2010-10-31
- Impedido o acesso automóvel aos jardins da Cordoaria e João Chagas e à Praça de Parada Leitão
- Um milhão de euros para renovar 200 casas no Lagarteiro
- Fundador critica fecho do Museu da Indústria
- Câmara do Porto mantém valor de impostos cobrados a munícipes
- Dívida da Metro do Porto será de 2250 milhões no final do ano
- INESC Porto - 25 anos
- Neste Domingo: Maratona do Porto vai pôr a correr mais de oito mil atletas
- Financiamento e Capital de Risco: organização de reuniões entre Financiadores de Capital de Risco e projectos ou empresas
- Seminário: Sustentabilidade das Operações de Reabilitação Urbana
- Looking for Investments, China Turns to Europe
Tal como o Vitor Silva já aqui sugeriu, porque não algo como isto no Porto e Norte de Portugal?
«Kiva and Visa: A Partnership for U.S. Small Businesses
Smaller than traditional bank loans, microloans can be used to expand operations, upgrade equipment, and hire and retain employees. Yet microfinance institutions report that awareness about the availability and potential of microloans remains low among small business owners. Through this partnership, Kiva and Visa strive to address this challenge, extending the reach of microloans to more U.S. small businesses and helping Kiva explore expansion to more regions in the U.S. The announcement comes at the same time that Kiva will unveil its first major expansion since its U.S. launch one year ago, this time with ACCION Texas-Louisiana, the largest microfinance institution in the country. Starting today, for the first time on Kiva, Americans can invest in small business owners in the Gulf Coast who have been hit hard by several disasters over the past five years.»
Há muito que acompanho este blog em silêncio mas desta vez não posso deixar de intervir. Não acredito que o indivíduo que debitou o que abaixo transcrevo acredite no que afirma. Até porque não é burro. Fê-lo com alguma intenção donde retirará dividendos, como sempre. É uma autêntica farpa de veneno o que este transdeputado pescador de águas turvas, com toda uma vida paga a peso de ouro com os nossos impostos, lançou na Causa Deles.
"Estão a mangar connosco
A junta metropolitana do Porto veio defender que as verbas libertadas pela suspensão do projecto do TGV sejam aplicadas... no metro do Porto.
Ora, sendo o metro do Porto o mais irresponsável e ruinoso investimento público das últimas décadas em Portugal, só por loucura é que se poderia defender enterrar ali mais dinheiro do orçamento do Estado ou das verbas da UE. O que há fazer é suspender a expansão da rede, elevar as tarifas de modo a diminuir o insustentável défice de exploração e entregar a responsabilidade financeira dos transportes urbanos aos municípios por eles servidos. É um escândalo que os contribuintes do resto do País, que pagam já os transportes colectivos dos seus municípios (onde existem), ainda tenham de suportar os encargos financeiros da megalomania e do descalabro financeiro dos transportes colectivos do Porto."
Os 51 milhões de passageiros, que o Metro do Porto transportou em 2009, que o leiam e o julguem. E que não se esqueçam. O homem, que dá pelo nome de Vital Moreira e neste momento está numa "gaiola dourada" em Bruxelas, faz parte da classe (a dos políticos) que levou este país à ruína.
Caro António Alves
Fico contente por saber que as minhas crónicas são lidas. :-) Vou tentando naquele espaço expor algumas ideias de forma sucinta porque não devo abusar da paciência dos leitores. Nalguns casos essa escrita concisa poderá também não ser suficientemente esclarecedora, e por isso aqui tentarei completá-la.
A situação do país é a meu ver tão grave que, após se ter perdido a coesão social, está em risco também a coesão nacional. A crise da Justiça (por não ser aplicada e porque as leis e regulamentos são inaplicáveis de tão rebuscados), aliada ao enorme peso do Estado, induz nos portugueses, e em particular no Porto e no Norte, a tentação de propostas do tipo "mais vale tratarmos da nossa vida sozinhos": Regionalização ou mesmo Independência. Nenhuma destas opções é má em si, só que não são soluções. É que o mal está em nós cá em cima, que somos iguais a eles lá em baixo.
