2007-12-16

De: Cristina Santos - "Bom Natal"

Submetido por taf em Sábado, 2007-12-22 23:13

A todos um Feliz Natal.

Natal 2007

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Cristina Santos

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2007-12-21 22:46

- Prostituição no Porto: Dossier no JPN
- A "alma da coisa"
- 12 milhões para Feitoria Inglesa
- Administração da Metro do Porto propõe expansão da rede à revelia dos autarcas

Sugestões de Pedro Olavo Simões:
"Atendendo à circunstância de A Baixa do Porto publicitar – e faz bem - a demagogia de pacotilha de Pacheco Pereira, no que à nossa cidade respeita, permito-me enviar os links para dois posts meus, atendendo a que o JN também é Porto"
- O Sabichão
- Gagueja Pereira

De: Alexandre Freitas - "O desafio da expansão do metro do Porto"

Submetido por taf em Sexta, 2007-12-21 12:28

No rescaldo da conferência com o título em epígrafe pareceu-me oportuno enviar também o meu contributo para o debate. Em anexo envio uma colectânea (PDF) de 15 fontes potenciais de equívocos sobre o sistema de metro e de transportes públicos. Algumas poderão parecer triviais. O importante é perceber o que todas elas significam em conjunto, nomeadamente que, se o objectivo é a construção de um sistema que aumente a mobilidade das pessoas e bens e aumente a qualidade de vida na cidade do Porto, então esse sistema tem de ser pensado com as pessoas, para as pessoas, tendo em vista o seu futuro.

Por favor divulguem por todos os potenciais interessados, reflictam, discutam e trabalhem em prol de um melhor sistema de transportes!

Cumprimentos.
Alexandre Freitas

A "desalentada" afirmação é do Presidente Rui Rio, em Abril de 2005, a 5 meses das eleições em que seria reeleito, em Outubro desse mesmo ano. Nesta mesma conferência promovida pela Universidade Lusíada do Porto subordinada ao tema "Porto, uma Cidade em Expansão", e quando questionado por um estudante sobre as linhas de força que o "próximo presidente da Câmara do Porto deverá seguir", Rui Rio defendeu que "devem permanecer como bandeiras" a inclusão social, a reabilitação urbana e a mobilidade. O artigo ainda pode ser lido na íntegra aqui.

Dois anos após a reeleição, chamo a vossa atenção para o artigo do JN sob o título "Números Alucinantes" onde é eloquente o resumo estatístico dos vários estudos sobre tráfego no Porto (VCI e não só) e Grande Porto (A28, A29, etc...), e, porque me importo, deixo na ar as minhas perguntas na esperança vaguíssima que possam despertar do torpor pré-rabanadas, a oposição (também ela eleita, também ela paga):

  • - Quanto custam os desperdícios em euros queimados em intermináveis filas de trânsito?
  • - Que mensagens saem de eventos como o Grande Prémio Histórico do Porto?
  • - Onde pára a reabilitação? (não confudir com animação, útil mas efémera...)?
  • - Se a inclusão social é um de três eixos programáticos para um mandato, porque não dotá-la de verbas?

Cumprimentos e Boas Festas.
Nicolau Pais

PS: Por lapso escrevi "Quatro anos após a reeleição", quando obviamente se trata de "Dois anos após a reeleição". As minhas desculpas, e renovados votos de Boas Festas a leitores, participantes e fundadores.
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Nota de TAF: corrigido. :-)

De: TAF - "Mais algumas notícias"

Submetido por taf em Quinta, 2007-12-20 17:52

De: Octávio Nogueira - "Eléctrico na Marginal"

Submetido por taf em Quinta, 2007-12-20 12:06

Recentemente muita tinta correu contra o 'descarrilar' da marginal da Foz e sobre a frequência dos eléctricos na Baixa. Será certamente altura de fazermos alguma coisa, de se fundar uma liga de amigos dos eléctricos, como há dias se lia que para uma manutenção mais correcta e eficaz do Parque da Cidade um certo jornal aqui da urbe apelava a que fosse criada semelhante 'tertúlia'.

