De: TAF - "Vencer preconceitos"

Submetido por taf em Domingo, 2012-09-23 17:21

Caro Pedro, aqui ficam umas notas adicionais, sem preocupação de ser exaustivo, para explicar melhor a minha opinião.

1) Dizer que o Estado deve aplicar recursos (que não tem nem consegue que lhe emprestem) na reabilitação urbana faz-me lembrar aqueles que me incentivam a pôr em prática em maior escala as minhas ideias, esquecendo em simultâneo que eu não tenho conseguido angariar mais capital para esse efeito... Na mesma onda surrealista, devolvo-te o desafio, Pedro: arranja capital e investe tu!... ;-)

2) Não exprimi nenhuma objecção a que a Administração Pública, em abstracto, promova operações de reabilitação urbana. Contudo, prefiro que esta nossa Administração Pública, a que temos agora e que também aqui criticas, não o tente: nem sabe nem pode.

3) O termo "liberal" é usado pelo Pedro quase como um sinónimo de "bandido", "malfeitor". Não o uso nesse sentido... Não reconheço a ninguém uma autoridade moral superior para definir quem são "os bons" e quem são "os maus" no tema da Reabilitação Urbana. Ao contrário, tenho encontrado muita gente de boa-fé e com boas intenções, mas com visões muito diferentes (e frequentemente incompatíveis) sobre qual deve ser o papel da Administração Pública neste campo.

4) Em Portugal não há nenhum partido que seja realmente Liberal (no sentido de dar liberdade e responsabilidade ao indivíduo, deixando ao Estado um papel regulador, defensor dos direitos e garantias das pessoas, complementar da iniciativa privada). O PSD talvez seja o que mais se aproxima disso. O CDS está muitas vezes à esquerda do PS. Em termos sociológicos, diria até que em tempos de crise o "português médio" é tendencialmente (e infelizmente) socialista, pois exige do Estado a resolução de problemas que só a sociedade civil pode ultrapassar... O "Estatismo" está enraizado em Portugal, é uma triste herança salazarista que afecta todos os quadrantes políticos.

PS: O preço do solo na reabilitação urbana

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PPS: Ao tentar recuperar leituras em atraso sobre o Porto, vejo notícia de mais bares, restaurantes, espaços polivalentes "trendy", etc., etc., quase tudo bens ou serviços não transaccionáveis ou, pelo menos, com reduzido volume potencial de negócio. Tudo bastante "criativo", "com design", em vários casos até com muito bom gosto na minha modesta opinião. Mas, infelizmente, não antevejo qualquer sustentabilidade económica nesta onda. Os portuenses não têm dinheiro para gastar, e os turistas não vão alimentar tanta oferta.