2007-12-30
Na minha opinião, este Governo não tem feito nada de sério, tem optado por criar complicações, espero que em 2008 desapareça como o fumo, tal e qual desapareceram do caderno eleitoral os compromissos assumidos. Estou a ser séria e acima de tudo honesta, que são coisas interligadas, gostava de vos falar com argumentos devidamente esculpidos, mas como é possível isso no actual panorama, diga-me um argumento sério que já não tenha sido referido, e que não seja evidente, quanto à necessidade de expandir o Metro do Porto. É preciso algum argumento? Resta-nos ser como o Governo: dizer duas verdades gerais, mexer tudo e esperar que apareçam pessoas a apoiar.
Um facto recente na aldeia de Vila da Ponte que por acaso até é próxima da estrada nacional e consta do mapa (a maioria delas não consta e o Governo esqueceu-as), meia hora à espera da ambulância, 2 horas para chegar ao Hospital. E tiveram sorte - se apanham um tractor ou um rebanho, possivelmente demoravam mais, se andassem mais depressa despistavam-se tal como aconteceu à primeira ambulância de apoio à vida, são muitas curvas e ravinas, gelo, estradas em paralelo, caminhos municipais em terra batida. E está o Governo preocupado com a saúde pública, com o tabagismo, isto é sério?! Ainda para mais com o exagero que aplicou?
Um café na Europa custa entre 1 e 3 €, por cada local onde não se pode fumar há vários onde tal é possível, na minha rua nenhum espaço tem mais do que 100mts2. O Governo continua a pensar que os portugueses que viajam só vão para resorts, está enganado, garanto-lhe que em Espanha continuam os galheteiros de azeite, e a Cidra sem rótulo. A Lei do tabaco não sei, ainda não pude sair daqui, mas prevejo que seja adaptada às condições de Espanha, tal como Inglaterra faz as suas adaptações. Enfim, só Portugal engole sem mastigar. Assim não dá trabalho, copia-se e impõe-se.
O que tem de sério um primeiro-ministro a fazer jogging quando devia estar a preparar-se para uma reunião onde pudesse marcar presença e trazer investimentos, sério isto?! Em qualquer empresa séria era imediatamente despedido, as horas antes de uma reunião são fulcrais, ainda mais para alguém que nem sequer decora o inglês que deve utilizar. Desemprego, economia, e gasta 62 milhões em deslocações, 12 milhões com assessores, 10 milhões com a cimeira, argumentos sérios?! 2 metros de rede de Metro em Lisboa é sério? O financiamento da reabilitação da zona Ribeirinha em Lisboa é sério?
O café que frequento hoje estava como sempre está ao Sábado, às moscas, hoje não contou com a mesa de 6 pessoas 3 fumadores, coitado do taberneiro, quase chora por não nos poder receber, se ao menos o edifício desse para alargar. As multas? Não admito que ninguém me multe se não cumprir previamente, não estamos na ditadura, e o medo ainda que seja censura, combate-se. A rua está limpa agora, não sabemos por quantos dias, mas sempre que a CMP deixar os pacotes de leite espalhados, as cebolas, os sacos, aqui farei referência, sempre.
Bom ano a todos!
Cá está o exemplo de como o PSD e o seu líder afinal não podem falar sobre aumentos de impostos:
"Milhares de famílias de Gaia vão pagar um novo imposto, fixado pela Câmara. A factura anual será, pelo menos, de 15 euros para os moradores em edifícios urbanos e de 25 euros para indústrias, comércio e serviços. Também os hospitais e as escolas estatais, com excepção dos estabelecimentos tutelados pela Autarquia, terão de suportar os custos da nova taxa."
P.S. Cara Cristina, não é por haver desemprego que se deve deixar de combater o tabagismo e nem por a Rua da Boavista estar suja que se deve deixar de cobrar multas. Temos mais a lucrar, todos, com argumentos sérios.
