2008-08-03

De: TAF - "Ainda no Norte interior"

Submetido por taf em Sábado, 2008-08-09 21:30

Tua e Linha do Tua

Hoje de carro até S. Mamede de Ribatua, depois a pé até Safres e volta.
Novamente de carro por Carlão, Franzilhal e Amieiro, com o Tua e a respectiva linha de comboio sempre por perto.

De: TAF - "Hoje, no Norte"

Submetido por taf em Sexta, 2008-08-08 18:29

Em Favaios

A pé por Alijó, Favaios, Sanfins do Douro... Muitos quilómetros, em espírito olímpico. :-)

De: Nuno Oliveira - "Os Chatos"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 23:11

Recentemente Pedro Lessa e Alexandre Burmester assinalam a situação inadmissível da exclusão dos arquitectos no novo Cálculo de Honorários referentes aos Projectos de Obras Públicas a que se seguiu uma não-justificação imediata por parte da Ordem (se isto não é uma emergência o que será?). A existência de condições para exercer uma profissão que devia participar na qualidade da construção e planeamento em Portugal em geral e na reabilitação dos centros das cidades em particular é fundamental para se esperar qualidade nos serviços prestados.

Os arquitectos foram (auto)remetidos ao ostracismo mas eis que ao consultar o recentemente re-lançado Plano de Actividades da Ordem dos Arquitectos vejo que a estratégia da alienação é bi-direccional (neste caso dirigido a todo o país excepto Lisboa): na Descrição de actividades podem-se ler as discussões a ser promovidas na "praça pública" (ponto 02.03): Frente Ribeirinha de Lisboa, Aeroporto de Lisboa, Nova Ponte de Lisboa, TGV.

A Ordem tem, com a promoção da discussão pública, a oportunidade de reverter a imagem generalizada do arquitecto como o artista/autista mas com um plano tão manifestamente alinhado com o tipo de centralismo vigente é difícil envolver a globalidade da sociedade nas discussões que podiam colocar a profissão num papel de destaque como impulsionadora do debate. Em vários casos recentes a Ordem (nas suas instalações) podia ser o forum imparcial a lançar as discussões que outros (demasiadas vezes órgãos do Governo) não promovem.

Está aberta a fase de sugestões em que era essencial uma participação significativa de interessados de todas as proveniências profissionais e geográficas para um programa de intervenção mais diversificado.
--
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Oliveira
www.bernardoliveira.com

De: António Alves - "LOL :-)"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 13:18

«Dois estudos sobre a mesma matérias, duas conclusões diametralmente opostas, a mesma autora. No estudo encomendado pela ANA - Aeroportos de Portugal, a Boston Consulting Group (BCG) considera que uma gestão independente do aeroporto Sá Carneiro seria prejudicial para os contribuintes e para os passageiros.

Em simultâneo, a mesma BCG, desta vez num estudo pago pelo consórcio formado pela Sonae e a Soares da Costa, defende a separação do aeroporto do Porto da rede da ANA, sustentando que o modelo de gestão autónoma desta infra-estrutura é a que melhor defende os interesses da região Norte, dos contribuintes e dos passageiros.

"Estamos perplexos. Como é possível que a mesma entidade chegue a duas conclusões diferentes?", começou por reagir fonte do consórcio privado nortenho ao Jornal de Negócios.»

In Jornal de Negócios

De: TAF - "Reflexão matinal"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 12:28

Ao ler este post no Insurgente sobre dificuldades em conseguir que os clientes paguem, apeteceu-me comentar que o que muito frequentemente acontece (especialmente aqui no Norte) é as empresas não conseguirem colocar o seu produto/serviço no mercado pelos meios normais. Então, em vez de o melhorarem* para se tornar “irresistível” aos olhos do cliente e com ele fazerem bom negócio, tentam outro negócio: o da concessão de crédito (aceitando pagamentos a prazos longuíssimos), onde aquilo que vendem acaba por ser um detalhe. E depois queixam-se.

