2009-09-06
Igreja da Lapa, vista há pouco do Alto da Fontinha
A respeito do texto submetido pelo Exmo Senhor Arq.º Alexandre Burmester intitulado A Justiça é igual para todos (...), entende por bem a sociedade J Camilo, Lda. prestar os seguintes esclarecimentos:
1. A providência cautelar que foi recentemente intentada contra si e a que se refere o aludido texto ainda não foi decidida, inexistindo, portanto, qualquer decisão judicial que obrigue a J Camilo a suspender o andamento da obra;
2. O entendimento subjacente ao excerto da decisão transcrito no texto e que alegadamente fundamentou o indeferimento da providência cautelar aí referida, corresponde ao entendimento corrente dos nossos Tribunais e estranho será se não for ele seguido na providência cautelar agora pendente;
3. Quando a J Camilo adquiriu a propriedade sobre o terreno onde está a ser construído o edifício, já a Câmara Municipal do Porto tinha autorizado a volumetria de construção que os Requerentes na providência cautelar agora colocam em crise;
4. O licenciamento em causa respeita escrupulosamente o PDM e todas as demais exigências legais, tendo uma volumetria semelhante à dos edifícios adjacentes, designadamente à daqueles onde reside a grande maioria dos requerentes na providência cautelar agora intentada;
5. A J Camilo ignora quanto tempo levará a ser decidida a providência cautelar contra si intentada, mas espera que o seja num curto espaço de tempo, considerando os prejuízos que a sua mera pendência lhe vem causando;
6. A J Camilo não tem razões para crer que a providência cautelar contra si intentada venha a ser julgada mais ou menos celeremente do que quaisquer outras que pendam pelo mesmo Tribunal.
«O Governo não vai privatizar a ANA (…) não passa pela cabeça do governo privatizar. A verdade da oposição neste caso, ainda que previsão, é mais uma mentira» (Alberto Martins, cabeça de lista PS pelo Porto no Semanário Grande Porto).
«...a privatização da ANA—Aeroportos de Portugal, S. A., e a contratação da concepção, construção, financiamento e exploração do novo aeroporto de Lisboa, a localizar na Ota, sejam realizadas através de uma operação única que conjugue aquelas componentes.» (Resolução do Conselho de Ministros de 25/07/2007)
COMUNICADO
A Direcção da Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo, perante as afirmações proferidas ontem por Rui Rio, segundo as quais em 2005 não se pronunciou sobre demolição do Aleixo, emitiu o seguinte comunicado aos órgãos de informação com vista a repor a verdade
RUI RIO MENTE AOS PORTUENSES
Mais uma vez, Rui Rio mente quanto às promessas que fez aos moradores do Aleixo! Num primeiro momento tentou, por todos os meios, negar o compromisso eleitoral assumido em 2001. Não teve outro remédio em assumi-lo quando confrontado com o documento que Paulo Morais assinou em 2002 e que mais uma vez aqui se reproduz. Neste documento oficial da autarquia portuense, além da promessa (SEM PRAZO DE VALIDADE) que o Aleixo não seria demolido, a Câmara do Porto, presidida por Rui Rio, assumiu a requalificação do bairro, que nunca fez, e o respeito pela vontade dos moradores. É dito, por dois momentos, que tudo seria feito de acordo com a vontade dos moradores.
Em 2005, contrariamente ao que vem afirmando, Rui Rio, em documento que aqui anexamos, em plena campanha eleitoral, prometia novamente aos moradores do Aleixo a reconversão do seu bairro.
Assim se vê quanto vale a palavra de Rui Rio!
Atentamente,
A Direcção da APSPBA
No âmbito das actividades de animação e promoção do destino turístico Douro Património da Humanidade, a Estrutura de Missão do Douro/CCDRN, a Fundação Museu do Douro, a Entidade Regional de Turismo do Douro, com a Organização da DouroAzul, lançam hoje o Concurso de Fotografia “O Alto Douro Vinhateiro”. Este concurso faz parte de um conjunto de actividades e acções do Projecto DouroVivo, algumas já realizadas, outras a realizar entre 2009 e 2010, com o objectivo central de contribuir para o desenvolvimento turístico do Vale do Douro, elevando a região em Portugal e no Mundo.
