2009-03-22
- População desafiada a participar na limpeza da Baixa - Excelente iniciativa, apoio inteiramente! Faça-se o mesmo para agricultura urbana.
- Bloco de Esquerda propõe fundo social para garantir abastecimento de água
- Em Lisboa: Peões lançam revolta contra estacionamento nos passeios
- Rua Cândido dos Reis recebe esta tarde a primeira edição do Mercadinho dos Clérigos
- Conselho de administração da Casa da Música reconduzido para novo mandato
- O comboio e a esmola grande
- Comboios no Douro: Desvarios megalómanos (áudio de Maria João Avillez)
- ANJE defende atribuição de subsídio de desemprego a sócios gerentes de PME - com "empresários" destes o país não vai longe... (via 5 dias)
- "Um Café": a revista que saiu do papel e se fez acontecer
Versando sobre problemas actuais dos centros históricos, o projecto Fachada Habitada desdobra-se numa acção dupla de carácter experimental que consiste numa instalação arquitectónica na fachada de um edifício do Centro Histórico do Porto, que serve de superfície para receber uma projecção de vídeo.
28 Março | 20.00 H | Largo de S.Domingos | Edifício da ESAP
Mais informação em:
www.wearearchitects.com
O senhor governador de Vila Real pretende fazer-nos crer que se vai gastar mais dinheiro na reabilitação de um troço de 25 km de via estreita e tráfego reduzido que na reabilitação de troço equivalente (em distância) da Linha do Douro. Boa! :-)
Pelos vistos é moda os gestores e em geral as pessoas de topo assinarem de cruz (vejam-se os casos de Dias Loureiro e Isaltino Morais "um presidente de câmara assina tudo o que tem à frente") e tantos outros que certamente existem porque na verdade este tipo de procedimento é actualmente mais um "proforma" do que representativo do que quer que seja. Se o objectivo dessa assinatura era validar que quem assinou realmente tomou conhecimento, pelos vistos isso não está a ser conseguido.
A pergunta certa a fazer aqui é: então para quê obrigar a essa assinatura se na verdade nada representa? Mas, como qualquer pessoa que já teve que desenvolver um sistema de informação sabe, esse tipo de perguntas que obrigam a pensar processos e a inquirir práticas ancestrais normalmente não têm a resposta que deviam... normalmente opta-se pela solução de atirar com tecnologia para cima desse problema a ver se ele desaparece.
Nesse espírito (que acima de tudo na maior parte dos casos é de simples pragmatismo) aqui fica a minha proposta: porque não implementar um sistema de crowdsourcing que, por um lado, torne público o que está a ser assinado, mas também que facilite a detecção de potenciais problemas o mais cedo possível. No cenário mais simples a ideia seria disponibilizar num site os documentos que foram assinados e permitir:
- - a qualquer pessoa consultá-los (estou a pensar em documentos produzidos por organismos públicos e que portanto assumo que tomem decisões que devem ser públicas);
- - e notificar alguém responsável se achar que nesse documento está alguma coisa estranha... assim um bocado como aquela opção "Denunciar este comentário" que o Público tem nas notícias que aparecem na secção Última Hora.
Mesmo para organismos privados esse sistema seria interessante... Qual a percentagem de decisões que têm que ser mesmo secretas? Qual o tempo disponível para os gestores comunicarem a todos os seus colaboradores todas as decisões tomadas?
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blog.osmeusapontamentos.com
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PS:
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1. Aqui Rui Moreira diz que o grupo Mello é um dos principais responsáveis pela economia de Bens e Serviços Não Transaccionáveis, sedeada em Lisboa e, desde antes do 25 de Abril, beneficiária de apoios e facilidades da Administração Central;
2. A Brisa, empresa do grupo Mello, tem vindo a perder tráfego nas suas auto-estradas;
3. No site da Brisa podemos ver que tem a concessão da A4 – Auto-estrada Porto/Amarante que liga Amarante a Marco de Canavezes;
4. Troço da Linha do Tâmega entre Amarante a Marco de Canavezes encerrado.
Coincidência?
