2007-12-02
- Deputado apoia Rio para 2009
- Candidatura de Rio certa para Sérgio Vieira
- Disputa pela concelhia do PSD prolonga tabu sobre terceiro mandato de Rui Rio
- Francisco Assis afasta cenário de recandidatura à Câmara do Porto
- Orlando Soares Gaspar vai recandidatar-se
- PCP corre sozinho, BE à espreita dos movimentos cívicos
"Já os bloquistas (...) deixam antever que vão lançar a rede aos movimentos cívicos que se vão afirmando na cidade (Juntos pelo Rivoli, Eu ImPorto-me, o grupo que se constituiu para celebrar a elevação do Porto a Património da Humanidade)." - Se é assim, o BE não percebeu nada do que se passa na cidade...
Eu já aqui e aqui expliquei que uma candidatura independente de Artur Santos Silva é a melhor opção, e por que é que o PSD e o PS a deviam simultaneamente apoiar. Ouçam-me, senhores! Não compliquem o que é simples. Por uma vez façam de conta que são adultos e entendam-se uns com os outros. Não precisamos de ser contra ou a favor de Rui Rio, basta sermos a favor de uma Câmara melhor. ;-)
O título serve em primeiro para responder ao Tiago, sobre as questões que coloca.
Ninguém dos Cidadãos do Porto SA (Sociedade Aberta), ficou com a impressão de que a festa “EU imPORTOme” foi algum insucesso. O sucesso não se mediu pelo número de pessoas presentes na Praça do Infante, que embora alguns achem que poderão ter sido poucos, nós não achamos. Estariam para mais de 1.000 pessoas, e é preciso compreender que a Festa não era nem se pretendia um S. João. Num dia da semana e com os condicionantes próprios, todos fomos de opinião que correu muito bem, e até acima do que estava previsto. Aliás em número de pessoas achei que a qualidade superou em muito a quantidade presente.
Por estes motivos e muitos outros não há, da nossa parte, nenhum desânimo. Ao contrário temos já agendado uma próxima reunião para a semana, com vista a fazer um balanço, e ainda para acertar despesas sobre o evento. Na verdade, e como já foi explicado, as despesas não foram comportadas por nenhuma entidade ou empresa, e a venda das lanternas não deu para cobrir as necessidades. Agora há que inventar…
O título serve ainda para ilustrar a imagem anexa.
Uma vez mais, e depois da colocação das linhas dos eléctricos, como já se tinha procedido em Matosinhos, Castelo do Queijo, Baixa, vem esta Câmara retirá-los, agora de toda a marginal da Av. Brasil e Montevideu. Confesso o espanto de não entender porque não se tira partido desta linha, que tem continuidade desde Matosinhos à Ribeira, e que nunca funcionou.
Se calhar dirão os STCP que, à semelhança da linha recentemente introduzida na Baixa, não terá viabilidade económica. Será possível tanta incompetência, para perceber que rentabilidade não é obrigatoriamente dinheiro? Para perceber que a linha da Baixa com um eléctrico a cada 30 ou 50 minutos, só pode ser pouco rentável? Perceber que o dinamismo que poderia proporcionar uma exploração correcta só traria benefícios e rentabilidade?
Não há mesmo paciência, nem para esta qualidade de gestão urbana, nem para a ausência de explicações que teimam, como sempre, em não vir a público.
Na vida pessoal, das organizações e dos territórios, é necessário, imprescindível até, estarmos atentos às rupturas tecnológicas, económicas e sociais. Estas rupturas anunciam que daí em diante nada será como dantes. Exemplos são o aparecimento do Windows, da Internet, dos telemóveis, a Blogosfera, o 25 de Abril, a queda do muro de Berlim, o 11 de Setembro. E também o modelo de negócio das «low-cost», o «Peak Oil» e o actual «Credit Crunch».
Vejamos então o que se escreve na imprensa americana que me leva a concluir que o nosso governo central desistirá da Ota e mega-Alcochete:
- 1. «It's Not 1929, but It's the Biggest Mess Since», Washington Post, 2007-12-05. Preciso de mais explicações? Penso que não, de qualquer modo aqui fica o diagnóstico de um colega: «José Jorge, professor na Faculdade da Economia do Porto, apresentou, em Paris, um artigo sobre o papel dos mercados interbancários na política monetária. Eis o diagnóstico do professor português: "Os bancos continuam a não a confiar uns nos outros, pois continuam sem saber as exposições aos riscos de liquidez e à quebra de valor nos seus activos. Além disso, desconhecem, também, se as instituições financeiras serão capazes de suportar custos num cenário negativo", diz o economista. Questionado sobre o sentimento vivido no encontro que juntou especialistas de todo o mundo, responde: "o sentimento geral é de grande apreensão"».