Especular sobre qual a motivação de Passos Coelho para agir como agiu é um exercício estéril. Prefiro analisar a acção em si, as suas condicionantes e os seus resultados. Eu, no lugar dele, teria feito o que ele fez. Porquê? Telegraficamente:
- este orçamento é péssimo e prejudicial para o país, com ou sem os retoques sugeridos pelo PSD;
- mesmo que o OE fosse bom, este Governo não inspira qualquer confiança sobre a sua capacidade de o cumprir;
- se fosse por minha decisão exclusivamente pessoal, tê-lo-ia chumbado sem hesitações.
Mas:
- é um facto que a maioria dos portugueses, e também a maioria dos militantes do PSD, foi convencida pelos especialistas e comentadores do costume de que haver um OE, mesmo mau, é uma necessidade absoluta e que os duodécimos são uma catástrofe de proporções bíblicas;
- o líder do partido não é o dono do partido e deve trabalhar com as pessoas reais, imperfeitas, incoerentes, que são os militantes e somos nós todos;
- a sociedade evolui mais devagar do que as elites e tentar impor-lhe uma mudança é contraproducente;
- assim, sendo a minha opinião pessoal quanto ao chumbo do OE minoritária no PSD, eu aceitaria a decisão colectiva, sem considerar que a discordância é tão "estrutural" que me levasse a abandonar a liderança.
Ou seja, acho que Passos Coelho decidiu bem, mesmo que a contragosto. É preferível usar ventos e marés a nosso favor em vez de tentar em vão lutar contra eles. E precisamente porque o país é lento a perceber o que lhe está a acontecer é que acho que nada de fundamental mudaria com a implantação da Regionalização. Pura e simplesmente não temos ainda, colectivamente, preparação para tirar proveito dela.
Caro TAF,
Como publicita aqui a sua crónica semanal no JN peço-lhe que me permita comentá-la também aqui. Na última que tivemos o prazer de ler escreve o seguinte: «Neste ambiente não admira que Passos Coelho, desejando manter uma saudável democracia interna no PSD, aceitasse um acordo para o Orçamento do Estado. Os militantes do PSD, tal como os restantes portugueses, querem ser enganados pelo Governo escolhendo um "mal menor" que será sempre "mal" mas dificilmente "menor". Havia dúvidas? Lá veio Sócrates insistir no TGV». Isto quer dizer o quê? Que Passos Coelho preferiu os interesses do PSD, a “saudável democracia interna no PSD” em vez dos interesses do país que ele diz frequentemente defender? Ou também já confunde os interesses do país com os do PSD? Estamos bem arranjados com as alternativas políticas. Se acreditava sinceramente que o orçamento é péssimo e não nos vai tirar da crise, antes pelo contrário, vai agravá-la, só lhe restava reprová-lo e enfrentar as consequências em nome dos interesses do país que diz defender. A propósito, os juros da dívida dispararam de novo; porque o que conta é mesmo a falta de credibilidade, tanto do governo – em quem já ninguém acredita - como dos candidatos a ser governo, em quem os “investidores”, se calhar, depois dos números de trapézio das últimas semanas, acreditam ainda menos.
Os “patrícios” e “senadores” desta república que nas últimas semanas nos entupiram os ouvidos com os apelos lancinantes para a aprovação do orçamento como habitualmente não tinham razão. Como habitualmente também, eles sabem-no. Estão apenas preocupados em salvar os seus “negócios”, como habitualmente, claro está. Numa coisa o Tiago tem absoluta razão: os portugas continuarão a votar nos mesmos até ao colapso final. Um dia chegará um Caesare que liquidará a república e nos imporá o seu imperium. Se calhar não merecemos outra coisa.
António Alves
1 - Os exemplos que o José Silva deu para exemplificar a dependência artificial e induzida de Portugal face ao "sector" Construção são alguns exemplos do sintoma da nossa incapacidade de "Produzir para Viver". "Produzir para Viver" é o título de um livro de Boaventura de Sousa Santos sobre os objectivos reais do acto de "Produzir", sobretudo nos modos de produção Capitalista, Cooperativo, Socialista, etc.... "Produzir para quê?", "Produzir para quem?", "Produzir para viver?".
