De: César Costa - "Ainda a reabilitação"

Submetido por taf em Quinta, 2006-09-14 11:10

Bons dias!
A propósito de um post de Paula Morais.

Entendo (se calhar erradamente...) que a reabilitação não se deve limitar a operações exclusivamente próximas do restauro. No meu ponto de vista reabilitar passa também por dar novas funções a edifícios que deixaram de ser "necessários". Quer em termos funcionais, quer pela sua distribuição interior, quer até pelas suas áreas (demasiado grandes ou pequenas), etc. Sei que muitas vozes se levantam contra esta visão "terrorista" de intervenção, mas atente-se por exemplo no caso de algumas pousadas que aproveitaram extintos conventos, ou mosteiros. Entre deixá-los cair, e intervir dotando-os de novas funções, eu escolho a segunda.

Se a operação se limitar ao restauro, aí a legislação quase não levanta problemas. O problema começa quando se tenta alterar algo que por qualquer razão já "não serve". E nem é só o problema do uso do betão ou das casas de banho, como faz muito bem referência Cristina Santos no seu último post. Tentem, por exemplo, transformar um armazém há muito devoluto, nuns lofts, como sugeria Luís Bandera num seu post. Depois digam-me qualquer coisa...

Qual é a política de reabilitação que não deixa mexer nas fachadas (que por princípio não acho mal...), mas que cobra taxas avultadíssimas pelo estacionamento que logicamente não se pode fazer? É só um pequeno exemplo. Posso dar vários e estou certo que muitas pessoas aqui do blog também o podem fazer facilmente.

Se calhar tenho uma visão enviesada. Mas insisto: em Portugal parece que é proibido reabilitar. E tenho as maiores dúvidas se é com legislação, como a que temos ultimamente, que lá vamos. Veja-se a regulamentação acústica. Como bem referiu Alexandre Burmester, é tão complexa que toca o ridículo...

Cumprimentos