2008-03-23
Parabéns TAF, pelo incansável exercício cívico.
Parabéns "Baixistas"; por aqui passam as palavras ditas e as não ditas, porque são assim os espaços independentes - intangíveis.
Parabéns Porto.
Nicolau Pais
- Parceria deve gerir aeroporto
- Junta reclama do Governo parceria para o aeroporto
- Estudo aponta para inclusão de parceiro regional na gestão do aeroporto
- JMP: estudo sobre modelo de gestão do «Sá Carneiro» vai ser apresentado publicamente em Abril - com vídeos
- Elisa Ferreira: um, dois, três
- Matriz Energética da cidade foi ontem apresentada pela AdEPorto
- Apresentação pública da Matriz Energética do Porto
- Câmara do Porto vai instalar 5000 m2 de painéis solares até 2010 em bairros sociais
- "Só não vai ficar no Bolhão quem não quiser" - Piso a piso
- Mercado do Bolhão: Valor das rendas e horário do mercado tradicional mantêm-se
- Festejos no Centro Histórico levantam questões
- Uma cidade a ver balões
- Porto: A cidade mais pobre da Península Ibérica
- Barbearia Invicta comemora 40 anos
- Área Metropolitana do Porto lança promoção na Galiza
- Só seis por cento das freguesias têm presidentes a tempo inteiro
- Medidas restritivas ao TGV
- Novo hospital Gaia/Espinho previsto para 2014
- Metro do Porto: Projectos preparam melhores acessos de deficientes a transportes públicos
- Sócrates, Lino e Ana Paula Vitorino 2ª feira em Leixões na inauguração da VILPL e da nova portaria
- Braga: Tribunal decreta insolvência de Plataforma Minho - Associação de Desenvolvimento Regional
- Rui Rio e Marco António em conferência - Sobre política social. Estive lá. Registei que Marco António é de opinião que o PSD deve defender uma diminuição da regulamentação relativa às instituições de apoio social (lares, infantários, etc.) e a transferência da gestão deste tipo de equipamentos da Administração Central para a Local. Concordo com ambas as sugestões. Acrescento que se deve também promover activamente o estabelecimento de parcerias entre actores da sociedade civil, para lançar e gerir iniciativas/instituições de apoio social sem dependência do Estado.
Pois é, caro Pedro, no meio de tanta tecnologia e planos tecnológicos não se percebe esta situação das PTs na Câmara, até porque basta virarmo-nos para Gaia (mais uma vez) e verificar que fornecem as plantas no próprio dia. Ainda por cima, agora as plantas no Porto vêm sem o relatório de antecedentes urbanísticos e cadastro, pensei eu que seria para agilizar, uma vez que os serviços deixaram de fazer esse trabalho e, nada, tudo na mesma.
Quanto ao Bolhão, tudo na mesma, ninguém sabe de nada, ninguém esclarece ou informa nada, começa agora a discussão se será uma demolição pequena ou grande (já todos perceberam que é para demolir tudo, mas enfim). A este propósito, lembram-se do hotel no Palácio das Cardosas, anunciado com toda a pompa, que ficava pronto num ano, para abrir em Maio de 2008 (ainda nem está aprovado o projecto de arquitectura), etc, etc, pois é, tudo aponta para ser todo demolido por dentro também. Mais um.
Para finalizar, já repararam nas várias obras que decorrem aqui na Baixa, sem avisos, portanto sem licenças? Mais uma vez, pois é, e ao que me constou, com conivência da Porto Vivo, na ânsia de mostrar trabalho feito na famigerada Reabilitação da Baixa, tão propagandeada…
Triste Porto.
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa
pedrolessa@a2mais.com
As traseiras do quarteirão Carlos Alberto vão ficar em tom Amarelo Cruarb, ou pelo menos tudo aponta para essa tendência, janelas brancas, tubos de queda óxido de ferro. Devo dizer que por vontade da fotógrafa ficava um quarteirão cor-de-rosa, para espevitar o espírito feminino na nossa cidade, mas ninguém escuta os fotógrafos e portanto ficamo-nos pela tradição.
