2006-10-22
Inúmeras vezes tenho defendido que o principal contributo para a revitalização da Baixa vai ser dado pelo funcionamento normal da economia. Seja a cultura, seja a restauração, seja o turismo, seja o imobiliário, sejam os serviços e até indústria mais diversos (ou, quem sabe, até agricultura urbana), é a vida profissional das pessoas que vai fazer mudar a vida na cidade. Por isso me agrada tanto referir as iniciativas que vão aparecendo. Lembremos duas recentes, completamente diferentes uma da outra: a exposição Pollen na Rua das Flores e o edifício Loop. Tudo o que seja actividade na Baixa tem lugar aqui no blog - é esse, aliás, um dos temas principais.
Por isso também referi há dias um projecto meu de reabilitação de um edifício na Baixa para o qual estou a contar com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. Atendendo a que se trata de um investimento em que parte do capital está aberto à participação de quem nisso estiver interessado, pensei que valia a pena dar algum destaque aqui no blog. Pelos vistos O Primeiro de Janeiro também achou o empreendimento merecedor de atenção pois, por iniciativa do jornal e não minha, contactou-me sobre o assunto. Hoje apareceu esta notícia:
- Autor do blog «A Baixa do Porto» lidera processo de angariação de investidor
Foi com grande surpresa que tive a oportunidade de ler uma referência feita por Francisco Oliveira, ao Grupo IF e à exposição que realizou, já nos longínquos anos 80, ESQUINAS DO TEMPO. Fui um dos autores dessa exposição e é bom verificar que, apesar dos anos que passaram, ainda o catálogo tem uma finalidade importante e muita actualidade! Já nessa época, e é bem visível na fotografia "recente", a agora designada Praça Humberto Delgado, que não sofreu qualquer intervenção na recente destruição que foi executada, já era qualquer coisa que tinha vindo substituir um interessante desenho de pavimento.
A propósito das recentes destruíções levadas a cabo, é de lamentar que o(s) autor(es), não se tivessem lembrado da existência da Fonte da Natividade, que se localizava no sub-solo na zona sul/poente da Praça da Liberdade, e de que ainda existem elementos, dispersos pelos jardins do Palácio de Cristal; assim como a existência de um projecto de um monumento a Humberto Delgado, e que era bem mais interessante do que o "tanque/bebedouro" para gado que fizeram sensivelmente no mesmo local destinado à Homenagem ao Humberto Delgado que, se a memória não me atraiçoa, era da autoria do Arqtº. Pulido Valente e do Esc. José Rodrigues.
Manuel Magalhães, arqtº.
http://mmagalhaes.com
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Nota de TAF: Acrescentei o apontador para o projecto do monumento a Humberto Delgado, que tinha sido aqui publicado por JPV
Caros(as) amigos(as),
é a primeira vez que vos escrevo e, ainda por cima, por revolta. Revolta porque, sendo eu um jovem que tenta iniciar a sua vida de casal, vejo-me obrigado por esta Câmara a interromper a minha tranquilidade e as minhas poupanças. Passo a explicar...
Moro na Rua Faria Guimarães, Porto. Esta rua, nos tempos mais recentes da sua História, poderá dividir-se em Antes-Metro e Após-Metro, tais não foram as alterações que sofreu. Quero restringir estas revoluções todas a um aspecto que me toca de uma maneira profunda: o estacionamento, em particular, o espaço de estacionamento disponível para os moradores desta (e de outras ruas próximas) enorme rua.
Antes da existência do Metro, quem conhecia esta rua saberia perfeitamente do quão larga (até demais), espaçosa e "disponível" esta rua era para todos aqueles que vivem e trabalham nesta zona. Era relativamente fácil arranjar lugar para estacionar, era relativamente fácil viver-se com uma certa "tranquilidade temporal de estacionamento" para as nossas viaturas. Eram muitos os lugares e, sobretudo, gratuitos!
