2009-05-17
Por impossibilidade da Arq.ª Manuela Juncal, a sessão de hoje à noite sobre o PDM de Gaia fica sem efeito.
A Campo Aberto pede desculpa e agradece a compreensão, embora seja completamente alheia a esta situação.
Cumprimentos
Nuno Quental
(pela Campo Aberto)
Li com muito interesse o artigo do JN escrito pelo Tiago Azevedo e escrevo a propósito da “sugestão”: “exijamos aos candidatos a presidente das câmaras do Porto, de Gaia e de Matosinhos que preparem a fusão destes três concelhos, nem que seja como etapa inicial de uma posterior reorganização territorial mais vasta.”
Está aí um tema “fracturante” com qualidade: esteja-se ou não de acordo, implica uma resposta à questão do “somos capazes de nos governar localmente?” sem cair na “conversa mole” do referendo nacional a propósito da regionalização (ainda que seja previsível um referendo às autarquias envolvidas para obter o acordo das populações envolvidas).
Sem pretender riscar nada sobre o tema, também posso imaginar que o modelo autárquico para uma “super-câmara” como a proposta não poderá ser semelhante ao actual. E daí levantarem-se muitas mais questões e polémicas. Se a proposta for levada a sério temos debate para uma década…
É de desafios assim que a campanha para as autárquicas poderá ser clarificadora do pensamento político das distritais partidárias, dos autarcas de 1ª e 2ª linhas e da “sociedade civil” das respectivas paróquias.
Um abraço
Pedro Freire de Almeida
(aka pepe in novo mundo)
Como publicitado no site da Campo Aberto, a Arq.ª Manuela Juncal, coordenadora do novo PDM de Vila Nova de Gaia recentemente sujeito a discussão pública, apresentará hoje, sexta-feira, 22 de Maio, pelas 21:30, as principais características do plano, incluindo a sua estrutura ecológica, rede viária e as unidades de planeamento definidas. Acompanham a Arq.ª Juncal a Eng.ª Paula Ramos e a Dra. Vilma Silva, ambas técnicas da Gaiurb.
Esta será mais uma oportunidade para ficar a conhecer e debater o que está previsto para aquela que é actualmente a segunda maior cidade do país - em termos populacionais - cujo crescimento deve, por isso mesmo, ser cada vez mais acompanhado activamente pelos munícipes. A apresentação/debate decorrerá na sede da Campo Aberto, sita na rua de Santa Catarina, 730 - 2º Dt.
Nota: 1 pnd - participação nas despesas (a fixar pelo próprio a partir de 1 euro por pessoa) deve ser deixada na mesa de entrada da sessão, em local para o efeito identificado, o que desde já se agradece.
Com tanto "Metro no Parque da Cidade" quase passa despercebido o seu excelente artigo de opinião no JN de hoje.
Simples, claro, sucinto, directo e eficaz! Parabéns!
Estou em plena sintonia com tudo o que diz.
Correia de Araújo
--
Nota de TAF: Obrigado! :-)
Tenho lido, com muito agrado, os posts relativos à polémica travessia do metro no Parque da Cidade. Não vou dizer-vos aquilo que penso sobre o assunto, até porque ainda não tenho uma opinião formada, mas deixo-vos com alguns registos daquilo que têm sido as propostas para esta área da cidade:
- 4 projectos.
Sexta e Sábado decorre, no Auditório de Espinho, a segunda edição do Festival Tonalidades. Dia 22 com Dead Combo e Mandrágora e dia 23 com Norberto Lobo e Azevedo Silva. O bilhete para um dia custa 7 euros e para os 2 dias 10 euros e os concertos começam às 21h30. Mais informações no blog do Auditório de Espinho.
Dia 22
Concerto na Tertúlia Castelense (R. Augusto Nogueira da Silva, 779, Castêlo da Maia), a partir das 22h30, com os artistas folk Kimya Dawson e Karl Blau e o músico country rock Angelo Spencer. Bilhetes a 8 euros.