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Sérgio Aguiar
A propósito de várias notícias que saíram (presumo eu que todas baseadas na mesma informação incompleta da Lusa), aqui fica o apontador que não era explicitado nas mesmas:
- Millennium BCP: Site oficial da lista Miguel Cadilhe
Já aqui exprimi a minha opinião sobre o assunto e expliquei por que razão considero esta candidatura importante para o Porto.
Como quase sempre (tivemos umas pequenas férias de Natal) aqui fica o manual de instruções opozine para o 1º fim de semana de 2008! Não está muito animado, ainda está tudo a recuperar da passagem de ano! A boa noticia é mesmo a abertura de temporada na Casa da Música, com um excelente concerto da ONP com Magnus Lindberg ao piano! Sábado às 19h30. A não perder...
Para ver tudo em opozine - o manual de instruções para a cidade!
Bom ano 2008!
pbismarck [opozine]
É extravagante que o Governo tenha tomado medidas para que só as grandes entidades privadas possam investir nesse nicho de mercado que são hoje os fumadores, alegando razões de saúde pública, quando em simultâneo tudo tem feito para suspender a expansão do nosso Metro, contribuindo assim para o aumento diário da poluição do ar, que todos respiram quer queiram ou não.
É no mínimo burlesco que este Governo se demonstre preocupado com a saúde pública na vertente tabagista, quando não se mostra minimamente impressionado com o nível de desemprego a Norte, que em última análise gera os alcoólicos de amanhã, os deprimidos, os delinquentes e os jovens sem escolaridade, todos potenciais tabagistas. A atitude deste Governo tem sido coerente no uso e no abuso da mentalidade fraquinha, do analfabetismo, para colocar os portugueses uns contra os outros, usando de falsas morais, cujos únicos resultados práticos e palpáveis são o empobrecimento caótico da nossa região e o desalento crescente do país.
O desemprego aumentou em Espanha, começam a voltar à Pátria os portugueses, que aqui também não têm emprego, sabemos que a maioria deles são do Norte, voltarão animados para um país onde cada vez mais famílias passam fome, e onde existe um Governo que, empenhado em criar mais um assunto estúpido para se discutir no café e abancar a Europa, nos distancia cada vez mais dos parceiros e dos objectivos que até aqui perseguimos. Este Governo tem linha, tem objectivo? Se a tem é fraca, qualquer jovem preocupado destronaria este Ministro com ares saudáveis, vaidades ímpares, que não encaixam nem podem ser toleradas pelas olheiras de quem trabalhando não tem dinheiro para pôr comida saudável na mesa.
Ainda continua denso o mistério da intervenção camarária nas Avenidas do Brasil e Montevideu, e já valores mais altos se levantam! Passei hoje cedo nas ditas artérias e constatei, com espanto e surpresa, que o asfalto já está lá todo (e os trilhos do eléctrico sumiram-se), mas ficaram lá também as placas de sinalização vertical – como as de passadeiras, etc... Só não ficou foi uma única marcação no piso das ditas Avenidas.
Assim, nos locais onde estão as placas das passadeiras, não há qualquer passadeira mas, apenas, asfalto negro. O eixo da via tem de ser calculado a “olhómetro”, e todas as demais funções das marcações rodoviárias foram completamente eliminadas. Bem sei que choveu mas, numa aberta, será que a CMP podia tentar evitar atropelamentos, acidentes e outras pequenas e insignificantes coisas que podem acontecer por falta das marcações??? Bem sei que o Millennium não patrocina as pinturas e que as avenidas em causa não serão as mais largas ou mais latas da Europa, mas creio que todos pagamos impostos – e IMI – que chegue para exigir o mínimo de respeito e competência no que os autarcas por nós eleitos – e pagos – fazem. Ou talvez seja melhor pedir auxílio e patrocínio à CIN!
Talvez os leitores municipais deste blogue – especialmente aquele senhor, senhores ou senhoras, do órgão de comunicação social da CMP (vulgo site) possam dar alguma atenção a este pequeníssimo problema.
Um Bem hajam!
PS - Notícia JN: Quem não se sente... - Creio que o artigo de opinião é de uma actualidade e acerto extraordinários, por isso fica a sugestão do apontador.
