2011-01-30

De: Pulido Valente - "A ver se consigo explicar"

Submetido por taf em Sábado, 2011-02-05 18:12

Um projecto ou plano nunca pode ser encerrado/fechado. Isto é: tem de ter sempre a possibilidade de ir para além daquilo que inicialmente se pensa que é necessário. Porque se assim não fosse o arquitecto ficava impossibilitado de criar soluções que satisfizessem as necessidades do programa ao verificar que este podia ser melhorado. Isto porque um programa parte de uma necessidade e não de um desejo. O que dá ao criador condições para ir tão longe quanto consiga para resolver e dar solução completa ao assunto proposto.

Posto isto os concursos, geralmente e infelizmente nos últimos largos anos, têm sofrido do mal de: ou já têm a descrição da solução implícita nos programas, ou não permitem que uma visão especializada vá mais longe do que aquilo que os promotores desejaram. Neste caso da Nun'Álvares há mais de cem anos que se fala em avenida... Acontece que o figurino da avenida já não é desejável por a evolução (do trânsito e da vida das pessoas, p.e.) o exigir.

Vejam o disparate de fazer uma avenida como a que vai ser feita, não duvido, para ir ligar a Av. da Boavista, num entroncamento, à Pr. do Império da qual não pode passar. Chegados à Praça que se pode fazer? Seguir por Diogo Botelho que a CMP quer que tenha só um sentido quase de certeza porque reconhece que de outra maneira não consegue aliviar a pressão do trânsito Norte/Sul. Só que a Av. Nun'Álvares tem dois sentidos e o sentido Sul/Norte como chega lá? Pela ruazinha que fizeram por detrás dos edifícios Altis (em frente à Católica)? Se sim quem vá de Lordelo para Matosinhos (via Nun'Álvares) como chega a essa ruazinha? E ela (e os seus necessários prolongamentos, se os houver) chegam para substituir meia avenida? Se sim, porque insistir em juntar os dois sentidos numa avenida? Se não, para quê fazer a avenida Nun'Álvares?

Por outro lado é conveniente pensar nas ruas paralelas ao mar que eram e deviam continuar a ser residenciais e tratar de tirar de lá o trânsito de atravessamento. Mas o concurso é fechado. Está encerrado numa linha que não pode ser ultrapassada.

Estas são algumas das razões pelas quais arquitectos com vontade de fazer obra válida não concorrem a estes concursos que os impedem de dar o contributo que querem dar.

Fui claro? Caso não tenha sido cá estou para corrigir e completar.

JPV

De: Dario Silva - "Vale do Tua"

Submetido por taf em Sábado, 2011-02-05 17:20

Tua


A "natureza" no vale do Tua na visão da EDP (com o alto patrocínio dos ministérios da Cultura e Ambiente, várias autarquias locais e alguns deputados eleitos por Bragança e outros) e na visão da... Natureza.

Nota: as imagens foram obtidas sensivelmente no mesmo local - foto da esquerda e da direita. Sim, sim, aquele paredão, sim, avista-se, sim, do rio Douro - ainda classificado como Património da Humanidade. Resta saber se a única região turística que tem crescido nos últimos anos estará disposta a abdicar daquele título. Os seus autarcas estão! As suas populações... também! Os deputados… também!… os governantes também… ansiosamente!