Com um primeiro prémio de € 10.000 em equipamento fotográfico, o Concurso de Fotografia “O Alto Douro Vinhateiro” irá permitir a mobilização e participação de todos os amantes da Fotografia a nível nacional e internacional, sejam eles amadores ou profissionais, para a captação e registo de fotografias sobre as riquezas paisagísticas, culturais e arquitectónicas do Alto Douro Vinhateiro, estando desta forma a concorrer para a afirmação da imagem e promoção turística do Destino Douro. Todos aqueles que queiram participar poderão consultar o regulamento, mapa da delimitação da região a fotografar, e efectuar o download da ficha de inscrição, no sítio oficial do concurso em www.fotografaodouro.com.
- Debate sobre Segurança Urbana às 21h15, no Hotel Sheraton, com Souto Moura (ex-PGR, não o arquitecto) e Santos Cabral (ex-Director Nacional da PJ), moderado por Rui Rio
Ficam aqui três propostas minhas sobre o assunto, incluindo a minha opinião sobre o Aleixo expressa já em 2005.
PS: Já agora, ainda sobre o Bairro do Aleixo, o importante era que a Câmara deixasse de ser o senhorio das pessoas que actualmente vivem lá, quer com realojamento quer sem ele.
Não posso deixar de me congratular com um renovado movimento de afirmação da democracia, traduzido numa mudança de comportamento de alguns políticos e decisores, que têm tido o mérito e a coragem de saber ouvir, reflectir e, quando assim entendido, recuar e alterar, nomeadamente no caso dos investimentos ferroviários. Mas Rui Rio não tem esse espírito democrático e decepcionou-me profundamente. Aliás, na linha de alguns, poucos felizmente, que só sabem escrever como reacção ao que lêem dos outros, colocando-se parágrafo a parágrafo na posição contrária, sem nada acrescentarem de positivo.
Eu, José Ferraz Alves, deixo aqui bem claro que apresentei a Rui Rio e à sua equipa, ao longo destes últimos três anos, um conjunto de projectos construídos pelos cidadãos, em defesa de alguns dos mais dramáticos problemas da cidade, dos quais destaco apenas alguns:
- - 1. Boavista FC: criação de um sistema de adesão de sócios, em rede, que permitiria a captação de 30 mil sócios e o pagamento da sua dívida à Banca em 5 anos.
- - 2. Sistema de hipotecas invertidas, para financiamento de obras de reabilitação em casas propriedade de idosos, reformados, seguindo o modelo espanhol do BBVA, em que se faz uma hipoteca sobre a casa, em troca da qual o proprietário passa a receber uma renda mensal vitalícia, sendo parte desse rendimento afecto às obras de recuperação da casa.
- - 3. Constituição, pela Porto Vivo, de um sistema de garantia a pedidos de financiamento bancários solicitados por proprietários para a reabilitação dos seus prédios para habitação própria.
- - 4.Constituição de um Fundo de Apoio ao sobre-endividamento, dado que existem muitas pessoas que caíram na armadilha dos cartões de crédito e que estão a pagar taxas anuais efectivas superiores a 26%. O resultado é não conseguirem amortizar o financiamento e estarem a pagar nas prestações apenas o juro, ficando assim presos para toda a vida, com fortes impactos sobre a sua estabilidade pessoal e profissional. A substituição deste financiamento por um plano a prazo de reembolso, com uma taxa de juro moralmente adequada, permitiria, com o mesmo esforço de pagamento, proceder à regularização desta situação num prazo adequado.
- - 5. Fundo de consumo para a Reabilitação Urbana, projecto Multicard System, que é uma rede social para reabilitar humanamente a Baixa, com suporte nas modernas tecnologias de informação e comunicação, sendo uma resposta a este desafio e uma revolução em propostas para a resolução da actual crise financeira e económica, e que se baseia nos seguintes princípios: poupar, para depois consumir e investir na Baixa.
