De: José Oliveira Martins - "Ainda sobre financiamento para imóvel degradado e uma sugestão"

Submetido por taf em Domingo, 2009-02-08 20:43

Caros leitores, estive algum tempo sem visitar A Baixa do Porto (trabalho e vivo em Rochester, EUA) e eis quando retorno verifico que o meu post lançou uma discussão interessante no blog com eco e ampliação no JN. Desde já o meu agradecimento especial ao Tiago Azevedo Fernandes, Cristina Santos, Carlos Manta Oliveira, e Francisco Rocha Antunes pelos comentários, sugestões e experiências partilhadas, assim como à jornalista Carla Sofia Luz.

No meu caso particular, estou interessado em adquirir um edifício pequeno em mau estado, com dois pisos mais ático a que pretendo dar uma função híbrida de habitação própria e de gabinete de investigação musical (passo cerca de quatro meses por ano em Portugal). Trata-se portanto não de um projecto de “milhões” como refere Cristina Santos mas de algo significativamente mais pequeno; mas apesar de conseguir uma entrada inicial de 25-30% não consegui ainda obter financiamento para a compra do edifício. Refiro aqui o meu caso particular porque me parece poderá simbolizar uma fatia não menosprezável de potenciais habitantes do centro histórico. Calculo que, como eu, haverá outros profissionais que gostariam de morar e trabalhar no centro que estariam dispostos a reabilitar muitos dos pequenos edifícios para habitação própria, que dada a sua pequena dimensão não interessam tanto aos maiores investidores.

Sendo que a Porto Vivo tem protocolos de colaboração com várias entidades bancárias com vista à isenção de taxas e baixo spread, não seria possível alargar esta colaboração de modo a que a Porto Vivo SRU (ou outra entidade) entrasse como fiadora de potenciais clientes com bom crédito firmado com vista à compra de imóveis em ruínas para habitação própria (ou em alternativa, patrocinar um seguro de hipoteca para prédios em ruínas)? Com certeza esta é uma sugestão que traria alguns riscos aos cofres da SRU, mas parece-me que os benefícios aqui superariam em larga medida os potenciais riscos.

Cordialmente,
José Oliveira Martins