2010-01-10
Sei que estou a radicalizar, mas é para todos percebamos melhor o que sentem aqueles que vivem à volta das Linhas Ferroviárias do Douro e Trás-os-Montes, nomeadamente do Tua, Sabor, Tâmega.
Temos os suspeitos do costume e já vista estratégia de comunicação: segundo informação desta semana da REFER “… na Linha do Douro, ao km 142,950, está em curso a empreitada que permitirá a reabertura em segurança do troço Tua-Pocinho, sendo que a sua componente de tratamento geotécnico do talude adjacente é complexa, aguardando-se um melhor planeamento da execução, face à solução de projecto já definida, o que permitirá a oportuna comunicação da data prevista para a reabertura.” Segundo dados comunicados pela CP, cada um dos comboios da zona da Linha do Douro transporta diariamente uma média de 25 clientes, tendo-se agora colocado à disposição dos utentes autocarros e táxis enquanto a circulação ferroviária estiver interrompida.
Diria, que neste momento essa média até é de zero clientes/dia, dado que não há linha a funcionar. Porque é a oferta que cria a procura, numa primeira fase. Começo a ter receio de que, por tanto se repetirem estes tipo de argumentos, qualquer dia acreditamos que é mesmo assim e que estes encerramentos das linhas ferroviárias são uma inevitabilidade e correcta decisão de gestão e política.
À devida escala de quem defende, tal como Pedro Passos Coelho, que a única linha ferroviária que faz sentido é a de passageiros, à bitola ibérica, entre Lisboa e Madrid, por TGV, que é mais um tique de centralismo, a linha do Douro está para os decisores lisboetas à mesma escala que a do Tua está para os senhores decisores da CCDRN do Porto, que não a conseguem ver. Lisboa também não vê bem o Douro, está mais virada para as praias do Sul e para chegar depressa a outras grandes metrópoles internacionais. Eu diria que Lisboa vê o Porto da mesma forma que a generalidade das elites portuenses da Foz sentem o centro histórico do Porto. Não faz parte do caminho para o aeroporto ou para a A1 para o Sul. Também percebo bem porque as pessoas de Douro e Trás-os-Montes se queixam de falta de apoio das gentes do Porto. Temos replicado o que nos queixamos dos outros.
À CCDRN e ao seu Presidente, Dr. Carlos Lage, que muito meritoriamente têm assumido a defesa do Norte e de um processo de regionalização, também entendo que se deve agora pedir algo mais para além de planos, seminários, protocolos. A vida das pessoas faz-se de coisas mais concretas, de causas, de pequena decisões que afectam o seu dia a dia. Como embrião do futuro Governo Regional do Norte, com sede em Vila Real, deveria já a CCDRN ter reunido com a CP e a Refer para exigir a imediata reabertura e o investimento efectivo nessa linha, pedindo consequências efectivas para as carreiras de maus gestores que não sigam as linhas de orientação políticas de um Governo que elegemos. Mas quando me refiro à CCDRN, não deixo de incluir a necessidade das Quintas do Vinho do Porto e dos operadores turísticos da região, como a Douro Azul, também se empenharem na efectiva defesa do Douro e Trás-os-Montes.
O único lobbie a que os decisores políticos devem dar ouvidos é o dos seus eleitores e de quem paga os impostos. O dinheiro público é antes de tudo dinheiro privado que nos é retirado a todos para o bem comum. Esse interesse público deve estar precisamente na busca da coesão e da defesa dos mais fracos, neste caso do interior do país. O que interessa tomar decisões em favor dos mais fortes? DINHEIRO PÚBLICO para ligar Lisboa e Madrid como prioridade? Mas o que é isto e que incapacidade de todos nós para lhe pormos um ponto final? Só por haver um cheirinho de fim de crise é razão para os MESMOS voltaram com as MESMAS lógicas de funcionamento perante o bem público? Se as empresas de construção civil estão em dificuldades financeiras, arranjem rentáveis pretextos para lhes despejar dinheiro em cima, como a REABILITAÇÃO DOS CENTROS URBANOS, as LINHAS FERROVIÁRIAS EM BITOLA EUROPEIA PARA MERCADORIAS A LIGAR OS PORTOS NACIONAIS À EUROPA e REABILITAR todas as ainda sobreviventes LINHAS FERROVIÁRIAS DO INTERIOR.