- - 6. Projectos de inclusão social (Hortas e Flores na Cidade e os Sem-abrigo).
- - 7. Projecto de alavancagem financeira a partir da micro-geração.
- - Etc.
Rui Rio e a sua equipa não deram qualquer continuidade a estas propostas que, aliás, foram por mim promovidas para responder a um seu pedido: “… não há no orçamento camarário, verba suficiente para pagar a reabilitação da Baixa do Porto. Mesmo que houvesse um fundo público suficiente, isso seria deitar dinheiro fora. Assim, a resolução deste problema passa por procurar o envolvimento da população e de entidades privadas. Não é suficiente que a Baixa tenha valor, é preciso que tenha utilidade e para isso é preciso que haja envolvimento da população”. Os adeptos do Boavista, os reformados da cidade, os comerciantes da Baixa, os sobre-endividados da cidade, os sem-abrigo, não tiveram conhecimento de que há propostas de soluções para os seus problemas. Podem ser ou não eficazes, mas faça-se alguma coisa!
Rui Rio quer fazer da eleição do próximo dia 11 de Outubro uma escolha entre demolir e não demolir o Bairro do Aleixo. Estas eleições não se resumem ao futuro do Aleixo, mas sim à clarificação do espírito democrático que pretendemos para o nosso Porto. É que há aqui um tique autoritário que eu não aceito. A tal pequena “nuance” e novidade: em caso de vitória, foi claro ao garantir que a demolição será efectuada com mais rapidez e os moradores podem ser realojados em qualquer ponto da cidade. Qual o objectivo? Dividir para reinar. Fazer com que os habitantes do Aleixo se revoltem contra os que quiseram ouvir as suas opiniões sobre o processo, colocando-os numa posição pior do que a proposta anterior. Virando os portuenses uns contra os outros. Não é este o espírito nem o coração da cidade guardado na nossa Igreja da Lapa.
Eu não cedo a chantagens. Ainda bem que existem os blogues como novo espaço de afirmação da liberdade e da democracia.
José Ferraz Alves
Os políticos lêem-nos. É bom sinal: cidadãos atentos já tínhamos; começamos a ter políticos inteligentes e com visão. Reaberta a Linha de Leixões, as próximas grandes batalhas são as linhas do Douro e Tua :-).
Vem ultimamente publicitada no jornal Público uma situação de conflito entre J. Camilo, construtor, e uma acção popular intentada contra a construção na Rua Padre Luís Cabral na Foz.
Esta situação em muito se assemelha àquela que denunciei em 16/11/2006, e que veio igualmente publicada nos jornais. Nessa altura e em conjunto com os vizinhos intentamos uma Acção Popular contra o construtor, precedida de uma Providência Cautelar. Após um ano, um qualquer Juiz decretou a seguinte decisão sobre a Providência:
"Sendo certo que a não suspensão do acto ocasionará a construção do edifício e que essa circunstância poderá representar uma maior dificuldade de reparação dos danos para os bens que se pretendem acautelar, ainda assim, em caso de procedência da acção principal e demonstrada a ilegalidade do acto de licenciamento, nada impede que, em definitivo, se proceda à imposição e efectivação das necessárias correcções que advenham da alegadas ilegalidades ocasionadas com o deferimento da construção em questão, nomeadamente, no que tange à ocupação da área de terreno, à cércea dominante e regulamentarmente imposta bem como aos dois andares recuados e à área máxima de impermeabilização."
Gostaria de assinalar aqui algumas curiosidades:
- - A decisão no caso J. Camilo sobre a Providência Cautelar não demorou mais de 2 meses;
- - Aqui o Juiz não entendeu, e bem, que nada impede que no futuro se possa repor a legalidade se vier a ser provada.
Acrescento ainda que a Acção da Rua Marechal Saldanha ainda não foi decidida quase 3 anos depois, e tenho a certeza de que a do J. Camilo será resolvida mais rapidamente. Em tom de adivinha e para quem queira saber as respostas, procure-se quem estará entre os vizinhos do J. Camilo.