- 2. Vejamos também a cotação descendente e o que se escreve sobre a empresa autraliana Macquire Airports, candidata à privatização da ANA: «Macquarie, which recently changed its name from Macquarie Bank Ltd. as part of a company restructuring, combs the globe for assets exposed to limited competition -- such as airports, toll roads and utilities -- and sells them in initial public offerings of shares or bundles them into managed funds, taking capital gains as well as advisory and management fees along the way. The institution's model has been under fire since May from a couple of well-known short sellers, notably Jim Chanos of hedge fund Kynikos Associates. Known for predicting the collapse of U.S. energy trader Enron, Mr. Chanos -- who this year put Macquarie on a list of public shares to short -- said the funds Macquarie manages are excessively leveraged and its model works only in an era of cheap debt and rising asset prices.» Wall Street Journal, 2007-12-07. Como todos os bancos envolvidos em compras especulativas financiados com crédito barato, o Macquire dificilmente escapará. Evidentemente que tentará convencer os vendedores da sua solidez até ao dia em que os Estados tiverem que injectar dinheiro dos contribuintes...
- 3. Também ontem o Dow Jones Newswires se referia aos efeitos da crise do crédito, «peak oil» e recessão sobre a aviação comercial: «As financial firms tighten their corporate travel budgets, oil prices continue to hover near record highs and the risk of a U.S. recession looms, the civil aerospace sector looks set for a challenging 2008, with airlines and aircraft makers vulnerable to fallout from the global credit crisis. The International Air Transport Association (IATA) recently cut its forecast for global airline profitability next year to $7.8 billion from $9.6 billion, with a revised oil assumption of $67 barrel from $63. In a speech last month in Washington, IATA Chief Executive Giovanni Bisignani warned of potential turbulence ahead for the industry. "The credit crunch throws a shadow over the economic expansion that underlies our good performance. Airlines are $200 billion in debt and we could be heading for a downturn with little cash in the bank to cushion the fall," he said. Fuel costs are continuing to climb, with a total bill for the industry of $132 billion this year, more than four times what it was in 2002, according to IATA. (…) Other factors, such as slowing economic growth and the looming risk of a recession in the U.S., are also darkening the picture. Historically, air traffic growth has indeed been highly correlated to economic growth. Credit Suisse noted that while the euro zone and the U.S. have recently revised down their gross domestic product (GDP) forecasts for 2008, the downgrades have yet to feed through to airline outlooks». O tráfego aeroportuário nacional é sobretudo originado pelas chegadas de europeus, que estando em recessão também reduzirão as suas viagens. A TAP, além de endividada, cancela voos diariamente por falta de passageiros. Não sei como é que se consegue imaginar crescimento de passageiros em trânsito na Portela nos próximos anos...
Conclusão: A crise do crédito e suas consequências estão aí. O Governo e os adeptos da OTA ou mega-Alcochete poderão julgar que nos enganam ao efectuarem uma fuga para a frente. Além do PS perder as eleições em 2009, arriscam-se a que o projecto seja posteriormente revisto ou suspenso. A opção está em parar agora ou parar antes de ser constuído. É sinal de inteligência parar agora. O lobby que quer fornecer estudos, assessoria, financiamento ou obras ao MOPTC pode alternativamente optar por modernização ferroviária / mudança de bitola (não confundir com TGVs), aeroportos «low-cost» em Fátima ou Bragança, mais barragens, metros de superfície em Braga-Guimarães, Vouga, Aveiro e Coimbra, ou simplesmente reestruturar-se e apostar na internacionalização como os lisboetas muito gostam de recomendar ao vale do Ave.
José Silva - Norteamos
Vejam-me este artigo. Eu cada vez mais acho que a estupidez humana não conhece limites...
Agora tiram os trilhos das Avenidas Brasil e Montevideu?
Porquê, sobra dinheiro, e porquê agora, não se pode esperar?
Será para nos confrontar com o facto consumado na altura de defender o metro para a Boavista?
É verdadeiramente desesperante!
