2009-07-12
Como poderia eu discordar do que afirma? Eu mesmo o disse no meu texto - "Obviamente que me irrita profundamente ver as tais tags ou seja os nomes dos "artistas" pela cidade, como um rabisco que marca território, e por vezes em obras que são património importante da cidade, deixando-o arruinado". - É triste que assim seja, é mau que esse origami esteja nessas portas.
Penso que existe a tendência de renegar quem faz graffiti e colocar todos no saco dos marginais. O tema surgiu por causa das limpezas feitas na Travessa de Cedofeita. Há locais onde não se deve realizar essas intervenções urbanas e outras como no caso da travessa de Cedofeita que a mim parece-me legítima e que de certo modo caracterizava-a como contemporânea, jovem, activista. Não queria entrar em demagogias e fazer de advogado do Diabo mas do pouco que sei sobre manutenção e do trabalho com pedra lembro-me que a poluição automóvel é prejudicial a esses mesmos edifícios, mas as pessoas não deixam os seus carros em casa; atiram as beatas para o chão, cospem no chão, entre outros hábitos que não respeitam o património que é de todos. Tal como o senhor afirmou "o facto de haver quem o pratica não legitima que outros façam o mesmo", porém eu só quero relembrar que quem faz graffiti não deve servir como bode expiatório sobre os problemas da cidade.
Cumprimentos.
Ricardo Vale
Caro Ricardo Vale
Vandalismo é sempre vandalismo, e o facto de haver quem o pratica não legitima que outros façam o mesmo. É sempre possível ver qualquer acção humana de muitos pontos de vista diferentes, e o que é engraçado para uns pode não ter qualquer graça para outros. A questão dos graffitis que aqui se discute não é saber se são engraçados ou não, e se são uma forma de arte para algumas pessoas e porcaria que suja as paredes para outras. A questão, a tal velha questão que a si o enfastia, é mais uma vez a de saber onde começa a liberdade de cada um e onde pára o direito individual de se expressar à custa do que é de todos. O respeito pelo património colectivo não resulta de nenhum imperativo estético e pode ser suspenso em função de uma qualquer moda urbana, por muito contemporânea que nos pareça. Resulta de um facto mais simples mas não menos importante por isso: é propriedade de todos, e por isso tem de haver regras para qualquer um de nós possa intervir no que é de todos. Claro que há sempre vândalos que não percebem isso, e que partem, estragam e sujam o espaço público por acharem que não é de ninguém, ou pior ainda, que é só deles. Isso nunca legitima que façamos o mesmo. Por muito curiosa que seja a história dos origamis e da numeração dos 1000 que estão a aparecer no Porto, isso não legitima que sejam feitos no espaço público como são. O exemplo que junto é claro: as magnifícas portas da Reitoria da Universidade do Porto acabaram de ser objecto de restauro e já foram vandalizadas. Não há maneira de me convencer que é preciso fazer arte assim.
Francisco Rocha Antunes
Caros todos,
Se é para transformar noutra coisa é melhor transformar logo e completamente:
"No Porto, o Mercado do Bom Sucesso prepara-se para diminuir a área de venda - de 134 as bancas passarão para 44 - e ceder espaço para uma área de escritórios e um hotel low cost. A maioria dos vendedores, do Porto e de outros mercados, ficaram horrorizados, mas, segundo alguns urbanistas, será a única forma de levar gente para o mercado." Do JN.
Quem é que acredita que um hotel de baixo custo e menos escolha chama gente para um mercado de frescos? De onde saem estes urbanistas? Continuo parvo...
Alexandre Borges Gomes
El Rompido, Cartaya
Reporto-me ao artigo do JN “Rui Rio acusa Ana Paula Vitorino de não ter princípios”.
Está-me claro que é mais fácil ser cidadão do que responsável político. É suposto que políticos em campanha se agridam e provoquem? Então, preferirei sempre ser cidadão e apostar em projectos como a Rede Norte. E também prefiro, em relação a estes temas de nomeações de pessoas para cargos políticos e orçamentos, que me falem sobre outras questões que me parecem mais importantes. Muito mais quando o que está em causa é a mobilidade das pessoas.
