2012-09-16
Esta malta da Porto Lazer devem ser uns meninos apostados em aplicar na cidade o “marketing” de trazer por casa que aprenderam lá nos institutos onde estudaram! A pergunta é simples e convém nem a complicar para ver se eles percebem:
- Isto é alguma coisa?
Totalmente de acordo com tudo o que TAF escreveu, e vou-me permitir dar umas achegas.
- Não existem recursos e se existissem seriam geridos por quem não sabe! Claro!
- Estou convicto que estaria no seu caso está muito apto a fazer a reabilitação urbana. As verdades dizem-se e assumem-se (estou à-vontade, nem nos conhecemos!).
Quanto ao “certificado energético"! Num pequeno T1 que tenho para arrendar, para além de obras por o inquilino anterior ter descurado tudo, para além de ter que pagar IRS – sou honesto (sem falsa modéstia e declaro as rendas às Finanças!), condomínio, etc., tive que pagar o estafermo do certificado. Não tinha, tenho-o. Para o apartamento me dar rendimento vai demorar mais de um ano se o inquilino se não for embora antes! Grande maquia do rendimento é para o Estado!
Quanto ao Rui Moreira, sem dúvida que se tivesse hipóteses de se candidatar a Presidente da CM Porto seria sempre melhor que Menezes! Não é difícil. Mas me parece, mas devo estar engando, deveria ser/estar menos convencido do que tem andado! Acho! Mas devo estar errado!
- Rui Moreira defende mais investimento público na reabilitação urbana
- Rui Moreira receia que negligência do Estado dite fim da reabilitação urbana
Eu compreendo as razões que Rui Moreira invoca, lembrando as causas do problema. Mas também compreendo que não faz sentido insistir no erro de esperar por recursos que não existem e que, se existissem, seriam geridos por uma Administração Pública que não sabe como fazer reabilitação urbana.
Ao contrário, eu sei como fazer reabilitação urbana (passe a imodéstia). E como eu há muita gente que sabe e já tem provado que sabe, só que o tem feito a escala muito pequena por escassez de capital. O que há a fazer é por um lado congregar interesses privados (incluindo recursos financeiros), e por outro deixar o mercado funcionar de forma saudável. O exemplo que JPV aqui dá é ilustrativo.
Eis um outro exemplo. Entre as muitas formalidades para a transacção de um prédio urbano está a obtenção (e respectivo pagamento) de um "certificado energético". Este certificado é obrigatório até para um imóvel em ruínas... Existe um procedimento para eventual dispensa em casos especiais mas, além da demora e da complexidade, está dependente do acordo da câmara municipal. Quem recebe esta taxa é numa parte o Estado e noutra parte os peritos certificadores.
Estes procedimentos de certificação, sendo obrigatórios, são uma maneira de garantir rendas a uma classe que vive às custas do facto de o legislador continuar a tratar o cidadão quase como um inimputável que tem de ser protegido de si próprio. O que tem a ver o procedimento de alteração de proprietário com a certificação energética? Por que fazer depender um do outro? E se o comprador dispensar o certificado energético porque vai fazer obras que tornam essa certificação completamente obsoleta?
Este tipo de certificação (há muitos exemplos nesta área e noutras) deveria ser opcional e nunca, mas nunca, uma condição sine qua non para a realização de uma transacção. Repito aqui o que sempre tenho dito: promover a economia não é dar subsídios nem criar programas de incentivos; é apenas remover as barreiras irracionais criadas pela Administração Pública para impedir o cidadão de desenvolver a sua actividade.
Uma outra barreira é a existência de um imposto como o IMT, completamente idiota. Há algumas semanas tive ocasião de "dar o recado" pessoalmente ao Ministro da Economia. Não sou o primeiro nem serei o último a falar nisto. Vamos ver se resulta.
É um facto que com a regulamentação dos espaços urbanos através de Planos Directores Municipais veio-se a evoluir e muito no planeamento feito nas nossas cidades.
Contudo, estes Planos que se resumem a plantas de condicionantes, qualificação de solo e outras, pejadas de regulamentações e de intenções de estratégia, se não são em muitos casos irreais, num instante assim se tornam. Feitos com base em engenharia urbanística, são hoje em dia mais um instrumento jurídico do que um instrumento de fácil alcance aos técnicos que trabalham a cidade. Estrategicamente duram mais os planos que as alterações temporais e alguns mais ainda do que os políticos, consequentemente não se consegue tão depressa mudá-los. Unidades de Gestão, Planos de Pormenor e outros instrumentos do género, demoram no mínimo 18 a 24 meses a serem aprovados, se seguirem todas as tramitações de lei com sucesso.