Por dentro continua tudo mais ou menos igual à semana passada, a discussão agora assenta no tipo de revestimento para as paredes da caixa de escada, uns apontam pladur de alta resistência, outros emassame tradicional, outros emassame e pladur, e ainda há a hipótese de pedra à vista. O problema é que tirados os «tentos» verifica-se que para regularizar a superfície o emassame ultrapassa largamente a espessura convencional, o pladur é bonito mas mesmo armado não tem a resistência pretendida, a pedra à vista é uma excelente opção já que as escadas vão ser em madeira com as tradicionais bombas e balaústres; vai-se ver se a pedra tem tratamento, resistência e aspecto que permita esta opção.
Perguntam os amigos da Baixa: que obras são estas em que não se previram estas situações? Ora bem, prever previu-se a situação utilizada por norma, mas como não estamos a falar de uma obra nova, em que vai tudo abaixo e se fazem paredes duplas no interior, vai-se vendo o que melhor se adequa, resiste e que potencia o valor histórico destas habitações.
Os trolhas já disseram: - Os engenheiros que decidam, a gente executa. Os arquitectos é que não gostam nada deste palavreado.
Bom fim-de-semana Baixa.
O Município do Porto acaba de ser distinguido pela ESRI com o Prémio Projecto SIG 2007 – “GEOPORTO”. Está de parabéns o Vereador Vladimiro Feliz. Eu é que não me sinto nada feliz porque, quando peço uma planta topográfica na CMP, pago mais de 30,00 euros, continuo a esperar mais de 10 dias úteis para poder levantá-la e no fim recebo um monte de papéis, em vez de um CD com a cartografia digitalizada.
BREVE HISTORIAL
"...situado no Largo de S. Domingos, e em parte do antigo convento do mesmo nome. O edifício de aspecto pesado mas distinto, com sua majestosa frontaria de granito, ocupa, olhando ao norte, toda a frente do regular quarteirão formado pelas ruas de S. Domingos e de Ferreira Borges. A sua Arquitectura, tanto exterior como interior, é agradável. A sua situação, olhada pelo lado da conveniência pública, é excelente: a pouca distância da alfândega, do rio, da Bolsa do Porto, dos Tribunais, e no centro da parte comercial da cidade,..."
Esta descrição com cerca de um século, e com algumas alterações, ainda é perfeitamente actual, e era assim que em 1890 Ferreira Barbosa se referia ao Edifício, então na posse da Caixa Filial do Banco de Portugal.
Porém para que se situe a sua História, há que recuar cerca de 8 séculos. Mais precisamente ao ano de 1237, altura em que dois religiosos da ordem de S. Domingos, Frei Gualter e Frei Domingos Gallego tomaram posse da "Igreja e cerca prometidas" e iniciaram a construção do Mosteiro. Assim reza a Crónica de Frei Luíz de Sousa. (Conta ainda esta crónica que essa primeira igreja, oferecida pelo Bispo do Porto D. Pedro, tinha "uma escadaria muito íngreme e de muitos degraus". Faz-se aqui esta referência, porque é possivelmente uma razão simbólica que dá origem à actual escadaria do edifício que estranhamente e contrário ao habitual é algo exagerada.
Estendia-se este Mosteiro desde o actual Largo de S. Domingos para sul, até à cercania da Ordem de S. Francisco. Desta última resta ainda a sua Igreja, uma vez que o Mosteiro deu lugar ao Palácio da Bolsa. Rivalizaram durante séculos as duas Ordens vizinhas reclamando cada qual o estatuto de maior antiguidade na cidade.
O Prior do convento, D. Frei Pedro Esteves, mandou levantar um grande Alpendre, cobrindo o adro da Igreja. Serviu inicialmente de recreio e praça ou casa de negócio, e posteriormente "por estar ao abrigo da chuva e do sol, e por ser ponto muito central da cidade, e haver nela falta sensível de edifícios para repartições públicas, serviu muitos anos de tribunal, e ali os juízes ouviam e despachavam as partes" sob o vão tomado pelo Alpendre, se levantou mais tarde a fachada norte e principal do convento.