Dario Silva
www.ocomboio.net

A Cristina Santos recorreu às ciências da gestão para nos explicar o fracasso da venda dos apartamentos recuperados do Corpo da Guarda. À lupa dessas disciplinas a sua explicação é bem conseguida. Mas essa explicação poderá apenas colocar-se a jusante do problema, i.e., a colocação no mercado do produto que se pretende vender. Na realidade, a explicação - a montante - para esta questão não deve procurar-se na Gestão mas sim na Ciência Política e na Sociologia. A SRU, derivado da política camarária para a recuperação e repovoamento da Baixa de Zona Histórica, sofre de um pecado original: esta câmara, ideologicamente de direita, e com uma visão classista da sociedade, não gosta dos actuais moradores do núcleo da urbe tripeira e nem sequer da enorme mole, agora suburbana, que paulatinamente tem abandonado a cidade (60 mil durante o reinado do actual regedor). Acha-os feios, porcos e maus. Pretende substituí-los por gente mais afluente, mais "bonita", mais "civilizada". Daí que os apartamentos por ela recuperados custem o que custam. Pretende seleccionar os candidatos pela carteira não correndo assim riscos. A verdade é esta: a SRU está apostada num processo de gentrificação da Zona Histórica. O problema é não haver gentries suficientes, ou estes, que não são estúpidos, não reconhecerem qualquer vantagem competitiva àqueles apartamentos quando comparados com a qualidade de vida que lhes pode oferecer a Foz ou, até, Leça da Palmeira. E aqui sim, coloca-se a explicação dada pela Cristina Santos: a SRU não tem uma estratégia adequada ao seu público alvo. E não tem porque ela não é possível. A Baixa e a Zona Histórica nunca serão uma zona atractiva para as classes mais abastadas. Quando muito serão para um público ideologicamente comprometido com a recuperação urbana, de mentalidade e modo de vida mais ligado às artes e actividades criativas. Não para o comum burguês. Com esta estratégia o máximo que se conseguirá é criar algumas ilhas de riqueza isoladas num mar de pobreza e decadência.

A solução passa mais por estratégias low cost, como nos recomenda o Tiago, e por sistemas de microcrédito, tanto para proprietários descapitalizados como para inquilinos que queiram recuperar os interiores das suas habitações. A grande aposta deve ser no mercado de arrendamento e não na venda de apartamentos. A população que podemos recuperar é a dos filhos da classe média e média baixa que se deslocou para a subúrbia. Os pais já não voltam. Estão enterrados até às orelhas nos créditos que obtiveram para compra de apartamentos, moradias, e automóveis. Morrerão no subúrbio. O crédito fácil e barato acabou. E mesmo para gente mais endinheirada, adquirir um apartamento daqueles recorrendo ao crédito bancário, nos dias que correm, é uma aventura de alto risco.

No Ramal do Setil e parece que também em Beja, há boas notícias. A norte (com letra pequena) não se passa nada. Algumas câmaras julgam-se demasiado importantes para receber sindicatos e os agentes políticos em geral fazem-se notar apenas pelo seu silêncio ensurdecedor. Sevandijas dos directórios partidários que lhes "dão" o lugar não se atrevem ao mais pequeno protesto. Entretanto, o povo, vota maciçamente no homem que lhes matou 800 km de caminho-de-ferro. Cada um tem o que merece!

Bom fim de semana!

A Porto Vivo tem peculiaridades que fazem lembrar o Governo deste país, calcula o valor da sua oferta estratégica em função dos valores apresentados pela concorrência. Ao comparar-se não pode competir, o que teria de fazer era diferenciar-se.

Reparem, o representante da instituição parece querer alegar que não estamos perante VLA´s, nem SWOT, nem outras análises básicas, estamos apenas perante os preços de mercado, esteja o mercado saturado, a agir sem estratégia, limitamo-nos a segui-lo, cegamente, nas Antas também há muitos prédios por transaccionar.

Mas, isto não surpreende, o Governo chapa-nos com esse atestado todos os dias, adquirimos produtos no mercado comum, logo ao mesmo preço, e o Governo não compreende porque não avançamos. Imagino que nas inúmeras reuniões devem questionar-se: para quê uma estratégia que preveja inclusive as aldeias e todos os m2 quadrados de Portugal enquanto condicionantes? Importante é seguir o mercado, o resto vem por acréscimo; se os outros vendem, porque nós não vendemos? O mercado é feito por quem estuda estratégias, não por quem as copia.