Alexandre Burmester
“A central, que deverá ser instalada no quarteirão das Cardosas, entra em funcionamento em 2011.”
Espero que antes de decidir esta localização estudem bem os seus impactos (visuais e na qualidade do ar). E, já agora, que apresentem o projecto à Cidade, antes de ser definitivo.
- Leitura obrigatória ;-) para candidatos à Câmara: A cidade praça a praça
- Opúsculo "Entre Casa e Cidade", PDF sugestão de Dafne Editora
- Green Bull 2009 - Porto, corrida de aviões de papel, 12 de Setembro – Rua de S. Francisco, sugestão de Sérgio Caetano
- Petição para um referendo sobre os Jardins do Palácio, sugestão de Ricardo Coelho
- Muita coisa para ler no Local Porto do Público e no Jornal de Notícias
- Rui Rio adia demolição do Aleixo para o próximo mandato
- Eleições autárquicas decidirão futuro do Bairro do Aleixo (com vídeo)
- Debate JN: Origem da crise económica acentua divergências, com uma referência simpática :-)
- Arte ao encontro dos passageiros do Metro
- Red Bull Air Race 2009 (infografia)
- Catorze câmaras de "olhos postos" na noite da Ribeira
- Linha de Leixões: Comboio à borla na primeira semana
- CMP e AdEPorto apresentaram projecto para criação de Rede Urbana de Calor e Frio na Baixa
- CMP, Águas do Porto e Faculdade de Belas Artes lançam Concurso Anual de Arte Pública
- Vélib vista pelo Economist
A qualidade de vida dos habitantes tem de melhorar, a pobreza tem de ser atenuada, o objectivo é descentralizar. Logo, o realojamento dos habitantes terá de ser feito em zonas com melhores condições, não em bairros iguais ou piores que o Aleixo. Se assim não for, não faz qualquer sentido intervir.
Nestes e noutros interesses é sobretudo altura para negociar com os políticos as condições. Devemos saber o que efectivamente queremos tendo em vista o desenvolvimento comum e sustentável. Neste caso, compete-nos elevar o patamar de exigência, esticando até onde cada qual entender, mas tendo como base a melhoria da oferta em termos de habitação social e a diminuição do fosso. Há melhor que o Aleixo, quanto mais tempo sujeitarmos as pessoas, menos elas produzirão.
Cristina Santos
Porque as autárquicas não se fazem apenas dos cabeças de lista, fiz uma pequena pesquisa para perceber quem são os candidatos às Juntas de Freguesia em particular daquela onde votarei. E descobri algumas maravilhas do poder local:
PS: No site da candidatura, não consta (pelo menos junto das demais listas candidatas) os candidatos às juntas. O cidadão é obrigado a levantar o pescoço para ver o candidato, nos pequenos outdoors e cartazes de plástico espalhados pelos lampiões. Mas nem tudo é mau, existem 4! candidatas mulheres com traços notórios de juventude. O lado menos positivo é que apenas uma tem reais hipóteses de vitória (Miragaia).
PSD/CDS: Foi fácil encontrar os candidatos no site. A mensagem que é passada é claramente de renovação e de juventude: 8 em 15 candidatam-se pela 1ª vez, e mais de duzentos candidatos com menos de 35 anos. Será isto realmente verdade? Talvez. Tal como no PS, dos 8 "novos" candidatos, apenas 2 têm uma boa herança (leia-se a presidência já é de direita). E candidatos jovens? Não fui contá-los a todos de facto, mas reparei que vários candidatos que se apresentam nas Juntas repetem-se na Assembleia Municipal (terão contado duas vezes?). Pior é a questão da paridade, o PSD/CDS apenas apresenta DUAS MULHERES, isto pode? Das duas, apenas UMA tem hipóteses de ser ELEITA presidente de junta.
Sobretudo o que salta mais à vista é o desperdício de recursos com a divisão administrativa e territorial por 15 Juntas. Foz + Nevogilde e Sé + São Nicolau + Vitória são junções óbvias e, em tempos de crise, espero que o próximo Governo tenha a coragem de avançar com a reforma do poder local.