Este Mosteiro foi em parte devorado por um incêndio em 1777, e durante o cerco do Porto, em 1832, outro incêndio ainda maior fez restar pouco mais que esta fachada a norte. Com a supressão das ordens religiosas em 1834, é este edifício e o vão restante, que era tomado pela cerca, igreja e casas dos frades, passado para a Fazenda, e alugado precisamente em 1 de Junho desse ano ao Banco de Portugal.
Parte desses terrenos são ainda cedidos para a abertura da Rua Ferreira Borges. O seu traçado foi defendido pelo Arquitecto Joaquim da Costa Lima Sampaio, em detrimento de outro que mutilava o edifício. Argumentava então que "Não sendo fácil encontrar-se na cidade quatro edifícios como esse".
O Banco de Portugal acabou por adquirir o imóvel, quando em 1865 foi posto em praça pelo governo. Fez em seguida obras importantes de reconversão interior, e algumas alterações de alçado, nomeadamente no friso superior e na arcada, onde se nota certa influência inglesa. Na mesma altura foi apeado o emblema da ordem que rematava a frente e apagada uma inscrição latina na frontaria que em vulgar dizia "Esta ordem fundou a expensas suas, em sagrado átrio, este edifício, notável pelas maravilhas de Arte".
Após a mudança, não há muitos anos, do Banco de Portugal, para as actuais instalações na Av. dos Aliados. Foi este imóvel ocupado pela Companhia de Seguros Douro. Mais uma vez foi o edifício objecto de alterações interiores e exteriores e novo emblema se colocou na sua frontaria. Reza sempre a História de memória curta, e esta cidade de pouco respeito e conhecimento pelo seu Património. Chama-se hoje o imóvel de Edifício Douro.
Encontrava-se o prédio devoluto, calmamente parecia aguardar a continuação da sua longa História. Agora parece que se transforma em Palácio das Artes.
Alexandre Burmester
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Nota de TAF: Blog Edifício Douro
Hoje: Porto comemora Dia Nacional dos Centros Históricos
- Passeios e petiscos no dia dos centros históricos
- Câmara aliena 16 prédios à SRU
- O regresso em força das livrarias à Baixa
- Comerciantes aplaudem iniciativa
- 28 casas para jovens na Rua de S. João
- Obras da Câmara não são concluídas dentro do prazo
- Câmara do Porto paga tarde e as obras não respeitam os prazos de execução previstos
- Demolição na fachada do Bolhão foi "ilegal"
- Fábrica de talentos abre portas no Centro Histórico em Outubro
- Apontamentos sobre o projecto
- De convento a sede bancária
- Intervenção na escarpa não prevê desalojamentos - Carta para ministro das Finanças
- Gaia: Escarpa em obras para a semana
- Trabalhos de prevenção na escarpa da Serra do Pilar na próxima semana
Consta de fonte segura que a razão para querer desalojar os moradores (ou pelo menos a totalidade deles) tem pouco a ver com a segurança da escarpa, e mais com questões "estético-imobiliárias"...
- Seguranças ilegais sujeitos a penas de prisão até dois anos
- Ludgero Marques diz que AEP não precisará de confederações para fazer ouvir a sua voz
- Líder do CDS--Porto critica movimentos internos
- Má IDEA - sugestão de José Silva
- Leilão de obras na Árvore
- Hoje, Noite dos Realizadores no Cineclube do Porto
- Uma semana para promover a Inovação e o Empreendedorismo na Universidade do Porto
- Mês da Bioquímica
... este referido aqui (não pude estar até ao fim, se calhar ainda decorre a esta hora), em que se cometem os erros habituais.
- 1) O "cidadão típico", deixado "à solta", gasta pelo menos 10 vezes mais tempo do que aquilo que seria razoável para dizer o que tem a dizer. 10 vezes não é força de expressão, é assim mesmo: o que justificaria 30 segundos demora 5 minutos... Rui Moreira foi a excepção, mas Nuno Melo e alguns dos participantes da assistência abusaram bastante. Isso faz com que falte o tempo para tentar obter conclusões daquilo que se discutiu.
- 2) Não há apenas os "regionalistas" e os "não-regionalistas", há imensas variantes. Eu, por exemplo, não sei se seria considerado uma coisa ou outra. A Regionalização não é uma questão de Sim ou Não.