Fala-se muito sobre cidades, revitalização de centros urbanos, integração disto e daquilo. Eu sou muito mais comezinho. Fica tão caro ir até à Baixa do Porto! Quando levo o carro, fica-me mais caro pagar o estacionamento do que o almoço. Mas, quando opto pelo metro, e eu sou dos que ainda não conseguiu entender qual o custo do bilhete que deverei pagar pela viagem que pretendo, porque não posso, pese embora tenha telemóvel com ligação à internet fazer um estudo prévio no site do Metro do Porto, como me foi sugerido. Eu quero é rapidez, porque a vida é tão bonita e para se aproveitar, não tenho disponibilidade para tal. E, então, compro o bilhete. Nunca me ficou por menos de 2,35 euros. E comecei a pensar, isto numa família de 4 pessoas, são quase 10 euros. É melhor levar o carro pelo que compreendo o arriscar um estacionamento longe das rusgas policiais em defesa de um espaço mais seguro nas cidades...
Já há muito que reparei que é caro viver. Mas com que direito se colocam estas amarras às pessoas? Uma família ter de gastar 10 euros (porque o estacionamento fica pelo mesmo) para ir ver o que é seu, a sua cidade, os seus monumentos, o seu rio? Com que direito é que se faz isso? A minha proposta é bem mais simples. Metro a zero euros no fim de semana e fiscais do metro a auxiliar pessoas como eu, mais lentas de compreensão, a decifrar o seu esquema de preços.
Eu acho que há medidas que se tomam cujos resultados, mesmo em termos financeiros, surgirão inevitavelmente. Se se quiser ter uma visão mais larga. Horizontes mais esclarecidos. Isto é, se mais pessoas chegarem à Baixa, provavelmente mais lojas terão interesse em estar abertas e estas terão de pagar impostos como o IMI. Que também pode ser aumentado ou diminuído consoante a oportunidade e necessidade de cada momento. O que me parece mais importante para responsáveis políticos se debruçarem é qual o modelo de funcionamento e de consolidação das diversas empresas municipais que servem os cidadãos. Isto é, eu posso ter um Metro do Porto ou uns STCP a darem prejuízo e uma arrecadação fiscal municipal que o compense, pelo que o resultado final pode ser bem melhor do que manter as suas contas numa lógica estanque sem a preocupação de contributo para um todo global. Metro a zero euros irá permitir maiores ganhos financeiros para as autarquias. A sério, vão ver...
A lógica empresarial privada, de holdings, com as ramificações por subholdings sectoriais, é isso mesmo, privada. E, mesmo a esse nível, há efeitos de arrastamento de umas áreas para as outras, e daí as contas consolidadas. Também ao nível autárquico o que interessa são as contas consolidadas, desde que percebido, numa lógica interna, qual o contributo, e o porquê, de cada uma das partes. E se tenha uma estratégia.
José Ferraz Alves
ACdP
Rede Norte
Ciclo de debates “Qualidade de vida e Ambiente”
A POLUIÇÃO DOS SOLOS NA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO
22 de Julho de 2009 (Quarta-feira), 21h30, na sede da Campo Aberto
- Hastas públicas ressuscitam acordo do Parque da Cidade
- Parque finalmente da cidade e sem construções
- Fim do litígio do Parque espera Tribunal de Contas - "Mantém-se também o compromisso municipal de autorizar a construção da frente urbana do Parque da Cidade na Avenida da Boavista. A mesma que Rui Rio travou no primeiro mandato."
