2009-08-16
Além da Gripe A, parece que também a epidemia dos disparates é altamente contagiosa e já se espalhou pelo país inteiro. Depois do imaginativo caso das escutas à Presidência da República, vem agora Rui Rio com a mania da perseguição a propósito da derrocada numa praia do Algarve e que vitimou uma família do Porto. Pois não é que escreveu no Twitter:
"Que gente imaginativa: A propósito do trágico acidente do Algarve a RTP foi ouvir o candidato do PS à freguesia de Ramalde. E esta, hem?"
Acrescentou depois também: "Veja o ridiculo: http://bit.ly/1L58S6", mas entretanto arrependeu-se e apagou esta última frase com o apontador para o vídeo da RTP que permite avaliar o grau da "paranóia" de Rui Rio. Provavelmente apercebeu-se de que o Twitter é de facto muito revelador!
PS: Isto realmente está divertido, pois continuam os arrependimentos. Há pouco apareceu mais um comentário - "Já agora a RTP(PS) também podia ouvir o candidato do PS à freguesia de Ramalde sobre p.ex. as escutas na PR. O homem deve ter opinião." a seguir apagado. Segue-se um irónico "pedido de desculpas": "Em face das criticas, pedimos desculpa aos mais sensíveis por colocarmos em causa a isenção da RTP.", veremos quanto tempo dura online. São os males de twittar por impulso... ;-)
O que é não envio mais nenhuma fotografia, para não ser criticado da hora da visita à Câmara Municipal do Porto para fotografar o tanque e o cimento onde existiam lindos jardins e, apesar das críticas, envio mais estas fotografias da antiga Av. Aliados.
- De Correia de Araújo: "Ainda... sobre os Aliados! Ora, nem de propósito... e com a devida vénia! in «Porto Norte»"
- De António Alves: "Não é a energia - «Na Estremadura espanhola a seca leva à redução do armazenamento. No Alentejo está a condicionar a campanha de rega na bacia do Sado» - Eis a verdadeira razão para a fúria barragista no Douro. Não é a energia não."
- STCP paga 19 mil euros de juros por dia
- Tuberculose diminuiu 33% em quatro anos
- Santo António e ICBAS prometem criar novo "pólo de desenvolvimento" do Porto
- Elisa Ferreira não fala da recandidatura de José Teixeira
- Ex-Escola Académica vai a reunião de Câmara
- Câmara do Porto garante funcionamento da EB1 do Pinheiro no ano lectivo 2009/10
A Avenida dos Aliados passou de jarrinha com flores em cima da mesa para um grande salão com um vaso de verde, mais consentâneo com o espaço de liberdade para quem a atravessa.
Gosto assim. Mas fico triste com tanta incompetência para cuidar desta cidade. As vistas aéreas não mostram o que o passeante vê neste Agosto:
A Baixa do Porto, desde a Praça da República até à Ribeira, passando pelas esplanadas da Avenida dos Aliados, pela rua das Flores ou Mouzinho da Silveira... é só lixo pelo chão. Uma vergonha! Não será possível contratar a limpeza destas zonas, são 20 ou 30 desempregados a menos. Isto de património blá blá blá... património blá blá blá... Nem em vésperas de eleições!
E sabem o que acontece no passeio de barco das 6 pontes? A tripulação não dá uma palavra em todo o percurso, não nomeia uma ponte, nada diz. Será que não vale a pena enaltecer estas obras de engenharia de que os portuenses tanto se orgulham?
Enfim, trata-se como lixo o património, e deixa-se o lixo espalhado para ser apreciado. Meu Porto em abandono!
Maria José Prata Pinheiro
De JPN: Porto à deriva: Marcos culturais perdidos no tempo
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Lá bem no fundo... dá para ver "o que era e o que é" Vila Nova de Gaia.
Cresceu, cresceu muito... mas nem sempre bem!
Correia de Araújo
Caro Nuno Brito Jorge
A questão da regionalização como organização administrativa para um mais eficaz desenvolvimento local é um excelente tema e agradeço tê-lo sugerido. Até porque a essência da criação da Rede Norte surge de uma constatação de que, entre as dimensões local e nacional, existe uma outra que nos parece mais eficaz para o efectivo desenvolvimento económico das populações locais, porque para isso se exige uma escala mínima de recursos e de território, a regional.
