2007-08-19

De: Pedro Aroso - "Com Conta, Peso e Medida"

Submetido por taf em Sábado, 2007-08-25 22:57

Caro Jorge Ricardo Pinto

Num raio de menos de 500 metros, a cidade do Porto tem três edifícios notáveis:

  • 1. A Garagem do Comércio do Porto (Arquitectura Moderna).
  • 2. O Hotel Infante de Sagres (Arquitectura estilo Português Suave).
  • 3. O edifício do antigo jornal "O Comércio do Porto" (Arquitectura Neo-Clássica).

Sabe aquilo que têm em comum? Duas coisas:

  • a) Foram construídos sensivelmente na mesma altura.
  • b) Foram todos projectados pelo mesmo arquitecto: Rogério de Azevedo.

Para a História da Arquitectura da cidade, aquele que é realmente importante, é a garagem, porque esse é verdadeiramente inovador. Pessoalmente, também gosto muito do hotel. Não é por acaso que o Dr. Mário Soares o escolhia para pernoitar, sempre que ficava no Porto. Já o "Comércio", podemos compará-lo ao edifício da Câmara Municipal do Porto, ou seja, é mais um pastelão de calhaus, embora tenha sido muito beneficiado com a intervenção recente do arquitecto Jorge Teixeira de Sousa.

Em relação à Arquitectura Neo-Manuelina existente no nosso país, só me ocorre um bom exemplo. Refiro-me ao Hotel do Buçaco, mandado construir, se não estou em erro, pelo rei D. Carlos, como casa de apoio à coutada onde costumava caçar.

Eu era cliente do sapateiro a quem esteve alugada a Casa Neo-Manuelina. Era um tipo simpático e educado, com um ar muito aristocrático (uma mistura de lorde inglês com o Buffalo Bill). De vez em quando falava-me das negociações com o senhorio para deixar a casa. Tenho uma vaga ideia de ele me ter dito que só saía quando o senhorio se "chegasse" com trinta mil contos. Um dia fez questão de me mostrar o estado do interior. Devo dizer-lhe que fiquei espantado com o tamanho. A julgar pela aparência, sempre imaginei que a casa fosse muito maior. Concordo que o edifício tem interesse patrimonial, por isso mesmo votei favoravelmente a sua classificação. Mas não tenhamos ilusões: a sua recuperação só será viável se for encontrada uma solução que permita aumentar a capacidade construtiva do lote, apostando numa ampliação, com uma integração fortemente apoiada numa colagem por contraste.

De: Correia de Araújo - "Resquícios de Verão"

Submetido por taf em Sábado, 2007-08-25 22:53

Numa altura em que assisto a um verdadeiro, e deveras salutar, confronto de ideias a propósito da "Casa Neo-Manuelina", lembro-me do temor que entre nós vai existindo sempre que se fala num eventual empreendimento a erigir à beira rio ou à beira mar. Rui Rio é mesmo contra a densificação e a grande construção junto à marginal do rio Douro e, discorde-se ou não, tem-no afirmado e consubstanciado de forma inequívoca.

Noutras paragens parece haver quem defenda uma coisa e faça outra... a avaliar pelo que se vai edificar em substituição do mítico "Estoril-Sol", tantas vezes apelidado de anomalia urbana pela sua volumetria e pelo impacto que causava na paisagem urbana (vejam o vídeo até ao fim... porque, sem dúvida, dispensa mais comentários).

Bom... passando adiante, duas notas finais.

1) Em primeiro lugar para dizer que anuí à solicitação do Tiago Branco e subscrevi a petição por uma Base da Ryanair no Porto. Sinceramente, aconselho todos a fazerem o mesmo... porque, como tive oportunidade de deixar escrito num singelo comentário, "...é importante para o Porto, para o Norte em geral, mas também para a Ryanair". É certo que a Ryanair também tem as suas coisas (manias)... por exemplo, até há bem pouco tempo persistia em promover as entrevistas e os cursos para recrutamento de pessoal em Lisboa, quando é sabido que não tem uma única rota de/para Lisboa. Mas, tirando um ou outro detalhe, acredito que irão continuar a melhorar... e uma Base no Porto representará sempre uma mais-valia.