Tudo se alterou depois do Metro... nada tenho contra o Metro e as obras! A rua Faria Guimarães e circundantes ficaram muito mais interessantes do ponto de vista visual e o Metro veio enriquecer esta zona. Porém, esta novidade trouxe consigo uma tremenda dificuldade para todos aqueles que, como eu, moram nesta rua, têm viatura mas não têm garagem: os lugares disponíveis para estacionar diminuíram em cerca de 80% mas, muito mais grave, hoje ocorreu o que eu temia e já suspeitava: colocaram parquímetros... Ainda não estão activados mas, a partir de agora, não há um único lugar disponível para estacionar gratuitamente (e que tanto jeito dá para todos os que estão na minha situação - moradores na rua e sem garagem!) desde o Viaduto de Gonçalo Cristovão até ao Túnel de Faria Guimarães.
É importante que se diga que a Rua de Camões também já está completamente cercada de parquímetros (todos activos) e as ruas paralelas a Faria Guimarães geralmente já estão sobrelotadas e, além disso, não oferecem quaisquer condições de segurança!
Esta situação é absolutamente revoltante! Os moradores deveriam utilizar sem restrições de horário os seus cartões de residente para ocuparem os lugares de estacionamento gratuitamente; infelizmente, não assaltei nenhum banco BES (passe a publicidade) nem tenho pais ricos para ter de desembolsar rios de dinheiro em parquímetros e, supostamente, ter de retirar o meu carro do mesmo sítio de 2 em 2 horas! Não tem lógica absolutamente nenhuma eu chegar a casa por volta da 1 da madrugada e perder mais de meia hora à procura de um lugar para colocar o meu carro!
É esta a qualidade de vida que Rui Rio quer introduzir na cidade do Porto? É assim que ele quer trazer jovens para a Baixa? Se ele me patrocinar a compra da garagem, ficarei radiante mas assim não! Eu não tenho culpa de ter um horário laboral sem horário fixo e também não tenho culpa de ter nascido desprovido de garagem!
Obrigado por lerem esta minha indignação!
Miguel Gonçalves
Caro Pedro Lessa
Tal como nos diz o autor da crónica do JN (Arq.Manuel C.Fernandes), é de uma falta de sensibilidade e bom gosto aquela estrutura à entrada do Túnel de Ceuta.
Para não nos acusarem de mal-dizentes teremos de acreditar que a Câmara M. do Porto não foi tida nem achada nesta decisão. Provavelmente a culpa de mais este mamarracho terá sido do executivo anterior...
Também concordo com o que disse relativamente à necessidade de sabermos a autoria de tal "obra de arte". Como quem não deve não teme, devia ser obrigatório a exposição pública do nome dos autores das obras no respectivo local, quanto mais não seja para podermos ficar bem distantes de gente tão parola.
Cumprimentos,
Rui Valente
Aproveito para recomendar a leitura da crónica do Arq. Manuel Correia Fernandes no JN acerca da Pr. Filipa de Lencastre e a vergonha por que esta praça está a passar. (Bem tentei encontrar o link mas não consegui, pode ser que o Tiago consiga).
Concordo em absoluto com o que lá está explanado e, para além de chamar a atenção novamente para o serviço mal feito dos arranjos exteriores na saída do túnel, faço a pergunta: não será possível tornar público o nome do autor de tais atentados ao património na referida praça? Como sabemos que neste país ninguém é responsabilizado por estes (e os outros também?) crimes de lesa património, podia ser que a vergonha prevenisse de futuro outros atentados.
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
Nota de TAF: Caro Pedro, se o texto é de hoje também não consegui encontrá-lo online.
Nova lei do arrendamento, toda a documentação online: Portal da Habitação
Uma maioria governativa não se enquadra no sistema democrático, se é democrático é composto por todos os quadrantes da sociedade. Uma maioria executiva não deixa margem para discussão, é uma imposição de regras e actos, é um bloqueio intransponível para a livre concorrência de propostas e ideias. Em democracia obter maioria é o mesmo ou semelhante a uma ditadura.
O meu texto de ontem era um desafio à oposição, querem o povo do v. lado falem com ele. Oposição não é chegar aqui e dizer Rui Rio é este ou aquele, é pegar num processo direitinho e informar atempadamente do que se passa, o que envolve, quais as consequências, os motivos e depois sim esperar a reacção do povo.
Ex: não apoiar as galerias em Miguel Bombarda o que significa, significa logo à partida menos prédios restaurados, desvalorização da envolvente, menos carisma, então um munícipe sujeita-se a pegar num prédio semi-devoluto, a tentar estender uma cadeia de lojas de arte e a CMP nem os passeios manda limpar? Está a ir contra a sua bandeira de campanha, está a ir contra os comerciantes de Cedofeita, está a ir contra as elites e está a ir contra a recuperação do edificado.
