2011-09-11
Caros,
No seguimento do escrito em 2 de Julho último, hoje escrevo novamente porque saiu uma notícia no Local do Público intitulada "Porto imita Gaia e recusa Ponte do Infante". Em resumo, ninguém quer ficar com o ónus da manutenção da Ponte do Infante.
A pergunta que eu deixo é:
Para as novas travessias que estão sendo pensadas, rodoviárias e pedonais, quem é que vai ficar encarregado da sua manutenção?
É que ainda não se resolveu o caso da Ponte do Infante e já aí andam novas ideias...
Saudações cordiais.
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Sendo Serralves um espaço de referência, não só no Porto, não só no Norte, mas em todo o País, e já bem conhecido “lá fora” uma vez que “cá dentro” também sabemos estar e fazer ao nível dos melhores, aderiu recentemente às novas tecnologias de informação/comunicação. Hoje já nos é possível visitar uma exposição, com todas as explicações ao detalhe, feitas num tablet, com a voz e imagem do Director do Museu de Serralves João Fernandes. Sem de modo algum pensar-se que a imagem do guia é desnecessária, também temos de a assumir como sendo orientador de um grupo, logo, querendo estar, visitar, ver Serralves individualmente ou não em grupo, nada como o apoio das novas tecnologias.
O tablet é disponibilizado por Serralves, evidentemente havendo medidas necessárias de segurança, desde identificação e assinatura de um termo de identificação e responsabilização – é útil e necessário sentirmos e sabermos que somos responsáveis pelos nossos actos, e sendo-o nada temos a obstar que tal fique escrito na recepção até à entrega do aparelho por um elemento da segurança. Estando a ser dados os primeiros passos, nota-se em todos os cuidados mais que necessários, o que é bom sinal e até uma forte aderência dos próprios intervenientes, que independentemente de ser esta, também, a sua função, o fazem, percebendo-se como parte do ser e estar num espaço como Serralves e para mais ficarem aptos a ajudar a implantar esta necessária modernidade. Evoluir e acompanhar o progresso, não esquecendo o passado, e até aprendendo com o que no mesmo se passou, até na Arte, é cada vez mais necessário. Mas, vivendo hoje, voltados para o amanhã. E a História além do saber que nos traz, pode – deveria – fazer-nos evitar erros já feitos, dado que com versões actuais, tudo se repete. Basta vivermos o momento, e folhearmos o passado recente, até a Alemanha há 70 anos com Hitler a querer dominar pela força das armas a Europa, hoje sem Hitler a Alemanha volta a fazê-lo de outra forma. Seria de esperar!
Os detalhes da apresentação e da informação que nos vão sendo prestados são muito interessantes, e perante cada obra, sabemos a história da mesma, quer lendo no tablet, quer ouvindo João Fernandes, quer olhando a obra na nossa frente. De momento ainda só está acessível em português, claro, a primeira língua, e sem falsos nacionalismos terá de ser sempre a primeira, mas por certo numa fase subsequente estará também em inglês para ser fácil a todos entender. Talvez também noutra língua, não sabemos!
A exposição em causa é Off The Wall – Fora da Parede e, conforme nos é explicado no tablet pelo Director do Museu, é uma versão actualizada do que foi apresentado m 2010 no Whitney Museum of American Art, com um acréscimo de novas peças, algumas que fazem parte da Colecção de Arte de Serralves. A arte salta do muro dado que interage connosco.
Voltando à nova tecnologia, estão de parabéns a Directora Geral da Fundação de Serralves, Odete Patrício, o Director do Museu João Fernandes, e todos os envolvidos nesta nova forma de estarmos actualizados, e claro o Presidente da Fundação de Serralves, Luís Braga da Cruz. E, mesmo em crise, ou até ainda mais por estarmos em crise, a Arte, a História, os Conhecimentos, devem mais ter de ser valorizados, resguardados e captados. Poupanças, ainda haverá onde muito fazer, mas a Educação, a Instrução, o Conhecimento, só nos farão ajudar a sair da crise, e nunca o inverso.
- As visitas organizadas para amanhã e Sexta-feira pela SRU requerem inscrições prévias. Ver aqui.
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Sendo eu moradora na Ribeira, muito me agradou a notícia de que o trânsito iria ser cortado. Até ver, na Reboleira já está, falta o resto...
Mas algo aqui correu muito mal:
- 1) Os moradores foram notificados, dizem eles. Eu não recebi nada e só soube da notícia pelo JN.
- 2) Os moradores podem inscrever-se na junta para obterem acesso e o prazo é até à quinta-feira desta semana. (Devem achar que os tripeiros têm dotes adivinhatórios, ou então que contrataram o mestre Alves...)
Quem não lê o jornal vai ter de carregar com os sacos das compras às costas...
