De: Tiago Cortez - "Planos"
Meu caro Pedro Lessa, era efectivamente ao plano Auzelle que me referia, e peço desculpa pelo lapso, e agora, mais informado acerca do plano, reconheço que no que toca ao centro histórico seria uma perda enormíssima (Auzelle propunha demolir grande parte do centro histórico, e se hoje choramos por exemplo as casas góticas destruídas à custa dos Almadas, imaginem a perda de meio centro, actual património da humanidade). Não obstante, no que toca ao resto da cidade nota-se a falta de planos, no caso concreto que referiu, a rua de Diogo Botelho, optou-se por abrir uma avenida até à Avenida da Boavista, numa visão claramente municipalista, e não metropolitana!
Em 1932 (74 anos atrás!), Ezequiel de Campos escreveu o "Prólogo do Plano Director", onde previa um "plano global de crescimento que deveria ultrapassar o limite da Circunvalação, integrando as áreas suburbanas dos conselhos vizinhos" e ainda um "plano regional extensivo à Póvoa de Varzim, Santo Tirso e Espinho" (note-se que Santo Tirso só muito recentemente aderiu à AMP).
E se quisermos recuar ainda mais no tempo, em 1910 (!!!), o "Plano de Melhoramentos e Ampliação da Cidade do Porto", de Elísio de Melo, previa a anexação da então vila de Matosinhos!
P.S.- Realmente fala-se que o Bom Sucesso é ilegal, no entanto eu acho que o problema mais que tudo está em PDM´s demasiado restritivos, mais de 3 pisos e já se considera aberração urbanística, embora das casas de ilha onde o tecto fica à altura dos meus olhos ninguém diga nada. E para aqueles que dizem que o Porto está cheio de arranha-céus, eu digo, a altura aceite como mínima para se considerar um prédio arranha-céus são 150m, no Porto só o hotel do Campo 24 de Agosto e a Torre da Maia ficam perto dos 100, e quiçá algum mais; a torre da Serra do Pilar tem 160m, logo não existe um único arranha-céus em Portugal inteiro. Em Espanha na cidade de Valencia, com dimensões mais ou menos equivalentes ao Porto (isto se a AMP não for ampliada como propõe o estudo da Universidade do Minho), têm propostas para 3 torres entre os 200 e muitos e os 300 e pico metros (a de 300m tem por volta de 70 andares) e, sublinhe-se, o projecto é do arquitecto Valenciano (não catalão como já disse o Expresso) Santiago Calatrava. Onde for para fazer prédios baixos façam-se prédios baixos, onde for para fazer altos façam-se altos!
Os meus cumprimentos.