Outra: investimos milhares, chegámos ao ponto de colocar uma lixeira na Cordoaria para sensibilizar o Porto, contrataram-se cantoneiros, nomearam-se fiscais do lixo, só em panfletos devemos ter gasto um balúrdio, esse dinheiro devia ser imediatamente devolvido - foi um esforço em vão, hoje o munícipe está mais ou menos educado e é a CMP que deixa o lixo espalhado pelas ruas.
Hoje queremos limpeza, amanhã espalhamos lixo, hoje queremos galerias amanhã ignoramos a sua existência. Ontem queríamos segurança, aumento de esquadras e efectivos e hoje deixamos que as fechem.
Estes 4 anos não deviam ser para continuar lutas, então o orçamento não estava estabilizado, quer dizer tapa-se o buraco orçamental e continua-se a cortar despesas, afinal não existia um buraco, a coisa foi mal avaliada, o que existia era toda uma rede de serviços implantada em areias movediças.
Isto não é rigor, e perante isto o que nos resta, damos o benefício da dúvida? Será que depois das privatizações Rui Rio vai ter orçamento para gerir a Cidade, será que Rui Rio não precisa da oposição para tontear a balança e servir o povo melhor? Estará Rui Rio ciente do caminho que quer para a Cidade, será que estamos a julgar precipitadamente o governante que tanto empenho devota nas suas lutas?
Será, não será, bem para já há falhas, Rui Rio garantiu que se o deixássemos seguir o seu instinto governativo resolvia os buracos orçamentais no mandato anterior. Estamos no 1º ano da 2ª hipótese e já tivemos que empenhar o orgulho e valor do povo, em prol do equilíbrio das receitas do Rivoli, coisa que não entendo, se pagamos impostos, porque raio há-de o Estado ainda ter lucro com receitas, quantas vezes afinal pagamos o mesmo serviço.
Hum, não sei, vamos aguardando, esperançosos que não aconteça ao Rio o que aconteceu ao Nicolau da Viola, de qualquer forma o problema subsiste até agora com uns ou com outros a música é psicadélica, urge uma nova forma de tocar instrumentos, urge criar uma nova forma de fazer oposição.
- Um texto de David Afonso sobre Miguel Bombarda
- Já agora, a agenda cultural possível da CMP para Novembro e mais uns comentários dos leitores do Abrupto sobre a "Rivolução".
Aparentemente o concurso sobre “Os Grandes Portugueses” pouco tem a haver com “A Baixa do Porto”. Para mim não é assim. O meu voto vai para o INFANTE D. HENRIQUE. Várias são as razões que, em meu entender, sustentam a minha escolha.
Em primeiro lugar, o VIRIATO não chegou lá e nós não sabemos de facto quais as verdadeiras razões para o D. AFONSO ter lançado uma opa hostil ao condado portucalense, ter batido com a porta à mãe e ter vindo por aí a baixo. Terá sido recalcamento por não ter tirado um mba? Inveja, ambição? Nunca saberemos...
Em segundo lugar, quer queiramos, quer não, a Diáspora, os Descobrimentos foram, de facto, o maior contributo português para a alavancagem de toda a civilização ocidental e um dos marcos mais importantes da história de toda a humanidade, mesmo enquanto etapa efémera de toda a nossa imortalidade. Perfeitamente equivalente à descoberta da roda.
Em terceiro lugar, não foi um mero executante dessa mesma expansão, como o foram tantos outros, e bravos o foram, ou mesmo um gestor pós-lançamento do produto, como o foi D. João II. Foi mesmo o “switch on”: fez, provocou, levou a, originou. Por muito respeito, que o tenho, pelo social EÇA, pelo épico CAMÕES e pela alma PESSOA, nenhum destes fez, provocou, levou a, originou, na mesma dimensão que o INFANTE. Ah, ultimamente anda por aí um renegado que edita livros de dois em dois anos, mas que não chega aos calcanhares daqueles três.