Como é que se vai ensinar Gestão se o próprio modelo de governação da escola não a permite gerir adequadamente? Estes equilíbrios conseguidos à força não são sustentáveis e vão paralisar a instituição. Ora leia-se:
- Universidade do Porto cria escola internacional de negócios
- Escola de Gestão do Porto arranca sem a Católica - "Os termos da fusão entre a EGP e a escola da Faculdade de Economia resultam de uma longa negociação e o protocolo que os vai fixar denuncia ainda a sensibilidade do processo. O nome e logótipo da nova escola transitam da EGP, mas Daniel Bessa não será empossado como seu dirigente. Em aberto está também a possibilidade de as duas escolas não se extinguirem após a fusão. Sensível promete ser o modelo de governação, cujos pressupostos estão já traçados. O protocolo aponta para a criação de um conselho geral nomeado pelo reitor da Universidade do Porto (25 por cento das nomeações), a Faculdade de Economia (25 por cento) e os restantes associados (50 por cento). Este conselho, onde se jogará o equilíbrio das sensibilidades entre os privados e a universidade, nomeará a direcção da escola."
Outros assuntos:
- Fomentar comércio para turistas
- Grande maioria dos cafés da Baixa do Porto proibiu tabaco
- Procuradora analisa 60 casos de violência na noite do Porto
- Regado: Chuvada barrou acesso às casas - nome apropriado...
- ANA quer tratamento igual para as low cost
- O bloqueio de Lisboa
- Descentralização double face
- Rio diz que ANA não pode perder dinheiro
- ANA disponível para negociar condições das companhias low-cost no Porto
- Modelo de gestão
Bom dia e bom Ano a todos!
Estava a pesquisar um assunto no site do Instituto do Consumidor, quando reparei neste texto, que mais parece ter sido encomendado a alguma companhia aérea tradicional ou por alguém que não percebe mesmo nada disto. O texto integral está aqui, mas gostaria de destacar o seguinte excerto:
«Prepare-se! Viajar numa companhia “low cost” pode ser uma aventura inesquecível que terminará, provavelmente, consigo a fazer a “limpeza” do avião. Para que tudo fique bem arrumadinho para os passageiros que se seguem.» «Mas por detrás do que a publicidade anuncia, esconde-se um número significativo de condicionantes que fazem disparar o preço anunciado.»
É engraçado. Vou a Estocolmo no próximo fim de semana por apenas 20 euros... ok mais o transporte para o hotel.... que fique nos 50 euros, cerca de 4 horas de viagem total. Pesquisei agora mesmo uma ida a Estocolmo (aeroporto central, julgo eu) pela TAP: custa 374 euros, faz uma paragem (!!!) e demora cerca de 8 horas (!!!).
Benditas sejam as lowcost.
Abraço
RAUL PINA
1. Com apenas dois dias de folga e pouco dinheiro no bolso resolvi visitar a cidade de León, que fica a pouco mais de três horas do Porto. O objectivo principal: MUSAC. Este museu justifica por si só a viagem porque é um edifício cativante e a instituição possui um fundo de alguma qualidade onde, apesar da sobrecarga de obras de artistas espanhóis, podemos encontrar a par de Douglas Gordon, Barry McGee e Christian Jankowski, trabalhos de Julião Sarmento, Joana Vasconcelos e João Onofre. E a entrada, meus senhores, é gratuita. Não sei qual será o impacto desta instituição na vida da cidade e da região, porém constatei que a sua presença é muito discreta: não existe qualquer sinalética urbana que oriente o forasteiro e no posto de turismo não existe qualquer informação especificamente produzida para a sua divulgação. Aliás, a própria funcionária esquecia-se de o referenciar no mapa se não fosse eu a questioná-la. Estranho… diria que não perceberam que têm ali um trunfo que pode ser tão importante quanto a magnífica catedral gótica. Fiquei ainda a meditar no seguinte: dada a proximidade geográfica, não faria sentido trocar material de divulgação entre Serralves e MUSAC? Existe público que não se importa nada de fazer algumas horas de caminho para ter acesso a este tipo de oferta cultural. Isto seria óptimo para ambas as partes. E se ainda se considerar Vigo e Santiago, temos uma potencial rede de arte contemporânea ibérica que, afinal, nem acaba em Madrid e muito menos em Lisboa…
2. Já não visitava León há 10 anos. As melhorias no centro histórico são evidentes: ruas e praças foram requalificadas (em particular a Plaza Mayor que em 97 estava absolutamente decadente e que agora alberga unidades hoteleiras e o mercado tradicional de Léon), existem poucos prédios devolutos e a animação da rua é constante (apesar dos -3 graus). Não é um centro histórico deslumbrante, mas a cidade lida bem com o que tem e pressente-se um grande afecto pelo que é seu e pelas suas tradições (a título de exemplo, devo dizer que o vinho da região - o Bierzo - é consumido a copo em todos os bares, discotecas e restaurantes, uma boa prática que deveríamos importar). Notei ainda com bastante satisfação que a Calle Generalissimo Franco se chama agora simplesmente Calle Ancha, o que por si só torna o ar bem mais respirável.