Não é fácil gerir cidade e mais complicado se torna com instrumentos pesados e lentos. Mas antes estes do que nenhuns. Dever-se-ia era começar a usar novas formas de planeamento e de gestão urbana podendo mais rapidamente e mais adequadamente dar resposta às necessidades das cidades. Não é este o lugar a esta discussão, surge aqui apenas porque se por um lado se compreende a necessidade de alterar e de se adequar o Plano Director do Porto, por outro percebe-se que estas alterações vêm dar respostas novas a novos problemas, em muitos casos vêm dar soluções é a antigos problemas provocados essencialmente pelo não cumprindo do próprio Plano. Ou seja, a Câmara vem legalizar a sua própria ilegalidade. E assim vai a cidade, mas não o fim do PDM.
Não acompanhei o processo. Em conversa com alguém que sabe do assunto e em quem confio reporto o seguinte.
O plano de pormenor (p.p.) para”safar” o Dallas não pode alterar a lei que obriga a pés direitos mínimos. Ora no Dallas há várias zonas com pé direito inferior ao mínimo regulamentar! Se o p.p. vier a contemplar a possibilidade de pés direitos ilegais (pois não pode alterar a lei) vai ser mais um barrete para os cidadãos que não acompanham pormenorizadamente estes assuntos. Tem sido recorrente que a CMP utilize este processo para fazer passar ilegalidades e ou alterações para pior (no interesse público) dos regulamentos e PDM, que é uma lei.
Exemplo: a lei ao referir estabelecimentos de hospedagem, que define como aluguer de quartos, diz que estes devem obedecer a certos requisitos, nada impondo quanto à existência de cozinha. Ora... no regulamento da CMP, no código regulamentar, para estabelecimentos de hospedagem inclui a possibilidade de haver cozinha que a existir deverá ter - art.º E–3/10º uma data de equipamentos: frigorífico, máquinas de lavar roupa e louça, e também uma portaria. Claro que isto não é ilegal mas dificulta e encarece a instalação destes equipamentos low cost em benefício de quem?
JPV
Muito oportuno o que Dario Silva escreve, e todo um historial português que nos foi sendo impingindo tem décadas, e décadas, para largarmos os Caminhos de Ferro, e apostarmos nas estradas, depois autoestradas, para termos muitos automóveis e camiões a circular, e nada - quase - de Caminho de Ferro. Como é evidente, tem toda a razão. Mas, como hoje, depois de tanto disparate, e sem dinheiro como estamos, não podemos ir ainda para a via férrea - e depois vêm uns que querem TGV´s - de Lisboa!... - mas se em mais locais, a começar pelo Porto Gaia, recuperarmos mesmo para pedonais, pontes - como na Régua! - que seriam - e foram - para comboios, já seria qualquer coisa!
Continuamos, infelizmente, com tiques de há décadas, mais recentes!. A mania dos cargos de representatividade - pagos pelos nossos impostos! - que permitem a uns quantos terem poder e mordomias, ganhar demasiado para o que não fazem..., e parece que nem com os senhores do estrangeiro a emprestarem-nos dinheiro isso acaba! Muito há a mudar, tanto, tanto! Essencialmente atitudes, e pessoas, menos, muito menos, do mesmo e dos mesmos! O Porto poderia dar o exemplo quanto ao futuro presidente da câmara! Não?
Na segunda-feira, 17/9, foram votadas na Assembleia Municipal do Porto as alterações propostas pelo Executivo camarário ao PDM do Porto. Muito para além de atualizações ou correções materiais, tratou-se antes duma modificação substancial (para muito pior) do modo de planeamento urbanístico previsto naquele instrumento de gestão territorial.
Durante décadas, antes da entrada em vigor do DL 380/99, a gestão urbanística, ao atuar principalmente através do licenciamento, casuístico e individualizado, prédio a prédio, produziu em todo o país, como é hoje reconhecido, uma caótica ocupação do território e consequentemente áreas urbanas sem adequadas infra-estruturas, sem equipamentos, sem espaços verdes. Assim, para combater a desqualificação dos territórios, foi dado um grande relevo às Unidades de Execução, que podem corresponder a uma unidade operativa de planeamento e gestão (UOPG), à área abrangida por um plano de pormenor ou a parte desta.