A Baixa tem um enorme potencial, mas sem estratégia de diferenciação não pode competir. Os valores devem ter sido estudados de acordo com a estratégia; se não foram, provavelmente os VLA vão dar negativos, mas esperávamos milagres da matemática, uma ciência exacta? De qualquer forma, os prédios vão vender-se - quem financiou a construção, financia a aquisição. Agora, convirá pensar o futuro, será que com tantos jovens licenciados, viajados, esclarecidos, o mercado continua a ser tão monopolista? Podemos continuar a subestimar o consumidor? E, acima de tudo, podemos subestimar o mercado, pensá-lo à escala nacional? De facto há que rever a comunicação; para revê-la há que traçar a estratégia, começar de novo, até porque se esgotou - Cardosas, o início de Mouzinho, já não correu assim tão mal, agora é ser mesmo competente e não deixar qualquer hipótese ao mercado. Competência: matemática, ética, estratégia, marketing. De encontro à Europa. Boa sorte Porto Vivo.

Cristina Santos

Cartaz

O projecto, baptizado Residencial M (música), é um projecto de residências artísticas efémero, informal e de experimentação. No Red Bull Music Academy - Porto Hub foram desafiados artistas de rua, arquitectos, músicos, artistas vídeo e outros criativos para, durante um curto período de tempo, ocuparem um imóvel vazio, no centro histórico da cidade do Porto. As portas desta residencial diferente estarão abertas ao público das 14h00 às 20h00 de 8 a 12 de Fevereiro para que todos possam observar ao vivo o processo criativo dos artistas.

Pela primeira vez na cidade do Porto um imóvel devoluto vai servir de suporte para que 10 criativos possam reflectir sobre a condição de abandono e por sua vez da reabilitação criativa. Esta será a primeira Residencial, a nossa primeira aventura pelo mundo dos espaços vazios do Porto. Levaremos connosco artistas para que nos ajudem a inaugurar novas formas de ver um espaço e mostrar como se pode recuperar do abandono reocupando criativamente. A experiência está no uso diário das coisas, sejam os antigos azulejos da fachada, a grande escadaria central, o armário vazio esquecido. O espaço será aceite e ocupado no seu estado actual, as teias de aranha ficarão no seu lugar, o estuque continuará a cair lentamente.

De 10 a 12 de Fevereiro, das 14h às 20h as portas do Palacete localizado na Praça da Batalha nº1 estarão abertas para quem quiser entrar. Inês d'Orey, Ana Luandina, MaisMenos, Miguel Tavares, Ivo Teixeira, Inês Gama, Crere, Skrei, Blob e Shooters serão os primeiros a liderar esta empreitada cultural, artística e criativa. Os seus planos de reabilitação poderão ser testemunhados por todos os interessados e como em qualquer obra o processo estará à vista. Durante a tarde de dia 10 os artistas convidados estarão a trabalhar ao vivo num work in progress necessário e estimulante, que dará vida ao Palacete. Contamos com todos vocês para que possam presenciar esta nova experiência, e fazer parte deste novo movimento de reabilitação criativa.

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João Brandão

De: TAF - "Mais alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2011-02-04 00:35

- Casas renovadas na Zona Histórica sem interessados, como seria de esperar atendendo aos preços. Não é por acaso que se insiste no low cost.
- Casas recuperadas ficaram sem comprador
- Quinze novos hotéis estão a nascer no centro da cidade

- Projecto Residencial M. - Red Bull Music Academy - Porto - "De 10 a 12 de Fevereiro, das 14h às 20h as portas do Palacete localizado na Praça da Batalha nº1 estarão abertas para quem quiser entrar. Inês d'Orey, Ana Luandina, MaisMenos, Miguel Tavares, Ivo Teixeira, Inês Gama, Crere, Skrei, Blob e Shooters serão os primeiros a liderar esta empreitada cultural, artística e criativa.", sugestão de Michael Babb