PS: Caro Augusto Küttner de Magalhães
Agradeço e transmiti ao João Costa e ao Rafael Magalhães as palavras que lhes deixou. Realço e agradeço, sobretudo, o ter dispendido do seu tempo para transmitir estas palavras positivas, de incentivo, que são a forma de termos mais jovens comprometidos com a vida cívica.
Um abraço
José Ferraz Alves
Rede Norte
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Nota de TAF: Caro JFA, julgo que a descrição da posição de Pedro Passos Coelho sobre o TGV não está correcta. A defesa que eu o ouvi fazer foi a de que se respeitem os acordos internacionais que, bem ou mal, tenham sido efectivamente assinados. Sendo esse o caso do TGV Lisboa-Madrid, então paciência, agora é tarde demais. Quanto às outras linhas ele defende, tal como eu, que comboios tipo pendular são perfeitamente suficientes e incomparavelmente mais baratos.
- Hotel no Palácio da Batalha
- Galeria Central deverá abrir portas em Abril no Campo 24 de Agosto
- Câmara deita abaixo prédio na Boavista
- Câmara do Porto só está disponível para financiar brochura sobre o Bairro do Livro - Na minha modesta opinião seria mais mais produtivo fazer este debate publicamente, por escrito, porque pelos vistos há aqui muitos mal-entendidos e indefinições. Já se inventaram jornais e blogs para esse efeito. ;-)
Deparei-me com esta notícia: "TGV pode transformar Lisboa na «praia de Madrid»" e admito que julguei tratar-se de uma sátira, sobretudo pelo facto de ter sido pouco divulgada, e dada a grotesca enormidade que é proferida que não me parece de todo digna nem do país e nem sobretudo de Lisboa, que se vê reduzida a, como foi dito frente às câmaras, a "um local perto de muito boas praias para a prática do surf" e a linha ferroviária para a praia mais rápida desde Madrid, com 2.45h. Infelizmente tem de melhorar 4 minutos para compensar porque o AVE para Barcelona demora 2.43h.
Aos leitores do Baixa do Porto com mais conhecimentos da ferrovia perguntava, já com poucas esperanças, se vêem nos surfistas madrilenos o potencial público viabilizador deste mega-projecto ou se estamos no caminho de um mar orçamental claramente "flat".
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Bom fim de semana
Nuno Oliveira
"A sessão de Janeiro do Cooltiva-te irá acontecer no dia 17 de Janeiro pelas 17h00 no local habitual (Clube Literário do Porto) sendo que poderão contar com a seguinte programação:
17h00 – Breve apresentação da Sessão e Informações gerais (10 min)
17h10 – Sessão A :: Apresentação :: “Linguagem Corporal” ::Felipe Ávila da Costa (40 min)
17h50 – Sessão B :: Workshop de Fotografia :: Diogo Rodrigues (40 min)
18h30 – Intervalo (10 min)
18h40 – Sessão C :: Discussão Filosófica :: “Entre a Ciência e a Tecnologia, qual o valor da filosofia hoje? II” :: Gustavo Alvim (40 min)
19h20 – Conclusões e Anúncios Futuros (10 min)"
«O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, disse hoje que o sector do turismo pode beneficiar “bastante” com a introdução do TGV e que Lisboa pode mesmo vir a “transformar-se na praia de Madrid”», informa a TSF.
Será que este senhor vai apanhar o TGV para ir ao “campo” a Madrid?
