De: Pedro Aroso - "Mais do mesmo"
Não tencionava voltar a falar sobre este assunto mas, como o post do Alexandre Burmester insiste na mesma tecla, sinto-me no dever de o fazer. Para mim não está em causa a seriedade do vereador, mas sim a dualidade de critérios da nossa Ordem. A aliena d) do artigo 46º dos Estatutos, contra a qual eu votei, é muito clara: a função de vereador (com ou sem pelouro) é incompatível com o exercício da Arquitectura. A Ordem não pode fazer juízos de valor e decidir quem é sério, ou quem não é, porque sérios deverão ser considerados todos os membros que têm as quotas em dia.
A “decisão de ser vereador e de ser arquitecto”, assumida pelo Manuel Correia Fernandes depois que “a questão foi discutida com a maioria independentes-PS no executivo camarário e que não lhe foi levantado qualquer obstáculo” é, no mínimo, uma justificação insólita e não legitima, de modo algum, que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Arquitectos faça tábua rasa do órgão a que ele próprio preside.
Por último, e este aspecto não tem nada a ver com a legalidade da sua decisão, pergunto: sendo vereador a tempo inteiro na Câmara Municipal do Porto, e sabendo que os Serviços de Urbanismo precisam de uma reestruturação profunda, será que o lugar lhe vai ocupar tão pouco tempo que ainda vai sobrar para fazer Arquitectura?
PS: Lembrei-me agora que, em 2009, publiquei um post n'A Baixa do Porto, onde abordava esta questão das incompatibilidades. Como o que é vivo sempre aparece, aqui vai.