Quanto ao assunto em si, por que razão é que se fala nele? Basicamente porque os municípios não têm dimensão (massa crítica) para resolver alguns problemas, em particular os ligados à gestão do território (infraestruturas, ambiente) e os de capacidade reivindicativa, ou de contra-poder, face ao Poder Central.
Em teoria os municípios podiam agrupar-se e resolver em conjunto os problemas supra-municipais, mas acontece que os autarcas (todos ao mesmo nível hierárquico) não se conseguem entender. É falta de preparação para a vida em Democracia, mas é o país que temos. Por isso há duas soluções possíveis:
- - ou se cria um nível intermédio de poder (a região) que "manda" nos Presidentes de Câmara e portanto obriga ao aparecimento de soluções;
- - ou se dá maior dimensão às autarquias, fundindo concelhos e fundindo freguesias, entregando-lhes também maiores competências e meios que agora residem no Poder Central, dispensando o tal nível de "região".
Nada disto é novidade, eu próprio já venho a escrever sobre o tema há imenso tempo. Qualquer das duas opções é viável, trata-se apenas de saber qual a mais eficiente. Parece-me claro que a que traz menor complicação e menores custos é a segunda. Chama-se a isto Regionalização? Talvez. Não é relevante.
Mas volto a insistir: em vez de nos limitarmos a esperar pela Grande Solução, por que não tentamos já obter uma melhoria local, integrando Gaia (ou Gaia e Matosinhos) no Porto?
PS: Uma fusão integrando Matosinhos, além de Gaia, tem a vantagem de tornar mais evidente que o conjunto é "Porto", e não "Porto-Gaia", nem "Gaiaporto", nem outro disparate qualquer. A marca Porto é um dos nossos activos mais valiosos, como se vê, não a desperdicemos.
Depois de uma semana de férias, está de volta o manual de instruções para o próximo fim-de-semana no Porto!
Para ver quase tudo em opozine.blogspot.com!
pb [opozine]
- Municípios da Região Norte vão ter direito a mais verbas comunitárias contratualizadas
- Centenas de projectos para qualificar recursos no Douro
- Voos da Aerocondor paraTrás-os-Montes continuam supensos, agora por tempo indeterminado
- Hospital de 70 milhões na zona de Aldoar
- Barcelona: "Mercados municipais são motores de dinamização de bairros"
- Fundação Filos reclama terrenos no S. João de Deus
- Padre Maia pondera acção judicial contra a Câmara do Porto
- Insegurança no Cerco
- Festival Black&White está de volta à Católica em Abril
- Festival Black & White: Quatro dias a preto e branco
- Festival de rua aproxima Europa
- Hoje: Action in the box
- "AdA -Festival Europeu em Acção" traz artes visuais e performativas às ruas do Porto
- O primeiro ano do bispo que se aproximou do povo
- S. Brás
- Cinco jornais diários mais lidos perdem 321 mil exemplares em 2007 - a net, a blogosfera, a falta de qualidade...
- Sugestão de Michael Seufert: "envio-lhes a pedido da Juventude Popular do Porto o convite para a tertúlia que se realiza hoje às 21:30 no Caffé di Roma, Rua Sá da Bandeira. Debate-se a Regionalização, e intervêm o Dr. Rui Moreira e o Dr. Nuno Melo, bem como os assistentes interessados."
PS:
- AEP muda filosofia e modelo de gestão
- Porto vai festejar Dia Nacional dos Centros Históricos
PS 2:
- Gaia: Governo Civil vai requalificar escarpa da Serra do Pilar sem desalojar moradores
- Rui Rio acusado de “segregar tudo o que é arte”
Um pouco no seguimento do post de António Alves, é preciso dizer que ao preço a que pagamos a electricidade, o gás, o carbono, o combustível e outros meios produtivos, não conseguimos vender os nossos produtos nem sequer em Portugal, não há hipótese. Os lucros de EDP, da Brisa dão rendimento aos accionistas, mas prejudicam a economia, os recursos, a competitividade.