O Vale do Tua nem sequer sub-região o é, pelo que criar uma multiplicidade de entidades que são locais pode não ser eficaz na construção de respostas estruturantes, que possam depois alavancar pequenos projectos de empreendedorismo que criem riqueza e emprego fora dos grandes centros urbanos. Para isso precisamos de ideias, de projectos, de pessoas e de recursos financeiros, assentes num modelo de administração mais adequado e mais rápido em decisões que não bloqueiem a iniciativa privada, nem projectos inovadores de cariz bem local como o das energias das ondas na Foz do Douro, ainda à espera de um papel qualquer do Ministério do Ambiente de Lisboa.
Vi as fotos enviadas por Serafim Pereira no post "O que era e o que é" e não resisti a comentá-las.
Salvo o devido respeito, elas não mostram o que era a Avenida dos Aliados no passado e o que é agora. Elas mostram apenas a captação de duas imagens daquele espaço. Uma, a antiga, uma imagem bem captada, direita, clara, equilibrada, bem definida. A outra, a moderna, uma imagem baça, cortada, centrada no prédio inclinado da esquerda (que, pelo contraste da sua clareza com o tom escuro dos prédios adjacentes, que não se verifica na imagem antiga, é o que chama mais a atenção), o qual, por força mesmo dessa inclinação e da ausência de enquadramento, cria uma impressão geral desagradável.
A comparação é, por isso mesmo, falaciosa. É como se comparássemos uma fotografia de uma actriz famosa pela sua beleza e sensualidade (sei lá, por exemplo, Angelina Jolie), tirada à saída da cama por um amador, depois de uma noite de insónia e má disposição, com outra foto da mesma actriz, devidamente maquilhada e produzida, captada em estúdio por um profissional.
Sejamos realistas: os canteiros simétricos e geometricamente implantados da antiga Avenida dos Aliados não eram o jardim paradisíaco que a foto antiga sugere. Eram pedaços de terra com bocados de gramão onde os possuidores de cães faziam os seus animais largar os respectivos dejectos e que não valia a pena tratar, porque o povo dava cabo deles nas noites de S. João ou de festejos de uma qualquer frequente vitória do Futebol Clube do Porto. Além disso, impediam a utilização da Avenida para o que quer que fosse. Se a memória não me atraiçoa, a Feira do Livro, por exemplo, não se podia realizar na Avenida. Quando se fazia ali, decorria no espaço restrito da Praça Humberto Delgado.
A nova Avenida de cimento talvez não proporcione fotografias aéreas tão belas. Mas fez do espaço da Avenida um espaço comunitário, onde podem nascer esplanadas repletas de animação, onde se podem realizar actividades de artísticas e culturais, onde a cidade pode mostrar que está viva. Se isso não acontece, a culpa é dos portuenses. Não da renovação da Avenida.
Atentamente
António Cardoso da Conceição
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Nota de TAF: a propósito de esplanadas na avenida, lembro a proposta do Arq.º Pulido Valente com uma solução de circulação de peões e veículos adequada a esse fim.
Pede-se agora aos candidatos às eleições nacionais e autárquicas, nomeadamente, a Eng.ª Ana Paula Vitorino que se candidata pelo Porto, que se pronuncie, antes das eleições, sobre qual a sua posição.
José Ferraz Alves
Rede Norte
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Linha do Tua: Decisão sobre o futuro da ferrovia transmontana fica para o novo Governo
Tua, 21 Ago (Lusa) - A solução do dilema entre a linha e a barragem do Tua transitará para o próximo Governo que terá de decidir se a linha é viável ou se encerra definitivamente a última ligação ferroviária do Nordeste Transmontano. A linha do Tua está encerrada na quase totalidade há um ano, desde o acidente de 22 de Agosto de 2008, que fez a quarta vítima mortal no espaço de ano e meio.