Teremos assim a Foz Velha retirada aos portuenses por mais algum tempo já que a requalificação feita há poucos anos contemplou o trajecto do eléctrico. Não seria mais útil requalificar o piso do Passeio Alegre em vez de andar com a mesquinhez de melhorar uma artéria que até estava em bom estado? Ou estará agora o presidente da edilidade a sonhar com uma prova de arranque ao melhor estilo tuning na recta da Avenida Montevideu? Que se façam provas de submarinos e se limpem os areais e se construam equipamentos de suporte nas praias, que se promovam provas de parcour e se requalifiquem as escadas e prédios em mau estado da Baixa, que se promova paintball nocturno e os gangues escusam de pegar em armas.

Concluindo.... quando nos doi a cabeça não a arrancamos, havendo assim soluções pacíficas e não radicais para a mudança. Que nós os portuenses nunca nos calemos, certamente a STCP irá reclamar dos carris como aconteceu na zona do viaduto transparente há uns anos. Não seria antes mais útil o nosso presidente encetar uma cruzada a favor dos passageiros dos transportes públicos e repor certas linhas em falta que tantos protestos dos moradores têm reunido no último ano? Sair para a rua e protestar contra a frequência do eléctrico que tarda sempre em chegar... e deixa moradores e turistas tantas vezes na vil esperança... de que o eléctrico virá e depois nunca chega?

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2007-12-20 11:58

De: Cristina Santos - "A justiça e o número de gangs"

Submetido por taf em Quarta, 2007-12-19 23:38

A justiça também falha no mundo do crime, um deles morre, ninguém se rala com isso. Se o autor do primeiro assassinato fosse detido, não seria morto e o sentimento geral seria outro, assim e enquanto a polícia desvaloriza o problema, recusando o apoio que merecemos e pagamos com os nossos impostos, há um gang que, aparentemente, continua solto, só se conhece a detecção de membros do «gang da ribeira». É necessário que as entidades competentes esclareçam se existem ou não outros gangs, e a existirem por que razões estão a beneficiar deste lapso de tempo e actuação. Crimes desta natureza não podem ficar impunes, sob pena de poderem suscitar novos acertos de contas.

O Porto deve retirar deste caso uma lição importantíssima, é preciso investir nas áreas carenciadas, investir em força, para evitar ver a nosso centro histórico e os seus habitantes envolvidos neste tipo de situação. A cidade está triste, não nega o desgosto com a Ribeira, mas no fundo todos se sentem um pouco culpados, foram vários anos de desprezo que resultaram neste desfecho triste e penoso para todos os portuenses.

Quanto aos Super Dragões, infelizmente gostam de se expor ao conflito, ainda não compreenderam as verdadeiras virtudes do sucesso do seu clube. Antes do livro da Carolina, temos o livro de Fernando Madureira, nenhum merece credibilidade à maioria da população. Tragicamente para muitos dos jovens esses livros são bíblias de um universo à parte, onde se sentem justiçados pelo poder do grupo. É francamente uma pena, o futebol devia ser um catalisador de boas energias.

Cristina Santos

Ps. Semelhanças com os casos ocorridos em 2005 aqui e aqui.

De: TAF - "Máfias ou não"

Submetido por taf em Quarta, 2007-12-19 16:21

Está a decorrer em vários blogs o debate sobre os problemas que recentemente ganharam visibilidade mediática no Porto.

- No Abrupto, no Blasfémias (ver comentários), no Sorumbático, no Norteamos, na Grande Loja...

Fico com a sensação de que há muita teoria e pouca acção, mas enfim... Eu, que sou uma pessoa simples e com capacidades limitadas, diria apenas: foram cometidos crimes, que sejam castigados. A Lei é para isso mesmo. Se ela não é aplicada por quem tem obrigação de o fazer, então esses que sejam também castigados. O resto fica resolvido como consequência. Por alguma razão eu digotanto tempo que a primeira prioridade de Portugal devia ser a Justiça.