- Valente de Oliveira critica subjectividade do Igespar - «Para Valente de Oliveira, a prática da reabilitação "mostra que as maiores dificuldades são de natureza burocrática" e não de financiamento, fácil de obter no caso das intervenções de pequena escala.» - Esta afirmação vai totalmente contra a experiência concreta de todos os empreendedores sem suficiente capital próprio com quem tenho falado (que são a esmagadora maioria dos que se interessam por reabilitação), e a minha própria. Vou por isso contactar Valente de Oliveira para que me ensine como resolver o problema. Quem sabe ele não quererá também participar neste evento da ADDICT para partilhar o seu know-how. ;-)

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2011-02-03 19:29

De: TAF - "Projecto «Porto 2.0» da Porto Lazer"

Submetido por taf em Quarta, 2011-02-02 12:08

Cheguei agora do Hard Club, onde a Câmara e a Porto Lazer acabaram de apresentar, num longo discurso, um "projecto de intervenção / acção integrada e transversal no Centro Histórico do Porto". Julgo que em breve será publicada alguma informação online. Tratou-se de anunciar a disponibilidade de cerca de 2 milhões de euros, 70% dos quais provenientes de programas europeus, para aplicar em iniciativas (eventos, "património imaterial") no Centro Histórico em parcerias com a iniciativa privada, que é suposto co-financiar os projectos em que se envolver.

O procedimento não será a abertura e apreciação de candidaturas por parte dos potenciais interessados, mas sim a auscultação/negociação directa entre a equipa de gestão da Porto Lazer, as inúmeras entidades consultoras ou parceiras, e a população do Centro Histórico. O facto de não haver um programa "pré-cozinhado" pode ser muito positivo, pois raramente as iniciativas planeadas dessa maneira conseguem envolver as populações de forma perene, como se pretenderá com este "Porto 2.0". Aguardemos as notícias oficiais por escrito. Há aqui potencial para fazer algo de válido, apesar da desconfiança que sempre me merece este tipo de intervenção da Administração Pública.

PS: a notícia no Porto 24 e também no site da Câmara.

Clube ADDICT

Programa e inscrições aqui.

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Participo activamente na organização deste evento, até porque sou sócio da ADDICT. Da minha experiência pessoal, já com bastantes anos de interesse e intervenção no assunto, verifico que a principal barreira à Reabilitação Urbana (uma indústria criativa!) é neste momento apenas a indisponibilidade de capital dos empreendedores. Já não se trata de complicações regulamentares, nem da velhinha lei das rendas, nem de falta de oportunidades, nem de dificuldade em rentabilizar os investimentos. Apenas, e tão só, falta de capital. Alguns dos outros factores poderão subsistir em maior ou menor grau, mas nenhum deles é intransponível. Pelo contrário, em alguns casos concretos a rentabilização do investimento, por exemplo, é até simples de conseguir. Acontecem contudo 3 fenómenos que têm impedido o avanço da reabilitação.

1) Crédito bancário indisponível. Pelas razões sobejamente conhecidas, muitos bancos pura e simplesmente não emprestam para este fim. Outros emprestariam (mesmo a taxas elevadas) na condição estrita de haver garantias patrimoniais adicionais que o promotor possa prestar. Ou seja, não basta a hipoteca do imóvel e da obra posterior, mesmo nos casos em que a avaliação do imóvel é muitíssimo superior ao crédito solicitado. Assim, só empreendedores com significativo património pessoal têm acesso a crédito bancário.

2) As potenciais parcerias com investidores institucionais (fundos, sociedades de investimento, etc.) não têm funcionado para casos de empreendimentos de dimensão pequena (100.000 a 1.000.000 de euros), que são as oportunidades mais frequentes. Este tipo de negócio (que no fundo é tanto negócio como intervenção social) exige um tipo de flexibilidade e um envolvimento directo que não é compatível com o hábito (e mesmo com as compreensíveis exigências de funcionamento) de uma entidade deste tipo.