* Há que reconhecer que por vezes a culpa é mesmo de alguma estupidez do cliente, mas a vida é assim...

De: Luís Filipe Pereira - "Demolições"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 12:26

Não é por dizer uma mentira muitas vezes que ela se transforma em verdade. No entanto há quem continue a tentar fazê-lo. Enfim, vamos por partes.

Palácio das Cardosas
Mas afinal qual é o problema? A transformação num hotel? O facto de ser de luxo? E o que é que vai ser demolido? A fachada ou será o interior? É preferível continuar a privar a cidade da utilização dos seus espaços mais nobres? Devemos, ao abrigo da colectivização do pensamento, impedir que se proceda à renovação dos espaços de forma a que se acabe com o escândalo e a insulto que é ter espaços decadentes e não utilizados, degradando-se por falta de utilização? Claro que já antecipo o comentário de que entregar o Palácio das Cardosas à iniciativa privada é um crime que urge impedir e evitar! No limite deveria a própria Câmara assumir a gestão do hotel!? A visão de luta contra toda e qualquer iniciativa privada padece de um erro lamentável. É que ao impedir os capitalistas (todos eles ricos e e selvaticamente exploradores!) de empreenderem novas iniciativas está-se a impedir a criação de emprego (quanto mais qualificado melhor), e deste modo impedir que os mais desfavorecidos (aqueles que contam apenas com o seu trabalho) possam, também eles, beneficiar com estas mesmas iniciativas.

Mercado do Bolhão
Mas porque que raio continua o movimento PIC (Plataforma de Interesses Colectivista e defensor dos interesses do Sr. Massena) a ignorar olimpicamente (por falar em colectivista...) o facto de o projecto ter de ser aprovado pelo IGESPAR para poder ser executado! Não será isso uma garantia suficiente da preservação dos interesses públicos?
Por favor, parem de tentar enganar as pessoas!

Nota final
Sérgio Caetano, se acha que exemplo de transparência é o passado da cidade em termos de ordenamento e imobiliário (relembrar Parque da Cidade e permutas de terrenos das Antas), então de facto não compreendo qual o seu conceito de democracia...

Cumprimentos,
Luis Filipe Pereira

De: Jorge Nuno - "Aeroporto + Boavista"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 11:29

Vi por acaso o último número da revista GQ. Sendo do grupo Cofina já nada me surpreende mas tinha uma reportagem simplesmente lamentável para a nossa região. Na reportagem sobre Viagem "city hopping" é dado grande destaque às low cost em Portugal. Para grande espanto meu, quase só dá destaque às viagens com partida de Lisboa. Num ou noutro caso dá destaque de Faro e chega ao "ridículo" de anunciar uma partida de Espanha! Da cidade do Porto apenas a viagem para Milão que é seguido do seguinte comentário "Voos directos a partir de Lisboa não há, só a partir do Porto. Mas também quem é que vai um fim de semana a Milão comprar sapatos?" Simplesmente lamentável. Se existe Aeroporto com forte presença de low cost é o de Sá Carneiro.

Outro assunto que gostaria de escrever é sobre o Boavista. Não quero falar de futebol, mas apesar de não ser boavisteiro tenho pena do rumo que tem tido. Sinceramente não entendo como o clube chega ao estado actual e os sócios/simpatizantes continuem parados e não tentam que os principais culpados sejam responsabilizados. Ainda por cima quando dois dos principais responsáveis, na minha opinião, continuam a ocupar lugar num dos órgãos máximos da nossa Democracia, o Parlamento. José Lello (Deputado do PS pelo Porto) era o responsável do Conselho Fiscal! Estamos a falar do órgão máximo a nível de fiscalização das contas do clube! Jorge Costa (Deputado do PSD pelo Porto) era o responsável das obras do Clube! Estádio/prédios, etc... (Depois de ter sido Secretário de Estado das Obras Públicas e Vereador com o mesmo Pelouro na Câmara de Gondomar) Estes dois políticos continuam calados sobre o assunto... Porque será?

