tem causado e, com razão por motivos vários, o cidadão sub-director de um jornal tem direitos de cidadania e como tal de manifestar-se. Se isso levanta dúvidas sobre o seu profissionalismo, bom, é uma questão que ele terá ponderado - eu sou de opinião que mau seria esconder as suas opiniões em troca de uma isenção virtual. Fica por saber quem fez o vídeo, como foi parar à CMP e qual o interesse de provar "a frontal oposição política de um cidadão à Câmara do Porto e ao seu Presidente", realmente, é difícil acreditar que a mensagem não seja, como já li algures "nós sabemos quem vocês são e onde andam" - caro Arq. Pedro Aroso, Chavez não o faz melhor.
Aproveito para cumprimentar todos os participantes desejando um bom S. João.
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Helena Henriques
Em resposta à pergunta que o Hélder Sousa me colocou, a minha opinião é inequívoca: eu acho que o autor da remodelação do Rivoli devia ter sido consultado.
Talvez não se recordem, mas na altura em que o Rivoli reabriu, aqueles painéis foram bastante contestados. Para uma grande maioria de pessoas, a sua disposição sugeria a aparência de uma obra inacabada, representado mesmo uma afronta à dignidade do historial daquela sala de espectáculos. Eu, pelo contrário, sempre encarei aqueles painéis como uma forma de integração por contraste, com uma carga escultórica, simultaneamente moderna e desconstrutivista. Outra coisa não seria de esperar do Pedro Ramalho, arquitecto por quem tenho grande admiração.
Gostaria de aproveitar a oportunidade para esclarecer que estive na 2ª sessão da estreia do “Superstar”, ou seja, na sexta-feira e, nesse dia, não houve qualquer manifestação. Se foram 350, ou 1000, os manifestantes no dia anterior, para mim é irrelevante porque, qualquer que seja o número, não tem qualquer expressão. Ou melhor, atendendo aos meios envolvidos na sua organização, considero que foi uma verdadeiro fiasco.
Quanto ao facto de eu tratar o Dr. Rui Rio por tu, coisa que pelos vistos não deixa apenas algumas sensibilidades femininas muito incomodadas, vou dar-lhe uma dica para novos posts: eu também trato por tu o Eng.º Nuno Cardoso e o Dr. Fernando Gomes, anteriores presidente da CMP, com quem sempre mantive um excelente relacionamento e de quem me tornei verdadeiramente amigo.
Sou assíduo leitor do blog "A Baixa do Porto" pois consegue abarcar um grande número de temas com interesse para a região do Porto. Fico sempre com a sensação de que se discutem muitas vezes os temas/assuntos situados a oeste/sul da Baixa do Porto, mas talvez seja impressão minha... (excepção para o Dragão!) Será isto um mal geral da cidade, apenas com vista para o mar e para o Douro? É que relativamente aos serviços e atenção das instituições, também se nota uma menor importância. Apenas alguns exemplos:
Arruamentos degradados: o exemplo da Rua das Antas, conforme se pode ver no site da DECO.
Equipamentos subutilizados: Complexo Monte Aventino, que permanece de costas para a cidade (até a entrada principal está escondida). Parque de S. Roque, com aproveitamento praticamente nulo.
Infraestruturas: Estação de Campanhã, em que o arranjo da área envolvente à entrada é pequenino em tudo: faixas estreitas, áreas para canteiros com ervas daninhas, praticamente sem área de aparcamento para deixar ou apanhar passageiros (os autocarros de turismo costumam deixar os passageiros na rotunda adjacente...). Faixas separadoras e envolventes da Circunvalação (e VCI), onde só há ervas daninhas e lixo.
Serviços: A própria TVTEL, que é uma empresa do Porto, já chegou a Lisboa, mas ainda não conseguiu chegar à Avª Fernão de Magalhães.
Cumprimentos
Carlos Alves
deusalves@gmail.com
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Caro Hélder Sousa
O tempo que eu perdi a arrendondar o caso da pouco significativa manifestação em frente ao Rivoli resume-se, como é bom de constatar, às insignificantes três linhas do primeiro ponto 1.