Um exemplo da intervenção das juntas junto das câmaras seria, por exemplo, no caso de Nevogilde e Foz do Douro requererem a colocação de avisos de limite de velocidade nas suas artérias. É ridículo a quantidade de radares na Avenida Boavista, na Avenida Brasil e no Passeio Alegre, não deixa de ser ridiculo a quantidade de vezes que lá se passa e há sempre alguém que faz o favor de disparar o radar porque circula a mais de 50 Km/h. Não seria útil uns avisos de radar a 100/200 metros do semáforo? Não seria útil estes senhores das juntas seguirem o exemplo do autarca da Covilhã que criou uma parceria com um conjunto de serviços de saúde/lazer para os aposentados?
Um abraço,
Luís Gomes
A proposta das Parcerias Público-Privadas auto-reguladas
Há duas questões prévias à do modelo de gestão, que a Associação de Cidadãos do Porto, com o apoio do Núcleo de Investigação do ISAG – Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto, pretende levar a debate:
1. Aeroportos são Bens Públicos ou Privados?
De acordo com a teoria económica, a maximização do nível de bem-estar das populações requer que os recursos económicos que, por definição, são sempre escassos, sejam utilizados eficientemente. Por outro lado, a dotação de um país em factores de produção distribui-se pela produção de bens públicos, semi-públicos e privados.
Os Aeroportos são bens semi-privados ou semi-públicos, dado se verificar, conjuntamente: i. não rivalidade no consumo – o que é consumido por alguém é independente dos níveis de consumo realizados por terceiros - e ii. possibilidade de exclusão no consumo - é tecnicamente e economicamente possível impedir o acesso de qualquer indivíduo ao consumo desses bens -. Os preços são o mecanismo de mercado usado para a exclusão. As pontes e auto-estradas são outros exemplos, em que a exclusão é perfeitamente viável e frequentemente praticada por portagens – preços -. De acordo com a teoria económica, quando os mercados fracassam na afectação óptima dos factores, o Estado tem o dever de agir para reconduzir a comunidade a soluções eficientes.
Decorre uma primeira tomada de posição da ACdP e do NIDISAG: pela possibilidade de exclusão pelo preço, o processo de privatização de infra-estruturas como os aeroportos nacionais é muito questionável.
2. Qual o âmbito geográfico da utilidade dos aeroportos?
A área territorial sobre a qual os bens públicos ou semi-públicos produz benefícios é normalmente diferenciada: i. Bens (semi) públicos supra-nacionais: NATO; ii. Bens (semi) públicos nacionais: Justiça; iii. Bens (semi) públicos regionais: Aeroportos. A defesa nacional, porque é consumida por todos os habitantes do Estado, deve ser uma competência do governo central. A pavimentação de uma rua da cidade, do município, porque só beneficia as pessoas que aí circulam. A construção de uma estrada, servindo os residentes de alguns municípios, não deve ser responsabilidade do governo central ou do município, mas antes do governo da região ou qualquer outra entidade supra-municipal ou inter-municipal.
Daqui, uma segunda tomada de posição: o AFSC tem um âmbito de produto/serviço de consumo regional. Então, como se privatiza um Aeroporto Regional, mantendo a defesa do interesse público, sem criar mais uma estrutura pública para a sua regulação? A ACdP e o NIDISAG entendem que a resposta está no conceito das Parceria Público-Privadas auto-reguladas, seguindo as teorias de Muhammad Yunus para os negócios sociais.
Um negócio social é uma empresa que não paga dividendos, mas que vende produtos e serviços a preços que o tornam auto-sustentável. E em que os proprietários da empresa podem reaver o capital investido após determinado período de tempo, mas não recebem nenhuma parte do lucro em forma de dividendos. Em vez disso, esse lucro gerado fica na empresa, para financiar a expansão, criar novos produtos ou serviços e para multiplicar os objectivos sociais previamente definidos.