A infografia do JN é boa visualmente, mas não compreendo bem o objectivo. Para além de erros que é necessário analisar, reforça uma imagem que é preciso contestar incessantemente, a de que o projecto de Alta Velocidade é inequivocamente uma evolução do transporte ferroviário em Portugal. Não, é preciso dizer sem complexos que se trata de um projecto completamente paralelo. A única analogia que encontro que se adequa ao que está a ser feito é que vão ser construídas marinas para iates, sem que existam portos para cacilheiros e petroleiros. Imagine-se investir na marina de Vilamoura, Cascais, Foz do Douro, depois de ter encerrado os Portos de Aveiro, Viana, Setúbal. É disto que se trata, é isto que é necessário compreender.
Era responsabilidade dos jornalistas do JN fazerem uma infografia sobre, por exemplo, o encerramento de linhas, e da quantidade de pessoas que são servidas no território por linha de comboio. Dou uma sugestão: A população dos concelhos com paragens do Alfa Pendular, somada à população das freguesias que são servidas por regionais. Era interessante saber quantas pessoas são servidas por transporte ferroviário. (Se calhar os números não serão positivos para o que defendo, mas estou disposto a assumir o risco).
Em relação a esta infografia:
1. Para começar o Alfa Pendular não entrou ao serviço em 1987. Tentar passar a imagem de que este investimento é mais antigo do que é, é errado. Este investimento, que incluía a renovação da linha do Norte que ainda não está concluída, tem cerca de uma década apenas.
2. A linha Lisboa - Madrid comporta tráfego misto, a de Lisboa - Porto apenas passageiros. Ninguém acho estranho o facto de a velocidade ser superior num caso, e inferior no outro? Refere-se à velocidade máxima, ou à velocidade de serviço? Foi considerado o efeito do tráfego misto na capacidade da linha? Se estiverem interessados, transmitirei alguns dados.
3. Ao ler um menu "transportes ferroviários em Portugal", esperava ver algo semelhante ao menu "TGV em Portugal": onde estão as linhas, os tempos de viagem, a entrada ao serviço ou eliminação de troços dos transportes ferroviários actuais?
São pequenas coisas, mas creio que temos o dever de exigir que sejam bem feitas. Já apontei aqui diversas vezes que os jornalistas têm uma responsabilidade adicional de fazer um bom trabalho, e não trabalho de propaganda. Venham de que área vierem. A atenção em Portugal tem decididamente de virar da Alta Velocidade, que absorve todo o pensamento político, mediático e intelectual, para o transporte ferroviário.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues
Junto para conhecimento de todos os interessados a apresentação sobre PDM do Porto feita na Assembleia Municipal do Porto de 23/3.
José Machado de Castro
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- Fundação da Juventude comemora o Dia Nacional dos Centros Históricos
- Mercadinho dos Clérigos - Rua Cândido dos Reis, 28 de Março, 14:00 - 21:30, seguido pelo Porto Sounds
- Cáritas lança caixa de ferramentas para a paz - Ainda não vi mas parece interessante: Peacebuilding in the 21st century
- Petição para a criação do "Dia Nacional da Hemocromatose" - recomendação de Nuno Catarino sobre um pedido de investigadores do IBMC.INEB
- China suggests an end to the dollar era
"Mr Zhou’s proposal is China’s way of making clear that it is worried that the Fed’s response to the crisis—printing loads of money—will hurt the dollar and hence the value of China’s huge foreign reserves, of which around two-thirds are in dollars."
O que surpreende é que o actual sistema ainda esteja em vigor! Tinha anteontem comentado isto no Twitter. Já devia adivinhar que 2 dias depois no Economist apareceria um texto no mesmo sentido... ;-) :-) Em Setembro passado também fiz uma profecia no Blasfémias: "no prazo máximo de 10 anos o dólar e o euro vão ter câmbio fixo, ou seja, na prática vão ser uma moeda única."
