De: F- Rocha Antunes - "Qualificações e participações"
Caro Edgar Soares
Concordo que existem problemas associados à definição de esquemas de participação em discussões públicas e que estes podem ser pouco representativos de toda a Cidade. É sempre este o tipo de problemas que aparecem com o exercício das liberdades cívicas. Com o voto é igual. Mas não é por isso que não se deve abrir a participação. A história deste blogue está intimamente ligada, como já se disse aqui muitas vezes, a um bom processo de discussão pública da primeira versão do PDM do Porto, iniciado pelo Arquitecto Ricardo Figueiredo. E veja-se onde já vai, essencialmente por mérito do Tiago.
Como muito bem ilustraram a Paula Morais, o Alexandre Burmester e César Costa, é importante ouvir todos os que se importam no tempo certo, isto é, antes de se fechar o programa. Por muitas razões, até porque podem, repito, podem aparecer boas ideias dessa discussão. Só por isso já valia a pena.
A principal razão, contudo, é a do exercício da cidadania, e foi isso que eu quis dizer desde o primeiro comentário sobre este tema. A qualidade da cidade está muito dependente da qualidade dos seus cidadãos, tenham eles as qualificações que tiverem. E um bom cidadão não é ninguém com nenhum curso (eu conheço gente cheia de títulos que são péssimos cidadãos), é alguém que se interessa pelos assuntos que dizem respeito à cidade e que participa na sua definição. Apoiando, criticando, discutindo, dedicando tempo aos assuntos comuns.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
PS – Tenho muito gosto em ser o Francisco, e a utilização de títulos de qualquer espécie não me move mesmo.