Estamos de facto a viver a ética dos exclusivos direitos, mas não vivem essa ética só as chefias, ou só os políticos, vivemos todos esta nova era, do “dá-me o telemóvel, já!”. Não há inocentes, não há vítimas. É óbvio que quem manda mais exerce mais poder, mas o estudante obedece porque ambiciona exercer esse tipo de poder, o subordinado fá-lo pelos mesmos motivos, se não forem inicialmente esses facilmente se convertem em barbaridades sistemáticas.
É hora de mudar os conceitos, a Europa já está a caminhar para essa mudança, Portugal pode aproveitar este momento único para definir uma estratégia. Precisamos de ser capazes de cumprir regras e de estabelecer objectivos que não se esgotem em 4 anos, um país tem de ser encarado com carácter de perpetuidade. De acabar com os discursos emblemáticos, dos prosaicos ditadores de frases feitas, que envergonham os Gestores deste país ao confundirem alavancagem financeira com um baloiço, e iniciar um novo objectivo, uma missão com história, onde só a competência e o bem gerir, com ética e deontologia, será rentável.
E se o país não quiser encarar a realidade, o Norte pode fazê-lo, perdemos escala é certo, mas temos o Dever de firmar objectivos estratégicos para a nossa região e encontrar fontes de convergência, se não com o país, com a Europa, assim o nosso projecto seja estruturado. Não nos deixemos bloquear, custa a crise, mas há nela a esperança de mudança de paradigma, de novos tempos, em que os baloiços só serão utilizados por meninos que, aí sim, podem ser meninos de ouro, em belos espaços verdes.
Na sequência deste comentário de António Alves, surge hoje a notícia do JN de que a Linha de Leixões tem potencial para se complementar com o Metro (faz a "coroa" norte da cidade, como explicou o AA aqui) e deixar a existência perdulária e débil que tem neste momento. É pena que este levantamento das opiniões dos autarcas, que evidenciam o potencial da linha, não tenham estado presentes na notícia anterior dos "três passageiros", que entretanto pode ter causado alguma perda de apoio público muito necessário ao que ainda precisa de ser feito.
Como este tipo de problemas de gestão existem em absolutamente todas as linhas suburbanas do Porto (entre congestionamentos, falta de expressos ou horas de ponta com poucas carruagens) é preciso ter a noção que é o fraco desempenho da CP um dos maiores obstáculos para que o Porto e a sua área metropolitana se tornem exemplares relativamente à qualidade e abrangência dos seus transportes colectivos - exemplares em relação aos melhores casos mundiais, não em relação a Portugal. Não deveria haver nenhuma modéstia em assumir este objectivo.
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Ainda no tema da mobilidade: em Portugal começam a aparecer as zonas 30 km/h, um dos passos mais importantes para conquistar o espaço público para os peões e também melhorar o comércio de rua, valorização imobiliária de uma zona, etc. Esta medida é especialmente eficaz quando acompanhada da criação de espaços de estar, plantação de árvores, alargamento de passeios e eliminação de estacionamento.
Desafio os presidentes das juntas de freguesia do Porto a criarem uma Zona 30 durante o próximo ano, numa zona escolar, de lazer, em torno de uma praça ou outro local. Uma rua apenas, em 2011.
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Nuno Oliveira
- Luís Filipe Menezes admite candidatura à Câmara do Porto
- Política Social da Suécia (parte II) (PDF), sugestão de José Ferraz Alves
- Eu não sou eu, a minha crónica no JN
- Arrenda-se neste edifício na Ribeira, com vistas fantásticas, um quarto num T3 onde estão já alojadas duas estudantes. Podem contactar-me via tiago.fernandes@gmail.com.
Implantadas as SCUT com o que foi chamado o regime de portagens mais caro e caótico do mundo e conhecendo-se a situação confusa que se começa a viver nas alternativas gratuitas abre-se agora uma enorme oportunidade para que as empresas de transporte colectivo nas áreas abrangidas por esta alteração saiam reforçadas na sua competitividade face ao automóvel privado, ao qual têm de conquistar utentes. São opções que fazem sentido a vários níveis e que contribuem para que o nosso país, com baixas taxas de utilização de transportes colectivos, comece a perder a aversão cultural a tudo o que não seja o carro individual.