3. No entanto, é no comércio tradicional que se nota o maior salto qualitativo. Há 10 anos atrás, a oferta era escassa e pouco atraente. No centro histórico era difícil encontrar qualquer loja digna de interesse, algumas delas faziam-me lembrar as mercearias "tem-tudo" típicas das nossas aldeias. Hoje, a oferta é diversificada e o serviço prestado mais profissional. Ora, isto não é por acaso. Os comerciantes leoneses fizeram pela vida e apostaram no trabalho em rede, reestruturando o tecido comercial em função da evolução da procura. Desenvolveram o conceito de centro comercial ao ar livre sob a denominação de León Centro Gótico. Cada estabelecimento desta rede ostenta um dístico que o identifica como estabelecimento aderente, o que significa garantia de qualidade e acesso a promoções especiais para o consumidor comum ou associado. É possível adquirir um cartão de cliente que dá acesso a descontos exclusivos e a modalidades de pagamento alternativas. Todo o material gráfico de marketing promocional é igual para todos os estabelecimentos, o que ajuda a criar a imagem de centro comercial. Existe ainda um site de apoio, uma espécie de extensão da relação comerciante-cliente. Não sei se esta estratégia de concertação de esforços se estende a outras áreas de interesse comum ou não, ou seja, não sei se existe partilha de custos na segurança, limpeza, promoção e outros. Mas, pelo que vi, não me admirava nada que assim fosse. O que interessa é que este exemplo demonstra ser viável o comércio nos centros históricos. Convinha que algumas das nossas associações de comerciantes locais, em particular a Associação de Comerciantes do Porto, dessem uma vista de olhos nisto. Ah! Não havia por ali qualquer árvore de natal maior-do-que-sei-lá-o-quê.
PS1: Se for a León, não deixe de ir à excelente Librería Pastor.
PS2: UM BOM ANO NOVO PARA TODOS!
David Afonso
Antes de mais, cumprimentos pela criação deste ponto de encontro de conversas, exposições, ideias construtivas, lugar de críticas para crescer, fazer e construir uma melhor e mais bela e habitável cidade que, sendo a segunda em ordem de importância nacional, precisa muito de todos nós. Eu sou do Porto desde 1950...e gosto. Por isso permitam-me, noutro dia, também aqui deixar algum do meu pensamento analista sobre o assunto - Esta Cidade.
Boas e Santas Festas - um 2008 cheio de... e também de... TUDO DE BOM para todos. UM ABRAÇO - Aníbal Moreira.