Jorge Nuno

De: TAF - "Centro Histórico"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 23:55

- Incêndio destrói parcialmente restaurante na zona histórica do Porto

- Na próxima Sexta-feira, 8 de Agosto, pelas 11:00 nos Paços do Concelho, vai haver uma hasta pública das parcelas designadas 16, 17, 18, 19 e 19A do Quarteirão Viela do Anjo. (Ver Documento Estratégico.) As áreas de implantação dos edifícios (em ruínas) são respectivamente 67m2, 51m2, 50m2, 14m2 e 24m2 - total: 206m2.
Base de licitação: 200.000 euros.
Contactos na Câmara (Património): 22-209.71.37 ou dmcgp@cm-porto.pt.

De: TAF - "Na Igreja de Sto. Ildefonso"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 23:19

À entrada da igreja


De: Sérgio Caetano - "Demolições"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 22:57

Placa de empresa de demolições

Se querem REABILITAR porque é que contratam empresas para DEMOLIR?

A placa na fachada do Palácio das Cardosas não deixa dúvidas a ninguém... O edifício emblemático da Baixa portuense está a ser demolido para a construção de um luxuoso hotel, tal como já aconteceu com a fábrica de moagens Harmonia no Freixo... A Câmara Municipal do Porto teima em fazer o mesmo ao Bolhão, pressionando a multinacional TCN a assinar o contracto de concessão com a autarquia, mesmo sabendo que a empresa quer demolir o mercado, mesmo sem conhecer o desfecho da acção que corre nos tribunais, mesmo sem se importar com a opinião de 50.000 pessoas que assinaram a petição contra a privatização e demolição do edifício classificado!

A democracia e a transparência há muito que já foram 'reabilitadas' nesta cidade...

Sérgio Caetano

De: Rui Valente - "É assim tão difícil Tiago?"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 22:49

Para não nos enredarmos em confusões estéreis sobre as mudanças estruturais do sistema e dos diferentes processos para o conseguir, talvez seja mais sensato começarmos, desde já, por admitir a falibilidade de todos eles. Ponto. Mas a questão não é essa, Tiago. A questão é: podemos nós continuar a confiar num regime político completamente descredibilizado, onde as regras são sistematicamente desrespeitadas pelos seus mais altos responsáveis?

Meu caro Tiago, eu não lhe sei dar qualquer resposta razoável às suas dúvidas enquanto este patamar de deveres institucionais não for resolvido. Para si podem não ser relevantes, mas para mim são condição sine qua non! Não gosto de ser vigarizado por ninguém e por políticos ainda menos, por isso compreenderá que não pertenço propriamente àquele grupo de pessoas que não se importam de dar tiros no escuro a vida inteira. Para mim, o período de graça com a política portuguesa chegou ao fim, por isso estou aberto a qualquer mudança mesmo sem saber se vai resultar. Como ainda não experimentei e gosto de ser positivista, devo admitir que pode resultar. Foi assim que interpretei a minha adesão à Regionalização, que (ao contrário de muitos "optimistas" da nossa praça) só tarde e a más horas decidiram aceitá-la... De resto todas as propostas são boas desde que a população toda beneficie com elas, mas isso até agora é mentira.

Trinta e quatro anos de democracia à La Lisbonnaire, deram-me, isso sim, a garantia de que este regime não me serve! De mais a mais, quando olho para trás e começo a verificar que o Porto teve - apesar dos pesares - mais autonomia e poder no regime salazarista. Pois é, ninguém diria, mas isso já é uma realidade apesar da "gorjeta" das liberdadezinhas "democráticas"...

Depois, bem, depois, há uma coisa que me parece não estar a ser tida em linha de conta pelo Tiago e que para mim é fundamental: eu não gosto nem um bocadinho de ser tratado como português de segunda, nem tão pouco de ser desrespeitado enquanto cidadão. Ora, é isso que sinto que me estão a fazer e como não gosto, não lhes perdoo, por isso só me resta fechar-lhes a porta. Definitivamente. Desta gente não quero, nem espero nada de bom!