O PDM do Porto aprovado em 2005 e publicado no DR – I Série B nº 25 de 3/2/2006 foi um dos primeiros a incorporar esta forma de gestão urbanística, prevista no artº 119º do DL 380/99 como meio de alcançar o desenvolvimento harmonioso das áreas mais sensíveis do território da cidade. Ora foi justamente a modificação da natureza vinculativa para meramente indicativa da prévia elaboração de planos de pormenor e unidades de execução que o Executivo camarário levou à Assembleia Municipal.
Para além da mudança absoluta na forma de gestão urbanística do Parque da Cidade pela simples substituição do vocábulo “é” por “deve ser”, repare-se também na subtil (mas profundíssima) alteração nas UOPG 17, 20 ou 24 (Contumil, Alameda 25 de Abril e Curtumes/Circunvalação): onde o PDM aprovado em 2005 dizia “A urbanização e edificação devem ser precedidas de um Plano de Pormenor ou Unidades de Execução” passa a dizer-se “Esta UOPG deve ser concretizada através de Unidades de Execução ou Plano de Pormenor para a totalidade da área”. A versão de 2005 é claramente impeditiva de operações urbanísticas sem que previamente exista plano de pormenor ou unidade de execução. A alteração introduzida enfraquece irremediavelmente a gestão integrada do território.
Por isso, para tentar manter o que o PDM de 2005 continha de mais importante sobre a forma de fazer/refazer a cidade foi apresentada pelo BE à Assembleia Municipal do Porto de 17 de Setembro de 2012, a seguinte proposta: Rejeitar as alterações propostas pelo Executivo camarário que prescindem das Unidades de Execução como instrumento da transformação urbana harmoniosa.
O resultado da votação desta proposta foi o esperado: 7 votos a favor (BE e CDU), 19 abstenções (PS) e 27 votos contra (PSD e CDS/PP). Foi aprovada a 1ª alteração ao PDM do Porto proposta pelo Executivo camarário. O município deixou de estar vinculado à utilização das Unidades de Execução no fazer/refazer da cidade. Volta-se ao urbanismo submetido à iniciativa imobiliária... O PDM do Porto foi ferido de morte. Triste fim do que era um dos instrumentos de gestão territorial mais avançados do país...
Sim, eu sei... até parece a manifestação de 15 de Setembro de 2012, de cerca de 150.000 pessoas no Porto (800.000 em Lisboa). Mas não. Esta manifestação foi há cerca de um ano e meio, a tal da "geração à rasca"... Hoje: tudo igual, tudo pior... Precariedade rima com Austeridade. Sócrates rima com Passos Coelho. FMI rima com Salazarismo de volta. Capitalismo rima com Exploração.
É só para dizer aos ultra-liberais do PSD-Porto que Passos-FMI teve a 15 de Setembro de 2012 o seu momento 12 de Março 2011... Depois do 12 de Março mandaram-nos o FMI para nos calar, afundar, pôr na "ordem" e roubar. Agora, a minha aposta vai para um golpe palaciano que ocupe o lugar da "Revolução"... Os cotas do PSD (Manuela Ferreira Leite e Cavaco) de certeza que tentarão o golpe da suspensão da democracia por 6 meses pelo menos (sempre "a bem da nação, claro")... É o momento Ferreira Leite e pode ser a oportunidade de Rui Rio ser Ministro das Finanças no Lugar de Ministro das Finanças (finalmente, rapaz!). Tanto pior para todos nós. A crise política está aí. Ainda bem. Óptimo! "Quem tem medo da crise política?" Não eu. Não as pessoas ("crise política" é o medo-descartável -que-se-segue), mais preocupadas/os em sub-viver, falir, desempregar, pedir, emigrar. Crise é o nosso nome. No entretanto, viva a Poesia que voltou a saír à rua, com toda a força da palavra e toda a dignidade da Democracia Popular! Uma festa assim, digna, vale mais que ano e meio de empobrecimento! Disse então Sophia em Julho de 1976, em "Últimos tempos":
"Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?
Que diremos do lixo do seu luxo -- de seu
Viscoso gozo da nata da vida -- que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?
Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?
Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto
Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?"