- Temas quentes na agenda de 2008
- Gaia: Cem milhões para requalificação
- Um S. João com 4 graus centígrados
- Milhares de pessoas na Baixa para dar as boas-vindas ao Novo Ano
- Ano novo, lixo velho na rua
- Lixo amontoado por toda a cidade
- O "Sim-Porto" - a propósito, lembro este seminário
- Arquitectura de Oliveira Ferreira em mostra e livro
- Construção de moradias na zona do Foco é contestada por condomínio vizinho
- A propósito da morte súbita (ou lenta?) do Programa Porto Feliz
- Presidente da ASAE fotografado a fumar num casino - por sugestão de Pedro Aroso: "Estão de parabéns os portugueses e, sobretudo, o Eng. José Sócrates e o seu Governo, que resolveram colocar o nosso país na vanguarda da luta contra o tabagismo. No entanto, o Sr. António Nunes, que é o presidente da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), uma das entidades responsáveis pelo cumprimento da nova lei, foi fotografado a fumar no Casino do Estoril, às 02.30 da manhã, do dia 1 de Janeiro, ou seja, já depois da proibição ter entrado em vigor. Na minha opinião, este senhor não tem mais autoridade moral para punir quem quer que seja por fumar em recintos fechados, pelo que só lhe resta uma saída: obviamente, demita-se!"
- Serão da Bonjóia, amanhã, Quinta-feira, 3 de Janeiro, às 21h15: "Os Ingleses e a Cidade do Porto", por César Silva
PS:
- Junta Metropolitana do Porto reuniu-se com a ANA
- Incêndio na baixa do Porto em fase de rescaldo
- Universidade do Porto cria escola internacional de negócios
- Programa Operacional da Região Norte - para estudar
Ainda está em vigor aquele regulamento idiota que impedia a TV por cabo no Centro Histórico, obrigando ao uso de antenas parabólicas?
... Para começar o ano. Apenas uma lareira acesa por engano, que fez disparar o alarme.
Não, não foi por causa da nova lei do tabaco. :-)
Completam-se hoje 49 anos da inauguração do sistema de troleicarros do Porto. Eram apenas duas as carreiras: a 33, que ligava a Pç. Almeida Garrett a Coimbrões pelo tabuleiro superior da ponte D. Luiz I, e a 35, que ligava a mesma Pç. Almeida Garrett a Lordelo do Ouro, servindo esta de linha de serviço para a Estação de Recolha, então localizada na Carcereira.
Face por um lado ao sucesso de tal veículo, e por outro ao facto de haver a intenção por parte do STCP em ir eliminando as linhas de carros eléctricos, entre 17 de Maio de 1970 e 13 de Dezembro de 1976 a rede atinge o seu máximo de expansão, com 126 troleicarros a circular em 11 carreiras. E o Sr. Presidente da República inaugura, com pompa e circunstância em 26 de Outubro de 1968, a Estação de Recolha da Areosa, especificamente destinada aos troleicarros. A partir daí é o declínio, que termina em 27 de Dezembro de 1997, quando recolhe à Areosa o último Caetano/Efacec; na época havia apenas uma linha, a 49.
À época a substituição do carro eléctrico pelo troleicarro significou uma grande evolução: sem estarem presos aos carris, os troleicarros mantinham a electricidade como fonte de energia, mas eram muito mais hábeis, flexíveis, rápidos, silenciosos... e económicos. Mas a 'ditadura do petróleo' impôs-se e, apesar da crescente ameaça provocada pelo inexorável aumento da poluição atmosférica criada pela queima de combustíveis fósseis, os troleicarros foram substituídos pelos autocarros 'bebedores' de diesel.
Hoje temos o Metro: eléctrico, mas confinado aos carris. Aparentemente será a 'solução mágica' para os transportes do Grande Porto. Mas não seria agora uma boa altura para alargar os horizontes?
Anexo duas fotos: uma não no dia da inauguração mas certamente muito perto disso e outra o troleicarro BUT n.º 1 silenciosamente guardado para um futuro (?) Museu do Troleicarro.
Este ano foi mais para manter do que para progredir. Um ano cinzento como se previa. Nós, por cá, descemos a pique, foram imensos os que não chegaram à meta ou que simplesmente dispersaram. Basta visitar Campanhã para perceber como a crise vergou o nosso porte, talvez nem seja necessário passar por esta freguesia, as ruas estão sujas com nódoas que a antiga calçada não tinha, e o povo está marcado, com ares de quem cruzou gelo e vento frio para chegar a 2008, que não promete grandes melhoras.