Com este conceito aplicado ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, assume-se que a propriedade e gestão do Aeroporto é privada e autárquica. Mas, em vez de aplicada a regulação às taxas aeroportuárias, controladas por organismo público, essa é efectuada no âmbito dos próprios estatutos dessa empresa, que passa a ter por objectivo o desenvolvimento económico e social de uma região. Os accionistas apenas poderão recuperar, a título de dividendos, o capital aplicado, sendo o eventual o excesso de capital gerado, se existente, aplicado em acções de desenvolvimento económico e social da região, por exemplo por redução das próprias taxas, pela oferta de voos grátis para estudantes, pela promoção do turismo da região, pelo desenvolvimento de novos serviços, etc.. Seria a verdadeira caixa-forte de receitas para acções em promoção do Desenvolvimento da Região Norte. Os próprios prémios de gestão ficam condicionados a estes objectivos sociais para a região.
José Ferraz Alves
Rede Norte
Estamos num país onde a pretexto de não funcionarem os elevadores manda-se o prédio abaixo!
Por este andar um destes dias vai também a Ponte da Arrábida porque quanto a elevadores... nicles!
Estamos num país onde se limpam bairros como o "Casal Ventoso" e acabam-se sujando outros como o "Intendente"!
É a teoria do lençol: tapa dum lado e destapa do outro!
Correia de Araújo
Tem razão, o texto que originalmente escrevi incluía a situação do Lagarteiro e de outros bairros da cordilheira de Campanhã. Cortei o texto e não corrigi o título, peço desculpa.
O conceito de habitação social deve ser actualizado em todos os seus quadrantes. A atribuição de casa deve ser substituída pelo apoio à renda; e os bairros existentes devem ser descaracterizados. Em alguns, a situação atingiu pontos em que a descaracterização exigia a demolição total. A meu ver, Cerco, Lagarteiro e Aleixo são três casos desses na nossa cidade. Podíamos equacionar se a demolição do Cerco e do Lagarteiro não era prioritária face à demolição do Aleixo, no entanto o Aleixo parece ser o mais problemático.
Os problemas do Aleixo não resultam do comportamento de 2 ou 3 famílias, se assim fosse seria como em qualquer condomínio de um prédio privado. Há um comportamento global que caracteriza o bairro e há uma aceitação generalizada disso. Não é sério tentar negar as evidências, as pessoas não necessitam que lhes imponham regras num condomínio, sabem utilizá-lo e quando falham um vizinho adverte. Acha que é possível tal situação no Aleixo, acha que há regras no bairro, mínimas? Passíveis de solução?
Cometer o erro de transferir os habitantes para outros bairros problemáticos, nomeadamente para os de Campanhã, para onde já foram transferidos casos problemáticos do São João de Deus era criar uma cidade blindada, à parte. Parece-me que a proposta indica que os moradores serão realojados no centro da cidade, de forma dispersa, espera-se. Concordo com esta medida, não pelo facto de o Dr. Rui Rio gerir o Executivo, mas porque há muito tempo que penso ser esta a solução.
Não me espanta em nada a posição dos seus avós, um bairro daquele tipo caracteriza as mentes, era essa a questão principal do meu post anterior. É preciso elucidá-los que não se compara a vida no centro da cidade com a vida nos centros dos bairros. Acredito que a ameaça dos aglomerados é gravíssima, para o futuro, principalmente o dos próprios residentes. Não falo de favor, é com toda a sinceridade que não desejo a nenhum portuense uma vida passada num bairro como Aleixo, Lagarteiro ou Cerco. Sou contra os pobres? Não! Há sistemas de governação aos quais interessa existirem muitos pobres, assim como no Aleixo há moradores aos quais interessa que o acesso às habitações das torres seja muito difícil, e por isso avariam os elevadores. Não me identifico com essas estratégias sociais.