De: António Alves - "Direito a Decidir"

Submetido por admin em Quarta, 2007-12-19 12:31

«Há muitos anos que se sabe que é fundamental ter presença policial para conter a escalada do pequeno delito, e mostrar que se está atento às pequenas transgressões que criam a sensação de impunidade que levam a que, anos depois, andem aos tiros no meio da rua na maior das calmas. O livro de Myron Magnet, o Paradigma Urbano, explica como se deve fazer. Todas as cidades do mundo que pretendem ficar mais seguras seguem as recomendações da experiência de Nova Iorque, que tem por base essa ideia e resultados mais do que demonstrados. Este problema não é só da Baixa, é de toda a cidade e de toda a área metropolitana. E aqui, como em tantas outras coisas, o espectáculo televisivo não resolve nada, só o trabalho prolongado e sistemático no terreno. Na Rua, onde se ganha ou perde a batalha da segurança.»

Esquadra da Polícia de NY na Rua 42

Mas há uma incontornável diferença entre Nova Iorque e outras cidades e o Porto: o sistema político americano. Nova Iorque é uma entidade com grande autonomia política, fiscal, orçamental e administrativa. Por cá a realidade não é sequer comparável. A Câmara é um anão político. As medidas sociopolíticas adoptadas em Nova Iorque não são possíveis de adoptar pelo Porto autonomamente. Qualquer medida neste campo necessita obrigatoriamente da autorização do sistema político central. Este, confiscado pelas oligarquias que medram em Lisboa, não me parece minimamente interessado no assunto. Só reagirá pontual e casuisticamente quando e se o alarme social e o chinfrim mediático poderem causar alguns danos inconvenientes. Abafado o granel volta rapidamente tudo ao mesmo. Aliás, a essas mesmas oligarquias nem sequer lhes interessa que o Porto e a sua região saiam da situação de crise socioeconómica em que se encontra mergulhado. Assim é mais facilmente afastada a concorrência. A crise do Porto está para durar. O sistema vai encarregar-se de a manter sempre no ponto certo - quente mas sem atingir o ponto de ebulição.

Ao Porto falta-lhe o Direito a Decidir. Falta-lhe a autonomia política que lhe possa proporcionar os meios para tal. Sem isso nada feito. Neste campo como nos outros. Muitos dirão que isto é conversa de "regionalista empedernido". Cá por mim podem continuar a ser ingénuos e a empobrecer. Mas depois não se queixem.

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quarta, 2007-12-19 12:20

De: David Afonso - "Noite"

Submetido por taf em Quarta, 2007-12-19 12:14

É inevitável, é impossível não falar no assunto: a onda de violência o Porto. A primeira reacção é a de reforçar os instrumentos de repressão directa: câmaras a vigiar as ruas e mais polícia na noite. O primeiro caso deixa-me algo apreensivo e confesso que não gosto de me sentir vigiado. De qualquer das maneiras, o que vai acontecer vem nos livros: o sistema só vai funcionar durante uns meses e depois por avaria ou por falta de pessoal torna-se apenas em mais um bibelô urbano a enfeitar o centro histórico. Quanto ao segundo caso, acho que, pelo contrário, existem polícias a mais na noite: a fazer segurança "por fora" nos bares e fazer controlo selectivo de estacionamento. As chefias deviam acabar com esta vida paralela dos seus agentes. Na noite todos os gatos são pardos e torna-se difícil distinguir o polícia do ladrão. Portanto, é necessário proibir os polícias de desempenharem qualquer função ou cargo na noite por conta própria e fora do seu horário. Este tipo de complemento salarial não é inocente e tem consequências muito sérias na segurança dos cidadãos. Esta bandalheira não vem de lado nenhum.

Para além disso, seria conveniente trabalhar mais a fundo e a longo prazo. Quando o poder político – local e central, que nisto ninguém está inocente – varre para baixo do tapete o problema dos bairros sociais e do centro histórico, ignorando o perigo que constitui condenar ao limbo social geração após geração os seus habitantes, está a trabalhar efectivamente a favor da violência. A melhor maneira de fomentar o crime urbano é criando guetos sociais e nisto temos tido políticas de sucesso, infelizmente.

