De: António Alves - "Linha de Leixões e as exigências da Junta Metropolitana do Porto"
A Linha de Leixões
Segundo o JN a Linha de Leixões tem apenas a ridícula taxa de ocupação de três passageiros pagantes por comboio. Tal como aqui antevi, o eleitoralismo primário, e a ânsia de mostrar serviço de alguns gestores sem preparação para gerir uma indústria desta complexidade, acabam por aniquilar projectos com enorme potencial de benefícios para as populações. Nada de novo a ocidente.
Dinheiro do Comboio de Velocidade Elevada Porto-Vigo
Outros com uma enorme dose de estupidez política e falta de senso são os autarcas da Junta Metropolitana do Porto. Exigir que o dinheiro do comboio de velocidade elevada Porto-Vigo seja transferido para o Metro do Porto para evitar que seja canalizado para Lisboa é uma atitude de provincianismo portocêntrico igualzinha àquelas que em Lisboa se tomam em favor do próprio umbigo. Esta junta de políticos autarcas, que amiúde se arvora em defensora dos interesses da região contra o centralismo do Terreiro do Paço, perde assim qualquer legitimidade para falar em nome de quem quer que seja. São absolutamente incapazes de enxergarem para além da sua pequena província. E a sua província não vai além dos limites da rede de metro - isto para alguns, porque para o chefe da associação citada desconfio que não ultrapassa os limites do espaço que vai da Câmara ao passeio das Cardosas ao qual se acrescentam mais alguns quarteirões no Campo Alegre e na Foz.
O projecto do Comboio de Velocidade Elevada Porto-Vigo é um projecto na ferrovia pesada e tinha na sua primeira fase a maioria do seu investimento na região que vai de Braga a Valença. Logo a exigência deverá ser transferir as suas verbas não para as pontes e TGV’s lisboetas mas sim para investimentos no caminho-de-ferro clássico da Região Norte tais como:
- Reactivação do concurso para a compra de novas automotoras para o serviço regional;
- Renovação e electrificação da Linha do Douro até à Régua e da Linha do Minho até Viana;
- Arrancar com o projecto para a ligação ferroviária Barcelos-Braga-Guimarães.
Podia adiantar mais algumas sugestões mas julgo que estes já consumiriam as verbas em causa. Uma das causas do declínio da metrópole Porto é também o definhamento do seu hinterland que a cidade tem sido incapaz de defender e potenciar.
António Alves