Rodoviárias como a AV Minho disponibilizam um serviço expresso Viana-Porto num tempo 5 minutos mais curto do que o comboio e desceram o valor do passe mensal, que custa agora menos 5€ que o da Linha do Minho com a intenção clara de ser o meio de transporte preferencial entre as duas cidades e franja litoral minhota. A Metro do Porto, passados dias, reforçou a oferta nas ligações à Póvoa e ajusta horários para acomodar os novos passageiros mensais, antecipando as assinaturas de Novembro, que obviamente continuarão a crescer nos próximos meses face à economia e conforto face aos trajectos de carro.
Que faz a CP, congestionada nas horas de ponta (é caótico ir de S.Bento a Ermesinde), e que será certamente visitada nas próximas semanas por clientes que não se pode dar ao luxo de não conquistar? Vai "esperar um ou dois meses" (ou quatro... ou cinco...) para ver se vai fazer algum ajustamento. Relembre-se que os suburbanos do Porto transportam 21 milhões de passageiros por ano, agora com tendência óbvia para aumentar, e por isso já estão alinhados para uma privatização da qual não se conhecem os moldes nem vantagens para os utentes da área metropolitana (mais uma privatização com lucro e monopólio garantido pelo Estado?).
Pela velocidade com que está a abordar (?) a melhoria do serviço para os utentes que o serviço que já tem, ficaria surpreendido se durante este ano víssemos algum sinal de que a CP tem alguém a trabalhar na área do marketing que se decida a apanhar este "comboio" que apareceu com o fim das SCUT.
Nuno Oliveira
Ainda há quem pense que vale a pena votar. Quem votar vai dar credibilidade ao sistema. Vai fazer parte do sistema. Todos sabemos como o sistema é predador, corrupto, falso, venal, nada sério; trafulha portanto. Chantagista. Para aqueles que não estão lembrados faço uma pequena lista.
As universidades são feudos de quem lá está e age como se a casa fosse sua e os alunos seus escravos. Não os respeita, não os ampara, não os promove, não os ajuda. Abusa deles, pois se eles reagirem ficam marcados e não podem acabar o curso. Os professores fingem que são investigadores e pedem a alguém que lhes vá dar as aulas; por vezes esquecem compromissos e exames e vão para fora. Não cumprem prazos e deixam os alunos sem poder cumprir os seus. E NÃO SE PREOCUPAM. Nem pensam nisso. Claro que há excepções mas esses e essas sabem o que se passa e nada fazem. Encolhem-se porque os podres são a maioria e se falarem ainda são escovados.
Nos serviços e empresas os chefes chantageiam os subordinados não os deixando exprimir as suas opiniões ou fazer críticas (muito menos legítimas queixas) pois se fizerem ficam na prateleira e não são promovidos conforme merecem. Além disso os chefes têm subordinados que não estão interessados no que fazem e não são estimulados para se aperfeiçoar e se tornar competentes; debitam a cassete e não pensam. E o cidadão pede mas desligam o telefone ou mandam-no à fava porque não estão ali para nos aturar mas para dizer o que lhes disseram que dissessem. São papagaios. Por culpa das chefias que ganham mais e têm mais mordomias porque DEVEM ter o "pessoal" a funcionar bem. Mas nem os chefes nem os chefões se importam com a qualidade do produto que nos dão. Empertigam-se, pavoneiam-se e MANDAM. Julgam eles que é para isso que ali estão. Nem sabem que o que devem fazer é pôr o serviço a funcionar BEM. Para isso devem saber tudo o que se passa e como se passa. Para poderem corrigir e melhorar o serviço que prestam.
Os hospitais...
Os tribunais...
As polícias...
Os partidos...
Está tudo do avesso e quem vai votar quer que assim fique.
Votem.
Votem.