Outro problema é o do licenciamento destas grandes superfícies da noite, uma solução que potencia a insegurança. No início dos anos 90 deixei de frequentar estes locais porque têm mais de prisão e de fortaleza do que de local de diversão e socialização: são gigantes de betão, sem janelas e com uma única porta vigiada por pretorianos armados e munidos de coletes à prova de bala. A ideia de cidade que eu tenho é a de uma cidade de ruas e praças, onde todos nós partilhamos o espaço comum. De dia e de noite. Se é a porta que faz a noite e a máfia da noite, então que se prescinda da porta! E nem era preciso muito para fechar estas grandes superfícies: basta aplicar a lei porque, como todos sabem, a maior parte destes locais funciona sem qualquer licenciamento e à margem da lei. Entretanto, bem podem armar todo o espectáculo do mundo à volta dos suspeitos do costume que tudo ficará na mesma. A operação policial só serve à agenda política e pouco mais. Ou acham que mudou alguma coisa?

David Afonso
davidafonso @quintacidade.com

PS:
1. Para uma leitura crítica do Programa Porta65 Jovem (incentivo ao arrendamento jovem), que é muito importante para o futuro das cidades e em particular dos centros históricos, recomendo a consulta do porta65.blogspot.com
2. O que realmente nos importa quando nos importamos com o Centro Histórico do Porto?

De: Victor Sousa - "O Porto e os arrumadores"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 21:42

Afinal, eles sempre estiveram “lá”.

E o que se observa da leitura do “Diário do Norte” que em 12 de Janeiro de 1950 publicava uma carta que dizia:

“ … os artigos do sr. José d’Artimanha que sabe tratar com mão de mestre os problemas mais sérios, sem perder um sorriso de boa disposição, regalei-me ontem de ler no seu jornal um justíssimo ataque a certos vadios mal-criados, que a coberto de uma suposta profissão de arrumadores de automóveis, perturbam, incomodam e exploram os automobilistas, transformando as ruas do centro da cidade em tabernas ao ar livre…”

Um contributo para a memória da cidade no blogue mais atento.

Saudações
Victor Sousa

De: Daniel Rodrigues - "Agentes políticos"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 15:45

Afinal parece que o estudo não está disponível, nem para cidadãos, ou sequer para os deputados eleitos pelos cidadãos. Tudo o que se continua a saber é que custa 1,5 mil milhões de euros e propõe uma linha circular. O Metro do Porto tem tido sucesso a envolver os portuenses neste desígnio da (grande) area metropolitana. Que tal dar o próximo passo, e partilharem "brain-stormings" com a populacão?

Por exemplo, que tal criar sinergias com um dos accionistas da MP S.A. (CP) e criar uma linha Espinho-Matosinhos em comboio e, em vez de uma linha circular interna, ter uma linha circular externa, mais barata e integradora? E, por exemplo, copiar os bons exemplos da maior parte das cidades europeias que apostam na coexistência de eléctricos históricos para inglês ver, com verdadeiros eléctricos modernos (muitos exemplos aqui), em vez de linhas subterrâneas que dissociam os cidadãos da sua cidade?

Não é impossível e, a meu ver, seria sensato. A tal linha circular (que gostaria de analisar mais a fundo em termos vantagem/custo a partir do momento em que o estudo esteja disponível) poderia ser criada à superficie. Os cépticos poderão contrapor que o automóvel não pode coexistir. Digo-lhes que já têm as provas: a linha de tram à superfície já existe: de S. Bento a João de Deus, da Senhora da Hora a Matosinhos, coexistindo com o tráfego automóvel e pedonal. Dir-me-ão que os padrões de tráfego são muito diferentes. Eu direi que tal linha alterará esses padrões (a Avenida da República em Gaia é exemplo a esse respeito). No entanto, esse sistema teria de ser ligeiramente diferente do já existente, para permitir uma partilha de canal com, pelo menos, o autocarro. Não é impossível, de todo.

