2007-01-14
A propósito da notícia que vem hoje publicada sobre os investimentos previstos para a zona histórica de Gaia, que serão porventura um excelente exemplo do que Gaia tem conseguido atrair, contrariamente ao Porto e à sua política que tem conseguido repelir, nem tudo são rosas.
Um dos projectos que vem referido nesta notícia – Casas de Gaia, da responsabilidade do nosso escritório, e que tem servido como exemplo de reabilitação e de reanimação das margens do Douro, levou quase 4 anos a ser licenciado. Daqui se conclua o desespero do investidor e a nossa desgraça como projectistas, que faz com que um projecto rapidamente se transforme, após inúmeros Aditamentos, numa folha de obra que não há ninguém que nos pague.
Para isto não terá apenas culpa as tramitações burocráticas da Câmara, mas também o sistema “Complex” que se vive de Licenciamentos, e mais ainda a velocidade preguiçosa da postura dos órgãos públicos.
Outros investimentos nestas áreas poderia ainda a Câmara de Gaia estar a apresentar, num valor aproximado de 50 milhões de Euros se outra postura tivesse. Mas com estes prazos rapidamente se afastam investidores. Não irei aqui particularizá-los, para não comprometer os investidores, mas com outro investimento poderei fazê-lo porque me compromete directamente, o que em nada me aflige.
Trata-se das antigas instalações da CAM, antiga fábrica de arroz que fechou há uns anos, edifício com cerca de 10.000m2 junto ao rio, e que com muito esforço e dedicação pôde vir a ser reabilitado ao longo dos últimos 10 anos. Até à data foi recuperada metade das suas instalações aqui representadas a verde, e que albergam diversas e prestigiadas empresas, com um total de cerca de 150 postos de trabalho. Quanto à outra metade, a área azul destinada a habitação, foi objecto de desistência após 2 anos de tentativas de aprovações; a área a vermelho, destinada a uso misto, corre há 4 anos na Câmara e já lá vão 4 diferentes projectos.
Por estas razões volto a insistir numa ideia que me farto de aqui referir, porque para um trabalho de Reabilitação urbana consistente, seja ela em Gaia ou no Porto, não basta querer porque não chegará alterar arruamentos ou inventar regras de ocupação, porque nunca será por decreto e regulamentos que se irão transformar estas áreas. Só poderá ser no desenvolvimento conjunto com os empreendedores privados, no restrito cumprimento da lei, mas na boa vontade de colaboração e no diálogo.
Alexandre Burmester
Pois é, também andei no Colégio Alemão, e até tinha como colega de turma o Sr. Presidente Rui Rio, que aliás quando deixar de ser Presidente voltarei a tratar por tu, pelo menos publicamente. Embora a minha passagem pelo Colégio tenha sido relativamente rápida, fui expulso na 2ª classe, (tinha pouco jeito para o "Passo de Ganso"), o mérito foi todo meu. Não quero culpar nem o Colégio, e menos ainda os alemães, porque se a minha origem está lá, também como prova da minha culpa deixei que todos os meus três filhos frequentassem o colégio. Diga-se de passagem que puderam usufruir de um ensino consistente, ao contrário desta confusão educacional portuguesa que todos os anos e até ao último minuto muda as regras.
Agora cara Luísa Moreira, embora não me competindo nem defender o Arq. Pedro Aroso nem a Junta de Freguesia, posso-lhe garantir que o projecto da Nun´Álvares que foi à consulta desta levou uma crítica e um chumbo retumbante da Freguesia para o qual contribuiu a opinião do Arq. Pedro Aroso, e de muitos outros chamados a opinar e entre os quais me incluo.
Por essa razão as palavras por si referidas do Vereador levam-me a pensar que, ao contrário do que estava previsto nesse projecto, se calhar outros valores serão levados em conta. Se calhar até alguns que já tive oportunidade de aqui sugerir.
