De: Cristina Santos - "A luta deve continuar"
A situação das portagens leva-nos aos tempos remotos em que se pagava para atravessar as fronteiras dos concelhos, quando o produto chegar ao destino custa mais 5 ou 6 euros do que devia e custa a uma população descapitalizada, que ganhará menos em função das viagens que tiver que efectuar se continuar a recusar-se em residir na grande cidade. Todas as lutas que se façam neste sentido são proveitosas, Lisboa como cidade desenvolvida e mais instruída que nós deve aliar-se à nossa luta, ajudar-nos contra esta política e ajudar o País.
Braga e Vila Real atravessam uma crise gravíssima, no entanto parecem não se dar conta, o comodismo reina, vão-se governando com reformas e rendimentos mínimos, trabalhos na Câmara, sempre longe do desenvolvimento merecido, sempre longe da retribuição que merecem. É preciso despertar esta gente que continua iludida, serena e desarmada. Enquanto reinarem os actuais gestores há pouca esperança, há que derrubar estes homens agarrados ao poder, substituí-los por gente interessada em responder ao povo e não aos partidos.
Fábricas de enchidos em Espanha (é certo que só estão a 5 km de Portugal) funcionam com portugueses, mas estão em Espanha e de lá produzem a preços tão baixos que desincentivam qualquer iniciativa de produção seja para consumo particular ou para venda, e isto graças aos sucessivos Governos e o seu enriquecimento rápido em detrimento do enriquecimento do País. Temos que destronar esta gente, sabemos que é demagogia, a comunicação social a quem interessa este jogo do poder está sempre a dizê-lo, mas ou são eles ou somos nós, e nós somos mais, muitos mais.
As lutas parecem descabidas, parecem porque ninguém nos responde, talvez tenhamos de atacar os aparelhos partidários, deixar, de forma unida, de pagar impostos. Quando perceberem que não têm dinheiro para alimentar as suas máquinas, talvez relembrem o lema da democracia, é preciso coragem, e a coragem constrói-se das pequenas lutas e o princípio desta luta é que este sistema bipartidário não serve, temos que acabar com ele. Os outros países têm os mesmos problemas? Não me parece que tenham o mesmo sistema, ou o mesmo nível de descapitalização que nós temos.
Este Norte que não sabe fugir, que é apanhado na fuga ao Fisco, nos desvios orçamentais, nisto e naquilo, este Norte sem instrução mas com um grande senso comum ainda se pode levantar, é a melhor marca que Portugal tem. Aliás se Portugal ainda tem marca, personalidade, diferença é no Norte que ela reside. Não tenham medo de represálias, de aumentos de custos, não desincentivem a luta, não nos resta mais nada do sistema democrático, não tem efeitos é certo, mas a seu tempo terá.
Cristina Santos