Resta-me insistir para que os estudos estejam disponíveis! Tanto se lutou aqui pelo Norte para que os estudos do Novo Aeroporto de Lisboa fossem partilhados, sejamos exemplares nos assuntos que nos dizem respeito. E sim, a Metro do Porto ainda é uma empresa de capitais públicos, e a Faculdade de Engenharia parte da Universidade do Porto, e com obrigacões de ser transparente para com a sociedade (não obstante, evidentemente, consultoria a empresas privadas com dever de confidencialidade expresso, o que não é o caso).

Melhores cumprimentos
Daniel Rodrigues

De: Rui Encarnação - "Policiamentos e criminalidades"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 15:38

O F.Rocha Antunes e a Cristina estão carregados de razão. Apesar de não morar na Baixa, trabalho nela desde 92 e, a verdade, é que quer de dia, quer principalmente à noite, a PSP não existe, ou pelo menos não se vê, com excepção da época de Natal, pelo menos há uns anos era assim, quando o Corpo de Intervenção policiava a Baixa. O policiamento de presença e visibilidade é um dos factores mais importantes na prevenção da criminalidade e, também, na transmissão de um sentimento de segurança que permite às pessoas circularem nas ruas, especialmente a pé. E onde há muita gente, fora os carteiristas, a criminalidade do roubo, furto e afins foge e procura zonas mais desertas e sossegadas.

Para quem conhece a PSP, é injusto falar-se em inacção e imobilismo, pois nos últimos 20 anos não só evoluiu significativamente na qualidade e instrução dos agentes, como nos métodos e acções desenvolvidas. Cá no burgo, foram desenvolvidas acções de proximidade com comerciantes e idosos e, para além disso, existe um projecto chamado escola segura que poderá deixar raízes no futuro. Agora, quem visitar as esquadras e falar com os polícias vai ficar a saber que os meios para desenvolver mais acções de proximidade e visibilidade são poucos ou nenhuns. E contra esse facto não há argumentos.

É que, ao contrário do que se vem apregoando, a principal responsabilidade no fraco policiamento e prevenção criminal é dos políticos que têm estado no poder, local e nacional. Basta ouvir o que os sindicatos da PSP e PJ vêm dizendo nos últimos anos para concluir que se não há melhor policiamento e mais prevenção criminal é pela permanente inacção dos nossos caros políticos, pois nem dotam a Polícia das directivas e meios para tanto, nem desenvolvem políticas sociais, coerentes, estruturadas e com desenvolvimento no tempo para alterar o panorama actual.

Mas porque raio é que não se pode fazer no Porto um pacto de regime para a política, dita, social, para os bairros sociais e para as franjas da população que acabam por ficar associadas à criminalidade? É porque não dá votos, nem se pode apregoar vitórias para os partidos?

Culpa, também a há na sociedade, dita, civil, pois convivemos pacificamente com tudo isto há décadas e, desde que tudo aconteça na casa que fica na rua que fica longe da nossa casa, não mexemos uma palha e continuamos a eleger os mesmos políticos, as mesmas políticas e a sustentar a mesma partidocracia que se diverte, vive e sobrevive de olhar para o seu próprio umbigo e de se auto-alimentar.

De: F. Rocha Antunes - "A polícia não faz o que lhe compete há anos"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 12:40

Meus Caros,

Estou como a Cristina, não percebo este súbito aplauso a uma instituição que tem falhado redondamente a sua missão na cidade, a Polícia de Segurança Pública. Moro há anos na Baixa e nunca senti a polícia em nada que não seja a caça à multa e mesmo essa já foi transferida (e bem) para funcionários municipais, que só têm o problema de não trabalharem fora da hora de expediente, enquanto a necessidade de regulação do estacionamento é uma actividade permanente.

Ao longo de anos de obras e complicações de trânsito era raro ver um polícia a ajudar nas situações mais complicadas. A vigilância das ruas e praças é nula e a sensação que se tem é a de que estamos entregues a nós próprios. Eu não percebo qual é o conceito de segurança que existe no Porto, mas sei que, admitindo que há um, não resulta.