Alexandre Burmester
No âmbito da campanha "50 espaços verdes em perigo – 50 espaços verdes a preservar" a Campo Aberto já recebeu perto de 30 propostas! São locais que os cidadãos da Área Metropolitana do Porto gostariam de ver salvaguardados. Contudo, precisamos de ultrapassar as 50 propostas até Março de 2007, pelo que convidamos o V. site a fazer um "ponto de situação" desta campanha, ajudando-nos simultaneamente a divulgá-la.
Já é possível aceder à maior parte das propostas recebidas até ao momento: a Serra de Negrelos, a Ribeira de Melres, o Monte Murado e a Reserva Ornitológica de Mindelo são apenas alguns exemplos. Visite para o efeito Espaços Verdes - propostos e Mapa das propostas.
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Quental
(pela Campo Aberto)
Os novos investimentos em Gaia são uma boa notícia. Se forem devidamente planeados e bem enquadrados num desenvolvimento urbano harmonioso, serão mesmo uma excelente notícia.
É inaceitável que, mesmo ao lado e com muito mais argumentos, o Porto não consiga ter apostas equivalentes. E o que me preocupa aqui não é o Executivo, de quem já não se espera muito neste aspecto, mas sim a iniciativa privada. Se se compreende que o capital estrangeiro não conheça as inacreditáveis oportunidades de investimento que o Porto oferece (preços baixíssimos do imobiliário se comparados com outras cidades europeias, apesar de elevados para os parâmetros nacionais), já não se percebe que os locais desprezem os recursos que têm à disposição. Nem que actuassem apenas como parceiros portuenses em parcerias internacionais com investidores mais poderosos. Já nem sequer vontade de ganhar dinheiro existirá na cidade?
Queria agradecer ao arquitecto Pedro Aroso o esclarecimento pelas obras do Alvarinho, da Boavista e da Nun'Álvares.
No primeiro caso, como é filho de quem é, que se lixe o PDM, vai ser bom de certeza, e as obras de arte não devem estar sujeititas aos regulamentos. No segundo caso, é do Eduardo Souto Moura... idem idem aspas aspas. No terceiro caso, o mistério está desnudado. O Senhor Vereador já decidiu que a Unidade Operativa de Gestão e Planeamento da Nun'Álvares vai subir ao Executivo camarário. Segundo disse "A Câmara, juntamente com os proprietários, vai fazer o planeamento do que ali se pode fazer e que terá muita incidência nas componentes social e de lazer sem grandes edificações."
MMMMMMMM pensei eu. Afinal, cheira-me que a componente social e de lazer quer dizer prédios com cafés e lojas no rés do chão... Numa Avenida que atravessa uma zona particularmente sensível, a última grande reserva verde próxima do mar, onde há habitação de qualidade... Depois fiquei mais sossegada... Vai ser com os proprietários... Pois, então não há problema, é tudo boa gente, que está disponível para prescindir dos seus interesses a troco do bem comum... Agora, só falta que me digam que são grandes arquitectos que o vão fazer... Não admira nada o silêncio sepulcral da Junta de Freguesia. Desculpem lá o desabafo ressabiado. A Luisa sempre foi uma comuna...
Esta Câmara é assim. Promete que lojas e comércio só no centro, que é preciso recuperar, e CUMPRE. Não quer especulação imobiliária e CUMPRE. Quer cultura, (se não houver Rivoli há sempre os arquitectos e as suas jóias desinteressadas) e CUMPRE. Promete entendimento com as Freguesias (o facto de Nevogilde ser do PSD é um mero acidente..) e CUMPRE.
Viva o cumprimento integral da missão. Rui Rio, desculpa tratar-te por tu (eu não andei no Colégio Alemão, não sou autarca e nasci em Ponte de Sor por isso não te podia conhecer na juventude) mas já percebi que é um excelente método para ser ouvida. Para te confessar que tens aqui uma admiradora, capaz de ombrear (apesar do 1m52) com o amigo Aroso. Já agora, quando submeter uma marquise para o meu acanhado T2 vou assinar o projecto como Luisinha. Ó Pedro, tu desculpa lá, não queria nada assanhar-te. Tens toda a razão. Viva a cidade do Porto. Viva o nosso poder autárquico. Viva o Colégio Alemão. Viva, uber alles, a cogumelite de betão!