O futuro da linha está suspenso nos estudos de alternativas aos carris que a barragem de Foz Tua vai inundar e cuja conclusão ainda não está para breve, de acordo com fontes ligadas ao processo ouvidas pela Lusa. O Ministério dos Transportes decidiu manter a circulação suspensa e fazer depender uma decisão sobre a linha da conclusão do processo da barragem de Foz Tua já aprovada pelo Governo mas "fortemente condicionada". A Declaração de Impacte Ambiental (DIA), emitida em Maio, impõe à EDP, a concessionária da hidroeléctrica, que seja assegurada uma alternativa à linha do Tua, incluindo a análise da construção de um novo troço ferroviário. Mesmo aprovada à cota mínima de 170 metros, a barragem de Foz Tua vai inundar 16 quilómetros da ferrovia, quatro dos quais foram imediatamente desactivados com a DIA favorável.
Os prazos legais para a elaboração dos estudos estão ainda a decorrer e "não haverá novidades em breve", segundo fontes ouvidas pela Lusa, que remetem desenvolvimentos para depois dos actos eleitorais que se aproximam. Tudo indica que será o novo Governo saído das Legislativas de 27 de Setembro a analisar e tomar a decisão final sobre o futuro da linha do Tua. O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, acredita que, se mudar o Governo, "pode haver um milagre". O autarca social-democrata está convencido que se o actual executivo socialista for reeleito "a linha acabou". Mas se o resultado das Legislativas for diferente, Silvano considera que "a filosofia de investimento público pode ser outra", pondo de lado, senão todo, pelo menos algumas das barragens do plano nacional em que se inclui a de Foz Tua. Para já, mantém-se o que o autarca considera "a agonia" da linha, exactamente na mesma desde o dia do último acidente. "Não houve obras de manutenção, nem prazos, nem respostas", declarou.
HFI, Lusa
No YouTube: Porto: Cem anos na vida da cidade
Agradeço ao Armando Alves os esclarecimentos que aqui trouxe sobre os contornos financeiros da intervenção no Palácio de Cristal. Diria que estamos na presença de um verdadeiro mistério: segundo a AEP, as salas anexas são indispensáveis à rentabilidade do negócio como um todo; mas os documentos relegam essas salas "para anexo", o que é uma grande contradição. Talvez haja uma explicação para isto (tem de haver). Convinha contudo que esta questão fosse esclarecida, pois ela é a grande causadora da contestação ao projecto. Pelo que percebi (desmintam-me se assim não for), segundo o Movimento de Defesa o projecto poderia ir para a frente se não houvesse qualquer nova construção nos jardins do Palácio.
Ainda em relação aos Aliados. A beleza tem um quê de subjectivo e um quê de objectivo. Tal como muito pouca gente consideraria a Diana Chaves uma mulher feia, muito poucos diriam que a antiga Avenida dos Aliados não era uma verdadeira obra de arte. As proporções, a escala, os jardins, a iluminação, tudo se conjugava muito bem, tornando o espaço acolhedor e bem português. Em vez de andarem por aí a hastear bandeiras monárquicas, era bem mais interessante se começassem a mudar o nome das ruas. Quem é que arranja uma placa (das modernas!) da Av. dos Feirantes? Felizmente em ambiente urbano poucas coisas são completamente irreversíveis. As árvores demoram a crescer mas vão crescendo; os jardins são betonados ou granitados mas podem vir a ganhar vida de novo; e as aberrações urbanísticas daqui a meio século poderão alimentar uma pujante indústria da desconstrução. Teremos, pois, de aguardar melhores dias, e de lutar por isso.
Não necessito de palavras, as imagens falam por si.
A antiga Av. Aliados e a de hoje com o famoso tanque.
Caro José Ferraz Alves
Não tenciono criar discussões e lamento que se tenha sentido ofendido pela utilização da expressão "(des)informação" na minha mensagem de ontem. Se procurar um fundamento para a projecção das imagens de animais seguramente o encontrará nas medidas compensatórias. Até o Lince Ibérico podia vir projectado numa barragem, mas não me parece relevante nem adequado discutir as estratégias de comunicação e publicidade utilizadas seja por que empresa for... Apenas falei em (des)informação porque algumas das informações que referia o eram na realidade. A zona da foto não será submersa e a parede não terá 200 metros de altura.