Dia 23
Artesanato Urbano no Parque, no Palácio de Cristal, das 10h30 às 19h00 com a participação de Mané pupo, Pontos e linhas, Ginger Button, Helena Rocio Janeiro, Bola de Neve, Walk the Dog, Anónimo, rã artesanato, Catrela, Micas, Papoilamenina, magia da cor, Cherry Doll, EdnaPimentão, Cátia do Carmo, Birra de sono, Pinta-Pau, Simão Bolívar, Corticite aguda, Miglinha, De.Feito, Coquette Lab, Winkiemoon, Daniela Pereira, xi coração, Tar..ta..ru..ga, margarida de pé alto, ponto+ponto=nó, Suspiro de cor, PartesdeArtes, LPbags, Miosotiis, Tomatorosato, Feito à mão, Mãos e art, Entrelinhas, Felt In Me, rosa chique, Papelíssimo, Molho de Manga, Bis-Now by AR, Ema Carneiro, Buffet d'artes, Ingride Barroso, a mania da Maria, Petit Mignon, Rita Vaz Origami, Perpétua, Cabeça Negra, Guapa Morena, Coração de Papel, Pirolices, Maufeitio, Joana Nave e Aida, Spurifactus, Graçola, Amanda, graodeareia, Acessórios Moda Balão, Boneca diPano e Sra. Borboleta.
Inauguração da exposição de Craig Atkinson, "Invasion”, na Galeria Dama Aflita (R. da Picaria, 84, Porto), pelas 17h00.
Concerto de jazz de Stancey Kent incluido no ciclo Jazz no Porto que se realiza no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O concerto tem início às 22h00 e os bilhetes custam 20 euros.
Quem gostar de vaudeville, burlesco, swing e música dos Balcãs pode fechar a noite no Gipsy Hotel, um espectáculo que decorrerá no Plano B (R. Cândido dos Reis, 30), com um concerto dos Country Dust, dj set de Paul-Ronney Angel, e actuações de Miss Lalla Morte, The Baron and Missy’s Misadventures, Missy Macabre e Lady Ane Angel.
Caros Arquitectos e afins,
Eu que não sou arquitecta, nem trolha, nem engenheira, posso dar minha humilde opinião?
Eu trabalho na Maia e vivo no Porto. A viagem de metro entre o Porto e a Maia (zona industrial) faz-se em 40 minutos. Há que acrescentar a este tempo 10 minutos a pé que demoro a percorrer entre a estação de metro e a empresa. De carro tudo isto faz-se em 20 minutos. E porquê? Porque o metro em vez de enterrado anda na superfície, como um caracol. Ah e tal, as vistas são melhores... Quem anda a passear aprecia as vistas, mas quem anda a trabalhar tem de chegar (e sair) depressa do trabalho. Ora, já para não falar do (discutível) transtorno em fazer passar o metro à superfície no Parque da Cidade, a população quer um meio de transporte eficiente!
Por isso, subscrevo completamente o que dizem os Srs. Rocha Antunes e Nuno Quental. E não é preciso ser arquitecto. Nestas questões, devia imperar o bom senso... Mas, quem sou eu...
Vânia Castro
Muito recentemente a Ferrovial, que ganhou o concurso há apenas 3 anos, foi obrigada pela entidade do Reino Unido responsável pela concorrência a desmembrar a Empresa. Ou seja, se percebo bem, cria-se um monopólio nos aeroportos e depois uma entidade responsável pela concorrência passa a fiscalizá-lo… Entretanto, a privatização do BAA – Bristish Airport Authority deverá ir parar a tribunal. A Ferrovial discorda de todo este processo, acusando os britânicos de hostilidade.
Mas a quem interessam estes processos contra naturais?
