De: Edgar Soares - "Ideias sem Ordem"
Gostava de esclarecer que este comunicado da Ordem dos Arquitectos é uma constatação factual de irregularidades processuais e se existisse uma Ordem do Cidadão poderíamos esperar um comunicado semelhante. Convém relembrar que existe um valor pecuniário em causa e para defender a justa atribuição deste é necessário garantir a correcta e transparente definição dos termos do programa, entrega e avaliação do concurso em questão, independentemente das qualificações técnicas ou se tais são necessárias. Aliás, será justo abrir um concurso de ideias a todos e depois exigir definições técnicas da proposta? A CMP sabe disto muito bem e o lançamento deste concurso nestes moldes e com estas indefinições visa objectivos concretos que nada tem a ver com a demagoga frase “É um concurso para todos!”. Quem já participou em concursos públicos sabe que existem mil e uma razões para impugnar um concurso ou qualquer decisão neste, alguns são excluídos, outros recorrem judicialmente e outros ficam a questionar “o que é que eu estou aqui a fazer?”. É simplesmente um meio para transferir o poder da decisão para a Câmara assegurando os fundos para o executar.
Em relação ao que o Sr. F.Rocha Antunes defende é muito “bonito” mas não passa de visão utópica em que o maior lesado é a própria cidade e o cidadão. Não devemos confundir processos específicos de planeamento e concepção com a discussão alargada (que já existe) dos mesmos. Não podemos dar “cartas” aos políticos para relativizar o processo de crescimento e mutação de uma cidade. A opinião pública hoje beneficia a cidade, amanhã não.
Edgar Correia Soares