Somando ao custo dos meios produtivos a carga de impostos que temos que suportar, as coimas, multas acessórias, não há produtor ou empreendedor que se aguente. O exemplo que vos dei ontem, fábrica de enchidos em Baltar, a passos da fronteira, onde a maioria dos trabalhadores são portugueses, onde se produzem enchidos que no mercado ficam mais económicos que matar um porco em casa, isto é o cúmulo, e levanta uma pergunta: se os trabalhadores são na maioria portugueses, se há tanto terreno livre em Trás-os-Montes, tantos supostos incentivos, porque é que os espanhóis não construíram a fabrica 5 km dentro do nosso País? Só nos meios produtivos fazem uma economia que arrasa com qualquer tentativa de produção made in Portugal, alimentar o porco deste lado da fronteira custa mais do que comprá-lo morto, limpo, esventrado aos espanhóis.
Basta ir à Galp a escassos km da fronteira para pagar o combustível mais barato, é no mínimo revoltante, um gozo pegado com os portugueses, e vem aí mais peso para as nossas costas, Quiotos, Regras, Normas, e Portugal à deriva sem qualquer investimento que permita aos portugueses equilibrar a situação. Acrescento o exemplo da saúde no sector privado: em Espanha por uma consulta com todos os exames (cardiologia, oftalmologia, prova de esforço, radiografia, ecografia, radiografia pulmonar) sem seguro paga-se 75€, em Portugal paguei por 5 minutos com um médico sem especialidade, 5 minutos com um especialista, 2 radiografias, 1 injecção e o tempo do enfermeiro 267€, na Casa de Saúde da Boavista. Só me lembrava das grávidas de Chaves e na eventualidade de terem que recorrer ao tal privado que lá vão montar, ou os velhotes, coitados quando perceberem a que preço está a saúde em Portugal, bem aguentam as 2 horas e tal para chegar a Vila Real.
O equilíbrio é só para o Estado, um Estado abusivo, desorientado, que vive sobretudo à custa do mais fraco. Não podemos suportar isto por muito mais tempo, temos que fechar fronteiras e fazer a regionalização, arranjar novos protagonistas, votar nos independentes que não têm qualquer partido e que por eles não se deixam representar. Os partidos de hoje não nos merecem respeito e não podemos ter esperança que a situação vai mudar, não vai, os protagonistas actuais são uma vergonha para a réstia de respeito que poderia haver pela política em Portugal.
Cristina Santos
Foto de Dario Silva
Recentemente, numa clara atitude de arrogância colonial, e à revelia das autoridades locais, a EDP abriu um estradão nas margens do Tua causando uma ferida aberta na paisagem. Foi um acto típico de quem, a 500 km de distância, trata o território como se fosse um feudo medieval ou terra colonizada onde a vontade dos nativos não conta minimamente.
A EDP, empresa (significativamente) com sede na Praça do Marquês do Pombal em Lisboa onde, além da administração, emprega largas centenas de pessoas, tem uma significativa parte da sua capacidade instalada de produção hidroeléctrica (30% do total) no Douro. Esta empresa obteve em 2007 lucros líquidos superiores a 1100 milhões de euros. Desse total, segundo o economista Eugénio Rosa, 250 milhões foram obtidos, com a conivência do Governo e da Autoridade da Concorrência, à custa de preços da energia mais elevados que noutros países da União Europeia. Ora, uma parte significativa desse dinheiro foi directamente gerado em Trás-os-Montes e Alto Douro. Quanto é que lá fica ou é lá reinvestido? Praticamente nada.
A EDP actua colonialmente em Trás-os-Montes explorando os seus recursos naturais. A energia potencial das águas dos rios trasmontanos é o equivalente ao petróleo dos árabes. Alguém imagina os Emirados sem usufruir dos lucros do seu petróleo?
Trás-os-Montes está, como diz um amigo meu, numa situação colonial ainda pior do que estavam antigamente muitos territórios africanos. É que nesses ainda se criavam, embora mal pagos, numerosos empregos. No Douro nem isso. Para todas as Barragens do Douro a EDP tem cerca de 150 funcionários na Régua e no Porto (a maioria). Trás-os-Montes é espoliado dos seus recursos sem ser devidamente compensado. Calcula-se que o valor da energia lá produzida ascende a mais de 500 milhões de euros. Toda esta riqueza devia estar a pagar o desenvolvimento regional; a pagar a renovação da Linha do Douro e a reactivação da ligação a Barca D’Alva e Salamanca; a subsidiar a promoção do enorme potencial turístico de toda a Região.