- Swiss banks ban travel on fears of crackdown - "Switzerland’s private banks have started to ban their top executives from travelling abroad, even to neighbouring France and Germany, because of fears they will be detained as part of a global crackdown on bank secrecy."
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- Caso Rivoli: Câmara Municipal do Porto vence em tribunal
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Apresentação da lista final dos 50 espaços verdes a preservar e debate sobre os problemas ambientais na AMP
Sábado de tarde, dia 4 de Abril, a Campo Aberto vai apresentar a lista final dos 50 espaços verdes a preservar seleccionados por esta campanha. Antes decorrerá um debate sobre os problemas ambientais na Área Metropolitana do Porto, com a presença e participação de Bernardino Guimarães (anterior presidente da Campo Aberto, cronista no JN e consultor do programa Biosfera da RTP2). Serão ainda apresentados os órgãos sociais da Campo Aberto recentemente eleitos e, no final, servido um Porto de Honra.
Programa:
16:30 - Apresentação dos novos órgãos sociais da Campo Aberto e do programa
de actividades para 2009-2011
16:50 - Oportunidades de voluntariado na Campo Aberto
17:00 - Uma visão dos problemas ambientais na Área Metropolitana do Porto
(por Bernardino Guimarães)
17:20 - Apresentação da lista final dos espaços a preservar da campanha "50 espaços verdes"
17:40 - Debate
18:20 - Porto de Honra
Contamos com a sua presença!
Dia aberto "Venha Conhecer a Porto Vivo, SRU" no Dia Nacional dos Centros Históricos
Meus Caros:
Para comemorar e assinalar o Dia Nacional dos Centros Históricos, no dia 28 de Março, a Porto Vivo, SRU associa-se à Câmara Municipal do Porto e a outras entidades e organiza a iniciativa "Venha Conhecer a Porto Vivo, SRU". Durante o dia, terão lugar 2 palestras diferentes, no total de 4, subordinadas aos temas: "Porto Vivo, SRU - Projectos em curso" e "CH - Património da Humanidade - Plano de Gestão".
- - A primeira palestra, "Porto Vivo, SRU - Projectos em curso", decorrerá das 10h00 às 12h00 e terá como orientadora a Dra. Ana Paula Delgado - Administradora da Porto Vivo. À palestra seguir-se-á um percurso pelo Centro Histórico.
- - A segunda palestra realizar-se-á das 11h00 às 13h00, sob o tema "CH - Património da Humanidade - Plano de Gestão" e será apresentada pelo Sr. Arq. Rui Loza - Administrador da Porto Vivo, seguida de um percurso pelo Centro Histórico.
Estas duas iniciativas repetem-se à tarde. A primeira: "Porto Vivo, SRU - Projectos em curso" das 15h00 às 17h00 e a segunda: "CH - Património da Humanidade - Plano de Gestão"das 16h00 às 18h00.
Em anexo, o programa geral e uma planta com os percursos a realizar pela Porto Vivo, SRU.
Cumprimentos,
Lino Ferreira
Vereador do Urbanismo e Mobilidade
Um exemplo daquilo o que falava ontem. Pedro Guerreiro, no Jornal de Negócios, num bom artigo, falhou a oportunidade de colocar a tónica numa alternativa que passa impreterivelmente pela ferrovia convencional. Seria um bom investimento, porque, tal como as primeiras auto-estradas e vias de comunicação, o horizonte de saturação está ainda distante.
Mas para que a opinião pública se movimente nesse sentido é preciso chegar, por exemplo, a estes artigos de opinião e metê-lo na agenda política num primeiro passo, na agenda de pressão para a execução num segundo, no escrutínio da obra feita num terceiro. Alguém que tenha o número de telemóvel dos "opinion makers", convide-o a escrever um artigo sobre o assunto. Alguém que troque mensagens de instant messaging com políticos, convença-o a chamar a atenção para manter o tema vivo.
Entretanto, tenho tido feedback inesperado devido ao meu artigo e intervenções noutros locais, agradeço desde já o apoio, e tentarei utilizá-lo no melhor sentido. Há respostas pendentes que fiquei a dever que seguirão em breve. Se for possível criar momento, talvez seja possível criar um "Think Tank" sobre o transporte ferroviário em Portugal. Vou meditar.