Em Portugal, a posição, à luz de quem a criou, tem sido proclamada como sendo bem diferente, isto porque a privatização é apresentada como apenas parcial… Ou seja, se percebo bem, para além da necessidade de gerir os conflitos público-privados vamos-lhe acrescentar os dos diversos minoritários que se juntarem no capital da ANA…
Em tudo, até para a vida não parecer tão penosa, eu procuro encontrar o seu lado positivo. Se calhar, dado o peso que as Instituições ligadas à formação de advogados têm no país - que são mais um exemplo da leveza que pomos em tudo, inclusive na formação superior, dado que engenharias, químicas, físicas, biologia, medicina, exigem outros investimentos humanos e materiais - e o extenso leque de profissionais que são continuamente despejados no país, só podemos aplaudir processos que sejam potenciadores do combate ao desemprego nesta área profissional.
Do meu ponto de vista, contudo, este processo consegue ter um factor ainda mais complicado. Ou seja, a BAA foi vendida à Ferrovial em Junho de 2006. Para garantir a gestão dos aeroportos de Londres (Heathrow, Gatwick, Stansted) e Escócia (Glascow, Edimburgo e Aberdeen), Southampton e Nápoles, a Ferrovial pagou 14,7 mil milhões de euros e teve de efectuar significativos investimentos em segurança dos aeroportos, para os quais se teve de endividar. E aqui entra o processo de formação de preços, ou seja, das receitas para pagar tudo isto. Em 2008, a Ferrovial passou a ter novas dificuldades devido ao novo regime tarifário que passou a ser aplicado nos aeroportos britânicos, o que a obrigou a renegociar dívidas.
Concluindo, esta ideia de, em Portugal, se favorecer quem vai apresentar no processo de privatização tarifas mais baixas, demonstrando falta de conhecimentos de gestão, só pode vir a redundar num desastre posterior, mas num forte combate ao desemprego da classe de advogados e juízes…
Novamente, a ACdPorto reforça que a única saída natural e sustentada que vê para todo este processo é a criação de uma Parceria Público Privada Auto-Regulada de acordo com os princípios das Empresas Sociais defendido por Muhammad Yunus. A propriedade dos aeroportos, e para o que nos interessa, a do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, deverá ser da Junta Municipal do Porto – enquanto não temos o Governo Regional do Norte – e de um conjunto de empresas privadas com know-how para a sua gestão. Estes investidores não podem receber o retorno do seu capital pela via de dividendos mas só a remuneração e recuperação do capital investido, a uma taxa de rentabilidade justa e previamente definida. Entretanto, os success-fee da sua gestão estarão subordinados ao cumprimento de metas de desenvolvimento regional, medida por indicadores com exportações, emprego, investimento, fluxo turístico, etc..
... após a recuperação do capital investido pelos accionistas, o aeroporto poderia a ser a fonte de rendimentos para as acções de desenvolvimento da região, a sua caixa de dinheiro para estes propósitos ...
Caro Zé Pulido,
Gosto de te voltar a ler por aqui. O nome que deste à coisa da Rotunda de Matosinhos, o coador, está magnífico. Como és um homem das artes deves saber que aquele edifício ao lado, ao qual alguém um dia chamou transparente, foi encomendado para ser mesmo aquilo, uma coisa sem outra função que não a que de fazer, tanto quanto me recordo, o "remate do parque com o mar". Já não me lembro bem quem encomendou a coisa, mas é tudo gente que está por aqui e que há uns anos se transformaram nos campeões do "assobiar para o ar" porque sempre que se discute o assunto nunca baixam ao terreiro para "defender a sua dama". Lembro-me do Arq.º Solá Morales ter vindo ao Porto de propósito para confirmar a encomenda que lhe tinham feito porque não tinha entendido bem e lhe parecia que o edifício não servia para nada. Os encomendadores esclareceram o ilustre arquitecto: servia precisamente para o tal "remate do parque com o mar". Lembras-te disto? É que essa coisa custou muito dinheiro e foi feita de propósito, ao contrário do que hoje se possa pensar. Não se poderá simplesmente demolir a coisa?
Depois há aquele pequeno detalhe, que todos olimpicamente evitam, de estarmos a falar de terrenos privados que foram expropriados mas que, ao que sei, ainda não foram pagos. Vamos ver qual é o custo final para os cidadãos do Porto e nessa altura fazemos o balanço das opções tomadas.