3) Os detentores individuais de capital próprio suficiente não se têm mostrado interessados em estudar e construir casos concretos de reabilitação em conjunto com os promotores. Este negócio exige tempo, atenção e disponibilidade para perceber as características do local a recuperar e dos futuros ocupantes a que se destina.

Espero que este Clube ADDICT no próximo dia 18 permita a junção de competências complementares e a atracção de capital para projectos concretos no Norte de Portugal e em particular no Centro Histórico do Porto. Acrescento, já agora, que a Reabilitação Urbana não é a área de negócio mais adequada para capital de risco: nem o risco é grande, nem existem perspectivas de se obter lucros fabulosos. Sublinho contudo que não está em questão a viabilidade económica deste tipo de empreendimentos (dispensam-se apoios a fundo perdido, juros bonificados, etc., etc.). Precisa-se urgentemente de investidores individuais com capacidade financeira adequada e vontade real de fazer negócios que, sem equivaler ao Euromilhões, podem proporcionar rentabilidades muito interessantes.

De: Vítor Silva - "Actividades Campo Aberto - Fevereiro 2011"

Submetido por taf em Terça, 2011-02-01 20:29

03-fevereiro 2011, quinta-feira, 21.15
Como iniciar um processo de agricultura urbana com Francisco Flórido
Na sessão a realizar dia 3-fev, às 21.30 na sede da Campo Aberto, Francisco Flórido irá apresentar os diferentes projectos que tem desenvolvido com o Movimento Terra Solta na área da agricultura urbana e hortas sociais.

12-fevereiro 2011, sábado, 16.00
Assembleia Geral da Campo Aberto e Jantar de Comemorativo do nosso 10º Aniversário
Já estamos a menos de um mês para a nossa Assembleia Geral. Será às 16.00 no Clube Literário do Porto e terá como continuação às 19.45 um jantar de comemoração do nosso 10º aniversário. Apareçam.

19-fevereiro 2001, sábado, 09.00
Visita ao litoral da Praia da Aguda
Esta visita abordará a fauna e a flora da zona entre-marés, os aspectos físico-químicos do litoral e as relações ecológicas que se desenrolam neste cenário privilegiado que é a zona intertidal.

23-fevereiro 2011, quarta-feira, 21.15
1ª sessão do Ciclo PDM Porto: a perspectiva política
Nesta primeira sessão queremos fazer um balanço político da aplicação do PDM nestes 5 anos sendo o objectivo principal perceber o que funcionou e o que poderá ser melhorado a esse nível. O programa completo deste ciclo será anunciado nos próximos dias

Vítor Silva
Campo Aberto

De: Pedro Figueiredo - "As árvores são uma coisa que não dá lucro"

Submetido por taf em Terça, 2011-02-01 20:07

Sim, é indignante o abate de árvores, quer à revelia dos projectistas, arquitectos ou não, quer a mando dos projectistas, arquitectos ou não. Se "as cidades também se abatem" (texto de José Castro), as árvores, mais do que tudo, são barbaramente abatidas sem dó nem piedade, em geral a mando de burocratas que "apenas cumprem ordens" ou de encarregados de obra a quem dá algum jeito abater aquela árvore "mal localizada" e "pode ser que ninguém repare"... Afinal, a obra não pode parar... Vem isto a propósito da selvajaria do abate de árvores recentemente concretizado na Escola do Cerco, conforme post anterior. Dou alguns exemplos, dois destes na minha ainda curta vida profissional.