Gaia vai ganhando aos pontos enquanto o Porto descansa e espera!... e começo a acreditar que já não há volta a dar, a menos que se mudem os protagonistas da nossa portuense (des)governação.
Quando lia o post de TAF, algures pelo Natal, a propósito de uma sua deslocação ao "El Corte Inglés", não pude deixar de me lembrar da enorme tontaria que foi não deixarem fazer aquele investimento no Porto (supostamente em nome da defesa do comércio tradicional)... quando são milhares e milhares (e então no Natal isso notou-se sobremaneira) os portuenses que, pacatamente, apanham o Metro (pára lá mesmo à portinha) e vão até Gaia fazer as suas compras ao "El Corte Inglés", contribuindo, deste modo, e ainda mais, para o esvaziamento das ruas do Porto e consequente empobrecimento do seu já depauperado comércio. Foi mais uma genial acção dos nossos ilustres (des)governantes locais!
Ora, já foi tempo em que Gaia tinha muito mais a ganhar do que o Porto sempre que se realizavam projectos comuns.
Hoje, acredito ser precisamente ao contrário, pois não tenho dúvidas que o Porto tem mais a ganhar se, por exemplo, viermos(?) a ter uma ponte pedonal ou se tivéssemos aderido ao projecto do teleférico ligando as duas margens. Por isso, permitam-me que discorde parcialmente de TAF quando diz "Lá está, Gaia faz realmente parte do Porto". É que, na realidade, trata-se do "El Corte Inglés" Gaia-Porto (e não Porto-Gaia), como também assim é com o Hotel Meliá Gaia-Porto e não Porto-Gaia, etc., etc. (e os exemplos sucedem-se e começam a ser mais que muitos).
Não sei, então, e em consciência, quem faz realmente parte de quem? Se Gaia do Porto ou se é este que vai, cada vez mais, começando a fazer parte de uma Gaia urbana, cosmopolita, cultural e turística, em plena pujança e afirmação. Temo até que a fusão das freguesias da zona histórica do Porto seja um primeiro passo para que todo o Porto se transforme numa só freguesia... do concelho de Gaia (já se vê!).
PS: Procurei, neste texto, não citar directamente Rui Rio para não ferir susceptibilidades, e, em particular, a de alguns leitores... apenas me limitei a transcrever a minha opinião, toda ela praticamente factual.
Correia de Araújo
Sugerida pelo António Alves, eu também sou um fã da OPA Porto-Gaia, é impossível dissociar uma da outra, ficam aqui dois clicks.
Abraços Invictos.
Nota: A foto da Gaivota foi tirada junto ao Palácio das Sereias, é fantástico os cantinhos que existem nestes 48Km2 para descobrir.
--
Gritos Insanos
Parece que é desta que o famoso Dec. 73/73 vai a enterrar. Por uma arquitectura de qualidade e para todos.
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
... sobre o autarca de Gaia. De preferência amigável de modo a unirmos as duas empresas... perdão, cidades, e ficarmos com Luis Filipe Menezes como presidente. O Homem soma e segue.
Entretanto, tanto o trabalho do JN como o apelo de TAF deram resultado: a Estação da Casa da Música foi repintada e os inestéticos grafitos desapareceram.
Até o interior daquela que é, na minha opinião, a obra mais conseguida das inúmeras que Souto Moura desenhou para o sistema do Metro do Porto está mais luminoso e azul.