Caro Frederico Torre
Sobre o funcionamento do sistema financeiro foi criada uma espécie de “caixa negra” que só alguns “especialistas” poderiam decifrar. Por isso, reconheço que o ponto de vista que apresentei sobre a actuação da banca entra em choque com o pensamento dominante. Julgo por isso muito importante que quem trabalha no sector financeiro (como é o caso do Frederico Torre) dê os seus contributos para toda a gente interessada poder entender o que se está a passar na banca, seguros, fundos de pensões ou fundos de investimento imobiliário quanto ao seu papel de investidores institucionais. Mas também julgo que o Frederico Torre não resistiu à prática, infelizmente tão habitual, de refletir, pouco, sobre a mensagem, e tentar, muito, desqualificar o mensageiro. É certo que não basta ler o “relatório de estabilidade financeira do BdP” para alguém se tornar perito no sector financeiro. Mas o que faz “A Baixa do Porto” ser um espaço tão especial para a cidadania é também o não ser necessário apresentar um cartão, de visita ou outro, para ter palavra. São as ideias, os conteúdos que valem por si, ou não. Pergunta se sei “alguma coisa de como funciona o sistema financeiro…“ ...Mais de vinte anos de actividade profissional neste sector, alguns artigos publicados e o exercício esporádico de docência no ensino politécnico justamente na área financeira, terão certamente fornecido elementos para escrever, com adequado rigor técnico, sobre a actual fase do sistema financeiro. Mas acrescento, os bons profissionais do sector, todos os que quiserem tomar posição fundamentada (e não exprimir apenas meras generalidades) não podem prescindir de conhecer os trabalhos rigorosos que o BDP ou o Instituto de Seguros de Portugal têm elaborado sobre a constituição dos activos a que legalmente a banca, os seguros e os fundos de pensões estão obrigados.
E voltamos à questão central: nos seus activos, a banca, toda a banca, detinha nos finais de 2010 apenas 19 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa, menos de 7% dos seus activos... É pouco, demasiadamente pouco, mesmo do ponto de vista da garantia das suas obrigações legais. Ora o que tem sido dito e redito à população é que os bancos não têm concedido crédito à economia, porque… tiveram de comprar muita dívida pública portuguesa… E tal não corresponde à verdade. O citado relatório do BdP confirma que os bancos portugueses apresentam uma menor exposição a títulos de dívida pública do que outros sistemas financeiros da área do euro. E se se comparar os 19 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa adquirida pela banca (ou os 6 mil milhões de euros de títulos de dívida portuguesa investidos pelo sector segurador para fazer face às suas responsabilidades legais no montante de 52 mil milhões de euros, in “Relatório de evolução da actividade seguradora - 1º trim. 2011" - ISP - págs. 14-16), com os 16 mil milhões de euros detidos pelos particulares em certificados de aforro e do tesouro e que representam quase 11% dos 151 mil milhões de euros do total da dívida pública portuguesa), percebe-se que a componente de “investidor institucional” do sistema financeiro não está a ser devidamente respeitada. As famílias portuguesas, apesar das dificuldades económicas conhecidas, detêm como poupança quase o mesmo valor de títulos de dívida pública comprada por toda a banca.
A banca fez as suas escolhas, financeiramente imprudentes, insisto. Decidiu não comprar títulos de dívida do Estado português. O presidente dum dos principais bancos veio até dizer, ufano, que já não comprava dívida pública portuguesa desde 2009. Mas será que os outros investimentos, as outras compras da banca em dívida pública estrangeira (de Angola, Irlanda, Itália ou Polónia), ou em acções e outros títulos de empresas privadas, em unidades de participação em fundos de investimento, são mais seguros e fiáveis, são créditos com mais qualidade? É que a (pouca) dívida pública portuguesa adquirida, essa está toda severamente avaliada pelas agências de notação. Mas os restantes investimentos da banca, que notação têm? Ou não foram sequer objecto de qualquer avaliação das mesmas agências?
Pelo papel decisivo que os investidores institucionais têm hoje nas economias nacionais (podem arrastar um país para a bancarrota), as escolhas dos banqueiros têm de respeitar as exigentes regras técnicas do sector… É que o dinheiro utilizado para concretizar as escolhas, opções ou prioridades dos banqueiros não é deles, nem dos accionistas, é em grande parte dos depositantes… A falência (só não concretizada pela injecção de 85 biliões de dólares da Reserva Federal norte-americana) da AIG, a maior seguradora mundial, é um exemplo a reter: não resultou dum qualquer azar no exercício da sua actividade, mas apenas e só porque se afastou completamente das regras de boa gestão fixadas há muitas décadas. Quando as escolhas do sector financeiro, como investidores institucionais, abandonam a prudência financeira e passam a ser parte do combate politico-partidário, o desastre financeiro pode ficar mais próximo. Por isso é hoje tão importante um maior escrutínio público e é hoje muito maior a responsabilidade dos quadros e técnicos bancários (como o Frederico Torre) na exigência aos decisores da banca para o cumprimento rigoroso das “boas práticas” no sector financeiro.
José Machado de Castro, jurista
Para mim o choque do 11 de Setembro, este ano, está a ser muito positivo! Acabei de descobrir que o site www.monumentos.pt, do IHRU, é afinal um manancial de informação muitíssimo mais importante do que aquilo que eu imaginava. Há milhares e milhares de imagens do património edificado e respectiva envolvente, um verdadeiro tesouro cuja pesquisa é viciante! :-)
Ao procurar dados sobre as igrejas e capelas do Centro Histórico por causa da Semana da Senhora do Ó, por exemplo no arquivo dos documentos relacionados com a catedral (sigam o apontador para as 576 fotografias), apareceram-me preciosidades como esta acima, provavelmente um Domingo de manhã à hora da missa.