Quanto ao desenvolvimento da região pela ligação da linha do Tua à linha do Douro e posterior ligação a Sanabria e Madrid, seguramente terá mais conhecimento sobre esse projecto do que eu. A verdade é que a linha funcionou muito tempo e não foi aproveitada para os efeitos que refere. E agora está desactivada há bastante tempo e a sua reactivação para fins comerciais também não é reclamada. O principal valor parece-me ser o do Património cultural/natural, que também a mim me dá muita pena perder... As promessas abandonadas depois dos factos consumados são verdade em alguns casos, mas é com a experiência que se aprendem as lições e se reparar existem na DIA de Foz Tua obrigações de dar continuidade, definir estatutos, elaborar planos de acção a largo prazo, fazer monitorização, etc.
Aproveito, porque partilhamos a visão de regiões mais fortes em lugar de um país centralizado, para lhe dar uma dica e fazer uma pergunta, que penso que podem ser úteis para o trabalho da Rede Norte.
- - Seria importante que organizações como a vossa pudessem ter um papel activo nas consultas públicas deste tipo de empreendimentos, promovendo um papel proactivo mesmo fora da Blogosfera. No caso de Foz Tua por exemplo está prevista a criação pela EDP da Agência do Desenvolvimento Regional do Vale do Tua. Acredito que a Rede Norte possa ter sugestões de valor a fazer neste caso.
- - As quantias astronómicas pagas pelos donos das obras (EDP, Iberdrola, Endesa, por exemplo) por terem ganho o concurso (à parte de pagarem tudo o resto) não deveriam reverter para o desenvolvimento das regiões onde se situam as barragens? Se existisse regionalização isto funcionaria de forma diferente?
Uma nota para concluir, não percebi o porquê da inclusão das mini-hídricas, são realmente um exemplo (imagino que de um desastre nesses casos de que fala) mas não servem de exemplo para as barragens, nem da referência ao modelo eólico Dinamarquês porque na Dinamarca não há praticamente energia hídrica (0,2%) pelo que são obrigados a encontrar outras formas de aproveitar a energia eólica se querem atingir os 50% de objectivo que se auto-propuseram. Do ponto de vista de gestão do sistema eléctrico, as barragens são na verdade uma óptima solução.
Esclareço que não quis tomar parte de barragens, ecologistas, nem de empreiteiros ou empresas, apenas participei porque gosto de consultar este fórum onde por vezes são debatidos assuntos importantes para a nossa região e país. Pareceu-me importante esclarecer alguns pontos.
Com os melhores cumprimentos,
Nuno BJ
Caro Sr. Nuno Brito Jorge
Agradeço a sua opinião, que respeito. Convenhamos parecer-me que a falta de respeito por outras opiniões, as das populações locais, as que ainda existem, tem sido característica bem nos genes de quem está a brincar com um país e com uma natureza que não são propriedade sua. Não resisto a confessar que não gostei da referência que faz a (des)informação, quando temos do outro lado campanhas publicitárias de projecção de vida animal e natural nas paredes de betão das barragens e ainda por cima pagas pelas próprias compensações que a EDP concedeu atribuir ao desenvolvimento artístico e cultural das populações afectadas pela sua construção, conforme reconhecido por um administrador da sua Fundação Social, em entrevista ao Semanário Sol que guardo como prova. Ou a actual promessa de dezenas de milhar de postos de trabalho para uma sub-região já polvilhada de barragens e que é a mais pobre da UE 27.
Com um pouco mais de detalhe, e reconheço que com mais coração do que razão, escrevendo a muitos kms de distância, informo que a Rede Norte já colocou no terreno as competências que tem na blogosfera para poder vir a apresentar, se o entender, uma posterior resposta mais fundamentada e que a vincule, pelo que os pontos seguintes são da minha responsabilidade pessoal;
1. Parece-me irrelevante se a distância são 1.000 metros, pelo menos reconheça-nos que fomos ao terreno e é lá que se vê o impacto na natureza, não nos gabinetes de uma qualquer capital do império, via Google. Já chegava termos jornalismo feito via Google, só faltava virmos a ter os nossos projectistas e engenheiros a seguir este exemplo. Porque sobre os decisores não tenho dúvidas da distância que os separa da realidade.