1 – Certa e determinada vez em certo e determinado projecto estavam clara e inequivocamente marcadas na nossa planta de projecto (era no Porto) "Árvores Pré-existentes a conservar". Eram duas palmeiras enormes, e que já per se nos faziam o favor (de graça) de "marcar" o espaço, enobrecendo um percurso essencial à ideia do projecto. Mal começaram as obras de demolição iniciais, quando chegámos à obra, estava o encarregado a enaltecer aos arquitectos o bom andamento da obra, que agora já dava para passar "a máquina" pois já tinha sido "limpo" o terreno... Fiscalização, nada! Desenhos a Vermelhos e Amarelos, feitos de propósito... kaput! Restava um impecável monte de lenha profissionalmente amontoada e "sol" na obra. Percebíamos que faltava alguma coisa...as "malditas" árvores, que nunca estão onde as queremos...! As árvores não dão lucro, apenas dão muito trabalho e requerem muitos cuidados... Ninguém está para isso. Somos bárbaros.

2 – Noutra obra, em Matosinhos, o lote cumpria escrupulosamente (pelos mínimos obrigatórios, portanto...) os índices de área permeável... No projecto esta área era "verde". Em obra, por pressão da imobiliária, passou a gravilha (permeável portanto, mas "não é a mesma coisa"...) e mais contadores de gás, águas, etc. em cima do espaço "permeável"... E quanto ao espaço posterior também projectado como relvado para o condomínio... Quer a imobiliária quer a Câmara insistiram, insistiram e deram mil argumentos e pressões para que este pequeno e "miserável" espaço passasse a "betonilha"... Todos os argumentos eram válidos, mesmo os mais incríveis, que são inevitavelmente os que incidem sobre "a segurança", "as crianças" ou "a segurança das crianças" (os mais audazes). E lá está, uma maravilhosa betonilha. Os clientes, à medida que íam comprando, íam-se obviamente queixando, pois tinham ficado entusiasmados com o 3D que desenhámos com as nossas utópicas árvores, relvas, etc... Mas era "só para vender" afinal... Barbárie, portanto.

3 – Ainda a Avenida dos Aliados. Álvaro Siza retirou relva e arbustos e colocou árvores. (Estou a defendê-lo.) Menos mal. A praça ficou excessivamente mineral? Talvez. Ou melhor: Sim! Mas ninguém vê as árvores que Siza mandou colocar. E isto é injusto. Porque estas estão lá. E são muitas. (Na parte do lago.) Só que têm de crescer, claro, como qualquer árvore, já que estas não são "desenhadas pelos arquitectos e construidas na hora pelos trolhas em obra". As críticas a Siza pela Avenida dos Aliados ainda assim são injustas. Praça é praça e precisamos de uma praça europeia. Ou ainda se lembram de como é que se faziam as coisas na Avenida dos Aliados? S. João, 1º de Maio, concertos, ali entre os arbustos, por cima da relva pisada, tropeça aqui tropeça ali nos canteiros, lancil aqui, lancil acolá. Canteiros não fazem cidade. Mas... O que faria cidade seria mais do que esta praça talvez ainda assim demasiado mineral, um óptimo e generosa relvado corrido de cima a baixo da Avenida dos Aliados. Não exactamente uma "sucessão de canteiros". Uma coisa mais Britânica. (Desculpe J. P. Valente se as influências anglo-saxónicas não são muito de esquerda, eu sei...) Proponho para abrir logo o Green, um jogo "de bola" entre as equipas de Rui Rio e Menezes ou Orlando Soares Gaspar e Renato Sampaio. Assim uma coisa que não estragasse a cidade nem os cidadãos. E deixasse a Política para quem tem ideias novas e vontade real de transformar o Porto em algo decente.

De: TAF - "Sugestões e apontadores"

Submetido por taf em Terça, 2011-02-01 18:52

Com algum atraso devido a muito trabalho pendente e ao jantar da ADDICT de ontem (não apareço nas fotos porque as fotos são minhas :-) ), aqui ficam alguns apontadores.