Para mim, mais importante que fazer a contagem das érres que estavam na Pr. D. João ou do festim que é cada notícia do site da CMP é perceber o que há de tão errado em mudar o estado das coisas no Rivoli, qual é o perigo de conceder o espaço a privados para que o explorem, em ter salas cheias em vez de salas vazias, que outros espaços privados há em que a peça possa ser exibida, qual a razão para as pequenas companhias que antes utilizavam o Rivoli precisarem impreterivelmente daquela sala, e o porquê de não terem lugar noutro teatro público da cidade. Gostaria de ler os seus, e de outros, escritos a esse propósito. Estamos a discutir o acessório em vez do essencial.
Por definição, o Estado só intervém no mercado quando os privados não conseguem fazer face à procura, seja por incapacidade quantitativa ou qualitativa. Reparei que referiu exactamente isso num texto com quase um ano. No entanto, no Porto temos muito mais salas públicas do que privadas, temos um número incomensuravelmente superior de cadeiras pagas pelos impostos do que pagas pelos bilhetes. Não há, no Porto, uma programação cultural minimamente virada para as massas. Tirando pontos altos como a Queima das Fitas e alguma da programação do Coliseu, a nossa programação está virada para as minorias. Portanto, a concessão do Rivoli a privados para que lá exibam espectáculos verdadeiramente mainstream não faz mais do que trazer algum equilíbrio para o mercado cultural do Porto. E ainda bem.
A Câmara pode estar (e está) a agir mal na forma como está a abordar a questão, nomeadamente no site e no silêncio que mantém quanto ao acordo com La Féria. Mas, no essencial, a concessão do Rivoli a privados não é uma coisa errada. Aliás, concedesse o Estado mais funções aos privados e não estariamos no absurdo de ter uma televisão paga com dinheiros públicos com concursos e novelas iguais aos dos canais privados, um banco público para o qual são nomeados amigos de governantes e que, absurdo dos absurdos, a maior companhia de sumos se tenha tornado, desde há 2 anos, propriedade desse mesmo banco, etc. etc..
Cumprimentos,
Artur Vieira
A cidade tem vivido, ainda que de forma casual, alguns momentos de animação: "Queima das Fitas"; pista de ski na 31 de Janeiro; DJ Tiesto na Ribeira, goste-se ou não; a estreia do espectáculo "Jesus Cristo Superstar", goste-se ou não; o desfile de moda em Serralves, onde se disse, entre outras coisas, que o Porto é uma cidade mais moderna do que Lisboa (boa!); a abertura do "Edifício Transparente"...etc., etc...
Tudo isto quando ainda não chegou o nosso S. João, a viver um pouco por toda a cidade, Dragão incluído, com carrinhos de choque e tudo. Depois, e ainda, embora para mais tarde... outros carrinhos e outras corridas (de aviões, também).
O que não estaria nas perspectivas do comum dos mortais é que se visse o site da CMP transformado em bombo da festa, muito por culpa própria, restando-nos agora esperar por 2009 para lhe aportuguesar o nome: sai-te da CMP.
Correia de Araújo
Muito daquilo que fortunadamente resgatámos à Censura e à Inquisição acerca da História de Portugal e do seu Teatro do Séc. XVI - aquele em que o nosso Jardim era do tamanho de meio mundo e Gil Vicente enchia plateias com a sua poesia e inteligência bem Lusas - devemos às recolhas efectuadas por Carolina Michaelis de Vasconcelos na biblioteca de Madrid por volta de 1922. Berlinense, naturalizada portuguesa por casamento, escolheu o Porto para se fixar e a ele legou isto e mais. E em nome dessa memória ficaram um Liceu e mais recentemente uma Estação de um orgulhoso Metro.
Em tempo de São João, deixo uma quadra quiçá erudita, mas nem por isso menos popular... para aquecer os corações até Sábado!
"O objectivo do Teatro foi sempre oferecer um espelho à Natureza,
Mostrar à Virtude os seus próprios traços,
Ao vício a sua própria imagem
E a cada época do Tempo que passa a sua forma e fisionomia particulares"
William Shakespeare, Hamlet.
Um Fim de Semana em grande é o que desejo à "Baixa" e seus leitores.