Alexandre Borges Gomes
Bruxelas
Permitam-me um exercício construtivo de pura especulação sobre o futuro próximo pós-festa. São reflexões pessoais que partilho com quem tiver a paciência de me ler.
O evento teve indiscutível mérito e é um exemplo do poder da sociedade civil. Já aqui escrevi a minha opinião sobre isso. Apareceram, ao que consta, inúmeras ideias para explorar. Agora vão comecar os problemas... É preciso que os organizadores se reúnam para fazer o balanço e meditar sobre este património. Estamos próximo do Natal, não se vai conseguir encontrar agenda que sirva a todos. Vai ficar adiado para o ano. Depois é princípio do ano, há sempre alguns que não podem, vem o Carnaval, etc., etc. Além disso alguns ficaram desanimados porque contavam com uma multidão, se calhar não vale o esforço, são todos pessoas (verdadeiramente) muito ocupadas, ... E vai arrefecendo o ânimo.
Um primeiro conselho: faça-se uma "reunião permanente virtual" já. Não sendo viável um "plenário", encontrem-se independentemente em pequenos grupos, escrevam mails e publiquem posts. Isso permitirá, aliás, alargar o grupo a quem quiser/puder colaborar. Sociedade Aberta, certo?
É preciso não perder esta oportunidade! Há vontade, há necessidade. Mas é exigido muito tempo de trabalho, não haja ilusões. Quem tem a vida profissional já muito programada e preenchida, seguramente não vai poder oferecer um nível adequado de dedicação. Daí outra sugestão. As pessoas que estavam ligadas à FDZHP encontram-se agora provavelmente "semi-desempregadas". Pois bem: elas próprias que activamente procurem juntar os meios necessários para criar a tal pequena estrutura profissional (da qual obviamente fariam parte) que dê a este movimento a solidez que ele não pode dispensar.
Voluntarismo a mais dá mau resultado porque não é sustentável. Iniciativas destas devem submeter-se aos princípios de uma gestão saudável, quer quanto a orçamentos, quer quanto a recursos humanos, quer quanto a planeamento e avaliação de actividades. É a altura ideal para assumirmos plenamente, de forma eficaz, as nossas responsabilidades de cidadãos do Porto, pensando e trabalhando em conjunto. Os tais 500, ou 1000. Ou 100, ou 20, ou 11. Os que forem.
Meditações para fim de semana. :-)
PS - Álvaro Gomez-Ferrer Bayo:
- Centro histórico deve ser "motor de outras mudanças"
- Devia haver uma entidade focada no centro histórico do Porto
No seguimento do post de Pedro Nunes, também eu já aqui chamei a atenção para a falta de Planeamento em relação aos STCP. E a prova, como disse na altura, está à vista de todos. Após as obras (belíssimas) nos Aliados, na impossibilidade de lá parar os autocarros, é vê-los nas redondezas parados a estorvar o trânsito, resultando no episódio relatado por Manuel Leitão. Será assim tão difícil aos STCP planear as rotas para que as paragens terminais se situem fora da cidade? Parece-me que não, mas enfim.
Mudando de assunto, afinal o presidente da Câmara lá apareceu na Baixa, mas como sempre lá vem desbobinar a lenga-lenga da Reabilitação e, como sempre também, aparece numa obra que… não é da Câmara. O mandato (2º) está a meio e é o que se vê. Mas também não admira, com os horizontes que tem, como o demonstra no site oficial da propaganda, com esta bela pérola, «O autarca portuense lembrou que, noutros domínios, a Baixa está também diferente. É o caso de toda a animação, a cargo da PortoLazer. “Estou à espera que os críticos digam, agora, que tenho de resolver o problema do trânsito”, frisou. “Significa isto que há intervenção na Baixa, nos espaços públicos”, acrescentou.»
Com estas conclusões, não há comentários possíveis.
Cumprimentos
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
P.S. – É sintomática também a comparação do custo do quilómetro das obras do Metro em Lisboa e Porto no JN. Aproveitando o exemplo dado por Nicolau Pais, no mesmo Rivoli, “cuidado Casimiro, cuidado com as imitações”…
Destaque para o teatro com o PORTOGOFONE, para a ONP e para os aniversários [bem recheados] do Plano B e do Bazaar!
Este fim de semana não há direito a queixas. Até a Torre dos Clérigos está imbuída no espírito!
E já reabriu, na Baixa [Praça Guilherme Gomes Fernandes] o renovado espaço da Leitaria da Quinta do Paço...
