De: Cristina Santos - "Fui à Porto Vivo indagar"
Muito rapidamente, escrevo no seguimento dos posts de Paula Morais e Alexandre Burmester.
Venho da Loja de Reabilitação Urbana, onde recebi a informação de que mesmo que a obra de reabilitação verse apenas a introdução de uma casa de banho completa no interior dos fogos e a correcta divisão das fracções, tem que passar pelos mesmos trâmites de aprovação que as restantes construções. Nestes trâmites inclui-se todos os projectos de especialidade, PDM, regulamentos municipais, segurança incêndios - tudo.
Obviamente que os edifícios não alargam e portanto podem existir certas prerrogativas, mas no todo o projecto obedece ao projecto de obra nova.
Atenda-se que fiz, por diversas vezes, referência ao facto de as estruturas resistentes do prédio se manterem exactamente as mesmas, a escada comum manter-se-ia, as paredes divisórias executadas em pladur, os pavimentos em soalho tradicional, a única alteração seria criar uma laje mista nos compartimentos húmidos (madeira/leca).
A resposta do técnico foi simples – a SRU não dispõe de nenhuma lei especial para regular as edificações ou reabilitações urbanas, a lei é a mesma que se usa fora dos limites SRU, a única vantagem é que em 6 meses poderemos aprovar o seu projecto, caso ele obedeça à legislação em vigor.
Posto isto, questionei quanto às vantagens do uso das técnicas tradicionais na reabilitação, pois se o projecto é igual ao de uma obra nova, então a maioria das pessoas iria optar por continuar a usar betão, porque embora aproveite vigas e paredes, o resto é novo e a mão de obra tem um custo significativo, e o betão continua a ser «ouro».
O técnico falou-me de condensações e humidades como vantagem do uso da madeira, falou do IPPAR porque o IPPAR geralmente não permite betão nos edifícios classificados… Está bem e eu até concordo, não estou é a ver as pessoas a fazerem projectos e aprová-los e manter tudo em madeira, mas adiante.
Quanto aos protocolos SRU e Banca, enfim qualquer um de nós cliente habitual de um desses bancos consegue melhor proposta.
Assim, parece-me que o post de César Costa continua válido e é sentido pela maioria dos que se envolvem em reabilitação; não era tão sentido em restauros simples onde se mantinha quase tudo, mas esses restauros têm poucos adeptos e mercado. A reabilitação - entendida como obra nova - é sem dúvida uma dor de cabeça difícil de rentabilizar.
Ps. - Já agora aproveito o post para pedir ao Pedro Aroso que nos descreva o panorama em Lisboa, não é necessário que seja o panorama do Bairro Alto, que esse sabemos que é idêntico ao nosso, mas sim na globalidade. Obrigado, um abraço.