De acordo com uma notícia da Agência Lusa desta semana, da qual transcrevo partes, “uma empresa de produção de cogumelos prevê criar até 2013, através da formação de uma unidade agro-industrial no Parque Empresarial de Chaves, 150 postos de trabalho. Além dos cogumelos, tenciona produzir produtos frescos, nomeadamente frutos vermelhos, como framboesas ou mirtilos, para o mercado ibérico. Um dos objetivos é também associar pequenos produtores ao projeto e reanimar, desta forma, a agricultura e os produtos da região. A empresa irá disponibilizar a jovens empreendedores a possibilidade de criar uma «sub-empresa» disponibilizando-lhes uma unidade de produção, trufas, formação especializada, escoamento do produto e certificação exigida pelos mercados. O projecto terá 40 unidades de produção, sub-empresas, cada uma com três colaboradores. A unidade agro-industrial terá um centro logístico que dará apoio à produção e gestão das unidades associadas, ajuda técnica especializada a todos os equipamentos e disponibilização de utensílios para uso comum. Para além disso, fará a receção, controlo de qualidade, arrefecimento, embalamento e armazenamento em câmaras frigoríficas dos produtos entregues pelas diferentes unidades de produção. A Câmara de Chaves cederá, de forma gratuita, o direito de se construir a unidade agro-industrial num terreno por si cedido e o projeto é comparticipado por fundos comunitários do Programa de Desenvolvimento Rural, afectos à região Norte.”
Algumas Parcerias Público Privadas até funcionam… Podem-se afetar, corretamente, fundos estruturais, criar emprego para jovens qualificados da Universidade de Trás-os-Montes, promover o empreendedorismo, vender para o mercado ibérico, diminuir as dependências das importações… Dá mais trabalho, menos “glamour”, exige paciência, os resultados não são imediatos e não são os “milhões” dos PIN – Projectos de Interesse Nacional.
O que temos feito até aqui? Focado nas Finanças e no Sistema Financeiro como ponto de partida. O que podemos fazer, diferentemente? Focar nas Empresas, na Economia, como ponto de partida para a criação de valor.
Os Mercados Externos e a Internacionalização? Sim, mas… também a dinamização do mercados interno e dos “mercados de proximidade”, dada a primeira responsabilidade de um Estado ser para com os residentes no País.
Valorização dos conceitos de poupança, que vai para o exterior, e de investimento, que tem sido mau? Sim, mas… o consumo, sem recurso a crédito, é a base do sistema em que vivemos, pelo que é necessário uma melhor distribuição de rendimentos, para depois permitir Consumo e Poupança internas que dinamizarão a actividade empresarial.
Emigração? Sim, mas… também importar empreendedores, captar os rendimentos de reformados e de turistas, para dinamizar o mercado interno, o que também origina toda uma diferente política de ordenamento do território, nomeadamente a aposta nas ferrovias.
Subir impostos, tendo-se reduzido a coleta fiscal final? Sim, mas… baixar impostos diretos para aumentar o rendimento disponível, potenciando que se recolham mais indiretos, pelo dinheiro que se multiplica pela sua circulação.
Aumento do custo dos transportes? Sim, mas… é necessária mobilidade e liberdade.
Apoio social pela via da Caridade? Sim, mas… o empreendedorismo social é mais sustentável e independente.
Concentração, com efeitos da captura de valor e de racionalizações de custos? Sim, mas… a descentralização é um processo essencial para sairmos desta crise, como este exemplo mostra.
Os resultados do Orçamento de Estado e das Contas Externas do País são o fruto directo de vários projectos que se implementem no terreno. Não é preciso inventar ao nível de transferência de fundos entre grandes agregados macro-económicos, estatísticos, porque são meramente resultantes destes milhões de ações, de que aqui se apresenta um exemplo.
José Ferraz Alves
Presidente do Movimento Partido do Norte
... Ver mais imagens em PDF.
Neste post há confusão entre o parece ser mas não é oficial. Não que goste de aqui entrar em debate, antes preferindo que cada um diga o que entende ao invés de comentar o que o outro diz. Mas impõe-se uma correção. Porque não é oficial que haja TSU (com Robin dos Bosques ao contrário) e mais cortes e novas taxas de IRS, já que falta aprovação em Assembleia da República e saber-se se é legal (neste caso se é compatível com a Constituição da República Portuguesa).