Espero, desta feita, ter-me feito entender.

Um abraço
Rui Valente

De: António Alves - "O Povo e as Elites"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 22:30

Caro TAF,

Os concelhos, mesmo reunidos, não têm autonomia política para decidir como distribuir o investimento estatal ou decidir sobre políticas macroeconómicas. Não têm e nunca terão. Esse nível de decisão está reservado ao estado central, aos governos autónomos ou de estado federado.

Uma outra maneira de ler os números por mim apresentados é dizer que, por exemplo, um saldo de 100 euros por cada cidadão desta região a favor do estado central é o mesmo que dizer 370 milhões de euros num só ano. Isto é, nós pagaremos praticamente num só ano a renovação da marginal ribeirinha lisboeta (400 M €); ou então que pagaremos em apenas dois anos e pouco a primeira fase do ‘TGV’ Porto-Vigo (845 M €); ou, ainda, que já pagámos, em apenas pouco mais de um ano, a renovação do Aeroporto Sá Carneiro (500 M €).

O povo? O que é isso do povo? O povo não é uma entidade homogénea e politicamente determinada. Não é sequer determinante. Determinantes são as elites. Sempre foi assim e assim continuará a ser por muito que isso custe aos românticos que vêem o povo como uma entidade mítica carregada de bondade. O mito do povo vem na sequência da invenção do conceito de estado-nação, que o insuspeito Adriano Moreira considera que não existe, porque na realidade poucos coincidem com verdadeiras nações. O que existe é o estado soberano, cuja génese está na renascença e no iluminismo, consolidou-se no séc. XIX e foi levado ao extremo pelos fascismos e comunismos da primeira metade do séc. XX.

A entidade homogénea e soberana ‘povo’ não existe. O que existem são indivíduos e grupos sociais com os mais variados interesses e objectivos, a mais das vezes contraditórios e incompatíveis entre si. A definição sociológica, na minha opinião, mais correcta do que normalmente se chama ‘povo’ é o conjunto dos grupos sociais economicamente mais débeis e sem real poder político. Entenda-se poder político como capacidade de controlo e repartição dos recursos, principalmente os económicos. E quem controla esses recursos são as elites.

As elites são na verdade o motor de qualquer mudança e revolução. E essas, as revoluções, acontecem quando uma nova elite ambiciosa derruba uma outra já cristalizada. Assim foi na revolução francesa, na revolução russa, na nossa de 25 de Abril de 1974, em que uma elite militar, desconfortável por ser obrigada a combater uma guerra que sabia de antemão que não poderia vencer, nem dela retiraria qualquer honra ou glória, resolveu derrubar a elite no poder. Caso assim não fosse o regime marcelista não teria sido derrubado, pelo menos daquela maneira e por aquela elite. O povo, como sempre, não foi tido nem achado sobre o assunto. Se fosse, muito provavelmente teria ‘votado’ a favor do regime. Num caso mais recente, a revolução polaca, foi clara a actuação da elite intelectual-católica que usando como tropa de choque uma outra elite, a dos operários especializados da indústria pesada de Gdansk (sim, o povo também tem as suas elites), derrubou a elite comunista que detinha o poder. Até aquela que foi talvez a mais genuína das revoluções, a americana, teve como leitmotiv o descontentamento duma elite comercial que se achava altamente prejudicada pela política fiscal mercantilista da coroa britânica. Se a elite inglesa no poder tivesse sido mais inteligente, não prejudicando de modo tão violento a elite burguesa colonial, talvez o Canadá e os EUA ainda fossem um único país integrado na Comunidade Britânica.

Mesmo hoje, nas modernas democracias eleitorais, tudo se resume a disputas entre elites, entre as quais o ‘povo’ é chamado a escolher. Vence aquela que melhor manipula o povo. E o povo segue normalmente aquilo que está instituído e as elites que ele julga que lhe podem dar mais coisas. Podia chamar em meu socorro autores tão importantes como Pareto, Gaetano Mosca, Robert Michels, Ostrogorski e Wright Mills, entre outros, para sustentar esta minha tese, mas tudo isto é tão evidente que basta a mais simples observação empírica. As elites insatisfeitas é que são poderosos factores de mudança. São também elas, quando estão no poder, que mandam e não o povo.