Alexandre Burmester
Permitam-me que discorde do comentário de TAF a respeito das isenções previstas para o Mercado do Bolhão, pois esta situação muito se assemelha àquilo que sucederá no caso do meu bairro. Na questão do Aleixo os moradores e, em particular a nossa Associação, espera para ver de que forma se vai portar o Ministério das Finanças na propalada questão das isenções de impostos, como IVA e IRC numa operação que não é, claramente, uma operação de reabilitação urbana. Só nesses casos prevê a lei a concessão de tais isenções. Não sei ao certo neste caso do Mercado do Bom Sucesso se existe um enquadramento legal específico, mas o que sei, num período de crise, de elevado deficit, é ultrajante a concessão deste tipo de apoios, sobretudo quando se trata de grupos financeiros, como é o caso do BES, que gera milhões em lucros taxados vergonhosamente pelo Estado a taxas ridículas... Aliás, no nosso país, permita-me que lhe diga pois os casos são por demais evidentes, o Estado está sempre pronto a dar a mão aos interesses económicos o que explica, a meu ver, a enorme falta de empreendedorismo que reina em Portugal.
Acredito num regime em que o Estado existe para ajudar aqueles que mais precisam, não os grandes grupos económicos.
É nesse sentido também que me refiro ao caso do Aleixo. Isto é, serão poucos aqueles que nos apoiam, porque concordam com a demolição, o que eu até entendo devido ao estigma que se foi criando ao longo de décadas. Mas já não entendo que se apoie este modelo de solução que claramente beneficiará a especulação imobiliária. Já não entendo que se aceite, sem crítica, que o Estado, em período de crise, de elevado deficit, possa conceder benefícios fiscais a quem faz especulação imobiliária e vai lucrar milhões com este negócio. Por isso me referi à posição do Ministério das Finanças que com certeza terá uma palavra a dizer em tudo isto. Também o Tribunal de Contas e a própria CMVM serão chamadas a pronunciar-se sobre este processo. Veremos os próximos capítulos...
P.S: Aproveito para comentar também a notícia hoje publicada a respeito do referendo sobre as construções no Palácio de Cristal. Para "salvar umas árvores" (como diz Rui Rio) 4000 cidadãos do Porto aceitam dar o seu nome pedindo esse referendo. No caso do Aleixo, mesmo estando em causa principios bem mais elevados, pois falamos de cerca de 1500 pessoas que serão deportadas, não se assiste ao mesmo movimento de apoio. Enfim...
Caro José Ferraz Alves
Gostei do seu programa, penso que conseguiu ir fazendo com que os dois jovens dessem um exemplo do que não é afinal A GERAÇÃO PERDIDA! Como se percebeu, ambos fazem parte de Juventudes Partidárias, o que de momento pareceu não estar de modo algum a influenciar as suas escolhas, as suas maneiras de estar e pensar. Sendo que, com o tempo, tal forma de actuar pode não ser possível continuar, ou seja, fazer o que muito bem, ambos, um mais à esquerda outro mais à direita, fazem é nota = 20.
Mas pode ser incomodo para quem já está instalado, ver, ter, quem pense de forma diferente, como o José Ferraz Alves muito bem questionou, servir-se da política para! Ou servir a política! E neste caso estes dois jovens que estão dentro da supostamente Geração Perdida – mas não assumem e bem a Perdição! (16 aos 25 anos), não se estão a servir da política para fazerem o que fazem. Daí por vezes a necessidade de estar mais em movimentos de cidadania e depois entrassem em Partidos já feitos, mas sem serem moldados à partidarite.
Em democracia temos que poder opinar livremente, falar livremente, estar livremente, logo havendo Partidos não podem estes condicionar quem nos mesmos está. Evidentemente que também quem para lá vai não vai para destruir tudo. Vai para fazer diferentemente melhor, essencialmente neste momentum, em que a política anda um pouco confusa, de TODOS E POR TODOS OS LADOS! O que não é fácil e não é cómodo, mas é possível, espera-se, estar, ser melhor, ser diferentemente melhor! Sendo que a representatividade destes dois jovens na questão de actuação pública não é a norma, o que é pena, mas por certo haverá mais, por certo muitos irão aparecendo, e sempre com a ideia de mais ser do que tudo ter!