2) Por último, gostaria de saber se alguém me pode dizer algo mais sobre isto... designadamente se as salas estão em efectivo funcionamento.

Correia de Araújo

De: Jorge Ricardo Pinto - "Ainda a casa neomanuelina"

Submetido por taf em Sábado, 2007-08-25 21:20

Não concordo nada com a desvalorização patrimonial que tem sido feita por aqui à casa neo-manuelina da Foz. O pastiche e o “neo-qualquer coisa” são movimentos artísticos tão válidos como quaisquer outros, que obviamente têm que ser contextualizados, mas que respondem por vezes de forma perfeita à mentalidade e maneira de estar de uma época. Arriscando a crítica, direi mesmo que alguns desses exemplares são tão ou mais genuínos que a Sé com os seus novecentos anos, tal a confusão de estilos que o tempo lhe foi impondo, desde as torres românicas à rosácea gótica ao barroco da galilé ou às transformações do Estado Novo.

Mais ainda, apetece-me dizer que desde a Renascença que todos os movimentos são versões, réplicas, cópias, releituras de todos os anteriores. Se a casa da Foz é neomanuelina, o Museu Soares dos Reis é neopalladiano, ou seja, releitura dos textos de Andrea Palladio, a capela dos Pestanas na Rua do Almada é neogótica, e por aí fora… Nem me parece que essa reinterpretação seja necessariamente obra de um arquitecto saloio, como o Pedro Cameira aventa.

Já agora, também não concordo com o Pedro Aroso quando relativiza a sua importância histórica. Provavelmente aquela casa é um dos últimos exemplares de um certo estilo de vida da transição do século XIX para XX, aquando da criação da residência secundária na Foz, onde se vivia durante os seis meses mais quentes do ano, ou aquando da partida definitiva de algumas famílias para a Foz, vindas do Centro Histórico.

Poderemos não gostar da arquitectura, considerá-la de bom ou mau gosto, mas o seu valor é, em meu entender, importante, quer pela sua carga histórica, quer pelo valor paisagístico na actualidade. Uma frente de mar de uma cidade que quer figurar no top mundial não se pode dar ao luxo de deixar ao abandono aquela peça valiosa, oferecendo a quem nos visita uma paisagem urbana degradada e uma lamentável perda de identidade. Mas os exemplos são mais que muitos. Veja-se a ponte Dona Maria, com aproximadamente a mesma idade da casa da Foz…

Jorge Ricardo Pinto

De: Luís Gomes - "Casa Neo-Manuelina"

Submetido por taf em Sábado, 2007-08-25 15:56

Fico agradavelmente surpreendido com o feed-back que obtemos em blogs de discussão pública porque nos permitem corrigir ideias que temos e conhecer coisas, as quais desconheciamos... Pensando bem a casa não poderia ter 500 anos, fui "levado" pelas fachadas do edificio. Contudo, continuo a pensar que seria importante estimar e preservar o edifício, ou pelo menos dar-lhe uma solução que não passasse pela demolição para termos apenas mais uns metros quadrados de especulação imobiliária.

De: Pedro Aroso - "Casa Neo-Manuelina"

Submetido por taf em Sexta, 2007-08-24 19:16

Caro Luís Gomes

Na altura em que eu fui vereador na Câmara Municipal do Porto, recordo-me que o Arq. Gomes Fernandes, que então detinha o pelouro do Urbanismo, apresentou uma proposta, que foi aprovada por unanimidade, no sentido de classificar este edifício como sendo de interesse municipal.