Portanto a questão não está no povo mas sim nas elites. Está no que as elites locais querem. Se essas andam pelos jornais, televisões e blogues em lamúria permanente, mas nas primeiras eleições recomendam e vão todas ligeiras e pressurosas votar no senhor Cavaco Silva, quiçá o principal o principal responsável pelo sufocante centralismo que nos empobrece, é verdade, nada feito!

Nos últimos dias, a propósito do aeroporto, têm havido boas indicações acerca da vontade das elites. Vamos ver até onde elas são capazes de ir. O que nos interessa a todos é colocar no poder uma elite que se preocupe com o bem-estar das pessoas desta região.

Soluções pedidas pelo TAF: O princípio da subsidiariedade. Que as elites locais governem localmente, com autonomia, os recursos locais em favor das pessoas da sua região. Para isso é necessário um nível de governo local com poderes suficientes tanto a nível político como orçamental e fiscal. Um governo que possa, por exemplo, decidir como deve ser gerida uma infra-estrutura importantíssima para a internacionalização da nossa economia como é o Aeroporto Sá Carneiro e que tenha poder para evitar que tanto esta, como qualquer outra, infra-estrutura local seja subalternizada e posta ao serviço de interesses alheios ao desta região. Ou então decidir quais são as infra-estruturas prioritárias em que deve ser aplicado o produto dos nossos impostos. Coisas que, está mais que provado, o actual estado central não sabe ou não quer fazer. A mudança de paradigma é o governo autónomo, fim do estado centralizado, implementação, por exemplo, dum sistema do género federal. Acho que era desnecessário dizer isto, mas já que foi pedido…

Off the topic:

Hoje fiquei a saber que os dois remadores do Sport Clube do Porto que vão aos Olímpicos não serão acompanhados pelos seus treinadores, responsáveis pela sua excelente classificação, mas sim, por determinação da Federação de Remo, por um outro que até anteriormente pretendeu excluir os citados atletas. No mínimo esquisito.

António Alves

De: TAF - "Não percebi"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 19:05

Ainda não consegui perceber (defeito meu, certamente) em que é que uma autonomia mais profunda ou até o separatismo contribui para mudar estruturalmente o funcionamento do sistema. Claro que diminuindo a dimensão do território gerido (passando do Portugal continental+insular para uma Região Norte, ou Norte+Galiza), também se aproxima o povo do poder. Mas isso não é uma mudança estrutural, é apenas uma questão de escala. Se os problemas existiam em ponto grande em Portugal inteiro, continuarão a existir, quiçá em ponto mais pequeno, neste novo "mini-país".

Se este meu raciocínio está certo, admito que os defensores de uma "mudança de paradigma" (os que afirmam já não ter cura este modelo actual) tenham uma proposta que não é apenas esta mudança de escala, mas que implicará alterações mais profundas ao sistema político. Sendo assim, afinal que alterações são essas, concretamente?

De: Guilherme Olaio - "Povo? Ou o que resta dele?"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 19:00

Do Povo não se espere nunca coisa alguma. Neste País foi sempre o Poder que convidou com cravos ou sem eles o Povo para as mudanças. Quando o Norte entender congregar os seus filhos para a emancipação, quando os filhos do Norte entenderem que não é tornando-se filhos de uma outra coisa qualquer(*), e os Nortenhos acordarem em dizer BASTA, aí o quadro a que assistimos hoje terá tendência para melhorar. Assistimos impotentes aos processos de "lobotomia" a que sujeitam este Povo, sempre expectante nos noticiários à espera que alguém os ajude a ter opinião na hora seguinte. Quando colocados perante questões da mais diversa índole é certo e sabido que a maioria das suas respostas tende a reflectir as sondagens que o poder instalado encomendou aos servidores do costume em vésperas de decisão. Todos sabemos que a excelsa democracia em que vivemos é aqui como em qualquer outro sítio é à partida, um jogo viciado.