Em quarto lugar, era um homem livre. Hoje em dia, estamos cansados de “gaijos” que se dizem honestos e por aí fora, mas que de facto não são livres. Livre era também AGOSTINHO DA SILVA. Há ainda por aí uns desbocados que, por terem muitos bens materiais, coleccionarem arte e não conseguirem usar o cartão de crédito para eles próprios construírem os seus próprios museus, acham que são livres. Aparentemente, na ditadura do material, os mais incautos poderão ser levados a considerá-los livres, esquecendo-se da prisão do tangível e da vaidade e da absoluta necessidade do reconhecimento.
Em quinto lugar, não era de certeza um mangas-de-alpaca ou elemento de uma qualquer corporação. Estes caracterizam-se pelo medo que fede e por um elevado sentido de estado, sem qualquer hipótese de mudança de estado. Ora, o INFANTE teve a capacidade de criar um novo estado.
Em sexto lugar, não era, nem deixava de ser um ditador. À época não havia ditadores, havia sim déspotas, pré-iluminados ou não. E assim se livra da fama e proveito com que ficou um nosso ANTÓNIO bem conhecido, o velho.
Em sétimo lugar, tinha um sonho, uma visão. E um sonho ninguém nos consegue roubar. Percebeu a pequenez do rectângulo. Foi pró-activo. Sorveu saber, concebeu um novo horizonte, sublimou uma raça, inclusive até contra o abraço da aliança. Por causa disto não relevamos, no caso português, qualquer luta antifascista do século que já acabou – quando passamos uma vida a lutar pelo não, chegamos ao fim ocos, frios e afectivamente desequilibrados.
Em oitavo lugar, tinha uma estratégia. Se não tinha dinheiro, foi buscá-lo ao que restava de um dos maiores bancos internacionais da altura – a ordem proscrita. Daí se considerar hoje Tomar mais importante que Sagres. E para obter o apoio da maior multinacional de todos os tempos, hoje com mais de 2.000 anos, prometeu levar a palavra “por mares nunca de antes navegados”...
Em nono lugar, os afectos. O neutro é a antítese do paradigma – esta é para calar o nosso anarca estrutural de serviço e abruptamente acalmar os nossos analistas mais irrequietos.
Em décimo, há almas assim, deixam um rasto de mistério, uma aura de misticismo. Ao ponto de haver discussões sobre qual deles é o verdadeiro no retrato conjunto constante do tríptico. O que nos pode levar a uma questão: foi mesmo o INFANTE? Ou foi UM PORTUGUÊS DESCONHECIDO?
E que tal uma visita à Casa do Infante...
De qualquer modo está votado.
Paulo Espinha
Estou de acordo com a Cristina Santos quando diz que não vale a pena discutir agora a questão matemática. É um facto que Rio atingiu o poder e teve maioria, o resto, neste momento, pouco ou nada interessará e a lugar nenhum nos levará.
Mas o resto do seu texto recordou-me a vitória eleitoral hitleriana em 1933 na Alemanha, com 44% dos votos. Foi uma vitória nas urnas através de um processo democrático. Tudo culpa da oposição, aquilo que aconteceu depois...
Há muito quem compare as duas personagens (desde o povo anónimo até à blogosfera com algum peso na cidade), mas é uma semelhança que me parece exagerada, muito embora muitos tiques comuns, desde logo no órgão de propaganda. Mas a Cristina também não ajuda nada com frases messiânicas como esta: “Depois de Rio não temos mais ninguém.” Até senti um arrepio…
Jorge Ricardo Pinto
Meus caros
Num país onde falta uma matemática clara e universal, os números justificam muito pouco, ou aliás justificam aquilo que não é aceitável pelo senso comum, portanto vamos evitar ir por aí, esse é o subterfúgio do Governo e não o nosso.
Vejamos: Rui Rio ganhou com maioria, culpa de quem?! Culpa essencialmente da falta de trabalho e pontualidade da oposição. Não obstante a oposição elegeu vários vereadores, culpa de quem? De quem votou neles? Não sei, mas também não merecem estar no lugar, não apresentam nenhum trabalho, o povo sente-se abandonado - Depois de Rio não temos mais ninguém.
A sério, é importante pensar nisto, não temos ninguém disponível para defender a Cidade, podemos até dizer que o executivo ofusca o trabalho da oposição, mas aí tínhamos que pensar em quem é afinal o Rui Rio que tudo pode, que consegue virar todas os ataques a seu favor. Será Rui Rio algum superdotado, ou não é preciso ser superdotado para fazer e desfazer desta oposição?