Embora seja conhecida como Casa Manuelina, trata-se de uma obra construída no início do século XX, pelo que o seu interesse histórico é relativo.

De: Pedro Cameira - "Em resposta a Luís Gomes"

Submetido por taf em Sexta, 2007-08-24 19:09

Caro Luís Alexandre Gomes

Salvo o devido respeito, que é obviamente muito, creio estar equivocado quanto à idade da chamada “casa manuelina”, e temo estar eivado de um apuro estético bem diferente do meu mas, quanto a isso, cada cabeça, cada sentença.

No que concerne à idade do imóvel, não tenho grandes dúvidas estarmos perante um verdadeiro pastiche, certamente da responsabilidade de um qualquer emigrante retornado do Brasil em finais do século XIX e da autoria de um qualquer arquitecto saloio da altura, a quem terá sido encomendado um palácio “igual aos dos ricos”. Faz-me lembrar o edifício da Câmara Municipal do Porto, que acredito radicar a sua génese em inícios do Século XX e deliberadamente construído “à moda do antigamente”. Enfim, é a história das fábricas de móveis antigos: “Oh Faxavôr, o senhor faz camas Luís XIV?”

O problema da estética fora de tempo é, precisamente, o tempo, cujo decurso faz diluir a sua desadequação. É assim que olhamos para tais imóveis, como se de há mais de 300 anos ali estivessem, e como se não fossem uma piroseira pósdatada.

É certo que o enquadramento no qual se encontra a “casa manuelina” é uma desgraça. Prédios indiferentes na primeira linha de mar, com quatro, alguns mais, andares de altura, o que só contribui para realçar a casa, por mera comparação. Mas acredite, caro Luís Gomes, que estivesse a casa 2 quilómetros mais a norte e a sua inépcia estética seria ainda mais evidente. A questão não é só o facto de se tratar de um pastiche – questão que será consensual – mas peca também a casa por o estilo manuelino, já de si um pastiche do gótico, ser particularmente feio – o que, aqui, já dependerá do senso de cada um…

De todo o modo, seja qual for o fim que entenda dar à casa, bem melhor seria livrá-la dos rócócós que a inquinam.

Com os melhores cumprimentos,
Pedro Archer Cameira

De: Cristina Santos - "Só precisamos de quem precisa de nós"

Submetido por taf em Sexta, 2007-08-24 18:50

É lógico que ninguém consegue voar só por abanar abruptamente os braços, é preciso a máquina, a aerodinâmica, o motor. O Dr. Filipe Menezes bem pago, bem assessorado pelos interesses do Norte, pode fazer muito. Vamos imaginar que Menezes tinha financiamento, para pagar a quem tratasse da sua imagem, da sua voz, de actualizar a máquina, o que o impedia de concorrer com os outros?

O Norte tem ficado à espera do candidato ideal, quem espera não avança, temos que construir uma máquina política que inverta o rumo das coisas, temos que olhar para os políticos e servirmo-nos deles; se não os produzirmos, eles não existem. Apoiar Menezes ou qualquer candidato no Norte, é restruturar uma empresa falida. Pega-se no modelo, investe-se, aproveita-se o choque tecnológico, faz-se publicidade e produz-se. Qual é produto político que vendemos actualmente no Norte? Passarinhos. Vamos pegar nos passarinhos, investir neles para que se tornem produtivos e não uma fonte de despesa. Da produção depende o rendimento, nós desprezamos os políticos locais, e não atraímos políticos de fora, vale a pena continuar por esse caminho?

Temos 2 escolhas, Menezes ou Marques Mendes, apoio o Menezes, porque não? Acaso Marques Mendes quando se pronuncia no imediato faz melhor papel?

Por último, ainda não vimos ninguém como Menezes a liderar a oposição; é melhor experimentar os políticos quando estão nessa posição; era bom que nesta década tivéssemos um político do Norte a representar nacionalmente o País; «Isto pior não fica, melhor não tem por onde».