Um abraço
Augusto Küttner de Magalhães
Caro Pedro Figueiredo
Compreendo a sua relutância em aceitar o destino que se prepara para o Mercado do Bom Sucesso, e simpatizo com ela. Mas se um cidadão pudesse invocar as suas razões éticas para não cumprir a lei (e cada cidadão tem os seus próprios valores, nem sempre compatíveis com os dos outros), então não estaríamos num Estado de direito. Portugal está longe de ser perfeito, mas ainda não é uma República das Bananas. :-)
Caro Tiago Azevedo Fernandes:
A DESTRUIÇÃO DE MERCADOS TRADICIONAIS E DE EDIFÍCIOS MODERNISTAS NÃO PODE NUNCA TER DIREITO A ISENÇÃO DE IMPOSTOS...
Chegue também a esta conclusão pela simples observação das seguintes imagens:
- Cineclube do Porto vai ter eleições em Fevereiro
- PS/Porto: Orlando Soares Gaspar anuncia que não se recandidata à liderança
- Recolha de assinaturas para referendo sobre edificio no Palácio de Cristal concluída em Fevereiro
- Câmara tem nova estrutura organizativa
PS - Estas notícias sobre o Porto estavam colocadas online no "Local Lisboa" do Público:
- Projecto de criação do Bairro do Livro continua a marcar passo no Porto
- Galeria Central não convence Associação de Comerciantes
- Nuno Cardoso mostra abertura para avançar para a liderança da concelhia do PS-Porto
- Região Norte com mais 5,9 milhões de apoio ao comércio
PS 2 - Lembro novamente o registo opcional no LinkedIn para os leitores d'A Baixa do Porto.
Vai uma aposta? A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, i.e., o dinheiro de todos nós, vai acabar a patrocinar a RedBull Air Race Tejo, tal como já o fez para Lisboa ter a "honra" de organizar o decadente rally que outrora se chamou Paris-Dakar, e safar o Costa.
Envio o link da minha última entrevista, subordinada ao tema que também tem sido trabalhado pelo Público, nomeadamente na sua edição de hoje.
O exemplo de vida destes e outros jovens responde bem a esta pergunta. Não estão perdidos, estão é muito abertos à nossa capacidade de lhes darmos efectivas oportunidades. Por exemplo, em vez de continuarmos a apostar em campanhas publicitárias assentes em mediáticas figuras do desporto, moda e televisão, porque não comprar os serviços artísticos dos jovens de excelente capacidade que temos nos nossos Conservatórios e Escolas de Arte do Porto? Como consumidor, eu privilegiaria as Empresas que assumissem esta postura de responsabilidade social.
Voltarei a este tema.
José Ferraz Alves
Eventualmente o termo poderá ser outro que não civilidade, mas convenhamos que em alguns aspectos temos de nos saber melhor comportar em sociedade, ser mais civilizados, começando por pequenos nadas que têm uma tremenda importância. Se todos já conseguimos notar que por esse país as ruas andam muitos menos sujas de papéis, que se deixaram de deitar voluntariamente para o chão e passaram a ser colocados nas papeleiras existentes para o efeito, e face a isso mesmo, por muito pouca respeitadora que cada pessoa seja, evita deitar o papel para o chão quando nota que o mesmo está limpo. Porém, quanto a ir passear o cãozinho, e deixar que o mesmo faça as suas necessidades fisiológicas nos passeios, para que qualquer um de nós inadvertidamente calque esses "presentes" que ficam agarrados aos sapatos, com o cheiro nauseabundo, e transportamos o dito presente para o soalho das nossas habitações é o comum, nos nossos dias. Raríssimas vezes vemos alguém que passeia o seu cão, maioritariamente senhoras, com aqueles sacos próprios e ofertados pelas Câmaras para que os dejectos não fiquem na via pública.
Outro aspecto, que se torna degradante, é ir a uma casa de banho pública, e no caso falo evidentemente de homens, e encontrar um cheiro insuportável e uma sujidade, quer nos urinóis quer nas sanitas, porque o anterior utilizador não teve o cuidado de simplesmente despejar água, carregando num simples botão, depois de fazer as suas necessidades. Trata-se de um atentado à saúde pública, bem como um total desrespeito pelos nossos concidadãos. Não temos de ser exemplos do que quer que seja, mas temos de ser minimanente civilizados e respeitarmo-nos e aos nossos concidadãos, e não será tão difícil, automaticamente, alguém que passeia um canideo pela via pública, ter o cuidado de limpar as necessidades que o mesmo "faz" nessa mesma via pública, como de igual forma quem utiliza uma casa de banho, que vai ter que ser utilizada por mais pessoas, a deixar limpa tal como a encontrou, e aqui para além do mais está respeito por quem trabalha na higienização desses mesmos lugares.