*sexta*
[T] *PORTOGOFONE - Turismo Infinito [TNSJ, 21h30]
[T] *Portogofone - Ella [MS. Bento da Vitória, 21h30]
[M] *ONP. Haydn, Mahler [Casa Música, 21h30]
[P] *1º AniversárioPLANO B #TIGERMAN vs Kitten + Ascii Disko + Reuben Wu# [Plano B]
[P] *Maria GAMBINA + Rui Vargas [Pitch Club]
*sábado*
[E] *Mostra Fest MICROFILMES Lisboa [Passos Manuel, 23h30]
[T] *PORTOGOFONE - Actos de Rua [Carruagens Metro Porto]
[T] *Portogofone - Video#Não Eu, Samuel Beckett [Livraria Latina, 20h]
[M] *PETIN QUARTET [Plano B, 00h]
[P] *Dj set Nuno Lopes - Festa Micro Filmes[Passos Manuel]
[P] *Hang the DJ + ALBINO [Pitch-Club]
*domingo*
[M] *ONP - Das Knaben Wunderhorn. Mahler [Casa Música, 12h]
[T] *Portogofone - Todos os que falam [TCA, 15h]
bom fim de semana!
aproveitem
Pedro Bismarck [opozine]
Apesar de ter sido capa do JN, aparentemente esta notícia passou despercebida:
- Metro sem condutor no subsolo do Porto
Para quando um Plano de Desenvolvimento Integrado de Transportes para a AMP?
Pedro Nunes
--
Nota de TAF - mesmo a propósito:
- Conferência "O desafio da expansão do Metro do Porto", 12 de Dezembro, 14:30, no Auditório da FEUP
- 190 mil passageiros todos os dias
- Entrevista do JN a Oliveira Marques, de saída da Metro do Porto
- Metro espera chegar aos 300 mil passageiros por dia até 2009 - outra entrevista, agora no Público
- Abaixo da previsão
- Nova linha circular, subterrânea, duplicaria procura actual
- Números globais
PS: Oliveira Marques vai deixar Metro do Porto no final do ano
- Metro do Porto: cinco anos de operação
- Metro - comemorações: Um Dia de Vida em Movimento
- Projecto de recuperação de prédio centenário do Porto ganha 1º Premio Nacional RECRIA 2007
- Edifício Douro vai ser reabilitado
- Reabilitado para Fábrica de Talentos
- Edifício Douro regressa à luz como Palácio das Artes - fotos do JN.
- Património Mundial: Festa teve protesto implícito - notícia do JPN (que está a fazer um trabalho meritório) actualizada com novos vídeos e apontadores.
Aqui fica também uma imagem de Pedro Burmester em atenta consulta à partitura. :-) O vídeo pode ser visto aqui. Com excepção das habituais tosses, notável comportamento do público.
Em termos artísticos, a melhor actuação da noite (exterior e interior) coube, de longe, a Maria João Matos acompanhada por João Lima ao piano (não os conhecia, mas estes são os nomes que constam do programa). Se alguém souber identificar as peças que apresentaram, agradeço a informação. Só tirei uma fotografia durante a respectiva actuação, para não perturbar.
Na “ressaca” dos 11 anos do Património Mundial e da jornada de cidadania que se viveu (estando ainda em “digestão” o que foi melhor e pior dessa iniciativa), venho referir dois casos que, embora podendo ser considerados menores, acabam por vir dar ao tema, porque, afinal, como já alguém dizia, “isto anda tudo ligado”.