Já sabemos que os políticos a Sul estão melhor preparados, mas que me interessa a qualidade superior se não tenho dinheiro para comprá-la? A loja de políticos do Sul pode estar aberta, mas a malta do Norte só tem dinheiro para visitá-la.
--
Cristina Santos

De: Luís Gomes - "Deixar andar"

Submetido por taf em Quinta, 2007-08-23 22:57

A propósito de comentários de outros leitores sobre a história desta casa, como morador próximo dela não posso deixar de me manifestar incrédulo acerca do estado de degradação do mesmo imóvel. Nos últimos anos, vimo-la ser parcialmente pintada, e o tempo até lhe acrescentou umas sardinheiras...

Lembro-me dos meus tempos de escola básica que a minha professora de história (Dra. Carla Noronha que saudades!) nos tinha referido esta casa a propósito de exemplos do estilo manuelino. Portanto, esta casa terá seguramente cerca de 500 anos. Se repararmos bem o estilo Manuelino está bem presente nos arcos decorativos das janelas e essencialmente na esfera armilar do varanda virada para a rua. Estou em crer mas sem absoluta certeza que ela até há alguns anos estava parcialmente habitada sendo a garagem utilizada como oficina de trabalho, mas julgo que o proprietário não tinha recursos nem para manter, nem tão pouco para restaurar o imóvel.

Para mim a situação económica do dono é o menos importante. O mais penoso é, por um lado, assistirmos à inércia do poder local e do Ministério da Cultura no sentido de adquirirem o imóvel e dar-lhe um fim condizente com o seu esplendor. Não me posso esquecer igualmente de dar os parabéns às anteriores gestões camarárias, por deixarem construir um prédio mesmo ao lado, construindo paredes meias com a casa manuelina...

P.S.: Uma nota apenas para a exposição "Dali" apenas para dizer que não concordo com o post de Ricardo Coelho, pois a exposição de Dali no meu entender é interessante, deveriam haver mais iniciativas do género, e se não estão presentes as principais obras do artista é porque a fundação detentora da colecção não os tem.

Luís Alexandre Gomes

De: Victor Sousa - "Limpeza urbana"

Submetido por taf em Quinta, 2007-08-23 13:49

Vejo aqui a citação do site autárquico, onde se diz que “… na última semana, foi deficiente a recolha…”.

Há mais de um ano que passo quase diariamente, e mais de uma vez, pela rua Morgado de Mateus, e na esquina com a rua Cidália Meireles o que ali se observa é inenarrável. E poderia citar muitos outros locais onde o desleixo é permanente, e a opção de criar pseudo “ecopontos” foi um atentado ao bom senso. Pode ser que agora a cidade passe a ser devidamente limpa. Junto até o do Carolina, que é uma ode à falta de sensibilidade.

Ecoponto junto ao Carolina Michaelis

Cumprimentos
Victor Sousa

De: TAF - "Por uma vez..."

Submetido por taf em Quinta, 2007-08-23 00:02

... Câmara e jornais de acordo!

"Apesar dos relatórios oficiais dos serviços darem conta do contrário do que era relatado na comunicação social, a autarca [Matilde Alves], que está a substituir o Presidente da Câmara esta semana, o adjunto do Vereador do Ambiente e a Directora da Direcção Municipal de Ambiente e Serviços Urbanos (DMASU) deslocaram-se pessoalmente a diversas zonas da cidade verificando que as notícias estavam correctas"

Pois é: Rui Rio está de férias, está tudo explicado. Quando ele voltar vai-se verificar que afinal os jornais estavam era a fazer uma infame campanha contra a cidade.

"A Câmara do Porto procedeu recentemente à abertura de um concurso público para a concessão de 50% dos serviços de recolha de resíduos urbanos, precisamente com o intuito de tornar mais eficaz este serviço camarário. No próximo mês de Setembro, o Vereador do Ambiente e Vice-Presidente da CMP irá avaliar a situação e ponderar a possibilidade de alargar a concessão a toda a cidade e não apenas a 50%, caso a eficácia dos serviços municipais não melhore consideravelmente."