A melhor forma de fazer o atravessamento do metro pelo Parque da Cidade é através de um túnel na zona onde o impacto seja menor e que garanta que a fruição do parque em nenhum momento é beliscada, a não ser durante as obras, evidentemente. Além de um impacto nulo, garante-se uma ligação eficiente porque rápida entre o centro de Matosinhos e o centro do Porto. Este factor tem sido muito sacrificado à fantasia da circulação à superfície em meio urbano, mas se o metro não for eficiente, e isso quer dizer rápido, não passa a ser a alternativa desejada ao trânsito automóvel. E o seu custo não é significativo, já que presumo que o enterramento se pode fazer em trincheira, o que não exige nenhuma tuneladora.
Abraço
Francisco Rocha Antunes
Nuno,
Mai nada... Assim é que falar.
Arquitecto Pulido Valente, espero que o repto seja aceite. Senão depois não lhe pode chamar “fanático”. Se me quiser convidar para a apresentação, teria todo o gosto em estar presente.
Obrigado a todos
Diogo
Arquitecto, fica desafiado a fazer um esquiço do que poderia ser essa proposta!
De facto não tenho formação em arquitectura, por isso teria muito gosto em aprender consigo. Acho esse tipo de exercício muito interessante para sermos capazes de fazer boas opções. Mesmo quem não tem formação em arquitectura é capaz de olhar para desenhos e avaliar a qualidade das propostas.
Um abraço
Nuno
Caro Nuno,
ainda bem que sabes ler e compreendes aquilo que se escreve. Como dizes a ligação entre o parque e a orla marítima está f...eita mal e porcamente o que quer dizer que não existe pois tudo o que referes, edifício não transparente, viaduto, e a via de circulação automóvel e não só, impedem a franca e aprazível continuidade do parque até à borda da água.
Portanto não percebo como foi possível não compreenderes que a solução do metro encostada a estas tragédias não vai prejudicar e até, PODE, ó quem dera! ser uma oportunidade para se arranjar solução melhor para a ligação do parque ao mar.
Se calhar não compreendeste porque não podes imaginar uma solução já que não tens formação nestas áreas. Repara que é uma situação geral e que quando se fala em cidade as pessoas geralmente imaginam o que já viram e não o que poderiam antever. Por isso a conversa sobre arquitectura é tão difícil já que a linguagem abstracta não é comum aos que conversam.
Abraço
Lembrava-me de ter lido isto na altura da discussão do metro da Boavista (o qual pessoalmente continuo a defender, como todas as outras linhas possíveis para criar um sistema realmente integrado que me permita deixar o carro em casa) e uma pequena pesquisa na net confirma-o:
- Viaduto do metro sobre parque continua a dividir Câmara do Porto, 24 de Novembro de 2004
"A apresentar este «desenho final» da linha da Boavista esteve Oliveira Marques, presidente da comissão executiva da empresa, que acusou algum mal-estar junto do executivo ao afirmar que, enquanto presidente da STCP, e por alturas do lançamento dos projectos referentes à Porto 2001 e ao Polis, chegou a aconselhar o então presidente da câmara, Nuno Cardoso, para a necessidade de o actual viaduto sobre o parque poder vir a ter um tabuleiro mais largo que contemplasse a circulação do eléctrico nos dois sentidos, além da circulação rodoviária. Mas, diz Oliveira Marques, «a sugestão caiu em saco roto». Agora, «haverá esbanjamento de dinheiro porque a colocação do metro no viaduto não é possível»."
A discussão sobre o trabalho do Dr. Rui Rio na Câmara dava para um livro, nem tudo foi bom nem tudo foi mau, mas aqui parece que a culpa vai mais atrás!
Um abraço,
Frederico Torre
Bons dias, tardes, noites
Esta proposta de atravessamento do metro no Parque da Cidade é bem reveladora do modo de pensar cidade por parte dos nossos governantes e alguns dos nossos cidadãos. Já repararam que para construir um mamarracho tenebroso em frente ao mar que nem se sabia muito bem para que serviria não houve a mínima dúvida (e a novela que foi passar uns anos a coçar a cabeça a pensar que uso poderia ter... ridículo - constrói-se sem saber mas não há problema), mas agora para tentar manter um parque fabuloso e o nosso único é preciso levantar tanto alarido? Mas onde chegamos?