- Nova zona desportiva do Parque da Cidade do Porto - sugestão de Armando Alves
- Rio acusa Ana Vitorino de não ter princípios
- Menezes recandidata-se em Gaia e garante que não colará "nem um só cartaz"
- Pinto da Costa apoia Elisa Ferreira
- PSD-Porto propõe Aguiar-Branco para cabeça de lista
- Localvisão para 24 concelhos de Viseu
- O antigo Palácio de Cristal e o Circuito da Boavista no Porto Antigo
- Nanociência, ambição e orgulho para que o centro do mundo volte a Espanha e Portugal
- Laboratório de Nanotecnologia vai privilegiar área da saúde
BEIRA RIO SEMPRE
A todos aqueles que nos visitam para desfrutarem da excelente paisagem que o RIO DOURO proporciona e que aproveitam para assistirem à PROCISSÃO DE SANTA MARINHA, damos as boas vindas, desfrutem do espectáculo…. mas também queremos dar-vos a conhecer a realidade, porque não somos apenas parte de um bilhete postal, somos gente real que está a desaparecer aos poucos em troca de uma modernidade que aniquila e desrespeita o bem mais precioso de uma terra que são as suas gentes…
Nós moradores e comerciantes, tristes e enganados por quem quase diariamente afirma na comunicação social do apoio ao cidadão, com medidas e acções que visam essencialmente o bem estar e o desenvolvimento social das populações, bem como, e ao que nos diz respeito mais directamente, à reconversão urbanística da zona crítica do CENTRO HISTÓRICO. Sentimo-nos enganados com esta política de abandono que escudada na melhoria de condições de habitabilidade deu lugar a uma das maiores “deportações” de habitantes de um CENTRO HISTÓRICO PARA BAIRROS SOCIAIS (autênticos focos de instabilidade social, como se tem verificado ultimamente…). Durante todo este espaço temporal nenhuma família foi realojada aqui no C. H. e com certeza nunca o irá ser.
O tema antiquado se o graffiti é arte ou vandalismo é tão batido e aborrecido que já não merece atenção. Obviamente que pela sua história já está provado que é arte quando realizada com talento. Como qualquer outra arte depende dos olhos do espectador, consequentemente da sua cultura. Há ainda muita gente que quando olha um Malevich afirma a boca cheia que "aquilo até eu faço" ou "parece as pinturas das crianças".
Obviamente que me irrita profundamente ver as tais tags ou seja os nomes dos "artistas" pela cidade, como um rabisco que marca território, e por vezes em obras que são património importante da cidade, deixando-o arruinado. Outras tags não incomodam tanto, afinal de contas o "artista tem que começar por algum lado". Temos arquitectos e senhores importante que também cometem atentados contra o património e deixamos andar, basta penarem em certas obras arquitectónicas dentro da cidade, e outras que se querem fazer como nos jardins do Palácio. Mas isso é outra história para outra conversa.
Não faço graffiti, não sigo nenhum desses movimentos, mas conheço a Travessa de Cedofeita. No momento pesa-me ver algumas daquelas obras desaparecer. Não feriam os olhos, pelo contrário, possuíam beleza, eram activistas, caracterizavam aquele espaço e vai tudo desaparecer como a mostrar que os graffitis e a Intervenção Urbana ainda não é bem vista pelos Portugueses. Lá fora até já houve exposições em museu convencional com um artista de grafitti (Banksy) que durante anos pintou em lugares proibidos e em propriedade alheia. Nós negamos algo que tudo que seja criatividade e tentativa de expressão pessoal. O passarinho Origami como a Sra. Vânia Castro baptizou, é conhecido como Tsuru. Este está espalhado por toda a cidade do Porto, em diversos spots, desde paredes, aos baldes do lixo, bancos ,etc. Está por toda a parte! Quem olhar com olhos de ver vai reparar que quem o está a fazer deixou-os numerados como por exemplo 300/1000. O artista está a realizar esta intervenção não para vos irritar mil vezes mas tem um objectivo, uma crença pessoal que deve ser levada em conta.
"O grou, ou tsuru como os japoneses o chamam, é uma ave pernalta que freqüenta as lagoas ao norte da ilha de Hokkaido, no Japão. Tradicionalmente, esta ave está relacionada à longevidade e sua figura, através do origami, é bastante popular nos casamentos e festas onde simbolizam a saúde e fortuna."
"Diz uma lenda que quem fizer mil tsurus, com o pensamento voltado para aquilo de deseja alcançar, vai alcançar seu desejo."