Melhores cumprimentos
Cristina Santos
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Nota de TAF: Profissionais do crime antes de fazer 16 anos
- De Rui Rodrigues: Vídeo de 2 minutos: Vão ter de construir outra estação em Braga - "Mau planeamento. Estação de Baga custou 100 milhões"
- De Ricardo Coelho: Metro do Porto paga o dobro (!) aos seus administradores que o Metro de Lisboa - "E assim se governam os autarcas: «remunerações-base de 3708 euros a Valentim Loureiro, 21918 euros a Rui Rio, 16834 euros a Marco António Costa, 14310 euros a Mário Almeida e 9750 euros a Narciso Miranda.»"
- De Rui Rodrigues: Fotos da Linha do Tua CONSIDERADA ENTRE AS 5 MAIS BELAS LINHAS TURÍSTICAS DA EUROPA - "Barragem que só aumentará em 0,5% a produção de energia eléctrica em Portugal vai destruir uma das mais belas paisagens de Portugal. Em Portugal existem poucos locais com aquela beleza, sendo difícil descrever, por palavras, os cerca de 54 quilómetros de via férrea que separam Mirandela da Foz do Tua, pois é uma experiência inesquecível que fica na memória de qualquer visitante e com o desejo de um dia lá voltar."
- De Amanda Ribeiro: Sessão de poesia ou conversa familiar, 11 de Setembro, 22:30
- De Victor Sousa: "Porque aqui se fala do Aleixo, eu exorto alguns a ler os artigos publicados no Primeiro de Janeiro de 4 de Janeiro de 1982 e dias seguintes. O título é: Bairro do Aleixo - O que torto nasce…"
- De António Alves: Manuela Ferreira Leite afirmou, esta terça-feira, que o Aeroporto Sá Carneiro terá uma gestão autónoma, caso o PSD vença as eleições legislativas - "Registe-se porque a memória dos políticos é curta"
- Apresentação do livro “Uma Questão de Carácter”, de Rui Moreira, 11 de Setembro, 22:00, discoteca Pop, sugestão de Paulo Vaz
- U.Porto é a universidade portuguesa melhor posicionada no top 500 da ciência mundial, sugestão de José Eduardo Andrade
- “A minha ideia conta”, concurso de ideias sobre a Prevenção de Resíduos, sugestão de Rita Rebelo
- "Clube Grande Porto" arranca no dia 14 - Sessões abertas ao público, sugestão de Tiago Reis
- Visita de Estudo ao Campo Geotérmico de S. Pedro do Sul, dia 12, sugestão de Campo Aberto
- 2º Vernissage da Exposição A BIGORNA E O ANJO na Fundação Escultor José Rodrigues, 11 de Setembro, 19:00, sugestão de Ágata Rodrigues - "Este vernissage contará com a presença do crítico de arte Carlos França e com uma performance colectiva de elementos do Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism (Rik Lina, Seixas Peixoto, João Rasteiro & Miguel de Carvalho) assim como do grupo CAPA (Colective Automatic Painting Amsterdam - Jan Giliam, Rik Lina, Paul Goodman)."
Os meus melhores cumprimentos.
Depois de uma longa ausência, julgo oportuno voltar ao tema do meu bairro, sobretudo em resposta a algumas notícias que dão conta que a solução final para o Aleixo está para próximo. Aproveito ainda, se me permitem, para demonstrar a minha total insatisfação com o texto da autoria de Cristina Santos. Trata-se, à vista desarmada, de uma opinião que enferma claramente de desconhecimento da realidade, de uma série de estereótipos e de muito racismo e pouca tolerância.
Para começar, o Aleixo não se situa em Campanhã (como se depreende do título), daqui que toda a descrição que é feita sobre os tormentos que os moradores das zonas vizinhas, privadas, padecem com a escumalha que habita no bairro é falsa. Talvez a Sra. Cristina Santos se refira à realidade daquela zona da cidade, à zona de Campanhã onde de facto, como em Lordelo do Ouro, o número de bairros sociais (ou camarários) é significativo. Se assim é, o melhor será então demolir também o bairro do Cerco do Porto, do Lagarteiro e outros que tantos problemas trazem aos cidadãos cumpridores que habitam nas zonas privadas da cidade. O melhor será proceder-se à higienização da cidade, à maneira hitleriana. Constrói-se uns campos de extermínio, manda-se para lá esses criminosos, e os bons cidadãos poderão desfrutar da cidade tranquilamente. A brincar a brincar, esta solução está já em marcha e a demolição do meu bairro é um bom exemplo disso.