Um dia destes, depois de mais cinquenta minutos de espera até aparecer o eléctrico na Cordoaria em direcção aos Guindais, lá me enfiei nele, escapando à chuva miudinha que então caía. Como se o atraso já fosse pouco, no Passeio das Cardosas lá houve nova espera, dessa vez porque o condutor de um autocarro da inefável STCP decidiu estacionar, com os “piscas” ligados, uns bons dez metros atrás da sua própria paragem e da do eléctrico, para acabar o seu serviço e passá-lo a um colega. O guarda-freio bem se fartou de accionar o pedal de sinalização sonora, sem qualquer resultado, durante o que calculei terem sido pelo menos mais cinco minutos. Entretanto, um turista espanhol acercou-se do eléctrico perguntando se nele se chegava ao rio ao que o guarda-freio respondeu que não. Antes que eu tivesse tido possibilidade de intervir, o espanhol afastou-se rapidamente para escapar à chuva. Claro, que aquele é que era o meio de chegar junto do rio porque o eléctrico enlaça com o elevador dos Guindais (coisa de que, pelos vistos, o funcionário do eléctrico não se lembrou, talvez porque nunca a sua empresa lho tenha explicado). Duas passageiras, também espanholas, “aproveitaram” para, dada a demora, desistirem do resto da viagem e saíram ali mesmo. Afinal, nem para os tão badalados turistas o eléctrico cumpre minimamente a sua função. Já que a administração da STCP não se dá por achada relativamente às críticas e sugestões que aqui e noutros meios de comunicação lhe têm sido dirigidas, apelo ao dr. Rui Moreira da ACP, para que, na qualidade de presidente da mesa da assembleia geral da empresa e pessoa que tem claramente afirmado o seu apego ao progresso da cidade, tente fazer aquela gente perceber que deve agir para optimizar o uso do eléctrico. Um aspecto que não pode ser descurado é o do estacionamento abusivo sobre os carris do eléctrico. Para tal, seria necessário uma permanente atenção da Polícia (Municipal ?) e bastariam quatro ou cinco dos seus agentes estrategicamente colocados nos “cantos” do percurso para visualizarem qualquer situação desse tipo e de imediato actuarem. Como é óbvio, esta atenção não obrigaria esses agentes a deixarem de prestar o seu serviço normal de “giro”, sendo apenas uma das suas diferentes tarefas.
Entretanto, para não falar de cor, fui dar uma volta na roda “gigante” instalada junto à Cadeia da Relação. Logo percebi que iria ter uma desilusão porque a altura máxima que a roda atinge é inferior à da fachada da própria Cadeia. Assim, no ponto mais alto da “viagem”, que fica mais ou menos à quota do meio da Torre dos Clérigos, foi-me possível ver a copa das árvores da Cordoaria (algumas mais altas que a própria roda), meia torre da Câmara, meia “maior árvore de Natal da minha terra”, uma nesga do rio Douro e… mais nada! Se fosse a pagar seria caso para chamar a polícia… Não percebo, pois, que comparação é possível ter aqui sido feita com o “London Eye”, estrutura turística que não está encostada a nenhum monumento nacional, com dimensões comparativas que, na melhor das hipóteses, deveriam fazer apodar de anã a roda “gigante” da Cordoaria. Mas, que havemos de fazer? O voluntarismo continua a ter muita força…
Boas festas!
Nicolau Pais
Para começar e em resposta ao Tiago, a Festa foi um sucesso, teve difusão em todos os canais, incrível o poder de dinamização que este grupo de cidadãos teve. Penso que a partir de agora ninguém se atreverá a deixar de comemorar esta data. Os jornalistas enfim, iam em busca de críticas estridentes, mas todos estiveram à altura de dizer que se tratava de um festejo, não de uma afronta. Os meus sinceros parabéns, o Porto esteve muito bem.
Quanto ao meu amigo Hélder, devo dizer-lhe que até hoje ainda não me decidi sobre um eventual partido onde me possa filiar e intervir directamente. Não votei Rui Rio, votei Rui Sá para equilibrar a balança governativa, tinha a perfeita noção que Rui Rio ia ganhar, a minha intenção era evitar a maioria, não correu bem, o povo escolheu este Executivo sem hesitar. Assim, e tendo o povo escolhido democraticamente, tanto quanto estiver ao meu alcance, tudo farei para apoiar a cidade no que ela precise. Precisa de verba para gerir um programa que integre os arrumadores, pois sim senhor concordo, e espero que o povo se mobilize e ajude o Executivo a pressionar o Governo nesse sentido. No Centro Histórico também acho que as maiores responsabilidades são do país. Património Mundial da Humanidade: só isso diz tudo sobre a responsabilidade de cada um.
Faltará pouco tempo para novas eleições e provavelmente para mudança governativa, se assim acontecer cá estarei para elogiar quando tiver de ser e para criticar quando achar conveniente. Nunca ultrapassei os limites daquilo que considero ser minha obrigação, por isso não mereço louros, e não compareço se alguém mos quiser entregar, retire lá isso do Teixeira, porque o senhor ainda fica ofendido. Além de que poderia dizer o mesmo de si, associando a sua posição à oposição, mas não faço, sei que o Hélder é honesto e bem intencionado.