Em 1955 uma menina japonesa de 12 anos chamada Sadako Sasaki teve leucemia por causa da radiotividade em Hiroshima (falar de destruir propriedade alheia...). Aconselhada por uma amiga começou a fazer os tsurus, a menina não completou a tarefa de chegar aos mil e acabou por morrer. Os seus colegas de escola completaram o número e decidiram fazer uma campanha para que edificassem um monumento que homenageasse as crianças feridas ou mortas pela bomba. O edifício foi construído e baptizado de Torre do Tsurus. Portanto, existe um enorme simbolismo naquilo que este artista está a fazer, talvez da próxima vez que olhemos para aquele "origami passarinho" o vejamos com outra atenção, e pensemos que o pior da cidade não vem dos graffitis, talvez sirva para pensarmos quem são os verdadeiros Vândalos que pretendem saquear a cidade.
Ricardo Vale
Meus Caros
No tempo em que o politicamente correcto não tinha sido ainda inventado a Senhora minha Mãe, com a responsabilidade de ensinar regras de vida a 9 filhos, aplicava uma regra simples em matéria de grafittis caseiros: sempre que algum de nós começava a dar largas à criatividade e a liberdade de expressão usando lápis de cor ou mesmo canetas de feltro nas paredes lá de casa éramos obrigados a limpar as ditas paredes riscadas com uma escova de unhas para aprender o que custa limpar a porcaria que fazíamos nas paredes que eram de todos e não apenas nossas. Umas horas depois de esfregar repetidamente as paredes percebíamos a mensagem. Não há nenhum de nós, filhos, que tenha ficado traumatizado por isso.
Hoje temos partidos políticos que conseguem defender, simultaneamente, a protecção do património histórico mas que continuam a sujar o espaço público com a sua propaganda. Há dois anos, por exemplo, a Juventude Comunista Portuguesa achou boa ideia colar uns cartazes enrolados à volta dos candeeiros do Passeio das Virtudes, que é já zona do Porto Património da Humanidade, que ainda por cima eram ilegíveis, portanto completamente inúteis. Vamos a ver como é que os diferentes partidos e movimentos se portam nos próximos meses também nesta matéria.
Francisco Rocha Antunes
Deixem funcionar a Autoridade Metropolitana de Transportes!
Está prevista na lei há quase 20 anos. Mas ainda não é desta que vai começar a funcionar a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto. Após uma reunião da Junta Metropolitana do Porto foi anunciado por Rui Rio, presidente daquele órgão, que não serão indicados representantes para a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP), “enquanto não for clarificado o respectivo modelo de funcionamento”. Também foi considerada “politicamente errada” a criação da AMTP a poucos meses das eleições autárquicas.
Julgo absolutamente espantosa esta argumentação do presidente da Junta Metropolitana do Porto para “justificar” que um organismo previsto, há quase 20 anos, na Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres (Lei nº 10/90) ao qual competiria, no geral, coordenar toda a política de transportes na respectiva área metropolitana, continue sem sair do papel.
Um breve recordar de todo o processo pode ajudar a entender melhor o papel do PS e do PSD, autênticas “forças do bloqueio” no que respeita às AMT’s: só em Setembro de 2002, depois de cinco anos de governo PSD e outros cinco de governo PS, mais de doze anos após a Lei nº 10/90, é que foi aprovada uma autorização legislativa para que o governo de então cumprisse a sua obrigação, dando origem ao Decreto-Lei nº 268/2003 de 28 de Outubro. Mas este diploma do governo Durão Barroso / Paulo Portas durou pouco tempo. O governo seguinte, dirigido por Santana Lopes e apoiado pelos mesmos PSD e CDS/PP criou, através do Decreto-Lei nº 232/2004 de 13 de Dezembro, um outro modelo funcional para as autoridades metropolitanas de transportes: em vez de instituto público, uma entidade pública empresarial (EPE). E as Autoridades Metropolitanas de Transportes continuaram metidas na gaveta.
Pode assim concluir-se que o PS e o PSD, na tentativa de criarem modelos de funcionamento que melhor servissem os seus interesses partidários, enterraram durante muitos anos a organização do sistema de transportes a nível metropolitano, subalternizando o interesse do país e a qualidade de vida de milhões de pessoas. E isto, apesar de em muitos países da UE se encontrarem em funcionamento, há já muito tempo, estruturas intermédias que coordenam a organização do sector dos transportes, com claro benefício para as populações locais.