Nicolau Pais
Peço desculpa por me dirigir a si, mas parece-me a pessoa mais habilitada para responder a esta questão, por duas razões: é arquitecto e esteve presente no espectáculo do La Feria:
- O que lhe parece a notícia do Público de hoje sobre a remoção dos painéis acústicos do Rivoli? ("Arquitecto que remodelou o Rivoli teme que a acústica da sala esteja em causa", por Andreia Azevedo Soares, pág. 25, Local Porto)
«As placas que garantem a qualidade acústica do Teatro Rivoli, no Porto, foram removidas para a realização de Jesus Cristo Superstar, espectáculo do encenador Filipe La Féria, sem que o o arquitecto responsável pela obra fosse previamente consultado. "Não fui informado sobre nada, ao contrário do que é habitual quando há modificações [num edifício de autor]", afirmou ao PÚBLICO o arquitecto Pedro Ramalho, cujo projecto de recuperação da sala municipal venceu o Prémio João de Almada em 2000. Pedro Ramalho espera que tenha sido feito "um levantamento rigoroso" das estruturas, uma vez que nenhuma inclinação das placas que estavam no auditório principal é "aleatória". "Os painéis reflectores não foram feitos para serem removidos, o posicionamento de cada um deles resulta de medições. Caso sejam repostas mais ou menos no lugar que estavam, as consequências podem ser desastrosas", afirmou. O arquitecto receia que os materiais não tenham sido retirados com "a prudência necessária". Carla Lopes, da produção de Jesus Cristo Superstar, afirmou ao PÚBLICO que todas as 26 estruturas laterais da sala foram "removidas por uma equipa de profissionais" e guardadas "cuidadosamente" num local "seguro". "Todo o trabalho foi feito por técnicos, deixaremos todas as placas exactamente no lugar onde estavam", garantiu a responsável. Se tudo correr como La Féria quer - ou seja, se os espectadores continuarem a manter o sucesso de bilheteira que a produção assegura ter registado desde a estreia -, o musical de Weber poderá continuar em cartaz até ao final de 2007. Os cálculos de acústica foram realizados por um grupo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, coordenado por Vitor Abrantes Almeida, professor do Departamento de Engenharia Civil. Contactado pelo PÚBLICO, este reiterou que a localização de cada painel não é "gratuita", antes resulta de um trabalho moroso que pode levar alguns meses a ser concluído. "Se tiverem feito as medições antes de remoção, acredito que hoje seja relativamente fácil devolver à sala a sua característica original. Se não souberem a posição exacta em que os painéis estavam, a acústica pode ficar comprometida", afirmou o engenheiro, que recorda que já existem instrumentos que simplificam o processo. Vitor Abrantes não tem certeza se as coordenadas de cada uma das 26 placas reflectores estão completamente documentadas. Parte do trabalho foi feito no próprio local, pelo que provavelmente não será possível recuperar a totalidade da informação original. As placas foram retiradas para a produção Jesus Cristo Superstar, que Filipe La Féria produziu para estrear no Rivoli.»
Alterações destas não deviam ser autorizadas por várias pessoas? Ou é mentira e conspiração?vQuando se fala de prejuízos e de destruição do património municipal, entre outras coisas também se fala disto.
Se a manifestação do Rivoli foi insignificante como quer fazer crer a CMP e, aqui, os Srs. Artur Vieira e Pedro Aroso, não sei porque perderam tanto tempo a tentar arredondar o caso.
Gostava também de saber o que o Sr. Pedro Aroso, com tanta experiência cosmopolita, pensa das filmagens de fizeram e divulgaram: do David Pontes e da sua família. Se calhar acha normal que estas coisas aconteçam (acontecem noutras cidades todos os dias!)
É que enquanto os sérios redactores do site da CMP desmascaram ‘aquela palhaçada’, todos os outros jornalistas (ver o texto do Manuel Carvalho, no Público de ontem) acham precisamente o contrário… claro que isto só pode ser uma conspiração ao mais alto nível! É preciso uma paciência para aturar estas coisas, e uma cega fidelidade canina aos amigos para não se perceber onde estamos neste momento!
O Sr. Pedro Aroso, que trata o Dr. Rui Rio por tu, devia ter coragem para lhe dizer: ‘Ouve lá Rui: não achas que já foste longe de mais!’
É isso que a cidade pensa. Sejam 350 ou 1000. E não basta a legitimidade eleitoral para governar uma cidade como se quer. É preciso saber merecer essa legitimidade. E as manifestações são avisos da população que reflectem dúvidas…
Imagine-se agora, o JN e os Rivoltosos, começarem a andar por aí de câmara de filmar em punho a perseguir os membros do executivo e a colocar as imagens (ninguém é santo!) no YouTube. (deles e da família). No mínimo, íamos ter um assunto de conversa diferente cada dia. Convém muito bem verificar os telhados de vidro antes de começarmos uma guerra!