Não exijamos mais ao Povo. Depositemos esperança no que resta dele.

Também já me fartei das expressões "lá para o Norte", "os Nortenhos", "o bom Povo do Norte" (lembram-se?) e outras que apenas reflectem desprezo, ignomínia, secundarização. Estou farto de ser nortenho. Já é tempo de ser NORTISTA. E no futuro um "YANKEE" à moda do Norte.

(*) Centralismo

Cumprimentos.
Guilherme Olaio

De: Rui Valente - "E se o Povo não formos só nós?"

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-06 17:53

Caro Tiago

Parabéns Tiago! Pelo que vai escrevendo nota-se uma perfeita adaptação aos paradigmas político-partidários tradicionais. Ou seja, sobre regimes de administração política está tudo inventado: ou ditadura, ou democracia. Sendo que, já todos concluímos, nenhuma delas é perfeita, por quê então insistir na democracia, tal como ela está?

A hipótese que o Tiago considerou à laia de provocação ("E se o povo não quiser?"), pode ser analisada sob várias perspectivas. Obviamente, a mais previsível e confortável será a politicamente correcta. Nada de inovador, convenhamos. Todas as outras, como é costume, não são mais do que actos suicidas, aventureirismos, etc., e tal. Já conhecemos o "CD". É pena que tenha de ser sempre assim, porque se houvesse um pouco mais de coragem e abertura para enfrentar novos desafios, talvez muito boa gente (entre a qual se encontra o insigne autarca portuense) tivesse votado a favor da regionalização no tempo certo. Assim, nem uma coisa nem outra e por cá continuamos a discutir o sexo da angélica política...

Mas, já que fez questão de nos lembrar que a essência da democracia está no voto do povo, então talvez tenha chegado a hora de questionarmos se essa essência da democracia começa e termina no acto eleitoral. Se me vai dizer que aquilo que vamos fazendo nos blogues e nas nossas actividades profissionais (e agora, no seu caso, também partidárias) é uma outra forma de estender a intervenção cívica, digo-lhe já que para mim isso não só não chega, como não representa, nem de perto nem de longe, o Povo. Há um "Povo" informático e outro que nem sabe o que isso é. A que povo essencial se reporta o Tiago? Qual deles estará em maioria?

Eu diria que as coisas não são assim tão óbvias, diria que a essência da democracia passa em primeira instância pelo voto popular e, depois para ser sustentável, pela aplicação das regras democráticas e pelo cumprimento das promessas eleitorais de quem se constitui Governo. Se não cumpre, não serve, não merece representar o Povo! Só que a solução para os incumprimentos não pode limitar-se a substituir peças por outras peças, tem de passar por disciplinar a classe política. Sem isso, não existe democracia, existe um embuste. E não me parece intelectualmente sério que de uma doutrina adulterada, cheia de contradições, de abusos de poder, possamos passar imediatamente para uma verdade inquestionável e vitalícia sobre a bondade desta democracia.

Sobre as preferências nacionalistas de cada um, tem a ver com o que atrás referi. Já gostei mais deste país do que gosto. Não me peçam por ir a reboque de um nacionalismo scolariano-centralista porque nessa patetice nunca participarei. Os valores de um país medem-se pela qualidade dos seus dirigentes e do seu povo. Este, em que agora vivo, infunde-me vergonha.

Rui Valente

De: TAF - "E se o povo não quiser?"

Submetido por taf em Terça, 2008-08-05 19:53

Caros Rui Valente e António Alves

Pode dar-se o caso de o povo não querer a autonomia (pelo menos nos termos em que a propõem) nem o separatismo. E pode não querer pelas boas razões ou pelas más razões (segundo a óptica de cada um). Mas o povo é quem vota, e isso é a essência da Democracia.