Finalmente, ao fim de 19 anos de incumprimento da Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, foi aprovado, com base na proposta de lei nº 214/X do actual governo, mais um novo regime jurídico das Autoridades Metropolitanas de Transportes de Lisboa e do Porto (Lei nº 1/2009 de 5 de Janeiro). Infelizmente, no seguimento das anteriores linhas de actuação, o governo do PS não resistiu à tentação de hegemonizar, através da representação maioritária da administração central, a estrutura de decisão das AMT’s. O Bloco de Esquerda tinha já apresentado um Projecto de Lei (nº 548/X) que, em oposição à visão centralizadora do PS, propunha uma representação maioritária dos municípios, uma participação das Assembleias Metropolitanas no órgão superior das AMT e financiamento através da transferência duma parte do Imposto sobre Produtos Petrolíferos. Curiosamente, o PSD e o CDS/PP não apresentaram quaisquer projectos de lei alternativos, o que só pode significar que estavam de acordo com o modelo governamentalizado proposto pelo PS. Daqui decorre que Rui Rio (que até é vice-presidente do PSD) não tem qualquer legitimidade política para, em contestação da Lei nº 1/2009, impedir a instalação da AMT do Porto.
Apesar da AMT de Lisboa estar já em funcionamento (do seu Conselho Geral até fazem parte os presidentes das câmaras de Cascais e Sintra, eleitos pelo PSD), na área metropolitana do Porto a Autoridade Metropolitana de Transportes ficou pelo caminho. Ao que tudo indica, Rui Rio parece estar à espera de outros resultados eleitorais que possibilitem nova instrumentalização partidária da AMT.
Quase 20 anos de boicotes, é demais!
Para uma mobilidade sustentável, o bom funcionamento duma AMT é decisivo.
Deixem funcionar a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto!
O deputado metropolitano,
José Castro
O Dr. Rio, seguro pela sondagem que arrasa Elisa Ferreira, volta a mostrar as suas facetas habituais, profundamente democráticas, dialogantes, participativas e, acima de tudo, norteadas pelo respeito pelos outros e pelas opiniões dos outros. Para além do maravilhoso “rabinho entre as pernas”, o Dr. Rio brinda a populaça da urbe com maravilhosos nacos de prosa, quer ao moderno jeito do twitter, quer no já mais tradicional estilo do pasquim, isto é, do site da CMP.
“Ao longo do Circuito da Boavista estiveram no fim de semana mais de 100.000 pessoas. Há jornais que não escreveram uma linha sobre o evento” escreve-se no seu twitter, acrescentadas de outros lamentos e lamúrias do senhor a propósito de achar ele que o Porto não está parado e, ainda desta maravilhosa tirada: “O Circuito da Boavista iniciou-se em 1931. Parou em 1933. Voltou entre 1950 e 1960. E foi relançado em 2005. É uma forte marca do Porto”...
E depois vai ao pasquim internético, vulgo site da CMP, afirmar que o Director da RTP, JA Carvalho, enganou deputados, que “perde noção do ridículo em audição parlamentar", mas sem se esquecer de voltar a exibir uma colecção de crónicas do jornalista Luís Costa por quem o Dr. Rio cultiva um particular apreço (já não bastavam as criselefantinas e agora ainda vamos ter uma exposição no átrio da CMP das crónicas dos jornalistas detractores do Dr. Rio...).