Neste espaço escreve gente que considero inteligente e bem formada. Por isso, não acredito que tão ilustres participantes deste espaço acreditem que o problema do tráfico de droga será resolvido com a demolição do Aleixo! Se alguém acredita, aconselho a observar as consequências da demolição do S. João de Deus, pois o problema principal transferiu-se para outras zonas e assim será quando um dia o Aleixo acabar. A demolição do Aleixo é, pois, um processo de higienização da cidade, que procura libertar as zonas nobres das populações indesejáveis. Hoje é o Aleixo, no futuro será a Pasteleira, o Rainha D. Leonor, ou qualquer outro. E o argumento a utilizar será sempre o mesmo, na medida que infelizmente o tráfico de droga se vai transferir para outros bairros onde os factores que o potenciam existem aos milhares: desemprego, baixa instrução, más condições de vida, etc...
Muita gente não sabe (ou tenta ignorar), mas o Aleixo nem sempre foi o que é. A década de oitenta do século passado explica a realidade actual. Nessa altura muitas indústrias faliram, o desemprego era assustador e a inexistência de apoios sociais (como aqueles que existem hoje) atirou muita gente para uma solução que, sendo indigna, respondeu de imediato à fome dos filhos. É claro que à custa de muita miséria e desgraça, mas penso que muito mais grave são os crimes que certos engravatados e com colarinhos brancos cometem, só para enriquecerem ainda mais. A esses a sociedade não reprime nem castiga com a mesma severidade. Por isso, quando li o texto de Cristina Santos, mais uma vez percebi o porquê de algumas políticas darem certo nesta cidade. Há muito boa gente que aplaude o Presidente Rui Rio de pé quando este tem afirmações como "vamos tratar dos pobres antes que eles tratem de nós" ou quando propõe soluções finais para os arrumadores ou, neste caso em concreto para os moradores do Aleixo.
Quando seria de esperar solidariedade sobretudo com os idosos, não falo de mim. Falo dos meus avós, que desesperam sempre que ouvem falar da demolição porque, ao contrário do que diz o Presidente ou do que alguns aqui escrevem, nem todos os que querem ficar no Aleixo estão ligados ao tráfico de droga. Mais do que ligados ao bairro, estão ligados ao Aleixo. Vivem numa zona privilegiada da cidade, junto ao rio, junto a tudo. Os seus amigos vivem aqui, os seus vizinhos. os seus familiares vivem aqui perto ou mesmo no bairro. Os que já morreram estão no cemitério de Lordelo do Ouro. O médico de família é do centro de saúde de Lordelo. Vão à missa à igreja de Lordelo ou ao Culto na Rua do Ouro. As suas relações de amizade, convivência estão aqui estabelecidas há mais de trinta anos. Será que alguém tem direito a passar por cima de tudo isto com um bulldozer???
Termino, perguntando a quem quiser responder. Será que as promessas, os compromissos escritos têm prazo de validade? Será que um documento oficial, escrito em papel timbrado da Câmara Municipal do Porto, não tem nenhum valor? Será que um verdadeiro líder não é capaz de se sentar a uma mesa e ouvir aquilo que estes moradores querem para o seu futuro? Será tão difícil fazer hoje aquilo que por razões meramente eleitoralistas fez em 2001?
No Sábado passado esteve em visita ao Aleixo a Dra. Elisa Ferreira. É certo que acredito cada vez menos nos políticos, mas que diferença de estilo... Estamos na presença de uma grande senhora. Não o digo pela promessa que aqui fez, pois de facto foi exactamente a mesma que Rui Rio também nos fez um dia. Digo-o porque, como mulher, julgo estar na presença de uma pessoa corajosa, inteligente e com vontade de fazer muito pela cidade.
Maria Augusta Dionísio