2. Já agora, há quem resolva o problema de sub-utilização das eólicas sem precisar de construir barragens. Via Google, podemos encontrar o exemplo Dinamarquês e a rede de alimentação das baterias de veículos eléctricos.
3. No comentário que é feito, já se reconhece uma confirmação gravíssima, que já me foi entretanto transmitida, a da submersão da via ferroviária, à cota indicada. Se a linha do Tua tiver o seu acesso cortado à do Douro, isso vai significar a sua morte.
4. O que interessa ter uma linha não submersa a jusante da que se reconhece vir a sê-lo? Para museu ferroviário, com simulações virtuais da YDreams? A ligação à linha do Douro é vital para a ligação à do Tua e daí para Bragança e Puebla Sanabria e 1h30 de Madrid. Para desenvolver a região.
5. A oferta de camionetas e de táxis já é bem conhecida de varias populações que passaram pelo mesmo que vão querer fazer ao Tua, bem como a sua posterior extinção uns meses depois. Conversa do costume, para evitar protestos das populações. Depois do facto consumado, já ninguém quer saber de nada.
6. A luta jurídica pelo que é o espírito e a letra da lei também já é bem conhecida, mas aí pelo país todo, e já nos preparamos para saber que transportar pessoas em barcos e por estrada tem o mesmo efeito na esfera de utilidade dos utilizadores do que por caminho de ferro. Sobretudo quando temos quem defenda investimentos para se ir namorar a 40 kms/hora pelas estradas do Douro.
7. Sobre benefícios das barragens, saiba que estou profissionalmente a trabalhar num excelente exemplo, o oposto, de águas que foram mortas por mini-hídricas e que agora se pretendem reconverter para destino turístico, por isso saiba que, não sendo um ecologista, fiquei profundamente revoltado com o que vi, cheirei e não ouvi, porque está tudo morto.
8. Aceito que o muro de betão só tenha 100 metros de altura e espero que os mesmos efeitos visuais da campanha televisiva, sendo que será bonito ver o muro a fazer uma curvatura, quem sabe capaz de ganhar um qualquer Nobel da engenharia civil e hidráulica, capaz de rivalizar com o Património de Humanidade da Unesco que se coloca em risco.
Cumprimentos
José Ferraz Alves
- Jornal de Negócios Online - "O Banco Carregosa (sede no Porto) vai abrir uma sucursal em Madrid até ao final deste ano, revelou ao Negócios Pedro Duarte, presidente executivo da instituição financeira."
José Ferraz Alves afirmava há dias, em entrevista à RTV, que havia poupança nos balcões bancários do interior Norte que não eram canalizados para projectos locais. Sugeria a criação de um Banco Regional. Ora, o que acontece na realidade é que um banco de investimento sediado no Porto trata de abrir sucursal em Madrid e internacionalizar-se em vez de rumar ao interior Norte. O mesmo dilema preocupava, há dias, Rui Valente e Rui Farinas relativamente à Sonae. Provavelmente, Belmiro emprega mais lisboetas do que portuenses. Porquê esta aparente contradição? O problema destes amigos bloggers é que não compreendem que a actividade económica pode ser dividida de várias formas e uma delas é a divisão considerando a origem territorial da procura. Neste caso teríamos os sectores dependentes da procura Local/Regional e sectores dependentes da procura Nacional/Internacional, isto é, fora da região onde está situada a empresa / negócio / organismo. Exemplifiquemos.