Este último mandato, último porque sinceramente não acredito que Rui Rio se candidate, tem sido pautado por abusos graves. O Executivo começou por cortar o elo de informação ao povo para não ter que dar explicações, inventou uma quezila com o JN e desta forma afastou qualquer dever de comunicação. Estabelecida esta barreira, transformou os SMAS em empresa municipal sem pedir parecer a ninguém, no Ambiente destruiu tudo aquilo que havia sido feito entre 2001 e 2005, depois venceu a luta com a Cultura anunciando trespasse de um bem municipal, e finalizou-a agindo com trejeitos militaristas. Agora já só lhe resta vingar-se dos profissionais do contra e a missão fica cumprida.
Enquanto isto a oposição, que não tem qualquer quezila com o JN, age a favor de Rui Rio, só fala se este fala, só argumenta uma semana depois do povo contestar. A oposição é e sempre foi a sua maior aliada.
Portanto quem elegeu pode ter tido culpa, quem defendeu pode ter tido culpa, mas mais culpado que qualquer um dos eleitores desta cidade é a oposição, que quis ganhar o Porto e só depois estudar um plano.
Assim, e enquanto não aparece ninguém disponível para gerir o «condomínio fechado», vamos levando com Rui Rio tolerando, por falta de ter alguém que o substitua, e arriscamo-nos a estar tão fartos da figura que o substituamos pela primeira couve que nos apareça. E mais uma vez a culpa é de quem, de quem elege ou de quem faz oposição na óptica do vegetal?
Paragem de autocarro e outras coisas e loisas da Rua Clemente Meneres
A paragem de autocarro em Clemente Meneres, no Carregal, não é de agora. Foi colocada ali logo após a inauguração do primeiro troço do túnel de Ceuta (30/07/2005). Nesse dia alguns cidadãos presentes na inauguração reclamaram junto das autoridades presentes da falta da paragem e, passados poucos dias, ela ali apareceu. Só que foi sol de pouca dura: com obra ainda no início da Rua D. Manuel II os engarrafamentos de trânsito foram tais que foi desactivada e só reactivada agora.
Não quero protelar a discussão em torno de Pacheco Pereira, com o Rui Valente. Da minha parte, ponto final parágrafo. Cada um verá as coisas como elas são. Já me bastou ter divulgado o texto de JPP que julgo estar muito interessante e valorizador da nossa cidade. Ah! E se gostou do que escrevi sobre Rui Rio, deixe-me que lhe diga que neste momento, para além dessas doze razões, ainda acrescentaria mais uma mão cheia delas. Ficará para um destes dias.
E concordo também com o António Alves quando ele me rectifica. Não fui exacto quando escrevi "a quem a maioria dos votantes da cidade deu maioria". Risque-se a primeira vez que a palavra “maioria” aparece. A frase fica mais bonita e, no final, mais certeira, ainda que em termos práticos nada mude: “a quem os votantes da cidade deram maioria”.
Contudo, caro António Alves, por estranho que possa parecer, também não concordo consigo quando escreve “Na verdade, [essa maioria] votou mesmo contra Rui Rio”. Aí a conversa é outra. Porque nas eleições, não votar a favor poderá não querer dizer votar contra. Se todos (e nem precisavam de ser todos…) os eleitores que não votaram no Rio se tivessem concentrado noutro candidato, então Rio não venceria. Quero com isto dizer que grande parte dos eleitores não votou contra Rio, mas acabou, votando num candidato menos forte ou conscientemente num candidato a quem interessava a manutenção de Rio, por beneficiar o actual presidente.
Aproveito também para reforçar a qualidade do livro que Francisco Oliveira refere: “As esquinas do tempo”. Já agora, fica aqui uma ideia. Porque não fazer uma reedição dessa obra, mas agora com o estado actual das coisas. O conjunto fotográfico que supostamente representa a contemporaneidade é do princípio da década de 80. Muito mudou desde então.