O Dr. Rio, surpreende-me, sinceramente. Revela agora, ao fim destes anos todos, tantos que quase não se conseguem contar, um sentido de humor refinadíssimo, ultrapassando de longe o (não)sentido, o nonsense, a capacidade de distorção da realidade dos lusos Gato Fedorento ou até dos Monty Phyton (Não, não! Não se trata de nenhuma velha glória dos idos do circuito da Boavista, mas de um simples grupo humorístico britânico). É simplesmente brilhante a piada do circuito da Boavista. Houve circuito entre 1931 e 1933 (3 anos) e entre 1950 e 1960 (10 anos) e por isso, em 2005, quando o Dr. Rio diz que ele renasceu, era uma forte marca do Porto, era um evento histórico, tradicional, pelo qual as pessoas ansiavam e, ano após ano, se interrogavam e lamentavam pela sua ausência. Lembro-me eu (que já tenho 40 anos, fresquinhos), de ser pequeno e ouvir os meus irmãos mais velhos, que agora tem 50, e os seus amigos, lamuriarem-se dias e horas a fio, sobre um tal circuito da Boavista que já não existia quando nasceram e que nunca viram... era confrangedor.
Mas tudo mudou em 2005. O circuito acordou das cinzas onde estava enterrado – há mais de 45 anos – e ressurgiu, pujante, ou não tivesse ele 13 aninhos de idade, interrompidos por um breve hiato de quase 17 anos (um minuto de História!). E fê-lo por si só, ainda que auxiliado pela iniciativa privada. Sim. Porque foram os privados, a economia, os comerciantes, os industriais, a massa anónima do povo que, privada do Seu circuito durante mais de 45 anos, se movimentou, se juntou e o fez acordar dessa breve sesta de 45 anos. E por isso, hoje em dia, o circuito da Boavista é uma forte marca do Porto. Qual Vinho do Porto, qual FCP, qual Torre dos Clérigos, qual Museu de Serralves, qual Ribeira, qual Património da Unesco. A Europa e o Mundo conhecem é o circuito. Essa é que é a marca que projecta o Porto além fronteiras, enche-nos de turistas, de dinheiro e dinamiza a economia local.
E mais! Parece que nas contas do Dr. Rio (ao contrário do que se afirmou em jornais e até nos blogs) o circuito esteve repleto de gente. Mais de 100 mil pessoas em dois fins-de-semana, ou foi à razão de 100 mil por fim-de-semana? Para além da discussão numérica (tipo contagem dos grevistas entre governo e sindicatos) é de um fino, refinado e supremo sentido de humor a contagem cabecística do Dr. Rio. Esquecendo que Serralves em Festa faz idêntico ou melhor resultado apenas num fim-de-semana e, penso eu, com um orçamento ligeiramente inferior (perdoem-me, pois não resisti!), isto sem contar com o FCP e o seu estádio sempre vazio. Ainda mais irresistível é o sentido de humor Rial de contar cabeças, mas não contar custos por cabeça, ou seja, não dizer quanto custa cada uma das cabecinhas que conta. Será mais do que um arrumador do Porto Feliz? Ou para quantos arrumadores do Porto Feliz daria? É fantástico!
E a Vilarinha! Finalmente está pronta! O Dr. Rio deve ter ultrapassado os problemas geológicos e a constantes batalha da oposição que o levaram a deixar que o troço da Vilarinha que não servia o circuito ficasse sem arranjo e esventrado, desde 2005 até 2009 (4 anos de árduas batalhas contra as forças de bloqueio, ou como diria o jardim madeirense, contra os totalitaristas comunistas, esses bastardos, com todo o respeito, claro!). Parece que o Dr. Rio se esqueceu de asfaltar aquela Rua que vai desde a Junta de Freguesia de Aldoar até à Rua do Lidador... e, por isso, daqui lanço já o repto de a incluir no novo percurso do circuito.
E, por fim, aproveitando o repto anterior, lanço um outro. Ó Dr. Rio, se não gosta do Sr. Luís Costa e acha que ele o ofende e calunia, faça como as pessoas que honram e prezam o seu bom nome fazem: desminta-o, verbere-o e ataque-o, mas assine o seu nome e dê a cara! Em seu nome próprio. Como se faz no Porto! E, para punir quem se excede nas ofensas e o difama, existem os Tribunais, pelo menos na democracia. Daí que, se se sente ofendido e caluniado, dê o exemplo. Em vez de traulitar, sem nome, no site da CMP, actue nos Tribunais, como qualquer pessoa que é ofendida deve fazer. Lembre-se que o exemplo que dá, para quem não tem sites (pagos pelos contribuintes) é que essas ofensas se resolvem fora da justiça, e por isso, e para isso, vale tudo, desde crónicas e artigos anónimos (tipo pasquim) até à bofetada.