Evidentemente que estes comportamentos, devem iniciar-se em casa, dentro de portas, mas aí cada um faz o que entender dever fazer. Porém, se os bons princípios se aprenderem e praticarem em casa, passam a ser normais, a ser assumidos implicitamente, com total respeito por si próprio e por quem consigo vive, logo passam a ser sempre feitos em todas as outras situações, havendo muito mais respeito pelos outros concidadãos. A educação, a civilidade, não ocupam espaço, bem pelo contrário, são sinónimo de evolução, de respeito, de civismo.
- Arquitectura Sustentável em conferência na FAUP, hoje, 18h30
- "X", a minha crónica de hoje no JN
Tenho aqui alguns posts pendentes para publicação, mas terão de ficar para mais logo.
PS: e agora mais alguns.
- O Teatro do Campo Alegre tem um site no Facebook
- Inovação e criatividade na cultura na Galiza e no Norte de Portugal, amanhã (Sexta), 15h00, sugestão do Clube Literário
- A nossa língua, sugestão de José Silva: "Para os que gostam do tema Galiza-Norte de Portugal ou que querem evitar a lisboetização da língua portuguesa: os galegos devia deixar de ser esquisitos."
Sugestões do Gabinete do Antigo Estudante U.Porto:
- Exposição "Gonçalo Sampaio: vida e obra", Reitoria da U.Porto, inauguração hoje às 18h30
- Sexta conferência do ciclo “Diálogos com a Ciência”, hoje às 21h30
Senhores da Associação de Comerciantes, emitir um comunicado no calor da indignação para dizer aos sócios que se existe e depois passar à costumeira posição de não agitar muito o charco da água choca, porque podemos aborrecer quem manda, não me parece estratégia com futuro. É preciso manter a pressão sobre os patrocinadores. Certos comportamentos e certas formas de fazer política e negócios têm que passar a ser devidamente penalizados.
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Nota de TAF: isto de facto é uma trapalhada indescritível...
Algo que me agrada em Serralves é lá ir quando posso, a qualquer hora. Como é evidente em certas alturas está mais gente, o que até dá uma certa vida, outras está pouca, há menos barulho. São visões diferentes do mesmo espaço, ambas agradáveis e um pouco em função de como nós próprios nos encontramos, o que vamos “buscar” a Serralves. Podemos ir ler, e se estiver bom tempo na esplanada ou no jardim, conforme a envolvente que mais nos interessar, qualquer altura é boa! Se bem que, mesmo para ler, necessito de algum silêncio, caso contrário disperso-me entre o que estou a ler e o que me rodeia, o que me faz voltar várias vezes “atrás”. Se vou escrever – juntar palavras, o que quer que seja! – pode ser na Biblioteca, que por vezes está cheia, normalmente de gente nova que por norma tem respeito por si mesma. Este respeito implica não estar a falar como se no bar estivessem e se o não fizer, pode originar situações momentâneas, mas reais, de que todos se acham com o direito de o fazer, de falar alto, mas depois tudo se atenua. E não tenhamos duvidas que apesar de ser uma biblioteca diferente, dado incorporar num espaço aberto por cima da mesma uma parte do museu, consegue-se estar bem, com um espaço muito agradável que é ainda mais simpático face aquele enorme janelão que dá para o jardim. Também se pode optar pelo Bar, mas aí o ruído normal de quem fala em tom usual pode desconcentrar.