Da mesma forma, ao contrário do que o nosso amigo TAF (e recém-militante do PSD) anuncia, Menezes candidato ao Porto não é oficial: falta aprovação pelo PSD do Porto (concelho, distrito e nacional) e falta saber-se se é legal. É que parece mesmo ilegal, face a um lei que dispõe com clareza e sem equívocos que os autarcas não podem exercer mais de 3 mandatos consecutivos.
Se muitos não o desejam (já chega de buracos tipo Lisboa de Santana, Madeira de Jardim ou Gaia de Menezes) pode acontecer também que quem o quer não possa ter à frente do Município do Porto o maior apoiante de Passos Coelho (com o Dr. Relvas e Marco António Costa). E parece que até é possível (ver Expresso de Sábado) que um qualquer de nós apresente uma providência cautelar para o impedir. O que pode ser boa ideia, face à dificuldade que alguns elementos do PSD (e do PS, já agora!) têm para ler a lei, procurando sempre formas engenhosas de fazer de conta que a lei não existe, quando se trata de aceder e exercer o poder.
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Nota de TAF: Quando usei o termo "oficial" pretendia naturalmente referir-me apenas à confirmação pelo próprio do seu interesse em candidatar-se. Já agora, a minha militância no PSD é pública e tem quase 5 anos. ;-)
É uma prática muito comum neste País, os lugares não executivos partilhados entre várias empresas e pessoas. Já questionável no sector privado assume, quanto a mim, foros de irracionalidade no sector público e no tempo que vivemos. Estranho que passe sem muita polémica... "Presidente da Metro do Porto eleito Presidente não executivo dos STCP"... Para quando a função de operário ou de motorista não executivo? Não acho isto normal. Muitos menos num país em que o maior deficit de produtividade está na Gestão.
Na 2ª feira, 17/9, a Assembleia Municipal do Porto vai apreciar e votar a proposta da 1ª alteração ao PDM do Porto. Parece que é desta que vai ser retirado do PDM aquilo que era, para mim, o conteúdo mais importante: o planeamento urbano através de Unidades de Execução, "delimitadas de forma a assegurar um desenvolvimento urbano harmonioso ... devendo integrar áreas a afectar a espaços públicos ou equipamentos ..." (cfr.artº 120º do DL nº 380/99 - regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial).
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Nota de TAF: texto recebido na Sexta-feira passada.
Com as minhas desculpas pelo atraso depois de uns dias fora, ficaram agora publicados alguns dos posts pendentes, outros se seguirão mais logo. Entretanto:
- Assembleia Municipal aprova alteração ao PDM com a abstenção do PS
- O Porto, visto por um médico fotógrafo, sugestão de José Paulo Andrade: "o noticiário da TVI passou esta peça sobre as «Ruas do Porto»"
- Festival FDP diz-se "alvo de censura" e muda-se para o Porto, sugestão de Nuno Carvalho
Quase que se consegue perceber o que queria dizer o nosso Vladimiro da Câmara, quando queria dizer que devíamos perder o termo "low cost" para o Turismo que se processa na cidade do Porto. Digo quase, porque o que o Sr. queria dizer é que o Turismo assim designado seria baixo e de pouca qualidade e portanto de mau nome para a cidade. Mas esta mentalidade é típica da parolice dos nossos políticos (que chamam de Metro ao Eléctrico de superfície) e principalmente de uma gente que nos governa, cidades e País, mas que vivem em gabinetes e nas tricas partidárias e não percebem nada do chamado País real.
Em primeiro lugar a companhia low cost que se sedia no Porto e que até substituiu o serviço público da TAP, nos voos internos, por acaso até é a maior e a melhor deste tipo de companhias. Só por acaso quem é estúpido, vaidoso, muito rico ou ao serviço dos outros (Estado), é que não passou nos últimos anos a viajar neste tipo de companhias, no lugar de pagar preços exorbitantes pelas companhias tradicionais.
Em segundo lugar os ditos Hostéis, Hotéis e flats que proliferam pela cidade, se alguém quiser dar-se ao trabalho de viajar pela net, pode aperceber-se que desta larga oferta - situam-se quer pela zona histórica quer muitos outros fora dela, mas no centro - a maioria corresponde a excelentes obras de recuperação de edifícios. De pouca qualidade tem muito pouco, embora pratiquem preços low cost. O mesmo poder-se-á dizer dos muitos restaurantes do centro. Infelizmente não se poderá dizer dos comerciantes, que com o apoio daquela Associação de que fazem parte e da conivência do nosso Alcaide, não há meio de se modernizarem.