O Porto tem de momento muitos inimigos entre os cidadãos indiferentes, que insistem em destronar a cidade, em criticá-la em deitá-la a abaixo, em vez de a ensinarem aos filhos, aos amigos, aos visitantes. De momento a minha obrigação aqui pela Baixa é derrotar os derrotistas, estão a prejudicar, a pintar um quadro negro, que quando comparado ao quadro do panorama nacional não tem encaixe. Concordo que critiquem, que queiram e lutem por mais e melhor, mas não é preciso arrastar-nos na lama, constantemente. Já basta que os outros o façam, falam de nós, o que nós falamos de nós próprios, e o resultado é o que se vê. Não tem lógica acreditar na cidade, desacreditando-a. Não serve, não ajuda, peço desculpa.
Acredito na cidade, nas gentes, no centro Histórico, muitos acreditam, e quando muitos acreditam a obra nasce, basta que todos façam um esforço nesse sentido.
Um abraço Hélder,
Cristina
Meus caros,
Quanta verdade, e as palavras utilizadas ainda são leves!
No entanto, há que juntar à lista os jardins entre a Montevideu e o mar, um dia art déco, agora uma instalação de tubos e ervas mortas e a praça do Infante no seu minimalismo resplandecente - também cortesia da Porto 2001 - e a nova Rotunda da Boavista sem flores - esta uma prenda da Metro...
Abraços,
Alexandre Borges Gomes
Bruxelas
As pessoas que fazem realmente a diferença nos processos de mudança, para o bem e para o mal, representam uma percentagem ínfima da população. Os "activistas", "agitadores", "catalisadores", etc., são sempre poucos, muito poucos. Os outros seguem-nos, dão solidez às alterações. Vem isto a propósito do tom um pouco desanimado com que nos jornais se relata a festa de Terça-feira passada. Falam-me em 500 pessoas. Não sei, não as contei. É possível. Foi mais gente do que aquilo com que eu contava, e contava com pouco, porque muito não faria sentido.
Afinal o que foi aquilo? Não foi uma festa de comemoração de resultados positivos de uma hipotética revitalização do Porto (isso sim, traria multidões). Foi antes uma festa daqueles (poucos) que acreditam que essa revitalização é possível e que estão activamente a contribuir para ela. Pensemos: quantas pessoas no Porto terão perfil de "catalizador" para este efeito? Imaginemos que às tais 500 se juntam outras tantas que não quiseram ou não puderam ir às comemorações. Este número de 1000 activistas é pequeno para o Porto? A sua capacidade de induzir mudanças sociais e económicas, acendendo o rastilho, é mais do que suficiente.
Convém é que nos organizemos para tornar mais célere uma evolução positiva. Contam-me que, ao organizar esta festa, surgiram inúmeras ideias para o futuro. Pois bem: que sejam divulgadas, que sejam debatidas, que sejam seleccionadas. Logo a seguir, que sejam postas em prática. E aqui volto ao meu discurso de sempre: o trabalho voluntário é importante mas não chega para produzir algo sustentável. Tem que haver uma estrutura profissional, por mínima que seja, para que não se criem expectativas que se venham a revelar irrealistas. É missão para empreendedorismo social.
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Há já alguns meses (quase um ano), por razões de ordem familiar apontei aqui na Baixa do Porto esta singular ocorrência: em vários quarteirões das redondezas da Rua Coronel Almeida Valente, só a placa toponímica desta rua e da Rua do Dr. Carlos Ramos permaneciam inalteradas, com o antigo fundo branco. E permanecem ainda...
Como se pode constatar pelas fotos expostas, placas de outras ruas das proximidades (quase todas) foram devidamente substituídas pelas verdes. A questão que me intriga e quero aqui colocar ao senhor vereador do urbanismo da C.M.P., é a seguinte: será por incúria, discriminação ou ignorância que a placa do meu avô ainda não foi substituída?
Se foi por ignorância, posso ajudar:
O Coronel Almeida Valente de quem tenho muita honra de ser neto foi:
- * Militar ilustre, nascido em 2/12/1874 e falecido em 20/11/1949 que se notabilizou nas campanhas coloniais da 2ª. década do séc.XX
- * Aposentado da vida militar,foi vereador da CM do Porto,tendo sido convidado para presidir à autarquia, recusou o convite.