P.S. As minhas mais sinceras condolências ao Rui Valente
António Alves
Alguém sabe que se estará a passar com a Agenda do Porto? Já estamos a mais de metade do mês de Janeiro e eu ainda não encontrei, nos locais habituais, a Agenda do Porto relativa ao primeiro trimestre de 2007. E neste preciso momento o site da agenda não está a funcionar.
Hoje, trouxe do posto de turismo uma nova edição de uma agenda com eventos da Área Metropolitana do Porto, a iporto. Será que é esta agenda que agora vem substituir a Agenda do Porto? As curtas palavras publicadas no editorial, escrito por Rui Rio, não são esclarecedoras deste aspecto. Esta nova publicação está com um design bastante interessante e com uma organização que se poderá ou não gostar, pois em vez da tradicional listagem dos eventos por meses e dias, passam a estar divididos em diferentes secções de acordo com o tipo de acontecimento. Inclui ainda novas secções que não existiam na Agenda do Porto, como a entrevista, sugestões de passeios e uma pequena agenda de bolso, que são de elogiar. Penso, no entanto, que esta nova agenda, caso seja realmente para substituir a anterior, tem muito menos informação relativamente a eventos de menor dimensão ou popularidade, bem como seria útil que tivesse ainda um resumo dos eventos organizados por datas, tal como existe/existia na Agenda do Porto. Carece ainda a existência de um local na Internet com esta mesma informação e as necessárias actualizações periódicas. O site que é anunciado nesta agenda, www.amp.pt, não tem qualquer informação sobre estes eventos e em termos gerais está muito desactualizado. E no site renovado da CMP esta informação também não está tão completa e organizada como se pretende que seja uma agenda on-line de uma grande cidade como o Porto.
Cumprimentos, David Pinto
Concordo com António Alves, esta entrevista de Rui Rio à Invicta Tv é digna de registo. A jornalista demonstra uma preparação excepcional. Faço um pequeno resumo para quem não tem paciência de ver.
Bairros sociais são prioridade na medida em que 20% da população reside nesses locais, se não se intervier agora, a situação tende a piorar e condicionar o desenvolvimento da Cidade em si. São João de Deus – garante que até ao fim do mandato realoja as pessoas e desaparece essa nódoa negra da Cidade; Lagarteiro – intervenção através do Governo; Aleixo – vai estudar o assunto de forma dissociada dos outros bairros, ou seja, segundo R.R. há bairros que precisam de ser reabilitados para não atingirem o estado do Aleixo e nesses está a ser feita a intervenção, o Aleixo será alvo de um plano particular.
SMAS pretendem reaver as dívidas, para reinvestir o dinheiro e não existir necessidade de aumentar tarifas para cumprir serviço mínimos. A ideia é de que se todos pagarem, então forçosamente os custos para a população têm que ser menores, ou pelo menos inferiores à inflação; (aqui há uma sintonia com a situação de não conceder «ponte» aos funcionários públicos, mas baixar taxas e outros encargos para a população civil).
Cultura e no que toca ao teatro com «menor expressão comercial» o Presidente disponibiliza-se para estudar e trabalhar as condições de acolhimento proporcionadas pelo Teatro do Campo Alegre e também apoiar os eventos pagando algumas facturas dos custos. Patrocínio só com factura.
Av. Aliados – A placa central diminuiu, mas para quem vê parece que aumentou.:-) Estão a ser corrigidas situações para instalação de maior número de bancos e árvores. Quanto à expressão da fonte nada há a fazer.
Parque da cidade – vai-se ver em Tribunal com que lógica se valorizam terrenos do Porto com base em valores de Matosinhos sul.
Média – Rui Rio gostava que o Porto tivesse um órgão de imprensa escrita independente, com expressão nacional e que obedecesse às regras da ERC. Se o JN algum dia lhe enviar um desmentido, fica garantido que o mesmo será publicado pela CMP nos formatos adequados.