Jorge Ricardo Pinto
Blog Comboio Azul
Caro TeoDias
Como septuagenário que sou, devo ser o mais idoso participante neste blog por benevolência de TAF, e por isso o meu interesse vai muito para o lado da recordação do Porto antigo. E hoje, ao rever livros que possuo, folheei um cujo título é: PORTO - ESQUINAS DO TEMPO - GRUPO IF, que deve ter sido editado no princípio da década de 80 e após a exposição fotográfica que houve no Museu Soares dos Reis. Para mim e entre os livros que possuo sobre a nossa cidade, este é o melhor porque opõe fotografias do mesmo local em épocas diferentes.
E por isso não resisto a enviar estas fotografias da Avenida dos Aliados com a intenção de colaborar com TeoDias. Se tiver interesse e para não estar a ocupar espaço e tempo a TAF, pode contactar-me directamente para francisco.oliveira@oniduo.pt.
Cumprimentos
Francisco Oliveira
No meu último texto aqui publicado, expus no parágrafo final o conceito de cultura de escalas, a propósito das etapas a tomar para se estabelecer efectivamente no Porto uma forte atitude cosmopolita entre a população. Pretendo pois, agora, aprofundar este conceito e desenvolver as suas possíveis ligações práticas e consequências na vida da cidade.
Tal como já defendi anteriormente, para a sustentabilidade a todos os níveis do panorama cultural portuense (em que se inclui os dois tipos de gestão, pública e privada) é preciso garantir uma optimização da oferta segundo a escala do mercado a que se destina essa mesma oferta. Isto mesmo, exposto de uma maneira mais simplista, implica que as produções que consigam captar maior afluência de público devam ocupar os espaços de maiores dimensões e as dirigidas a tipos de mercado específicos, espaços menores (não significado isto piores condições). Assim evitar-se-ia, por exemplo, que salas com capacidade para centenas de pessoas estejam sistematicamente sub-ocupadas, com apenas algumas dezenas de espectadores na maior parte dos espectáculos. A nível financeiro (tantas vezes negligenciado e continuo sem saber porquê) isto traduzir-se-ia numa maior proporcionalidade entre o custo de aluguer das salas e a capacidade de uma produção de gerar receitas de bilheteira para o poder suportar.
Caro Jorge Ricardo Pinto
Esqueça o carácter afirmativo do dois primeiros parágrafos do meu último post a que chama profundo disparate e deixe-me ficar com ele para mim, que não me importo nada. É o meu disparate. Também tenho direito de os dizer, que diabo... Agora, como deve imaginar não vou mudar o meu pensamento em relação ao que penso de Pacheco Pereira, só porque o considera disparatado e excessivo.
Curiosamente, li os seus 12 argumentos sobre Rui Rio e não achei nenhum disparatado ou exagerado, porque correspondem à verdade. Mas deixe-me dizer-lhe que entre a personalidade de Rui Rio e de Pacheco Pereira não vislumbro assim tantas diferenças, a não ser na inteligência.
Pacheco Pereira é um homem de facto inteligente, que se tornou mediático através da política, derivando depois (entre outras derivações) para comentador onde parece sentir-se mais confortável. Só que, pessoalmente e enquanto cidadão eleitor, não entendo a génese da actividade política limitada à participação remunerada em debates televisivos ou radiofónicos onde muito se discute e filosofa mas nada de concreto se resolve. Esse papel (de comentador) devia antes pertencer ao eleitor, que é quem melhor sente o país e menos descomprometido está em termos político-partidários. O papel do político é exercer a política no local apropriado e de preferência sem os holofotes da comunicação social para resolver os imensos problemas do país.Primeiro nos respectivos Ministérios, enquanto Governo, e depois no Parlamento enquanto oposição.
Um político sério, num país como o nosso, atrasado, onde quase tudo ainda está por fazer, não devia sentir-se cómodo perante a opinião pública em participar em fóruns e debates de cujos efeitos só extraímos a vaidade das suas teorias. Nós ansiamos por OBRA! Chega de conversa.
Pacheco Pereira, o da SIC, raramente fala do Porto pela positiva. Raramente gosta de o fazer em público, porque sofre dos complexos centralistas da capital e tem medo que lhe chamem provinciano, como muitos alisboetados cá do burgo. Se canta hosanas ao Porto em Blogues, é porque pensa viver noutro país, com um elevado nível de vida onde cada cidadão é um computador com ligação à Net. Ele sabe que não é assim e por isso se contém de falar bem e com frequência
do Porto na SIC, onde as audiências são efectivamente outras.