Entretanto, conforme previa, o assunto já esmoreceu na imprensa, no debate político, nos cafés. Ninguém fala do encerramento da linha do Corgo e Tâmega, ninguém pensa na ferrovia como um dos pontos de sub-desenvolvimento do nosso país. Está nas nossas mãos: na sua, leitor, político, cidadão.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues
Pela calada da noite, como os malfeitores, o governo mandou encerrar os dois últimos ramais afluentes que alimentavam a Linha do Douro. A semelhança com as estratégias e actos cavaquistas no sector não é mera coincidência. No centrão a cobardia política é endémica. Ridiculamente, nesse mesmo dia, Cavaco Silva perorou em Vila Pouca de Aguiar sobre os problemas da "interioridade".
Os trasmontanos e durienses, que em breve serão espoliados do troço Régua-Pocinho (é uma questão de tempo), são há muito também espoliados do potencial hidroeléctrico dos seus rios engrossando os lucros obscenos da lisboeta EDP que, ironicamente, tem sede na praça do famigerado marquês do Pombal. Em breve o sequestro definitivo da água do Douro será levado a cabo pela EDP e pela Iberdrola através das novas barragens. Depois, mais tarde, porque esse dia chegará, será transvasada para o Tejo e Alqueva onde regará os múltiplos campos de golfe que são a nova coqueluche turística que substituirá a sul o já degradado Algarve. Os trasmontanos nada ganharão com isso. Nem eles nem os minhotos, nem os portuenses, nem as gentes do Vouga. Acreditem que também esse último e definitivo roubo nos será apresentado como um inquestionável interesse nacional. E ai de quem ousar duvidar ou questionar. Se necessário for ressuscita-se o marquês e assassina-se de novo os Távoras. Por cá haverá sempre quem a troco de um prato de lentilhas achará tudo isto muito bem.
O FC Porto sagrou-se campeão nacional na época transacta com larga vantagem sobre os seus adversários directos. Mesmo depois de num processo rocambolesco lhe terem subtraído 6 pontos, a vitória e a distância para os restantes foi clara e inequívoca. Espantosamente ainda não lhe entregaram o devido e merecido troféu. Apesar do clube portuense já ter reclamado, ingloriamente, para o ministro da presidência e para o secretário de estado do desporto, o "corajoso" político desempregado que por estes dias dirige a liga de futebol ainda não foi capaz de entregar a taça. Está com medo de quê?
É inacreditável a desfaçatez com que se mente e esconde a verdade por parte dos ministros responsáveis e das administrações da CP e da REFER. Mais uma vez a táctica do deixar degradar até ao ponto do irrecuperável volta a ser utilizada. Não temos caminhos de ferro com a mínima qualidade a não ser na zona litoral e apenas entre Porto e Lisboa. No entanto, auto-estradas há-as para todos os gostos e feitios. Isto é inaceitável.
Foi-nos roubado não só um meio de transporte menos agressivo em termos económicos e ambientais, mas também dois recursos turísticos que poderiam ser muito bem aproveitados. De que estamos à espera para reclamar? Queremos as linhas de volta, requalificadas e com um plano de investimento definido. É o mínimo que se pode exigir para troços de vinte e poucos quilómetros quando ao mesmo tempo se constroem ou construíram centenas de kilometros de estradas, vias rápidas e auto-estradas.
Um bom sistema ferroviário no Douro, Trás-os-Montes e Norte em geral (e já agora no resto do país também) é tão importante como manter o Aeroporto Sá Caneiro sob gestão autónoma. Não teremos desenvolvimento saudável sem comboios. A mim admira-me que os autarcas e deputados das regiões afectadas não se manifestem. Porquê? Vão ser comprados com uma estrada nova ou auto-estrada?