Este 1º ano do 2º mandato foi um ano de restruturação interna, sem grande expressão externa, mas de equilíbrio de funcionamento. Diz o Presidente que agora é que caminhamos para Capital da Cultura, porque com as desigualdades sociais que existiam no Porto antes da sua chegada, não seria a publicação de um decreto que garantia esse estatuto. (Sim Sr. Presidente, mas a Casa da Música e outros equipamentos que agora existem nasceram com esse Decreto...)
Talvez seja criada uma equipa de rua, constituída por técnicos capazes de percorrer a cidade e identificar «casotos» inestéticos; os funcionários da via pública vão ser incentivados a informar de buracos e outras situações, sem precisarem de autorização prévia. Isto vai ser difícil. :-)
Em resumo as ideias expostas são positivas, falta visão no futuro, mas com certeza que Rui Rio dará um excelente líder da oposição nacional. De resto tem também que entender que nem todos têm a Invicta Tv, nem todos lêem o Expresso e que ao menos o site da autarquia seja para justificar iniciativas, que não sejam enxovalhar o JN. Caso contrário ninguém o entende.
Ps. Prof.ª Laura um cidadão atento nunca está de baixa, até no hospital mede a razão social das coisas, as melhoras e um rápido regresso. Até já.
--
Cristina Santos
A propósito do inenarrável editorial de José Manuel Fernandes que, aparentemente, tocou de perto alguns dos que por aqui passam, sugiro a leitura bem mais crítica que é feita pelo Rui Ângelo Araújo que traduz o meu espanto pelo que JMF disse melhor do que eu diria.
abraço,
nuno casimiro
Dactilógrafo
Meus caros
Descobri há dias, no meio de uma pesquisa de assuntos que me importam, um site de uma pequena cidade americana (30.000 habitantes) que é um exemplo simples mas claro do que pode ser a comunicação e a gestão aberta de uma autarquia. Não é na Suécia ou na Finlândia. É na pátria do capitalismo, os Estados Unidos da América. E a cidadezinha chama-se Menlo Park. Espreitem quando puderem, vejam o que podem saber sobre os processos em discussão, as obras camarárias, etc. É aqui.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Para os que ainda não viram, está disponível no Sítio Internet da Invicta TV a entrevista concedida pelo presidente da Câmara do Porto a esta estação. Na minha opinião bastante melhor que qualquer uma das duas anteriores. Os entrevistadores fizeram perguntas mais pertinentes e até o desempenho de Rui Rio, para o bem e para o mal, foi melhor e mais eclarecedor.
A Invicta TV foi comprada pela TVTEL à Finanzza Investments no passado dia 1 de Janeiro de 2007. O canal encontra-se temporariamente suspenso para reestruturação e licenciamento sob a jurisdição portuguesa. Faço votos para que volte porque a diversidade e concorrência nunca fizeram mal a ninguém.
--
Nota de TAF: Esta mensagem tinha ido parar à pasta de "spam" e só agora dei por ela, apesar de já ter chegado há quase um dia. Não é de surpreender este novo passo para a Invicta TV, talvez agora a iniciativa entre nos eixos.
No seguimento do post de FRAntunes, é de facto notável que, a ser verdade, a Direcção Municipal de Urbanismo (separo o resto da Câmara, note-se) tenha conseguido agilizar todos os seus procedimentos no sentido de não deixar nada atrasado. Terei de indagar junto de alguns colegas se assim é de facto, depois de me terem contado verdadeiros imbróglios assim como abusos de poder (na minha óptica) a que foram sujeitos. Como todos nós aqui constatamos, através das intervenções do Sr. Vereador, cedo percebemos que, pelo menos a nível de atitude, a situação só poderia melhorar.
Não conseguindo resistir à ironia, também não terá contribuido para esta boa situação aquele belo exemplar de PDM e também o grande desinteresse de alguns promotores, reflectindo-se na diminuição de processos que deram entrada, comparando com outros anos?