E meter os serviços na ordem, não?

PS: Ou talvez a história não esteja muito bem contada pela autarquia, até porque há um certo blog onde o problema já vem sendo levantado há muito tempo.

De: Tiago Branco - "Aeroporto Francisco Sá Carneiro"

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 23:51

Mais uma vez cá estou, desta vez não na vertente cultural, mas outro assunto de interesse para a região:

- Petição por uma base da Ryanair

Um abraço
Tiago Branco

De: TAF - "Deixar andar..."

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 23:03

Na Foz

Teria mesmo que ser assim?

De: TAF - "Divertimentos de Verão"

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 21:46

Cristina, Cristina, é mesmo isto que a gente precisa? ;-)

De: Correia de Araújo - "Outras vertentes"

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 21:29

É sempre bom tomarmos conhecimento de exemplos como estes, aqui trazidos pela mão de Nicolau Pais. Embora não se reportem, exclusivamente, à nossa cidade, servem pedagogicamente para reflexão e até para descongestionar um pouco a Via Nun'Álvares levando-nos para outras vertentes... e para outras paragens. Ah!... a propósito: estive tentado a sugerir a criação de um novo blog, ou sub-blog, só para a Nun'Álvares, tipo "Alameda 25 de Abril", "Metro na Boavista" ou "Aliados". Esqueçam... que eu também já esqueci!

Entretanto, na senda do feliz exemplo da parceria entre a Pizza Hut e a Biblioteca Municipal de Espinho, lembro que também entre nós o Café Progresso tem a decorrer uma iniciativa, entre outras, designada "um café e um livro por 2€". Para que conste!

Um abraço
Correia de Araújo

De: Carlos Sambade - "Parques de estacionamento"

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 20:43

O preço de alguns parques de estacionamento, durante o dia, é proibitivo. Fui fazer uma compra de 50 Euros e, por dez minutos no Silo-Auto, paguei 1 Euro e vinte e cinco cêntimos. Comentei, para quem me quis ouvir: assim é que querem revitalizar a Baixa do Porto. Arre, que não dá vontade de voltar por aqui tão cedo, só de longe em longe. Informem-me, por favor, para quem devo dirigir mais este lamento triste de um que já viu o Porto mais habitável, há bons anos. Estava convencido de que a lei do fraccionamento do tempo de 15 em 15 minutos era geral, mas pelos vistos é só nalguns parques. Pobre cidadão pagante. Com o euro foi ainda pior.

Carlos Sambade

De: Nicolau Pais - "Um Norte Feito de Cidades"

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 15:50

Saltam à vista na edição de hoje do "Jornal Público", secção "Local Porto", duas (boas) notícias, cujos primeiros parágrafos transcrevo da edição online ao fundo do post. A primeira diz respeito à inauguração do Museu da Ourivesaria em Viana do Castelo, a segunda a uma parceria entre o Restaurante Pizza Hut de Espinho (ou a empresa que gere esta marca, a Ibersol) e a Biblioteca Municipal daquela cidade.

Ambas constituem exemplos de colaboração público-privada liderada por autarquias e um exemplo produtivo (e criativo) do papel das mesmas na qualidade de vida dos seus munícipes; nenhuma delas apresenta solução milagrosa, mas parecem ambas ser capazes de fazer guiar o pensamento colectivo na direcção da aspiração a uma qualidade de vida feita à dimensão humana. Pelo menos é o que indicam as cem "pizzas com livros" entregues no passado Sábado em Espinho e os mais de 1200 visitantes que ao terceiro dia já tinham visitado o dito Museu de Viana. Pela minha parte, opto por partilhar connvosco estas duas notícias nada silly season e esperar que se continue a "fazer o Norte" a partir das cidades como unidades fundamentais de alavancagem do progresso.