Por mim, continuo a preferir a via da unidade nacional, até porque me parece a forma mais rápida (muito mais do que o separatismo) de alcançar resultados no combate ao centralismo. Em vez de autonomia acrescida através da criação de mais um nível de poder supra-municipal, preferia uma reorganização territorial que reduzisse o número de concelhos, dando-lhes a dimensão que precisam para serem eficazes.

PS: por falar em coisas que é preciso corrigir - TGV envolveu estudos que já custaram 74,1 milhões de euros entre 2001 e 2007

De: Rui Valente - "Quem tem medo da automomia?"

Submetido por taf em Terça, 2008-08-05 19:48

Isto está a tornar-se "monótono", mas mais uma vez, subscrevo na íntegra o comentário do António Alves. Pessoalmente, já estou cansado (desculpem a expressão) de pregar no deserto. Tudo o que havia para dizer sobre os efeitos primários e secundários do Centralismo já foi dito. Os governantes sabem-no e continuam a desprezar-nos porque, apesar de completamente autistas e irresponsáveis, têm consciência da inocuidade das forças do Norte (se é que isso alguma vez existiu). Por isso abusam e vão continuar a abusar.

O Norte tem indivíduos, não tem povo. O povo está só. Falta-lhe alguém que o saiba aglutinar e recuperar o orgulho de se sentir integrado num país. Não há país. Há colonizadores e colonizados, não há províncias ultramarinas, há província, e para cúmulo, soberba de a publicitar.

Devo ao Centralismo e aos centralistas o facto de me ter tornado num adepto da autonomia ou (como diz o A. Alves) do separatismo. Não me revejo nessa gentinha de Lisboa, em coisa nenhuma. Não me sinto português perto dela. Estou cansado de os aturar como se fossem donos e senhores do país (e são-no). Basta! Por mim, que chegue depressa o tal Movimento. Já vem tarde.

Rui Valente

De: Victor Sousa - "Tribunais populares"

Submetido por taf em Terça, 2008-08-05 18:23

Sobre o PJ

... fazer um dossier e entregar à polícia...

Que é isto? A polícia precisa de brigadas populares?
Os "grupos especiais" são só para "especiais" ocasiões?
Será influência da sua recente militância partidária?
Não seria mais apropriado analisar esta "solução criativa"?

  • - Procurar os porquês da postura dos colegas no jornal?
  • - Reflectir sobre as formas que a sociedade dispõe para se defender destes "criativos"?

Victor Sousa
--
Nota de TAF: eu não defendo "julgamentos populares", mas sim que as pessoas recolham os dados necessários para apresentar o caso à Justiça quando acham que têm razões de queixa. Que se mexam, e não esperem que o Estado faça tudo por elas. ;-) A reflexão e análise também já as propus aqui e são complementares.

De: TAF - "32 jornalistas sem trabalho..."

Submetido por taf em Terça, 2008-08-05 15:40

... não serão suficientes para descobrir se tem total fundamento o que se se vai dizendo aqui, e aqui, e aqui, e aqui, e aqui, por exemplo? E, juntando o que houver antigo àquilo que aconteceu nos últimos dias, para preparar um dossier esclarecedor sobre as actividades de Eduardo Costa (mais Fólio, Coraze, negócios de águas, reparações navais, etc.) e o entregar à polícia, com o objectivo de eventualmente complementar esta condenação em tribunal?

Ler também este texto e estas notícias de 2005 do Público e do DN.

De: João C. Costa - "AeroTorto - A confirmação"

Submetido por taf em Terça, 2008-08-05 14:34

E se alguém duvida destes estertores de Cosmopolitas Parolos, atentem nos comentários às notícias do Jornal de Negócios, como se se tratasse da protecção duma coutada. Confirmam apenas o apoio destes, nesta decisão (?!) sem qualquer pejo nem pudor.

João C.Costa
joao.ccosta@oniduo.pt
--
Nota de TAF:
- ACP acusa ANA e Mário Lino de impedirem gestão autónoma do aeroporto Sá Carneiro

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