E, tal como aqui refere António Alves com a lucidez que lhe é habitual, a "história" da maioria eleitoral outorgada pelas eleições a Rui Rio não corresponde exactamente a uma maioria de pessoas, portanto caro Jorge Pinto, esteja à vontade, pode passar a ver Pacheco Pereira tal como é, um teórico da política bem instalado na vida.
Rui Valente
PS-Que me desculpem os políticos do futuro, aqueles que ainda não puderam dar provas das suas reais intenções, mas é esta a ideia que os políticos do Passado e muitos contemporâneos criaram de si próprios.
Quem passar no Jardim do Carregal pode observar a incompetência dos responsáveis camarários. Não é possível que alguém mentalmente decida colocar uma paragem de autocarro naquele local. Só existe uma faixa de rodagem, os autocarros são aos milhares por dia, deve ser a rua onde passam mais autocarros da cidade do Porto, e o que faz o presidente da Câmara?
Simples, coloca uma paragem de autocarro num local com apenas uma faixa de rodagem. Ou seja, depois da reabertura da saída de D. Manuel II do Túnel de Ceuta, o trânsito circulou bem durante dois ou três dias, mas o presidente da Câmara decidiu estragar novamente o fluxo do trânsito com a colocação dessa paragem. Se o incompetente Rio queria colocar uma paragem nesse local tinha feito duas faixas de rodagem, em vez de fazer um passeio com 50 metros de largura, ou então que tire dali o parque de táxis. No entanto o problema não é o parque de táxis, o problema é a paragem de autocarros, que só um incompetente (para não dizer outra palavra mais forte), colocaria naquele local.
Arranjem um tacho em Lisboa para o Rio, que o Porto e os portuenses agradecem, aliás Rio serve mais os interesses de Lisboa que os do Porto.
Se existir alguém com responsabilidades na câmara do Porto, e que seja minimamente competente, então esse alguém tem o dever de repor a normalidade e retirar novamente a paragem daquele local. E sim, digo novamente porque esta não é a primeira vez que os incompetentes decidem colocar a paragem ali, mas o trânsito piorou tanto, mas tanto com a colocação da paragem naquele local que os incompetentes foram forçados a retirá-la, mas agora voltaram à carga. E quem decidiu colocar a paragem ali deve ser demitido, porque é incompetente, e prejudica gravemente todos os moradores, utentes do hospital, etc.
Se a normalidade for eventualmente reposta, serei o primeiro a felicitar aqui a decisão.
Artur Gomes
Boa tarde
Não há nada como uns números e umas percentagens para relativizar as democracias, não é? Falta ainda pensar no significado daqueles cidadãos que nem sequer se deram ao trabalho de ir votar para transformarmos de vez os cidadãos eleitos em usurpadores do poder.
Entre eleições, ‘rivolições’ e reabilitações, haverá sempre alguém a sobreviver.
Para me sentir mais feliz penso que daqui a alguns anos vou contar aos meus filhos como era viver no Porto, no tempo em que o Presidente da Câmara usava brilhantina no cabelo, no tempo em que se ocupavam teatros para contestar opções políticas, no tempo em que senhores de bigodes e barbas compridas agitavam os meios de comunicação e os blogues da época com opiniões tiradas de debaixo do travesseiro…
E quando eu contar isto aos meus filhos estes senhores tão fora de moda já passaram à história e se alguém se lembrar deles, será no dia 1 de Novembro!
Hélder Sousa
Caro Francisco Oliveira
É verdade, são essas as regras. O que não quer dizer que sejam as melhores, nem que não possam ser alteradas. Mas facto objectivo e insofismável é que nem o senhor primeiro-ministro nem o senhor Rui Rio obtiveram a confiança da maioria objectiva dos portugueses e portuenses respectivamente. Este é assunto que nos daria motivos para longas e agradáveis discussões que julgo não caberão neste local.
Cumprimentos,
António Alves
Só queria lembrar ao o Sr. António Alves que seguindo o seu raciocínio sobre os números das eleições que apuram as maiorias pelo método de Hondt, que então também temos um primeiro ministro que foi rejeitado pela maioria dos portugueses pois que não obteve, em número de votos, mais do que uns 45%.
Saudações
Francisco Oliveira