"Pequeno. Brilhante. Valioso. Um novo museu em Viana que é a marca de uma paixão.

Tomado de assalto pelos imigrantes em férias, o centro histórico de Viana aguenta os ventos de Agosto com o mesmo sentido de respeito pela tradição que a leva a engalanar-se para as festas de Agonia, cujo calor humano fez esquecer este traço climatológico agreste. Tudo pareceria igual a outros anos nas imediações da Praça da República, não fosse o movimento inusitado junto a uma enorme montra envidraçada na vizinha Rua Sacadura Cabral, onde, entre outras peças, se exibe uma réplica da portuense Ponte Luís I, que, mesmo sem as carruagens do metropolitano lá em cima, ostenta o exorbitante preço de 49.500 euros. Acalmado o espanto, um olhar mais atento à filigrana que urde este simulacro de ferro em ouro amarelo deixa perceber que a minúcia do trabalho talvez mereça tamanho preço."

"Foi você que pediu uma pizza havaiana acompanhada por Cem Anos de Solidão?
Parceria entre a Biblioteca Municipal de Espinho e empresa Pizza Hut leva, desde o último fim-de-semana, livros a quem encomendar comida para casa

A ideia é mais ou menos esta: antes de escolher se à base de uma havaiana adiciona tomate cherry e orégãos extra ou delícias do mar e cogumelos, escolhe primeiro se quer ler Gabriel García Marquez (Cem Anos de Solidão, entre vários outros) ou José Saramago (Memorial do Convento é sempre uma boa escolha). Depois é só esperar no sofá que a pizza e o livro batam à porta. Simples mais simples não há. Uma Pizza/Um Livro é o nome do projecto lançado pela Biblioteca Municipal de Espinho (BME), em parceria com a Pizza Hut, para fomentar a leitura. Desde sábado que os cerca de 15 mil leitores da BME podem, sempre que encomendam uma pizza, receber, por empréstimo da biblioteca, um livro, um DVD ou um CD. "Metade da população de Espinho está inscrita na biblioteca. Fizemos esta proposta à Pizza Hut também para facilitar aos nossos utentes o acesso ao nosso acervo, porque muitos deles até desconhecem que têm ao dispor um catálogo online", explicou ao PÚBLICO Isabel Sousa, directora da BME. Ao mesmo tempo que se potencia o uso das novas tecnologias, acrescenta, levam-se os livros ao encontro de um público com perfis diferentes."

De: Rui Meireles - "Rui Rio e o Parque da Cidade..."

Submetido por taf em Quarta, 2007-08-22 10:12

Podem estar os meu olhos a ver estas questões de uma forma demasiado tendenciosa, admito. Quando na sua primeira campanha eleitoral Rui Rio por casualidade entrou no Café onde eu estava com um discurso Populista arrepiante fui - senti-me - obrigado a dizer-lhe que se tanto acreditava ser eleito não o seria com o meu voto com toda a certeza. Ele baseou toda a sua campanha aproveitando o descontentamento de grande parte dos comerciantes do Porto, afectados durante muito tempo pelas obras decorrentes da Porto-2001.

Recordo-me de ter encontrado Carlos Alberto Moniz em plena Rua de Passos Manuel e ter-lhe manifestado as minhas preocupações. Ele fez claro a apologia de que as obras eram absolutamente necessárias e seriam no futuro motivo de orgulho para os habitantes da Cidade. Era uma opinião optimista, mas na altura a Cidade encontrava-se transformada num autêntico Estaleiro e era muito difícil circular pela Baixa, notando-se uma revolta muito grande especialmente da parte dos pequenos comerciantes do Centro atingidos seriamente por toda aquela parafernália de obras e impedimentos físicos de todo o tipo. Assente nesse argumento anti-situacionista Rui Rio conseguiu a vitória por números talvez inesperados. A partir daí desenvolveu toda uma acção de desprezo e combate sobre as iniciativas do executivo anterior. Casa da Música, Serralves, Parque da Cidade, Túnel de Ceuta, Jardins do Carregal e Cordoaria, Praça de Carlos Alberto e Gomes Teixeira, Cadeia da Relação do Porto, Ribeira do Porto, etc, etc...