Sector de procura Local/Regional:
- - Transportes, públicos e privados, de passageiros e mercadorias, com rede local/regional (taxistas, STCP, TUBraga, Internorte, Metro do Porto, Aeronorte, TransMaia, etc);
- - Hospitais, clínicas, médicos e afins independentes, públicos ou privados (ex.: Hospital da Trofa);
- - Portos e aeroportos individuais;
- - Comércio local, restauração, farmacêuticos individuais;
- - Ensino (Infantários, Escolas, Universidades, públicos ou privados;
- - Pequenos promotores imobiliários, empresas CCOP, e gabinetes arquitectura/engenharia (grande parte dos leitores d'A Baixa do Porto);
- - Clubes desportivos locais;
- - RTV, PortoCanal, BragaTV, DouroTV, rádios locais, semanário Grande Porto, Diário do Minho, imprensa local, etc;
- - Proprietários de imóveis (via valorização da propriedade e possibilidade de arrendamento) e empresas gestoras de condomínios;
- - Delegações locais dos fornecedores Bens e Serviços não Transaccionáveis (sucursais de bancos, seguros, energia, telecomunicações, correios, repartições de finanças, e da segurança social, lojas, super e hipermercados individuais, etc);
- - Independentes ou pequenos contabilistas, advogados, auditores.
Sector de procura Nacional/Internacional:
- - Grandes promotores imobiliários e lobby betão (Soares da Costa, Mota Engil);
- - Grandes cadeias de distribuição (Sonae);
- - Hotelaria;
- - Exportadores;
- - Sede dos fornecedores de Bens e Serviços Não Transaccionáveis (Bancos, GALP, EDP, PT, ZON, CTT, BRISA, Administração Central, etc)
- - Grandes contabilistas, advogados, auditores, consultores (PWC, Accenture, A Vieira de Almeida, etc)
- - Sede dos grupos de saúde e administração central da saúde;
- - FCPorto, Sporting, Benfica;
- - TVI, SIC, RTP, Antena 1, Público, JN, DN, etc.
- - Transportes de passageiros públicos e privados, passageiros e mercadorias de âmbito nacional (Luis Simões, TAP, CP, etc)
A Blogosfera Regionalista, a Rede Norte, os cidadãos legitimamente interessados e preocupados com o seu futuro no território onde actualmente vivem, têm de perceber de uma vez por todas que é impossível esperar dos agentes económicos cujo mercado é Nacional/Internacional qualquer sensibilidade para a equidade no desenvolvimento territorial. Para eles, naturalmente, não interessa onde está situada a procura ou a riqueza. Se querem solidariedade, se querem convencer alguém, se querem apoio, têm de se orientar para todos aqueles que estão no primeiro sector. É este o nosso mercado. É importante distinguir o trigo do milho para evitar raciocínios em «loop».
José Silva - Norteamos
Retirado do Anexo I. Mostra claramente (no meu humilde entendimento) que as receitas das SALAS ANEXAS não estão contempladas na Tabela referida no post anterior. Os banquetes e catering, onde poderia haver a tentação de presumir que fossem destinados às SALAS ANEXAS, terão lugar na SALA PRINCIPAL, como se pode constatar na pagina 26 do referido documento.
Cumprimentos,
Armando Alves
Os que cuidam que o Porto tem o exclusivo dos mergulhos em tanques com design de autor que se desenganem. Como podem ver na imagem, estes garbosos moços desfrutaram – e muito bem -, no passado domingo, da frescura das águas da doca dos Olivais na ex-Expo98. Tanto os de cá como de lá são malta rija: não há estafermococos que os assuste :-)
Olá,
Na passada quinta-feira (13 de Agosto) publicou-se neste site a seguinte informação:
"A barragem do TUA vai ficar na zona desta fotografia. Fica na Foz do Tua onde este rio se cruza com o Rio Douro. Mesmo que a barragem tenha a cota mínima, os primeiros 15 Km ficam debaixo de água. É o que iria acontecer no troço da via que se pode ver nesta fotografia. Aos senhores da Douro Azul: quem estiver no Rio Douro, nos barcos, passa a ver, do seu lado, um gigantesco muro de Betão com mais de 200 metros."