Há muitos anos que se sabe que é fundamental ter presença policial para conter a escalada do pequeno delito, e mostrar que se está atento às pequenas transgressões que criam a sensação de impunidade que levam a que, anos depois, andem aos tiros no meio da rua na maior das calmas. O livro de Myron Magnet, o Paradigma Urbano, explica como se deve fazer. Todas as cidades do mundo que pretendem ficar mais seguras seguem as recomendações da experiência de Nova Iorque, que tem por base essa ideia e resultados mais do que demonstrados. Este problema não é só da Baixa, é de toda a cidade e de toda a área metropolitana. E aqui, como em tantas outras coisas, o espectáculo televisivo não resolve nada, só o trabalho prolongado e sistemático no terreno. Na Rua, onde se ganha ou perde a batalha da segurança.

Francisco Rocha Antunes
Vendedor de lanternas
4.12.2007@gmail.com

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 12:37

De: Cristina Santos - "Quem faz anos?"

Submetido por taf em Terça, 2007-12-18 11:54

A Polícia fez o que lhe competia, por que razão se levanta Portugal todo a dar parabéns a uma instituição que simplesmente cumpriu a sua função? Que país ridículo, então uma entidade faz uma coisa minimamente bem, que não transcende em nada os limites da sua obrigação profissional e o país pára para agradecer?! Afinal o que se espera dos profissionais portugueses em geral, que falhem, que não cumpram as suas obrigações, quando minimamente as cumprem faz-se uma festa? É este o nível de exigência que queremos para o país?

Nós, os tristes cidadãos cumpridores, chegamos ao cúmulo de estar tão habituados aos desfalques, que só o facto de um eleito se apresentar como «honesto» homem de contas justifica a nossa eleição. Ser honesto faz parte da obrigação de qualquer profissional, não há que aplaudir ou festejar mas, infelizmente, como a incompetência reina, que remédio tem o cidadão, que nunca é aplaudido, de eleger pelo menos quem não desfalca.

A atitude da PSP é tardia, não ultrapassa as competências, traficantes no bairro do Aleixo há aos molhos, parabéns, mas porquê parabéns? O que é que se passou de tão extraordinário? Nenhum profissional honrado, bem formado e competente aceita parabéns quando se limita a cumprir a sua função. E este é o grau de exigência que devemos defender, parabéns é a quem faz anos.

De: TAF - "Nem sempre virado para o mesmo lado"

Submetido por taf em Segunda, 2007-12-17 23:58

Porto visto da Fontinha


Porto visto da Fontinha


De: Rui Encarnação - "A CMP e a violência"

Submetido por taf em Segunda, 2007-12-17 23:37

Não percebi nada das declarações do nosso presidente. Primeiro manteve-se silencioso (enquanto duraram os tiros e os ajustes de contas). Depois divertiu-se, como sempre, a zurzir na Justiça e na PJ do Porto, pois nenhuma delas faz nada e são pejadas de incompetentes. Por fim, quando os incompetentes detiveram suspeitos e efectuaram um operação de grande escala (sem que isto signifique que foram detidos os culpados ou responsáveis pelos diversos assassinatos – é que ainda há Lei e presunção de inocência em Portugal), veio dizer que “já estava à espera das detenções” e aplaudiu o procurador geral pela nomeação da equipa dita especial, que nada fez ou soube dessa concreta operação?

No meio de tanta congruência, fiquei sem perceber se a CMP tem, ou não, algum papel, quer de articulação com as polícias no plano repressivo e a posteriori, quer, principalmente, no plano preventivo de combate à criminalidade. E, perdoem-me a incapacidade, fiquei sem saber ou perceber se a CMP quer ter semelhante papel. É que, se dermos como certo que parte dessa marginalidade e criminalidade assenta nas populações desfavorecidas da Ribeira e Bairros Sociais, não se percebe o que é que a CMP tem andado a fazer com a sua primeira, anunciada, prioridade.

Talvez a SRU intervenha na Ribeira, no plano social e humano (com dois ou três hotéis novos tudo ficará quase resolvido) e a CMP nos bairros sociais (com duas ou três expulsões e demolições se acabem de vez com os marginais), de forma a tentar prevenir no futuro novos acontecimentos destes. Ou então, por coerência, será que não irão fazer como aos arrumadores, simplesmente erradicá-los...

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