Em terceiro, poderia seguir o exemplo com os bares e discotecas que preenchem a noite do Porto, atribuindo-lhe a fama da Movida, que tanto sucesso dá.
No meio disto a Câmara que não gosta do termo low cost, porque nem financia nem trata como lhe compete da limpeza e da segurança, contrata serviços de low cost, tal o estado das coisas e o serviço prestado. Ao menos e seguindo o tema da Tertúlia da “Mobilidade no Centro Histórico”, porque é que a Câmara não aproveita os trilhos que outros lhes deixaram e coloca os antigos eléctricos a circular? Fazer qualquer coisa também lhe ficava bem. Todos estes investimentos são particulares, e que mais faz a Câmara? Dificulta a vida dos munícipes, que não conseguem licenciar as obras e da qual resulta uma taxa de Licenças de Utilização que deve rondar os 10%. Pois é, deve haver cerca de 90% de estabelecimentos que vivem do turismo no Porto em situação ilegal.
Em conclusão não é o turismo que é low cost, mas sim a Câmara e infelizmente o País em que vivemos.
Nada contra o Festival D’Bandada. Venham muitos que animem a cidade. Tudo contra estes monos que a Câmara do Porto promove um pouco por todo o lado. Estas estruturas grosseiras e enormes, que aparecem todos os verões, poluem a paisagem urbana, causam desconforto e agridem a cidade monumental, como a imagem ilustra. A par destes trambolhos fora de escala, a C.M.P. prima pelo licenciamento de postos de venda de gelados. Como se esses produtos fossem “a última Coca-Cola do deserto” e não houvesse inúmeros locais onde podem ser comprados. Na Praça de Almeida Garrett, a agravar o incómodo provocado pelas obras do quarteirão das Cardosas, lá está um caixote em forma de coração, feito empecilho no passeio. Como na Ribeira onde existe outro, ridiculamente alinhado pelo meio dos pilares da antiga ponte pênsil, que lhe servem de moldura.
Não faço a clássica pergunta “o que pensarão os turistas?”, porque considero que a cidade é de quem aqui vive ou trabalha; se for um espaço agradável para nós, também será para quem a visita. Tudo isto revela provincianismo, falta de sensibilidade, incompetência e desamor pelo Porto. Em Gaia passa-se algo parecido, com aqueles gigantescos, desrespeitosos e ostensivos cartazes voltados para o rio. Imaginam-nos em Florença, por exemplo? Por este andar ainda matam “a galinha dos ovos d’ouro”.
Publicado n'A Cidade Deprimente.
Sobre este artigo, um comentário breve. A ponte a que se refere Augusto Küttner de Magalhães como sendo a do comboio é, na verdade, a primitiva ponte rodoviária. É um mito que vai de passa em passa: a via férrea para Lamego (e Viseu) não foi nunca instalada; no entanto, o seu canal e a ponte sobre o Douro e o Varoso foram construídas. A ponte em alvenaria, existente entre a ponte metálica (de arcos muito abatidos) e a ponte da auto-estrada é, em tudo, semelhante a muitas outras pontes ferroviárias da Linha do Douro. E as semelhanças com a ponte do Varosa são muitas. Nos anos 30, abandonado o projecto ferroviário, a ponte viria a ser arrendada à Junta Autónoma das Estradas, dado que a ponte metálica se apresentava degradada.
Ps: das muitas pontes ferroviárias metálicas que existem em Portugal, nenhuma tem arcos abatidos. Não sou engenheiro mas acredito que um arco tão baixo, num tramo tão comprido, possivelmente não aguenta com nem sequer uma locomotiva das mais pequenas (a rondar as 50 toneladas).
Ver também:
- A inacabada linha férrea de Lamego à Régua
- Tragédia na Ponte da Régua
Obrigado!
Num momento em que qualquer comum cidadão de Portugal, portuense ou algarvio, sente que se lhe for possível emigra, dado que o País corre o risco de implosão, haver alguém que anuncia obstinadamente que se vai candidatar à Presidência da Câmara do Porto, só para ter o Seu Próprio Poder... O que é isto? Ao que isto chegou!
... deixaram alguns posts à espera de publicação e impediram-me de observar / relatar / comentar muita coisa que entretanto aconteceu no Porto. Amanhã à noite haverá actualizações.