Não escrevo por ser nenhum fundamentalista de barragens (apesar de acreditar que são uma boa forma de amenizar para problemas ambientais e geo-políticos - alterações climáticas e dependência energética) mas porque me parece importante fazer alguns esclarecimentos. Qualquer um, que ficasse alarmado como eu depois do que aqui li, o poderia ter feito caso consultasse o processo de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) da barragem do Foz Tua disponíveis no site da Agência Portuguesa do Ambiente. Considero muito importante o papel que organizações como a Rede Norte podem ter na preservação do património e planificação política, territorial e urbanística da região Norte, mas este tipo de (des)informação parece-me capaz de gerar polémica e alarmismo desproporcionados.
1 - A barragem do Foz Tua fica a 1100m da foz do rio Tua e esta foto parece ser tirada a uma distância menor. A paisagem apresentada continuará a existir uma vez que está a jusante da barragem, onde a sua construção não tem qualquer impacto visual. (no EIA)
2 - O troço da linha mostrado na fotografia, pela mesma razão (estar a jusante da barragem), continuará sem ser submerso. (no EIA)
3 - É verdade que 15km de Linha ficam submersos à cota que foi autorizada (NPA170) mas trata-se da zona a montante da barragem. Está em estudo a possibilidade de desenvolver uma nova linha de comboio que assegure o transporte completo. A alternativa apresentada em EIA é uma solução de transporte multimodal para turismo (com passeio de barco a fazer o percurso entre a barragem e o primeiro apeadeiro não submerso a montante - Brunheda). Para as populações, a solução é o transporte colectivo de pequenas dimensões que permita uma maior oferta de deslocação às povoações da região. Na minha opinião, melhora as condições de mobilidade dos cidadãos. (na DIA)
4 - O muro de mais de 200 metros é um dado que nem sei onde foi encontrado (imagino que no projecto prévio). A cota autorizada foi 170, o que implicará uma altura de perto de 100m. (DIA/EIA)
5 - Para quem viaja num barco da Douro Azul, realmente verá a paisagem afectada, mas por uma parede de dimensão mais pequena que o referido e que não será visível na totalidade devido à curvatura do leito do rio Tua. Basta consultar no Google Maps. A barragem fica praticamente à latitude de Fiolhal.
Cumprimentos,
Nuno B J
Já é de 21 de Julho mas só hoje encontrei esta notícia "Transporte gratis para los menores de 12 años en Cataluña" a partir do blog "Ondas3"
"Entra en vigor la tarjeta de transporte T-12 que permite hacer gratuitamente un número ilimitado de viajes en la red de transporte público a los niños y niñas menores de 12 años."
Lembrou-me as propostas que apareceram por aqui há uns tempos...
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blog.osmeusapontamentos.com
Meus caros
Lamento discordar, mas ainda bem que temos o tanque na Av. dos Aliados aberto! Porque em toda a cidade do Porto, para além da piscina de Campanhã (que é ao ar livre e fecha às 18:30), é de facto o único local onde se podem dar uns valentes mergulhos e, se tiverem uns braços curtos, umas braçadas! Não estou a contar com o lago dos Leões nem com os acrobáticos saltos da Ponte D. Luís, pois esses estão normalmente reservados para os caloiros ou para os mais destemidos. Vale-nos ainda a esperança de que em 2015 ou 2020 todas as praias da cidade tenham bandeira azul!
Portanto compreendo perfeitamente a opção dos arquitectos e do presidente da CMP. Encontrando-se quase todos os equipamentos municipais encerrados (presume-se correctamente que os portuenses fazem todos férias, e todos ao mesmo tempo), resolveu-se remediar a situação colocando um tanque na principal avenida da cidade. Seria interessante (digo eu) espalhar a iniciativa por outros locais do burgo, já agora. Aqui na Boavista, por exemplo, não existe nenhuma fonte nem tanque onde eu me possa refrescar, o que é uma vergonha!
Segundo fontes anónimas da CMP (desculpem, mas não posso referir nomes), prevê-se para breve a concessão do tanque dos Aliados (isto agora está a virar bélico!) a um privado - que fará o tratamento da água. Até lá teremos de aguentar a corzinha verde e a bicharada que gosta daquele caldo, mas em breve tudo estará resolvido. Claro que será um privado, mas vindo desta autarquia não se esperaria outra coisa...
Bons mergulhos,
Nuno Quental