O ano foi recheado de processos e quezilas, como é normal num ano de crise, começou pelo Metro, atravessou o Rivoli, o JN, os Lixeiros e culminou aos tiros na Ribeira, com uma guerra que afinal não tinha 2 lados. O que é que umas têm que ver com as outras, são tudo processos que reflectem uma crise financeira grave. Acabamos algum projecto da Porto Vivo? Julgo que não e essa era a maior expectativa.
Limitámos-nos a manter 2006 e a chegar ao fim de 2007 com algumas obras nos bairros sociais, sem as barracas do Bacelo, com a previsão de vender os terrenos já desocupados no São João de Deus (imagina-se que quem comprar ali também compre no Iraque, o cenário é idêntico), com o Edifício Transparente ocupado, se é que aquilo se pode ocupar, a casa de Manoel de Oliveira com novas obras e usos, tirámos carris, colocamos o eléctrico a funcionar calmamente, a Air Race, o Grande Prémio do Porto, um bom São João, Menezes líder da oposição, o Bolhão com novo projecto onde se prevê que as peixeiras passem a usar sapatos Prada como o Primeiro-Ministro.
E acaba assim o ano como começou, desalentado, numa crise nacional terrível, onde por mais que o Governo corra nas Praças Europeias nós não saímos do sítio. E todos vão esquecendo a regionalização, todos se vão perdendo nas suas próprias crises e aqui estamos, no mesmo mês em que 2006 terminou, o nosso avanço? Não foi nenhum, tivemos uma árvore, que bem podia ser um eucalipto, arrasta tudo o que tem em volta, mas dá pouco mais do que seca.
Um Bom ano de 2008 é o que desejo a todo o Norte, ao Porto em especial.
Bom ano Porto!
Só quem tem uma cabeça sintonizada na TVI, e nos seus programas de grande audiência, é que não percebe que os eventos que se fazem e preparam no Porto, nada mais são que pequenos momentos que se destinam a um sucesso rápido e tão frívolo como as audiências da televisão. Naturalmente muita gente se orgulha de ter a maior árvore de Natal do Mundo, “quiçá da Europa”, de ter imensas animações pela cidade nesta altura, como os ringues de patinagem, a roda “gigante” ou as maratonas, mais o Marco Paulo ou o Roberto Carlos, ou lá qual for a porcaria do evento de gosto foleiro que vai animar a cidade na festa do fim do ano, como sempre pela via mais popularucha.
Infelizmente esta é a via que aparentemente denota visibilidade, e que dá uma aparente notoriedade aos responsáveis da Câmara, como interessados na reanimação da Baixa. Mas como nem toda a gente é parva, e porque se podem enganar muitos mas não todos, se percebe que isto nada mais é que fogo que arde sem se ver. Que adianta esta aparente dinamização do centro se as questões de fundo não são tratadas, e que ao invés são acções momentâneas que nada têm de consistente para que criem relações sustentáveis com a ideia de Reabilitação da Baixa e do Centro Histórico.
- - Que adianta atrair as pessoas à Baixa e manter um negócio cujo conceito comercial continua a ser a de fechar as lojas à hora de almoço, fins-de-semana e feriados?
- - Que adianta criar eventos que, pela má organização e pior do que isso pela constante atitude de não dar informações às pessoas, vêm importunar os poucos que ainda a habitam?
- - Que adianta fazer tantas obras de requalificação sem sentido, para estar constantemente a alterar?
- - Que adianta colocar um transporte eléctrico que passa a cada meia hora, com preços para turistas?
- - Que adianta requalificar a Avenida dos Aliados com o desenho imaculado do Siza, para depois pejá-la de todo o tipo de “barracas”?
- - Que adianta querer a revitalização da zona Ribeirinha do Porto e querer apenas tratar de um só lado?
Que adianta???
Bom Ano de 2008 para todos que bem precisamos…
Alexandre Burmester