Não se acha anormal construir pontes pedonais a 200 metros de outra ponte, nem prédios a tapar a vista de mar de um parque urbano nem mais uma via a cortá-lo. Não, isto é tudo normal. É apenas o betão a seguir o seu sagrado curso.
Concordo com tudo o que o Nuno Quental disse. Aliás, fundamentalista é achar que não podemos nem devemos nos opor a mais um projecto que vai cortar mais uma porção dum parque fantástico. É para isto que o parque foi construído? Para ser um terreno mais ou menos bem relvado à espera de ser urbanizado num futuro mais ou menos próximo, em porções mais ou menos extensas? Não. Não foi para isto. O parque é um património valioso de toda a cidade e não está a crescer. Nem deve ser diminuído de modo algum.
Uma faixa em cada sentido é mais que suficiente para os carros que passam na marginal. Se não podem passar a 90 km/h, vão mais devagar, aproveitam e cumprem o limite de velocidade. E sempre podem atravessar de metro. Não é aceitável que por causa de utentes de transportes individuais que não aceitam perder mais uns minutos a usar uma estrada alternativa, ou a atravessar o parque usando o viaduto actual, tenhamos nós todos, tripeiros, matosinhenses, turistas, etc, de sofrer mais uma amputação do espaço verde. Aliás defendo que a instalação do metro deverá ser acompanhada de medidas que desincentivem o trânsito na marginal. O parque, a marginal e as praias são bens preciosos que temos para usufruir e para oferecer a quem nos visita.
Já chega de termos vias rápidas em frente a casa em vez de ruas agradáveis, canteiros em vez de parques, estradas com passeios em vez de ruas com vias. Temos de exigir aquilo a que temos direito!
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Nuno Miguel Gabriel Coelho
Ottawa - Carleton Institute for Environmental Engineering (OCIENE)
Infelizmente a vida é cheia de histórias da carochinha, do capuchinho vermelho, de uvas verdes, etc. e nós Portugueses em geral somos muito dados a estas coisas e então quando entram Autarquias, Políticos e "fauna" parecida, nem se fala...
Acrescento mais uma história da carochinha a esta linha do metro: e o circuito da Boavista, não dá com carris, certo? Já não se lembram que para a primeira corrida foram retirados os que lá tinham sido instalados?
Melhores cumprimentos
Paulo CA
Acredito que muito da actual situação reportada ao possível atravessamento do Parque da Cidade, à superfície, pelo Metro, se trata de mais uma orquestração política visando denegrir a imagem do actual Presidente da Câmara no actual quadro eleitoral. Sinceramente não acredito que o Dr. Rui Rio pactue com isso.
De referir não ter, nem querer, nenhuma procuração para o defender quanto a este assunto. E a prova disso é sempre ter sido muito cáustico, lhe ter dito pessoalmente e escrito em fóruns, para além de ter andado a recolher assinaturas, que de modo algum concordava com o Metro na Avenida da Boavista.
Cumprimentos
Jorge de Oliveira e Sousa
Vivam
Para mim é completamente óbvio que querer construir um atravessamento para o metro pelo meio do Parque da Cidade é mais uma manifestação grotesca do desrespeito pelos espaços verdes por parte de quem nos administra ou de alguma forma gere o território. Para esses, políticos e decisores "mangas de alpaca" e também para os arquitectos (paisagistas incluídos), os parques, à semelhança dos espaços naturais agrícolas ou florestais, não passam de espaços vazios que devem estar sempre prontos a receber o betão de braços abertos.
Soluções há muitas e melhores, parece é que as melhores soluções são sempre as primeiras a ser postas de lado.