...nomeadamente sobre Viseu, cidade de onde vim para o Porto. De carro, claro está. Nada acrescentaria (esse meu post) ao que António Alves há já muito vem desenvolvendo, nem ao que Daniel Rodrigues agora escreve; decido-me assim por saudar aqui o trabalho de ambos e manifesto a minha disponibilidade para a tomada imperativa de consciência sobre este problema.
Sugiro a TAF a criação de um "subblog", ou "arquivo digital" temático (estou seguro que encontrará a forma mais ágil de o fazer, e voluntarioso em ajudá-lo nisso), onde se possa consultar o que o "Baixa" tem debatido sobre este assunto fulcral. E quem sabe, daí, avançar para outras formas de participação cívica e qualificação de opinião acerca deste tema.
Saudações.
Nicolau Pais.
Diz um velho ditado que em tempo de crise todos berram e ninguém (ou todos) tem razão.
Até há pouco tempo era o bairro do Aleixo um dos cancros sociais e urbanísticos do Porto, depois vem a Câmara propor-se a encontrar soluções, a cada palavra e a cada intenção vem logo um rol de reclamações. O Bairro do Aleixo é um péssimo projecto, péssimo bairro, e mal inserido no seu contexto. Se fosse tudo ao contrário tudo estaria bem, mas não está. O bairro é um erro, e não é por acaso que existe um problema urbano que dá pelo seu nome. Como sempre algumas vozes falam, mas muitas se calam e não dão conta que o problema não é só da cidade como é igualmente problema para si próprio, para quem mora no Aleixo.
Assiste-se a uma instrumentalização de opiniões, que com a ignorância própria de quem se deixa levar, até parece que se defende algum Património Municipal. Na verdade estão os habitantes do Aleixo a perder a oportunidade de entrarem num diálogo e numa operação que lhes permita deixarem de viver num problema, de deixarem de ser estigmatizados e, pior, de poderem melhorar as suas condições de vida. É papel de todos chamar a atenção para os problemas, e admite-se que a população não saiba por vezes apontar algumas soluções, mas não se admite que a oposição em Portugal apenas saiba fazer barulho e nunca traga para a discussão qualquer solução. Esta característica infelizmente não se restringe à cidade mas também ao País.
É o Porto(gal) dos pequeninos.
Alexandre Burmester
Caro Daniel Rodrigues
Aí está um belo exemplo de um programa de acção transversal a toda a sociedade. Tem todo o meu apoio, vamos fazer com que o Plano Ferroviário Nacional seja criado e seja feito.
Francisco Rocha Antunes
Gestor de Promoção Imobiliária
Lamento dirigir-me de forma política ao blog, e se calhar ser um pouco duro, mas a revolta pelos moldes em que ocorreu o encerramento das linhas do Corgo e do Tâmega leva-me a tentar finalmente abandonar a inactividade social.
É imperativa realizar com pés, cabeça, tronco e membros, ou seja, estratégia, objectivos, planificação, concretização, um plano ferroviário nacional. Tenho de vez em quando referido algumas possibilidades pontuais (aqui, ou pessoalmente e noutros círculos), mas hoje quero dizê-lo num âmbito mais político. Chegámos a um ponto em que são inadmissíveis politiquices em torno deste tema. E há alguns pontos que gostaria de deixar claros em relação a esta intervenção.
- 1. Um plano ferroviário nacional não passa pela alta-velocidade. São dois projectos distintos.
- 2. A via férrea não é mais deficitária do que uma auto-estrada, um hospital, educação, a justiça.
- 3. A CP e a Refer são as empresas mais autistas a nível nacional, e não têm qualquer escrutínio: ninguém sabe quem está à frente delas, nunca são chamadas a assumir qualquer responsabilidade, ninguém contestou os elefantes brancos que criaram (como a renovação da linha do Norte, ou os acidentes na linha do Tua).