- * Foi Presidente do Tribunal Militar do Distrito do Porto e também Presidente da Associação de Proprietários e Lavradores do Norte de Portugal
O Primeiro de Janeiro destacou a sua morte assim:
"desaparece uma das figuras mais brilhantes da vida portuguesa contemporânea!"
"como político - político na mais nobre acepção da palavra - comportou-se sempre como um português de lei!"
Se a C.Municipal do Porto puder e quiser, fico muito grato que quem de direito me informe qual destas três situações motivou e motiva tal tratamento.
Rui Valente
Foi há precisamente um ano que fiz a minha primeira intervenção/aparição neste blogue… e foi assim!
Voltarei a este tema, brevemente!
Na pluralidade de opiniões, ou no confronto de ideias, nunca me senti ofendido ou maltratado, como, de igual modo, espero nunca ter sido incorrecto, deselegante ou inconveniente, para quem quer que seja. Porém, se o fui alguma vez, foi de forma involuntária e não premeditada.
Obrigado a todos… e o meu bem-hajam!
Um especial abraço para o Tiago Azevedo Fernandes.
Correia de Araújo
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Nota de TAF: hoje atrasei-me bastante a colocar os posts pendentes online, incluindo estes apontadores. O site do Janeiro está outra vez em baixo, aqui ficam mais alguns do Notícias e do Público.
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Cara Cristina
Juro que não é embirração, mas não percebo algumas coisas:
- 1. Quem é que ontem reclamou alguma coisa do Governo? A mim, que estive lá, pareceu-me que se reclamou bastante mais das autoridades locais do que do Governo, mas pode ter sido só uma má impressão minha…
- 2. Diga-me sinceramente se, nos últimos anos, notou alguma variação negativa do número de arrumadores nas ruas da cidade. É que é muito bonito falar de coisas que são praticamente impossíveis de medir, dizendo que diminuíram, aumentaram e o diabo a quatro, mas a verdade é que quem anda nas ruas todos os dias nunca viu, sentiu ou imaginou que esta treta de arrumar os arrumadores fosse a sério. E se alguém acha que os arrumadores diminuíram na cidade e sente essa mudança conscientemente (algum pensamento do género: ‘o meu arrumador favorito foi integrado no programa Porto Feliz’…) que me atire a primeira pedra. E se quer casos concretos, cara Cristina, não fale sequer da Praça da República porque pelo menos há dez anos que, todos os dias da semana, há pelo menos 15 toxicodependentes (ou em recuperação) nas imediações e não tem nada a ver com Porto Feliz, Infeliz ou a Arder. E sabe porquê? Porque há um CAT ali ao lado.
- 3. Também não percebo quais são as razões porque tanto insiste que todos estes problemas são do Governo e que o nosso tiranete até se tem esforçado… mas se calhar, como ontem se viu (e acredite que SE houve contestação naquela concentração de pessoas, não foi contra o Governo), gosta de pregar no deserto… faz bem, faz bem. Talvez um dia lhe reconheçam a persistência.
- 4. E depois, abomino o desprezo com que algumas pessoas, como a Cristina, se referem aos ARRUMADORES. Os arrumadores, toxicodependentes ou não, são cidadãos. Cidadãos do Porto até. E sabe – loucura das loucuras – até têm direito de voto e, dentro das possibilidades, liberdade de escolha. O que é uma coisa que deve fazer confusão a muita gente com muitos problemas por resolver! Os arrumadores, eleitores, cidadãos, pessoas, não estão de volta… eles vivem na cidade, são realidade e não uma coisa que existe para nos chatear, a nós que somos pessoas de bem e até queremos uma cidade com boa imagem…
- 5. Claro que a desculpa provinciana de que o Governo da nação é que tem culpa (e terá muitas com certeza) e que nós até temos um senhor que lhes faz frente (Alberto João Alberto João), já está gasta. Muito gasta. Mas continue Cristina, talvez o Sr. Teixeira se reforme e lhe deixe o lugar.
Mas claro, talvez seja melhor dizer mal do Governo e deixar que um qualquer ubu tome conta de nós. Faz-nos sentir poderosamente regionais. E que bonito que é termos uma árvore, termos aviões e carrinhos de choque, mas não termos uns míseros milhares de euros (sabe quanto é por acaso? Sabe quanto se gastou em circo e bananas por acaso?) para tirar esses tipos mal cheirosos da cidade e deitar as culpas para trás das costas…
A vida é fodida, desculpem-me o calão regional – apeteceu-me ser popular agora!