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Já vimos e constatamos que diga o JN o que disser, os eleitores é que decidem e decidem com base num trabalho apresentado pela CMP, se assim não fosse não tinham renovado o mandato. Ou só se lembram do JN agora que têm maioria, já antes era assim e isso não alterou nada. Temos a ACP a lutar, temos tanta matéria para pôr em ordem e a CMP anda a perder tempo. O que pretende, distrair-nos, vem aí alguma medida radical? Que interessa se o subdirector se manifestou? Não percebo, para mim não é mais nem menos que todos os outros que lá estiveram. Todo o trabalho de pesquisa e edição podia ter sido dirigido por ex. em apoio à ACP.
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- Leitores e eleitores
A todos quantos se interessam pelo Porto, interessará saber que já nasceu o blogue do Querido Líder. Primeiro post:
"Rui 'Querido Líder' Rio venceu a Câmara Municipal do Porto no dia 16 de Dezembro de 2001. Estamos, portanto, no Ano VI da ERR - Era Rui Rio. Desde então o Porto perdeu habitantes, perdeu capacidade económica, perdeu cultura, perdeu dinamismo, perdeu peso no país, perdeu peso na região e até o FC Porto já não é campeão europeu desde 2004. Sucede que isso é ver o copo meio vazio, porque só a existência do Querido Líder enche a outra metade.
Nós acreditamos muito no projecto de Rui 'Querido Líder' Rio e por isso decidimos fazer este blogue para lutar por ele. Mais: prometemos partilhar com todos os indígenas as suas principais ideias, assim que consigamos descobrir quais são. Porque como diz a D. Ermelinda, era preciso pelo menos um Rui 'Querido Líder' Rio em cada esquina. Ou em cada freguesia, vá. Vamos a isso."
O Arqt Pedro Aroso laborou nalguns pequenos erros no seu post sobre a protestantite que terá invadido a blogosfera, e não só!
Erro 1 – O site da CMP não é um jornal e não notícia nada (pelo menos não deve ser um jornal, pois a CMP não tem quadro de jornalistas);
Erro 2 - O que foi publicado no site da CMP (mesmo com erros ortográficos) foi uma peça (jornalístico/ propagandística/ pasquim) sobre a oposição do JN e do Director Adjunto à CMP (assunto relevantíssimo para o futuro desta mui nobre urbe)
Erro 3 - As notícias em segunda mão, cheiram sempre a requentado. Principalmente quando resultam de críticas sobre a omissão e, especialmente, se nem sequer admitem a falha (não tenho dúvidas e raramente... me engano!)
Sou leitor passivo da "Baixa" há dois anos. Resolvi hoje passar ao estado activo para adicionar algumas questões e observações ao debate que aqui, saudavelmente como sempre, se trava.
- 1. Uma manifestação de 350 ou de mil pessoas poderá ser considerada como "UM IMENSO PROTESTO", como, com tanto dispêndio de caps-lock, aqui se escreveu? Numa cidade de 233 mil pessoas e numa área metropolitana de 1,5 milhões, mil pessoas são assim tantas e tão significativas? Além do mais, não sendo uma manifestação espontânea (ao contrário daquilo que, erradamente, o JN noticiou), terá assim tanto significado e tanta importância?
- 2. Um teatro municipal é pago com as contribuições dos impostos nacionais e da colecta municipal. E, tal como todos os edifícios públicos, serve para criar utilidade, satisfação para a sua comunidade. Objectivamente, está ou não a ser criada mais utilidade para a população da nossa cidade quando o seu teatro tem a sala cheia do que quando lá eram apresentadas peças que, independentemente da qualidade e do mérito, não iam para lá de umas poucas dezenas de espectadores?
- 3. O mandato que este Presidente da Câmara recebeu nas últimas autárquicas, quer queiramos quer não (e eu quero), dá-lhe poderes suficientes para decidir sobre que futuro dar ao Rivoli, que reforma empreender. Como disse o arq. Pedro Aroso, um dia Rui Rio terá que sair da Câmara. Além disso, já em 2009 teremos eleições. É aí que se julgam os projectos políticos para a nossa cidade. Para todos os efeitos, uma maioria absoluta é uma expressão bastante clara da vontade dos eleitores. E é com isso que todos têm de viver. Se, em 2009, o projecto político que hoje governa a cidade for derrotado, e os sucessores tiverem outro plano para o Rivoli, o mesmo será implementado. O mundo não acaba hoje. Nem o Rivoli.