Vimos convidá-lo(a) a estar presente na sessão de apresentação do livro "Porto d'Ideias" no dia 20 de Julho (próxima Segunda Feira), pelas 19 horas, no "Majestic", café histórico do centro do Porto.
Este livro consubstancia as reflexões e propostas que debatemos com diversos intervenientes, para o Porto, para a Região, para Portugal e também para o PSD. Um conjunto de textos de opinião e documentos de políticas discutidas no Porto Laranja são o nosso contributo de um exercício de cidadania, de intervenção e de afirmação de valores e ideias.
O "Porto d'Ideias" tem prefácio do Dr. Luis Filipe Menezes.
Agora que a Câmara do Porto está a proceder à limpeza - e bem - dos graffities na Travessa de Cedofeita, é sempre possível criar um novo "pólo de grande criatividade graffiti" noutro local qualquer. Sugiro, por exemplo, que o Edgar Brito disponibilize as paredes de sua casa para o efeito.
Correia de Araújo
Já está online o vídeo relativo à intervenção do José Ferraz Alves na RTV:
- José Ferraz Alves da Associação de Cidadãos do Porto apresenta a recentemente criada REDE NORTE, no jornal da RTV (15/07/2009)
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Nota de TAF: não percam.
Goste-se deles ou não, ninguém tem o direito de pintar a propriedade alheia. Será que os meninos fazem graffities nas suas casas? Não... o papá não deixa. Há graffities realmente belíssimos e, para isso, criem-se espaços específicos para o efeito. O resto é preciso limpar!
Então o origami passarinho... Não se aguenta!
Vânia Castro
Vi esta iniciativa e parece-me que vale a pena divulgar.
"Em Setembro a PLATEIA prossegue os debates em torno das políticas culturais, desta vez a propósito das eleições legislativas e autárquicas. Mais uma vez vamos reunir, em dois momentos, os candidatos dos partidos com representação parlamentar para discutir as questões de que, a nível local e nacional, depende a nossa vida quotidiana. Se tiverem dúvidas, questões, reclamações, desabafos, ideias, propostas concretas... façam chegar os vossos contributos, até ao dia 19 de Julho. Para que esta discussão seja o mais alargada possível."
Caro Ricardo Coelho:
Lê-se no documento de Apresentação do Projecto cujo link que pode encontrar aqui.
"RESUMO
Sem alterar as suas características arquitectónicas, até porque se encontra classificado pelo IPPAR, o novo PRM terá áreas de expansão em cave com frente para a Av. Das Tílias, um novo restaurante e uma nova sala para cerca de 1200 pessoas, além das áreas técnicas indispensáveis.
Estas alterações vão permitir que, para além das actividades desportivas, exposições, grandes concertos, festas, circo e pista de gelo, se realizem congressos com capacidade de plenário até 6 mil pessoas e seminários ou reuniões de menor dimensão: sala de 322 lugares, 522 e 1180 lugares, subdivisível em 3 salas de cerca de 400 pessoas."
Como pode ver excede largamente os 1200 lugares. Insisto que seria uma mais valia para dinamizar a cidade. Em relação à frequência de público, sempre que lá vou tem relativamente pouca gente. Mas reconheço perfeitamente que posso estar errado devido talvez ao horário em que o frequento ao Domingo de manhã.
Os meus cumprimentos
José Paulo Andrade
Acabo de passar na Travessa de Cedofeita onde funcionários da Câmara Municipal do Porto estão a limpar todos os graffities da mesma. Devo salientar que sou a favor da remoção de tags, que são apenas uma marcação de território, mas este é provavelmente um dos pólos de maior criatividade de graffiti do Porto, e onde se encontram alguns dos melhores exemplares de street art.