JPV
P.S. De nada serve o Mourinho ensinar como se faz: tem de haver coração e bom ambiente. Camaradagem até, porque não? Há chefias que dizem que os sub-chefes não devem acompanhar (sequer almoçar com) os subordinados...
A vida tem-me ensinado que, se quisermos, não existem limites ao sonho, mas que os há na aplicação prática das ideias que resultam desses sonhos. Pelo menos para mim, pareceu-me escutar da vida que as ideias terão a aplicabilidade que resultar do poder de tomar as decisões para a sua concretização. Ou porque quem tem poder tem as ideias, ou porque este acaba por assumir as geradas pelos outros. Cheguei à conclusão que nem os Ministros têm poder para executar as suas ideias.
Porque considero que há falhas do sistema legal e uma omissão de Presidência da República e Assembleia da República em fazer prevalecer sobre a arquitectura legal, muitas vezes arcaica, o valor da justiça e do que está certo, dou um exemplo de um investimento que considero necessário e potenciador da retoma económica é a reabilitação urbana, nomeadamente a do Património Histórico, Religioso e Cultural. Uma boa ideia foi lançada pelo nosso anterior Ministro da Cultura e que foi anulada pelo próprio sistema: "Problemas com benefícios fiscais suspendem Cheque-Obra para recuperação de património”). Cada empresa à qual fosse adjudicada uma obra pública de valor igual ou superior a 2,5 milhões de euros ficava obrigada a realizar obras de recuperação do Património Classificado, sob a supervisão do Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico, Igespar, no valor de 1% do total da empreitada, sendo o pagamento em obra e não em dinheiro. No âmbito da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, a proposta foi suspensa por questões jurídicas de fiscalidade: “majoração no âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais”.(!!?)
Recentemente, para evitar o abandono de terras e como forma de promover o emprego e o empreendedorismo, vem o Ministro da Agricultura promover o arrendamento forçado de terras por explorar, para a qual antecipo desde já o máximo de entraves e bom trabalho para os escritórios de advogados (com um perdão para a minha filha Catarina, a estudar Direito, ou a forma de reduzir os riscos por um pai economista, :) ).
A questão é que a maior parte das soluções para a saída esta crise reside neste tipo de iniciativas, para a qual há que mudar a sensibilidade e a prática dos dirigentes, ao mais alto nível do país. É preciso fazer nova doutrina, no âmbito da economia social de mercado, para sairmos desta crise. Eu próprio já avancei com a proposta de criação de um sistema de hipotecas invertidas, destinado aos reformados que têm habitações que necessitam de obras de remodelação, que não avança. A própria consignação de 0,5% do IRS para instituições de solidariedade social estava até há pouco dependente da não possibilidade de dedução de IVA, o que lhe limitava a aplicabilidade, o que foi recentemente alterado, porque não havia consciência desta situação.
E porque não combater a pobreza com um Banco Social? O projecto passa por mobilizar os activos financeiros não reclamados nos Bancos para o combate à pobreza. Em Inglaterra existem 19 mil milhões de euros em activos não reclamados e de carácter financeiro, isto é, contas bancárias não movimentadas há mais de 20 anos, juros de obrigações, dividendos de acções, prémios de seguros e certificados de aforro não reclamados e que, no fundo, pertencem à sociedade e não aos balancetes dos bancos, das seguradoras, das instituições em que estão perdidos. Segundo o Presidente da TESE – Associação para o Desenvolvimento, João Wengorovius Meneses, “bastaria em que em Portugal se tivessem mil milhões de euros para se fazer uma revolução ao nível da coesão social”. Esta ideia foi apresentada de forma informal ao actual Governo, mas até hoje nada foi concretizado. Em Inglaterra criou-se uma comissão de activos não reclamados e depois um Banco Social e é ele que financia as políticas do Ministério para o Terceiro Sector, com dinheiro que pertence e deve ser devolvido à Sociedade. Em Portugal ainda está perdido nos balancetes dos Bancos e das Seguradoras. Mas não basta querer o dinheiro. É preciso uma lógica de actuação e os projectos que criem riqueza.