- A Guerra Colonial em debate na AJA Norte, 4 de Fevereiro, 21h30, sugestão da AJA Norte
- Visita guiada ao Paço Episcopal do Porto, 17 de Fevereiro, 16h00, sugestão de Vivacidade
- Exposição virtual fotográfica Bom Sucesso Vivo!, sugestão do Movimento Mercado do Bom Sucesso Vivo!
- Exposição de fotografia "Primeiras Luzes", 3 de Fevereiro, 21h00, no Palácio das Artes - Fábrica de Talentos, sugestão da Fundação da Juventude

- Vai uma vodka com chocolate? 10 sítios do Porto onde o chocolate é rei., sugestão de Pedro Rios
- Darwin dá nova vida à casa dos sonhos de Sophia
- Fundação Engº António de Almeida doou ao Porto estátua evocativa da República
- Pelouro do Conhecimento divulgou iniciativas culturais para Fevereiro

- Corte de serviços regionais permite à CP poupar sete milhões de euros - Por este andar o melhor é vendermos o interior de Portugal à Espanha.
- Redução da oferta da CP faz Refer perder 1,7 milhões
- Estação de recolha da Areosa será parque de estacionamento
- Eléctricos batem recorde com 390 mil pessoas em 2010
- Carlos Lage critica Governo por adiar TGV Porto-Vigo e introduzir portagens na A28
- Académico quer instalações renovadas em ano de centenário
- Associação de bares quer proibição de venda de bebidas para a rua
- Movimento do Partido do Norte já reuniu metade das assinaturas necessárias

- Câmara aposta no Empreendedorismo e Inovação Social - Esta iniciativa poderá ter mérito, mas há um equívoco ao invocarem o conceito de empreendedorismo social, no qual tenho vindo a insistir desde 2006, e que mesmo para a Google é complicado de implantar. Os técnicos e gestores de acção social, funcionários com salário garantido, não são empreendedores sociais. Não há nada de mal nisso, mas são coisas diferentes. Filantropia não é igual a empreendedorismo social. A primeira gasta (supostamente bem) recursos obtidos noutras actividades; o último é auto-sustentável.

De: Nelson Vidal - "Correio da Manhã no top dos anúncios estatais"

Submetido por taf em Terça, 2011-02-01 18:27

Gostaria de chamar a atenção para a seguinte notícia no JN, o primeiro e o último parágrafos são particularmente relevantes.

"Em 2009, os que mais receberam investimento publicitário do Estado na imprensa foram o Correio da Manhã (30,16%), o Jornal de Notícias (18,96%), o Diário de Notícias (12,02%) e o Expresso (10,76%). A revista Focus (0,86%), o extinto 24 Horas (1,48%) e a Sábado (3,08%) foram os que tiveram menor investimento, contando com classificados."

"No que se refere ao peso do investimento do Estado nos diferentes meios, o mesmo assume maior protagonismo no Jornal i (36,1%), no semanário Sol (21,4%) e no Correio da Manhã (21,1%)."

Não me parece que este tipo de notícia seja irrelevante, acredito que esta tendência só irá ajudar a que os temas importantes para as gentes do Norte não tenham a exposição que devem ter.

De: TAF - "No Coliseu do Porto"

Submetido por taf em Domingo, 2011-01-30 17:23

Deolinda:

"Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!

E fico a pensar... que mundo tão parvo onde
para ser escravo é preciso estudar!"

A propósito dos 600 euros. (Vídeo via Catarina Martins.)

De: Emídio Gardé - "Estão todos doidos neste país?"

Submetido por taf em Domingo, 2011-01-30 17:01

Isto é possível?!?
Estão todos doidos?

Emídio Gardé

De: António Alves - "Linha do Douro... um país sem rumo"

Submetido por taf em Domingo, 2011-01-30 16:55

No Côa


Linha do Douro... um país sem rumo - a foto foi cedida por João Romba - Tod@vía fez o resto.

De: Ana Carvalho - "Ribeira"

Submetido por taf em Domingo, 2011-01-30 01:11

Na Ribeira