Cumprimentos,
Edgar Brito
Li ontem várias tomadas de posição, e de dor, sobre o estado em que se encontra a nossa Baixa do Porto, em que se combinam atitudes de inconformismo com muita revolta e com perplexidade. Para concluir que, para agir, começar por se ter de querer, mas também por saber operacionalizar com eficácia. Para responder a esta questão entro com dois artigos saídos hoje no Jornal de Negócios, um de opinião, de Manuel Caldeira Cabral “Cuidado, os partidos muitas vezes cumprem o que prometem” e outro uma notícia sobre Promoção Turística, “O Mundo no Douro Agora, o Douro no Mundo, depois”. Para compreender o que quero concluir é preciso ler as notícias.
Estranhamente, e eu concordo, os políticos têm cumprido com as suas intenções! Nós agarramos sempre o lado mau das coisas. Já me estou a ver numa reunião da Associação de Cidadãos do Porto ou da Rede Norte a dizer isto e a sentir o corpo trespassado por olhares incrédulos pelo meu excesso de romantismo perante a vida. Não, político mente, e é preciso é mudar sistemas, e coisas no género. Eu continuo a achar que quase todos são bem intencionados e empenhados. E faço disso ponto de honra.
Agora, desafio a ler a segunda notícia. Em que é que os 40 embaixadores em Portugal – vindos de Lisboa – em passeio turístico pelo Douro, na companhia de responsáveis da Administração Pública local vão potenciar a afirmação da Região do Douro no Mundo? Para mim, para além de umas excelentes férias pagas, que só vão contribuir para esses responsáveis acharem que está tudo bem e que a crise anda bem longe, NADA! Por isso sairão menos eficazes para as acções de mudança que são necessárias. Sinceramente, para mim é mais um pretexto para se passarem um bons tempos em excelente companhia, num paraíso, pago por todos nós. Só que, aqui, a menor eficácia é mais da Administração Pública do que dos Políticos.
Já Francisco Sarsfield Cabral, no Público 2008.04.28, no seguinte artigo, referia o mesmo e apontava soluções:
“O dinheiro ou as parcerias?!
Um caso de provincianismo: não valorizar os correspondentes estrangeiros é provinciano e pouco inteligente.
… Ficamos satisfeitos por Cristiano Ronaldo ou José Mourinho se tornarem celebridades. Mas não chega. De vez em quando gastam-se milhões em propaganda colocada em jornais e revistas de outros países. No entanto, ignoram-se os correspondentes estrangeiros que estão entre nós e que, de forma mais eficaz e bem mais barata, poderiam contribuir para uma maior projecção de Portugal no mundo.
Na recente sessão comemorativa dos 30 anos da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal – realizada, não por acaso, na Fundação Mário Soares – foi chocante ouvir o que os vários correspondentes contaram sobre a maneira como os poderes públicos os ignoram e marginalizam. Desde a dificuldade de acesso destes correspondentes (que trabalham em regra isolados) aos membros do Governo e a altos dirigentes do Estado, blindados por assessores que nem sempre os atendem ao telefone nem respondem às suas chamadas, até à exigência corrente de exigir o envio de um e-mail para as mais singelas perguntas (como saber a hora de uma conferência de imprensa), não faltaram exemplos raiando o absurdo.
A excepção terá sido um secretário de Estado do Turismo, Alexandre Relvas, que percebeu as vantagens de convidar um grupo de correspondentes estrangeiros para uma viagem no Douro, em vez de comprar caríssimas páginas de publicidade na imprensa internacional. Até porque as pessoas acreditam mais em artigos de jornalistas do que em anúncios …”
Devemos preocupar-nos em acusar políticos ou em sermos exigente e rigoroso com quem aplica mal? Isto leva-me a um outro ponto, de reflexão, sobre o empenho que cada um de nós terá de ter na sua própria acção prática. Como cidadãos, aos abster-nos de acções políticas, ao não votar, não estamos só a prejudicar os políticos e sua acção, talvez estejamos mais a premiar os verdadeiros ineficazes. E a política de que Portugal mais precisa é a de premiar o mérito e de responsabilizar os incapazes. Pois, isso significa que temos de sair da preguiça e dos bastidores. E pode-nos calhar a nós esse prémio ou esse castigo. Mas acreditem que é por aqui.