Túnel? Porque não. Colocar o metro no viaduto existente? Com certeza que sim. Toda a gente bem intencionada sabe que é possível fazer isso retirando ou uma fila de trânsito num dos sentidos, ou suprimindo os passeios ou colocando passeios metálicos suspensos sobre as laterais do viaduto. Soluções há muitas, mas o que também há, parece, é um gosto, quase mórbido, de estragar os espaços verdes e os espaços naturais. A continuar assim, de construção em construção, daqui por dez anos daquilo que foi considerado, à nossa escala, um grande parque, restaram uns quantos canteiros ridículos.
Abraço
Jaime Prata
Viva
O Arq.º Pulido Valente chamou-me de fundamentalista por me opor a um novo atravessamento do Parque da Cidade. Eu estimo muito o Arq.º Pulido Valente, mas já viram ao ponto a que chegámos? Também o Diogo Lencastre, colega de luta no então Movimento pelo Parque da Cidade, me lembrou os BMWs estacionados nas caves da Foz e Matosinhos Sul, e que pelos vistos têm maiores direitos do que... os portuenses! Como diria uma colega, "come on".
Quando pergunto "já viram o ponto a que chegámos" digo-o de forma séria. Não é só o facto de ser absolutamente legítimo ser contra um novo atravessamento do parque. Claro que isto não é ser fundamentalista, nem sequer se pode considerar na zona cinzenta do que é ser ou não ser fundamentalista. Mas adiante. Pior que isso é o facto de muitos de nós já terem interiorizado, talvez inconscientemente, que não vale a pena pedir muito, que tudo o que for um pouco além do status quo já é um excesso. Reduzimos e limitamo-nos sem darmos por isso.
Vale a pena voltar ao princípio, o famoso "thinking outside the box". Não é difícil. Imaginem um Parque da Cidade único (ou pelo menos raro) no mundo, ligado ao mar sem qualquer barreira e incluindo uma bela praia. Isto sim, seria qualidade de vida!
Mas o Parque, como aliás tem acontecido com as nossas belas praças (com os parques de estacionamento), tem sido pau para toda a obra. Foi o Pavilhão da Água (ok, nem é problemático, mas foi um começo); foi o edifício "transparente" (que criou uma gigantesca barreira entre a terra e o mar, que era o elemento mais distintivo do parque); foi o viaduto (que, enfim, até acabou por ficar bem integrado, mas era melhor que lá não estivesse); foi a pista do air bull. Acham pouco? Comparando com a visão idealista que expus acima, é muitíssimo! Estamo-nos a afastar muito do serviço que o Parque da Cidade poderia oferecer! Felizmente foi possível, até ao momento, evitar um golpe fatal que seriam as construções na frente da Circunvalação.
Uma nova travessia do Parque seria uma nova machadada. É por isso digo que é inaceitável e que é preciso desmontar esta estratégia de ir estragando as coisas aos poucos para que ninguém note e todos fiquem calados. Evitar mais danos torna-se assim um imperativo. Por outro lado, há que desdramatizar os problemas colocados pela solução que propus. A restrição do tráfego automóvel a uma faixa para cada lado no actual viaduto não é drama nenhum! Aquilo não é nem deve ser uma auto-estrada. É uma estrada marginal, e as zonas litorais devem ser destinadas prioritariamente para os peões. Vem nos livros.
Deixemos as histórias da carochinha de lado...
Seria interessante saber o que os candidatos à CMP pensam sobre este assunto.
Abraços a todos
Nuno Quental
Tem paciência! Não estás a ver bem a coisa. Tanto quanto parece a passagem do metro no parque será feita logo encostada ao viaduto na bordadura/margem do parque QUE JÁ ESTÁ MAL RESOLVIDA na medida em que impede o acesso directo FÁCIL de peões do parque à orla marítima. Há uma passagem por baixo do viaduto mas está num canto e em todo o resto da frente do viaduto (e da via que liga as rotundas do cavalo e do coador) à orla marítima está inviabilizado. Portanto a solução não será mais um inconveniente se se mantiver a passagem e será até, PROVAVELMENTE, melhor se criar mais ligações.
Um abraço, JPV
Vamos largar os fundamentalismos. Está bem? Pareces a igreja católica, e não só, com o papão do pecado...