Os partidos políticos foram responsáveis por não prestar uma atenção devida a este tema, erradamente. Não sei porquê. É um tema que poderia originar grandes ganhos políticos, que tem o apoio das populações, em que os benefícios são visíveis. É um tema no qual a diferença de investimento interior/litoral tem sido mais escandalosa, e que podia originar intervenções de oposição, senão entre PS e PSD, pelo menos pelos partidos mais pequenos. Isto não acontece por causa do deslumbramento: a classe política não anda de comboio. Não convive com a imensa massa de pessoas que, ou por não ter opções, ou pela conveniência, ou pela consciência, prefere o transporte ferroviário.
É uma área como nenhuma outra onde o efeito de rede potencia uma utilização exponencial. A simples alteração de um horário pode causar transtornos e levar ao abandono de uma linha, por falharem ligações, assim como ao tornar mais eficiente um transbordo pode multiplicar a utilização deste meio de transporte no médio prazo. A CP e a Refer preferem não ver o óbvio, ao ter alterado os horários da linha do Douro.
Chega.
Somos o país com mais auto-estradas por habitante. Somos o país em que nem todas as capitais de distrito têm ligação por comboio, mesmo que esta não seja utilizada. Somos o país em que nos deslumbramos e passamos a vida a discutir aeroportos e alta-velocidade, em que damos atenção a Freeports e Magalhães, que vive de futebol e para o futebol, que discute tudo e mais alguma coisa, mas onde a CP e a Refer são entidades que não estão sujeitas ao escrutínio, que todos os jornalistas esquecem assim que o assunto morre, que provocam mais censura em relação a relatórios e estudos.
Quero lançar aqui um apelo a diferentes pessoas que sei lerem o blog:
1. Tiago Azevedo Fernandes. Sei que está envolvido no PSD, e aparentemente gastando mais do seu tempo com problemas políticos (eleições) do que com estudos sobre os problemas dos cidadãos (talvez seja só desconhecimento da restante actividade). Apelo-lhe para que transmita ao seu partido que é urgente ter um plano ferroviário nacional, exigir uma política "Open Source" às entidades mais proprietárias do país que são a Refer e a CP.
2. Críticos dos governos centralistas, dos partidos que não governaram, do PS, PSD, PCP, PP, BE. Esqueçam o passado. Esqueçam as personalidades. Em nome de um valor mais alto, faça-se tábua rasa do que temos, comecemos a via férrea em Portugal do quase 0. Há 30 anos atrás começamos a construção da rede de infraestruturas viárias do 0. É hora de numa primeira fase fazer uma nova rede em bitola europeia que sirva o país inteiro, com o intuito de um dia mais tarde substituir também a linha do Norte, e finalizar a integração com a rede ferroviária europeia.
3. Associação Comercial do Porto, Câmaras Municipais do Norte, Governantes, Deputados, Políticos: tragam o assunto para a praça pública. Discutam-no. Façam dele uma prioridade. Coloquem-no na lista das vossas prioridades quando realizem intervenções. É necessário agir de acordo com os vossos poderes, seja de debate, manipulação (no bom sentido :-) ) da opinião pública, execução dos projectos, pressões aos ministérios responsáveis. Se não o fizerem, são responsáveis a diferentes níveis por uma enorme injustiça, e de cada vez que ouvir falar de "interioridade" e da necessidade de um desenvolvimento mais equitativo, vou saber que não passam de palavras ocas, porque falta uma componente crucial para diminuir as distâncias que estão na origem da desertificação.
4. Restantes leitores: Estejam atentos a este assunto e ajudem a dinamizá-lo: na rua, no café, no círculo de amigos, nas tertúlias. Abracem esta questão como imperativa para um melhor desenvolvimento sustentável do país.
O problema da ferrovia em Portugal não é económico, nem social, ou técnico: é nem sequer existir. Os políticos não o têm nas suas prioridades, muitas pessoas não vêem as vantagens pelo facto de as linhas não chegarem até elas, os ambientalistas não vêem na ferrovia um contributo importante para o ambiente, os estrategas nacionais não vêem uma possibilidade de diminuir a dependência do petróleo, a opinião pública não circula em qualquer linha, a União Europeia financia alta-velocidade mas não a dissocia da linha férrea convencional.
É preciso resolver este problema. Porque ele não existe.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues
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