Penso ser um aspecto importante a debater: as ideias, os projectos, as suas limitações na aplicação e a criação de meios na Assembleia da República para ajudar à sua implementação, num âmbito de um novo contrato social.
José Ferraz Alves
A opinião de TAF sobre este tema é extremamente válida. Como nunca me ofereceram - quando estava em pleno da minha actividade profissional - assim um salário “escandaloso” – o termo não é meu! - e agora na fase da vida que estou ninguém o fará, por inveja, ou por outro qualquer motivo, apetece-me dizer que não aceitaria, ou melhor que se aceitasse me iria sentir mal comigo próprio. Não sei, dado que falar agora quando tal não é exequível é bem mais fácil. Mas é o que penso, hoje! Mas... vale o que vale, e não sou exemplo de nada, para ninguém!
A Linha de Leixões
Segundo o JN a Linha de Leixões tem apenas a ridícula taxa de ocupação de três passageiros pagantes por comboio. Tal como aqui antevi, o eleitoralismo primário, e a ânsia de mostrar serviço de alguns gestores sem preparação para gerir uma indústria desta complexidade, acabam por aniquilar projectos com enorme potencial de benefícios para as populações. Nada de novo a ocidente.
Dinheiro do Comboio de Velocidade Elevada Porto-Vigo
Outros com uma enorme dose de estupidez política e falta de senso são os autarcas da Junta Metropolitana do Porto. Exigir que o dinheiro do comboio de velocidade elevada Porto-Vigo seja transferido para o Metro do Porto para evitar que seja canalizado para Lisboa é uma atitude de provincianismo portocêntrico igualzinha àquelas que em Lisboa se tomam em favor do próprio umbigo. Esta junta de políticos autarcas, que amiúde se arvora em defensora dos interesses da região contra o centralismo do Terreiro do Paço, perde assim qualquer legitimidade para falar em nome de quem quer que seja. São absolutamente incapazes de enxergarem para além da sua pequena província. E a sua província não vai além dos limites da rede de metro - isto para alguns, porque para o chefe da associação citada desconfio que não ultrapassa os limites do espaço que vai da Câmara ao passeio das Cardosas ao qual se acrescentam mais alguns quarteirões no Campo Alegre e na Foz.
O projecto do Comboio de Velocidade Elevada Porto-Vigo é um projecto na ferrovia pesada e tinha na sua primeira fase a maioria do seu investimento na região que vai de Braga a Valença. Logo a exigência deverá ser transferir as suas verbas não para as pontes e TGV’s lisboetas mas sim para investimentos no caminho-de-ferro clássico da Região Norte tais como:
- Reactivação do concurso para a compra de novas automotoras para o serviço regional;
- Renovação e electrificação da Linha do Douro até à Régua e da Linha do Minho até Viana;
- Arrancar com o projecto para a ligação ferroviária Barcelos-Braga-Guimarães.
Podia adiantar mais algumas sugestões mas julgo que estes já consumiriam as verbas em causa. Uma das causas do declínio da metrópole Porto é também o definhamento do seu hinterland que a cidade tem sido incapaz de defender e potenciar.
António Alves
O magnífico texto de Pedro Figueiredo mostra quanto errada está a mentalidade de todos nós relativamente à construção civil e obras públicas. Desde o governo com as suas obras coloniais à volta de Lisboa até aos autarcas portuenses: o de Gaia, o do Porto com o seu proposto novo pavilhão de congressos ao lado de 3 existentes (Palácio de Cristal, Alfândega, Seminário de Vilar) e o de Matosinhos, com a construção de um centro tecnológico em cima do molhe do porto de Leixões. Também a UP/FEUP confunde a criação de emprego, valor acrescentado, novos projectos sustentáveis com a construção de edifícios. É natural. Na FEUP, desde que deixou de ter vocação tecnológica e passou a envolver-se em «empreendedorismos e afins», até charlatães procurados pela PJ dão (ou deram) lá palestras. Poderia falar do inútil metro para a Trofa que nem a actual presidente da autarquia quer, ou no actual plano nacional de barragens que apenas serve para tornar rentável o mau investimento nas eólicas. Mas não vale a pena.