Construir uma barragem no Tua, ainda por cima uma que pouco acrescenta à capacidade produtiva de energia eléctrica, arruinando para sempre um património ferroviário único no mundo que pode ser uma incalculável mais-valia para o turismo local como complemento, por exemplo, aos cruzeiros no Douro, será um crime patrimonial e económico. Infelizmente a mesma espécie de autarcas que deixou encerrar o caminho-de-ferro trasmontano a troco de promessas vãs, prepara-se, mais uma vez, para hipotecar o futuro com a miragem de uma albufeira ou dos postos de trabalho que, dizem, serão criados. Quanto a postos de trabalho e albufeiras para ver o que fica depois da fase de construção basta visitar o Pocinho e avaliar o deprimente deserto que lá resta. A única honrosa excepção de lucidez e bom senso reside no autarca de Mirandela.
A região trasmontana para terminar com esta inaceitável situação deverá tomar o seu destino em mãos, livrar-se destes autarcas submissos aos directórios dos partidos centralistas, exigir autonomia, auto-governo, autodeterminação e exigir o Direito a Decidir sobre os seus próprios recursos. Urge matar de vez o colonialismo interno que nos atrofia. Se se mantiverem na actual apatia só poderão queixar-se de si próprios.
António Alves
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A situação das portagens leva-nos aos tempos remotos em que se pagava para atravessar as fronteiras dos concelhos, quando o produto chegar ao destino custa mais 5 ou 6 euros do que devia e custa a uma população descapitalizada, que ganhará menos em função das viagens que tiver que efectuar se continuar a recusar-se em residir na grande cidade. Todas as lutas que se façam neste sentido são proveitosas, Lisboa como cidade desenvolvida e mais instruída que nós deve aliar-se à nossa luta, ajudar-nos contra esta política e ajudar o País.
Braga e Vila Real atravessam uma crise gravíssima, no entanto parecem não se dar conta, o comodismo reina, vão-se governando com reformas e rendimentos mínimos, trabalhos na Câmara, sempre longe do desenvolvimento merecido, sempre longe da retribuição que merecem. É preciso despertar esta gente que continua iludida, serena e desarmada. Enquanto reinarem os actuais gestores há pouca esperança, há que derrubar estes homens agarrados ao poder, substituí-los por gente interessada em responder ao povo e não aos partidos.
Fábricas de enchidos em Espanha (é certo que só estão a 5 km de Portugal) funcionam com portugueses, mas estão em Espanha e de lá produzem a preços tão baixos que desincentivam qualquer iniciativa de produção seja para consumo particular ou para venda, e isto graças aos sucessivos Governos e o seu enriquecimento rápido em detrimento do enriquecimento do País. Temos que destronar esta gente, sabemos que é demagogia, a comunicação social a quem interessa este jogo do poder está sempre a dizê-lo, mas ou são eles ou somos nós, e nós somos mais, muitos mais.
As lutas parecem descabidas, parecem porque ninguém nos responde, talvez tenhamos de atacar os aparelhos partidários, deixar, de forma unida, de pagar impostos. Quando perceberem que não têm dinheiro para alimentar as suas máquinas, talvez relembrem o lema da democracia, é preciso coragem, e a coragem constrói-se das pequenas lutas e o princípio desta luta é que este sistema bipartidário não serve, temos que acabar com ele. Os outros países têm os mesmos problemas? Não me parece que tenham o mesmo sistema, ou o mesmo nível de descapitalização que nós temos.
Este Norte que não sabe fugir, que é apanhado na fuga ao Fisco, nos desvios orçamentais, nisto e naquilo, este Norte sem instrução mas com um grande senso comum ainda se pode levantar, é a melhor marca que Portugal tem. Aliás se Portugal ainda tem marca, personalidade, diferença é no Norte que ela reside. Não tenham medo de represálias, de aumentos de custos, não desincentivem a luta, não nos resta mais nada do sistema democrático, não tem efeitos é certo, mas a seu tempo terá.