No entanto, concordo que é de exigir uma cultura de maior transparência por parte da Câmara. O site, tão hiperactivo, poderia ser utilizado para esclarecer qual é o vínculo estabelecido com a empresa do sr. La Féria ou da D.ª Ermelinda, ou de quem quer que seja que está a produzir o musical, e qual é o objectivo final da Câmara - avançar com uma parceria nos moldes em que anteriormente se falava, limitar-se à concessão para exibição do Jesus Cristo Super Star, reabrir o concurso, etc., etc..
Quanto à notícia de que Filipe La Féria afirma que não continuará no Rivoli se o musical não for lucrativo, não compreendo sinceramente a indignação geral nem as declarações de João Teixeira Lopes. O mais natural é exactamente isso. Estranho seria se ele se sacrificasse, mais o seu património, para oferecer o musical à cidade independentemente da receita que este gerasse. Trata-se de um empresário, não de um filantropo. Veja-se o caso da concessão das praias. São território do Estado, que é concessionado a um determinado privado para que o rentabilize. Se este não tiver lucro, é claro que abandona a concessão logo que possa.
De resto, e sem me alongar muito mais, queria só deixar três perguntas para as quais, provavelmente por ignorância minha, ainda não encontrei resposta, e que penso que interessam para este debate.
- 1. Que espaços são esses da rede comercial de teatros (de que se fala na notícia do JN) em que o musical em cena poderia ser exibido?
- 2. Existindo outras salas na cidade (TNSJ, TeCA, Campo Alegre, Casa da Música), qual a razão para as pequenas companhias "desalojadas" não terem um espaço e uma programação nesse local? Porquê a necessidade de estarem num teatro municipal? Não são todas entidades financiadas com dinheiros do Estado?
- 3. Existe real necessidade de se utilizar uma sala de 800 lugares para a apresentação de espectáculos que, sabemos, apenas muito raramente a enchem em mais de metade como acontecia até agora? Eu compreendo que nem toda a programação cultural de uma cidade tenha que ser feita para as massas e repetindo fórmulas antigas que atraem audiência, mas para que são precisas 800 cadeiras quando se pretende apresentar trabalhos de companhias menos populares, com pouco impacto junto do grande público?
Muito obrigado,
Artur Vieira
P.S.: Só para deitar mais uma acha para a fogueira: Rui Sá escreveu que as receitas de bilheteira do Grande Prémio cobrem apenas 6% dos custos, a mesma cifra com que a CMP, e bem, justificou a necessidade de se proceder às mudanças no Rivoli. Não será tempo de esclarecer esta dualidade de critérios? De outra forma, só pode parecer, no mínimo, falaciosa.
Em defesa do arquitecto Aroso, ele sabe que foram 350. No filme que foi utilizado para identificar David Pontes conseguiu contar 350. Bolas, porque havemos de discordar do sério Presidente e dos seus amigos que o tratam por tu?
Claro que essa prática de filmar e omitir não tem nada a ver com Hugo Chavez nem com o monstro Fidel. Só os democratas sérios recorrem a esses métodos. Esses sérios que tratam o Presidente por 'tu', senha de acesso como se sabe aos prazeres das rápidas e sucintas aprovações, das boas e preclaras ideias está bom de ver.
Gente isenta, que acha que os buracos das ruas foram feitos pelo Rui Sá quando estava no SMAS, que as corridas justificam que parte da cidade esteja 3 meses transformada num galinheiro, que Rui Rio esteja a ver as acrobacias em Istambul em vez de discutir a cidade, que gostam do São João na Foz porque a gente da Baixa é feia e suja e bem pode vir até cá. Viva a democracia perfeita do Dr. Rui Rio, Viva o Arquitecto Pedro Aroso.
Caros Senhores
O arq. Pedro Aroso é da oposição. Da oposição à oposição. E, provavelmente até, da oposição à oposição da oposição. No seu post "Preso por ter cão, preso por não ter" afirma que os presentes no protesto silencioso, aquando da recente ante-estreia no Rivoli, eram 350. De certeza que não os andou a contar, dado que, como anteriormente nos informou, estava do outro lado (com uma amiga que, ao contrário da CMP. gentilmente lhe arranjou um convite).