O que se passa é que o sector da construção civil e obras públicas tem em Portugal um peso no PIB 50% acima média da UE. Portanto há excesso de operadores no mercado que buscam encomendas decrescentes devido ao stock acumulado de obras / edifícios / construções / infra-estruturas e também devido à conjuntura financeira. Se a este cenário de stress acrescido juntarmos as comissões que naturalmente se praticam entre compradores, vendedores e facilitadores, chegamos facilmente a obras/projectos mal pensados, desnecessários e insustentáveis como Pedro Figueiredo relata. Depois o custo de exploração ou as externalidades negativas de tanto património público e privado dão cabo da rentabilidade das famílias, empresas e organismos do Estado. Isto obviamente explica porque é que o Estado está como está e porque vai ficar pior quando chegar o FMI ou afins. Obviamente que andamos todos viciados em obras e ignoramos as consequências da sua insustentabilidade. Para último fica sempre a reabilitação do economicamente viável. Mais um caso: Requiem pela linha de Leixões.
Se o Estado, ou alguma entidade financiada por fundos públicos, me oferecesse um salário "escandaloso", eu aceitava. E aceitava não apenas sem remorsos, mas por sentido de dever. É que tenho a certeza de que esse dinheiro na minha mão seria mais bem utilizado em benefício público do que na mão do Estado.
Não significa isto que não se devesse pedir responsabilidades a quem, gerindo recursos públicos, me tivesse feito tal proposta supostamente excessiva. Mas, do ponto de vista de quem recebe, aquilo que realmente interessa é se gere bem ou se gere mal os recursos que, legalmente, conquistou para si.
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A propósito da opinião de Alexandre Burmester sobre o quase novíssimo teleférico de Vila Nova de Gaia, tenho a concordar que de facto, às vezes, a Câmara de Gaia parece imitar perigosamente o estilo festivaleiro de Rui Rio… Este exemplo é bem dado e é gritante, acrescentando escusada estupidez populista ao Centro Histórico de Gaia:
1 - Está mal a excessiva concentração de equipamentos comerciais a que chamam Cais de Gaia. Já todos assistimos aos fabulosos engarrafamentos da ponte de baixo aos fins de semana e no Verão, o sinal mais poderoso de que aquela malha não aguenta (obviamente) tanto carro, mais o seu parque de estacionamento (obviamente) excessivo, como era de prever…
2 - Como se não bastasse, agora adicionou-se o tal hotel Yeatman – muito feio, “má” arquitectura…
3 - Como se não bastasse, e para provar que não é diferente de Rui Rio, vem agora com brincadeiras infantis, como o tal teleférico, que não é propriamente um meio de transporte, mas fica bem na onda dos aviões, das corridas de carros, dos rallies, dos La Féria etc… É que se fosse um elevador urbano (Coimbra, Lada, Santa Justa)…? ou se fosse um funicular (Viana do Castelo, Braga, Barcelona, Guindais)…? Mas não, não… É uma “brincadeira” género Expo 98, ou tipo Teleférico da Penha em Guimarães, que “as pessoas gostam” (medo, muito medo… sinto calafrios) que liga directamente a Avenida da República ao Shopping Cais de Gaia por cima de uma imensidão de casas e telhados de caves, qual teleférico para levar pessoas a ver a neve da Serra do Pilar, levar os funcionários da Gaiurb de “cestinha” tipo Ilha da Madeira de volta à Avenida cá em cima depois de “despegarem” às 18h00, ou os turistas a ver as vistas que já se miram da Ponte D. Luís e da Serra do Pilar, e tão bem…
4 - Ao contrário do que deve parecer a Luís Filipe, não vale tudo nem cabe tudo no centro histórico de Vila Nova de Gaia... Ou então Luis Filipe está a destruir o centro histórico por excessiva ansiedade, tal como o seu colega (o Sr. Salazarista R.R.) está a fazer deste lado do Rio Douro, por excessivo de laisser faire, laisser passer… e não só. Ambos serão doentios, um com dinheiro e “ideias”, outro sem dinheiro (!) nem ideias… Dois manos, portanto.