Cristina Santos
Este assunto só marginalmente tem a ver com este blogue. Isto porque apenas ocorreu geograficamente no Porto. É o caso da aluna malcriada do Carolina Michaëlis. Não vou aqui opinar sobre as soluções “pedagógicas” que o caso mereceria, nem alinhavar algumas opiniões “sociológicas”, sejam elas rousseaunianas ou não, sobre a educação, a juventude ou a humanidade em geral. É área que também já está muito frequentada e todos podemos ler e ouvir milhentas opiniões publicadas ou transmitidas sobre a questão. O que me espanta, o que me espanta mesmo, é o ridículo da intervenção do Procurador Geral e do Ministério Público no assunto. Um caso de indisciplina escolar - que devia ser resolvido local e autonomamente na própria escola, a quem deviam ser dados os meios objectivos, o suporte político e a respectiva protecção policial, se fosse caso disso, para exercer uma efectiva autoridade – transformado numa espécie crime de lesa majestade. É ridículo transformar uma adolescente absolutamente grunha numa criminosa mediática. Não se ganha nada com isso. Será devido a uma incontrolável procura de protagonismo? Ou será só porque o caso aconteceu no Porto. A propósito: os bandidos da noite do Porto já foram todos identificados e presos? Os matadores do dono do “avião” já foram descobertos? Os criminosos que mataram em Sacavém e em Oeiras já foram localizados e detidos?
António Alves
«Como na generalidade dos países menos desenvolvidos, em Portugal continua a dar-se uma importância desproporcionada aos elementos materiais, enquanto elementos simbólicos do desenvolvimento, da riqueza e do estatuto social. Muitos dos que criticam, a governos e autarcas a cultura do cimento fazem-no enquanto ostentam os seus belíssimos e, sobretudo, caros relógios de marcas ou os não menos luxuosos automóveis. Quando se fazia a avaliação da aplicação dos chamados "fundos estruturais", a maioria das verbas era canalizada, no caso das empresas, para instalações, maquinaria e equipamento, até haver uma intervenção administrativa que limitou a sua disponibilidade. Não há povoação que se preze que não tenha um pavilhão multiusos ou, mesmo, um centro de exposições e congressos. E quando o paradigma mudou, e a retórica do empreendedorismo se instalou, eis que correm pressurosas a construir incubadoras e centros empresariais. A continuarmos assim, não tardará que se reproduza neste domínio o que acontecia com equipamentos desportivos uma das maiores taxas de construção de recintos cobertos da Europa, o que se compreende perfeitamente dada a agressividade do nosso clima… O problema não está, sequer, na construção mas no que se segue: as despesas de manutenção e funcionamento.» Ora, é aqui que o problema existe. Os custos da criação de auto-estradas sobre os «impostados». Fará então sentido contestar a decisão do governo em criar portagens à volta do Porto (A28, A41 e IC1)? Sim e Não. Depende!
Contextualizemos ainda mais:
- - Sugiro a audição prévia da intervenção de Pedro Morgado no RCMinho ou lendo os posts recentes no Avenida Central;
- - Portugal já tem uma densidade de auto-estradas superior à média europeia;
- - A A3 a norte de Braga está sub-utilizada, segundo Matos Fernandes, da administração do Porto de Leixões e especialista em Transportes;
- - Os efeitos do PeakOil começam a fazer-se sentir a Norte. No final do ano, quando o BCE descer as taxas de juro, o Euro desvalorizará face ao Dólar e o petróleo em euros começará a subir ainda mais. Relembro que metade do petróleo importado é usado no transporte rodoviário. As importações fazem reduzir o PIB e portanto a riqueza individual... Para redução do PIB, já basta a recessão em curso...
- - A construção da A4 entre Amarante e Bragança está a gerar muitos interessados. A A4 é um erro histórico. Mal seja finalizada a sua construção, ficará às moscas. O melhor que TM poderia fazer, se os lobbies de Lisboa o permitissem, seria transformar em autoestrada apenas os troços do IP4 com maior tráfego ou inseguros. Os restantes ficariam inalterados. Com a poupança obtida, investir-se-ia em infraestruturas com mais futuro, como seja o upgrade da linha do Douro, da linha do Tua até Sanabria ou no upgrade do aeródromo de Bragança para «low costs»; Espanha vai reabrir a ligação a ferroviária até Barca D’Alva até 2010. Recuperar para passageiros os 28km desde Pocinho até Barca D’Alva, segundo a Refer, custa 11 milhões de euros, ou seja o equivalente a 2 km de auto-estrada...