Mas é Serralves, sempre um espaço simpático e acolhedor, que cada vez mais é procurado por muitos. Para além de ser possível ver-se uma certa circulação de pessoas nacionais e estrangeiras a ver estes locais, e por norma da forma que o fazem nem incomodam. Na Biblioteca alturas há em que são dados ensinamentos a grupos de escolas e, conforme o grupo, o tema, o interesse e o orientador, tudo corre de forma não inquietante, ou outras vezes um pouco mais barulhenta, mas controlavel. Pela positiva se defendem estes espaços e objectivamente é difícil encontrar nos arredores algo que se posicione tão abrangente e agradavelmente. A conservação de um espaço como Serralves mesmo visto “de fora” percebe-se que não e fácil, até dado o nosso civismo se confundir tremendamente com egoismo, o que nos faculta ver cenas de mau uso das casas de banho, que nos faz pasmar se farão o mesmo em suas casas. Por outro lado, a sujeira que alguns fazem nos jardins, atirando papéis, restos de comidas, garrafas para o chão, é desoladora! São as tais faltas, tão graves, que a tantos demasiadamente afectam. E vê-se quem conserva, quem limpa, quem usa e deixa tudo como estava e quem vandaliza, um espaço que quer se queira quer não é para todos, é pena que assim se comportem. Mas estes comportanteos são “aqueles” a que infelizmente nos vamos habituando a ver nos mais diversos locais. Todos corremos atrás da educação que de longe ultrapassa a instrução, mas não vai fácil. Mas Serralves dignifica as areas abrangentes que congrega e cria situações muito agradáveis e de bem estar. As conferências quando exitstem e decorrem no Auditório são um tempo por norma ganho a aprender, e como sempre tem de aparecer um ou outro indivíduo que curiosamente no espaço aberto a perguntas faz um discurso maior que o feito pelo orador convidado, que ninguém entende e esquece-se da pergunta. É agradável no mesmo espaço termos estas valências todos, o que pode permitir conseguir-se “apanhar” várias formas de conhecimento, todas no mesmo espaço, em Serralves.
Augusto Küttner de Magalhães
Não compreendo a razão deste protesto. A empresa terá apenas invocado uma isenção que está prevista na lei e que tem de ser reconhecida independentemente da vontade das Finanças. As Finanças são apenas obrigadas a declarar que a operação está isenta e, se fizerem isso antes da escritura, o comprador evita pagar ao Estado um montante que mais tarde (alguns meses depois) lhe iria necessariamente ser devolvido. É exactamente o mesmo que se passa quando alguém compra um imóvel no Centro Histórico do Porto.
As Finanças não têm poder, nem neste caso nem em nenhum outro, para isentar do pagamento de imposto nenhum contribuinte. O que podem fazer (e habitualmente fazem com atraso, como agora) é verificar se os requisitos para a isenção estão cumpridos. Moral da história: este protesto não faz mesmo sentido nenhum, por muito que possa desagradar o destino previsto para o Mercado.
Soubemos pela comunicação social que a Direcção-Geral de Finanças aceitou conceder isenção de pagamento de imposto na transacção do edifício que a Eusébios fará com a Câmara do Porto para a modicação do mercado do Bom Sucesso, no valor de cerca de 200.000 euros.
Contrariamente ao sentido da carta envida pela Associação Feiras e Mercados da Região Norte, que integra este Movimento, e dirigida ao Ministério das Finanças, a qual nunca recebeu qulquer resposta, o Estado prescinde de receber um imposto previsto na lei favorecendo um negócio privado, com fins lucrativos, num momento em que as finanças públicas estão debilitadas. Note-se que este projecto não tem qualquer impacte social positivo, pelo contrário, indo dar lugar à supressão de 140 empresas a funcionar neste mercado e de muitos mais postos de trabalho. Isto para já não falar das alterações previstas na funcionalidade, e não só, num edifício que aguarda classificação como património nacional.
O Movimento Mercado do Bom Sucesso Vivo exprime assim o seu protesto por tal medida que não protege os interesses da cidade, nem de compradores e comerciantes mas apenas favorece a privatização dum espaço público que verá assim adulterada a função para que foi criado. O Movimento Mercado do Bom Sucesso Vivo apela às forças vivas do Porto para que se juntem a esta causa, impedindo a destruição de mais um mercado da cidade e de parte da sua vida urbana.
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