Se muitos nesta cidade do Porto querem de sua boa vontade fazer crer que um Luís Filipe como timoneiro no Porto faria melhor, desenganem-se... Era escusado manchar a marginal de Gaia, pois quer as ciclovias da zona marítima, quer o calçadão da Avenida Diogo Leite (marginal junto às caves), quer o passadiço dos pescadores, quer ainda toda a obra de espaço público que revolucionou a Afurada estão bem, estão bem mesmo… Tudo isso, Polis ou não Polis, é Obra memorável, e seria um trunfo grande para Luís Filipe… caso não parecesse que o sr. agora funciona em roda viva, loucura e piloto automático. Na melhor nódoa cai o pano, ou no melhor pano cai a nódoa?... É desligar o “piloto automático” e começar a racionalizar, que a vida não está para brincadeiras. Os bancos que nos digam.
Continuando a ter como informação o jornal Público – um jornal de qualidade e referência -, ao que se noticia a 30 de Outubro, terá tido efeito, ou virá a ter, a notícia deste sobre os vencimentos, acima das “remunerações normais pagáveis pelo erário público, não só, mas essencialmente em tempos de crise”. Isto dado que, parece, o Presidente da CM de Guimarães vai rever em baixa os salários/retribuições que definiu para os 3 elementos do Conselho de Administração da Fundação que gere a Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012.
De facto se não fosse Público saber-se o que estaria a passar, talvez tudo ficasse “bem na mesma”. Ou não? Quem souber, bem melhor, que responda! Fica aqui provada e comprovada a necessidade que tem este nosso País - tão caído em desgraça -, de em tudo ter de ter mais transparência, e isto aplica-se EVIDENTEMENTE ao Governo Central e a todas as autarquias, a todos os institutos, a tudo o que dependa do dinheiro dos nossos impostos. E aquela máxima, que muitos ainda há muito pouco usavam, de que se se não paga bem cá dentro, os melhores vão lá para fora, pode não ser aplicável a todos! Ou será? Quem souber, bem melhor, que responda! E sabermos sempre com transparência tudo o que pode afectar, a nível central e autárquico, as nossas finanças públicas, deve ter de ser uma exigência de todos e de cada um, como cidadãos! E os Governos e Autarquias devem ser responsabilizados se não o fizerem.
Augusto Küttner de Magalhães
Não direi que serei leitor desde a primeira hora, mas sou visitante deste espaço muito antes dele ter alcançado a visibilidade que hoje possui. Considero-o o mais importante fórum cívico do Porto. Um exemplo de cidadania que todos devíamos seguir. Sempre assim o fui divulgando a todos os que podia, ao longo destes anos. E hoje cabe-me a mim aqui intervir pela primeira vez. Para chamar a atenção para um projecto que merece todo o nosso carinho e que, creio eu, fazia falta à cidade.
Deixo então agora, como forma de apresentação da "inculta tv", o texto que lavrei no meu blogue:
Labor de uma pessoa só. Obra de um amigo transmontano nascido em África, há alguns anos transplantado no Porto. Uma televisão que fazia falta à cidade, uma televisão que pode levar/mostrar melhor a cidade ao mundo, nesta real idade digital (quase) sem fronteiras.
TV Mural. TV cultural. Uma espécie de TV para toda a cultura. Uma TV para todos nós, os incultos, os incautos. Televisão com visão. Eis a TV para acabar de vez com a incultura.
Francisco Carvalho
Concordo com o Pedro Figueiredo, é inadmissível que as obras de recuperação do Mercado do do Bolhão continuem bloqueadas há vários meses por causa da providência cautelar apresentada por uma das empresas excluídas do concurso, que entregou a sua proposta fora do prazo.
Há umas semanas atrás tive oportunidade de assistir, no Teatro Rivoli, à exposição do projecto vencedor, da autoria do Arq.º João Santos. Devo confessar que, na generalidade, fiquei muito bem impressionado com as soluções encontradas. Aguardo ansiosamente a publicação desse trabalho, que inclui algumas imagens virtuais verdadeiramente excepcionais.