Passe a ironia, eu também já tinha notado uma diferença comportamental por parte dos técnicos do Urbanismo num aspecto, talvez o mais importante, que é o da mentalidade. Da rotina do chumbo ou do processo parado passou-se para o diálogo e para o uso do bom senso. Por exemplo, a propósito de um processo, telefonou-me(!) um técnico para o meu escritório a solicitar um elemento em falta e que nem precisava de requerimento bastando entregar ao seu cuidado no balcão de entrada. Isto é ou não bom senso? Normalmente, havia indeferimento, vai a assinar não sei a quantos técnicos, directores, depois envia postal, os correios atrasam-se e com isto se passam meses e meses.
A propósito de dizer bem ou mal, caro Rui Cunha, todos nós estaríamos aqui radiantes se tudo fosse bom nesta Câmara e respectivo presidente. O facto é que tem sido tanta coisa má que infelizmente se sobrepõe ao pouco que de bom se vai fazendo. É sintomático que, sempre se discute esta questão, o argumento do bom que se apresenta é sempre o mesmo, os Bairros Sociais, sem menosprezo para este problema. É que quem gosta desta cidade exige mais, muito mais desta Câmara e a prova é este blog, onde também se valoriza o que se faz bem, mas, infelizmente, é bastante mais apontado o que de mau se faz e, principalmente, o que muito mais haveria a fazer. Infelizmente.
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
P.S. - Esta notícia não merece referência no site da Câmara, caro Tiago, é mais importante para a cidade a notícia de mais uma condenação.
Um notícia da importância desta não tem sequer uma referência no site da Câmara?
Caro Sr. Rui Cunha
Se o modelo adoptado pelo doutor Rio para a gestão do Rivoli fosse o que é sugerido pelo director do Público, no referido editorial, tenho a plena certeza que todos nós estariamos - de pé! - a aplaudir calorosamente a opção do nosso edil. Infelizmente não foi nada que se pareça.
"Uma só exposição como a sobre Amadeo faz mais pela educação do gosto dos portugueses do que milhares de microeventos de "criadores" que não estão dispostos a correr os riscos e a trilhar os caminhos difíceis que Amadeo percorreu antes de morrer - e morreu sem ser famoso ou rico, como morreram Van Gogh ou Pessoa. Mas uma exposição como aquelas só na Gulbenkian. Como só com o modelo de gestão de Serralves (e, esperemos, da Casa da Música) é possível ter coerência na acção e prolongar no tempo essa coerência. Os frutos colhem-se depois".
Nota: o sublinhado é meu.
António Alves
Bom dia.
É curioso perceber que onde uns vêem neste blogue unanimidade na discordância da acção da CMP, outros vêem condescendência unânime em relação a essa mesma acção. Mas talvez sejam leituras enviesadas de ambas as partes! E as mesmas leituras enviesadas que enaltecem o também unanimemente ridículo e pateta editorial do director do Público (pelo menos para quem anda pelas ruas e frequentou alguma vez o Rivoli, por exemplo) esquecem-se que foi o mesmo Público que em pleno processo da chamada ‘Rivolição’ colocou em título a frase ‘É a Cultura, Estúpido!’, num destaque sobre um recente relatório sobre economia e cultura, título esse claramente dirigido a esse grande autarca portuense que me recuso mencionar.
Quero com isto dizer que não são só os jornais de ‘cor socialista’ que percebem o quão disparatado é esse autarca, mas também outros que, apesar do director, têm bons e hilariantes momentos insultuosos para com esse autarca (basta ver de resto as opiniões já publicadas pelo M. J. Marmelo, pelo E. Prado Coelho entre outros. Só que ele ou não percebeu que aquele título e aquele ‘estúpido’ era para ele (possibilidade a ter em conta), ou achou que não valia a pena incomodar-se com esse jornal sério uma vez que já tinha tido a sua condenaçãozita quando o comentador Augusto M. Seabra usou o termo energúmeno para se referir a ele.
Entre energúmeno e estúpido vai uma grande diferença!