Por que será que o sr. arquitecto dá como verdadeiro o número avançado pelos seus amigos(?) do site da CMP e ignora o JN ("perto de mil pessoas") e o PJ ("mais de mil manifestantes")? E por que motivo, embalado no seu seu próprio devaneio, consegue meter no mesmo saco Fidel Castro e Hugo Chavez, os marxistas, os que chama de "rivoltosos", "palhaçada" ou "subsídio-dependentes"? Não sei a resposta, mas há uma coisa de cujo contrário ninguém me convence: o arq. Pedro Aroso é um fenómeno!
Melhores cumprimentos.
Manuel Leitão
No passado dia 15 deste mês, o Rui Encarnação escreveu um post com o título "A alucinação colectiva RRRRRRRRRRRRRRR", criticando o site da CMP pelo facto de não fazer qualquer referência ao “IMENSO PROTESTO DE PESSOAS QUE CIRCUNDARAM TODA A PRAÇA D. JOÃO I MUNIDAS DE UNS SILENTES, MAS RUIDOSOS, ERRES”, no dia da estreia da ópera rock “Jesus Cristo Superstar”.
Ao que tudo indica, a CMP está atenta àquilo que se escreve na “Baixa“, pelo que decidiu fazer a vontade ao Rui Encarnação, publicando uma notícia sobre o assunto. As reacções não se fizeram esperar. Agora estão todos muito indignados, porque a CMP desmistificou aquela palhaçada, que não contou com mais do que 350 manifestantes!
Como diz o Rui Valente, “em Portugal, a democracia representativa é um perfeito embuste“. De facto, a Democracia Parlamentar, ou Burguesa, como os marxistas gostam mais de lhe chamar, tem destas coisas aborrecidas, que é termos de gramar um Presidente da Câmara, eleito por maioria absoluta. Eu sei que é uma chatice, por isso é que o regime do Fidel Castro não tolera palermices destas. E, pelo andar da carruagem, a Venezuela caminha para um modelo idêntico, inspirado por esse grande dirigente popular, chamado Hugo Chavez. Enfim, como diz o povo, não há mal que sempre dure, nem bem que sempre perdure, por isso lá há-de chegar o dia em que nos vamos ver livres do Dr. Rui Rio. Nessa altura, estarão criadas as condições para a CMP rescindir o contrato com o Sr. La Féria, reintegrar os rivoltosos e voltar a gastar 7500,00 euros (1500 contos) por dia, para sustentar subsidio-dependentes.
Pelas respostas já aqui dadas por Rui Encarnação, pelo silêncio da CMP em relação ao contrato que mantém com Filipe La Féria, podemos concluir que a autarquia abandonou parte do rigor que pautava a sua conduta. Abandonou o rigor porque até ao momento não esclareceu a relação contratual, e acima de tudo porque insiste em dar ênfase negativo a um investimento que a própria realizou. É inadmissível que depois do dinheiro e tempo gasto, depois das ameaças de La Feria, a CMP use o site para publicidade negativa ao evento, empolando a contestação que existiu, denegrindo o assunto Rivoli e esquecendo outros de primordial importância para a Cidade.
O controlo à comunicação social não fazia parte do programa de candidatura ao primeiro mandato e o segundo programa também não referia esta situação como meta. O Presidente distrai-se com informações e parvoíces, entretém-se em quezilas que propaga a nível nacional e prejudica não só os projectos em curso, como a própria imagem do Norte, que é vista como uma zona de conflito constante e de risco para os investidores.
Sugiro ao Dr. Rui Rio que passe este assunto ao Vereador competente, que exija da restante equipa apresentação de propostas e soluções que vão para além das quezilas e que conclua em tempo útil os projectos bandeira de campanha, para assim sair de cabeça erguida, sem perder a razão a meio do prazo. Como portuense estou profundamente envergonhada com o último teor do site da CMP, já que não vejo necessidade da última «noticia», e considero que seja lesivo dos nossos interesses, além de que prejudica directamente o espectáculo em cena e alivia o Sr. La Feria de uma eventual responsabilidade no abandono do nosso Teatro.