- - As SCUTS são excelentes PPP para o lobby betoneiro e bancário, quando o crédito é barato. Esse tempo acabou. A Brisa está com sérias dificuldades, como se pode ler aqui. Haverá SCUTs se a Brisa falir? Nacionalizando-se, sim. Mas quem pagará o acréscimo de impostos?
Resumindo: Apenas vale a pena contestar se for para reclamar contra as injustiças. A mediatização deverá ser no sentido de obrigar a «portajar» também as vias em situação semelhante como o caso da Via do Infante. São necessários estudos! O único motivo é evitar que que a falta de critério da aplicação de portagens prejudique, como é habitual, o Norte.
Mas há um assunto ainda mais importante. É que a reclamação/protesto tem que ser credível sem cair em populismo demagógico nortenho. O segredo da assertividade perante Lisboa é ser intelectualmente honesto e sério. A nossa comunicação social, nomeadamente do JN pós-Joaquim Oliveira tem que ser sensata. O Norte não pode passar de um extremo em que era tabu ou se tinha vergonha de defender os nossos legítimos interesses para um cenário de irresponsabilidade infantil onde se defende tudo o que tenha carimbo «Norte», mesmo o que esteja errado. E exemplos disto é o elogio desmedido à arquitectura do Aeroporto Sá Carneiro sem calcular os respectivos custos que atormentam agora Belmiro, as expansões surreais do Metro do Porto que custariam meia-Ota ou os faraónicos e secretos custos que o CVE Porto-Minho-Vigo vai ter se parar no centro de Braga («RAVE preveja um túnel urbano em Braga, coisas no "segredo dos Deuses"»).
José Silva - Norteamos
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- Porto produz 25% da ciência nacional
- QREN: CCDR-N disponível para apoiar projectos para o Douro e Côa
- Ambiente: CCDRN quer acabar com sucatas ilegais até final de 2010
- Plano Nacional de Barragens: Prometidos 7 mil novos empregos e dois mil milhões de investimento
- Notas Pascais - por sugestão de José Silva
- D. Manuel Clemente apela ao espírito de missão
- Levantar voo - Alberto Castro esqueceu-se de duas iniciativas evidentes: a integração de Gaia no Porto e a candidatura supra-partidária de Artur Santos Silva, qualquer delas provando o poder da sociedade civil e mostrando que é possível ultrapassar a mediocridade vigente. Entregar a gestão do aeroporto à Sonae pode ser interessante, mas não representa o envolvimento da sociedade civil, apenas o de um grupo económico. Não é isso que vai fazer o "click" que procura. O "click" é em nós próprios, não é empurrado para a iniciativa de outros. Se ele pensar melhor no que escreveu, vai concordar comigo. ;-)
A Plataforma de Intervenção Cívica do Porto tem agendadas as seguintes iniciativas, aprovadas na última Assembleia:
1 - Reuniões com os Grupos Parlamentares da Assembleia da República:
dia 25 de Março (PS-12h00; PSD-15H00; PCP-16H00; CDS-17H00; PEV-18H00; BE-17H30).
2 - Reuniões com os Grupos da Assembleia Municipal do Porto:
dia 26 de Março (18h00-PS; dia 27 de Março, às 18h00 - BE).
3 - Reunião da Assembleia da Plataforma:
dia 26 de Março às 18h30, na Associação de Beneficência Familiar (Rua Formosa, em frente ao Bolhão).
4 - Sessão de esclarecimento e distribuição de um documento de divulgação da Exposição e do ciclo de debates sobre o mercado do Bolhão a realizar no Orfeão do Porto a partir de 28 de Março:
dia 26 de Março, 4ª.feira, às 11h00 no Bolhão.
5 - Abertura da Exposição e do Ciclo de debates:
dia 28 (6ª.feira), às 18h00 no Orfeão do Porto, situado na Praça da Batalha.
Sérgio Caetano