A mesma diferença entre um Rivoli como até agora estava (e talvez o Sr. Rui Cunha não saiba muito bem como estava porque só deve ter lá passado mesmo em hora agitada) e um Rivoli/ La Feria Produções/ Bastidores produções/ outra qualquer empresa de responsabilidade limitada, criada para eliminar as dívidas anteriores e poder tirar mais algum lucro das foleiras produções destinadas ao glorioso povo portuense, que está quase quase à beira do abismo e insiste em avançar atrás desse não menos glorioso ser que há cinco gloriosos anos defende os interesses dos trabalhadores, dos pobres e desprotegidos, das mulheres, das crianças e dos quins barreiros, dos investidores, dos lojistas e das famílias das donas lauras (sem ser a D. Laura Viegas que não tem culpa nenhuma disto), que quase tirou os arrumadores das ruas, que quase quase recuperou os aleixos (e mando um abraço para esse não menos glorioso presidente da Junta de Lordelo do Ouro), os lagarteiros, os cercos, que ajudou e edificar esta tão nobre cidade e todos temos que lhe agradecer eternamente pelo facto de o Porto estar agora mencionado na página web da FIA.
Não consigo fazer mais elogios.
Hélder Sousa
Meus Caros
Ontem ao fim da tarde, num evento profissional, tive o gosto de ouvir o Vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Dr. Lino Ferreira, dizer que a Câmara já não tem processos atrasados e que os processos que entram já não ficam encravados, cumprindo até, na esmagadora maioria dos casos, os prazos legais.
Numa cidade em que poucos acreditam nos políticos e no cumprimento das suas promessas, é de louvar que haja políticos que dão a cara pelos resultados que prometeram: há um ano, num evento idêntico, o Vereador disse aos promotores imobiliários que iria arrumar a casa e que resolveria a questão dos prazos de aprovação, e ontem voltou ao mesmo sítio para prestar contas do que tinha prometido.
Esta notícia é muito importante para a economia da cidade, uma vez que a má reputação da Câmara do Porto no tempo de apreciação dos projectos é generalizada e afastou os investidores imobiliários. Agora é fundamental que a Câmara consiga demonstrar que está em condições de responder rapidamente às propostas que lhe forem submetidas para virarmos definitivamente a página nesta matéria, para que o investimento imobiliário em toda a cidade aumente susbtancialmente e traga com isso mais riqueza, tão necessária hoje.
Os muitos colegas de profissão que estiveram, como eu, a assistir ao evento de apresentação da próxima edição da Imobitur, confirmaram-me que assim é, que a aprovação dos projectos é de facto célere. Eu não sei porque os projectos que tenho estão a ser analisados ao abrigo da via verde da reabilitação, e aí têm sido cumpridos os prazos legais.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
PS- Caro Rui Cunha, como o Tiago já lhe disse, não é o primeiro nem será o último a defender, como eu muitas vezes aqui fiz, o que de bom é feito pela Câmara. Mas também sabemos que é muito mais popular dizer-se mal que dizer-se bem. Imagine que há aqui quem ache que eu só digo bem do que a Câmara faz porque como sou promotor imobiliário consigo assim vantagens para o meu negócio. E não é por causa disso que eu deixo de dizer o que acho, claro.
--
Nota de TAF: o realce é meu. Isto é de facto uma notícia notável!
D. Laura Viegas
Não me importa que idade poderá ter, importa sim que uma cidadã com a sua alma e garra só pode ser tripeira (das genuínas!), sem complexos de provincianismo importados de Lisboa! Sim, porque postiços infelizmente existem em todo o lado, e o no Porto também os há, a começar por aquele a quem me repugna chamar Presidente da Câmara, e esses são mais perigosos que os nossos inimigos cujo rosto bem conhecemos.
É num momento de profunda dor pessoal (morreu-me a minha mãe anteontem) que lhe quero dirigir os meus votos de rápidas melhoras, pois é gente da sua estirpe que faz falta ao Porto.
Rui Valente