Gritando aos sete ventos ter herdado uma situação caótica em termos financeiros, foi enegrecendo a visão de futuro da Cidade. O tempo foi passando e lentamente fomo-nos apercebendo que a sua estratégia quase terrorista assentava, como já disse, em denegrir tudo o que anteriormente tinha sido erigido ou iniciado. Mudou o que pôde alterando cosmeticamente muitas das obras, fazendo o possível por entrar em conflito permanente com tudo o que lhe cheirasse a ligações anteriores. Plano de Pormenor das Antas, perseguição aos funcionários da própria Edilidade que tomou foros de ridículo quando se encarniçou contra a brigada de Limpeza da Câmara pretendendo inclusive retirar-lhes direitos consagrados contratualmente. Hoje o que assistimos? Obras na Baixa do Porto um pouco por todo o lado, Passos Manuel, Rua de Ceuta continuam entregues a uma paisagem de guerra, os comerciantes choram e bradam mas baixinho pois temem e de que maneira o tiranete da Boavista. Enquanto isso acontece desmazela as obras anteriores até ao paroxismo - é triste entrar na Cordoaria e ver o abandono a que o votaram - altera umas com conceitos conservadores - Praça Carlos Alberto - e aprova outras - Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados - com argumentos precisamente contrários!

Persegue pessoas e instituições com "ligações perigosas" aos anteriores executivos e tudo é feito com um sorriso nos lábios... E de repente descobre novas inclinações - sonhos de criança - Grande Prémio Automóvel do Porto e ultimamente Festivais de Acrobacias Aéreas talvez observadas nas suas últimas férias em Istambul. No meio de todas estas paixões - linha de Metro incluída - está o Parque da Cidade engulho por demais evidente na garganta de tão ilustre personagem. Tentou desacreditar ao máximo o Edifício Transparente - finalmente activo - levantou e voltou a colocar as linhas do eléctrico naquela zona, tudo para poder ver em alguns momentos do ano uns lindos e coloridos automóveis a circular por ali a uma certa velocidade, ou outros mais arcaicos a velocidade de caranguejo noutras alturas. Depois, a construção de uma mini-pista de Aviação de apoio para o dia 1 de Setembro - porque não aproveitou o traçado "linear" da Avenida dos Aliados, era mesmo espectacular, especialmente ali em frente ao Montepio Geral - e finalmente aprovando uma alteração substancial ao projecto de criação da ligação entre a Praça do Império e a Avenida da Boavista, deve ter conseguido dar o passo determinante para a realização do seu almejado e velho sonho: a construção do Autódromo da Boavista...

De: André Gomes - "Correcção"

Submetido por taf em Terça, 2007-08-21 22:53

Boa noite,

Acho que o Ricardo Coelho se referia ao Plano B quando diz "Lado B".

Um abraço,
André Gomes

De: TAF - "Dois apontadores"

Submetido por taf em Terça, 2007-08-21 19:24

- Finalmente os documentos da discussão pública (até 19 de Setembro) da Unidade de Execução UOPG 1 - Avenida Nun'Álvares no site da Câmara
- Conferência sobre o poeta António Nobre no Sábado, dia 1, promovida pel'O Progresso da Foz

De: Rui Oliveira - "Mapa Air Race"

Submetido por taf em Terça, 2007-08-21 19:17

Aqui fica o mapa do Air Race, com as devidas áreas.

Abraço,
Rui Oliveira

Mapa da RedBull Air Race

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